Discussão:Passarola

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Último comentário: 15 de setembro de 2015 de Gabrielresendev no tópico Passarola - projeto em papel ou realizado?

dois detalhes: existe uma gravura coeva guardada acho que em coimbra (podem encontrar a imagem no google images) que mostra o verdadeiro aspecto da passarola, e parecia mais um zepelin, ou seja, um balão deitado. segundod etalhe: bartolomeu de gusmão deu os planos da passarola ao irmão para escapar à inquisição, e o irmão foi trabalhar com um cientista português famoso em paris; este cientista português recebia em sua casa, entre outros, os irmãos montgolfier, e pode ter sido a partir dos planos da passarola que os motgolfier inventaram o seu balão.

Passarola - projeto em papel ou realizado?[editar código-fonte]

@Gabrielresendev: Relativamente aos comentários e alterações feitas, no sentido de considerar apenas como um projeto:

«As evidências atuais não somam em suficiência para que se afirme que ele de fato foi construído»

junto as seguintes observações. Conforme diz "Pinheiro":

O certo é (...) e que esta Máquina foi experimentada, e lançada da Praça de Armas do Castelo, e que veio cair no Torreão da parte Ocidental da Praça, que então era Terreiro do Paço, e o Torreão Casa da India, e hoje é Praça do Comércio, e o Torreão está por concluir, e disto havia muitas testemunhas que alcançaram os meus dias.

Não percebi qual é a dúvida aqui. Parece-me evidente que "Pinheiro" estava bastante bem informado, não apenas pelos testemunhos, mas também ao juntar a carta de proposta de Alexandre de Gusmão (Bartolomeu irá adoptar o nome Gusmão, por ele) ao rei D. João V, de que não conheço outro registo documentado.

Quanto a separar a "passarola" de outro eventual invento,

«Sendo a petição original datada de antes da demonstração do aeróstato em escala reduzida para a corte que aconteceu em 8 de Agosto de 1709, não se pode afirmar que o invento descrito nela seja a Passarola.»

faço notar que os textos de "Pinheiro" (transcrição e descrição) referem-se ao mesmo "aparelho". Parece-me confuso estar a levantar a hipótese de mais aparelhos, quando "Pinheiro", sendo quem transcreve ambos, associa tudo ao mesmo evento, e de que esse aparelho ficou conhecido com o nome de "Passarola".

Abraço.AlvoMaia (discussão) 20h46min de 13 de setembro de 2015 (UTC)Responder

Saudações AlvoMaia, nem de perto tenho o mesmo conhecimento histórico que você mas tenho conhecimento técnico em aviação, e junto com a divulgação de vários especialistas listados no livro que referenciarei adiante, posso afirmar que a ideia de que tal invento poderia alcançar voo não é só risível mas beira ao completo absurdo.

Em todo caso, não existem evidências suficientes para afirmar que a passarola foi "inventada" muito menos se voou. Considerando a imagem que temos podemos afirmar com absoluta certeza que não existe nenhum efeito físico que conhecemos hoje que permitiria tal invenção permanecer no ar ou muito menos decolar, nem mesmo por princípio de Arquimedes, pois não existe volume de captura suficiente para compensar o peso estrutural na escala demonstrada da iconografia.

Mas esse sou eu dizendo, para permanecer objetivo você pode verificar em uma pesquisa completa feito pelo INCAER e publicado no livro que usei de referência: "História Geral da Aeronáutica Brasileira: dos primórdios até 1920 (em português). Rio de Janeiro: Editora Itatiaia Limitada, 1988. Capítulo: 4. , 66-111 p. vol. 1." onde se demonstra que a iconografia (Imagem que ilustra o artigo) foi desmentida pelo Marquês de Fontes e Abrantes, e eu cito:

[...]A "Passarola" e seu memorial foram responsáveis por mais de dois séculos de descrédito quanto ao inventor e seu aeróstato. E dizer-se que, em depoimento divulgado em 1720, o Marquês de Fontes e Abrantes, protetor do nosso pioneiro [Bartolomeu de Gusmão], relaciona seu filho Conde de Penaguião como co-autor da estampa e do memorial, expediente usado durante o preparo da experiências, com o único fito de evitar o assédio do curiosos[...]" (Pág. 77)
Segundo essa mesma pesquisa a "estampa" ganhou notoriedade ao ser abertamente utilizada em notícias da época, a maioria do qual ridicularizava Bartolomeu de Gusmão pelo absurdo da ideia. (Vaticano, Fondo Bolognetti nº. 16, pág. 69-72)

Portanto, é compreensivo que contemporâneos portugueses do Padre tenham por tentativa de proteger a imagem dele "arranjar" testemunhos que nunca aconteceram (não quero entrar na discussão do que é crível em história pois essa não é a minha área). Mas não ajuda em nada quando vemos que a imagem foi reimpressa em situações controvérsias diversas vezes, para citar uma, em 1784, por Simão Tadeu Ferreira com a data original falsificada para o ano de 1774, supostamente para revindicar a primazia de Gusmão uma vez que em 1784 o mundo já conhecia as experiências dos Irmãos Montgolfier. E mesmo se os testemunhos locais sejam factuais, não encontro outras evidências que possam dar credibilidade adicional a ideia.

O documento que você está utilizando NÃO é a petição, e sim uma transcrição dela, julgando que não existe data no documento (ou eu não a localizei), ela poderia ter sido feita posteriormente a expedição e a demonstração da corte. Na petição em si, e apenas nela, não existe nenhum detalhe do instrumento, apenas os seus possíveis usos, provável tentativa do padre para revindicar o monopólio sobre o aeróstato. O mesmo em Agosto de 1709 demonstrou em escala reduzida um pequeno balão de ar quente diante de dezenas de pessoas, várias delas parte da Corte Real e que gerou diversas cartas pessoais e 2 relatos independentes. Esse sim, pelo que sabemos de "técnico" hoje, poderia ter sido demonstrado e reproduzido na época. Considerando a cronologia dos fatos e o patrocínio real que o padre conseguiu, é impossível determinar se Bartolomeu de Gusmão estava se referindo na petição ao balão de ar quente utilizado na demonstração de escala reduzida ou da "Passarola" que como pesquisa do INCAER demonstra, sequer foi desenhada pelo padre.

Como não tenho o "Know-how" de pesquisa histórica, meu objetivo na edição foi apenas deixar o artigo sob ponto de vista neutro "supostamente" e "um aeróstato" são termos que não indicam nenhuma certeza, já que não a temos de qualquer maneira. E temos sim 2 aparelhos, a suposta "Passarola" e o pequeno balão de ar quente que o padre fez voar perante a corte.
Saudações;
Gabs Diga! Fiz! 22h33min de 13 de setembro de 2015 (UTC)Responder

Prezado Gabrielresendev, obrigado pela resposta. Pois, eu também favoreço a que sejamos objetivos, e normalmente convém não esquecer que não acreditar numa coisa é acreditar na negativa. Assim, tanto é preciso elementos para afirmar quanto para negar. Agradeço os elementos que trouxe, e compreendo perfeitamente que o aparelho não faça sentido aerodinamicamente, excepto - se o velame (a vela em cima) se enchesse com gás, comprimido e armazenado nas esferas, e depois canalizado para esse velame que serviria de balão. Um zepelim pode ter praticamente qualquer formato.

Tem razão quanto aos dois experimentos diferentes, um para simular, mas que deve ser visto como ensaio do princípio - aí talvez de um balão de ar quente. Mas convém relembrar que os balões de ar quente eram usados pelos chineses desde o séc. II a.C., em Portugal e Brasil conhecemos a tradição dos balões de S. João, e tal coisa existia até na cultura popular, como existe hoje. A novidade de Montgolfier foi nula, a única que seria mais relevante seria a de Rozier, com o mesmo princípio de zepelim. O facto de terem sido autorizadas a ser exibidas no mesmo dia, mostra muito que o problema não tinha nada a ver com a invenção, mas sim com a possibilidade da exibir publicamente. Por isso, convém não deixar a coisas serem hoje censuradas, por arrasto de censuras de outros tempos.

Mas, por mim está bom na forma que você deixou, só queria mesmo esclarecer isto aqui consigo.

Abraço! AlvoMaia (discussão) 07h56min de 14 de setembro de 2015 (UTC)Responder

AlvoMaia, você trouxe um argumento interessante. Fiz uma pesquisa rápida e realmente parece que as utilizações do balão de ar quente já estavam demonstradas antes de Montgolfier, acho que a novidade foi o tripulante, antes dos irmãos não encontrei referências que mostrem balões "pilotados". Na minha opinião isso também adiciona um pouco ao "desespero" da busca dessa primazia dos antigos portugueses, o que (infelizmente) leva o padre um pouco mais ao descrédito.
Tive um colega pesquisador do ITA que calculou o volume necessário para manter uma estrutura semelhante a "passarola" desenhada com aparatos de madeira e com o peso de uma pessoa (e outras particularidades técnicas que eu não me lembro), e ele demonstra que o volume necessário de ar aquecido seria superior ao volume comparado de todo aparato (como normalmente acontece com os balões) e inclusive muito superior aos primeiros balões tripulados. Isso só leva a acreditar que ela provavelmente não é real ou se for, o desenho não se aproxima nem de perto de sua forma verdadeira. Para mim, as impossibilidades técnicas e temporais do desenho formam prova suficiente para a negativa que defendi de forma enfática. Desculpe se não pude ser muito claro.
Abçs.
Gabs Diga! Fiz! 01h16min de 15 de setembro de 2015 (UTC)Responder

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