Bernal Díaz del Castillo: diferenças entre revisões

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Diferentemente de outros cronistas da época – como Las Casas – Bernal descreve que a finalidade dos expedicionários não era os escravos, sendo obrigados pelos chefes das missões colonizadoras a escravizá-los. Outro ponto em que se difere é a questão do financiamento das expedições. Na descrição do cronista, dá-se a impressão de que essas expedições eram realizadas pelos próprios expedicionários, ocultando qualquer financiamento de sócios capitalistas.
Diferentemente de outros cronistas da época – como Las Casas – Bernal descreve que a finalidade dos expedicionários não era os escravos, sendo obrigados pelos chefes das missões colonizadoras a escravizá-los. Outro ponto em que se difere é a questão do financiamento das expedições. Na descrição do cronista, dá-se a impressão de que essas expedições eram realizadas pelos próprios expedicionários, ocultando qualquer financiamento de sócios capitalistas.
Sua narração é ampla, sendo mestre na descrição e na captação de diálogos dos viajantes. Porém, não sendo um especialista das letras, a gramática, a concordância e a grafia em seu texto não estão sempre corretos e a maneira como escreve é irregular, dificultando, muitas vezes, sua leitura e interpretação.
Sua narração é ampla, sendo mestre na descrição e na captação de diálogos dos viajantes. Porém, não sendo um especialista das letras, a gramática, a concordância e a grafia em seu texto não estão sempre corretos e a maneira como escreve é irregular, dificultando, muitas vezes, sua leitura e interpretação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS'''
'''REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS'''


______DÍAZ Del Castillo, Bernal. Historia Verdadera de la conquista de la Nueva Espana. Madrid: Espasa- Calpe, 1997. 10ª Edição.
______DÍAZ Del Castillo, Bernal. Historia Verdadera de la conquista de la Nueva Espana. Madrid: Espasa- Calpe, 1997. 10ª Edição.

Revisão das 18h29min de 11 de junho de 2012

BIOGRAFIA

Bernal Díaz del Castillo nasceu em Medina del Campo, Espanha, aproximadamente em outubro de 1495 e março de 1496. Filho de Francisco Díaz del Castillo e María Díaz Réjon. Sua família serviu a coroa espanhola e os reis católicos – Fernando e Isabel. Pertencia a uma família influente, sendo seu pai vereador da vila e parente de Gutierre Velazquez, juiz do Conselho das Índias. Teve grande importância na Conquista do México, participando como soldado e relator dos acontecimentos das expedições. Esses relatos deram origem à sua obra conhecida como: “História Verdadeira da Conquista da Nova Espanha”. Participou de expedições exploratórias da conquista da “Nova Espanha”, como por exemplo a conquista da capital Asteca juntamente com Pedro de Alvorada e Hernán Cortés no período entre 1514-1520. Através de documentos da época, sabe-se que Bernal Díaz em 1539 retorna à Espanha com cédulas reais atestando sua posse de terras na região da Guatemala. Porém, ao chegar na Guatemala e se dar conta que os índios são escassos e de pouco valor, retorna para Castilla em busca de maiores bens. Em 1549 se estabelece definitivamente na Guatemala. Conquista grande prestígio na sociedade, se dedica à agricultura e à prefeitura da Guatemala como vereador e casa-se com Teresa Becerra, tendo dois filhos legítimos. É durante esse período de glória literária e militar que escreve suas crônicas. Falece no dia 03 de Fevereiro de 1584, deixando filhos legítimos e ilegítimos – sem precisão de quantidade – e sem ver sua obra publicada.

OBRA

“Historia Verdadera de la conquista da Nueva España”, escrita no século XVI, entre os anos de 1550 é 1568 descreve a história de Bernal Díaz del Castillo de 1514 – sua saída de Castilla – até se tornar vereador mais antigo da cidade de Coatzacoalcos, na Guatemala. Essa obra foi financiada pela coroa espanhola no ano de 1575, publicada inicialmente na Espanha e na Guatemala. Essa obra é composta pela junção de três manuscritos de Bernal Díaz del Castillo, sendo esses anotações de viagem encaminhadas à coroa espanhola com o objetivo de retratar essas expedições. Para a conclusão da obra, Bernal apoia-se em seus manuscritos, dialoga com testemunhos orais de companheiros de viagem e de obras de outros cronistas como Gómora, cartas de Hernán Cortés e documentos pertencentes à coroa relativos ao mesmo período. Seus manuscritos são três no total: o primeiro denominado Remón, enviado a Madri, o segundo Guatemala , conhecido também como Original ou Rascunho, que pouco se diferenciava do primeiro, e o último o manuscrito Alegría. Segundo seus relatos, foi participante de expedições exploratórias, como as de 1514 para Caraíbas, uma ilha localizada em Cuba, 1517 para as costas de Iucatã e no final do ano seguinte (1518) retorna à mesma para melhor explorar as terras recém-descobertas. Entretanto, sua principal expedição foi a realizada conjuntamente com Hernan Cortés à capital Asteca. É nela em que há maior número de relatos sobre os movimentos iniciais de Hernán Cortés, bem como a preparação para a invasão e o ataque de Tenonchtitlan no dia 30 junho de 1520, conhecida como “Noche Triste”, ocasionando muitos mortos, dentre eles Montezuma II. Bernal Díaz não se prende à ordem cronológica dos acontecimentos e datas – para isso podem ser consultados os escritos de Hernán Cortés – mas sim em captar o ambiente humano, utilizando de testemunhos orais de seus companheiros de viagem e da experiência pessoal. Descreve com precisão o apoderamento de índios que serviram como intérpretes para os espanhóis, seus costumes, sua relação com os conquistadores, a nova terra, as atitudes de mesquinhez dos espanhóis pela busca do ouro e a influência da religião no processo colonizador. Diferentemente de outros cronistas da época – como Las Casas – Bernal descreve que a finalidade dos expedicionários não era os escravos, sendo obrigados pelos chefes das missões colonizadoras a escravizá-los. Outro ponto em que se difere é a questão do financiamento das expedições. Na descrição do cronista, dá-se a impressão de que essas expedições eram realizadas pelos próprios expedicionários, ocultando qualquer financiamento de sócios capitalistas. Sua narração é ampla, sendo mestre na descrição e na captação de diálogos dos viajantes. Porém, não sendo um especialista das letras, a gramática, a concordância e a grafia em seu texto não estão sempre corretos e a maneira como escreve é irregular, dificultando, muitas vezes, sua leitura e interpretação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

______DÍAZ Del Castillo, Bernal. Historia Verdadera de la conquista de la Nueva Espana. Madrid: Espasa- Calpe, 1997. 10ª Edição. ______MARÍA, Carmelo Saenz de Santa. Historia de una Historia. Madri: Consejo Superior de Investigaciones Científicas. Instituto Gonzalo Fernández de Oviedo, 1984. Edição única. ______TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2003. 3ª edição.