Mostrar código-fonte de Franjo Tuđman

{{Info/Político
|imagem                = Franjo Tudjman 1995.jpg
|legenda               = Tuđman em 1995
|nome                  = Franjo Tuđman
|título1               = 1º [[Presidente da Croácia]]
|mandato1              = [[22 de dezembro]] de [[1990]]–[[10 de dezembro]] de [[1999]]
|vice1                 = {{plainlist|
*[[Josip Manolić]] 
*[[Franjo Gregurić]] 
*[[Hrvoje Šarinić]] 
*[[Nikica Valentić]] 
*[[Zlatko Mateša]]}}
|vice-título1          = Primeiro-ministro
|antecessor            = ''Ele mesmo'' <small>(como [[Presidente da Croácia|Presidente da Presidência da República da Croácia]])</small>
|sucessor              = [[Vlatko Pavletić]] <small>(interino)</small><br>[[Zlatko Tomčić]] <small>(interino)</small><br>[[Stjepan Mesić]]
|título2               = [[Presidente da Croácia|Presidente da Presidência da República da Croácia]]
|mandato2              = [[25 de julho]] de [[1990]]–[[22 de dezembro]] de [[1990]]
|vice_título2          = Primeiro-ministro<br><br>Vice
|vice2                 = [[Stjepan Mesić]]<br>[[Josip Manolić]]<br><br>[[Josip Manolić]]
|antes2                = ''Ele mesmo'' <small>(como [[Presidente da Croácia|Presidente da Presidência da República Socialista da Croácia]])</small>
|depois2               = ''Ele mesmo'' <small>(como [[Presidente da Croácia]])</small>
|título3               = [[Presidente da Croácia|Presidente da Presidência da República Socialista da Croácia]]
|mandato3              = [[30 de maio]] de [[1990]]–[[25 de julho]] de [[1990]]
|vice3                 = [[Stjepan Mesić]] <small>(como [[Primeiro-ministro da Croácia|Presidente do Conselho Executivo da República Socialista da Croácia]])</small><br>[[Josip Manolić]]
|vice_título3          = Primeiro-ministro<br><br>Vice
|antes3                = [[Ivo Latin]]
|depois3               = ''Ele mesmo'' <small>(como [[Presidente da Croácia|Presidente da Presidência da República da Croácia]])</small>
|título4               = [[União Democrática Croata|Presidente da União Democrática Croata]]
|mandato4              = [[17 de junho]] de [[1989]]–[[10 de dezembro]] de [[1999]]
|antes4                = ''Cargo estabelecido''
|depois4               = [[Vladimir Šeks]] <small>(interino)</small><br>[[Ivo Sanader]]
|data_nascimento       = [[14 de maio]] de [[1922]]
|data_morte            = [[10 de dezembro]] de [[1999]] (77 anos)
|local_nascimento      = [[Veliko Trgovišće]], [[Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos]]
|local_morte           = [[Zagreb]], [[Croácia]]
|nome_mãe              = Justina Gmaz
|nome_pai              = Stjepan Tuđman
|prole                 = 3, incluindo [[Miroslav Tuđman|Miroslav]]
|alma_mater            = [[Academia Militar (Sérvia)|Academia Militar de Belgrado]]<br>[[Universidade de Zadar]]
|cônjuge               = {{casamento|[[Ankica Tuđman|Ankica Žumbar]]|1945}}
|partido               = [[Liga dos Comunistas da Croácia]] <small>(1942–1967)</small><br>[[União Democrática Croata]] <small>(1989–1999)</small>
|assinatura            = Signature of Franjo Tuđman.png
|website               = [http://tudjman.hr/ tudjman.hr]
|ocupação              = {{hlist|[[Político]]|[[historiador]]|[[militar]]}}
|alcunha               = "Francek"
|lealdade              = {{flag|Iugoslávia}} <small>(1942–1961)</small><br>{{flag|Croácia}} <small>(1995–1999)</small>
|ramo                  = {{flagicon image|Flag of Yugoslavia (1943–1946).svg}} [[Partisans Iugoslavos]] <small>(1942–1945)</small><br>[[Ficheiro:Logo of the JNA.svg|22px]] [[Exército Popular Iugoslavo]] <small>(1945–1961)</small><br>[[Ficheiro:Seal of the Armed Forces of Croatia.png|22px]] [[Forças Armadas da Croácia]] <small>(1995–1999)</small>
|anos_de_serviço       = 1942–1961<br>1995–1999
|graduação             = [[Ficheiro:Yugoslavia-Army-OF-6 (1951–2006).svg|12px]] [[Major-general]] <small>([[Exército Popular Iugoslavo]])</small><br />[[Ficheiro:Croatia-Vrhovnik.svg|12px]] ''[[#Vrhovnik|Vrhovnik]]'' <small>([[Forças Terrestres da Croácia|Exército Croata]])</small><ref name="Vrhovnik2">{{cite web|url=http://hrvatska.poslovniforum.hr/nn-arhiva/00025/025fe.asp|title=ODLUKA O OZNAKAMA ČINOVA I DUŽNOSTI U ORUŽANIM SNAGAMA REPUBLIKE HRVATSKE|access-date=15 December 2013|language=hr}}</ref><ref>{{cite web|url=http://narodne-novine.nn.hr/clanci/sluzbeni/1995_04_23_478.html|title=Rank Vrhovnik|publisher=ZASTUPNIČKI DOM SABORA REPUBLIKE HRVATSKE|access-date=15 April 2017}}</ref>
|unidade               = 10º Corpo de Zagreb
|batalhas              = [[Frente Iugoslava|Segunda Guerra Mundial na Iugoslávia]]<br>[[Guerra de Independência da Croácia]]<br>[[Guerra da Bósnia]]
*[[Guerra croata-bosníaca|Guerra Croata-Bosníaca]]
|notas_de_rodapé       = <small>Voz de Franjo Tuđman</small><br>[[Ficheiro:Franjo Tuđman voice.ogg]]<br><small>Tuđman durante o [[Comissão de Arbitragem da Conferência de Paz na Iugoslávia|Comitê de Arbitragem Badinter]]<br>Gravado em 9 de setembro de 1991</small>
}}

'''Franjo Tuđman''' <ref group="Nota">também transliterado como '''Franjo Tudjman'''.</ref><ref>{{cite news|url=https://www.theguardian.com/news/1999/dec/13/guardianobituaries.iantraynor|title=Franjo Tudjman|date=12 Dez 1999|access-date=5 Jun 2018|work=[[The Guardian]]|last1=Traynor|first1=Ian}}</ref><ref>{{cite web|url=https://www.britannica.com/biography/Franjo-Tudjman|title=Franjo Tudjman|access-date=5 Jun 2018|website=[[Encyclopedia Britannica]]}}.</ref> ([[Veliko Trgovišće]], [[14 de maio]] de [[1922]] – [[Zagreb]], [[10 de dezembro]] de [[1999]]) foi um político e historiador croata que se tornou o primeiro [[presidente da Croácia|Presidente da Croácia]], de 1990 até sua morte. Ele serviu após a [[Independência da Croácia|independência do país]] da [[República Socialista Federativa da Iugoslávia|Iugoslávia]]. Tuđman também foi o nono e último [[presidente da Presidência da República Socialista da Croácia,]] de maio a julho de 1990.

Tuđman nasceu em [[Veliko Trgovišće]]. Em sua juventude, lutou durante a [[Frente Iugoslava|Segunda Guerra Mundial]] como membro dos [[Partisans iugoslavos|Partisans Iugoslavos]]. Após a guerra, assumiu um cargo no [[Ministério da Defesa (Iugoslávia)|Ministério da Defesa]], alcançando posteriormente o posto de [[major-general]] do [[Exército Popular Iugoslavo]] em 1960. Após a carreira militar, dedicou-se ao estudo da [[geopolítica]]. Em 1963, tornou-se professor na [[Universidade de Zagreb|Faculdade de Ciências Políticas de Zagreb]]. [[Doutor em filosofia|Doutorou-se]] em história em 1965 e trabalhou como historiador até entrar em conflito com o regime. Tuđman participou do movimento [[Primavera Croata]] que pedia reformas no país e foi preso por suas atividades em 1972. Ele viveu de forma relativamente anônima nos anos seguintes até o [[Revoluções de 1989|fim do comunismo]], quando iniciou sua carreira política fundando a [[União Democrática Croata]] (HDZ) em 1989.

O HDZ venceu as primeiras eleições parlamentares croatas em 1990 e Tuđman tornou-se o Presidente da Presidência da [[República Socialista da Croácia]]. Como presidente, Tuđman introduziu uma [[Constituição da Croácia|nova constituição]] e pressionou pela criação de uma [[Croácia|Croácia independente]]. Em 19 de Maio de 1991, foi realizado um [[Referendo sobre a independência da Croácia em 1991|referendo sobre a independência]], que foi aprovado por 93 por cento dos eleitores. A Croácia declarou independência da Iugoslávia em 25 de junho de 1991. Áreas de [[Sérvios da Croácia|maioria sérvia]] [[Revolução das Toras|revoltaram-se]], apoiadas pelo Exército Iugoslavo, e Tuđman liderou a Croácia durante a [[Guerra de Independência da Croácia|sua Guerra de Independência]]. Um cessar-fogo foi assinado em 1992, mas a [[Guerra da Bósnia|guerra tinha-se espalhado pela Bósnia e Herzegovina]], onde os [[Croatas da Bósnia e Herzegovina|croatas]] lutaram numa aliança com os [[Bosníacos|bósnios]]. A sua cooperação desmoronou no final de 1992 e o governo de Tuđman aliou-se a [[República Croata da Herzeg-Bósnia|Herzeg-Bósnia]] durante a [[Guerra croata-bosníaca|Guerra Croata-Bosníaca]], um movimento que trouxe críticas da comunidade internacional. Num veredito final do julgamento por crimes de guerra de antigos altos funcionários da Herzeg-Bósnia, o [[Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia|TPIJ]] afirmou que Tuđman partilhava o objetivo da sua [[empresa criminosa conjunta]] de estabelecer uma entidade para [[Grande Croácia|reunificar o povo croata]], que seria implementada através da limpeza étnica de [[Bosníacos|muçulmanos bósnios]]. No entanto, não o considerou culpado de nenhum crime específico.

Em março de 1994, ele assinou o [[Acordo de Washington]] com o [[Presidência da Bósnia e Herzegovina|presidente da Bósnia,]] [[Alija Izetbegović|Alija Izetbegović,]] que aliou novamente croatas e bósnios. Em agosto de 1995, ele autorizou uma grande ofensiva conhecida como [[Operação Tempestade]], que efetivamente encerrou a guerra na Croácia. No mesmo ano, foi um dos signatários do [[Acordo de Dayton]] que pôs fim à [[Guerra da Bósnia]]. Foi reeleito presidente em 1992 e 1997 e permaneceu no poder até sua morte em 1999. Enquanto os apoiantes apontam o seu papel na conquista da independência croata, os críticos descreveram a sua presidência como [[Autoritarismo|autoritária]]. <ref name="Sadkovich2010">{{Citar periódico |url=https://hrcak.srce.hr/67472 |título=Forging Consensus: How Franjo Tuđman Became an Authoritarian Nationalist |periódico=Review of Croatian History |número=1 |ultimo=Sadkovich |primeiro=James J. |ano=2010 |paginas=7–13 |ref=none |volume=VI}}</ref> <ref name="The Rise of Competitive Authoritari">{{Citar periódico |título=The Rise of Competitive Authoritarianism |data=Abr 2002 |periódico=Journal of Democracy |número=2 |ultimo=Levitski |primeiro=Steven |ultimo2=Way |primeiro2=Lucan |paginas=51–65 |doi=10.1353/jod.2002.0026 |volume=13}}</ref> <ref name="Living in the past: Franjo Tudjman'">{{Citar periódico |título=Living in the past: Franjo Tudjman's Croatia |data=Mar 2000 |periódico=Journal of Democracy |número=635 |ultimo=Deago |primeiro=Hedl |paginas=104–09 |volume=99}}</ref> Pesquisas após a morte de Tuđman geralmente mostraram um alto índice de favorabilidade entre o público croata.

== Biografia ==
[[Ficheiro:Rodna_kuca_Dr-2.JPG|esquerda|miniaturadaimagem|Casa de infância de Tuđman em [[Veliko Trgovišće]]]]
Franjo Tuđman nasceu em 14 de maio de 1922 em [[Veliko Trgovišće]], uma vila na região de [[Hrvatsko Zagorje]], no norte da Croácia, na época parte do [[Reino da Iugoslávia|Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos]]. A família mudou-se para a casa marcada como sua cidade natal logo após seu nascimento. <ref>Žanić, Ivo. 2002. "South Slav Traditional Culture as a Means to Political Legitimization." In: Sanimir Resić and Barbara Törnquist-Plewa (eds.), ''The Balkans in Focus. Cultural Boundaries in Europe'', pp. 45–58. Lund: Nordic Academic Press, p. 53.</ref> <ref>Krile, A.B. "Počasti i polemike oko rodne kuće." ''Slobodna Dalmacija'' (15 May 2003).</ref> Seu pai, Stjepan, dirigia uma taverna local e era um membro politicamente ativo do [[Partido Camponês Croata]] (HSS). {{Sfn|Sadkovich|2010|p=38}} Ele foi presidente do comitê HSS em Veliko Trgovišće por 16 anos (1925–1941 e foi eleito prefeito de Veliko Trgovišće em 1936 e 1938). {{Sfn|Hudelist|2004|p=14}} Mato, Andraš e Juraj, irmãos de Stjepan Tuđman, [[Imigração nos Estados Unidos|emigraram para os Estados Unidos]]. {{Sfn|Hudelist|2004|p=12}} Outro irmão, Valentin, também tentou emigrar, mas um acidente de viagem o impediu e o manteve em Veliko Trgovišće, onde trabalhou como [[veterinário]] (sem instrução). {{Sfn|Hudelist|2004|p=12}}

Além de Franjo, Stjepan Tuđman teve uma filha mais velha, Danica Ana (que morreu ainda bebê), Ivica (nascida em 1924) e Stjepan "Štefek" (nascida em 1926). {{Sfn|Hudelist|2004|p=12}} Quando Franjo Tuđman tinha sete anos, sua mãe Justina ( née Gmaz ) morreu durante o parto de seu quinto filho. {{Sfn|Hudelist|2004|p=15}} {{Sfn|Sadkovich|2010|p=37}} A mãe de Tuđman era [[Igreja Católica na Croácia|católica]] devota, ao contrário de seu pai e sua madrasta. Seu pai, assim como [[Stjepan Radić]], tinha atitudes [[Anticlericalismo|anticlericais]] e o jovem Franjo adotou seus pontos de vista. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=38}} Quando criança, Franjo Tuđman serviu como [[coroinha]] na paróquia local. {{Sfn|Hudelist|2004|p=20}} Tuđman frequentou a escola primária em sua aldeia natal de 15 de setembro de 1929 a 30 de junho de 1933 e foi um excelente aluno. {{Sfn|Hudelist|2004|p=18}}

Frequentou a escola secundária durante oito anos, começando no outono de 1935. {{Sfn|Hudelist|2004|p=23}} As razões da interrupção não são claras, mas presume-se que a causa primária tenha sido uma crise económica naquele período. {{Sfn|Hudelist|2004|p=27}} Segundo algumas fontes, a paróquia local ajudou o jovem Franjo a continuar a sua educação {{Sfn|Hudelist|2004|p=28}} e o seu professor chegou a propor-lhe que fosse educado para se tornar padre. {{Sfn|Hudelist|2004|p=35}} Quando tinha 15 anos, seu pai o trouxe para [[Zagreb]], onde conheceu [[Vladko Maček]], o presidente do Partido Camponês Croata (HSS). {{Sfn|Sadkovich|2010|p=38}} No início jovem, Franjo gostou do HSS, mas depois voltou-se para o [[comunismo]]. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=48}} Em 5 de novembro de 1940, foi preso durante manifestações estudantis que comemoravam o aniversário da [[Revolução de Outubro|Revolução]] [[União Soviética|Soviética]] de Outubro. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=50}}

== Segunda Guerra Mundial ==
[[Ficheiro:Tuđman_partizan.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Tuđman como membro dos [[Partisans iugoslavos|Partisans Iugoslavos]]]]
[[Ficheiro:Franjo_Tuđman_i_Joža_Horvat_1945.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Tuđman (esquerda), com [[Joža Horvat]] (direita), em uniforme [[Partisans iugoslavos|partisan]], fevereiro de 1945]]
Em 10 de abril de 1941, quando [[Slavko Kvaternik]] proclamou o [[Estado Independente da Croácia]] (NDH), o [[Lista dos estados fantoches da Segunda Guerra Mundial|estado-fantoche]] da [[Alemanha Nazista]] e da [[Itália Fascista]], Tuđman deixou a escola e começou a publicar jornais secretos com seu amigo Vlado Stopar. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=50}} Ele foi recrutado pelos [[Partisans iugoslavos|Partisans Iugoslavos]] no início de 1942 por Marko Belinić. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=50}} Seu pai também se juntou aos Partisans e tornou-se fundador do [[Conselho Estatal Antifascista para a Libertação Nacional da Croácia]] (ZAVNOH). Segundo Tuđman, seu pai foi preso pelos [[Ustaše]], a organização [[Fascismo|fascista]] e [[Ultranacionalismo|ultranacionalista]] que governava o NDH, e um de seus irmãos foi levado para um campo de concentração. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=50}} Ambos conseguiram sobreviver, ao contrário do irmão mais novo, Stjepan {{Sfn|Sadkovich|2010|p=50}} que foi morto pela [[Gestapo]] {{Sfn|Hudelist|2004|p=16}} que lutava pelos Partisans em 1943.

Tuđman viajava entre Zagreb e Zagorje utilizando documentos falsos que o identificavam como membro da [[Guarda Nacional Croata]]. Lá, ele ajudou a ativar uma divisão partidária em Zagorje. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=50}} Em 11 de maio de 1942, enquanto carregava a carta de Belinić, foi preso pelos Ustaše, mas conseguiu escapar da delegacia. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=50}}

== Carreira militar ==
Franjo Tuđman e [[Ankica Tuđman|Ankica Žumbar]] casaram-se em 25 de maio de 1945 na Câmara Municipal de [[Belgrado]]. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=58}} Desta forma, queriam confirmar a sua fé no [[Liga dos Comunistas da Jugoslávia|movimento comunista]] e a importância dos rituais civis sobre os religiosos. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=58}} (Em Maio de 1945, o governo criou a lei que permitia casamentos civis, retirando os casamentos, entre outras coisas, da jurisdição da Igreja) Voltaram ao trabalho nesse mesmo dia. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=58}}

Em 26 de abril de 1946, seu pai Stjepan e sua madrasta foram encontrados mortos. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=58}} Tuđman nunca esclareceu as circunstâncias de sua morte. Segundo a [[Milícia (Iugoslávia)|polícia]], seu pai, Stjepan, matou a esposa e depois a si mesmo. Outras teorias acusam guerrilheiros remanescentes Ustaše ([[Cruzados (guerrilheiros)|Cruzados]]) e membros da polícia secreta iugoslava ([[OZNA]]). {{Sfn|Sadkovich|2010|p=58}}

Franjo e Ankica só se qualificaram como graduados do [[Ensino médio|ensino secundário]] depois da guerra, em Belgrado. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=61}} Ele se formou na Partisan High School em 1945 e ela completou cinco semestres de [[língua inglesa]] no Ministério das Relações Exteriores da Iugoslávia. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=61}}
[[Ficheiro:Franjo_Tudjman.jpg|direita|miniaturadaimagem|Tuđman como [[major-general]] do [[Exército Popular Iugoslavo]] (1960)]]
Em 1953, Tuđman foi promovido ao cargo de [[coronel]] e transferido para o cargo de chefe de gabinete do [[Chefe do Estado-Maior General (Iugoslávia)|Chefe do Estado-Maior]] do [[Ministério da Defesa (Iugoslávia)|Secretário Federal de Defesa Popular]]. Nessa posição, em 1959, tornou-se [[major-general]]. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=61}} Aos 38 anos, ele havia se tornado o mais jovem general do [[Exército Popular Iugoslavo|Exército Iugoslavo]]. A sua promoção não foi extrema, mas foi atípica para um [[Croatas|croata]] porque era cada vez mais provável que os oficiais superiores fossem [[sérvios]] e [[montenegrinos]]. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=61}} Em 1962, sérvios e montenegrinos compunham 70% dos [[General|generais]] do exército. {{Sfn|Radelić|2006|p=397}}

Em 23 de maio de 1954, tornou-se secretário do [[JSD Partizan|JSD Partizan Belgrado]] {{Sfn|Hudelist|2004|p=211}} e, em maio de 1958, seu presidente, {{Sfn|Hudelist|2004|p=211}} tornando-se o primeiro coronel a ocupar esse cargo (todos os titulares anteriores eram generais). {{Sfn|Hudelist|2004|p=211}} Foi colocado nesse cargo para resolver problemas de administração dentro do clube, principalmente da [[Fudbalski Klub Partizan|seção de futebol]]. Quando ele chegou, o JSD Partizan Belgrado era uma espécie de campo de batalha de inteligência onde os líderes da [[UDBA]] e do [[KOS (Iugoslávia)|KOS]] lutavam por influência. {{Sfn|Hudelist|2004|p=212}} Isso fez com que os clubes (apesar de terem jogadores notáveis e bons) tivessem maus resultados, principalmente a sua secção de futebol. {{Sfn|Hudelist|2004|p=213}} Durante sua presidência, o clube adotou o uniforme listrado preto e branco que é usado até hoje. Segundo Tuđman, ele queria criar um clube que tivesse uma imagem [[Iugoslavismo|pan-iugoslava]] e se opusesse ao [[SD Crvena Zvezda]], que tinha uma imagem exclusivamente [[República Socialista da Sérvia|sérvia]]. {{Sfn|Hudelist|2004|p=215}} Tuđman foi inspirado nos uniformes do [[Juventus Football Club|Juventus FC]]. No entanto, [[Stjepan Bobek]] (ex-jogador do FK Partizan) afirmou que a ideia das cores do uniforme era, na verdade, sua, que repassou a Tuđman. {{Sfn|Hudelist|2004|p=217}}

Tuđman frequentou a academia militar de Belgrado, como muitos oficiais que não tiveram educação militar formal. Graduou-se na escola tática em 18 de julho de 1957 como um excelente aluno. {{Sfn|Hudelist|2004|p=207}} Um de seus professores foi [[Dušan Bilandžić]], que seria um futuro conselheiro. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=82}} Antes de completar 40 anos, ele se tornou o general mais jovem do exército iugoslavo. Ele se destacou no atendimento à doutrinação comunista enquanto morava em Belgrado, onde seus três filhos nasceram. <ref name="guardian">[https://www.theguardian.com/news/1999/dec/13/guardianobituaries.iantraynor Obituary], theguardian.com; accessed 19 July 2015.</ref>

== Carreira acadêmica ==
Em 1963, tornou-se professor na [[Universidade de Zagreb|Faculdade de Ciências Políticas da Universidade de Zagreb]], onde ministrou um curso denominado "Revolução Socialista e História Nacional Contemporânea". <ref name="Istrapedia">{{Citar enciclopédia|url=http://istrapedia.hr/hrv/1485/tudman-franjo/istra-a-z|titulo=Tudjman, Franjo|acessodata=27 Mar 2015|enciclopédia=Istrapedia|lingua=hr}}</ref> Ele deixou o serviço militar ativo em 1961 a seu próprio pedido e começou a trabalhar no ''Institut za historiju radničkoga pokreta Hrvatske'' (Instituto de História do Movimento dos Trabalhadores da Croácia), e permaneceu como diretor até 1967. <ref name="Istrapedia" />

A crescente insistência de Tuđman em uma interpretação croata da história colocou muitos professores da Universidade de Zagreb, como [[Mirjana Gross]] e [[Ljubo Boban]], contra ele. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=83}} Em abril de 1964, Boban denunciou Tuđman como [[Nacionalismo croata|nacionalista]]. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=83}} Durante a liderança de Tuđman, o Instituto tornou-se uma fonte de interpretações alternativas da história iugoslava, o que causou seu conflito com a historiografia oficial iugoslava. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=82}} Ele não tinha um diploma acadêmico adequado para qualificá-lo como historiador. Ele começou a perceber que precisaria fazer um doutorado para manter seu cargo. Sua dissertação foi intitulada ''As Causas da Crise da Monarquia Iugoslava desde a [[Criação da Iugoslávia|Unificação em 1918]] até [[Invasão da Iugoslávia|Seu Colapso em 1941]],'' e foi uma compilação de alguns de seus trabalhos publicados anteriormente. A Faculdade de Filosofia da Universidade de Zagreb rejeitou a sua dissertação, alegando que algumas partes dela já tinham sido publicadas. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=119}} A Faculdade de Letras de Zadar (então parte da Universidade de Zagreb, hoje [[Universidade de Zadar]]) aceitou e ele se formou em 28 de dezembro de 1965. {{Sfn|Hudelist|2004|p=401}} {{Sfn|Sadkovich|2010|p=119}}

Na sua tese, ele afirmou que a principal causa do colapso do [[Reino da Iugoslávia]] foi o regime [[Repressão política na União Soviética|repressivo]] e [[Corrupção|corrupto]] que estava em desacordo com a principal historiografia jugoslava contemporânea, que considerava o nacionalismo croata como a sua causa primária. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=119}} Bogdanov e Milutinović (ambos de etnia sérvia) não se opuseram a isso. No entanto, a editora ''Naprijed'', com sede em Zagreb, cancelou o contrato após a sua recusa em alterar algumas declarações controversas do livro. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=119}} Ele apoiou publicamente os objetivos da [[Declaração sobre o Nome e o Estatuto da Língua Literária Croata]]. O [[Parlamento da Croácia|Parlamento Croata]] e a [[Liga dos Comunistas da Croácia]] de Zagreb, no entanto, atacaram-no e a diretoria do instituto solicitou a renúncia de Tuđman. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=147}}
[[Ficheiro:Franjo_Tuđman_Institutu_za_radnički_pokret.jpg|direita|miniaturadaimagem|Tuđman discursando no Instituto do Movimento dos Trabalhadores em Zagreb]]
Em dezembro de 1966, Ljubo Boban acusou Tuđman de [[plágio]], {{Sfn|Sadkovich|2010|p=126}} afirmando que Tuđman havia compilado quatro quintos de sua tese de doutorado, ''A Criação da Iugoslávia Socialista'', a partir do trabalho de Boban. Boban ofereceu provas conclusivas de sua afirmação a partir de artigos publicados anteriormente na revista ''Forum'' e o restante da própria tese de Boban. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=126}} Tuđman foi então expulso do Instituto e forçado a se aposentar em 1967. <ref name="moljac">{{Citar web|url=http://www.moljac.hr/biografije/tudjman.htm|titulo=Franjo Tuđman|acessodata=15 Maio 2013|publicado=Moljac.hr|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130508152706/http://www.moljac.hr/biografije/tudjman.htm|arquivodata=8 Maio 2013|urlmorta=dead}}</ref>

Entre 1962 e 1967, foi presidente do Comitê Principal de Relações Internacionais do Conselho Principal da Liga Croata dos Comunistas e deputado no Parlamento croata entre 1965 e 1969. <ref name="moljac2">{{Citar web|url=http://www.moljac.hr/biografije/tudjman.htm|titulo=Franjo Tuđman|acessodata=15 Maio 2013|publicado=Moljac.hr|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130508152706/http://www.moljac.hr/biografije/tudjman.htm|arquivodata=8 Maio 2013|urlmorta=dead}}</ref>

== Dissidência política ==
Além de seu livro sobre a guerra de guerrilha, Tuđman escreveu uma série de artigos criticando o [[Establishment|''establishment'']] [[Socialismo|socialista]] iugoslavo. Seu livro mais importante desse período foi ''Velike ideje i mali narodi'' ("Grandes ideias e pequenas nações"), uma monografia sobre história política que o colocou em conflito com os dogmas centrais da elite comunista iugoslava no que diz respeito à interconectividade do sistema nacional. e elementos sociais na guerra revolucionária iugoslava (durante a [[Segunda Guerra Mundial]]).

Em 1970, tornou-se membro da [[Sociedade de Escritores Croatas]]. Em 1972 foi condenado a dois anos de prisão por atividades subversivas durante a [[Primavera Croata]]. De acordo com o testemunho do próprio Tuđman, o presidente iugoslavo [[Josip Broz Tito]] interveio pessoalmente para recomendar ao tribunal que fosse leniente em seu caso, poupando-o de uma sentença de prisão mais longa. As autoridades da [[República Socialista da Croácia]] também pretendiam processar Tuđman sob a acusação de espionagem, o que acarretava uma pena de 15 a 20 anos de prisão com trabalhos forçados, mas a acusação foi comutada por Tito. Outras fontes mencionam que [[Miroslav Krleža]], um escritor, fez lobby em nome de Tuđman. <ref name="Istrapedia2">{{Citar enciclopédia|url=http://istrapedia.hr/hrv/1485/tudman-franjo/istra-a-z|titulo=Tudjman, Franjo|acessodata=27 Mar 2015|enciclopédia=Istrapedia|lingua=hr}}</ref> Segundo Tuđman, ele e Tito eram amigos íntimos. <ref>Franjo Tuđman's {{Youtube|wDlSJixGzh4|statement on YouTube}}, ''...&nbsp;s kim sam i ja bio prijatelj, i koji me na kraju spasio od progona njegovog vlastitog komunističkog režima.''" (''"...&nbsp;[Tito] was a friend who in the end saved me from the persecution of his own communist regime"'')</ref> No entanto, Tuđman descreveu mais tarde a repressão de Tito como um "[[Golpe de Estado|golpe de estado]] autocrático". {{Sfn|Sadkovich|2010|p=204}}
[[Ficheiro:Franjo_Tuđman_1971.jpg|direita|miniaturadaimagem|Tuđman em junho de 1971]]
A [[Primavera Croata]] foi um movimento nacional desencadeado por Tito e pelo presidente do partido comunista croata, [[Vladimir Bakarić|Vladimir Bakarić,]] em meio ao clima de crescente liberalismo no final dos anos 1960. Foi inicialmente um liberalismo partidário morno e ideologicamente controlado, mas logo se transformou numa manifestação de insatisfação de base nacionalista em massa com a posição da Croácia dentro da [[República Socialista Federativa da Iugoslávia|Iugoslávia]]. Como resultado, o movimento foi reprimido por Tito, que utilizou os militares e a polícia para pôr fim ao que considerava separatismo e uma ameaça à influência do partido. Bakarić rapidamente se distanciou da liderança comunista croata que ele próprio havia ajudado a ganhar o poder anteriormente e ficou do lado do presidente iugoslavo. No entanto, Tito levou em consideração as exigências dos manifestantes e em [[Constituição jugoslava de 1974|1974 a nova constituição iugoslava]] concedeu a maioria das exigências procuradas pela Primavera Croata. Em outros tópicos, como o comunismo e o monopólio político de partido único, Tuđman permaneceu principalmente dentro da estrutura da ideologia comunista da época. A sua sentença acabou por ser comutada pelo governo de Tito e Tuđman foi libertado depois de passar nove meses na prisão. 

Em 1977, viajou para a [[Suécia]] utilizando um passaporte sueco falso para se encontrar com membros da diáspora croata. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=219}} Sua viagem aparentemente passou despercebida pela polícia iugoslava. Porém, nessa viagem deu uma entrevista à TV sueca sobre a posição dos croatas na Iugoslávia que foi posteriormente transmitida. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=219}} Ao retornar à Iugoslávia, Tuđman foi levado a julgamento novamente em 1981 por causa desta entrevista, e foi acusado de ter espalhado "propaganda inimiga". Em 20 de fevereiro de 1981, foi considerado culpado e condenado a três anos de prisão e 5 anos de prisão domiciliar. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=232}} No entanto, ele cumpriu apenas onze meses da pena. <ref name="moljac3">{{Citar web|url=http://www.moljac.hr/biografije/tudjman.htm|titulo=Franjo Tuđman|acessodata=15 Maio 2013|publicado=Moljac.hr|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130508152706/http://www.moljac.hr/biografije/tudjman.htm|arquivodata=8 Maio 2013|urlmorta=dead}}</ref> Em junho de 1987, tornou-se membro do centro [[PEN (clube)|PEN]] croata. <ref name="moljac3" /> Em 6 de junho de 1987, ele viajou para o Canadá com sua esposa para conhecer canadenses croatas. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=248}} Tentavam não discutir questões delicadas com emigrantes no estrangeiro, temendo que alguns pudessem ser agentes da polícia secreta jugoslava UDBA, o que era uma prática comum na altura. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=250}}

Durante as suas viagens ao [[Canadá|Canadá,]] conheceu muitos emigrantes croatas nativos da [[Herzegovina]] ou de ascendência herzegovina. Alguns deles tornaram-se mais tarde funcionários do governo croata após a independência do país, o mais proeminente dos quais foi [[Gojko Šušak]], cujo pai e irmão mais velho tinham sido membros da Ustaše. <ref>[https://www.nytimes.com/1998/05/05/world/gojko-susak-defense-minister-of-croatia-is-dead-at-53.html "The Communist Partisans led by Tito are said to have killed his father, an Ustashe officer, three months later and burned the Susak house to the ground. An elder brother was also an Ustashe officer."], nytimes.com, 5 May 1998; accessed 20 July 2015.</ref> Estas reuniões no estrangeiro, no final da década de 1980, deram origem mais tarde a muitas [[Teoria da conspiração|teorias da conspiração]]. De acordo com estes rumores, os croatas da Herzegovina tinham de alguma forma utilizado as reuniões para ganhar uma enorme influência dentro da [[União Democrática Croata|HDZ]], bem como no establishment croata pós-independência. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=247}}

== Formação do programa nacional ==
No final da década de 1980, quando a Iugoslávia se aproximava do seu fim, dilacerada por aspirações nacionais conflitantes, Tuđman formulou um programa nacional croata que pode ser resumido da seguinte forma:

* O objetivo principal é o estabelecimento do [[Estado-nação]] croata; portanto, todas as disputas ideológicas do passado deveriam ser descartadas. Na prática, isto significou um forte apoio da diáspora croata anticomunista, especialmente financeiro.
* Embora o objetivo final de Tuđman fosse uma Croácia independente, ele estava bem ciente das realidades da política interna e externa. A sua principal proposta inicial não era uma Croácia totalmente independente, mas uma Jugoslávia confederada com crescente descentralização e democratização.
* Tuđman imaginou o futuro da Croácia como um estado capitalista de bem-estar que inevitavelmente se deslocará para a [[Europa Central]] e para longe dos [[Bálcãs]].
* No que diz respeito às questões candentes dos conflitos nacionais, a sua visão era a seguinte (pelo menos inicialmente): afirmava que o nacionalismo sérvio, controlado pelo [[Exército Popular Iugoslavo]] (JNA), poderia causar estragos em solo croata e bósnio. O JNA, segundo algumas estimativas, a quarta força militar europeia em termos de poder de fogo, estava a ser rapidamente sérvio, tanto ideologicamente como etnicamente, <ref>{{Citar periódico |url=http://www.nsf-journal.hr/issues/v1_n1/NSF-1-pdf/09DomazetMT_new.pdf |título=How Aggression Against Croatia and Bosnia-Herzegovina Was Prepared or the Transformation of the JNA into a Serbian Imperial Force |acessodata=23 Dez 2008 |periódico=National Security and the Future |número=1, Spring 2000 |ultimo=Davor Domazet-Lošo |autorlink=Davor Domazet-Lošo |paginas=107–152 |volume=1}}</ref> em menos de quatro anos. A proposta de Tuđman era que os sérvios na Croácia, que representavam 12% da população da Croácia, ganhassem liberdade cultural com elementos de autonomia territorial. 
* No que diz respeito à [[Bósnia e Herzegovina]], Tuđman era mais ambivalente: Tuđman não levava a sério uma Bósnia separada, como mostram os seus comentários a uma equipa de televisão "A Bósnia foi uma criação da invasão otomana... Até então fazia parte da Croácia, ou era um reino da Bósnia, mas um reino católico, ligado à Croácia". {{Sfn|Tanner|2001|p=242}}

Em 17 de junho de 1989, Tuđman fundou a [[União Democrática Croata]] (HDZ). Essencialmente, este foi um movimento nacionalista croata que afirmou os valores croatas baseados no [[Igreja Católica|catolicismo]] misturados com tradições históricas e culturais que tinham sido geralmente suprimidas na Iugoslávia comunista. O objetivo era conquistar a independência nacional e estabelecer um [[Estado-nação]] croata. 

== Campanha eleitoral de 1990 ==
{{Artigo principal|Eleições parlamentares croatas de 1990}}As tensões internas que desintegraram o Partido Comunista da Jugoslávia levaram os governos das repúblicas federais a agendar eleições multipartidárias livres na Primavera de 1990. Estas foram as primeiras eleições multipartidárias livres para o [[Parlamento da Croácia|Parlamento croata]] desde 1913. O HDZ realizou sua primeira convenção de 24 a 25 de fevereiro de 1990, quando Tuđman foi eleito seu presidente. A campanha eleitoral ocorreu do final de março até 20 de abril de 1990. Tuđman recrutou vários apoiantes de membros da diáspora que regressaram a casa, principalmente [[Gojko Šušak]]. {{Sfn|Tanner|2001|p=222}}

Tuđman baseou a sua campanha principalmente na questão nacional. Afirmou que o dinar ganho na Croácia deveria permanecer na Croácia, opondo-se assim aos subsídios para partes menos desenvolvidas da Jugoslávia, ou para o exército jugoslavo. {{Sfn|Tanner|2001|p=223}} Abordou a crise económica, apelou à renovação de uma economia de mercado e de uma democracia parlamentar e manifestou o seu apoio à adesão à Comunidade Europeia. Ele sustentou que a Iugoslávia só poderia sobreviver como uma confederação. {{Sfn|Sadkovich|2008|p=180}} Embora Tuđman tivesse ligações com a diáspora anticomunista de direita, ele também tinha colegas importantes do establishment comunista partidário, incluindo [[Josip Boljkovac]] e [[Josip Manolić]]. {{Sfn|Tanner|2001|p=223}} Seu principal oponente nas eleições foi [[Ivica Račan|Ivica Račan,]] da [[Liga dos Comunistas da Croácia]] (SKH), que se tornou presidente da SKH em dezembro de 1989. {{Sfn|Tanner|2001|p=221}}

O discurso de Tuđman sobre as glórias passadas e a independência da Croácia não foi bem recebido entre os sérvios croatas. O HDZ foi fortemente criticado pela mídia sérvia, retratando a sua possível vitória como um renascimento do [[Estado Independente da Croácia|NDH]]. {{Sfn|Tanner|2001|p=224}} [[Veljko Kadijević]], general do JNA, disse na reunião do exército e das lideranças do SR Croácia que as eleições levarão os Ustashe ao poder na Croácia. Poucas semanas antes das eleições, o exército retirou as armas da [[Defesa Territorial (Iugoslávia)|Defesa Territorial]] dos armazéns de toda a Croácia. {{Sfn|Tanner|2001|p=225}} Durante um comício de campanha do HDZ em [[Benkovac]], uma cidade etnicamente mista, um sérvio de 62 anos, Boško Čubrilović, sacou uma pistola de gás perto do pódio. A mídia croata descreveu o incidente como uma tentativa de assassinato de Tuđman, mas Čubrilović foi acusado e condenado no final de 1990 apenas por ameaçar o pessoal de segurança. O incidente agravou ainda mais as tensões étnicas. {{Sfn|Tanner|2001|p=227}}

Durante sua campanha, em 16 de abril de 1990, Tuđman conversou com repórteres onde disse:<blockquote>Todo tipo de mentira está sendo espalhada hoje, não sei o que mais vão inventar. Ouvi dizer que sou descendente de judeus, mas descobri que conhecia meus ancestrais em Zagorje há cerca de 350 anos e disse, talvez fosse bom ter um pouco disso, acho que seria mais rico , talvez eu não tivesse me tornado comunista. Depois, como se isso não bastasse, declaram que a minha mulher é judia ou sérvia. Felizmente para mim, ela também nunca foi, embora muitas esposas o sejam. E assim por diante espalhando mentiras...<ref name="Nazor-2013">{{cite web|url=http://www.dnevno.hr/kolumne/ante-nazor/76778-laz-je-da-tudman-izbacio-srbe-iz-ustava.html|title=Laž je da Tuđman 'izbacio' Srbe iz Ustava|date=26 Jan 2013|access-date=16 Maio 2015|publisher=Dnevno.hr|author=Ante Nazor|language=hr|trans-title=The lie is that Tuđman 'banned' Serbs from the Constitution|archive-url=https://web.archive.org/web/20141027054405/http://www.dnevno.hr/kolumne/ante-nazor/76778-laz-je-da-tudman-izbacio-srbe-iz-ustava.html|archive-date=27 Out 2014|url-status=dead}}</ref></blockquote>A parte da declaração sobre sua esposa foi posteriormente amplamente criticada, inclusive por funcionários do Centro Wiesenthal. <ref name="nytschemo">{{Citar jornal|ultimo=Schemo|primeiro=Diana Jean|url=https://www.nytimes.com/1993/04/22/us/anger-greets-croatian-s-invitation-to-holocaust-museum-dedication.html?pagewanted=all&src=pm|titulo=Anger Greets Croatian's Invitation To Holocaust Museum Dedication|data=22 Abr 1993|acessodata=14 Jun 2011|website=[[The New York Times]]}}</ref> O historiador croata Ante Nazor citou afirmações do filho de Tuđman, Miroslav e Stijepo Mijović Kočan sobre a declaração ser dirigida contra o antigo sistema comunista jugoslavo e não contra judeus ou sérvios; em vez disso, sobre os casamentos mistos serem usados pelos croatas como meio de promoção no sistema.  Em 19 de abril, num comício em Zadar, Tuđman disse: <ref>{{Citar jornal|url=http://dogodilose.com/2015/04/19/preduzborni-skup-hdz-a-u-zadru-19-travnja|titulo=Predizborni skup HDZ-a u Zadru 19. travnja|acessodata=6 Fev 2016}}</ref><blockquote>Que não se engane que queremos uma restauração do NDH fascista, que foi criado e desapareceu durante a Segunda Guerra Mundial. Sabemos que o povo croata também lutou durante a guerra do outro lado sob as bandeiras partidárias de Tito, porque ele prometeu criar um Estado Federal livre da Croácia que seria igual a todas as outras nações. Claramente, em vez da realização destes ideais, recebemos o inferno comunista.</blockquote>As eleições foram marcadas para todos os 356 assentos no parlamento. O partido de Tuđman triunfou e obteve uma maioria absoluta de cerca de 60% ou 205 assentos no Parlamento croata. Tuđman foi eleito [[presidente da Croácia|Presidente da Croácia]] em 30 de maio de 1990. Após a vitória do HDZ, o nacionalista [[Partido Democrático Sérvio (Croácia)|Partido Democrático Sérvio]] (SDS) espalhou rapidamente a sua influência em locais onde os sérvios constituíam uma elevada percentagem da população. {{Sfn|Goldstein|1999|p=215}} Dado que a divisão entre os comunistas na Jugoslávia em termos étnicos já era um facto nessa altura, parecia inevitável que os conflitos continuariam após as eleições multipartidárias que levaram ao poder novos establishments políticos na Croácia, na [[Eslovénia|Eslovênia]] e na [[Bósnia e Herzegovina]], enquanto pelo menos ao mesmo tempo, os mesmos funcionários comunistas mantiveram os seus postos na [[Sérvia]] e [[Montenegro]]. 

== Presidente da Croácia (1990–1999) ==
[[Ficheiro:Tudjman_Lenta.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Tuđman com faixa presidencial]]
Nas semanas seguintes às eleições, o novo governo introduziu a tradicional [[Bandeira da Croácia|bandeira]] e [[Brasão de armas da Croácia|brasão]] croata, sem símbolos comunistas. O termo "Socialista" do título da república foi removido. [[Constituição da Croácia|Mudanças constitucionais]] foram propostas com uma infinidade de mudanças políticas, econômicas e sociais. {{Sfn|Nazor|2001|p=21}} Tuđman ofereceu a vice-presidência a [[Jovan Rasković|Jovan Rašković]], presidente do SDS, mas Rašković recusou a oferta e convocou os deputados eleitos do seu partido para boicotar o parlamento. A polícia sérvia local em Knin começou a operar como uma força independente, muitas vezes não respondendo às ordens de Zagreb. {{Sfn|Ramet|2010|p=262}} Muitos funcionários do governo, principalmente na polícia, onde os cargos de comando eram ocupados principalmente por sérvios e comunistas, perderam os seus empregos. Isto baseou-se na decisão de que a estrutura étnica da função pública deveria corresponder à sua percentagem em toda a população. {{Sfn|Goldstein|1999|p=215}}

Em 25 de julho de 1990, uma Assembleia Sérvia foi estabelecida em [[Sr.|Srb]], ao norte de [[Knin]]. Jovan Rašković anunciou um referendo sobre "soberania e autonomia sérvias" na Croácia em agosto de 1990, que Tuđman classificou como ilegal. Seguiu-se uma série de incidentes em áreas povoadas por etnia sérvia, principalmente em torno de Knin, conhecida como [[Revolução das Toras]]. {{Sfn|Tanner|2001|p=232}} A revolta em Knin concentrou o governo croata no problema da falta de armas. Os efeitos do confisco dos suprimentos de Defesa Territorial pelo JNA foram parcialmente desfeitos pelo novo Ministro da Defesa, [[Martin Špegelj]], que comprou armas da [[Hungria]]. {{Sfn|Tanner|2001|p=235}} Como não tinha exército regular, o governo concentrou-se na construção da força policial. Em Janeiro de 1991 havia 18.500 polícias e em Abril de 1991 cerca de 39.000. {{Sfn|Marijan|2008|p=48}} Em 22 de Dezembro de 1990, o Parlamento da Croácia ratificou a nova constituição. Os sérvios em Knin proclamaram o [[Oblast Autônomo Sérvio de Krajina]] nos municípios das regiões do Norte da Dalmácia e Lika. {{Sfn|Goldstein|1999|p=219}}

Em Dezembro de 1990, Tuđman e o presidente esloveno [[Milan Kučan]] apresentaram a sua proposta sobre a reestruturação da Jugoslávia por motivos confederais. Tuđman acreditava que uma confederação de repúblicas soberanas poderia acelerar a adesão da Croácia à Comunidade Europeia. {{Sfn|Sadkovich|2008|p=182}} Os líderes das repúblicas jugoslavas realizaram muitas reuniões no início de 1991 para resolver a crise crescente. Em 25 de março de 1991, Tuđman e [[Slobodan Milošević]] [[Acordo de Karađorđevo|reuniram-se em Karađorđevo]], {{Sfn|Sadkovich|2007|p=239}} uma reunião que se tornou controversa devido a alegações de que os dois presidentes discutiram a [[Partição da Bósnia e Herzegovina|divisão da Bósnia e Herzegovina]] entre a [[Sérvia]] e a Croácia. No entanto, as reclamações vieram de pessoas que não estiveram presentes na reunião e não há registo desta reunião que prove a existência de tal acordo, {{Sfn|Sadkovich|2010|p=393}} enquanto Milošević não se comportou posteriormente como se tivesse um acordo com Tuđman. {{Sfn|Ramet|2010|p=264}} Em 12 de julho de 1991, Tuđman encontrou-se com Izetbegović e Milošević em Split. {{Sfn|Sadkovich|2007|p=239}}

=== Anos de guerra ===
{{Artigo principal|Guerra de Independência da Croácia}}{{Imagem múltipla
| footer = {{hlist|Cartaz do [[referendo sobre a independência da Croácia em 1991]]|Museu de História da Croácia, Exposição da Guerra da Pátria, aviso sobre a realização do [[Referendo sobre a independência da Croácia em 1991|referendo pela independência da Croácia em 1991]]}}
| width = 120
| image1 = 1991 Croatian independence referenum government issued poster.jpg
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| image2 = Hrvatski povijesni muzej 27012012 Domovinski rat 23 Obavijest o odrzavanju referenduma.jpg
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}}
Em 1º de março, o [[confronto de Pakrac]] ocorreu quando a polícia sérvia local tomou a delegacia de polícia da cidade e declarou Pakrac parte de SAO Krajina. Foi um dos primeiros grandes confrontos entre as forças croatas e o rebelde SAO Krajina, apoiado pelo JNA. Terminou sem vítimas e com a restauração do controle croata. {{Sfn|Tanner|2001|p=241}} Em 31 de Março, um comboio policial croata foi emboscado nos [[Incidente nos Lagos Plitvice|Lagos Plitvice]]. {{Sfn|Tanner|2001|p=243}} Até à Primavera de 1991, Tuđman, juntamente com a liderança eslovena, estava pronto a aceitar uma solução de compromisso de uma confederação ou aliança de Estados soberanos dentro da Jugoslávia. Depois que a liderança sérvia rejeitou as suas propostas e as provocações armadas se tornaram mais frequentes, Tuđman decidiu concretizar a ideia de uma independência completa da Croácia. {{Sfn|Goldstein|1999|p=226}} Em 25 de Abril de 1991, o Parlamento croata decidiu realizar um [[Referendo sobre a independência da Croácia em 1991|referendo sobre a independência]] em 19 de Maio. Os [[Sérvios da Croácia|sérvios croatas]] boicotaram amplamente o referendo. <ref name="NYTimes-Referendum-20May1991">{{Citar jornal|ultimo=Sudetic|primeiro=Chuck|autorlink=Chuck Sudetic|url=https://www.nytimes.com/1991/05/20/world/croatia-votes-for-sovereignty-and-confederation.html?ref=croatia|titulo=Croatia Votes for Sovereignty and Confederation|data=20 Maio 1991|acessodata=12 Dez 2010|website=The New York Times}}</ref> A participação foi de 83,56%, dos quais 93,24% ou 2.845.521 votaram a favor da [[independência da Croácia]]. Tanto a Eslovênia como a Croácia declararam independência da Iugoslávia em 25 de Junho de 1991. O lado iugoslavo acusou os dois de secessão. O governo federal ordenou que o JNA assumisse o controlo das passagens fronteiriças na Eslovénia, o que levou à [[Guerra dos Dez Dias]], na qual o JNA foi derrotado. A [[Guerra dos Dez Dias]] terminou com a assinatura do [[Acordo de Brioni]], quando foi colocada uma moratória de três meses sobre a implementação da decisão. {{Sfn|Goldstein|1999|p=226}}

Os incidentes armados do início de 1991 transformaram-se numa guerra total durante o verão. O primeiro plano de Tuđman era ganhar o apoio da Comunidade Europeia, evitando o confronto direto com o JNA proposto por Martin Špegelj, o Ministro da Defesa, desde o início do conflito. {{Sfn|Tanner|2001|p=250}} Tuđman rejeitou a proposta de Špegelj porque seria prejudicial para a posição internacional da Croácia e havia dúvidas de que o exército croata estivesse pronto para tal ação. {{Sfn|Goldstein|1999|p=227}} O emergente Exército Croata tinha apenas quatro brigadas em setembro de 1991. {{Sfn|Sadkovich|2008|p=188}} À medida que a guerra aumentava, Tuđman formou o Governo de Unidade Nacional, que reuniu membros da maioria dos partidos menores no Parlamento, incluindo o [[Partido Social-Democrata da Croácia|Partido Social-Democrata]] (SDP) de Račan. {{Sfn|Tanner|2001|p=253}}

Combates ferozes ocorreram em [[Vukovar]], onde cerca de 1.800 combatentes croatas bloquearam o avanço do JNA na Eslavônia. Vukovar assumiu enorme importância simbólica para ambos os lados. Sem ele, as conquistas territoriais sérvias na Eslavónia oriental estariam ameaçadas. A defesa inesperadamente feroz da cidade contra um exército muito maior inspirou rumores de uma "[[Batalha de Stalingrado|Stalingrado]] croata". O aumento das perdas e as reclamações do público croata por não ter respondido obrigaram Tuđman a agir. Ele ordenou que a [[Guarda Nacional Croata (1991)|Guarda Nacional Croata]] cercasse as bases do exército do JNA, iniciando assim a [[Batalha do Quartel]]. Tuđman nomeou Gojko Šušak o novo Ministro da Defesa em setembro de 1991. {{Sfn|Tanner|2001|p=256}}
[[Ficheiro:Iz_Banskih_dvora_raketiranje_1991_MGZ_080209.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Exposição comemorativa do [[bombardeio do Banski Dvori]] em [[Zagreb|Zagreb,]] em 7 de outubro de 1991, na Residência do Presidente da Croácia, pela Força Aérea Iugoslava]]
No início de Outubro de 1991, o JNA intensificou a sua campanha na Croácia. {{Sfn|Ramet|2010|p=263}} Em 5 de outubro, Tuđman fez um discurso no qual apelou a toda a população para que se mobilizasse e se defendesse contra o "Grande Imperialismo Sérvio" perseguido pelo JNA liderado pelos sérvios, pelas formações paramilitares sérvias e pelas forças rebeldes sérvias. Dois dias depois a [[Força Aérea Iugoslava]] [[Bombardeio de Banski dvori|bombardeou Banski Dvori]], a sede do Governo croata em Zagreb, no momento em que Tuđman se reunia com Mesić e Marković, nenhum dos quais ficou ferido no ataque. {{Sfn|Goldstein|1999|p=233}} {{Sfn|Nazor|2001|p=29}} Em 8 de Outubro, o Parlamento croata cortou todos os laços restantes com a Jugoslávia e declarou independência. {{Sfn|Nazor|2001|p=29}} Tuđman pediu à liderança do [[Kosovo]] que abrisse uma segunda frente contra o JNA e ofereceu ajuda em armas. A liderança decidiu contra o conflito armado, mas deu apoio à independência da Croácia e apelou aos albaneses étnicos para abandonarem o exército iugoslavo. {{Sfn|Phillips|Burns|2012|p=15}}

Em novembro de 1991 terminou a [[Batalha de Vukovar]], que deixou a cidade devastada. O JNA e os irregulares sérvios assumiram o controle de cerca de um quarto do território da Croácia no final de 1991. {{Sfn|Tanner|2001|p=277}} Em dezembro de 1991, o SAO Krajina proclamou-se a [[República Sérvia de Krajina]] (RSK). Até ao final de 1991, foram assinados dezasseis cessar-fogo, nenhum dos quais durou mais de um dia. {{Sfn|Goldstein|1999|p=231}}

Em 19 de Dezembro de 1991, [[Islândia|a Islândia]] e [[Alemanha|a Alemanha]] reconheceram a soberania da Croácia. Muitos observadores acreditam que o bom relacionamento de Tuđman com [[Hans-Dietrich Genscher]], então ministro das Relações Exteriores da Alemanha, teve muito a ver com esta decisão. {{Sfn|Tanner|2001|p=274}} As hostilidades na Croácia terminaram por algum tempo em Janeiro de 1992, quando o [[plano Vance]] foi assinado. Tuđman esperava que o envio de forças de manutenção da paz da ONU consolidasse as fronteiras internacionais da Croácia, mas a situação militar na própria Croácia permaneceu incerta. {{Sfn|Tanner|2001|p=279-281}}

==== Guerra da Bósnia ====
[[Ficheiro:Bosnian_President_Alija_Izetbegovic_and_Croatian_President_Franjo_Tudjman_sign_the_Croat-Muslim_Federation_Peace_Agreement_-_Flickr_-_The_Central_Intelligence_Agency.jpg|direita|miniaturadaimagem|Tuđman e [[Alija Izetbegović]] assinando o [[Acordo de Washington]] em 1994]]
{{Artigo principal|vt=s|Guerra da Bósnia|Guerra croata-bosníaca}}
À medida que a guerra na Croácia chegou a um impasse, a situação na Bósnia e Herzegovina piorou. O JNA utilizou o seu território para ofensivas contra a Croácia, mas evitou a parte maioritária croata da Herzegovina. {{Sfn|Marijan|2004|p=252}} Tuđman duvidava que a Bósnia e Herzegovina pudesse sobreviver à dissolução da Jugoslávia, mas apoiou a sua integridade se permanecesse fora da federação jugoslava e da influência sérvia. {{Sfn|Sadkovich|2007|pp=239–240}} As primeiras vítimas croatas no país ocorreram em outubro de 1991, quando a aldeia de [[Ravno, Bósnia e Herzegovina|Ravno]] foi atacada e destruída pelo JNA. Vários dias depois, o presidente da Bósnia, [[Alija Izetbegović|Alija Izetbegović,]] fez uma proclamação de neutralidade na televisão, afirmando que "esta não é a nossa guerra". {{Sfn|Marijan|2004|p=255}} {{Sfn|Krišto|2011|p=43}}

A liderança bósnia inicialmente mostrou vontade de permanecer na Iugoslávia, mas depois mudou sua política e optou pela independência. {{Sfn|Krišto|2011|p=43}} A liderança croata começou a organizar-se em áreas de maioria croata e em 18 de Novembro de 1991 estabeleceu a [[República Croata da Herzeg-Bósnia|Comunidade Croata de Herzeg-Bósnia]] como uma unidade territorial croata autónoma. {{Sfn|Krišto|2011|p=44}} {{Sfn|Marijan|2004|p=259}} Numa reunião em Dezembro de 1991 com a liderança do [[União Democrática Croata da Bósnia e Herzegovina|HDZ BiH,]] Tuđman discutiu a possibilidade de juntar a Herzeg-Bósnia à Croácia, pois pensava que os representantes da Bósnia estavam a trabalhar para permanecer na Jugoslávia. Lá, ele criticou o presidente do HDZ BiH, [[Stjepan Kljujić|Stjepan Kljujić,]] por se aliar a Izetbegović. No entanto, em Fevereiro de 1992, ele encorajou os croatas na Bósnia e Herzegovina a apoiarem o próximo [[Referendo sobre a independência da Bósnia e Herzegovina em 1992|referendo sobre a independência da Bósnia]]. {{Sfn|Krišto|2011|pp=47–48}} Izetbegović declarou a independência do país em 6 de abril, que foi imediatamente reconhecida pela Croácia. {{Sfn|Tanner|2001|p=285}} No início da [[Guerra da Bósnia|guerra da Bósnia,]] formou-se uma aliança croata-bósnia, embora muitas vezes não fosse harmoniosa. {{Sfn|Christia|2012|p=154}} O governo croata ajudou a armar as forças croatas e bósnias. {{Sfn|Marijan|2004|p=266}} Em 21 de julho de 1992, o [[Acordo de Amizade e Cooperação entre a Bósnia e Herzegovina e a Croácia|Acordo de Amizade e Cooperação]] foi assinado por Tuđman e Izetbegović, estabelecendo uma cooperação militar entre os dois exércitos. {{Sfn|Goldstein|1999|p=243}} Em Setembro de 1992, assinaram mais dois acordos de cooperação e novas negociações sobre a organização interna da Bósnia e Herzegovina, {{Sfn|Mrduljaš|2008|p=859}} embora Izetbegović tenha rejeitado um pacto militar. {{Sfn|Krišto|2011|p=51}} Em Janeiro de 1993, Tuđman disse que a Bósnia e Herzegovina só pode sobreviver como uma união confederal de três nações. {{Sfn|Mrduljaš|2008|p=862}}

Com o tempo, as relações entre croatas e bósnios pioraram, resultando na [[Guerra croata-bosníaca]]. {{Sfn|Christia|2012|pp=157–158}} O lado bósnio afirmou que Tuđman queria dividir a Bósnia e Herzegovina, uma visão que foi cada vez mais aceite pela comunidade internacional. Isto tornou difícil para Tuđman proteger os interesses da Croácia e apoiar a Herzeg-Bósnia. {{Sfn|Krišto|2011|p=51}} À medida que o conflito se agravava, a política externa da Croácia atingiu um ponto baixo. {{Sfn|Goldstein|1999|p=247}} Ao longo de 1993, vários planos de paz foram propostos pela comunidade internacional. Tuđman e a liderança da Herzeg-Bósnia aceitaram todos eles, incluindo o Plano Vance-Owen em Janeiro de 1993 e o Plano Owen-Stoltenberg em Julho de 1993. No entanto, nenhum cessar-fogo duradouro foi acordado. {{Sfn|Sadkovich|2007|p=218}} No início de 1994, os Estados Unidos envolveram-se cada vez mais na resolução das guerras. Eles estavam preocupados com a forma como a guerra Croata-Bósnia ajudou os sérvios e pressionou os dois lados para assinarem uma trégua final. A guerra terminou em março de 1994 com a assinatura do [[Acordo de Washington]]. {{Sfn|Tanner|2001|p=292}} Em junho de 1994, Tuđman visitou Sarajevo para abrir a embaixada croata ali. Encontrou-se com Alija Izetbegović e discutiu a criação da [[Federação da Bósnia e Herzegovina|Federação Croata-Muçulmana]] e a sua possível confederação com a Croácia. <ref>{{Citar web|url=http://articles.chicagotribune.com/1994-06-14/news/9406150075_1_croatian-president-franjo-tudjman-bosnian-kresimir-zubak|titulo=Croatian President Visits Sarajevo|data=14 Jun 1994|acessodata=19 Jul 2015|publicado=chicagotribune}}</ref>

==== Cessar-fogo na Croácia ====
Apesar das dificuldades consideráveis, a diplomacia croata conseguiu obter reconhecimento nos meses seguintes. A Croácia foi reconhecida pela Comunidade Europeia em 15 de janeiro de 1992 e tornou-se membro das [[Organização das Nações Unidas|Nações Unidas]] em 22 de maio. {{Sfn|Tanner|2001|p=274}} Em Abril de 1992, Washington reconheceu simultaneamente a Croácia, a Eslovénia e a Bósnia e Herzegovina. Desde que a nova [[Presidência de Bill Clinton|administração Clinton]] chegou ao poder, tem feito lobby consistente por uma linha dura contra Milošević, uma posição política muitas vezes atribuída em grande parte às políticas da então Secretária de Estado [[Madeleine Albright]]. {{Sfn|Tanner|2001|p=292}} Em Maio de 1992, a Croácia estabeleceu relações diplomáticas com a China. Um ano depois, Tuđman foi o primeiro presidente da ex-Iugoslávia a visitar a China. 

A guerra causou grande destruição e danos indiretos no turismo, {{Sfn|Goldstein|1999|p=236}} tráfego de trânsito, no investimento, etc. O Presidente Tuđman estimou o custo dos danos materiais directos em mais de 20 mil milhões de dólares e que a Croácia gastava 3 milhões de dólares diariamente no cuidado de centenas de milhares de refugiados. <ref>Jane Shapiro Zacek, Ilpyong J. Kim: [https://books.google.com/books?id=9-dNe9K5h20C The Legacy of the Soviet Bloc], University Press of Florida, 1997, p. 130</ref> Quando o cessar-fogo de Janeiro de 1992 entrou em vigor, a Croácia recuperou lentamente. À medida que a actividade económica aumentava de forma constante e as negociações com os líderes do RSK não chegavam a lado nenhum, o Ministro da Defesa, Gojko Šušak, começou a acumular armas em preparação para uma solução militar. {{Sfn|Tanner|2001|p=284}}

Tuđman venceu as eleições presidenciais em agosto de 1992 no primeiro turno com 57,8% dos votos. <ref>[[Dieter Nohlen|Nohlen, Dieter & P. Stöver]] (2010) ''Elections in Europe: A data handbook'', p. 410</ref> Simultaneamente, realizaram-se as eleições parlamentares que também foram vencidas pelo HDZ. Durante a campanha, [[Dobroslav Paraga]], o líder de extrema direita do [[Partido dos Direitos da Croácia]], acusou Tuđman de trair os interesses croatas ao não se envolver numa guerra total com as forças sérvias. Tuđman tentou marginalizar o seu partido devido ao uso dos símbolos Ustaše, o que gerou críticas da imprensa estrangeira à Croácia. Paraga conquistou apenas 5 assentos no parlamento e 5,4% dos votos nas eleições presidenciais. {{Sfn|Tanner|2001|p=265}} <ref>Charles Vance, Yongsun Paik: [https://books.google.com/books?id=9gGKtLTQlUcC Managing a Global Workforce: Challenges and Opportunities in International Human Resource Management], M.E. Sharpe, 2006, p. 614</ref>

Em Janeiro de 1993, o exército croata lançou a [[Operação Maslenica]] e recapturou a ponte vital de Maslenica que ligava a Dalmácia ao norte da Croácia. Embora o Conselho de Segurança da ONU tenha condenado a operação, não houve sanções. Esta vitória permitiu a Tuđman rebater as acusações internas de que era fraco nas suas relações com a RSK e a ONU. {{Sfn|Tanner|2001|p=288}}

Apesar dos confrontos com as forças do RSK, durante 1993 e 1994 a situação geral da economia melhorou substancialmente e o desemprego diminuiu gradualmente. Em 4 de abril de 1993, Tuđman nomeou [[Nikica Valentić]] como primeiro-ministro. As medidas de estabilização anti-inflacionárias em 1993 reduziram com sucesso a inflação. O [[dinar croata]], que foi introduzido como moeda de transição, foi substituído pelo [[Kuna croata|kuna]] em 1994. <ref>Istvan Benczes: [https://books.google.com/books?id=f4R2BgAAQBAJ Deficit and Debt in Transition: The Political Economy of Public Finances in Central and Eastern Europe], Central European University Press, 2014, p. 203</ref> O crescimento do PIB atingiu 5,9% em 1994. <ref name="unstats3">{{Citar web|url=https://unstats.un.org/unsd/snaama/Index|titulo=National Accounts - Analysis of Main Aggregates (AMA)|website=unstats.un.org}}</ref>

==== Fim da guerra ====
[[Ficheiro:Signing_the_Dayton_Agreement_Milosevic_Tudjman_Izetbegovic.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Os [[Acordo de Dayton|Acordos de Paz de Dayton]] em 21 de novembro de 1995]]
Em maio de 1995, o exército croata lançou a [[Operação Flash]], a sua terceira operação contra a RSK desde o cessar-fogo de janeiro de 1992, e rapidamente recapturou a Eslavónia ocidental. Diplomatas internacionais redigiram o [[Plano Z-4]], propondo a reintegração da RSK na Croácia. A RSK manteria a sua bandeira e teria o seu próprio presidente, parlamento, polícia e uma moeda separada. Embora Tuđman tenha ficado descontente com a proposta, as autoridades da RSK rejeitaram-na completamente. {{Sfn|Tanner|2001|p=294}}

Em 22 de julho de 1995, Tuđman e Izetbegović assinaram o [[Acordo de Split]], vinculando ambos os lados a uma "defesa conjunta contra a agressão sérvia". Tuđman logo colocou suas palavras em ação e iniciou a [[Operação Verão '95]], realizada por forças conjuntas de HV e HVO. Estas forças invadiram as cidades de [[Glamoč]] e [[Bosansko Grahovo]], no oeste da Bósnia, praticamente isolando Knin da [[República Sérvia|Republika Srpska]] e da [[República Federal da Jugoslávia|RF da Iugoslávia]]. {{Sfn|Tanner|2001|p=296}}

Às 5:00, na sexta-feira, 4 de agosto de 1995, Tuđman autorizou publicamente o ataque à RSK, codinome [[Operação Tempestade]]. Ele apelou ao [[Exército da República Sérvia de Krajina|exército sérvio]] e à sua liderança em Knin para que se rendessem e, ao mesmo tempo, apelou aos civis sérvios para permanecerem nas suas casas, garantindo-lhes os seus direitos. A decisão de ir direto para Knin, o centro do RSK, valeu a pena e por 10{{Espaços}}Às 16h do dia 5 de agosto, no segundo dia da operação, as forças croatas entraram na cidade com o mínimo de baixas. Na manhã de 8 de agosto, a operação estava efetivamente encerrada, resultando na restauração do controle croata de 10.400 quilômetros quadrados (4.000 milhas quadradas) de território. Cerca de 150.000 a 200.000 sérvios fugiram e vários crimes foram cometidos contra os civis restantes. {{Sfn|Tanner|2001|p=297}} O presidente dos Estados Unidos, [[Bill Clinton|Bill Clinton,]] disse estar "esperançoso de que a ofensiva da Croácia se revele algo que nos dará um caminho para uma solução diplomática rápida". {{Sfn|Tanner|2001|p=298}}
[[Ficheiro:Spomen-poprsje_Franji_Tuđmanu_u_Vukovaru.jpg|direita|miniaturadaimagem|“Discurso de Vukovar” do Presidente Tuđman após a chegada do “Trem da Paz” a [[Vukovar]], em 8 de junho de 1997: “Um vencedor que não sabe perdoar está plantando as sementes de um novo mal. O povo croata não quer isso, nem nunca quis”. Na foto, Busto de Tuđman em Vukovar.]]
Seguiu-se uma ofensiva conjunta das forças croatas e bósnias no oeste e no norte da Bósnia. As forças sérvias da Bósnia perderam rapidamente território e foram forçadas a negociar. As negociações sobre um tratado de paz foram realizadas em [[Dayton (Ohio)|Dayton, Ohio]] . {{Sfn|Christia|2012|p=165}} Tuđman insistiu em resolver a questão da Eslavónia oriental controlada pelo RSK e no seu regresso pacífico à Croácia nas conversações de paz de Dayton. Em 1 de novembro, ele teve um debate acalorado com Milošević, que negou o controle sobre a liderança da região. Tuđman estava pronto para impedir o acordo de Dayton e continuar a guerra se a Eslavónia não fosse reintegrada pacificamente. A situação militar deu-lhe vantagem e Milošević concordou com o seu pedido. {{Sfn|Holbrooke|1999|p=237}} O [[Acordo de Dayton]] foi elaborado em novembro de 1995. Tuđman foi um dos signatários do acordo, juntamente com as lideranças da Bósnia e Herzegovina e da Sérvia, que encerrou a [[Guerra da Bósnia]]. Em 12 de Novembro, foi assinado o [[Convénio de Erdut|Acordo Erdut]] com as autoridades sérvias locais relativo ao regresso da [[Eslavónia Oriental, Baranja e Sírmia Ocidental]] à Croácia, com um período de transição de dois anos. Isso encerrou a guerra na Croácia. {{Sfn|Goldstein|1999|p=255-256}} Os números oficiais sobre os danos causados pela guerra publicados na Croácia em 1996 especificam 180.000 unidades habitacionais destruídas, 25% da economia croata destruída e 27 mil milhões de dólares em danos materiais. <ref name="Darko Zubrinic">{{Citar web|ultimo=Darko Zubrinic|url=http://www.croatianhistory.net/etf/et112.html|titulo=Croatia within ex-Yugoslavia|acessodata=7 Fev 2010|publicado=Croatianhistory.net}}</ref> Sobre o êxodo de cerca de 150.000 sérvios Krajina da Croácia, Tudjman observou que os refugiados partiram tão rápido que "nem tiveram tempo de recolher a moeda suja e a roupa interior suja". <ref>{{Citar jornal|ultimo=Cohen|primeiro=Roger|url=https://www.nytimes.com/1995/09/03/weekinreview/the-world-finally-torn-apart-the-balkans-can-hope.html|titulo=The World; Finally Torn Apart, The Balkans Can Hope|data=3 Set 1995|website=The New York Times}}</ref> Mais tarde, ele vangloriou-se aos seus generais: "Resolvemos a questão sérvia... [aqui] nunca haverá 12 por cento de sérvios" na Croácia. “Se houver três ou cinco por cento deles, isso não representa uma ameaça para o Estado croata”. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=y1_e3WihYBQC&pg=PA120|título=Genocide, Ethnonationalism, and the United Nations: Exploring the Causes of Mass Killing Since 1945|ultimo=Travis|primeiro=Hannibal|data=2013|editora=Routledge|isbn=978-1-13629-799-1}}</ref>

=== Política pós-guerra ===
[[Ficheiro:Tuđman_i_Ana_Havel.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Tuđman e a jornalista Ana Havel em 1997]]
[[Ficheiro:Predsjednički_izbori_u_Hrvatskoj_1997.png|miniaturadaimagem|Resultados municipais das eleições presidenciais de 1997. Tuđman venceu os municípios em azul.]]
Em 1995, foram realizadas eleições parlamentares que resultaram na vitória do HDZ com 75 dos 127 assentos no parlamento. Tuđman nomeou [[Zlatko Mateša]] o 6.º primeiro-ministro, que formou o primeiro governo em tempos de paz da Croácia independente. As eleições foram realizadas em conjunto com as eleições locais em Zagreb, que foram vencidas pelos partidos da oposição. Tuđman recusou-se a fornecer uma confirmação formal ao proposto prefeito de Zagreb, o que levou à [[crise de Zagreb]]. Em 1996, realizou-se uma grande manifestação em Zagreb em resposta à revogação da licença de transmissão da [[Rádio 101 (Croácia)|Rádio 101]], uma estação de rádio que criticava o partido no poder. {{Sfn|Ramet|2010|p=273}}

O tratamento dispensado à mídia gerou críticas de algumas organizações internacionais. {{Sfn|Ramet|2010|p=273}} Notavelmente, o ''Feral Tribune'', um jornal semanal político e satírico croata, foi sujeito a vários processos judiciais e acusações criminais por parte de funcionários do governo, bem como foi forçado a pagar um imposto normalmente reservado a revistas pornográficas. <ref>{{Citar jornal|url=https://www.irishtimes.com/news/tudjman-tries-to-silence-accusers-1.159076|titulo=Tudjman tries to silence accusers|data=2 Jun 1998|website=The Irish Times}}</ref> Alguns partidos da oposição na Croácia defenderam a opinião de que, longe de europeizar a Croácia, Tuđman foi responsável pela sua "[[balcanização]]" e que durante a sua presidência agiu como um déspota. Outros partidos, por exemplo o [[Partido dos Direitos da Croácia]], argumentaram que Tuđman não foi suficientemente radical na sua defesa do Estado croata. <ref name="Bellamy">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=T3PqrrnrE5EC&q=tudman+despotism&pg=PA84|título=The formation of Croatian national identity: a centuries-old dream|ultimo=Bellamy|primeiro=Alex J.|editora=[[Manchester University Press]]|ano=2003|isbn=0-7190-6502-X|acessodata=4 Fev 2011}}</ref>

A Croácia tornou-se membro do [[Conselho da Europa]] em 6 de novembro de 1996. <ref>{{Citar web|url=http://www.mvep.hr/en/foreign-politics/multilateral-relationsold/council-of-europe-(ce)/relations-between-croatia-and-the-council-of-europe-/|titulo=Chronology of Croatia's accession to the Council of Europe|website=mvep.hr|publicado=Republic of Croatia Ministry of Foreign and European Affairs}}</ref> Em 15 de junho de 1997, Tuđman venceu as eleições presidenciais com 61,4% dos votos, à frente de [[Zdravko Tomac]] e [[Vlado Gotovac]], e foi reeleito para um segundo mandato de cinco anos. [[Marina Matulović-Dropulić]] tornou-se prefeita de Zagreb depois de vencer as eleições locais de 1997, que encerraram formalmente a crise de Zagreb. 

Em Janeiro de 1998, a [[Eslavônia Oriental]] foi oficialmente reintegrada na Croácia. {{Sfn|Ramet|2010|p=277}} Em fevereiro de 1998, Tuđman foi reeleito presidente da HDZ. O início do ano foi marcado por um grande protesto sindical em Zagreb, devido ao qual o governo adoptou legislação que regulamenta as reuniões públicas e manifestações em Abril. <ref>Taylor & Francis Group: [https://books.google.com/books?id=wGA4o-UhAfgC Europa World Year], Taylor & Francis, 2004, p. 1339</ref> Após a guerra, Tuđman sugeriu de forma controversa que os restos mortais dos mortos durante a [[Repatriações de Bleiburg|marcha da morte iugoslava de colaboradores nazistas]] fossem trazidos e sepultados em [[Campo de concentração de Jasenovac|Jasenovac]], uma ideia que ele mais tarde abandonou. Esta ideia incluía enterrar juntos as tropas Ustaša, os guerrilheiros antifascistas e todos os civis e foi inspirada no [[Vale de Cuelgamuros|Valle de los Caídos]] do general [[Francisco Franco]]. <ref name="Milekic1">{{Citar web|ultimo=Milekic|primeiro=Sven|url=https://balkaninsight.com/2017/10/11/why-croatia-s-president-tudjman-imitated-general-franco-10-12-2017/|titulo=Why Croatia's President Tudjman Imitated General Franco|data=11 Out 2017|website=BalkanInsight.com|publicado=BIRN}}</ref> Anteriormente, ele havia nomeado [[Vinko Nikolic]], oficial [[Ustaše]], para o Parlamento croata <ref>{{Citar jornal|url=https://www.nytimes.com/1997/04/12/world/fascists-reborn-as-croatia-s-founding-fathers.html|titulo=Fascists Reborn as Croatia's Founding Fathers|data=12 Abr 1997|website=[[The New York Times]]}}</ref> e sua administração nomeou várias ruas em homenagem ao político ustache [[Milha Budak|Mile Budak]]. <ref>{{Citar livro|título=The Three Yugoslavias State-Building and Legitimation, 1918-2005|ultimo=Ramet|primeiro=Sabrina P.|data=2006|editora=Indiana University Press}}</ref>

Em 1998, Tuđman afirmou que o seu programa de reconciliação nacional tinha evitado uma guerra civil na Croácia durante o colapso da Iugoslávia. {{Sfn|Ramet|2010|p=267}}

==== Economia ====
Como resultado dos programas de macroestabilização, o crescimento negativo do PIB durante o início da década de 1990 parou e transformou-se numa tendência positiva. A actividade de reconstrução do pós-guerra proporcionou outro impulso ao crescimento. Os gastos dos consumidores e os investimentos do sector privado, ambos adiados durante a guerra, contribuíram para a melhoria das condições económicas e do crescimento em 1995-97. <ref name="IBP">International Business Publications: [https://books.google.com/books?id=qND3Dii7qjIC Croatia Investment and Trade Laws and Regulations Handbook], p. 22</ref> O crescimento real do PIB em 1995 foi de 6,8%, em 1996 de 5,9% e em 1997 de 6,6%. <ref name="unstats">{{Citar web|url=https://unstats.un.org/unsd/snaama/Index|titulo=National Accounts - Analysis of Main Aggregates (AMA)|website=unstats.un.org}}</ref>

Em 1995, foi criado um Ministério da Privatização, tendo Ivan Penić como primeiro ministro. <ref>William Bartlett: [https://books.google.com/books?id=VFiFAgAAQBAJ Europe's Troubled Region: Economic Development, Institutional Reform, and Social Welfare in the Western Balkans], Routledge, 2007, p. 18</ref> A privatização na Croácia mal tinha começado quando a guerra eclodiu em 1991. As infra-estruturas sofreram enormes danos causados pela guerra, especialmente a indústria do turismo, rica em receitas, e a sua transformação de uma [[Socialismo de mercado|economia socialista de mercado]] para uma [[Economia de mercado|economia de mercado livre]] foi, portanto, lenta e instável. A desconfiança pública aumentou quando muitas empresas estatais foram vendidas a pessoas politicamente bem relacionadas a preços abaixo do mercado. <ref name="IBP2">International Business Publications: [https://books.google.com/books?id=qND3Dii7qjIC Croatia Investment and Trade Laws and Regulations Handbook], p. 22</ref> O partido no poder foi criticado por transferir empresas para um grupo de proprietários privilegiados ligados ao partido. <ref>William Bartlett: [https://books.google.com/books?id=VFiFAgAAQBAJ Europe's Troubled Region: Economic Development, Institutional Reform, and Social Welfare in the Western Balkans], Routledge, 2007, p. 66</ref>

O método de privatização contribuiu para o aumento da propriedade estatal porque as ações não vendidas foram transferidas para fundos estatais. Em 1999, a participação do sector privado no PIB atingiu 60%, o que foi significativamente inferior ao de outros antigos países socialistas. <ref>Istvan Benczes. [https://books.google.com/books?id=f4R2BgAAQBAJ ''Deficit and Debt in Transition: The Political Economy of Public Finances in Central and Eastern Europe''], Central European University Press, 2014, pp. 205-06.</ref> A privatização de grandes empresas estatais foi praticamente interrompida durante a guerra e nos anos imediatamente seguintes à conclusão da paz. No final do governo de Tuđman, cerca de 70% das principais empresas da Croácia ainda eram estatais, incluindo água, electricidade, petróleo, transportes, telecomunicações e turismo. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=lVBB1a0rC70C|título=Eastern Europe: An Introduction to the People, Lands, and Culture, Volume 1|ultimo=Ellington|primeiro=Lucien|data=2005|editora=ABC-CLIO|isbn=978-1-57607-800-6}}</ref>

O imposto sobre o valor acrescentado foi introduzido em 1998 e o orçamento do governo central foi excedentário nesse ano. <ref>OECD: [https://books.google.com/books?id=WxvKqey-mmoC Agricultural Policies in Emerging and Transition Economies 1999], p. 43</ref> O boom do consumo foi interrompido quando a economia entrou em recessão no final de 1998, como resultado da crise bancária, quando 14 bancos faliram, <ref name="IBP3">International Business Publications: [https://books.google.com/books?id=qND3Dii7qjIC Croatia Investment and Trade Laws and Regulations Handbook], p. 22</ref> e o crescimento do PIB abrandou para 1,9%. A recessão continuou ao longo de 1999, quando o PIB caiu 0,9%. <ref name="unstats2">{{Citar web|url=https://unstats.un.org/unsd/snaama/Index|titulo=National Accounts - Analysis of Main Aggregates (AMA)|website=unstats.un.org}}</ref> O desemprego aumentou de cerca de 10% em 1996 e 1997 para 11,4% em 1998. No final de 1999 atingiu 13,6%. O país emergiu da recessão no 4º trimestre de 1999. <ref name="Benczes2">Istvan Benczes:[https://books.google.com/books?id=f4R2BgAAQBAJ Deficit and Debt in Transition: The Political Economy of Public Finances in Central and Eastern Europe], Central European University Press, 2014, p. 207</ref> Após vários anos de políticas de estabilização macroeconómica bem sucedidas, inflação baixa e uma moeda estável, os economistas alertaram que a falta de mudanças fiscais e o papel crescente do Estado na economia causaram o declínio no final da década de 1990 e estavam a impedir um crescimento económico sustentável. <ref name="Benczes2" /> <ref name="Gale">Gale Research: [https://books.google.com/books?id=uX8pX4H3u0kC Countries of the World and Their Leaders: Yearbook 2001], p. 456</ref>

==== Política externa ====
Mate Granić foi Ministro dos Negócios Estrangeiros de 1993 até ao final da administração Tuđman. Em 1996, assinou um acordo sobre a normalização das relações com a [[República Federal da Jugoslávia|República Federal da Iugoslávia]]. <ref>{{Citar jornal|url=http://www.vecernji.hr/biografije/mate-granic-265|titulo=VL biografije - Mate Granić|acessodata=1 Dez 2016|publicado={{Lang|hr|[[Večernji list]]}}|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161201083928/http://www.vecernji.hr/biografije/mate-granic-265|arquivodata=1 Dez 2016|urlmorta=dead}}</ref> Em 9 de Setembro de 1996, a Croácia estabeleceu relações diplomáticas com a República Federal da Iugoslávia. 

Os EUA foram o principal mediador na obtenção de um tratado de paz na região e continuaram a ter maior influência depois de 1995. {{Sfn|Bing|2008|p=339}} As ofensivas croatas em 1995 não receberam apoio inequívoco dos EUA, mas apoiaram as exigências croatas de integridade territorial. No entanto, as relações croata-americanas após a guerra não se desenvolveram como Tuđman esperava. Os direitos das minorias sérvias e a cooperação com o TPIJ foram considerados as principais questões e levaram a uma deterioração das relações no final de 1996 e durante 1997. {{Sfn|Bing|2008|pp=343–345}} Tuđman tentou contrariar a pressão com relações mais estreitas com a Rússia e a China. Em novembro de 1996 ele recebeu a [[Medalha de Júkov]], concedida pela contribuição à luta antifascista, do presidente russo [[Boris Iéltsin]]. <ref>{{Citar web|url=http://www.hrt.hr/arhiv/99/12/12/HRT0057.html|titulo=Odlikovanja predsjednika Hrvatske dr. Franje Tuđmana|data=12 Dez 1999|publicado=Croatian Radio Television|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100419143648/http://www.hrt.hr/arhiv/99/12/12/HRT0057.html|arquivodata=19 Abr 2010|urlmorta=dead}}</ref>

Uma confederação entre a Croácia e a Bósnia e Herzegovina, adoptada ao abrigo do [[Acordo de Washington]], não foi concretizada, {{Sfn|Krišto|2011|pp=57–58}} enquanto a Federação Croata-Bósnia agiu apenas no papel. Em agosto de 1996, Tuđman e Izetbegović concordaram em implementar integralmente o [[Acordo de Dayton|acordo de Dayto]]<nowiki/>n. A [[República Croata da Herzeg-Bósnia|Herzeg-Bósnia]] seria formalmente abolida até o final do mês. <ref>{{Citar jornal|url=https://www.nytimes.com/1996/08/15/world/muslim-and-croatian-leaders-approve-federation-for-bosnia.html|titulo=Muslim and Croatian Leaders Approve Federation for Bosnia|data=15 Ago 1996|website=New York Times}}</ref>

Em 1999 começou a [[Guerra do Kosovo|intervenção da OTAN  no Kosovo]]. Tuđman expressou a sua preocupação relativamente aos danos potenciais à economia e ao turismo croatas, estimados em mil milhões de dólares. Ainda assim, o governo expressou o seu apoio à OTAN e concedeu permissão aos aviões da OTAN para utilizarem o espaço aéreo da Croácia. Em Maio, Tuđman disse que uma solução possível seria enviar forças de manutenção da paz da ONU para o Kosovo, o que permitiria o regresso dos refugiados albaneses, enquanto as forças jugoslavas recuariam para o norte do Kosovo, de maioria sérvia. {{Sfn|Buckley|Cummings|2001|pp=53–55}}

==== Relação com a Igreja Católica ====
[[Živko Kustić]], um padre [[Igrejas católicas orientais|católico oriental]] croata e jornalista da ''Jutarnji list'', escreveu que a percepção de Tuđman sobre o papel da Igreja na Croácia era contraditória com os objetivos do [[Papa João Paulo II]]. Além disso, Kustić expressou dúvidas de que Tuđman tivesse sido verdadeiramente religioso, exceto quando era muito jovem. Tuđman considerou a religião católica importante para a nação croata moderna. Ao prestar juramento em 1992, ele acrescentou a frase "Tako mi Bog pomogao!" (Então me ajude Deus!) que não fazia parte do texto oficial. <ref name="IWP">{{Citar web|url=https://impious.wordpress.com/tag/zivko-kustic|titulo=Živko Kustić &#124; Irreverent Impiety|data=18 Fev 2010|acessodata=15 Maio 2015|publicado=Impious.wordpress.com}}</ref> Em 1997, ele incluiu oficialmente a sentença no juramento. <ref name="IWP" /> A era de Tuđman foi a era do renascimento católico na Croácia. A frequência à igreja aumentou; até mesmo ex-comunistas participaram massivamente dos sacramentos da igreja. O estado financiava a construção e renovação de igrejas e mosteiros. Entre 1996 e 1998, a Croácia assinou vários tratados com a Santa Sé, pelos quais foram concedidos à Igreja Católica na Croácia alguns direitos financeiros, entre outros.

=== Problemas de saúde e morte ===
Tuđman foi diagnosticado com câncer em 1993. Sua saúde geral piorou no final da década de 1990. Em 1 de novembro de 1999 ele apareceu em público pela última vez. Enquanto estava hospitalizado, os partidos da oposição acusaram o [[União Democrática Croata|HDZ]], no poder, de esconder o facto de Tuđman já estar morto e de que as autoridades mantinham a sua morte em segredo, a fim de ganhar mais assentos nas próximas [[Eleições parlamentares croatas de 2000|eleições gerais de Janeiro de 2000]]. A morte de Tuđman foi declarada oficialmente em 10 de dezembro de 1999. <ref name="Death">{{Citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/559712.stm|titulo=Croats mourn Croatian president|data=11 Dez 1999|website=BBC News}} [http://archives.cnn.com/1999/WORLD/europe/12/13/croatia.tudjman.02/index.html Death of Tudjman] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20090607094622/http://archives.cnn.com/1999/WORLD/europe/12/13/croatia.tudjman.02/index.html|date=7 June 2009}}, cnn.com; 13 December 1999; accessed 16 May 2015.</ref> Ele celebrou uma missa fúnebre na Catedral de Zagreb e foi sepultado no [[Cemitério de Mirogoj]]. 

=== Vrhovnik ===
Tuđman recebeu do [[Parlamento da Croácia|Parlamento croata]] o posto militar de Comandante Supremo da Croácia, ou "Vrhovnik" em 22 de março de 1995. <ref name="Vrhovnik">{{Citar web|url=http://hidra.srce.hr/arhiva/263/18315/www.nn.hr/clanci/sluzbeno/1995/0478.htm|titulo=Odluku o proglašenju zakona o službi u oružanim snagama Republike Hrvatske|acessodata=5 Jan 2012}}</ref> <ref>{{Citar web|url=http://www.aimpress.ch/dyn/pubs/archive/data/199504/50403-001-pubs-zag.htm|titulo=VRHOVNIK CISTI HRVATSKU VOJSKU|acessodata=3 Jan 2012}}</ref> Foi o título honorífico mais elevado das [[Forças Armadas da Croácia|Forças Armadas Croatas]] e equivalente a [[Marechal]]. <ref>{{Citar web|url=http://web.ffos.hr/hdpl/zbornici2/Stolac%20et%20al%20ur%20Jezik%20u%20drustvenoj%20interakciji%2030%20Mikulan.pdf|titulo=Prevodenje Vojnih Pojmova: Nazivi Cinova, Duznosti, Polozaja i Zvanja|acessodata=17 Maio 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160303213807/http://web.ffos.hr/hdpl/zbornici2/Stolac%20et%20al%20ur%20Jezik%20u%20drustvenoj%20interakciji%2030%20Mikulan.pdf|arquivodata=3 Mar 2016|urlmorta=dead}}</ref> Tuđman foi a única pessoa a ocupar esse posto. Ele o manteve até sua morte. O uniforme para esta posição supostamente foi modelado no uniforme de [[Josip Broz Tito|Josip Broz Tito,]] já que Tuđman era um [[major-general]] dedicado do [[Exército Popular Iugoslavo]]. <ref name="NYTimes">{{Citar jornal|ultimo=Binder|primeiro=David|url=https://www.nytimes.com/1999/12/11/world/tudjman-is-dead-croat-led-country-out-of-yugoslavia.html?pagewanted=all|titulo=Tudjman Is Dead; Croat Led Country Out of Yugoslavia|data=11 Dez 1999|website=New York Times}}</ref> O título acabou sendo abolido em 2002. <ref>{{Citar web|url=http://www.morh.hr/images/stories/morh_sadrzaj/pdf/zakon%20o%20sluzbi%20u%20osrh%20nn33-02.pdf|titulo=Odluku O Proglašenju Zakona O Službi u Oružanim Snagama Republike Hrvatske|acessodata=17 Maio 2015}}</ref>

== TPIJ ==
O [[Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia|Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia]] (TPIJ) foi criado pelas [[Organização das Nações Unidas|Nações Unidas]] em 1993. Embora o governo croata tenha aprovado uma lei sobre a cooperação com o TPIJ, desde 1997 as relações entre o TPIJ e a Croácia pioraram. Tuđman criticou o trabalho do TPIJ em 1999, enquanto a procuradora-chefe do TPIJ, [[Louise Arbor|Louise Arbor,]] expressou a sua insatisfação com a cooperação da Croácia com o Tribunal. <ref>Alan Carling: ''Globalization and Identity: Development and Integration in a Changing World'', I.B. Tauris, 2006, p. 170</ref>

Durante a vida de Tuđman, nem [[Richard Goldstone]] nem Arbour, os primeiros promotores-chefes do TPIJ, consideraram indiciá-lo. Em 2002, a nova promotora do TPIJ, [[Carla Del Ponte|Carla del Ponte]], disse em uma entrevista que teria indiciado Tuđman se ele não tivesse morrido em 1999. <ref>Klaus Bachmann, Aleksandar Fatić: ''The UN International Criminal Tribunals: Transition Without Justice?'', Routledge, 2015, p. 131</ref> Graham Blewitt, promotor sênior do Tribunal, disse à agência de notícias [[Agence France-Presse|AFP]] que "teria havido provas suficientes para indiciar o presidente Tuđman se ele ainda estivesse vivo". <ref>{{Citar web|url=http://www.rferl.org/content/Article/1142280.html|titulo=Tudjman would have been charged by war crimes tribunal|data=10 Nov 2000|acessodata=23 Dez 2008|publicado=Radio Free Europe/Radio Liberty}}</ref>

Em 2000, a televisão britânica [[Channel 4]] transmitiu uma reportagem sobre as gravações de Franjo Tuđman, nas quais ele alegadamente falava sobre a divisão da Bósnia e Herzegovina com os sérvios após o [[Acordo de Dayton]]. Alegaram que o então presidente croata, [[Stjepan Mesić|Stjepan Mesić,]] lhes deu acesso a 17.000 transcrições. Mesić, que sucedeu Tuđman como presidente da Croácia, e o seu gabinete negaram ter fornecido quaisquer transcrições aos jornalistas britânicos e chamaram o relatório de uma "história sensacionalista que nada tem a ver com a verdade". <ref>{{Citar jornal|url=http://arhiv.slobodnadalmacija.hr/20001103/novosti.htm|titulo=Britanci su od Mesića dobili samo intervju, ne i transkripte|data=3 Nov 2000|website=[[Slobodna Dalmacija]]|titulotrad=The British only got an interview from Mesić, not the transcripts}}</ref>

No [[Julgamento de Gotovina et al.|julgamento de Gotovina]], num veredicto de primeiro grau, a Câmara de Julgamento concluiu que Tuđman foi um participante chave numa empresa criminosa conjunta, cujo objetivo era remover permanentemente a população civil sérvia do território da [[República Sérvia de Krajina]]. e repovoá-lo com croatas. <ref>{{Citar web|url=http://www.icty.org/sid/10633|titulo=TPIY: Tribunal Convicts Gotovina and Markač, Acquits Čermak|acessodata=15 Maio 2015|publicado=ICTY}}</ref> Em Novembro de 2012, um tribunal de recurso do TPIJ anulou as condenações de [[Mladen Markač]] e [[Ante Gotovina]], absolveu os dois antigos generais e concluiu que não houve deportação planeada da minoria sérvia nem nenhuma empresa criminosa conjunta por parte da liderança croata. <ref name="BBC-2012-11-16">{{Citar jornal|url=https://www.bbc.co.uk/news/world-europe-20352187|titulo=Hague war court acquits Croat Generals Gotovina and Markac|data=16 Nov 2012|acessodata=16 Nov 2012|website=[[BBC News]]}}</ref>

Em maio de 2013, o TPIJ, num veredicto de primeira instância no julgamento de [[Jadranko Prlic|Prlić]] e outros, concluiu que Tuđman, Bobetko e Šušak participaram na empresa criminosa conjunta contra a população não croata da Bósnia e Herzegovina. Decidiu, por maioria, que o objetivo era unir de facto a Herzeg-Bósnia à Croácia. <ref>{{Citar web|url=http://www.icty.org/sid/11324|titulo=Six Senior Herceg-Bosna Officials Convicted|data=29 Maio 2013|publicado=icty.org}}</ref> O juiz Jean-Claude Antoanetti, juiz presidente do julgamento, emitiu um parecer separado no qual contestou a noção de uma empresa criminosa conjunta e disse que os planos de Tuđman em relação à Bósnia e Herzegovina não estavam em contradição com a posição da comunidade internacional. <ref>[http://www.icty.org/x/cases/prlic/tjug/en/130529-6.pdf Separate and Partially Dissenting Opinion of Presiding Judge Jean-Claude Antonetti]</ref> <ref>{{Citar web|url=http://www.novilist.hr/Vijesti/Svijet/Sudac-Antonetti-osporava-udruzeni-zlocinacki-pothvat-Tudman-se-nikada-nije-suprostavljao-medunarodnoj-zajednici|titulo=Sudac Antonetti osporava 'udruženi zločinački pothvat': Tuđman se nikada nije suprostavljao međunarodnoj zajednici|data=30 Maio 2013|acessodata=19 Jul 2015|publicado=novilist.hr}}</ref>

Em 19 de julho de 2016, a Câmara de Apelações do caso anunciou que a "Câmara de Julgamento não fez conclusões explícitas sobre a participação [de Tudjman, Šušak e Bobetko] na JCE e não os considerou culpados de quaisquer crimes." <ref>{{Citar web|url=https://eblnews.com/news/croatia/ministry-icty-confirms-croatia-wasnt-responsible-29777|titulo=Ministry: ICTY confirms Croatia wasn't responsible|data=19 Jul 2016|acessodata=29 Nov 2017|website=EBL News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210311063609/https://eblnews.com/news/croatia/ministry-icty-confirms-croatia-wasnt-responsible-29777|arquivodata=11 Mar 2021|urlmorta=dead}}</ref> <ref>{{Citar web|url=https://eblnews.com/news/croatia/icty-denies-croatias-request-be-included-prlic-et-al-appeal-29747|titulo=ICTY denies Croatia's request to be included in Prlic et al appeal|data=19 Jul 2016|acessodata=29 Nov 2017|website=EBL News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210308160824/https://eblnews.com/news/croatia/icty-denies-croatias-request-be-included-prlic-et-al-appeal-29747|arquivodata=8 Mar 2021|urlmorta=dead}}</ref> Em 29 de novembro de 2017, sem atribuir quaisquer crimes a Tuđman, a Câmara de Apelações do caso manteve as condenações de seis líderes da Herzeg-Bósnia e do HVO e concluiu que ele partilhava o seu empreendimento criminoso conjunto de "criar um governo croata entidade que reconstituiu as [[Banovina da Croácia|fronteiras anteriores]] e que facilitou a [[Grande Croácia|reunificação do povo croata]]", o que seria feito através da limpeza étnica dos muçulmanos bósnios. <ref>{{Citar web|url=http://www.icty.org/x/cases/prlic/acjug/en/171129-judgement-summary.pdf|titulo=Summary of Judgement|data=29 Nov 2017|website=ICTY|pagina=7}}</ref> <ref>{{Citar web|url=https://www.icty.org/en/press/statement-of-the-office-of-the-prosecutor-in-relation-to-the-judgement-in-the-case-prosecutor|titulo=Statement of the Office of the Prosecutor in relation to the judgement in the case Prosecutor vs. Jadranko Prlić et al.|data=29 Nov 2017|website=ICTY.org|publicado=International Criminal Tribunal for the Former Yugoslavia}}</ref>

== Tuđman como historiador ==
Tuđman não teve formação acadêmica formal como historiador. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=149}} Ele abordou a história como um estudioso [[Marxismo|marxista]] e advogado croata. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=277}} Ele sempre considerou a história como um meio de formar a sociedade. {{Sfn|Sadkovich|2010|p=282}} Seu volumoso, com mais de 2.000 páginas, ''Hrvatska u monarhisticičkoj Jugoslaviji'' (Croácia na Iugoslávia Monarquista), passou a ser designado como material de leitura <ref name="ffpu">{{Citar web|url=http://www.ffpu.hr/index.php?id=29|titulo=Povijest srednje i jugoistočne Europe (XVIII.st-1914)|acessodata=26 Set 2007|ano=2007|lingua=hr|arquivourl=https://web.archive.org/web/20040117052252/http://www.ffpu.hr/index.php?id=29|arquivodata=17 Jan 2004|urlmorta=dead}}</ref> relativo a este período da história croata em algumas universidades croatas. Seus tratados mais curtos sobre a questão nacional, ''Nacionalno pitanje u suvremenoj Europi'' (A questão nacional na Europa contemporânea) e ''Usudbene povijestice'' (Os destinos da história) ainda são ensaios bem conceituados sobre disputas nacionais e étnicas não resolvidas, autodeterminação e criação de Estados-nação no meio europeu.

=== ''Horrores da Guerra'' ===
[[Ficheiro:Bespuca_povijesne_zbiljnosti_14082012_2_roberta_f.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|''Horrores da Guerra: Realidade Histórica e Filosofia'' ({{Lang-hr|Bespuća povijesne zbiljnosti}}; tradução literal ''Terras devastadas da realidade histórica'')]]
Em 1989, Tuđman publicou ''Bespuća povijesne zbiljnosti'' (Tradução literal: ''Terras devastadas da realidade histórica'') <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=_XQpBgAAQBAJ&pg=PA155|título=Rethinking World War Two: The Conflict and its Legacy|ultimo=Black|primeiro=Jeremy|data=2015|editora=Bloomsbury Publishing|isbn=978-1-47258-324-6}}</ref> que foi publicado em inglês em 1996 como ''Horrores da Guerra: Realidade Histórica e Filosofia''. <ref name="Milekic22">{{Citar web|ultimo=Milekic|primeiro=Sven|url=https://balkaninsight.com/2019/12/10/franjo-tudjman-strongman-obsessed-with-forging-croatias-independence/|titulo=Franjo Tudjman: Strongman Obsessed with Forging Croatia's Independence|data=10 Dez 2019|website=BalkanInsight|publicado=BIRN}}</ref> O livro questionou os diferentes números alegados de vítimas mortas durante a [[Segunda Guerra Mundial]] na Iugoslávia, particularmente em relação ao [[campo de concentração de Jasenovac]], algo que Tuđman já havia feito em um trabalho anterior publicado em 1982. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=fqUSGevFe5MC&pg=PA736|título=War and Revolution in Yugoslavia, 1941-1945: Occupation and Collaboration|ultimo=Tomasevich|primeiro=Jozo|data=2001|editora=Stanford University Press|isbn=978-0-80477-924-1}}</ref> As estimativas do governo iugoslavo colocam o número de vítimas de Jasenovac entre 600.000 e 700.000, enquanto alguns historiadores sérvios chegaram a sugerir até um milhão de vítimas; ambos os conjuntos de números que eram exagerados. <ref name="Pavlaković et al.">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=DXSNAQAAQBAJ&pg=PA167|título=Confronting the Past: European Experiences|data=2012|editora=Political Science Research Centre, Zagreb|editor-sobrenome=Pavlaković|páginas=167, 203|isbn=978-9-53702-226-6|editor-sobrenome2=Pauković|editor-sobrenome3=Raos}}</ref> Tuđman sentiu que Jasenovac estava a ser usado para impor uma culpa coletiva aos croatas e para provar "a natureza genocida" do [[nacionalismo croata]]. <ref name="Pavlaković et al." /> <ref name="Wistrich">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=BfQoxsH9bbwC&pg=PA54|título=Holocaust Denial: The Politics of Perfidy|ultimo=Wistrich|primeiro=Robert S.|data=2012|editora=Walter de Gruyter|páginas=54–55|isbn=978-3-11028-821-6}}</ref>

A última investigação séria sobre o número de vítimas antes da [[Guerra Civil Iugoslava]] foi conduzida pelo economista croata [[Vladimir Žerjavić]] e pelo investigador sérvio [[Bogoljub Kočović]]. Tanto Žerjavić como Kočović chegaram a um número de 83.000 mortes em Jasenovac, cada um utilizando métodos estatísticos diferentes. {{Sfn|Macdonald|2002|p=162}} 59.589 vítimas (de todas as nacionalidades) foram identificadas pelo nome em uma lista de nomes iugoslavos feita em 1964. <ref name="Sadkovich20103">{{Citar periódico |url=https://hrcak.srce.hr/67472 |título=Forging Consensus: How Franjo Tuđman Became an Authoritarian Nationalist |periódico=Review of Croatian History |número=1 |ultimo=Sadkovich |primeiro=James J. |ano=2010 |paginas=7–13 |ref=none |volume=VI}}</ref> No seu livro, Tuđman estimou, com base em algumas investigações anteriores, que o número total de vítimas no campo de Jasenovac (sérvios, judeus, ciganos, croatas e outros) estava algures entre 30.000 e 40.000. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Ojur7dVoxIcC&pg=PA191|título=A Legal Geography of Yugoslavia's Disintegration|ultimo=Trbovich|primeiro=Ana S.|data=2008|editora=Oxford University Press|isbn=978-0-19533-343-5}}</ref> <ref name="auto">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=BLhYDwAAQBAJ&pg=PA178|título=Usable History?: Representations of Yugoslavia's Difficult Past from 1945 to 2002|ultimo=Sindbaek|primeiro=Tia|data=2012|editora=ISD LLC|páginas=178–179|isbn=978-8-77124-107-5}}</ref> Ele listou as vítimas como "ciganos, judeus e sérvios, e até croatas", invertendo a ordem convencional de mortes para implicar que mais ciganos e judeus foram mortos do que sérvios. {{Sfn|Macdonald|2002|p=167}} Tuđman enfatizou que o campo foi organizado como um “campo de trabalho”. <ref name="auto" /> Ele estimou que um total de 50 mil foram mortos em todos os campos Ustashe em todo o NDH. {{Sfn|Macdonald|2002|p=167}} Embora tenha contestado legitimamente os números inflacionados, acabou por minimizar os crimes de Ustaše ao fornecer números demasiado baixos. <ref>{{Citar livro|url=https://docs.lib.purdue.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1043&context=purduepress_ebooks|título=A History of Yugoslavia|ultimo=Calic|primeiro=Marie-Janine|data=2019|editora=Purdue University Press|isbn=978-1-61249-564-4|edição=e-Pub}}</ref> <ref name="Radonić">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=m9ovDwAAQBAJ&pg=PA39|título=Of Red Dragons and Evil Spirits: Post-Communist Historiography between Democratization and the New Politics of History|ultimo=Radonić|primeiro=Ljiljana|data=2017|editora=Central European University Press|editor-sobrenome=Luthar|páginas=39–42|isbn=978-9-63386-151-6}}</ref>

Em ''Horrores da Guerra'', Tuđman afirmou que 900.000 judeus morreram no [[Holocausto]] em vez de seis milhões. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=JB4UBgAAQBAJ&pg=PA375|título=Modern Genocide: The Definitive Resource and Document Collection [4 volumes]: The Definitive Resource and Document Collection|ultimo=Bartrop|primeiro=Paul R.|ultimo2=Jacobs|primeiro2=Steven Leonard|data=2014|editora=ABC-CLIO|isbn=978-1-61069-364-6}}</ref> Além da questão das estatísticas de guerra, o livro de Tuđman continha opiniões sobre o papel judaico na história que muitos leitores consideraram simplistas e profundamente tendenciosos. Alguns o descreveram como [[Antissemitismo|antissemita]]. <ref name="Pavlaković et al.2">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=DXSNAQAAQBAJ&pg=PA167|título=Confronting the Past: European Experiences|data=2012|editora=Political Science Research Centre, Zagreb|editor-sobrenome=Pavlaković|páginas=167, 203|isbn=978-9-53702-226-6|editor-sobrenome2=Pauković|editor-sobrenome3=Raos}}</ref> <ref name="Radonić2">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=m9ovDwAAQBAJ&pg=PA39|título=Of Red Dragons and Evil Spirits: Post-Communist Historiography between Democratization and the New Politics of History|ultimo=Radonić|primeiro=Ljiljana|data=2017|editora=Central European University Press|editor-sobrenome=Luthar|páginas=39–42|isbn=978-9-63386-151-6}}</ref> <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=0bcwDwAAQBAJ&pg=PA94|título=The Bridge Betrayed: Religion and Genocide in Bosnia|ultimo=Sells|primeiro=Michael A.|data=1998|editora=University of California Press|isbn=978-0-52021-662-4}}</ref> Tuđman baseou suas opiniões sobre a condição judaica nas memórias do ex- [[Comunismo|comunista]] croata [[Ante Ciliga]], que descreveu suas experiências em Jasenovac durante um ano e meio de seu encarceramento. Estes estão registrados em seu livro, ''Sam kroz Europu u ratu (1939–1945)'', pintando um quadro desfavorável do comportamento de seus presos judeus, enfatizando seu alegado caráter de clã e [[etnocentrismo]]. <ref>{{Citar periódico |url=https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/13501670208577963?journalCode=feej20 |título=Revisionism in Croatia: The case of Franjo Tudman |data=2002 |periódico=East European Jewish Affairs |número=1 |ultimo=Goldstein |primeiro=Ivo |ultimo2=Goldstein |primeiro2=Slavko |paginas=60–62 |doi=10.1080/13501670208577963 |volume=32}}</ref> Ciliga afirmou que os judeus ocupavam uma posição privilegiada em Jasenovac e, na verdade, como conclui Tuđman, "tinham nas mãos a gestão do campo pelos presidiários até 1944 [porque] nas suas origens o partido de [[Ante Pavelić|Pavelić]] era filo-semita". {{Sfn|Tuđman|1989|pp=316, 320}} Tuđman acrescentou que a maioria dos prisioneiros em Jasenovac morreu nas mãos dos judeus, que controlaram o processo de liquidação, e não dos Ustaše. <ref name="Wistrich2">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=BfQoxsH9bbwC&pg=PA54|título=Holocaust Denial: The Politics of Perfidy|ultimo=Wistrich|primeiro=Robert S.|data=2012|editora=Walter de Gruyter|páginas=54–55|isbn=978-3-11028-821-6}}</ref> Ciliga teorizou que o comportamento dos judeus tinha sido determinado pela tradição de mais de 2.000 anos de egoísmo étnico extremo e falta de escrúpulos que ele afirma estar expressa no [[Antigo Testamento]]. {{Sfn|Tuđman|1989|pp=316, 320}}

Tuđman resumiu, entre outras coisas, que "Os judeus provocam inveja e ódio, mas na verdade eles são 'a nação mais infeliz do mundo', sempre vítimas de 'suas próprias ambições e das dos outros', e quem tenta mostrar que eles próprios são seus própria fonte de tragédia é classificada entre os anti-semitas e objeto de ódio por parte dos judeus". {{Sfn|Tuđman|1989|p=320}} Em outra parte do livro, ele expressou a crença de que essas características não eram exclusivas dos judeus; ao criticar o que alega serem agressões e atrocidades no Oriente Médio por parte de [[Israel]], ele afirmou que elas surgiram "da irracionalidade histórica e da estreiteza em que os judeus certamente não são exceção". {{Sfn|Tuđman|1989|p=160}}

Em 1994, Tuđman pediu desculpas pelas observações feitas sobre os judeus, afirmando que nos anos desde a publicação do livro, suas opiniões sobre o judaísmo mundial haviam mudado. <ref>{{Citar jornal|ultimo=Goshko|primeiro=John M.|url=https://www.washingtonpost.com/archive/politics/1994/02/16/croatia-leader-apologizes-for-holocaust-book/b43c4b8a-9321-4e9c-b96b-4a7474ceb0f9/|titulo=Croatia Leader Apologizes for Holocaust Book|data=16 February 1994|website=The Washington Post}}</ref> As passagens problemáticas foram posteriormente eliminadas na versão inglesa publicada em 1996, mas mantidas nas versões croata, francesa e alemã. <ref name="Milekic23">{{Citar web|ultimo=Milekic|primeiro=Sven|url=https://balkaninsight.com/2019/12/10/franjo-tudjman-strongman-obsessed-with-forging-croatias-independence/|titulo=Franjo Tudjman: Strongman Obsessed with Forging Croatia's Independence|data=10 Dez 2019|website=BalkanInsight|publicado=BIRN}}</ref>

Em 22 de abril de 1998, Tuđman recebeu as credenciais do primeiro embaixador israelense na Croácia, Natan Meron. No seu discurso, Tuđman disse, entre outras coisas:<blockquote>Durante a Segunda Guerra Mundial, dentro do regime [[Quisling]], na Croácia, os crimes do Holocausto também foram cometidos contra membros do povo judeu. O público croata de então, durante a Segunda Guerra Mundial, e hoje, incluindo o governo croata e eu pessoalmente, condenamos os crimes que os [[Ustaše]] cometeram não só contra os judeus, mas também contra os croatas democráticos e mesmo contra membros de outras nações no [[Estado Independente da Croácia]].<ref>{{cite web|url=http://www.axt.org.uk/antisem/archive/archive2/croatia/croatia.htm|title=Croatia|date=Out 1998|access-date=23 Dez 2008|publisher=Antisemitism and Xenophobia Today|author=<nowiki>Institute for Jewish Policy Research and American Jewish Committee</nowiki>|archive-url=https://web.archive.org/web/20081228202531/http://www.axt.org.uk/antisem/archive/archive2/croatia/croatia.htm|archive-date=28 Dez 2008|url-status=dead}}</ref></blockquote>

== Legado ==
{{Artigo principal|vt=s|Lista de lugares com o nome de Franjo Tuđman}}<blockquote>Senhor Presidente, como todas as grandes pessoas durante a vida, o senhor não esperará o suficiente pela interpretação adequada dos seus méritos para a nação, isso será feito apenas pelas gerações futuras, mas acredite, isso será feito. Você será um grande homem da história croata, mas não durante sua vida, mas quando as avaliações forem feitas com cabeça fria.

{{Spaced ndash space}}[[Henry Kissinger]]. {{sfn|Sadkovich|2010|p=9}}</blockquote>
[[Ficheiro:Franjo_Tuđman_Mirogoj.JPG|esquerda|miniaturadaimagem|As palavras históricas de Tudjman estão gravadas em seu último local de descanso: “ ''Sempre e tudo pela Croácia, e nossa única e eterna Croácia por nada!'' ”]]
[[Ficheiro:Tudjman_grave_mirogoj.jpg|direita|miniaturadaimagem|Túmulo de Tuđman no [[cemitério de Mirogoj]]]]
Tuđman é creditado pelos seus apoiantes por ter criado a base para uma Croácia independente e por ter ajudado o país a afastar-se do comunismo. Às vezes, ele recebe o título de "pai do país" por seu papel na conquista da independência do país. O seu legado ainda é forte em muitas partes da Croácia, bem como em partes da Bósnia e Herzegovina com maiorias croatas; há escolas, praças e ruas em algumas cidades com seu nome, e estátuas foram erguidas. Em dezembro de 2006, uma grande praça perto da [[Rua Ilica]], no bairro [[Črnomerec]] de [[Zagreb]], recebeu seu nome. <ref name="rawstory">{{Citar jornal|url=http://rawstory.com/news/2006/Tudjman_gets_his_square_in_Zagreb_12222006.html|titulo=Tudjman gets his square in Zagreb|data=22 Dez 2006|acessodata=26 Set 2007|publicado=Raw Story Media|arquivourl=https://web.archive.org/web/20071127134103/http://rawstory.com/news/2006/Tudjman_gets_his_square_in_Zagreb_12222006.html|arquivodata=27 Nov 2007|agência=dpa German Press Agency}}</ref> Em junho de 2015, [[Siniša Hajdas Dončić|Siniša Hajdaš Dončić]], Ministro dos Assuntos Marítimos, Transportes e Infraestrutura, disse que o [[Aeroporto Internacional Franjo Tuđman|Aeroporto Internacional de Zagreb]] reconstruído e modernizado receberá o nome de Tuđman. <ref>{{Citar web|url=http://dalje.com/en-croatia/minister-says-upgraded-zagreb-airport-to-be-named-after-tudjman/548587|titulo=Minister says upgraded Zagreb airport to be named after Tudjman|acessodata=19 Jul 2015|publicado=dalje.com|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150721181407/http://dalje.com/en-croatia/minister-says-upgraded-zagreb-airport-to-be-named-after-tudjman/548587|arquivodata=21 Jul 2015|urlmorta=dead}}</ref>

O seu mandato como presidente foi criticado como [[Autoritarismo|autoritário]] por alguns observadores. <ref name="Sadkovich20102">{{Citar periódico |url=https://hrcak.srce.hr/67472 |título=Forging Consensus: How Franjo Tuđman Became an Authoritarian Nationalist |periódico=Review of Croatian History |número=1 |ultimo=Sadkovich |primeiro=James J. |ano=2010 |paginas=7–13 |ref=none |volume=VI}}</ref> <ref name="The Rise of Competitive Authoritari2">{{Citar periódico |título=The Rise of Competitive Authoritarianism |data=Abr 2002 |periódico=Journal of Democracy |número=2 |ultimo=Levitski |primeiro=Steven |ultimo2=Way |primeiro2=Lucan |paginas=51–65 |doi=10.1353/jod.2002.0026 |volume=13}}</ref> <ref name="Living in the past: Franjo Tudjman'2">{{Citar periódico |título=Living in the past: Franjo Tudjman's Croatia |data=Mar 2000 |periódico=Journal of Democracy |número=635 |ultimo=Deago |primeiro=Hedl |paginas=104–09 |volume=99}}</ref> Goldstein vê as políticas pós-guerra de Tudjman de forma negativa, observando que "entre o nacionalismo saudável e o chauvinismo, ele escolheu o chauvinismo; entre a economia de livre mercado e o clientelismo, ele escolheu o último. Em vez do culto à liberdade, ele escolheu o culto ao estado. Entre a modernidade e a abertura ao mundo, escolheu o tradicionalismo; uma escolha fatal para um pequeno Estado como a Croácia, que precisa de se abrir em prol do desenvolvimento”. <ref name="Milekic2">{{Citar web|ultimo=Milekic|primeiro=Sven|url=https://balkaninsight.com/2019/12/10/franjo-tudjman-strongman-obsessed-with-forging-croatias-independence/|titulo=Franjo Tudjman: Strongman Obsessed with Forging Croatia's Independence|data=10 Dez 2019|website=BalkanInsight|publicado=BIRN}}</ref>
[[Ficheiro:20130605_Split_06.jpg|direita|miniaturadaimagem|Estátua de Tuđman em [[Split]]]]

=== Opinião pública ===
Os índices de aprovação de Tuđman permaneceram amplamente positivos durante sua presidência e foram geralmente avaliados como superiores aos do resto do governo. Aumentaram significativamente após a admissão da Croácia como membro das Nações Unidas em Maio de 1992, as operações militares bem sucedidas em Janeiro de 1993 e Agosto de 1995, e a reintegração pacífica da Eslavónia Oriental em Janeiro de 1998. As pesquisas mostraram uma queda no apoio no segundo semestre de 1993, ao longo de 1994 e em 1996. A partir do início de 1998, sua aprovação diminuiu gradualmente, antes de aumentar ligeiramente em novembro de 1999. {{Sfn|Lamza Posavec|2000|p=450-451}}

Em uma pesquisa realizada pela HRT em dezembro de 2002, 69% dos eleitores expressaram uma opinião positiva sobre Tuđman. <ref>{{Citar web|ultimo=Piše: srijeda|url=http://www.index.hr/vijesti/clanak/69--gradjana-ima-pozitivno-misljenje-o-franji-tudjmanu/106916.aspx|titulo=69% građana ima pozitivno mišljenje o Franji Tuđmanu - Vijesti.net|data=11 Dez 2002|acessodata=15 Maio 2015|publicado=Index.hr}}</ref>

Em uma pesquisa de junho de 2011 da ''{{Lang|hr|[[Večernji list]]}}'', 62% dos eleitores deram mais crédito a Tuđman pela criação da Croácia independente. <ref>{{Citar web|url=http://www.vecernji.hr/vijesti/tudman-najzasluzniji-drzavu-kakvu-imamo-osvojio-62-glasova-clanak-303706|titulo=Tuđman najzaslužniji za državu kakvu imamo, osvojio 62% glasova|acessodata=15 Maio 2015|publicado=Vecernji.hr}}</ref> Em dezembro de 2014, uma pesquisa da Ipsos Puls com 600 pessoas mostrou que 56% o veem como uma figura positiva, 27% disseram que ele tinha aspectos positivos e negativos, enquanto 14% o consideram uma figura negativa. <ref>{{Citar web|url=http://dnevnik.hr/vijesti/hrvatska/veliko-istrazivanje-dnevnika-nove-tv-evo-sto-hrvati-danas-misle-o-franji-tudjmanu---364127.html|titulo=15 GODINA POSLIJE: Evo što Hrvati danas misle o Franji Tuđmanu|acessodata=19 Jul 2015|publicado=dnevnik.hr}}</ref>

Num inquérito da promocija Plus em julho de 2015, a propósito da mudança de nome do Aeroporto de Zagreb para Tuđman, uma maioria de 65,5% manifestou apoio à iniciativa, 25,8% opôs-se à ideia, enquanto 8,6% não opinaram sobre a mesma. <ref>{{Citar web|url=http://www.vijesti.rtl.hr/novosti/hrvatska/1675769/ekskluzivna-rtl-anketa-istrazili-smo-sto-hrvati-misle-o-aerodromu-franje-tudjmana/|titulo=Ekskluzivna RTL anketa: istražili smo što Hrvati misle o aerodromu Franje Tuđmana|data=6 Jul 2015|acessodata=19 Jul 2015|publicado=vijesti.rtl.hr}}</ref>
{| class="wikitable" style="font-size:90%; text-align:center; background:white"
|+Índices de aprovação de Franjo Tuđman {{Sfn|Lamza Posavec|2000|p=450-451}}
!Data
!Evento
!Aprovação (%)
|-
|Dezembro de 1991
|
|69
|-
|Maio de 1992
|Croácia aceita na ONU
|77
|-
|Julho de 1992
|
|71
|-
|Janeiro de 1993
|[[Operação Maslenica]]
|76
|-
|Maio de 1993
|
|61
|-
|Dezembro de 1994
|
|55
|-
|Agosto de 1995
|[[Operação Tempestade]]
|85
|-
|Outubro de 1996
|
|60
|-
|Julho de 1997
|Presidente reeleito
|65
|-
|Fevereiro de 1998
|
|50
|-
|Outubro de 1998
|
|44
|-
|Novembro de 1999
|
|45
|}

== Família ==

* Esposa: [[Ankica Tuđman]] (1926–2022)
* Filhos: [[Miroslav Tuđman]] (1946–2021) <ref>{{Citar web|url=http://www.vecernji.hr/biografije/miroslav-tudman-450|titulo=Miroslav Tuđman|acessodata=4 Abr 2015|website=vecernji.hr|publicado={{Lang|hr|[[Večernji list]]}}|lingua=hr|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160909061845/http://www.vecernji.hr/biografije/miroslav-tudman-450|arquivodata=9 Set 2016|urlmorta=dead}}</ref> <ref>{{Citar web|url=https://www.index.hr/clanak.aspx?id=2250949|titulo=Umro je Miroslav Tuđman|acessodata=1 Fev 2021|website=index.hr|lingua=hr}}</ref> e Stjepan Tuđman
* Filha: Nevenka Tuđman (nascida em 1951) <ref>{{Citar web|url=http://www.vecernji.hr/biografije/nevenka-tudman-608|titulo=Nevenka Tuđman|acessodata=4 Abr 2015|website=vecernji.hr|publicado={{Lang|hr|[[Večernji list]]}}|lingua=hr|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150414062931/http://www.vecernji.hr/biografije/nevenka-tudman-608|arquivodata=14 Abr 2015|urlmorta=dead}}</ref>

== Honras e condecorações ==

=== Croatas ===
Concedido pelo [[Parlamento da Croácia|Parlamento Croata]] em 1995: <ref name="hrt.hr">{{Citar web|url=http://www.hrt.hr/arhiv/99/12/12/HRT0057.html|titulo=Odlikovanja Predsjednika Hrvatske Dr. Franje Tuđmana|acessodata=15 Maio 2013|publicado=Hrt.hr|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150924031752/http://www.hrt.hr/arhiv/99/12/12/HRT0057.html|arquivodata=24 Set 2015|urlmorta=dead}}</ref>
{| class="wikitable" style="text-align:left;"
! colspan="2" |Prêmio ou condecoração
|-
|[[Ficheiro:Ribbon_of_an_order_of_king_Tomislav.png|80x80px]]
|[[Grande Ordem do Rei Tomislau]]
|-
|[[Ficheiro:Ribbon_of_a_Grand_Order_of_King_Petar_Krešimir_IV.png|80x80px]]
|[[Grande Ordem do Rei Pedro Cresimiro IV]] 
|-
|[[Ficheiro:Ribbon_of_an_Order_of_Duke_Domagoj.png|80x80px]]
|[[Ordem do Duque Domagoj]]
|-
|[[Ficheiro:Ribbon_of_an_Order_of_Ante_Starčević.png|80x80px]]
|[[Ordem de Ante Starčević]]
|-
|[[Ficheiro:Ribbon_of_an_Order_of_Ban_Jelačić.png|80x80px]]
|[[Ordem de Stjepan Radić]]
|-
|[[Ficheiro:Ribbon_of_an_Order_of_Danica_Hrvatska_with_the_face_of_Blaž_Lorković.png|80x80px]]
|[[Ordem de Danica Hrvatska]] com o rosto de [[Ruđer Bošković]]
|-
|[[Ficheiro:Ribbon_of_an_Order_of_the_Croatian_Trefoil.png|80x80px]]
|[[Ordem do Trevo Croata]]
|-
|[[Ficheiro:Ribbon_of_a_Commemorative_Medal_of_the_Homeland_War.png|80x80px]]
|[[Medalha Memorial da Guerra da Pátria]]
|-
|[[Ficheiro:Ribbon_of_a_Commemorative_Medal_of_the_Homeland's_Gratitude.png|80x80px]]
|[[Medalha de Gratidão da Pátria]]
|}

==== Militares ====
{| class="wikitable" style="text-align:left;"
! colspan="2" |Prêmio ou condecoração
|-
|[[Ficheiro:Croatia-Vrhovnik.svg|185x185px]]
|[[Franjo Tuđman#Vrhovnik|Vrhovnik]] das [[Forças Armadas da Croácia]]
|}

=== Estrangeiras ===
{| class="wikitable" style="text-align:left;"
! colspan="2" |Prêmio ou condecoração
!País
!Concedido por
!Date
!Local
|-
|[[File:Cordone_di_gran_Croce_OMRI_BAR.svg|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:Cordone_di_gran_Croce_OMRI_BAR.svg|80x80px]]
|[[Ordem do Mérito da República Italiana|Cavaleiro da Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República Italiana]]
| rowspan="2" |{{flag|Itália}}
| rowspan="2" |[[Francesco Cossiga]]
|17 de janeiro de 1992<ref>{{Cite web|url=https://www.quirinale.it/onorificenze/insigniti/10726|title=Le onorificenze della Repubblica Italiana}}</ref>
|[[Zagreb]]
|-
|[[File:Cavaliere_di_gran_Croce_BAR.svg|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:Cavaliere_di_gran_Croce_BAR.svg|80x80px]]
|[[Ordem Militar de Itália|Cavaleiro da Grã-Cruz da Ordem Militar da Itália]]
|17 de janeiro de 1992
|[[Zagreb]]
|-
|[[File:CHL_Order_of_Merit_of_Chile_-_Grand_Cross_BAR.svg|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:CHL_Order_of_Merit_of_Chile_-_Grand_Cross_BAR.svg|80x80px]]
|[[Ordem do Mérito do Chile|Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Chile]]
|{{flag|Chile}}
|[[Eduardo Frei Ruiz-Tagle]]
|29 de novembro de 1994
|[[Santiago (Chile)|Santiago de Chile]]
|-
|[[File:ARG_Order_of_the_Liberator_San_Martin_-_Grand_Cross_BAR.svg|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:ARG_Order_of_the_Liberator_San_Martin_-_Grand_Cross_BAR.svg|80x80px]]
|[[Ordem do Libertador San Martin|Colar da Ordem do Libertador San Martin]]
|{{flag|Argentina}}
|[[Carlos Menem]]
|1º de dezembro de 1994<ref>{{cite web|url=http://www.hrt.hr/arhiv/99/12/12/HRT0057.html|title=HRT: Naslovnica|archive-url=https://web.archive.org/web/20100419143648/http://www.hrt.hr/arhiv/99/12/12/HRT0057.html|archive-date=19 Abr 2010}}</ref>
|[[Buenos Aires]]
|-
|[[File:Zhukov_rib.png|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:Zhukov_rib.png|80x80px]]
|[[Medalha de Júkov]]
|{{flag|Rússia}}
|[[Boris Iéltsin]]
|4 de novembro de 1996
|[[Zagreb]]
|-
|[[File:GRE_Order_Redeemer_1Class.png|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:GRE_Order_Redeemer_1Class.png|80x80px]]
|[[Ordem do Redentor|Grã-Cruz da Ordem do Redentor]]
|{{flag|Grécia}}
|[[Konstantinos Stephanopoulos]]
|23 de novembro de 1998
|[[Atenas]]
|-
|[[File:Order_of_the_State_of_Republic_of_Turkey.png|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:Order_of_the_State_of_Republic_of_Turkey.png|80x80px]]
|[[Ordem do Estado da República da Turquia]]
|{{flag|Turquia}}
|[[Süleyman Demirel]]
|1999
|[[Zagreb]]
|}
{{Referências|título=Notas|grupo=Nota}}{{Referências}}

=== Bibliografia ===
{{Refbegin|2}}
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*{{cite book|url=https://archive.org/details/croatianationfor0000tann_f0k3|title=Croatia: a nation forged in war|last=Tanner|first=Marcus|publisher=[[Yale University Press]]|isbn=0-300-09125-7|year=2001|edition=2nd|location=New Haven; London|url-access=registration}}
*{{cite book|title=Bespuća povijesne zbiljnosti: rasprava o povijesti i filozofiji zlosilja|last=Tuđman|first=Franjo|publisher=[[Matica hrvatska]]|isbn=978-86-401-0042-7|year=1989|edition=2nd|location=Zagreb|language=hr}}
{{Refend}}

== Ligações externas ==
{{Commons category|Franjo Tuđman}}

* [http://www.franjo-tudjman.net/ Website in a tribute of Franjo Tuđman] {{in lang|hr}}
* [https://www.britannica.com/EBchecked/topic/608445/Franjo-Tudjman# Britannica entry on Franjo Tuđman]
{{s-start}}
{{s-off}}
{{Succession box|title=Cargo criado <br/>[[Presidente da Croácia]]|years=30 de maio de 1990&nbsp;– 10 de dezembro de 1999|before=[[Ivo Latin]]<br/><small>(como [[Presidente da Presidência da Croácia]])</small>|after=[[Vlatko Pavletić]] <small>(interino)</small>}}
{{s-ppo}}
{{Succession box|title=[[União Democrática Croata|Presidente da União Democrática Croata]]|before=''Cargo estabelecido''|after=[[Vladimir Šeks]] <small>(interino)</small>|years=17 de junho de 1989&nbsp;– 10 de dezembro de 1999}}
{{s-mil}}
{{Succession box|title=[[#Vrhovnik|Vrhovnik]]|before=''Título estabelecido''|after=''Título abolido''|years=22 March 1995&nbsp;– 10 December 1999}}
{{S-end}}

{{Presidentes da Croácia}}{{Guerras na Iugoslávia}}{{Controle de autoridade}}
[[Categoria:Presidentes da Croácia|Tudman, Franjo]]
[[Categoria:Políticos da Croácia|Tudman, Franjo]]
[[Categoria:Mortos em 1999]]
[[Categoria:Nascidos em 1922]]
[[Categoria:Membros da Academia de Ciências e Artes da Croácia]]