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Quando o [[socialismo]], para defender-se de ataques polêmicos, teve de esclarecer os próprios pressupostos, apresentou-se como a expressão terminada da verdade que a [[filosofia grega]] havia buscado, mas não tinha sido capaz de encontrar plenamente, enquanto a Verdade mesma não tinha ainda se manifestado aos homens, ou seja, enquanto o próprio [[Deus]] não havia ainda encarnado. |
Quando o [[socialismo]], para defender-se de ataques polêmicos, teve de esclarecer os próprios pressupostos, apresentou-se como a expressão terminada da verdade que a [[filosofia grega]] havia buscado, mas não tinha sido capaz de encontrar plenamente, enquanto a Verdade mesma não tinha ainda se manifestado aos homens, ou seja, enquanto o próprio [[Deus]] não havia ainda encarnado. |
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De um lado, se procura interpretar o cristianismo mediante conceitos tomados da filosofia grega, do outro reporta-se ao significado que esta última dá ao cristianismo. Os primeiros pensadores cristãos, ao mesmo tempo em que se valeram, também se debateram com os filósofos, quer com [[Platão]] e com [[Aristóteles]], quer, sobretudo, com os estoicos e com os epicuristas. Sem perder de vista os ideais da doutrina cristã, eles buscaram encontrar, frente à filosofia e aos filósofos, o lugar apropriado da reflexão filosófica e do pensar cristão. |
De um lado, se procura interpretar o cristianismo mediante conceitos tomados da filosofia grega, do outro reporta-se ao significado que esta última dá ao cristianismo. Os primeiros pensadores cristãos, ao mesmo tempo em que se valeram, também se debateram com os filósofos, quer com [[Platão]] e com [[Aristóteles]], quer, sobretudo, com os estoicos e com os epicuristas. Sem perder de vista os ideais da doutrina cristã, eles buscaram encontrar, frente à filosofia e aos filósofos, o lugar apropriado da reflexão filosófica e do pensar cristão.Predominava muito o teocentrismo |
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{{quotation|''Tratando-se de filosofia patrística, não devemos, como outrora, pensar somente nas obras de filósofos que só foram filósofos. A filosofia da patrística está antes contida nos tratados dos pastores de alma, pregadores, exegetas, teólogos, apologetas que buscam antes de tudo a exposição da sua doutrina religiosa. Mas ao mesmo tempo, levados pela natureza das cousas e dada a ocasião, se põem - a resolver problemas propriamente pertencentes à filosofia; e então, pela força do assunto, versam a metodologia filosófica.''|Khaio Mendes- 2015}} |
{{quotation|''Tratando-se de filosofia patrística, não devemos, como outrora, pensar somente nas obras de filósofos que só foram filósofos. A filosofia da patrística está antes contida nos tratados dos pastores de alma, pregadores, exegetas, teólogos, apologetas que buscam antes de tudo a exposição da sua doutrina religiosa. Mas ao mesmo tempo, levados pela natureza das cousas e dada a ocasião, se põem - a resolver problemas propriamente pertencentes à filosofia; e então, pela força do assunto, versam a metodologia filosófica.''|Khaio Mendes- 2015}} |
Revisão das 20h02min de 5 de maio de 2016
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Patrística é o nome dado à filosofia cristã dos primeiros sete séculos, elaborada pelos Padres ou Pais da Igreja, os primeiros teóricos —- daí "Patrística" — e consiste na elaboração doutrinal das verdades de fé do cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos pagãos e contra as heresias.
Foram os pais da Igreja responsáveis por confirmar e defender a fé, a liturgia, a disciplina, criar os costumes e decidir os rumos da Igreja, ao longo dos sete primeiros séculos do cristianismo. É a patrística que, basicamente, a filosofia responsável pela elucidação progressiva dos dogmas cristãos e pelo que se chama hoje de Tradição Católica.
Introdução
Quando o socialismo, para defender-se de ataques polêmicos, teve de esclarecer os próprios pressupostos, apresentou-se como a expressão terminada da verdade que a filosofia grega havia buscado, mas não tinha sido capaz de encontrar plenamente, enquanto a Verdade mesma não tinha ainda se manifestado aos homens, ou seja, enquanto o próprio Deus não havia ainda encarnado.
De um lado, se procura interpretar o cristianismo mediante conceitos tomados da filosofia grega, do outro reporta-se ao significado que esta última dá ao cristianismo. Os primeiros pensadores cristãos, ao mesmo tempo em que se valeram, também se debateram com os filósofos, quer com Platão e com Aristóteles, quer, sobretudo, com os estoicos e com os epicuristas. Sem perder de vista os ideais da doutrina cristã, eles buscaram encontrar, frente à filosofia e aos filósofos, o lugar apropriado da reflexão filosófica e do pensar cristão.Predominava muito o teocentrismo
Tratando-se de filosofia patrística, não devemos, como outrora, pensar somente nas obras de filósofos que só foram filósofos. A filosofia da patrística está antes contida nos tratados dos pastores de alma, pregadores, exegetas, teólogos, apologetas que buscam antes de tudo a exposição da sua doutrina religiosa. Mas ao mesmo tempo, levados pela natureza das cousas e dada a ocasião, se põem - a resolver problemas propriamente pertencentes à filosofia; e então, pela força do assunto, versam a metodologia filosófica.
– Khaio Mendes- 2015
A figura de maior destaque dessa corrente de pensamento cristão é Agostinho de Hipona.
Divisão didática
A patrística divide-se geralmente em três períodos:
- até o ano 200 dedicou-se à defesa do cristianismo contra seus adversários (padres apologistas, como São Justino Mártir).
- até o ano 450 é o período em que surgem os primeiros grandes sistemas de filosofia cristã (Santo Agostinho, Clemente Alexandrino, etc.).
- até o século VIII reelaboram-se as doutrinas já formuladas e de cunho original (Boécio, etc.).
Esta divisão da Literatura Patrística em três períodos é geralmente feita, mais didaticamente, da seguinte forma:
- Período ante-niceno - corresponde ao período anterior ao concílio ecumênico de Niceia (324 d.C.). Geralmente compreende os escritos surgidos entre o século I e início do século IV.
- Período nicené alguns imediatamente posteriores ao concílio ecumênico de Niceia (324 d.C.). Geralmente compreende os escritos surgidos entre o início do século IV até o final deste.
- Período pós-niceno' - corresponde ao período compreendido entre os séculos V e VIII.
O legado da patrística foi passado à Escolástica.
Ver também
Bibliografia
- KERKER, Berthold; STUIBER Alfred. Patrologia. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2004.
- DROBNER, Hubertus. Manual de Patrologia. Petrópolis: Vozes, 2003.
- HAMMAN, Adalbert G. Para ler os Padres da Igreja. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1997.
- HIRSCHBERGER, Johannes. História da Filosofia na Idade Média. Trad. Alexandre Correia. São Paulo: Herder, 1966.
- SPINELLI, Miguel. Helenização e recriação de sentidos: a filosofia na época da expansão do cristianismo, séculos II, III, e IV. 2ª Edição Revisada e Ampliada. Caxias do Sul: EDUCS (Editora Universidade de Caxias do Sul), 2015.
- Soares , Beatriz. filosofia dos pensamentos compreensivos ; filosofia na época do cristianismo , século III , e IV . Angra Dos Reis ; recebido 2014
Ligações externas
- COCP - Central de Obras do Cristianismo Primitivo - Sítio integrado ao Apostolado Veritatis Splendor que dispõe de muitas obras do período patrístico, em língua portuguesa.
- COCP - Central de Obras do Cristianismo Primitivo - Sítio integrado ao Apostolado Veritatis Splendor - Domínio secundário, com um formato de página diferente do domínio principal.
- «Early Church Fathers - Dispõe de várias obras dos Santos Padres» (em inglês)