Sabellida: diferenças entre revisões

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Revisão das 15h10min de 16 de junho de 2020

Como ler uma infocaixa de taxonomiaSabellida
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Annelida
Classe: Polychaeta
Ordem: Canalipalpata
Subordem: Sabellida
Famílias
Ver texto.

Sabellida é uma subordem de animais marinhos, descrita por Levinsen em 1988, pertencente a classe dos Polychaetas e ao Filo Annelida. Conhecidos como “vermes-ventarola” ou “verme-espanador”, são organismos sedentários - e, portanto, pertencente ao clado Sedentaria - vivendo enterrados no substrato[1] , abrigados por tubos mucosos ou calcários. São de vida livre e, em sua maior parte, são anelídeos micrófagos[1] , suspensívoros e detritívoros, além de sua diversidade ser de cerca de 460 espécies[2].

São caracterizados por uma coroa radiolar, bem como a separação do corpo em região torácica e abdominal [3] e em sua maioria são encontrados isoladamente [4]; porém, podem encontrar-se em colônias, como gêneros da família Sabellariidae e Serpulidae.

Morfologia

Morfologia Externa.

Em geral, são animais de pequeno porte, com número de segmentos corporais variáveis, caracterizados por redução do prostômio (região posterior do corpo na qual localiza-se o primeiro segmento verdadeiro do corpo do animal), o qual é fundido com o peristômio, geralmente formando uma coroa tentacular, resultante da modificação dos palpos[5] - radíolos [6], além de abrigar os principais orgãos cerebrais e do sentido (processo de cefalização).  Além disso, os parapódios apresentam-se comumente reduzidos ou substituídos por pregas simples com “uncini” - ramo dotado de pequenas placas dentadas quitinosas, de pequeno tamanho[4] , com a função de ancorar o animal em tubos ou galerias.

Estão incluídos no grupo de Polychaetas sedentários com alto grau de modificações corpóreas - o mesmo que inclui a ordem Terebellida. [4] -, tendo, como exemplo, a perda do órgão bucal.[5] Além disso, como pertence a esse grupo, apresentam uma flexível cutícula externa e epiderme colunar.[5]

Tubo.

Os organismos que compõem a subordem Sabellida tem, como característica geral, a presença de um tubo. Este pode apresentar diversas conformações físicas e constituições, como muco e calcário. No geral, tubos mais simples, feitos de muco, são pouco duradouros; em oposição, tubos calcários necessitam de glândulas específicas para serem formados e apresentam maior resistência e durabilidade[4].

Tubo calcário de Ditrupa arietina, pertencente a família Serpulidae.

Como exemplo da diversidade, temos que a família Sabelariidae possuem orgãos que ajudam no manuseio de grãos de areia para a formação de tubos por sedimentos. Além disso, há um opérculo organizado por cerdas especializadas, as quais fecham a câmara do tubo em situações de perigo. Já em Sabellidae, os componentes do gênero Hypsicomus possuem tubos de parede espessa e translúcida, enquanto em Serpullidae, há a presença de glândulas para a produção de tubos mucosos. Por fim, a família Oweniidae geralmente possuem tubos livres, os quais são formados por grãos de areia, fragmentos de concha ou espículas de esponjas.[4]

Uncini.

Os uncini são estruturas quitinosas, em forma de pequenas placas dentadas, com a função de ancorar o animal no interior dos tubos e galerias[4]. Essas estruturas são organizadas lado a lado em uma única linha e dispostos transversalmente, ambas as características em relação ao eixo longo do corpo. As bordas dentadas dos uncini são direcionadas anteriormente, para a realização da fixação do animal.[3]

Apesar de ser uma característica geral, algumas espécies de Protula podem apresentar ausência dessa estrutura.[3]

Coroa Radiolar de Anamobaea orstedii, pertencente a família Sabellidae.

Coroa Radiolar.

O seguimento da coroa radiolar é caracterizado por tentáculos ciliados, os quais são cerdas notopodiais, que não apresentam uncini - acredita-se que os uncini sejam perdidos secundariamente na região do colarinho. O número de radíolos pode variar de dois pares a centenas deles. Além disso, é ligada as partes basais por uma membrana interradiolar[3].

Os olhos são fotorreceptores encontrados por todo o corpo, mas principalmente nos radíolos.[5]

Morfologia interna

Possuem um par de nefrídeos excretores anteriores com um único poro, sendo o caráter taxonômico que o colocava como grupo irmão de “Pogonophora[7]. Além disso, apresentam inversão do canal fecal [8].

Por serem animais aquáticos, apresentam brânquias como forma de realização de trocas gasosas.[4]

Diversidade

A subordem Sabellida apresenta como maior parte das formas de vida seres bentônicos, cujo habitat é limitado pela linha de maré alta.

Em casos como os de Sabellariidae do gênero Phragmatopoma, há uma ocupação abundante dos níveis de maré média, organizando-se em colônias que abrigam uma grande diversidade de animais - sendo a principal família e gênero formador dos recifes de areia no Brasil. Neste nível, também é comum colônias da família Sabellidae, cuja formação se assemelha a franjas sob pedras submersas, e que também se encontram em abundância em locais de águas calmas e que estejam ricos em partículas orgânicas.

Além disso, a família Sabellariidae também apresenta organismos que não se enquadram no modo de vida sedentário. Já os Branchiommas (família Sabellidae) e Hydroides (Família Serpulidae) possuem hábito de vida incrustante, localizados, por exemplo, sob madeiras de casco de navios ou pilares de pontes.

A maioria dos constituintes da subordem Sabellida são animais filtradores, e, por conta disso, apresentam eficientes estruturas relacionadas a essa hábito de vida e que ajudam a caracterizar o grupo, como os penachos branquiais, os quais são equipados com cílios e que, por meio da movimentação da água, capturam as partículas em suspensão e as encaminham até a boca.[4]

Taxonomia e Filogenia

De acordo com a Filogenia realizada por Rouse e Fauchald, em 1997, por meio da técnica cladística, Sabellida é uma subordem inserida, primeiramente, na classe Polycheata ( do grego: Poly - muitos; Cheata -  cerdas). Em seguida, é classificada sob a subclasse Palpata - a qual define-se por animais com a presença de palpos (peças bucais com função sensorial) e que inclui as ordens Canalipalpata e Aciculata.

A ordem Aciculata, por definição, é aquela em que se encontram animais cuja a sinapomorfia é a presença de acícula, enquanto a ordem Canalipalpata - a qual não é fortemente suportada - é a que agrupa animais com “palpos estriados” (“grooved palps”)[7], agregando, portanto, as subordens Sabellida, Terebellida e Spionida.

Por fim, Sabellida é uma subordem a qual possui cinco famílias principais, de acordo com a filogenia mais aceita e descrita por Rouse e Fauchald em 1997; no qual Oweniidae é grupo irmão de Serpullidae, Sabellidae, Sabellariidae e Siboglinidae (a.k.a Pogonophora).

Sabellida 
Filogenia de Sabellida.

Oweniidae

Siboglinidae

Sabellariidae

Sabellidae

Serpulidae

Cladograma baseado em Rouse e Fauchald (1997).

Referências

  1. a b Purschke, Günter; Bleidorn, Christoph; Struck, Torsten (2014). «Systematics, evolution and phylogeny of Annelida – a morphological perspective». Memoirs of Museum Victoria. 71: 247–269. doi:10.24199/j.mmv.2014.71.19 
  2. Brusca, Richard C; et al. (2016). Invertebrates. [S.l.]: Sinauer Associates 
  3. a b c d Ten Hove, H. A; Kupriyanova, H. K. (2009). Taxonomy of Serpulidae (Annelida, Polychaeta). Auckland, New Zealand: Magnolia Press 
  4. a b c d e f g h Amaral, A. Cecília Z., and Edmundo F. Nonato. (1996). Annelida Polychaeta: características, glossário e Chaves Para famílias e gêneros Da Costa Brasileira. [S.l.]: Editora Da Unicamp 
  5. a b c d Beesley, P.L; Ross, G.J.B; Glasby, C.J. (2000). Polychaetes & Allies. [S.l.]: Australian Biological Resources Study/CSIRO Publishing 
  6. Fauchald, Kristian (1977). The Polychaete Worms: Definitions and Keys to the Orders, Families and Genera. [S.l.]: atural History Museum of Los Angeles County 
  7. a b Rouse, G. W.; Fauchald, K. (1997). «Cladistics and polychaetes». Zoologica Scripta (em inglês). 26 (2): 139–204. ISSN 0300-3256. doi:10.1111/j.1463-6409.1997.tb00412.x 
  8. Randel, Nadine; Bick, Andreas (2012). «Development, morphology and ultrastructure of the branchial crown of Fabricia stellaris (Müller, 1774) (Polychaeta: Sabellida: Fabriciinae): Brachial crown of Fabricia stellaris». Acta Zoologica (em inglês). 93 (4): 409–421. doi:10.1111/j.1463-6395.2011.00515.x 

Ligações externas

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