Esnobismo cronológico: diferenças entre revisões

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"Eu estava assistindo a uma palestra com um grupo variado mas exclusivamente universitário de umas 500 pessoas quando o palestrante, um Ph.D em Física, disse, quase que de passagem, "Lembrem-se de que há apenas 300 anos atrás acreditava-se que a terra era plana!". Considerável risada saudou esta incrível misrepresentação (ou deveria dizer, falsidade?), e a platéia murmurou entre si congratulações e satisfação por seu conhecimento superior. Depois o palestrante fêz referência à antiga crença de que o sol gira em torno da terra. Mais risadas. O físico, era visível, estava meramente oferecendo insenso no altar de alguns de nossos ídolos do século 20."
"Eu estava assistindo a uma palestra com um grupo variado mas exclusivamente universitário de umas 500 pessoas quando o palestrante, um Ph.D em Física, disse, quase que de passagem, "Lembrem-se de que há apenas 300 anos atrás acreditava-se que a terra era plana!". Considerável risada saudou esta incrível pseudorepresentação (ou deveria dizer, falsidade?), e a platéia murmurou entre si congratulações e satisfação por seu conhecimento superior. Depois o palestrante fêz referência à antiga crença de que o sol gira em torno da terra. Mais risadas. O físico, era visível, estava meramente oferecendo insenso no altar de alguns de nossos ídolos do século 20."
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Revisão das 20h53min de 1 de julho de 2012

Encontre fontes: ABW  • CAPES  • Google (N • L • A)


Esnobismo cronológico, é uma expressão criada pelos amigos C. S. Lewis e Owen Barfield. Ela descreve a falácia de se considerar o pensamento, arte ou ciência de um periodo anterior como necessariamente inferior quando comparado com o presente. Como Barfield explica, é a crença de que a "humanidade enganou-se por incontáveis gerações nos erros mais infantis em todo o tipo de assuntos cruciais, até que foi redimida por um parecer científico do último século."[1]. O assunto foi levantado entre eles quando Barfield converteu-se à Antroposofia e estava tentando persuadir Lewis (um ateu na ocasião) a também aderir àquela religião. Uma das objeções de Lewis era a de que religião era algo ultrapassado. Em seu livro "Surprised by joy"[2] ele explica porque isto era falacioso.

"Barfield nunca fêz de mim um Antroposofista, mas seus contra-ataques destruiram para sempre dois elementos de meu próprio pensamento. Em primeiro lugar ele acabou com o que eu chamo de meu "esnobismo cronológico", a aceitação sem crítica do clima intelectual comum de nossa própria era e a suposição que qualquer ideia que tenha saído de moda, é, por este motivo, desacreditada. Você precisa descobrir porquê saiu de moda. Foi refutada (e se sim, por quem, onde, e como ficou concluído) ou meramente foi desaparecendo como a moda costuma fazer? Se foi este último caso, isto não nos diz nada sobre sua verdade ou falsidade. Percebendo isto, compreende-se que nosso próprio tempo é também "um período", e certamente tem, como todos os períodos, suas próprias ilusões características. Muito provavelmente elas se encondem naquelas presuposições generalizadas que são tão intrinsícas na era que ninguém ousa atacar ou sente que é necessário defender."

Formalização

Pode-se formalizar a falácia do esnobismo cronológico da seguinte maneira:

  1. Argumenta-se A
  2. A é um argumento antigo, do tempo em que as pessoas também acreditavam em B.
  3. B é claramente falso.
  4. Portanto, A é falso.

Exemplos

O uso da palavra "medieval" para significar "atrasado" é um exemplo assim como o uso do termo "atrasado" para significar "pouco sofisticado".

G. B. Tennyson, em seu livro "Owen Barfield: Homem e significado"[3], oferece o seguinte testemunho ocular:

"Eu estava assistindo a uma palestra com um grupo variado mas exclusivamente universitário de umas 500 pessoas quando o palestrante, um Ph.D em Física, disse, quase que de passagem, "Lembrem-se de que há apenas 300 anos atrás acreditava-se que a terra era plana!". Considerável risada saudou esta incrível pseudorepresentação (ou deveria dizer, falsidade?), e a platéia murmurou entre si congratulações e satisfação por seu conhecimento superior. Depois o palestrante fêz referência à antiga crença de que o sol gira em torno da terra. Mais risadas. O físico, era visível, estava meramente oferecendo insenso no altar de alguns de nossos ídolos do século 20."

Ver também

Ligações externas

Referências

  1. "History in English Words" p. 164
  2. "Suprised by joy", C.S.Lewis, capítulo 13, pág. 207-208
  3. Owen Barfield: Man and Meaning, G. B. Tennyson

Referências