Ferreiró (Vila do Conde)

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Portugal Ferreiró 
  Freguesia portuguesa extinta  
Localização
Ferreiró está localizado em: Portugal Continental
Ferreiró
Localização de Ferreiró em
Mapa
Mapa de Ferreiró
Coordenadas 41° 20' 58" N 8° 37' 22" O
Município primitivo Vila do Conde
Município (s) atual (is) Vila do Conde
Freguesia (s) atual (is) Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada
História
Extinção 28 de janeiro de 2013 (11 anos)
Características geográficas
Área total 4,92 km²
População total (2011) 690 hab.
Densidade 140,2 hab./km²
Outras informações
Orago Santa Marinha
Sítio https://uf-bagunte-ferreiro-outeiro-parada.pt/

Ferreiró foi uma freguesia portuguesa do município de Vila do Conde, com 4,92 km² de área (2012)[1] e 690 habitantes (2011)[2] e com densidade populacional de 140,2 hab/km².

População[editar | editar código-fonte]

População da freguesia de Ferreiró [3]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
203 237 265 285 314 316 284 362 378 412 499 550 651 660 690
Distribuição da População por Grupos Etários
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 150 101 329 80 22,7% 15,3% 49,8% 12,1%
2011 146 88 368 88 21,2% 12,8% 53,3% 12,8%

Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4%

Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0%

Geografia[editar | editar código-fonte]

Confronta rio Ave, pelo sul, com Fradelos (Vila Nova de Famalicão), pelo nascente, com Parada, pelo norte, e com Bagunte, pelo poente.

História[editar | editar código-fonte]

Ocorre já no Censual do Bispo D. Pedro (cerca de 1090), sob a designação de Ferreirola; pagava então dois quarteiros, certamente pela sua reduzida população; sob as formas de Ferreiroa e Ferreirolas, ocorre nos documentos do Mosteiro de S. Simão da Junqueira dos séculos XII e XIII.

Nas Inquirições de D. Afonso II, juram sete homens, além do abade, e não havia mais, excepto dois que estavam doentes. Regista-se então que fizera aí uma aquisição um senhor de Cavaleiros (do Outeiro Maior), de nome Soeiro Fafes. Senhores de Cavaleiros serão de novo mencionados nas "Memórias Paroquiais de 1758" sobre a freguesia.

Nas Inquirições de D. Afonso III, assinala-se lá a rapina de Martinho Lourenço da Cunha e afirma-se que Ferreiroo é honra de Martinho Pacheca.

Domingos da Soledade Silos, em 1845, informa que a igreja “está segura e decente”, que, além do pároco, existem mais dois sacerdotes na freguesia e que a sua população é reduzida, chegando a propor a sua anexação a Parada.

Ferreiró tem registos paroquiais muito antigos: os de óbito começam em 1599, os de casamento em 1600 e os de baptismo em 1601. Possui também alguns róis de crismados.

O nome mais ilustre da história da terra é o de Joaquim Fonseca da Cruz (1852-1898), que foi Visconde de S. Marinha da Trindade. Depois de passar pelo Brasil e Angola, voltou rico à terra natal, para cujo progresso muito contribuiu (escola de Conde de Ferreira e Igreja da Santíssima Trindade).

Na história de Ferreiró também se assinala o contributo de Ricardo Severo - arqueólogo da Citânia de Bagunte - e Fonseca Cardoso, autores dum trabalho intitulado “O ossuário da freguesia de Ferreiró”, saído na Portugália.

A antiga igreja paroquial merece a maior atenção, pois, ao longo dos séculos, poucos acrescentos terá sofrido relativamente ao edifício original medieval. Curioso o humilde torreão da sineira. Ricardo Severo e Fonseca Cardoso descrevem-na assim por volta de 1900: "O seu aspecto é dos mais primitivos e singelos, sem torre nem galilé ou alpendre; não obstante, o pequeno âmbito deste pobre templo chegou de sobra para abrigar os fregueses durante as cerimónias de culto, e para necrotério dos antepassados". É antiga e de boa qualidade a imagem da padroeira que nela se venera.

A festa mais concorrida de Ferreiró é celebrada em honra da Santíssima Trindade.

Durante séculos, foi próspera a indústria de moagem nas margens do Ave.

Os autores já citados dão conta do tradicional isolamento da freguesia nestes termos: "Encravada nesta parte mais escusa do Ave, em um cotovelo do rio, distante de vau ou estrada de grande trânsito, esta aldeia permaneceu sempre alheia à vida das restantes povoações, pobre de aspectos e pobre de torrão". Hoje, porém, Ferreiró tem bom acesso e o seu centro, o Largo da Trindade, é um espaço muito agradável.

Fez parte do concelho de Vila Nova de Famalicão até 1836, data em que passou para o concelho de Vila do Conde.[4]

Foi uma freguesia extinta (agregada) em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada às freguesias de Bagunte, Outeiro Maior e Parada, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada com sede em Bagunte.[5]

Encostado ao rio ave tem um Parque de Campismo, denominado Parque de Campismo do Ave. [2].

Com o objectivo de preservar a tradição, Henrique Costa iniciou uma actividade de recriação da cozedura tradicional de pão. Podendo-se observar a moagem, a confeção e a cozedura a forno de lenha. Tendo o maior cuidado na recriação história tão vivenciada na freguesia em tempos idos.

Património[editar | editar código-fonte]

  • Castro de Santa Marinha de Ferreiró
  • Azenhas do Ave


Referências

  1. «Áreas das freguesias, municípios e distritos da CAOP2012». Separador Areas_Freguesias_CAOP2012. Instituto Geográfico Português. 2012. Consultado em 5 de Abril de 2014. Cópia arquivada em 9 de novembro de 2013 
  2. «População residente, segundo a dimensão dos lugares, população isolada, embarcada, corpo diplomático e sexo, por idade (ano a ano)». Informação no separador "Q601_Norte". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 5 de Abril de 2014. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2013 
  3. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  4. C.M.Vila do Conde, [1], Vila do Conde, 19 de Maio de 2015
  5. «Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias)» (pdf). Diário da República eletrónico. Consultado em 5 de Abril de 2014. Cópia arquivada (PDF) em 6 de janeiro de 2014