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Sinagoga Ohel Jacob: diferenças entre revisões

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A sinagoga mudou, agora é ligada ao movimento progressista
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A '''Sinagoga Ohel Jacob''' em [[Lisboa]] trata-se da única [[sinagoga]] [[ashkenazi]] de Portugal aberta aos [[Marrano|b'nei-anussim]]. É uma sinagoga de rito Progressista, sob a orienação da Rabina [[Alona Lisitsa]], tendo sido aceite como membro afiliado da European Union For Progressive Judaism (EUPJ) e World Union For Progressive Judaism (WUPJ), em 14 de Abril de 2016.
A '''Sinagoga Ohel Jacob''' em [[Lisboa]] trata-se da única [[sinagoga]] [[ashkenazi]] de Portugal aberta aos [[Marrano|b'nei-anussim]]. É uma sinagoga de rito Progressista, sob a orientação da Rabina [[Alona Lisitsa]], tendo sido aceite como membro afiliado da European Union For Progressive Judaism (EUPJ) e World Union For Progressive Judaism (WUPJ), em 14 de Abril de 2016.


== Visita do Rebbe a Lisboa ==
== Visita do Rebbe a Lisboa ==

Revisão das 19h54min de 9 de agosto de 2017

A Sinagoga Ohel Jacob em Lisboa trata-se da única sinagoga ashkenazi de Portugal aberta aos b'nei-anussim. É uma sinagoga de rito Progressista, sob a orientação da Rabina Alona Lisitsa, tendo sido aceite como membro afiliado da European Union For Progressive Judaism (EUPJ) e World Union For Progressive Judaism (WUPJ), em 14 de Abril de 2016.

Visita do Rebbe a Lisboa

Entre os muitos refugiados que passaram por Portugal e Lisboa na fuga do Shoah estava o Rabino Menachem Mendel Schneerson, que mais tarde viria a ser o 7º Lubavitcher Rebbe. O Rebbe viajava da França com a sua mulher a Rebetsin Chaya Moussia, filha do 6º Rebbe.

Pouco se sabe sobre a estadia do Rebbe em Portugal já que falta fazer um trabalho de pesquisa nos arquivos nos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Administração Interna. O que se sabe e que deixou Portugal no dia 17 de Sivan 5701 (12 de Junho 1941) no navio Serpa Pinto da Companhia Colonial de Navegação para Nova Iorque. Viajaram 1ª Classe, Porão. A mala de viagem utilizado para a travessia do Atlântico ainda existe na sede do movimento Lubavitch em Nova Iorque.

Nos acervo do Rebbe existem notas para uma palestra, escritas durante a estadia em Portugal, sobre um texto bastante obscuro, tirado do tratado de Sanhedrim do Talmud, sobre a vinda de Messias: "O filho de David só virá quando procurarão um peixe para os doentes e nenhum será encontrado."

Desconhece-se onde o Rebbe deu a sua palestra mas terá sido na Comunidade Israelita de Lisboa ou na Sinagoga Ohel Jacob.

A longa história da HEHABER

A “HEHABER”, atualmente HEHAVER, Associação da Juventude Israelita nasceu em 1925, criada por jovens israelitas de Lisboa. Tal como as suas congéneres internacionais da Union Universelle de la Jeunesse Juive, na qual também é filiada, os objetivos e a ação da Hehaber eram claramente sionistas, tal como expressa o artigo 2.f ) dos seus estatutos, aprovados a 1 de Dezembro de 1931: “Promover o interesse pela reconstituição de Erez Israel (Palestina) trabalhando ativamente nesse sentido”. E, com efeito, a partir de 1926 a Hehaber passa a representar em Portugal o Keren Keyemet Le Israel. Com a primeira sede na rua Alexandre Herculano nº 117, a Hehaber lança, logo em 1929, um apelo a donativos e socorro “aos nossos irmãos palestinianos” (judeus) vítimas de perseguições árabes. Esse apelo é assinado, entre outros, por Matilde Bensaúde, Sarah Benoliel, Moisés B. Amzalak, Artur C. Barros Basto e Samuel Schwarz.

A sua atividade é tão intensa que a sede torna-se pequena e em 1932, a Hehaber solicita à Comunidade Israelita um empréstimo de mil escudos para o aluguer da nova sede, na Av. Miguel Bombarda, 133-R/C esq. Com a subida ao poder de Hitler na Alemanha, a Hehaber nomeia uma comissão “para prestar auxílio aos nossos correligionários que, em virtude das perseguições anti-semitas da Alemanha, procuraram asilo em Portugal”.

Segundo uma circular datada de 14 de Maio de 1933, a Hehaber já aloja e mantém, nessa altura, 40 pessoas e a despesa diária é de 250$. A circular refere que a “situação é verdadeiramente angustiosa (...) e vai-se prolongar até que da Palestina chegue a ordem para os embarcar para aquela terra de salvação”. Assim “qualquer donativo, por diminuto que seja será sempre muito valioso”. Assinam esta circular os membros da comissão, nomeadamente, Donna Benoliel Levy, Hannah Sequerra, Sophia Abecassis, Raquel Amram, Fritz Neumann, Samuel Pariente e Siegfried Hiller. Nos relatórios e contas referentes aos anos de 1936/37, a atividade da Hehaber é múltipla e variada: concertos, conferências, excursões, bailes, biblioteca...De todas estas atividades, duas merecem um especial destaque: a ação sionista, preparando “halutzim” para a emigração para a Palestina, acompanhada da consequente distribuição de certificados para a emigração; e, no seguimento do fecho da Escola Israelita em 1937, a reunião regular dos jovens da Hehaber, para o Rabino Diesendruck “desenvolver os conhecimentos de hebraico, história do nosso povo, do seu folclore..., à qual comparece sempre uma média de 40 rapazes e raparigas entre os 12 e 23 anos”.

Na sua longa história, a Hehaber comemorou duas datas marcantes: “A libertação da Europa” com um “Grande Baile da Victória”, a 26 de maio de 1945, na Av Elias Garcia nº 110, e um concerto a 29, pela pianista Nella Basolla Maissa; e a independência do Estado de Israel, em 1948, que já será comemorada no Centro Israelita de Portugal, na Rua Rosa Araujo, 10, onde a Hehaber se instala pouco depois da sua inauguração a 19 de Janeiro do mesmo ano. A partir desta altura as duas siglas confundem-se: em todos os relatórios, documentos, etc...surge apenas um nome: Associação da Juventude Israelita “Hehaber” - Centro Israelita de Portugal.

Em Dezembro de 1971, segundo o relatório da Direção publicado em 1974, os sócios são 280 e as actividade variadas: seminários, festas, conferências, excursões, jantares das quintas-feiras..., e todos os Sábados à tarde, o grupo B’nei Akivá organiza “reuniões com uma frequência variável entre 35 a 40 jovens”. Em 1978 o nº de sócios decresce para 154. A instabilidade da situação política no pós 25 de Abril reflete-se também na Comunidade e na Hehaber, que apesar de tudo continua a sua atividade e ganha um novo impulso a partir de 1978. Este é, no entanto, de pouca dura e a Hehaber vai diminuindo gradualmente a sua atividade, acompanhando a degradação progressiva das instalações do Centro Israelita. A história não se repete, mas nada poderá apagar o papel único que esta organização desempenhou ao longo de mais de seis décadas, não apenas na organização e educação da juventude israelita de Portugal, mas também no apoio aos refugiados da II guerra, na ação sionista e na cultura judaica em Portugal. Numa visita a Israel, ao Museu da Diáspora, registou-se a surpresa de ver numa exposição temporária dedicada à atividade sionista na diáspora, a bandeira da Hehaber que alguém terá levado daqui e oferecido ao museu. E, naquele momento pensou-se que os fundadores da Hehaber ficariam certamente felizes se soubessem que a sua bandeira se encontra no país com o qual tanto sonharam e que, com o seu modesto contributo, ajudaram a tornar realidade.

Ver também

Ligações externas