Estação Arquelógica do Monte de São Martinho

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A Estação Arqueológica do Monte de São Martinho ou Castro do Monte de São Martinho é um povoado fortificado que apresenta planta irregular do qual subsistem alguns muros estruturais em alvenaria.[1][2]

Localiza-se numa elevação quartzítica com cerca de 400 m de altitude a sudeste de Castelo Branco, sobranceira ao rio Ponsul.

Está em vias de classificação, estando homologado como Imóvel de Interesse Público desde 1989.[2]

Povoamento[editar | editar código-fonte]

Embora alguns vestígios recolhidos no local indiquem a sua ocupação ainda no Neolítico, foi, sem dúvida, do Bronze Final e da I Idade do Ferro que nos chegaram mais evidências do povoado fortificado que acabaria por ser posteriormente romanizado entre os séculos I e IV d. C. Do sistema defensivo original pouco mais resta do que alguns vestígios de muros de granito e alvenaria. No interior do povoado foi detectada a presença de algumas estruturas domésticas. As escavações realizadas no início do século XX permitiram localizar três estelas epigrafadas datadas da Idade do Bronze na zona exterior do complexo, junto à muralha. A reutilização tão duradoura deste sitio arqueológico poderá ser compreendida à luz de alguns preceitos cultuais, evidenciados, quer durante os períodos mencionados, quer em épocas muçulmana, medieval e moderna, como parecem atestar as romarias realizadas ainda hoje em torno da capela de São Martinho[3].

Espólio[editar | editar código-fonte]

Os achados arqueológicos (machados de pedra polida; duas estelas gravadas e cerâmica de engobe brunida da época do bronze; moedas, fíbulas, aras, fragmentos cerâmicos e de vidro da época romana; moeda da época muçulmana) encontra-se no Museu Francisco Tavares Proença Júnior e no Museu Nacional de Arqueologia[4].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cattaleucos e Pyrgileucos

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Júnior, Francisco Tavares Proença; Antiguidades I, Coimbra, 1903
  • Júnior, Francisco Tavares Proença; Archeologia do distrito de Castelo Branco. Uma contribuição para o seu estudo, Leiria, 1910
  • Almeida, João de; Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1948
  • Alarcão, Jorge de; Populi, Castella e Gentilitates. Revista de Guimarães. Volume Especial, I, Guimarães, Casa de Sarmento, 1999
  • Alarcão, Jorge de; A organização social dos povos do Noroeste e Norte da Península Ibérica nas épocaspré-romana e romana, ed. Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra. 2003
  • Sociedade dos Amigos do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior; II Congresso Internacional de Arqueologia, ed, Câmara Municipal e Castelo Branco, Castelo Branco, 2016

Referências

  1. Segundo a tradição albicastrense, pode ter sido a antiga Pyrgileuci (em grego, ou Turres Albae em latim) ou Cattaleucos (em grego ou Ad Lucentum, em latim). ACINIPO; Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes
  2. a b Ficha na base de dados SIPA
  3. Garcia, José Manuel; Epigrafia do Monte de São Martinho, Castelo Branco, 1982
  4. Leite, Manuel e Garcia, José Manuel; Inscrições romanas do Norte de São Martinho - Castelo Branco, Cadernos de Epigrafia, Castelo Branco, 1982

Ligações externas[editar | editar código-fonte]