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{{Ver desambiguação}}
[[Ficheiro:Physical_World_Map.svg|miniaturadaimagem|upright=1.6|[[Mapa físico]] da Terra]]
[[Ficheiro:World_Map_(political).svg|miniaturadaimagem|upright=1.6|[[Mapa político]] da Terra]]

'''Geografia''' (do [[Língua grega antiga|grego antigo]] {{Lang|grc|γεωγραφία}} ''{{Transl|grc|geōgraphía}}''; combinação de {{Transl|grc|gê}} 'Terra' e {{Transl|grc|gráphō}} 'escrever') é o estudo das terras, características, habitantes e fenômenos da [[Terra]].<ref name="intro1">{{Citar livro|título=Introduction to Geography: People, Places & Environment|ultimo=Dahlman|primeiro=Carl|ultimo2=Renwick|primeiro2=William|data=2014|editora=Pearson|isbn=978-0137504510|edição=6th}}</ref> É uma disciplina abrangente que busca compreender a Terra e [[Mundo|suas complexidades humanas e naturais]] — não apenas onde os objetos estão, mas também como eles mudaram e surgiram. Embora a geografia seja específica da Terra, muitos [[Conceito|conceitos]] podem ser aplicados de forma mais ampla a outros [[Objeto astronômico|corpos celestes]] no campo da [[Planetologia|ciência planetária]].<ref name="Burt">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Scale, Resolution, Analysis, and Synthesis in Physical Geography|ultimo=Burt|primeiro=Tim|data=2009|editora=John Wiley & Sons|páginas=85–96|isbn=978-1-4051-9146-3|edição=2nd}}</ref> Tem sido chamada de "uma ponte entre as [[ciências naturais]] e as disciplinas das [[ciências sociais]]".<ref name="Sala1">{{Citar livro|título=Geography Volume I|ultimo=Sala|primeiro=Maria|data=2009|editora=Encyclopedia of Life Support Systems - UNESCO|localização=Oxford, United Kingdom|isbn=978-1-84826-960-6}}</ref>

As origens de muitos dos conceitos da geografia podem ser rastreadas até o grego [[Eratóstenes]] de [[Cirene (cidade)|Cirene]], que pode ter cunhado o termo "''geographia''" em {{Circa|276 a.C.|195/194 a.C.}}.<ref name="Roller">{{Citar livro|url=https://press.princeton.edu/books/hardcover/9780691142678/eratosthenes-geography|título=Eratosthenes' Geography|ultimo=Roller|primeiro=Duane W.|data=2010|editora=Princeton University Press|localização=New Jersey|isbn=9780691142678|acessodata=29 de janeiro de 2024}}</ref> O primeiro uso registrado da palavra [[Geografia (Ptolomeu)|''γεωγραφία'']] foi como título de um livro do estudioso grego [[Ptolemeu|Cláudio Ptolomeu]] (100 – 170 d.C.).<ref name="intro1" /> Este trabalho criou a chamada "tradição ptolomaica" da geografia, que incluía a "teoria cartográfica ptolomaica".<ref name="Brentjes2009">{{Citar livro|título=International Encyclopedia of Human Geography|ultimo=Brentjes|primeiro=Sonja|data=2009|editora=Elsevier|páginas=414–427|capitulo=Cartography in Islamic Societies|isbn=978-0-08-044911-1|acessodata=29 de janeiro de 2024}}</ref>

No entanto, os conceitos geográficos (como a [[cartografia]]) remontam às primeiras tentativas de compreender o mundo espacialmente, com o primeiro exemplo de uma tentativa de [[mapa-múndi]] datando do [[século IX a.C.]] na antiga [[Babilónia|Babilônia]].<ref name="Kurt-2009">{{Citar livro|título=Geography and Ethnography: Perceptions of the World in Pre-Modern Societies|ultimo=Kurt A. Raaflaub & Richard J. A. Talbert|editora=[[John Wiley & Sons]]|ano=2009|isbn=978-1-4051-9146-3}}</ref> A [[História do pensamento geográfico|história da geografia]] como disciplina abrange culturas e milênios, sendo desenvolvida independentemente por vários grupos e influenciada pelo comércio entre esses grupos. Os conceitos centrais da geografia consistentes entre todas as abordagens são o foco no espaço, lugar, tempo e escala.<ref name="Thrift1">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Space, The Fundamental Stuff of Geography|ultimo=Thrift|primeiro=Nigel|data=2009|editora=John Wiley & Sons|páginas=85–96|isbn=978-1-4051-9146-3|edição=2nd}}</ref><ref name="Kent1">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Space, Making Room for Space in Physical Geography|ultimo=Kent|primeiro=Martin|data=2009|editora=John Wiley & Sons|páginas=97–119|isbn=978-1-4051-9146-3|edição=2nd}}</ref><ref name="Tuan1">{{Citar livro|título=Space and Place: The Perspective of Experience|ultimo=Tuan|primeiro=Yi-Fu|data=1977|editora=University of Minnesota Press|isbn=0-8166-3877-2}}</ref><ref name="Tuan2">{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/215179 |título=A View of Geography |data=1991 |acessodata=5 de janeiro de 2023 |periódico=Geographical Review |número=1 |ultimo=Tuan |primeiro=Yi-Fu |paginas=99–107 |bibcode=1991GeoRv..81...99T |doi=10.2307/215179 |jstor=215179 |volume=81}}</ref><ref name="Castree1">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Place, Connections and Boundaries in an Interdependent World|ultimo=Castree|primeiro=Noel|data=2009|editora=John Wiley & Sons|páginas=85–96|isbn=978-1-4051-9146-3|edição=2nd}}</ref><ref name="Gregory1">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Place, The Management of Sustainable Physical Environments|ultimo=Gregory|primeiro=Ken|data=2009|editora=John Wiley & Sons|páginas=173–199|isbn=978-1-4051-9146-3|edição=2nd}}</ref>

Atualmente, a geografia é uma disciplina extremamente ampla, com múltiplas abordagens e modalidades. Houve várias tentativas de organizar a disciplina, incluindo as quatro tradições e em ramos.<ref name="Traditions1">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1080/00221346408985265 |título=The Four Traditions of Geography |data=1964 |acessodata=27 de agosto de 2022 |periódico=Journal of Geography |número=5 |ultimo=Pattison |primeiro=William |paginas=211–216 |bibcode=1964JGeog..63..211P |doi=10.1080/00221346408985265 |volume=63}}</ref><ref name="Sala1" /><ref name="Tambassi">{{Citar livro|título=The Philosophy of Geo-Ontologies|ultimo=Tambassi|primeiro=Timothy|data=2021|editora=Springer|isbn=978-3-030-78144-6|edição=2nd}}</ref> As técnicas empregadas podem geralmente ser divididas em abordagens quantitativas<ref name="Fotheringham1">{{Citar livro|título=Quantitative Geography: Perspectives on Spatial Data Analysis|ultimo=Fotheringham|primeiro=A. Stewart|ultimo2=Brunsdon|primeiro2=Chris|ultimo3=Charlton|primeiro3=Martin|data=2000|editora=Sage Publications Ltd|isbn=978-0-7619-5948-9}}</ref> e qualitativas,<ref name="RyanBurns1">{{Citar periódico |url=https://www.utpjournals.press/doi/full/10.3138/carto.48.3.1691 |título=Towards Qualitative Geovisual Analytics: A Case Study Involving Places, People, and Mediated Experience |data=2013 |acessodata=17 de dezembro de 2022 |periódico=Cartographica: The International Journal for Geographic Information and Geovisualization |número=3 |ultimo=Burns |primeiro=Ryan |ultimo2=Skupin |primeiro2=Andre´ |paginas=157–176 |doi=10.3138/carto.48.3.1691 |volume=48}}</ref> com muitos estudos adotando abordagens de métodos mistos.<ref name="Diriwächter1">Diriwächter, R. & Valsiner, J. (Janeiro de 2006) [http://www.qualitative-research.net/index.php/fqs/article/view/72 Qualitative Developmental Research Methods in Their Historical and Epistemological Contexts]. FQS. Vol 7, No. 1, Art. 8</ref> Técnicas comuns incluem [[cartografia]], [[sensoriamento remoto]] e [[Agrimensura|levantamentos]].

== Fundamentos ==
{{Ciências-vertical}}
A geografia é um estudo sistemático da Terra (outros corpos celestes são especificados, como "geografia de Marte", ou recebem outro nome, como [[Geografia de Marte|areografia]] no caso de Marte), suas características e fenômenos que ocorrem nela.<ref>{{Citar web|url=https://www.merriam-webster.com/dictionary/areography|titulo=Areography|acessodata=27 de julho de 2022|website=Merriam-Webster}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/983554 |título=Areography |data=Abril de 1902 |acessodata=27 de julho de 2022 |periódico=Proceedings of the American Philosophical Society |número=170 |ultimo=Lowell |primeiro=Percival |paginas=225–234 |jstor=983554 |volume=41}}</ref><ref>{{Citar livro|título=Camille Flammarion's the Planet Mars|ultimo=Sheehan|primeiro=William|data=19 de setembro de 2014|series=Astrophysics and Space Science Library|volume=409|páginas=435–441|capitulo=Geography of Mars, or Areography|doi=10.1007/978-3-319-09641-4_7|isbn=978-3-319-09640-7}}</ref> Para que algo se enquadre no domínio da geografia, geralmente é necessário algum tipo de componente espacial que possa ser colocado em um [[mapa]], como [[Coordenadas geográficas|coordenadas]], nomes de lugares ou [[endereço postal|endereços]]. Isso levou à associação da geografia à [[cartografia]] e aos nomes de lugares. Embora muitos [[geógrafos]] sejam treinados em [[toponímia]] e cartologia, essa não é sua principal preocupação. Os geógrafos estudam a distribuição espacial e temporal dos fenômenos, processos e características da Terra, bem como a interação dos [[humanos]] com seu [[Meio ambiente|ambiente]].<ref name="Hayes1">{{Citar web|ultimo=Hayes-Bohanan|primeiro=James|url=http://webhost.bridgew.edu/jhayesboh/environmentalgeography.htm|titulo=What is Environmental Geography, Anyway?|data=29 de setembro de 2009|acessodata=10 de novembro de 2016|website=webhost.bridgew.edu|publicado=[[Bridgewater State University]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20061026054331/http://webhost.bridgew.edu/jhayesboh/environmentalgeography.htm|arquivodata=26 de outubro de 2006|urlmorta=live}}</ref> Como o espaço e o lugar afetam uma variedade de tópicos, como economia, saúde, [[clima]], plantas e animais, a geografia é altamente interdisciplinar. A natureza interdisciplinar da abordagem geográfica depende de uma atenção à relação entre os fenômenos físicos e humanos e os seus padrões espaciais.<ref name="Hornby11">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=DLpzQgAACAAJ|título=An introduction to Settlement Geography|ultimo=Hornby|primeiro=William F.|ultimo2=Jones|primeiro2=Melvyn|data=29 de junho de 1991|editora=[[Cambridge University Press]]|isbn=978-0-521-28263-5|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161225074059/https://books.google.com/books/about/An_Introduction_to_Settlement_Geography.html?id=DLpzQgAACAAJ|arquivodata=25 de dezembro de 2016}}</ref>

{{blockquote|text= Nomes de lugares... não são geografia... Saber de cor um dicionário geográfico inteiro cheio deles não constituiria, por si só, alguém um geógrafo. A geografia tem objetivos mais elevados do que isso: ela busca classificar fenômenos (tanto do mundo natural quanto do mundo político, na medida em que trata do último), comparar, generalizar, ascender dos efeitos às causas e, ao fazê-lo, traçar as leis da natureza e marcar suas influências sobre o homem. Esta é 'uma descrição do mundo' — isto é geografia. Em uma palavra, geografia é uma ciência — uma coisa não de meros nomes, mas de argumento e razão, de causa e efeito.<ref>Hughes, William. (1863). ''The Study of Geography''. Lecture delivered at King's College, London, by Sir Marc Alexander. Quoted in {{Cite book |last=Baker |first=J.N.L |title=The History of Geography |date=1963 |publisher=Basil Blackwell |isbn=978-0-85328-022-4 |location=Oxford |page=66}}</ref>|sign=William Hughes, 1863}}

A geografia como disciplina pode ser dividida amplamente em três ramos principais: [[Geografia humana|humana]], [[Geografia física|física]] e técnica.<ref name="Sala1">{{Citar livro|título=Geography Volume I|ultimo=Sala|primeiro=Maria|data=2009|editora=Encyclopedia of Life Support Systems - UNESCO|localização=Oxford, United Kingdom|isbn=978-1-84826-960-6}}</ref><ref name="Hough1">{{Citar livro|título=The Oxford Handbook of Names and Naming|ultimo=Hough|primeiro=Carole|ultimo2=Izdebska|primeiro2=Daria|data=2016|editora=Oxford University Press|editor-sobrenome=Gammeltoft|editor-nome=Peder|localização=Oxford, United Kingdom|capitulo=Names and Geography|isbn=978-0-19-965643-1}}</ref> A geografia humana concentra-se principalmente no ambiente construído e na forma como os humanos criam, visualizam, gerem e influenciam o espaço.<ref name="Hough1" /> A geografia física examina o ambiente natural e como os [[Organismo|organismos]], o [[clima]], o [[solo]], a [[água]] e as [[Acidente geográfico|formas de relevo]] produzem e interagem.<ref name="Cotterill">{{Citar web|ultimo=Cotterill|primeiro=Peter D.|url=http://www.aag.org/Careers/What_is_geog.html|título=What is geography?|data=1997|accessodata=09-10-2006|website=AAG Career Guide: Jobs in Geography and related Geographical Sciences|publicado=American Association of Geographers|arquivourl=https://web.archive.org/web/20061006152742/http://www.aag.org/Careers/What_is_geog.html <!-- Bot retrieved archive -->|arquivodata=06-10-2006}}</ref>  A diferença entre essas abordagens levou ao desenvolvimento da [[Geografia ambiental|geografia integrada]], que combina a geografia física e humana e diz respeito às interações entre o meio ambiente e os humanos.<ref name="Hayes1" /> A geografia técnica envolve o estudo e o desenvolvimento de ferramentas e técnicas utilizadas pelos geógrafos, como o [[sensoriamento remoto]], a cartografia e o sistema de informação geográfica.<ref name="Haidu1">{{Citar periódico |url=https://technicalgeography.org/pdf/1_2016/01_haidu.pdf |título=What is Technical Geography |data=2016 |acessodata=22 de julho de 2022 |periódico=Geographia Technica |número=1 |ultimo=Haidu |primeiro=Ionel |paginas=1–5 |doi=10.21163/GT_2016.111.01 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20220119112718/http://www.technicalgeography.org/pdf/1_2016/01_haidu.pdf |arquivodata=19 de janeiro de 2022 |volume=11}}</ref>

=== Conceitos-chave ===
Reduzir a geografia a alguns conceitos-chave é extremamente desafiador e sujeito a um enorme debate dentro da disciplina.<ref name="KeyConcepts2014">{{Citar livro|url=https://us.sagepub.com/en-us/nam/key-concepts-in-geography/book230446|título=Key Concepts in Geography|data=2014|editora=Sage|editor-sobrenome=Clifford|isbn=978-1-4129-3022-2|acessodata=2 de dezembro de 2023|editor-sobrenome2=Holloway|editor-sobrenome3=Rice|editor-sobrenome4=Valentine|edição=2nd}}</ref> Numa tentativa, a 1ª edição do livro ''Conceitos-chave em Geografia'' dividiu-o em capítulos com foco em "espaço", "lugar", "tempo", "escala" e "paisagem".<ref name="KeyConcepts2003">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography|data=2003|editora=Sage|editor-sobrenome=Holloway|isbn=978-0761973898|editor-sobrenome2=Rice|editor-sobrenome3=Valentine|edição=1st}}</ref> A 2ª edição do livro expandiu estes conceitos-chave adicionando "sistemas ambientais", "sistemas sociais", "natureza", "[[globalização]]", "desenvolvimento" e "risco", demonstrando o quão desafiador pode ser estreitar o campo.<ref name="KeyConcepts2014" />

Outra abordagem amplamente utilizada no ensino de geografia são os cinco temas de geografia estabelecidos pelas "Diretrizes para Educação Geográfica: Escolas Elementares e Secundárias", publicadas conjuntamente pelo Conselho Nacional de Educação Geográfica dos Estados Unidos e pela Associação de Geógrafos Americanos em 1984.<ref name="Guidelines1984">{{Citar livro|título=Guidelines for Geographic Education: Elementary and Secondary Schools|data=1984|editora=The Council|isbn=9780892911851}}</ref><ref name="Natoli1994">{{Citar periódico |url=https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00221349408979676 |título=''Guidelines for Geographic Education'' and the Fundamental Themes in Geography |data=1 de janeiro de 1994 |periódico=[[Journal of Geography]] |número=1 |ultimo=Natoli |primeiro=Salvatore J. |paginas=2–6 |bibcode=1994JGeog..93....2N |doi=10.1080/00221349408979676 |issn=0022-1341 |volume=93}}</ref> Esses temas são localização, lugar, relacionamentos dentro de lugares (frequentemente resumidos como interação homem-ambiente), movimento e regiões.<ref name="Natoli1994" /><ref name="Brown2015">{{Citar periódico |url=https://ossr.scholasticahq.com/api/v1/attachments/2781/download |título=Exploring the five themes of geography using technology |data=2015 |periódico=The Ohio Social Studies Review |número=1 |ultimo=Buchanan |primeiro=Lisa Brown |ultimo2=Tschida |primeiro2=Christina M. |paginas=29–39 |volume=52}}</ref> Os cinco temas da geografia moldaram a forma como a educação estadunidense abordaria o tópico nos anos seguintes.<ref name="Natoli1994" /><ref name="Brown2015" />
[[Ficheiro:17th_Century_map_of_Pembrokeshire.jpg|miniaturadaimagem|[[Mapas]], como esta representação de [[Pembrokeshire]] do século XVII, são um elemento central no estudo da geografia.]]

==== Espaço ====
{{Artigo principal|Espaço geográfico}}

[[Ficheiro:3D_coordinate_system.svg|direita|miniaturadaimagem|Um [[Sistema de coordenadas cartesiano|sistema de coordenadas cartesianas]] tridimensional para destros usado para indicar posições no espaço]]

{{Quote|texto=Assim como todos os fenômenos existem no tempo e, portanto, têm uma história, eles também existem no espaço e têm uma geografia.<ref name=GeographyPerspective1>{{Cite book |last=<!-- Staff writer(s); no by-line. --> |chapter=Chapter 3: Geography's Perspectives|url=http://www.nap.edu/openbook.php?record_id=4913&page=28 |title=Rediscovering Geography: New Relevance for Science and Society |date=1997 |publisher=The National Academies Press |isbn=978-0-309-05199-6 |location=Washington, DC |page=28 |doi=10.17226/4913 |access-date=2014-05-06 |archive-url=https://web.archive.org/web/20140507035328/http://www.nap.edu/openbook.php?record_id=4913&page=28 |archive-date=2014-05-07 |url-status=live}}</ref>|autor=[[Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina]] dos Estados Unidos, 1997}}

Para que algo exista no domínio da geografia, ele deve poder ser descrito espacialmente.<ref name="Matthews1">{{Citar livro|título=Geography: A very short introduction|ultimo=Matthews|primeiro=John|ultimo2=Herbert|primeiro2=David|data=2008|editora=Oxford University Press|isbn=978-0-19-921128-9}}</ref> Assim, o espaço é o conceito mais fundamental na base da geografia.<ref name="Thrift1">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Space, The Fundamental Stuff of Geography|ultimo=Thrift|primeiro=Nigel|data=2009|editora=John Wiley & Sons|páginas=85–96|isbn=978-1-4051-9146-3|edição=2nd}}</ref><ref name="Kent1">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Space, Making Room for Space in Physical Geography|ultimo=Kent|primeiro=Martin|data=2009|editora=John Wiley & Sons|páginas=97–119|isbn=978-1-4051-9146-3|edição=2nd}}</ref> O conceito é tão básico que os geógrafos muitas vezes têm dificuldade em definir exatamente o que é. O [[Movimento absoluto|espaço absoluto]] é o local exato, ou coordenadas espaciais, de objetos, pessoas, lugares ou fenômenos sob pesquisa.<ref name="Thrift1" /> Nós existimos no espaço.<ref name="Tuan1">{{Citar livro|título=Space and Place: The Perspective of Experience|ultimo=Tuan|primeiro=Yi-Fu|data=1977|editora=University of Minnesota Press|isbn=0-8166-3877-2}}</ref> O espaço absoluto leva à visão do mundo como uma fotografia, com tudo congelado no lugar quando as coordenadas foram registradas. Atualmente, os geógrafos são treinados para reconhecer o mundo como um espaço dinâmico onde todos os processos interagem e ocorrem, em vez de uma imagem estática num mapa.<ref name="Thrift1" /><ref name="Chen1">{{Citar periódico |url=https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0143622813001367 |título=Interactive three-dimensional geovisualization of space-time access to food |data=2013 |acessodata=7 de dezembro de 2022 |periódico=Applied Geography |ultimo=Chen |primeiro=Xiang |ultimo2=Clark |primeiro2=Jill |paginas=81–86 |bibcode=2013AppGe..43...81C |doi=10.1016/j.apgeog.2013.05.012 |volume=43}}</ref>

==== Lugar ====
{{AP|Lugar (geografia)|Localização}}
[[Ficheiro:Yi-Fu_Tuan-Festival_international_de_géographie_2012_(1).jpg|miniaturadaimagem|Yi-Fu Tuan, geógrafo que destacou a importância da linguagem na construção do lugar. <ref>{{Citar periódico |título=Language and the Making of Place: A Narrative-Descriptive Approach |periódico=Annals of the Association of American Geographers |número=4 |ultimo=Tuan |primeiro=Yi-Fu |ano=1991 |paginas=684–696 |doi=10.1111/j.1467-8306.1991.tb01715.x |volume=81}}</ref>]]

[[Lugar (geografia)|Lugar]] é um dos termos mais complexos e importantes da geografia.<ref name="Tuan1">{{Citar livro|título=Space and Place: The Perspective of Experience|ultimo=Tuan|primeiro=Yi-Fu|data=1977|editora=University of Minnesota Press|isbn=0-8166-3877-2}}</ref><ref name="Tuan2">{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/215179 |título=A View of Geography |data=1991 |acessodata=5 de janeiro de 2023 |periódico=Geographical Review |número=1 |ultimo=Tuan |primeiro=Yi-Fu |paginas=99–107 |bibcode=1991GeoRv..81...99T |doi=10.2307/215179 |jstor=215179 |volume=81}}</ref><ref name="Castree1">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Place, Connections and Boundaries in an Interdependent World|ultimo=Castree|primeiro=Noel|data=2009|editora=John Wiley & Sons|páginas=85–96|isbn=978-1-4051-9146-3|edição=2nd}}</ref><ref name="Gregory1">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Place, The Management of Sustainable Physical Environments|ultimo=Gregory|primeiro=Ken|data=2009|editora=John Wiley & Sons|páginas=173–199|isbn=978-1-4051-9146-3|edição=2nd}}</ref> Na geografia humana, o lugar é a síntese das coordenadas na [[superfície da Terra]], da atividade e do uso que ocorre, ocorreu e ocorrerá nas coordenadas, e do significado atribuído ao espaço por indivíduos e grupos humanos.<ref name="Matthews1">{{Citar livro|título=Geography: A very short introduction|ultimo=Matthews|primeiro=John|ultimo2=Herbert|primeiro2=David|data=2008|editora=Oxford University Press|isbn=978-0-19-921128-9}}</ref><ref name="Castree1" /> Isso pode ser extraordinariamente complexo, pois espaços diferentes podem ter usos diferentes em momentos diferentes e significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Na geografia física, um lugar inclui todos os fenômenos físicos que ocorrem no espaço, incluindo a [[litosfera]], a [[atmosfera]], a [[hidrosfera]] e a [[biosfera]].<ref name="Gregory1" /> Os lugares não existem no vácuo e, em vez disso, têm relações espaciais complexas entre si, e o lugar diz respeito à forma como um local está situado em relação a todos os outros locais.<ref name="Tobler1">{{Citar periódico |url=http://pdfs.semanticscholar.org/eaa5/eefedd4fa34b7de7448c0c8e0822e9fdf956.pdf |título=A Computer Movie Simulating Urban Growth in the Detroit Region |data=1970 |acessodata=22 de julho de 2022 |periódico=Economic Geography |ultimo=Tobler |primeiro=Waldo |paginas=234–240 |doi=10.2307/143141 |jstor=143141 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20190308014451/http://pdfs.semanticscholar.org/eaa5/eefedd4fa34b7de7448c0c8e0822e9fdf956.pdf |arquivodata=8 de março de 2019 |volume=46}}</ref><ref name="Tobler2">{{Citar periódico |url=https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1111/j.1467-8306.2004.09402009.x |título=On the First Law of Geography: A Reply |data=2004 |acessodata=22 de julho de 2022 |periódico=Annals of the Association of American Geographers |número=2 |ultimo=Tobler |primeiro=Waldo |paginas=304–310 |doi=10.1111/j.1467-8306.2004.09402009.x |arquivourl=https://web.archive.org/web/20220621022730/http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1111/j.1467-8306.2004.09402009.x |arquivodata=21 de junho de 2022 |volume=94}}</ref> Como disciplina, então, o termo ''lugar'' na geografia inclui todos os fenômenos espaciais que ocorrem em um local, os diversos usos e significados que os humanos atribuem a esse local e como esse local impacta e é impactado por todos os outros locais na Terra.<ref name="Castree1" /><ref name="Gregory1" /> Em um dos artigos de [[Yi-Fu Tuan]], ele explica que, em sua opinião, a geografia é o estudo da Terra como um lar para a humanidade e, portanto, o lugar e o significado complexo por trás do termo são centrais para essa disciplina.<ref name="Tuan2" />

==== Tempo ====
{{AP|Geografia temporal|Geografia histórica}}

[[Ficheiro:Sample_of_time_geographical_description.png|alt=A space-time cube is a three-axis graph where one axis represents the time dimension and the other axes represent two spatial dimensions|miniaturadaimagem|Exemplos da [[linguagem visual]] da geografia do tempo: cubo espaço-tempo, caminho, prisma, feixe e outros conceitos.]]

O [[Geografia temporal|tempo]] é geralmente considerado como pertencente ao domínio da [[história]], no entanto, é uma preocupação significativa na disciplina da geografia.<ref name="Thrift2">{{Citar livro|título=An Introduction to Time-Geography|ultimo=Thrift|primeiro=Nigel|data=1977|editora=Geo Abstracts, University of East Anglia|isbn=0-90224667-4}}</ref><ref name="Thornes1">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Time, Change and Stability in Environmental Systems|ultimo=Thornes|primeiro=John|data=2009|editora=John Wiley & Sons|páginas=119–139|isbn=978-1-4051-9146-3|edição=2nd}}</ref><ref name="Taylor2">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Time, From Hegemonic Change to Everyday life|ultimo=Taylor|primeiro=Peter|data=2009|editora=John Wiley & Sons|páginas=140–152|isbn=978-1-4051-9146-3|edição=2nd}}</ref> Na [[física]], espaço e tempo não são separados e são combinados no conceito de [[espaço-tempo]].<ref name="Galison">{{Citar periódico |título=Minkowski's space–time: From visual thinking to the absolute world |data=1979 |periódico=Historical Studies in the Physical Sciences |ultimo=Galison |primeiro=Peter Louis |paginas=85–121 |doi=10.2307/27757388 |jstor=27757388 |volume=10}}</ref> A geografia está sujeita às [[leis da física]] e, ao estudar coisas que ocorrem no espaço, o tempo deve ser considerado. O tempo na geografia é mais do que apenas o registro histórico de eventos que ocorreram em várias coordenadas discretas; mas também inclui a modelagem do movimento dinâmico de pessoas, organismos e coisas através do espaço.<ref name="Tuan1">{{Citar livro|título=Space and Place: The Perspective of Experience|ultimo=Tuan|primeiro=Yi-Fu|data=1977|editora=University of Minnesota Press|isbn=0-8166-3877-2}}</ref> O tempo facilita o movimento através do espaço, permitindo, em última análise, que as coisas fluam através de um sistema.<ref name="Thrift2" /> A quantidade de tempo que um indivíduo, ou grupo de pessoas, passa num lugar irá muitas vezes moldar o seu apego e a sua perspectiva em relação a esse lugar.<ref name="Tuan1" /> O tempo restringe os caminhos possíveis que podem ser tomados através do espaço, dado um ponto de partida, rotas possíveis e velocidade de viagem.<ref name="Miller1">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1002/9781118786352.wbieg0431 |título=Time geography and space–time prism |data=2017 |acessodata=1 de setembro de 2022 |periódico=International Encyclopedia of Geography: People, the Earth, Environment and Technology |ultimo=Miller |primeiro=Harvey |paginas=1–19 |doi=10.1002/9781118786352.wbieg0431 |isbn=978-0470659632}}</ref> A visualização do tempo no espaço é desafiadora em termos de cartografia, como geovisualizações [[3D (computação gráfica)|3D]] avançadas e mapas animados.<ref name="Tobler1"/><ref name="Miller1" /><ref>{{Citar periódico |url=https://utpjournals.press/doi/10.3138/U558-H737-6577-8U31 |título=Strategies For The Visualization Of Geographic Time-Series Data |data=1990 |acessodata=1 de setembro de 2022 |periódico=Cartographica |número=1 |ultimo=Monmonier |primeiro=Mark |paginas=30–45 |doi=10.3138/U558-H737-6577-8U31 |volume=27}}</ref><ref name="Chen1">{{Citar periódico |url=https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0143622813001367 |título=Interactive three-dimensional geovisualization of space-time access to food |data=2013 |acessodata=7 de dezembro de 2022 |periódico=Applied Geography |ultimo=Chen |primeiro=Xiang |ultimo2=Clark |primeiro2=Jill |paginas=81–86 |bibcode=2013AppGe..43...81C |doi=10.1016/j.apgeog.2013.05.012 |volume=43}}</ref>

==== Escala ====
{{AP|Escala cartográfica|Escala (medidas)}}

[[Ficheiro:Map_scale_-_8km,_5mi.png|miniaturadaimagem|Uma escala gráfica ou de barras. Um mapa também costuma dar sua escala numericamente ("1:50.000", por exemplo, significa que um cm no mapa representa 50.000 cm de espaço real, que é 500 metros).]]

A [[Escala cartográfica|escala]] no contexto de um mapa é a relação entre uma distância medida no mapa e a distância correspondente medida no solo.<ref name="Burt">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Scale, Resolution, Analysis, and Synthesis in Physical Geography|ultimo=Burt|primeiro=Tim|data=2009|editora=John Wiley & Sons|páginas=85–96|isbn=978-1-4051-9146-3|edição=2nd}}</ref><ref name="Herod">{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Scale, the local and the global|ultimo=Herod|primeiro=Andrew|data=2009|editora=John Wiley & Sons|páginas=85–96|isbn=978-1-4051-9146-3|edição=2nd}}</ref> Este conceito é fundamental para a disciplina da geografia, não apenas da cartografia, na medida em que os fenômenos investigados parecem diferentes dependendo da escala utilizada.<ref name="Arbia1">{{Citar periódico |título="Effects of MAUP on image classification" |data=1996 |periódico=Journal of Geographical Systems |ultimo=Arbia |primeiro=Giuseppe |ultimo2=Benedetti |primeiro2=R. |paginas=123–141 |ultimo3=Espa |primeiro3=G. |volume=3}}</ref><ref name="SmithLaws">{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/23756334 |título=The laws of geography |data=2005 |periódico=Teaching Geography |número=3 |ultimo=Smith |primeiro=Peter |pagina=150 |jstor=23756334 |volume=30}}</ref> A escala é o quadro que os geógrafos usam para medir o espaço e, em última análise, para tentar compreender um lugar.<ref name="Herod" />

=== Leis da geografia ===
Durante a revolução quantitativa, a geografia mudou para uma abordagem empírica de elaboração de leis ([[Nomotético|nomotética]]).<ref name="DeLyser1">{{Citar livro|url=https://uk.sagepub.com/en-gb/eur/the-sage-handbook-of-qualitative-geography/book228796#preview|título=The SAGE Handbook of Qualitative Geography|ultimo=DeLyser|primeiro=Dydia|ultimo2=Herbert|primeiro2=Steve|ultimo3=Aitken|primeiro3=Stuart|ultimo4=Crang|primeiro4=Mike|ultimo5=McDowell|primeiro5=Linda|data=novembro de 2009|editora=SAGE Publications|isbn=9781412919913|acessodata=27 de abril de 2023|edição=1}}</ref><ref name="Yano1">{{Citar periódico |título=GIS and quantitative geography |data=2001 |periódico=GeoJournal |número=3 |ultimo=Yano |primeiro=Keiji |paginas=173–180 |doi=10.1023/A:1014252827646 |volume=52}}</ref> Várias '''leis da geografia''' foram propostas desde então, principalmente por Waldo Tobler, e podem ser vistas como um produto da revolução quantitativa.<ref name="Walker1">{{Citar periódico |título=Geography, Von Thünen, and Tobler's first law: Tracing the evolution of a concept |data=28 de abril de 2021 |periódico=Geographical Review |número=4 |ultimo=Walker |primeiro=Robert Toovey |paginas=591–607 |doi=10.1080/00167428.2021.1906670 |volume=112}}</ref> Em geral, alguns contestam todo o conceito de leis na geografia e nas ciências sociais.<ref name="Tobler1"/><ref name="Tobler3">{{Citar periódico |url=http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1111/j.1467-8306.2004.09402009.x |título=On the First Law of Geography: A Reply |data=2004 |acessodata=10 de março de 2022 |periódico=Annals of the Association of American Geographers |número=2 |ultimo=Tobler |primeiro=Waldo |paginas=304–310 |doi=10.1111/j.1467-8306.2004.09402009.x |volume=94}}</ref><ref name="Goodchild1">{{Citar periódico |título=The Validity and Usefulness of Laws in Geographic Information Science and Geography |data=2004 |periódico=Annals of the Association of American Geographers |número=2 |ultimo=Goodchild |primeiro=Michael |paginas=300–303 |doi=10.1111/j.1467-8306.2004.09402008.x |volume=94}}</ref> Estas críticas foram abordadas por Tobler e outros, como Michael Frank Goodchild.<ref name="Tobler3" /><ref name="Goodchild1" /> No entanto, esta é uma fonte constante de debate na geografia e é improvável que seja resolvida tão cedo. Várias leis foram propostas e a primeira lei geográfica de Tobler é a mais geralmente aceita. Alguns argumentam que as leis geográficas não precisam ser numeradas. A existência de uma convida a uma segunda, e muitos se propuseram como tal. Também foi proposto que a primeira lei da geografia de Tobler fosse movida para segunda e substituída por outra.<ref name="Goodchild1" /> Algumas das leis propostas da geografia estão abaixo:

* [[Primeira lei da geografia|Primeira lei da geografia de Tobler]]: "Tudo está relacionado com tudo o mais, mas as coisas próximas estão mais relacionadas do que as distantes."<ref name="Tobler1"/><ref name="Tobler3">{{Citar periódico |url=http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1111/j.1467-8306.2004.09402009.x |título=On the First Law of Geography: A Reply |data=2004 |acessodata=10 de março de 2022 |periódico=Annals of the Association of American Geographers |número=2 |ultimo=Tobler |primeiro=Waldo |paginas=304–310 |doi=10.1111/j.1467-8306.2004.09402009.x |volume=94}}</ref><ref name="Goodchild1">{{Citar periódico |título=The Validity and Usefulness of Laws in Geographic Information Science and Geography |data=2004 |periódico=Annals of the Association of American Geographers |número=2 |ultimo=Goodchild |primeiro=Michael |paginas=300–303 |doi=10.1111/j.1467-8306.2004.09402008.x |volume=94}}</ref>
* Segunda lei da geografia de Tobler: "O fenômeno externo a uma área geográfica de interesse afeta o que acontece dentro dela."<ref name="Tobler3" /><ref name="Tobler4">{{Citar periódico |título=Linear pycnophylactic reallocation comment on a paper by D. Martin |data=1999 |periódico=International Journal of Geographical Information Science |número=1 |ultimo=Tobler |primeiro=Waldo |paginas=85–90 |bibcode=1999IJGIS..13...85T |doi=10.1080/136588199241472 |volume=13}}</ref>
* Lei da geografia de Arbia: "Tudo está relacionado com tudo o mais, mas as coisas observadas numa resolução espacial grosseira estão mais relacionadas do que as coisas observadas numa resolução mais fina."<ref name="Arbia1">{{Citar periódico |título="Effects of MAUP on image classification" |data=1996 |periódico=Journal of Geographical Systems |ultimo=Arbia |primeiro=Giuseppe |ultimo2=Benedetti |primeiro2=R. |paginas=123–141 |ultimo3=Espa |primeiro3=G. |volume=3}}</ref><ref name="Tobler3" /><ref name="SmithLaws">{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/23756334 |título=The laws of geography |data=2005 |periódico=Teaching Geography |número=3 |ultimo=Smith |primeiro=Peter |pagina=150 |jstor=23756334 |volume=30}}</ref><ref name="Hecht1">{{Citar livro|título=Spatial Information Theory|ultimo=Hecht|primeiro=Brent|ultimo2=Moxley|primeiro2=Emily|data=2009|editora=Springer|series=Lecture Notes in Computer Science|volume=5756|capitulo=Terabytes of Tobler: Evaluating the First Law in a Massive, Domain-Neutral Representation of World Knowledge|bibcode=2009LNCS.5756...88H|doi=10.1007/978-3-642-03832-7_6|isbn=978-3-642-03831-0}}</ref><ref name="Otto1">{{Citation|last=Otto|first1=Philipp|last2=Dogan|first2=Osman|last3=Taspınar|first3=Suleyman|title=A Dynamic Spatiotemporal Stochastic Volatility Model with an Application to Environmental Risks|journal=Econometrics and Statistics|date=2023|doi=10.1016/j.ecosta.2023.11.002|arxiv=2211.03178}}</ref>
* Heterogeneidade espacial: Variáveis geográficas apresentam variância descontrolada.<ref name="Goodchild1" /><ref name="Zou2022">{{Citar periódico |título=Mining Type-β Co-Location Patterns on Closeness Centrality in Spatial Data Sets |data=23 de julho de 2022 |periódico=ISPRS Int. J. Geo-Inf. |número=8 |ultimo=Zou |primeiro=Muquan |ultimo2=Wang |primeiro2=Lizhen |pagina=418 |bibcode=2022IJGI...11..418Z |doi=10.3390/ijgi11080418 |ultimo3=Wu |primeiro3=Ping |ultimo4=Tran |primeiro4=Vanha |volume=11 |doi-access=free}}</ref><ref name="Zhang2023">{{Citar periódico |título=An urban crowd flow model integrating geographic characteristics |data=30 de janeiro de 2023 |periódico=Scientific Reports |número=1 |ultimo=Zhang |primeiro=Yu |ultimo2=Sheng |primeiro2=Wu |pagina=1695 |bibcode=2023NatSR..13.1695Z |doi=10.1038/s41598-023-29000-5 |pmc=9886992 |pmid=36717687 |ultimo3=Zhao |primeiro3=Zhiyuan |ultimo4=Yang |primeiro4=Xiping |ultimo5=Fang |primeiro5=Zhixiang |volume=13}}</ref>
* Princípio da incerteza: "Que o mundo geográfico é infinitamente complexo e que qualquer representação deve, portanto, conter elementos de incerteza, que muitas definições usadas na aquisição de dados geográficos contêm elementos de imprecisão e que é impossível medir a localização na superfície da Terra com exatidão."<ref name="Goodchild1" />

Além disso, existem diversas variações ou emendas a essas leis na literatura, embora não tão bem fundamentadas. Por exemplo, um artigo propôs uma versão alterada da primeira lei da geografia de Tobler, referida no texto como a ''lei de Tobler-von Thünen'',<ref name="Walker1">{{Citar periódico |título=Geography, Von Thünen, and Tobler's first law: Tracing the evolution of a concept |data=28 de abril de 2021 |periódico=Geographical Review |número=4 |ultimo=Walker |primeiro=Robert Toovey |paginas=591–607 |doi=10.1080/00167428.2021.1906670 |volume=112}}</ref> que afirma: "Tudo está relacionado com tudo o resto, mas as coisas próximas estão mais relacionadas do que as coisas distantes, {{Em|como consequência da acessibilidade}}."<ref name="Walker1" />

== História ==
{{AP|História do pensamento geográfico}}
[[Ficheiro:The_Babylonian_map_of_the_world,_from_Sippar,_Mesopotamia..JPG|thumb|[[Mapa-múndi babilónico]]]]

O conceito de geografia está presente em todas as culturas e, portanto, a história da disciplina é uma série de narrativas concorrentes, com conceitos emergindo em vários pontos do espaço e do tempo.<ref>{{Citar livro|título=Key Concepts in Geography: Histories of Geography|ultimo=Heffernan|primeiro=Mike|data=2009|editora=Sage|páginas=3–20|isbn=978-1-4129-3022-2|edição=2nd}}</ref> Os [[Mapa-múndi|mapas mundiais]] mais antigos conhecidos datam da [[Babilónia|antiga Babilônia]], do século IX a.C.<ref name="Raaflaub1">{{Citar livro|título=Geography and Ethnography: Perceptions of the World in Pre-Modern Societies|ultimo=Raaflaub|primeiro=Kurt A.|ultimo2=Talbert|primeiro2=Richard J.A.|data=2009|editora=[[John Wiley & Sons]]|isbn=978-1-4051-9146-3}}</ref> O mapa-múndi [[Civilização babilônica|babilônico]] mais conhecido, no entanto, é o ''[[Mapa-múndi babilónico|Imago Mundi]]'' de 600 a.C.,<ref name="Siebold1">{{Citar web|ultimo=Siebold|primeiro=Jim|url=http://www.henry-davis.com/MAPS/Ancient%20Web%20Pages/103.html|titulo=Babylonian clay tablet, 600 B.C.|data=1998|acessodata=10 de novembro de 2016|website=henry-davis.com|publicado=Henry Davis Consulting Inc.|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161109193653/http://www.henry-davis.com/MAPS/Ancient%20Web%20Pages/103.html|arquivodata=9 de novembro de 2016|urlmorta=live}}</ref>  que foi reconstruído por Eckhard Unger e mostra a [[Babilónia|Babilônia]] no [[Rio Eufrates|Eufrates]], cercada por uma massa de terra circular mostrando a [[Assíria]], [[Reino de Urartu|Urartu]] e várias cidades, por sua vez cercadas por um "rio amargo" ([[Oceano (mitologia)|Oceanus]]), com sete ilhas dispostas ao redor dele de modo a formar uma estrela de sete pontas.<ref name="Delano1">{{Citar periódico |título=Imago Mundi's Logo the Babylonian Map of the World |periódico=Imago Mundi |ultimo=Delano Smith |primeiro=Catherine |ano=1996 |paginas=209–211 |doi=10.1080/03085699608592846 |jstor=1151277 |volume=48}}</ref> O texto que acompanha menciona sete regiões externas além do oceano circundante. As descrições de cinco delas sobreviveram.<ref name="Finkel1">{{Citar livro|título=A join to the map of the world: A notable discovery|ultimo=Finkel|primeiro=Irving|data=1995|editora=British Museum Magazine|isbn=978-0-7141-2073-7}}</ref> Um [[mapa-múndi]] babilônico anterior ao ''Imago Mundi'' que remonta ao século IX a.C. retratava a Babilônia mais ao norte do centro do mundo, embora não haja certeza do que esse centro deveria representar.<ref name="Raaflaub1" />

As ideias de [[Anaximandro]] (c. 610–545 a.C.): considerado pelos escritores gregos posteriores como o verdadeiro fundador da geografia, chegam até nós através de fragmentos citados pelos seus sucessores.<ref name="Kish1">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=_6qF4vjZvhYC|título=A Source Book in Geography|ultimo=Kish|primeiro=George|data=1978|editora=Harvard University Press|isbn=978-0-674-82270-2|acessodata=17 de maio de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160424065455/https://books.google.com/books?id=_6qF4vjZvhYC|arquivodata=24 de abril de 2016}}</ref> Anaximandro é creditado com a invenção do [[gnômon]], o instrumento grego simples, mas eficiente, que permitiu a medição inicial da [[latitude]].<ref name="Kish1" /> [[Tales de Mileto]] também é creditado pela previsão de [[eclipses]]. Os fundamentos da geografia podem ser rastreados até culturas [[Idade Antiga|antigas]], como a [[História da China|chinesa]] antiga, [[Idade Média|medieval]] e [[Idade Moderna|moderna]]. Os [[Grécia Antiga|gregos]], que foram os primeiros a explorar a geografia como arte e ciência, conseguiram isso por meio de [[cartografia]], [[Filosofia da Grécia Antiga|filosofia]], [[literatura]] e [[História da matemática|matemática]]. Há algum debate sobre quem foi a primeira pessoa a afirmar que a [[Terra redonda|Terra tem formato esférico]], com o crédito indo para [[Parmênides]] ou [[Pitágoras]]. [[Anaxágoras]] conseguiu demonstrar que o perfil da Terra era circular explicando os eclipses. No entanto, ele ainda acreditava que a Terra era um [[Terra plana|disco plano]], assim como muitos de seus contemporâneos. Uma das primeiras estimativas do [[Raio (geometria)|raio]] da Terra foi feita por [[Eratóstenes]].<ref name="Tassoul1">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/concisehistoryof00tass|título=A Concise History of Solar and Stellar Physics|ultimo=Tassoul|primeiro=Jean-Louis|ultimo2=Tassoul|primeiro2=Monique|editora=[[Princeton University Press]]|ano=2004|localização=London|isbn=978-0-691-11711-9}}</ref>

O primeiro sistema rigoroso de linhas de [[Coordenadas geográficas|latitude e longitude]] é creditado a [[Hiparco]], que empregou um sistema [[Sistema de numeração sexagesimal|sexagesimal]] derivado da [[matemática babilônica]]. Os [[Meridiano (geografia)|meridianos]] foram subdivididos em 360°, com cada grau subdividido em 60 (minutos). Para medir a [[longitude]] em diferentes locais da Terra, ele sugeriu o uso de eclipses para determinar a diferença relativa no tempo.<ref name="Smith1">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=AvcGAAAAQAAJ|título=Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology: Earinus-Nyx|ultimo=Smith|primeiro=Sir William|data=1846|editora=Taylor and Walton|volume=2nd|localização=London|acessodata=15 de maio de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210416171118/https://books.google.com/books?id=AvcGAAAAQAAJ|arquivodata=16 de abril de 2021}}</ref> O extenso mapeamento feito pelos [[Império Romano|romanos]] enquanto exploravam novas terras forneceria mais tarde um alto nível de informação para [[Ptolemeu|Ptolomeu]] construir [[Atlas (cartografia)|atlas]] detalhados. Ele estendeu o trabalho de [[Hiparco]], usando um sistema de grade em seus mapas e adotando um comprimento de 56,5 [[Milha|milhas]] para um grau.<ref name="Sullivan1">{{Citar web|ultimo=Sullivan|primeiro=Dan|url=http://www.math.rutgers.edu/~cherlin/History/Papers2000/sullivan.html|titulo=Mapmaking and its History|data=2000|acessodata=10 de novembro de 2016|website=rutgers.edu|publicado=[[Rutgers University]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160304054812/http://www.math.rutgers.edu/~cherlin/History/Papers2000/sullivan.html|arquivodata=4 de março de 2016|urlmorta=live}}</ref>

[[Ficheiro:Eratosthenes_profile.png|miniaturadaimagem|Gravura de um antigo selo identificado como [[Eratóstenes]]. [[Philipp Daniel Lippert]], ''Dactilioteca'', 1767.]]

A partir do século III, os métodos [[História da China|chineses]] de estudo geográfico e de escrita de literatura geográfica tornaram-se muito mais abrangentes do que os encontrados na [[Europa]] na época (até ao século XIII). Geógrafos chineses, como [[Pei Xiu]],  [[Shen Kuo]] e [[Zhou Daguan]], escreveram tratados importantes, mas no século XVII ideias e métodos avançados de geografia de estilo ocidental foram adotados na China.<ref name="Needham1">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=jfQ9E0u4pLAC|título=Mathematics and the Sciences of the Heavens and the Earth|ultimo=Needham|primeiro=Joseph|editora=Caves Books, Ltd.|ano=1959|volume=3|localização=Taipei|isbn=978-0-521-05801-8|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160925055940/https://books.google.com/books/about/Science_and_Civilisation_in_China_Volume.html?id=jfQ9E0u4pLAC|arquivodata=25 de setembro de 2016}}</ref>

[[Ficheiro:PtolemyWorldMap.jpg|miniaturadaimagem|O [[mapa-múndi de Ptolomeu]], reconstituído a partir da obra ''[[Geografia (Ptolomeu)|Geographia]]'' de [[Ptolemeu]], escrito {{Circa|150}}]]

Durante a [[Idade Média]], a [[queda do Império Romano do Ocidente]] levou a uma mudança na evolução da geografia da Europa para o [[mundo islâmico]].<ref name="Needham1">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=jfQ9E0u4pLAC|título=Mathematics and the Sciences of the Heavens and the Earth|ultimo=Needham|primeiro=Joseph|editora=Caves Books, Ltd.|ano=1959|volume=3|localização=Taipei|isbn=978-0-521-05801-8|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160925055940/https://books.google.com/books/about/Science_and_Civilisation_in_China_Volume.html?id=jfQ9E0u4pLAC|arquivodata=25 de setembro de 2016}}</ref> [[Geografia e cartografia da civilização antiga islâmica|Geógrafos muçulmanos]] como [[Dreses]] produziram mapas-múndi detalhados (como [[Tabula Rogeriana]]), enquanto outros geógrafos como [[Iacute de Hama]], [[Albiruni]], [[Ibne Batuta]] e [[Ibne Caldune]] forneceram relatos detalhados de suas viagens e da geografia das regiões que visitaram. O geógrafo turco Mahmud al-Kashgari desenhou um mapa-múndi com base linguística, e mais tarde o mesmo fez [[Piri Reis]] ([[mapa de Piri Reis]]). Além disso, os estudiosos islâmicos traduziram e [[Interpretação de línguas|interpretaram]] as obras anteriores dos [[Roma Antiga|romanos]] e dos [[Grécia Antiga|gregos]] e estabeleceram a [[Casa da Sabedoria]] em [[Bagdá]] para esse propósito.<ref name="Nawwab1">{{Citar web|ultimo=Nawwab|primeiro=Ismail I.|ultimo2=Hoye|primeiro2=Paul F.|url=https://www.islamicity.org/5898/islam-and-islamic-history-and-the-middle-east/|titulo=Islam and Islamic History and The Middle East|data=5 de setembro de 2018|acessodata=10 de novembro de 2016|website=islamicity.com|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160617153237/http://www.islamicity.com/education/ihame/default.asp?Destination=%2Feducation%2Fihame%2F20.asp|arquivodata=17 de junho de 2016|urlmorta=live|ultimo3=Speers|primeiro3=Peter C.}}</ref> [[Abu Zaíde de Bactro]], originário de [[Bactro]], fundou a "escola de Bactro" de mapeamento terrestre em [[Bagdá]].<ref name="Edson1">{{Citar periódico |título=Medieval Views of the Cosmos |data=2007 |periódico=International Journal of the Classical Tradition |número=3 |ultimo=Edson |primeiro=Evelyn |ultimo2=Savage-Smith |primeiro2=Emilie |autorlink2=Emilie Savage-Smith |paginas=61–63 |jstor=30222166 |volume=13}}</ref> Suhrāb, um geógrafo muçulmano do final do século X, acompanhou um livro de coordenadas geográficas, com instruções para fazer um mapa-múndi retangular com [[Projeção cilíndrica equidistante|projeção equirretangular]] ou projeção cilíndrica equidistante.<ref name="Tibbetts1">{{Citar livro|url=https://press.uchicago.edu/books/HOC/HOC_V2_B1/Volume2_Book1.html|título=The history of cartography|ultimo=Tibbetts|primeiro=Gerald R.|data=1997|editora=Brill|editor-sobrenome=Harley|editor-nome=John Brian|editor-link=John Brian Harley|volume=2|localização=Chicago|capitulo=The Beginnings of a Cartographic Tradition|isbn=0-226-31633-5|acessodata=15 de maio de 2020|editor-sobrenome2=Woodward|editor-nome2=David|editor-link2=David Woodward (cartographer)|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200512094904/https://press.uchicago.edu/books/HOC/HOC_V2_B1/Volume2_Book1.html|arquivodata=12 de maio de 2020}}</ref>

[[Albiruni]] (976–1048) descreveu pela primeira vez uma [[Projeção azimutal equidistante|projeção equidistante equidistante polar e azimutal]] da [[esfera celeste]].<ref name="King1">{{Citar livro|url=http://qisar.fssr.uns.ac.id/wp-content/uploads/2015/04/Qisar-Roshdi-Rashed-Encyclopedia-of-the-History-of-Arabic-Science.pdf|título=Astronomy and Islamic society: Qibla, genomics and timekeeping|ultimo=King|primeiro=David A.|ano=1996|editor-sobrenome=Rashed|editor-nome=Roshdi|volume=1|isbn=978-0-203-71184-2|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161111191313/http://qisar.fssr.uns.ac.id/wp-content/uploads/2015/04/Qisar-Roshdi-Rashed-Encyclopedia-of-the-History-of-Arabic-Science.pdf|arquivodata=11 de novembro de 2016}}</ref> Ele era considerado o mais habilidoso quando se tratava de mapear cidades e medir as distâncias entre elas, o que fez em muitas cidades do [[Oriente Médio]] e do [[subcontinente indiano]]. Albiruni era frequentemente combinava leituras astronômicas e equações matemáticas para desenvolver métodos de localização precisa registrando graus de [[latitude]] e [[longitude]]. Ele também desenvolveu técnicas semelhantes quando se tratava de medir a altura das montanhas, a profundidade dos [[Vale|vales]] e a extensão do [[horizonte]], além de discutir a [[geografia humana]] e a [[habitabilidade planetária]] da [[Terra]]. Também calculou a [[latitude]] da cidade de [[Beruni|Cate]], na [[Corásmia]], usando a altitude máxima do [[Sol]], e resolveu uma equação [[Geodésia|geodésica]] complexa para calcular com precisão a [[circunferência]] da Terra, que estava próxima dos valores modernos.<ref name="Aber1">{{Citar web|ultimo=Aber|primeiro=James Sandusky|url=http://academic.emporia.edu/aberjame/histgeol/biruni/biruni.htm|titulo=Abu Rayhan al-Biruni|data=2003|acessodata=10 de novembro de 2016|website=academic.emporia.edu|publicado=Emporia State University|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110811024630/http://academic.emporia.edu/aberjame/histgeol/biruni/biruni.htm|arquivodata=11 de agosto de 2011|urlmorta=live}}</ref> Sua estimativa de 6.339,9 quilômetros para o [[Raio terrestre|raio da Terra]] foi apenas 16,8 km menor que o valor moderno de 6.356,7 quilômetros. Em contraste com os seus antecessores, que mediam a circunferência da Terra observando o Sol simultaneamente a partir de dois locais diferentes, [[Albiruni]] desenvolveu um novo método de utilização de cálculos [[Trigonometria|trigonométricos]] com base no ângulo entre uma [[planície]] e o topo de uma montanha, o que produziu medições mais precisas da circunferência da Terra e tornou possível que fosse medida por uma única pessoa a partir de um único local.<ref name="Goodman1">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=VJ6x-pcqMicC|título=Avicenna|ultimo=Goodman|primeiro=Lenn Evan|editora=Routledge|ano=1992|localização=Great Britain|isbn=978-0-415-01929-3|acessodata=3 de maio de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210416171106/https://books.google.com/books?id=VJ6x-pcqMicC|arquivodata=16 de abril de 2021}}</ref>

[[Ficheiro:Geographia_Generalis_1733_Figure_30.jpg|miniaturadaimagem|Mapa do Oceano Atlântico Sul da edição de 1733 da ''Geographia Generalis'']]

A [[Era dos Descobrimentos]] europeus durante os séculos XVI e XVII, quando muitas novas terras foram descobertas e relatos de exploradores europeus como [[Cristóvão Colombo]], [[Marco Polo]] e [[James Cook]] reavivaram o desejo por detalhes geográficos precisos e fundamentos teóricos mais sólidos na Europa. Em 1650, a primeira edição da ''Geographia Generalis'' foi publicada por [[Bernhardus Varenius]], que mais tarde foi editada e republicada por outros, incluindo [[Isaac Newton]].<ref name="Baker1955">{{Citar periódico |título=The Geography of Bernhard Varenius |data=1955 |periódico=Transactions and Papers (Institute of British Geographers) |número=21 |ultimo=Baker |primeiro=J. N. L. |paginas=51–60 |doi=10.2307/621272 |jstor=621272 |volume=21}}</ref><ref name="Warntz1989">{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/2563251 |título=Newton, the Newtonians, and the Geographia Generalis Varenii |data=1989 |acessodata=9 de junho de 2024 |periódico=Annals of the Association of American Geographers |número=2 |ultimo=Warntz |primeiro=William |paginas=165–191 |doi=10.2307/621272 |jstor=621272 |volume=79}}</ref> Este [[livro didático]] procurou integrar novas descobertas e princípios científicos na geografia clássica e abordar a disciplina como as outras ciências emergentes, sendo visto por alguns como a divisão entre a geografia antiga e a moderna no Ocidente.<ref name="Baker1955" /><ref name="Warntz1989" />

A ''Geographia Generalis'' continha tanto informações teóricas quanto aplicações práticas relacionadas à navegação de navios.<ref name="Warntz1989" /> O problema restante enfrentado por exploradores e geógrafos era encontrar a latitude e a longitude de uma localização geográfica. Embora o problema da latitude tenha sido resolvido há muito tempo, o da longitude permaneceu; concordar sobre quais deveriam ser os meridianos zero era apenas parte do problema. Coube a [[John Harrison]] resolver a questão ao inventar o cronômetro H-4 em 1760 e, mais tarde, em 1884, a [[Conferência Internacional do Meridiano]] adotou por convenção o [[meridiano de Greenwich]] como meridiano zero.<ref name="Aber1" />

Os séculos XVIII e XIX foram os períodos em que a geografia passou a ser reconhecida como uma disciplina acadêmica distinta e passou a fazer parte do currículo universitário típico na Europa (especialmente em [[Paris]] e [[Berlim]]). O desenvolvimento de muitas sociedades geográficas também ocorreu durante o século XIX, com as fundações da [[Sociedade de Geografia de Paris]] na [[França]] em 1821, da [[Real Sociedade Geográfica (Reino Unido)|Real Sociedade Geográfica]] no [[Reino Unido]] em 1830, da [[Sociedade Geográfica Russa]] em 1845, da Sociedade Geográfica Americana em 1851 e da [[National Geographic Society]] em 1888, ambas nos [[Estados Unidos]]. A influência de [[Immanuel Kant]], [[Alexander von Humboldt]], [[Carl Ritter]] e [[Paul Vidal de La Blache|Paul Vidal de la Blache]] pode ser vista como um importante ponto de virada na geografia, da filosofia para uma disciplina acadêmica.<ref name="Societe1">{{Citar web|ultimo=Société de Géographie|url=http://www.socgeo.org/la-societe/qui-sommes-nous|titulo=Société de Géographie, Paris, France|data=2016|acessodata=10 de novembro de 2016|website=socgeo.com|publicado=Société de Géographie|lingua=fr|titulotrad=Who are we ? – Society of Geography|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161106113117/http://www.socgeo.org/la-societe/qui-sommes-nous/|arquivodata=6 de novembro de 2016|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.rgs.org/about/|titulo=About Us|acessodata=10 de novembro de 2016|website=rgs.org|publicado=[[Royal Geographical Society]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161018192946/http://www.rgs.org/AboutUs/About%2Bus.htm|arquivodata=18 de outubro de 2016|urlmorta=dead}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.rgo.ru/ru|titulo=Русское Географическое Общество (основано в 1845 г.)|acessodata=10 de novembro de 2016|website=rgo.ru|publicado=[[Sociedade Geográfica Russa]]|lingua=ru|titulotrad=Russian Geographical Society|arquivourl=https://archive.today/20120524183911/http://www.rgo.org.ru/|arquivodata=24 de maio de 2012|urlmorta=dead}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://americangeo.org/history/|titulo=History|acessodata=10 de novembro de 2016|website=amergeog.org|publicado=The American Geographical Society|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161017130118/http://americangeo.org/history/|arquivodata=17 de outubro de 2016|urlmorta=dead}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://2009-2017.state.gov/p/io/unesco/members/48805.htm|titulo=National Geographic Society|acessodata=10 de novembro de 2016|website=state.gov|publicado=U.S. Department of State|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191223031540/https://2009-2017.state.gov/p/io/unesco/members/48805.htm|arquivodata=23 de dezembro de 2019|urlmorta=live}}</ref>

[[Ficheiro:Waldo_Tobler_2007.jpg|miniaturadaimagem|upright|Waldo Tobler em frente à Biblioteca Newberry. Chicago, novembro de 2007]]

Nos últimos dois séculos, os avanços na tecnologia com computadores levaram ao desenvolvimento da [[geomática]] e novas práticas, como [[observação participante]] e [[geoestatística]], sendo incorporadas ao portfólio de ferramentas da geografia. No Ocidente, durante o século XX, a disciplina da geografia passou por quatro fases principais: [[Determinismo geográfico|determinismo ambiental]], [[geografia regional]], [[Geografia quantitativa|revolução quantitativa]] e [[geografia crítica]]. Os fortes vínculos interdisciplinares entre a geografia e as ciências da geologia e [[botânica]], bem como a [[economia]], a [[sociologia]] e a [[demografia]], também cresceram muito, especialmente como resultado da [[ciência do sistema terrestre]], que busca entender o mundo em uma visão [[holística]]. Novos conceitos e filosofias surgiram do rápido avanço dos [[computadores]], métodos quantitativos e abordagens interdisciplinares. Em 1970, [[Waldo R. Tobler]] propôs a [[primeira lei da geografia]]: "tudo está relacionado com tudo o mais, mas as coisas próximas estão mais relacionadas do que as coisas distantes".<ref name="Tobler1"/><ref name="Tobler2"/>

== Subdisciplinas ==
Geografia é um tópico extremamente amplo e pode ser dividido de várias maneiras.<ref name="Tambassi">{{Citar livro|título=The Philosophy of Geo-Ontologies|ultimo=Tambassi|primeiro=Timothy|data=2021|editora=Springer|isbn=978-3-030-78144-6|edição=2nd}}</ref> Houve várias abordagens para fazer isso abrangendo pelo menos vários séculos, incluindo "quatro tradições de geografia" e em ramos distintos,<ref name="cave1">{{Citar livro|título=Geography reformed: a new system of general geography, according to an accurate analysis of the science in four parts. The whole illustrated with notes.|ultimo=Cave|primeiro=Edward|data=1749|editora=Edward Cave|localização=London|edição=2nd}}</ref><ref name="Traditions1">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1080/00221346408985265 |título=The Four Traditions of Geography |data=1964 |acessodata=27 de agosto de 2022 |periódico=Journal of Geography |número=5 |ultimo=Pattison |primeiro=William |paginas=211–216 |bibcode=1964JGeog..63..211P |doi=10.1080/00221346408985265 |volume=63}}</ref> que são frequentemente usadas para dividir as diferentes teorias de abordagem histórica que os geógrafos adotaram para a disciplina.<ref name="Traditions1" /> Em contraste, os ramos da geografia descrevem abordagens geográficas aplicadas contemporâneas.<ref name="Sala1">{{Citar livro|título=Geography Volume I|ultimo=Sala|primeiro=Maria|data=2009|editora=Encyclopedia of Life Support Systems - UNESCO|localização=Oxford, United Kingdom|isbn=978-1-84826-960-6}}</ref>

=== Quatro tradições ===
Geografia é um campo extremamente amplo. Por isso, muitos consideram as diversas definições de geografia propostas ao longo das décadas como inadequadas. Para abordar esta questão, [[William D. Pattison]] propôs o conceito das “quatro tradições da geografia” em 1964.<ref name="Traditions1">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1080/00221346408985265 |título=The Four Traditions of Geography |data=1964 |acessodata=27 de agosto de 2022 |periódico=Journal of Geography |número=5 |ultimo=Pattison |primeiro=William |paginas=211–216 |bibcode=1964JGeog..63..211P |doi=10.1080/00221346408985265 |volume=63}}</ref><ref name="Traditions2">{{Citar periódico |url=https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00221347608980845 |título=A New Look at the Four Traditions of Geography |data=1976 |acessodata=27 de agosto de 2022 |periódico=Journal of Geography |número=9 |ultimo=Robinson |primeiro=J. Lewis |paginas=520–530 |bibcode=1976JGeog..75..520R |doi=10.1080/00221347608980845 |volume=75}}</ref><ref name="Traditions3">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1080/00221341.2014.918639 |título=Geography's Crosscutting Themes: Golden Anniversary Reflections on "The Four Traditions of Geography" |data=27 de junho de 2014 |acessodata=27 de agosto de 2022 |periódico=Journal of Geography |número=5 |ultimo=Murphy |primeiro=Alexander |paginas=181–188 |bibcode=2014JGeog.113..181M |doi=10.1080/00221341.2014.918639 |volume=113}}</ref> Essas tradições são a [[Análise espacial|espacial]] ou locacional; interacional (às vezes chamada de [[geografia ambiental]]); [[Geografia regional|regional]] e [[geociência]].<ref name="Traditions1" /><ref name="Traditions2" /><ref name="Traditions3" /> Esses conceitos são conjuntos amplos de filosofias geográficas reunidas dentro da disciplina. Elas são uma das muitas maneiras pelas quais os geógrafos organizam os principais conjuntos de pensamentos e filosofias dentro da disciplina.<ref name="Traditions1" /><ref name="Traditions2" /><ref name="Traditions3" />

=== Ramos ===
{{AP|:Categoria:Ramos da geografia{{!}}Categoria:Ramos da geografia}}
Numa outra abordagem às quatro tradições acima mencionadas, a geografia é organizada em ramos aplicados.<ref name="Sala2">{{Citar livro|url=https://www.eolss.net/sample-chapters/c01/E6-14.pdf|título=Geography – Vol. I: Geography|ultimo=Sala|primeiro=Maria|data=2009|editora=Encyclopedia of Life Support Systems - UNESCO|acessodata=30 de dezembro de 2022}}</ref><ref name="Dada1">{{Citar periódico |url=https://www.sc-media.org/articles/the-process-of-geomorphology-related-to-sub-branches-of-physical-geography-97375.html |título=The Process of Geomorphology Related to Sub Branches of Physical Geography |data=Dezembro de 2022 |acessodata=9 de maio de 2023 |periódico=Black Sea Journal of Scientific Research |número=3 |ultimo=Dada |primeiro=Anup |paginas=1–2 |volume=59}}</ref> A Enciclopédia de Sistemas de Suporte à Vida da [[UNESCO]] organiza a geografia em três categorias: [[Geografia humana|humana]], [[Geografia física|física]] e técnica.<ref name="Sala1">{{Citar livro|título=Geography Volume I|ultimo=Sala|primeiro=Maria|data=2009|editora=Encyclopedia of Life Support Systems - UNESCO|localização=Oxford, United Kingdom|isbn=978-1-84826-960-6}}</ref><ref name="Ormeling1">{{Citar livro|url=https://www.eolss.net/sample-chapters/c01/e6-14-04.pdf|título=Geography – Vol. II: Technical Geography Core concepts in the mapping sciences|ultimo=Ormeling|primeiro=Ferjan|editora=Encyclopedia of Life Support Systems - UNESCO|ano=2009|páginas=482|isbn=978-1-84826-960-6}}</ref><ref name="Sala2" /><ref name="Tambassi">{{Citar livro|título=The Philosophy of Geo-Ontologies|ultimo=Tambassi|primeiro=Timothy|data=2021|editora=Springer|isbn=978-3-030-78144-6|edição=2nd}}</ref> Algumas publicações limitam o número de filiais ao físico e ao humano, descrevendo-os como filiais principais.<ref name="Matthews1">{{Citar livro|título=Geography: A very short introduction|ultimo=Matthews|primeiro=John|ultimo2=Herbert|primeiro2=David|data=2008|editora=Oxford University Press|isbn=978-0-19-921128-9}}</ref> Os geógrafos raramente se concentram em apenas um desses tópicos, muitas vezes usando um como foco principal e então incorporando dados e métodos de outros ramos. Muitas vezes, os geógrafos são solicitados por pessoas de fora da disciplina a descrever o que fazem<ref name="Tuan2">{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/215179 |título=A View of Geography |data=1991 |acessodata=5 de janeiro de 2023 |periódico=Geographical Review |número=1 |ultimo=Tuan |primeiro=Yi-Fu |paginas=99–107 |bibcode=1991GeoRv..81...99T |doi=10.2307/215179 |jstor=215179 |volume=81}}</ref> e é provável que se identifiquem intimamente com um ramo ou sub-ramo. A geografia humana estuda as pessoas e suas comunidades, culturas, economias e interações ambientais, estudando suas relações com e através do espaço e do lugar.<ref name="Matthews1" /> A geografia física se preocupa com o estudo de processos e padrões no ambiente natural, como a [[atmosfera]], [[Hidrosfera|a hidrosfera]], [[Biosfera|a biosfera]] e [[Geosfera|a geosfera]].<ref name="Matthews1" /> A geografia técnica se interessa em estudar e aplicar técnicas e métodos para armazenar, processar, analisar, visualizar e usar dados espaciais.<ref name="Dada1" />

==== Física ====
{{AP|Geografia física}}

A [[geografia física]] (ou fisiografia) concentra-se na geografia como uma [[Geociência|ciência da Terra]].<ref>{{Citar web|url=http://www.physicalgeography.net/fundamentals/1b.html|titulo=1(b). Elements of Geography|website=www.physicalgeography.net}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Pidwirny|primeiro=Michael|ultimo2=Jones|primeiro2=Scott|url=http://www.physicalgeography.net|titulo=Physical Geography|ano=1999–2015}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=uF3aJSC20yMC&q=physical+geography+system|título=Physical Geography: Great Systems and Global Environments|ultimo=Marsh|primeiro=William M.|ultimo2=Kaufman|primeiro2=Martin M.|editora=Cambridge University Press|ano=2013|isbn=978-0521764285}}</ref> Tem como objetivo compreender os problemas físicos e as questões da [[litosfera]], [[hidrosfera]], [[Atmosfera da Terra|atmosfera]], [[pedosfera]] e padrões globais de [[flora]] e [[fauna]] ([[biosfera]]). É o estudo das estações do ano, [[clima]], [[atmosfera]], [[solo]], rios, relevos e oceanos da Terra. Geógrafos físicos geralmente trabalham na identificação e monitoramento do uso de recursos naturais.<ref name="Lockyer1">{{Citar periódico |título=Physiography and Physical Geography |data=1900 |periódico=Nature |número=1626 |ultimo=Lockyer |primeiro=Norman |paginas=207–208 |bibcode=1900Natur..63..207R |doi=10.1038/063207a0 |issn=0028-0836 |volume=63 |doi-access=free}}</ref>

<gallery mode="packed" heights="100" caption="Geografia física pode ser dividida em muitas categorias amplas, como:">
Ficheiro:Línea_de_Wallace.jpg|alt=Biogeography|[[Biogeografia]]
Ficheiro:Cyclone_Catarina_from_the_ISS_on_March_26_2004.JPG|alt=Climatology and meteorology|[[Climatologia]] e [[meteorologia]]
Ficheiro:90_mile_beach.jpg|alt=Coastal geography|[[Geografia costeira]]
Ficheiro:Gavin_Plant.JPG|alt=Environmental management|[[Gestão ambiental]]
Ficheiro:Delicate_Arch_LaSalle.jpg|alt=Geomorphology|[[Geomorfologia]]
Ficheiro:Receding_glacier-en.svg|alt=Glaciology|[[Glaciologia|Glaciologie]]
Ficheiro:Meander.svg|alt=Hydrology and hydrography|[[Hidrologia]] e [[hidrografia]]
Ficheiro:Khajuraho-landscape.jpg|alt=Landscape ecology|[[Ecologia da paisagem]]
Ficheiro:World11.jpg|alt=Oceanography|[[Oceanografia]]
Ficheiro:Pangea_interpretacion.png|alt=a view of the supercontinent of pangea breaking up|[[Paleogeografia]]
Ficheiro:Soil_profile.jpg|alt=Pedology|[[Pedologia]]
Ficheiro:Milankovitch_Variations_sv.png|alt=Quaternary science|Ciência quaternária
</gallery>

==== Humana ====
{{AP|Geografia humana}}

A [[geografia humana]] (ou antropogeografia) é um ramo da geografia que se concentra no estudo de padrões e processos que moldam a [[sociedade]] [[humana]]. Abrange os aspectos humanos, políticos, [[Cultura|culturais]], sociais e econômicos. Na indústria, geógrafos humanos geralmente trabalham em planejamento urbano, saúde pública ou análise de negócios. Várias abordagens para o estudo da geografia humana também surgiram ao longo do tempo, como [[Geografia do comportamento|geografia comportamental]], [[teoria da cultura]], [[geografia feminista]] e [[geosofia]].<ref name="HGDICT">{{Citar enciclopédia|ultimo=Johnston|primeiro=Ron|titulo=Human Geography|enciclopédia=The Dictionary of Human Geography|publicado=Blackwell|ano=2000|editor-sobrenome=Johnston|editor-nome=Ron|local=Oxford|paginas=353–360|editor-sobrenome2=Gregory|editor-nome2=Derek|editor-sobrenome3=Pratt|editor-sobrenome4=Watts|editor-nome4=Michael}}</ref>

<gallery mode="packed" heights="100" caption="Geografia humana pode ser dividida em muitas categorias amplas, tais como:">
Ficheiro:Spatial_Contextual_Awareness_Fig_2.png|alt=Cognitive geography|Geografia cognitiva
Ficheiro:Qichwa_conchucos_01.jpg|alt=Cultural geography|[[Geografia cultural]]
Ficheiro:Pepsi_in_India.jpg|alt=Development geography|[[Geografia do desenvolvimento]]
Ficheiro:Christaller_model_1.jpg|alt=Economic geography|[[Geografia econômica]]
Ficheiro:Star_of_life.svg|alt=Health geography|[[Geografia da saúde]]
Ficheiro:British_Empire_1897.jpg|alt=Historical geography|[[Geografia histórica]]
Ficheiro:Internet_map_1024_-_transparent,_inverted.png|alt=Internet geography|Geografia da Internet
Ficheiro:UN_General_Assembly.jpg|alt=Political geography and Geopolitics|[[Geografia política]] e [[geopolítica]]
Ficheiro:Pyramide_Comores.PNG|alt=Population geography or Demography|[[Geografia populacional]] ou [[demografia]]
Ficheiro:ReligionSymbol.svg|alt=Religion geography|[[Geografia da religião]]
Ficheiro:US-hoosier-family.jpg|alt=Social geography|[[Geografia social]]
Ficheiro:Gare_du_Nord_USFRT_(Paris_Metro).png|alt=Transportation geography|[[Geografia do transporte]]
Ficheiro:Tourists-2.jpg|alt=Tourism geography|[[Geografia turística|Geografia do turismo]]
Ficheiro:New-York-Jan2005.jpg|alt=Urban geography|[[Geografia urbana]]
</gallery>

==== Técnica ====

A geografia técnica diz respeito ao estudo e desenvolvimento de ferramentas, técnicas e métodos estatísticos empregados para coletar, analisar, usar e compreender dados espaciais.<ref name="Haidu1">{{Citar periódico |url=https://technicalgeography.org/pdf/1_2016/01_haidu.pdf |título=What is Technical Geography |data=2016 |acessodata=22 de julho de 2022 |periódico=Geographia Technica |número=1 |ultimo=Haidu |primeiro=Ionel |paginas=1–5 |doi=10.21163/GT_2016.111.01 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20220119112718/http://www.technicalgeography.org/pdf/1_2016/01_haidu.pdf |arquivodata=19 de janeiro de 2022 |volume=11}}</ref><ref name="Sala1">{{Citar livro|título=Geography Volume I|ultimo=Sala|primeiro=Maria|data=2009|editora=Encyclopedia of Life Support Systems - UNESCO|localização=Oxford, United Kingdom|isbn=978-1-84826-960-6}}</ref><ref name="Sala2">{{Citar livro|url=https://www.eolss.net/sample-chapters/c01/E6-14.pdf|título=Geography – Vol. I: Geography|ultimo=Sala|primeiro=Maria|data=2009|editora=Encyclopedia of Life Support Systems - UNESCO|acessodata=30 de dezembro de 2022}}</ref><ref name="Ormeling1">{{Citar livro|url=https://www.eolss.net/sample-chapters/c01/e6-14-04.pdf|título=Geography – Vol. II: Technical Geography Core concepts in the mapping sciences|ultimo=Ormeling|primeiro=Ferjan|editora=Encyclopedia of Life Support Systems - UNESCO|ano=2009|páginas=482|isbn=978-1-84826-960-6}}</ref> É o ramo mais recentemente reconhecido e controverso. Seu uso remonta a 1749, quando um livro publicado por [[Edward Cave]] organizou a disciplina em uma seção contendo conteúdos como técnicas cartográficas e globos.<ref name="cave1">{{Citar livro|título=Geography reformed: a new system of general geography, according to an accurate analysis of the science in four parts. The whole illustrated with notes.|ultimo=Cave|primeiro=Edward|data=1749|editora=Edward Cave|localização=London|edição=2nd}}</ref> Existem vários outros termos, frequentemente usados de forma intercambiável com geografia técnica para subdividir a disciplina, como "técnicas de análise geográfica",<ref>{{Citar livro|título=Introduction to Geography|ultimo=Getis|primeiro=Arthur|ultimo2=Bjelland|primeiro2=Mark|ultimo3=Getis|primeiro3=Victoria|data=2018|editora=McGraw Hill|isbn=978-1-259-57000-1|edição=15th}}</ref> "tecnologia da informação geográfica",<ref name="intro1">{{Citar livro|título=Introduction to Geography: People, Places & Environment|ultimo=Dahlman|primeiro=Carl|ultimo2=Renwick|primeiro2=William|data=2014|editora=Pearson|isbn=978-0137504510|edição=6th}}</ref> "métodos e técnicas de geografia",<ref>{{Citar livro|título=Fundamentals of Physical Geography as a Discipline|data=2006|editora=National Council of Educational Research and Training|localização=New Delhi|páginas=1–12|isbn=81-7450-518-0}}</ref> "ciência da informação geográfica",<ref name="Ron1">{{Citar livro|título=Geography Mark-Up Language: Foundation for the Geo-Web|ultimo=Lake|primeiro=Ron|ultimo2=Burggraf|primeiro2=David|ultimo3=Trninic|primeiro3=Milan|ultimo4=Rae|primeiro4=Laurie|data=2004|editora=John Wiley and Sons Inc.|isbn=0-470-87154-7}}</ref> "[[geoinformática]]", "[[geomática]]" e "geografia da informação". Existem diferenças sutis em cada conceito e termo; no entanto, a geografia técnica é uma das mais amplas, é consistente com a convenção de nomenclatura dos outros dois ramos, está em uso desde 1700 e tem sido usada pela Enciclopédia de Sistemas de Suporte à Vida da [[UNESCO]] para dividir a geografia em temas.<ref name="Sala1" /><ref name="Sala2" /><ref name="cave1" /> A geografia técnica surgiu como um ramo da geografia especializado em métodos e pensamentos geográficos.<ref name="Haidu1" /> Seu surgimento trouxe nova relevância à ampla disciplina da geografia, servindo como um conjunto de métodos exclusivos para gerenciar a natureza interdisciplinar dos fenômenos sob pesquisa. Enquanto os geógrafos humanos e físicos usam as técnicas empregadas pelos geógrafos técnicos, a geografia técnica está mais preocupada com os conceitos e tecnologias espaciais fundamentais do que com a natureza dos dados.<ref name="Haidu1" /><ref name="Dada1"/> Portanto, está intimamente associada à tradição espacial da geografia, ao mesmo tempo em que é aplicada aos outros dois ramos principais. Um geógrafo técnico pode trabalhar como analista de [[sistema de informação geográfica]] (SIS), desenvolvedor de SIG trabalhando para criar novas ferramentas de software ou criar mapas de referência geral incorporando características humanas e naturais.<ref name="Kretzschmar1">{{Citar livro|título=Research Methods in Language Variation and Change: Computer mapping of language data|ultimo=Kretzschmar Jr.|primeiro=William A.|data=24 de outubro de 2013|editora=Cambridge University Press|editor-sobrenome=Schlüter|isbn=9781107469846|editor-sobrenome2=Krug}}</ref>

<gallery mode="packed" heights="100" caption="Geografia técnica pode ser dividida em muitas categorias amplas, como:">
Ficheiro:Stourhead_Pantheon.jpg|Geodesign
Ficheiro:Meridian_convergence_and_spehrical_excess.png|alt=Geodesy|[[Geodésia]]
Ficheiro:Worldwind.png|alt=Geoinformatics|[[Geoinformática]]
Ficheiro:Fig_4.4.png|alt=Geographic information science|Ciência da informação geográfica
Ficheiro:Survey_instruments-2.png|alt=Geomatics|[[Geomática]]
Ficheiro:Gislayers.jpg|alt=Geovisualization|Geovisualização
Ficheiro:Euclidean_Voronoi_diagram.svg|alt=Statistical geography|Geografia estatística
Ficheiro:Example_krig.png|alt=Spatial analysis|[[Análise espacial]]
Ficheiro:Sample_of_time_geographical_description.png|alt=Time geography|[[Geografia temporal|Geografia do tempo]]
</gallery>

=== Campos relacionados ===

==== Geologia ====
{{AP|Geologia}}

[[Ficheiro:Cycle_of_rocks_2.png|miniaturadaimagem|O [[ciclo das rochas]] mostra a relação entre [[Rocha|rochas]] [[Rocha ígnea|ígneas]], [[Rocha sedimentar|sedimentares]] e [[Rocha metamórfica|metamórficas]] .]]

A geografia e a [[geologia]] têm sobreposição significativa, especialmente com a [[geografia física]]. No passado, ambas frequentemente partilharam departamentos acadêmicos nas universidades, um ponto que levou a conflitos sobre recursos.<ref name="Smith2">{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/2562763 |título="Academic War Over the Field of Geography": The Elimination of Geography at Harvard, 1947-1951 |data=1987 |acessodata=18 de maio de 2023 |periódico=Annals of the Association of American Geographers |número=2 |ultimo=Smith |primeiro=Neil |paginas=155–172 |doi=10.1111/j.1467-8306.1987.tb00151.x |jstor=2562763 |volume=77}}</ref> As duas disciplinas buscam entender as [[Rocha|rochas]] na [[superfície da Terra]] e os processos que as alteram ao longo do tempo. A geologia emprega muitas das ferramentas e técnicas dos geógrafos técnicos, como o [[sistema de informação geográfica]] (SIG) e o [[sensoriamento remoto]] para auxiliar no [[Carta geológica|mapeamento geológico]].<ref name="Compton1">{{Citar livro|título=Geology in the field|ultimo=Compton, Robert R.|editora=Wiley|ano=1985|localização=New York|isbn=978-0-471-82902-7}}</ref> No entanto, a geologia inclui pesquisas que vão além da componente espacial, como a [[análise química]] das rochas e a [[biogeoquímica]].<ref name="Gorham 1">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1007/BF00002942 |título=Biogeochemistry: its origins and development |data=1 de janeiro de 1991 |periódico=Biogeochemistry |número=3 |ultimo=Gorham |primeiro=Eville |paginas=199–239 |lingua=en |doi=10.1007/BF00002942 |issn=1573-515X |volume=13}}</ref>

==== História ====
{{AP|História}}
A disciplina de [[história]] tem sobreposição significativa com a geografia, especialmente a [[geografia humana]].<ref name="Bryce1">{{Citar periódico |título=The Importance of Geography in Education |data=1902 |periódico=The Geographical Journal |número=3 |ultimo=Bryce |primeiro=James |paginas=29–32 |doi=10.2307/1775737 |jstor=1775737 |volume=23}}</ref><ref name="Darby1">{{Citar livro|título=The Relations of History and Geography: Studies in England, France, and the United States|ultimo=Darby|primeiro=Henry Clifford|editora=University of Exeter Press|ano=2002|localização=Exeter|isbn=978-0859896993}}</ref> Assim como a geologia, a história e a geografia compartilham departamentos universitários. A geografia fornece o contexto espacial dentro do qual os eventos históricos se desenrolam.<ref name="Bryce1" /> As características geográficas físicas de uma região, como as suas formas de relevo, clima e recursos, moldam os assentamentos humanos, as rotas comerciais e as atividades econômicas, que por sua vez influenciam o curso dos acontecimentos históricos.<ref name="Bryce1" /> Assim, um [[historiador]] deve ter uma sólida formação em geografia.<ref name="Bryce1" /><ref name="Darby1" />

== Métodos ==
[[Ficheiro:Cook_chart_of_New_Zealand.jpg|miniaturadaimagem|Mapa da Nova Zelândia de [[James Cook]] de 1770]]

Toda a pesquisa e análise geográfica começa com a pergunta "onde", seguida de "por que lá". Os geógrafos começam com a suposição fundamental estabelecida na [[Primeira lei da geografia|primeira lei da geografia de Tobler]], de que "tudo está relacionado com tudo o mais, mas as coisas próximas estão mais relacionadas do que as coisas distantes". Como as inter-relações espaciais são essenciais para esta ciência sinótica, os mapas são uma ferramenta fundamental. A [[cartografia]] clássica foi acompanhada por uma abordagem mais moderna de análise geográfica: [[Sistema de informação geográfica|sistemas de informação geográfica]] (GIS) baseados em computador.<ref name="Tobler1"/><ref name="Tobler2"/>

=== Quantitativos ===
{{AP|Geografia quantitativa}}
Os métodos quantitativos em geografia tornaram-se particularmente influentes na disciplina durante a revolução quantitativa das décadas de 1950 e 1960.<ref name="Fotheringham1">{{Citar livro|título=Quantitative Geography: Perspectives on Spatial Data Analysis|ultimo=Fotheringham|primeiro=A. Stewart|ultimo2=Brunsdon|primeiro2=Chris|ultimo3=Charlton|primeiro3=Martin|data=2000|editora=Sage Publications Ltd|isbn=978-0-7619-5948-9}}</ref> Esses métodos revitalizaram a disciplina de muitas maneiras, permitindo testes científicos de hipóteses e propondo teorias e leis geográficas científicas.<ref>{{Citar livro|título=The Dictionary of Human Geography|ultimo=Gregory|primeiro=Derek|ultimo2=Johnston|primeiro2=Ron|ultimo3=Pratt|primeiro3=Geraldine|ultimo4=Watts|primeiro4=Michael J.|ultimo5=Whatmore|primeiro5=Sarah|data=2009|editora=Wiley-Blackwell|localização=US & UK|páginas=611–612|edição=5th}}</ref> A revolução quantitativa influenciou e revitalizou fortemente a geografia técnica e levou ao desenvolvimento do subcampo da geografia quantitativa.<ref name="Haidu1">{{Citar periódico |url=https://technicalgeography.org/pdf/1_2016/01_haidu.pdf |título=What is Technical Geography |data=2016 |acessodata=22 de julho de 2022 |periódico=Geographia Technica |número=1 |ultimo=Haidu |primeiro=Ionel |paginas=1–5 |doi=10.21163/GT_2016.111.01 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20220119112718/http://www.technicalgeography.org/pdf/1_2016/01_haidu.pdf |arquivodata=19 de janeiro de 2022 |volume=11}}</ref><ref name="Fotheringham1" />

==== Cartografia quantitativa ====
{{AP|Cartografia}}
A [[cartografia]] é a arte, ciência e tecnologia de fazer [[mapas]].<ref name="Kainz1">{{Citar periódico |título=Cartography and the others – aspects of a complicated relationship |data=21 de outubro de 2019 |periódico=Geo-spatial Information Science |número=1 |ultimo=Kainz |primeiro=Wolfgang |paginas=52–60 |doi=10.1080/10095020.2020.1718000 |volume=23 |doi-access=free}}</ref> Os cartógrafos estudam a representação da superfície da [[Terra]] com símbolos abstratos. Embora outras subdisciplinas da geografia se baseiem em mapas para apresentar as suas análises, a elaboração propriamente dita dos mapas é suficientemente abstrata para ser considerada separadamente.<ref name="Jenks1">{{Citar periódico |título=An Improved Curriculum for Cartographic Training at the College and University Level |data=dezembro de 1953 |periódico=Annals of the Association of American Geographers |número=2 |ultimo=Jenks |primeiro=George |paginas=317–331 |doi=10.2307/2560899 |jstor=2560899 |volume=43}}</ref>

==== Sistemas de informação geográfica ====
{{AP|Sistema de informação geográfica}}
Os [[Sistema de informação geográfica|sistemas de informação geográfica]] (SIGs) tratam do armazenamento de informações sobre a Terra para recuperação automática por um computador de forma precisa e apropriada ao propósito da informação.<ref name="Demers1">{{Citar livro|título=Fundamentals of Geographic Information Systems|ultimo=DeMers|primeiro=Michael|data=2009|editora=John Wiley & Sons, inc.|isbn=978-0-470-12906-7|edição=4th}}</ref> Além de todas as outras subdisciplinas da geografia, os especialistas em SIG devem entender de [[ciência da computação]] e sistemas de [[banco de dados]]. O SIG revolucionou o campo da cartografia: quase toda a cartografia agora é feita com a ajuda de algum tipo de [[Lista de softwares SIG|software SIG]]. A ciência de usar software e técnicas SIG para representar, analisar e prever as relações espaciais é chamada de ''ciência da informação geográfica''.<ref name="Monmonier1">{{Citar livro|título=Technological Transition in Cartography|ultimo=Monmonier|primeiro=Mark|data=1985|editora=Univ of Wisconsin Pr|isbn=978-0299100704}}</ref>

==== Sensoriamento remoto ====
{{AP|Sensoriamento remoto}}

[[Ficheiro:Death-valley-sar.jpg|miniaturadaimagem|Imagem [[Radar de abertura sintética|de radar de abertura sintética]] do [[Vale da Morte]] colorida usando [[polarimetria]]]]

O [[sensoriamento remoto]] é a arte, ciência e tecnologia de obter informações sobre as características da Terra a partir de medições feitas à distância.<ref name="Jensen1">{{Citar livro|título=Introductory digital image processing: a remote sensing perspective|ultimo=Jensen|primeiro=John|data=2016|editora=Pearson Education, Inc|localização=Glenview, IL|páginas=623|isbn=978-0-13-405816-0}}</ref> Os dados sensoriados remotamente podem ser passivos, como a [[fotografia]] tradicional, ou ativos, como o [[Lidar|LiDAR]].<ref name="Jensen1" /> Uma variedade de plataformas pode ser usada para sensoriamento remoto, como [[Imagem de satélite|imagens de satélite]], [[Aerofotografia|fotografia aérea]] (incluindo [[drones]]) e dados obtidos por sensores portáteis.<ref name="Jensen1" /> Produtos de sensoriamento remoto incluem modelos digitais de elevação e mapas de base cartográfica. Os geógrafos usam cada vez mais dados de sensoriamento remoto para obter informações sobre a [[Relevo|superfície terrestre]], o [[oceano]] e a [[atmosfera da Terra]], porque eles: (a) fornecem informações objetivas em uma variedade de escalas espaciais (local a global), (b) fornecem uma visão sinótica da área de interesse, (c) permitem o acesso a locais distantes e inacessíveis, (d) fornecem informações espectrais fora da porção visível do [[espectro eletromagnético]] e (e) facilitam estudos de como as características/áreas mudam ao longo do tempo. Dados detectados remotamente podem ser analisados independentemente ou em conjunto com outras camadas de [[dados digitais]] (por exemplo, em um sistema de informações geográficas). O sensoriamento remoto auxilia no mapeamento do uso e cobertura do solo (LULC), ajudando a determinar o que ocorre naturalmente em um pedaço de terra e quais atividades humanas estão ocorrendo nele.<ref>{{Citar periódico |título=Land Use and Land Cover Mapping in the Era of Big Data |data=setembro de 2022 |periódico=Land |número=10 |ultimo=Zhang |primeiro=Chuanrong |ultimo2=Li |primeiro2=Xinba |pagina=1692 |doi=10.3390/land11101692 |volume=11 |doi-access=free}}</ref>

==== Geoestatística ====
{{AP|Geoestatística}}
A [[geoestatística]] trata da análise [[Escala (estatística)|quantitativa de dados]], especificamente da aplicação de uma metodologia estatística à exploração de fenômenos geográficos. A geoestatística é amplamente utilizada em diversos campos, incluindo [[hidrologia]], geologia, exploração de petróleo, análise climática, [[planejamento urbano]], logística e [[epidemiologia]] . A base matemática da geoestatística deriva da [[Clustering|análise de cluster]], da análise discriminante linear e [[Estatística não paramétrica|testes estatísticos não paramétricos]], além de uma variedade de outros assuntos. As aplicações da geoestatística dependem fortemente de [[Sistema de informação geográfica|sistemas de informação geográfica]] (SIG), particularmente para a [[interpolação]] (estimativa) de pontos não medidos.<ref>Krige, Danie G. (1951). "A statistical approach to some basic mine valuation problems on the Witwatersrand". J. of the Chem., Metal. and Mining Soc. of South Africa 52 (6): 119–139</ref>

=== Qualitativos ===
Os métodos qualitativos em geografia são descritivos e não numéricos ou estatísticos por natureza.<ref>{{Citar periódico |título=Qualitative research |data=2013 |periódico=Perspect Clin Res |número=3 |ultimo=Vibha |primeiro=Pathak |ultimo2=Bijayini |primeiro2=Jena |pagina=192 |doi=10.4103/2229-3485.115389 |pmc=3757586 |pmid=24010063 |ultimo3=Sanjay |primeiro3=Kaira |volume=4 |doi-access=free}}</ref><ref name="RyanBurns1">{{Citar periódico |url=https://www.utpjournals.press/doi/full/10.3138/carto.48.3.1691 |título=Towards Qualitative Geovisual Analytics: A Case Study Involving Places, People, and Mediated Experience |data=2013 |acessodata=17 de dezembro de 2022 |periódico=Cartographica: The International Journal for Geographic Information and Geovisualization |número=3 |ultimo=Burns |primeiro=Ryan |ultimo2=Skupin |primeiro2=Andre´ |paginas=157–176 |doi=10.3138/carto.48.3.1691 |volume=48}}</ref><ref name="DeLyser1">{{Citar livro|url=https://uk.sagepub.com/en-gb/eur/the-sage-handbook-of-qualitative-geography/book228796#preview|título=The SAGE Handbook of Qualitative Geography|ultimo=DeLyser|primeiro=Dydia|ultimo2=Herbert|primeiro2=Steve|ultimo3=Aitken|primeiro3=Stuart|ultimo4=Crang|primeiro4=Mike|ultimo5=McDowell|primeiro5=Linda|data=novembro de 2009|editora=SAGE Publications|isbn=9781412919913|acessodata=27 de abril de 2023|edição=1}}</ref> Eles acrescentam contexto aos conceitos e exploram conceitos humanos como crenças e perspectivas que são difíceis ou impossíveis de quantificar.<ref name="RyanBurns1" /> A geografia humana tem muito mais probabilidade de empregar métodos qualitativos do que a geografia física. Cada vez mais, os geógrafos técnicos estão tentando empregar métodos SIG em conjuntos de dados qualitativos.<ref name="RyanBurns1" /><ref name="Suchan1">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1111/0033-0124.00212 |título=Qualitative Methods for Research on Mapmaking and Map Use |data=2000 |acessodata=26 de agosto de 2022 |periódico=The Professional Geographer |número=1 |ultimo=Suchan |primeiro=Trudy |ultimo2=Brewer |primeiro2=Cynthia |paginas=145–154 |bibcode=2000ProfG..52..145S |doi=10.1111/0033-0124.00212 |volume=52}}</ref>

==== Cartografia qualitativa ====
[[Ficheiro:Indo-Aryan_language_map.svg|direita|miniaturadaimagem|Um mapa corocromático composto de [[Línguas indo-arianas|línguas indo-arianas (índicas)]]]]

A [[cartografia]] qualitativa emprega muitos dos mesmos softwares e técnicas da cartografia quantitativa.<ref name="Suchan1">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1111/0033-0124.00212 |título=Qualitative Methods for Research on Mapmaking and Map Use |data=2000 |acessodata=26 de agosto de 2022 |periódico=The Professional Geographer |número=1 |ultimo=Suchan |primeiro=Trudy |ultimo2=Brewer |primeiro2=Cynthia |paginas=145–154 |bibcode=2000ProfG..52..145S |doi=10.1111/0033-0124.00212 |volume=52}}</ref> Pode ser empregada para informar sobre práticas de mapas ou para visualizar perspectivas e ideias que não sejam estritamente quantitativas por natureza.<ref name="Suchan1" /><ref name="RyanBurns1">{{Citar periódico |url=https://www.utpjournals.press/doi/full/10.3138/carto.48.3.1691 |título=Towards Qualitative Geovisual Analytics: A Case Study Involving Places, People, and Mediated Experience |data=2013 |acessodata=17 de dezembro de 2022 |periódico=Cartographica: The International Journal for Geographic Information and Geovisualization |número=3 |ultimo=Burns |primeiro=Ryan |ultimo2=Skupin |primeiro2=Andre´ |paginas=157–176 |doi=10.3138/carto.48.3.1691 |volume=48}}</ref> Um exemplo de uma forma de cartografia qualitativa é um mapa corocromático de dados nominais, como cobertura de terra ou grupo linguístico dominante em uma área.<ref name="Brewer1994">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=3cP-BAAAQBAJ&q=cynthia+brewer|título=Visualization in Modern Cartography|ultimo=Brewer|primeiro=Cynthia|data=1994|editora=Elsevier|editor-sobrenome=MacEachren|páginas=123–134|capitulo=Color use guidelines for mapping and visualization|isbn=1483287920|acessodata=24 de dezembro de 2023|editor-sobrenome2=Taylor}}</ref> Outro exemplo são mapas que combinam geografia e narrativa para produzir um produto com mais informação do que uma imagem bidimensional de lugares, nomes e topografia.<ref name="Bodenhamer1">Bodenhamer, David J.; John Corrigan; Trevor M. Harris. 2015. ''[https://www.jstor.org/stable/j.ctt1zxxzr2 Deep Maps and Spatial Narratives]''. Indiana University Press. DOI: 10.2307/j.ctt1zxxzr2</ref><ref name="Butts1">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1145/3437000.3437001 |título=Deep mapping for environmental communication design |data=20 de maio de 2021 |periódico=Communication Design Quarterly |número=1 |ultimo=Butts |primeiro=Shannon |ultimo2=Jones |primeiro2=Madison |paginas=4–19 |doi=10.1145/3437000.3437001 |volume=9}}</ref> Esta abordagem oferece estratégias mais inclusivas do que as abordagens cartográficas mais tradicionais para conectar as camadas complexas que compõem os lugares.<ref name="Butts1" />

==== Etnografia ====
{{AP|Etnografia}}

Técnicas de pesquisa [[etnográfica]] são utilizadas por geógrafos humanos. Na [[geografia cultural]], há uma tradição de emprego de técnicas de [[pesquisa qualitativa]], também usadas em [[antropologia]] e sociologia. A [[observação participante]] e entrevistas em profundidade fornecem aos geógrafos humanos dados qualitativos.<ref>{{Citar livro|título=Doing Ethnographies|ultimo=Cook|primeiro=Ian|ultimo2=Crang|primeiro2=Phil|data=1995}}</ref>

==== Geopoética ====
A geopoética é uma abordagem interdisciplinar que combina geografia e [[poesia]] para explorar a interconexão entre humanos, espaço, lugar e meio ambiente.<ref name="Magrane1">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1080/2373566X.2015.1071674 |título=Situating Geopoetics |data=2015 |acessodata=21 de agosto de 2022 |periódico=GeoHumanities |número=1 |ultimo=Magrane |primeiro=Eric |paginas=86–102 |doi=10.1080/2373566X.2015.1071674 |volume=1}}</ref><ref name="Russo1">{{Citar livro|url=https://www.taylorfrancis.com/books/edit/10.4324/9780429032202/geopoetics-practice-eric-magrane-linda-russo-sarah-de-leeuw-craig-santos-perez|título=Geopoetics in Practice|ultimo=Magrane|primeiro=Eric|ultimo2=Russo|primeiro2=Linda|ultimo3=de Leeuw|primeiro3=Sarah|ultimo4=Santos Perez|primeiro4=Craig|data=2019|editora=Taylor & Francis|localização=London|doi=10.4324/9780429032202|isbn=9780367145385|acessodata=21 de agosto de 2022|edição=1}}</ref> É empregada como uma ferramenta de métodos mistos para explicar as implicações da pesquisa geográfica.<ref name="Magrane2">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1177/1474474016684129 |título=An art–science approach to bycatch in the Gulf of California shrimp trawling fishery |data=2017 |acessodata=21 de agosto de 2022 |periódico=Cultural Geographies |número=3 |ultimo=Magrane |primeiro=Eric |ultimo2=Johnson |primeiro2=Maria |paginas=487–495 |bibcode=2017CuGeo..24..487M |doi=10.1177/1474474016684129 |volume=24}}</ref> É frequentemente utilizada para abordar e comunicar as implicações de tópicos complexos, como o [[antropoceno]].<ref name="Dialogs1">{{Citar periódico |url=https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/2043820620908390 |título=Climate geopoetics (the earth is a composted poem) |data=2021 |acessodata=22 de agosto de 2022 |periódico=Dialogues in Human Geography |número=1 |ultimo=Magrane |primeiro=Eric |paginas=8–22 |doi=10.1177/2043820620908390 |volume=11}}</ref><ref name="Dialogs2">{{Citar periódico |título=Geopoetics: Storytelling against mastery |data=2021 |periódico=Dialogues in Human Geography |ultimo=Nassar |primeiro=Aya |paginas=27–30 |doi=10.1177/2043820620986397 |volume=1 |doi-access=free}}</ref><ref name="Dialogs3">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1177/2043820620986398 |título=Geopoetics: On organising, mourning, and the incalculable |data=2021 |acessodata=22 de agosto de 2022 |periódico=Dialogues in Human Geography |ultimo=Engelmann |primeiro=Sasha |paginas=31–35 |doi=10.1177/2043820620986398 |volume=11}}</ref><ref name="Dialogs4">{{Citar periódico |url=https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/2043820620986396 |título=Gesturing toward the common and the desperation: Climate geopoetics' potential |data=2021 |acessodata=22 de agosto de 2022 |periódico=Dialogues in Human Geography |número=1 |ultimo=Acker |primeiro=Maleea |paginas=23–26 |doi=10.1177/2043820620986396 |volume=11}}</ref><ref name="Dialogs5">{{Citar periódico |título=Beyond geopoetics: For hybrid texts |data=2021 |periódico=Dialogues in Human Geography |ultimo=Cresswell |primeiro=Tim |paginas=36–39 |doi=10.1177/2043820620986399 |volume=11 |doi-access=free}}</ref>

==== Entrevistas ====
Os geógrafos utilizam entrevistas para recolher dados e adquirir conhecimentos valiosos de indivíduos ou grupos relativamente aos seus encontros, perspetivas e opiniões sobre fenômenos espaciais.<ref name="Dixon1">{{Citar livro|url=https://alexsingleton.files.wordpress.com/2014/09/18-questionnaires-and-interviews.pdf|título=Questionnaires and Interviews in Geographical Research|ultimo=Dixon|primeiro=C.|ultimo2=Leach|primeiro2=B.|data=1977|editora=Geo Abstracts|isbn=0-902246-97-6}}</ref><ref name="Dixon2">{{Citar livro|url=https://alexsingleton.files.wordpress.com/2014/09/39-survey-research-in-underdeveloped-countries.pdf|título=Survey Research in Underdeveloped Countries|ultimo=Dixon|primeiro=Chris|ultimo2=Leach|primeiro2=Bridget|data=1984|isbn=0-86094-135-3}}</ref> As entrevistas podem ser realizadas através de vários meios, incluindo interações presenciais, conversas telefônicas, plataformas online ou trocas escritas.<ref name="DeLyser1">{{Citar livro|url=https://uk.sagepub.com/en-gb/eur/the-sage-handbook-of-qualitative-geography/book228796#preview|título=The SAGE Handbook of Qualitative Geography|ultimo=DeLyser|primeiro=Dydia|ultimo2=Herbert|primeiro2=Steve|ultimo3=Aitken|primeiro3=Stuart|ultimo4=Crang|primeiro4=Mike|ultimo5=McDowell|primeiro5=Linda|data=novembro de 2009|editora=SAGE Publications|isbn=9781412919913|acessodata=27 de abril de 2023|edição=1}}</ref> Os geógrafos geralmente adotam uma abordagem estruturada ou semiestruturada durante entrevistas que envolvem questões específicas ou pontos de discussão quando utilizados para fins de pesquisa.<ref name="Dixon1" /> Essas perguntas são elaboradas para extrair informações focadas sobre o tópico da pesquisa, sendo ao mesmo tempo flexíveis o suficiente para permitir que os participantes expressem suas experiências e pontos de vista, como por meio de perguntas abertas.<ref name="Dixon1" />

== Ver também ==
* [[Geopolítica]]

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* [https://www.britannica.com/science/geography Geografia] na ''[[Encyclopaedia Britannica]]'' {{en}}

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