Erro categorial

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Um erro categorial ou erro de categoria é um erro semântico ou ontológico, no qual coisas pertencentes uma categoria particular são apresentadas como se pertencessem a uma categoria diferente[1][2] ou, alternativamente, uma propriedade é atribuída a uma coisa que não poderia ter tal propriedade. Um exemplo é a metáfora "o tempo se arrasta", que, se assumida literalmente, não é apenas falsa mas também é um erro de categoria. Para demonstrar que um erro categorial foi cometido, deve-se mostrar que, se o fenômeno em questão é entendido de maneira correta, a afirmação feita a respeito desse fenômeno não pode ser verdadeira.[carece de fontes?]

A expressão "erro categorial" foi introduzida por Gilbert Ryle, em seu livro The Concept of Mind (1949), para resolver o que ele dizia ser uma confusão sobre a natureza da mente - confusão que, segundo ele, surgira com a metafísica cartesiana . Para Ryle, era um erro tratar a mente como um objeto feito de uma substância imaterial. A expressão "erro categorial" encontra-se no primeiro capítulo do livro.[3] Ele explica através de exemplos, como o do visitante em Oxford. Depois de ver as faculdades, as bibliotecas e os prédios administrativos da universidade, ele pergunta: "Mas onde está a Universidade?"[4] O erro do visitante é presumir que a Universidade é parte da categoria "edificações" ou algo semelhante, e não da categoria "instituições", que é muito mais abstrata e complexa do que conjuntos de edifícios , pessoas, procedimentos e assim por diante. Ryle vai mais adiante afirmando que o dualismo cartesiano corpo e alma repousa em um erro categorial. Na filosofia da mente, o argumento do erro categorial de Ryle pode ser usado na defesa do materialismo eliminativo. Usando esse argumento, pode-se atacar a existência de uma mente separada, distinta do corpo. O argumento conclui que as mentes não são conscientes mas um predicado coletivo para um conjunto de comportamentos observáveis e disposições não observáveis.[5]

Referências

  1. FERRATER MORA, José. Dicionário de filosofia. Tomo 4 (Q - Z). "Ryle, Gilbert, p. 2567-68
  2. Thomasson, Amie, "Categories", The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2013 Edition), Edward N. Zalta (ed.)
  3. Ryle, Gilbert (1949). The Concept of Mind. [S.l.: s.n.] p. 16 
  4. MacFadden, T. G. (verão de 2001). «Understanding the Internet: Model, Metaphor, and Analogy» (PDF). Baltimore: Johns Hopkins University Press. Library Trends. 50 (1): 96. Consultado em 9 de dezembro de 2014 
  5. Welshon, Rex (2011). Philosophy, Neuroscience and Consciousness. Durham: Acumen. p. 28. ISBN 978-1-84465-159-7 

Ver também[editar | editar código-fonte]

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