Mostrar código-fonte de Forte de Nossa Senhora de Monte Serrat

{{Info/Fortificação-BR
|nome           = Forte de Nossa Senhora de Monte Serrat
|imagem         = MonteSerrateFortress-Salvador-CCBY.jpg
|legenda        = Forte de Nossa Senhora de Monte Serrat, Salvador, Brasil.
|construído_por = [[Pedro II de Portugal]]
|construído_em  = 1654-[[1742]]
|estilo         = [[Baluarte|Abaluartado]]
|estado         = Bom
|visitável      = {{Sim}}
|loc_x          = 224
|loc_y          = 120
|designações    = {{Info/Lista de designações
  |embed=sim
  |designação1 = IPHAN
  |designação1_nomeoficial = Fortaleza do Monte Serrat
  |designação1_classificação = Edificação
  |designação1_processo = 0551-T-56
  |designação1_tombo = Histórico
  |designação1_registro = [http://portal.iphan.gov.br/ans.net/tema_consulta.asp?Linha=Linha_busca.gif&Cod=1111 319]
  |designação1_data = [[9 de janeiro]] de [[1957]]
  }}
}}
[[Ficheiro:JACaldas-MontSerratFort.jpg|thumb|276px|Perfil e planta do Forte de Monte Serrat ([[José Antônio Caldas]], 1759).]]
[[Ficheiro:Placa comemorativa Entrada do Forte de Monte Serrat SalvadorBA.jpg|thumb|276px|Placa comemorativa (IGHB, 1938).]]

O '''Forte de Nossa Senhora de Monte Serrat''' localiza-se em posição dominante na ponta de Monte Serrat, à época do [[Brasil Colônia]] no limite norte da cidade de [[Salvador (Bahia)|Salvador]], atual rua da Boa Viagem, no litoral do estado da [[Bahia]], no [[Brasil]].

== História ==
=== Antecedentes ===
{{Artigo principal|[[Fortim de São Filipe]]}}

=== O atual forte ===
O Governador-geral [[João de Lencastre]] (1694-1702), fez reedificar o primitivo fortim, em [[alvenaria]] de pedra e cal, com [[Planta (geometria descritiva)|planta]] do Engenheiro [[Florença|florentino]] [[Baccio da Filicaia]].<ref name="Não_nomeado-xrwo-1">GARRIDO, 1940:94.</ref> Os trabalhos só foram concluídos, entretanto, em [[1742]], sob o governo do Vice-rei D. [[André de Melo e Castro]] (1735-1749).

De acordo com iconografia de [[José António Caldas]] (''Planta e prospeto do forte de N. Srª de Monserrate.'' in: ''Cartas topográficas contem as plantas e prospectos das fortalezas que defendem a cidade da Bahia de Todos os Santos e seu recôncavo por mar e terra'', c. [[1764]]. [[Arquivo Histórico Ultramarino]], [[Lisboa]]), a sua estrutura apresentava planta no formato de um polígono hexagonal irregular, com [[parapeito]]s à barbeta e, nos vértices, [[guarita]]s circulares recobertas por [[cúpula]]s. No [[terrapleno]], pelo lado do portão de acesso, observa-se uma edificação de dois pavimentos, abrigando as dependências de serviço (''Casa de Comando'', ''Quartel da Tropa'', ''Casa da Palamenta'', e outras), e a [[cisterna]]. Originalmente o seu acesso se dava por uma [[ponte levadiça]] entre a [[rampa]] e o terrapleno, e o Corpo da Guarda tinha, no pavimento térreo, dois quartéis flanqueando a entrada.

Também se encontra representado em uma iconografia de [[Carlos Julião]], sob o nome de ''1. Monserrate'' (''Elevaçam e fasada que mostra em prospeto pela marinha, a cidade de Salvador, Bahia de todos os Santos, 1779.'' [[Gabinete de Estudos Arqueológicos de Engenharia Militar]], Lisboa), ilustrada com os desenhos de trajes típicos femininos.

=== O século XIX ===
SOUZA (1885), reporta que em [[1809]] estava [[artilharia|artilhado]] com nove peças.<ref name="Não_nomeado-xrwo-2">Op. cit., p.&nbsp;95.</ref> Acredita-se que esse autor tenha se baseado no "''Parecer sobre a fortificação da Capital''", do Brigadeiro [[José Gonçalves Leão]], presidente da Junta encarregada pelo Governador da Bahia, naquele ano, de propor as obras necessárias para a defesa da península e do recôncavo.<ref>ACCIOLI. ''Memórias Históricas da Bahia. Vol. VI.'' p.&nbsp;179 e segs.</ref> BARRETTO (1958) discrimina essa artilharia como sendo oito peças de calibre 18 libras e uma de 12.<ref name="Não_nomeado-xrwo-3">Op. cit., p.&nbsp;177.</ref>

Durante a [[Sabinada]] (1837-1838), foi ocupado pelos revoltosos, que empregaram, para esse fim, o [[paquete Brasília]], que fizeram artilhar com duas peças. Em resposta, a [[Marinha do Brasil|Marinha Imperial]] enviou uma força de sessenta [[Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil|fuzileiros navais]], em quatro lanchas da [[fragata Imperial Marinheiro]], que tentaram desembarcar na [[praia de Boa Viagem]], a [[13 de março]] de [[1838]], sendo repelidos por intenso fogo de [[artilharia]] e de [[fuzil|fuzis]]. No dia seguinte, o forte sofreu um bloqueio naval pela própria Imperial Marinheiro, pela [[corveta Regeneração]] e pelo [[brigue Três de Maio]]. Ao mesmo tempo, por terra, um destacamento do [[Exército Brasileiro]] completou o cerco da posição, que, sob o fogo cruzado legalista, se entregou.

Foi visitado em [[1859]] pelo Imperador [[Pedro II do Brasil]] (1840-1889), que registrou em seu diário de viagem:

:"''28 de Outubro - (...) Daí [do Lazareto] fui ao forte de Monserrate que jaz abandonado, tendo se picado a inscrição que existia sobre o portão. Tem bela vista e o Przewodowski, que mora perto, disse que ninguém morreu ainda aí de [[febre amarela]] ou de [[cólera]]."<ref>PEDRO II, 2003:161.</ref>

No contexto da [[Questão Christie]] (1862-1865), o "''Relatório do Estado das Fortalezas da Bahia''" ao Presidente da Província, datado de [[3 de agosto]] de [[1863]], dá-o como reparado, citando:

:"''(...) Sua configuração é a dum hexágono com o desenvolvimento de 485 [[palmo]]s, à barbeta e montando atualmente seis peças de calibre 18.''

:''Está bem conservada, limpa e tem as acomodações precisas para o material e pessoal.''

:''Deve-se pois considerar este Forte em estado de prestar os serviços que lhe são próprios; sendo somente de notar que não esteja armado com artilharia de maior calibre, como convém à sua posição e distância relativa aos outros fortes.''"<ref>ROHAN, 1896:51, 60-61.</ref>

SOUZA (1885) computa-lhe três peças, desmontadas, com os parapeitos das muralhas em bom estado, à época (1885).<ref name="Não_nomeado-xrwo-2"/>

=== Do século XX aos nossos dias ===
O forte sofreu reparos em [[1883]] e, à época da [[Primeira Guerra Mundial]], em [[1915]], bem como trabalhos de restauração pelo Ministério da Guerra em [[1926]], executados por solicitação do então governador do Estado da Bahia, [[Francisco Marques de Góis Calmon]] (1924-1928), que lhe preservaram as características originais.<ref name="Não_nomeado-xrwo-1"/>

O sítio histórico de Monte Serrat / Boa Viagem (igreja e forte) encontra-se tombado pelo [[IPHAN|Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]] desde [[1957]]. De acordo com BARRETTO (1958), as instalações do forte eram ocupadas, à época, pelo SRMB da 6ª Região Militar.<ref name="Não_nomeado-xrwo-3"/> Na [[década de 1980]] sediou a Seção Bahia da [[Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão]].<ref>SOUZA, 1983:169.</ref>

Administrado pela 6ª Região Militar do [[Exército brasileiro]] e restaurado, desde [[1993]] abriga o ''Museu da Armaria'', expondo ao público diversas armas de fogo, inclusive canhões. A sua guarnição apresenta-se trajada com o uniforme histórico do [[1º Regimento de Infantaria da Bahia]], dentro do projeto de revitalização das Fortalezas Históricas de Salvador, da Secretaria de Cultura e Turismo em parceria com o Exército.

== Curiosidades ==
Uma placa comemorativa, do lado esquerdo do Portão de Armas, recorda aos visitantes:

:"''Aos [[17 de julho]] de [[1624]] foi morto neste sítio o general holandês [[Johan van Dorth|João van Dorth]]. [[Instituto Geográfico e Histórico da Bahia|IGHB]], [[1938]]''"

Para os aficcionados da [[telecartofilia]], a sua fachada e acesso ilustram um [[cartão telefônico]] da série ''Fortes de Salvador'', emitida pela [[Telebahia]] em junho de [[1998]].

{{Referências}}

== Bibliografia ==
* BARRETO, Aníbal (Cel.). ''Fortificações no Brasil (Resumo Histórico).'' Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
* GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. ''Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil.'' Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
* OLIVEIRA, Mário Mendonça de. ''As Fortificações Portuguesas de Salvador quando Cabeça do Brasil.'' Salvador: Omar G., 2004. 264 p. il.
* [[Pedro II do Brasil|PEDRO II, Imperador do Brasil]]. ''Viagens pelo Brasil: Bahia, Sergipe, Alagoas, 1859-1860 (2ª ed.).'' Rio de Janeiro: Bom Texto; Letras e Expressões, 2003. 340 p. il.
* [[Henrique Pedro Carlos de Beaurepaire-Rohan|ROHAN, Henrique de Beaurepaire]]. Relatorio do Estado das Fortalezas da Bahia, pelo Coronel de Engenheiros Henrique de Beaurepaire Rohan, ao Presidente da Província da Bahia, Cons. Antonio Coelho de Sá e Albuquerque, em 3 ago. 1863. ''RIGHB.'' Bahia: Vol. III, nr. 7, mar/1896. p.&nbsp;51-63.
* [[Augusto Fausto de Sousa|SOUSA, Augusto Fausto de]]. Fortificações no Brazil. ''RIHGB''. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p.&nbsp;5-140.
* [http://www.funceb.org.br/images/revista/15_5k3o.pdf TEIXEIRA, Paulo Roberto Rodrigues. "Forte Monte Serrat".] in ''Revista DaCultura'', ano IV, nº 6, junho de 2004, p. 49-56.

== Ver também ==
* [[Lista de fortificações do Brasil#Bahia|Lista de fortificações na Bahia]]

== Ligações externas ==
{{Commonscat|Forte de Nossa Senhora de Monte Serrat}}
* {{Link||2=http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaInicial.do |3=Iphan}}
* {{Link||2=http://fortalezasmultimidia.com.br/fortalezas/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=71 |3=Forte de Nossa Senhora de Monte Serrat in: Fortalezas.org}}
* {{Link||2=http://www.funceb.org.br/galeria.asp?materia=7 |3=Forte Mont Serrat in: Galeria (FunCEB)}}

{{portal3|História|Militar|Bahia|Brasil}}
{{Fortalezas do Império Português}}
{{controlo de autoria}}

{{DEFAULTSORT:Forte Nossa Senhora Monte Serrat}}
[[Categoria:Fortificações de Salvador|Nossa Senhora Monte Serrat]]
[[Categoria:Fundações no Brasil em 1742]]
[[Categoria:Patrimônio tombadopelo IPHAN em Salvador]]
[[Categoria:Patrimônio histórico da Bahia]]