Divisão naval

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Divisão 48 da 1ª Flotilha de Escolta da Força Marítima de Autodefesa do Japão, composta por quatro contratorpedeiros da classe Murasame - 2000.
Divisão de Couraçados 2 da Marinha dos EUA, composta pelos quatro couraçados da classe Iowa - 1954.

Uma divisão naval, divisão de esquadra ou, simplesmente divisão é uma força naval composta por dois ou mais navios de guerra, sob o comando de um oficial superior ou de um oficial general. Cada divisão é, normalmente, composta por navios do mesmo tipo e constitui parte de uma esquadra.

História[editar | editar código-fonte]

Na organização tradicional das marinhas, durante a época da navegação à vela, cada frota estava dividida em esquadras que, por sua, vez, se subdividiam em divisões. Cada divisão era constituída por dois ou mais navios de linha, sendo comandada pelo comandante de um deles, sendo escolhido, normalmente, o mais antigo. Algumas marinhas criaram um posto intermediário entre o de oficial superior e o de oficial general - equivalente ao de brigadeiro das tropas terrestres - para ser atribuído aos capitães de mar e guerra que exercessem o comando de divisões, paralelamente ao comando do próprio navio. Esse posto era chamado, em algumas marinhas "chefe de divisão", sendo chamado, na Marinha Portuguesa, "coronel do Mar" até 1789.

No século XIX, a designação "divisão" passou a ser o termo genérico aplicado, por muitas marinhas, a forças navais comandadas por oficiais superiores, sendo as designações "frota" e "esquadra" reservados apenas a forças comandadas por oficiais generais. Estas divisões eram, frequentemente, forças independentes e já não divisões de esquadras maiores. As divisões independentes eram, frequentemente organizadas, como forças provisórias organizadas para o cumprimento de uma determinada missão, de um modo semelhante aos modernos grupos-tarefa. Nalgumas marinhas, os capitães de mar e guerra incumbidos do comando de uma divisão, eram designados "comodoro" enquanto durasse esse comando. Mais tarde, comodoro tornou-se um posto permanente em algumas marinhas.

Durante a Primeira Guerra Mundial as frotas britânica e alemã que se enfrentaram na Batalha da Jutlândia tinham, ambas, uma organização semelhante em que as esquadras de couraçados estavam divididas em duas divisões, cada qual com quatro navios. A primeira divisão de cada esquadra era comandada por um vice-almirante (que também comandava a própria esquadra) e a segunda era comandada por um contra-almirante. As divisões de couraçados eram, aparentemente, equiparadas às esquadras de cruzadores e de cruzadores de batalha - também compostas por quatro navios e comandadas por um contra-almirante - que não estavam divididas em divisões.

Depois da Primeira Guerra Mundial, passaram também a existir divisões nas forças de cruzadores e de contratorpedeiros de algumas marinhas. Normalmente a divisão era composta por quatro navios, independentemente do seu tipo. O comando da divisão era exercido por um oficial cuja patente variava conforme o tipo de navios da mesma - uma divisão de contratorpedeiros poderia ser comandada por um capitão de fragata, mas uma divisão de cruzadores ou couraçados seria comandada por um contra-almirante.

Na Segunda Guerra Mundial, a organização tradicional naval, em esquadras e divisões, deu lugar a uma organização operacional com base em forças-tarefa e grupos-tarefa constituídos para a execução de missões específicas. O grupo-tarefa, normalmente, comandado por um oficial superior, corresponde, genericamente às antigas divisões navais. A divisão foi mantida em algumas marinhas apenas como unidade administrativa.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  • António Gregório de Freitas, Novo Diccionário da Marinha de Guerra e Mercante, Lisboa, 1855
  • Maurício da Costa Campos, Vocabulário Marujo, Rio de Janeiro, 1823
  • Chevalier Du Pavillon, Tactique Navale, 1778.
  • Bigot de Morogues, Tactique Navale, 1763.
  • RP Paul Hoste, L'Art des Armées Navales, 1727.