Mostrar código-fonte de Herói

{{Sem notas|data=dezembro de 2014}}
{{ver desambiguação}}
[[Ficheiro:Achilles fighting against Memnon Leiden Rijksmuseum voor Oudheden.jpg|miniaturadaimagem|[[Aquiles]] durante a [[Guerra de Troia|Guerra de Tróia]], conforme retratado em uma pintura de [[cerâmica]] policromática grega antiga (c. 300 aC), no Museu Nacional de Antiguidades de [[Leida|Leiden]].]]
'''Herói''' ([[Fêmea|feminino]]: '''heroína''') é uma pessoa real ou um personagem principal [[Ficção|fictício]] que, diante do perigo, combate a adversidade por meio de feitos de engenhosidade, [[coragem]] ou [[força]]. São os primeiros seres humanos da literatura,<ref name=":0">{{Citar web|url=https://www.britannica.com/art/hero-literary-and-cultural-figure|titulo=Hero {{!}} Definition, History, & Facts {{!}} Britannica|acessodata=2023-04-20|website=Britannica|lingua=en}}</ref> uma figura [[arquétipo|arquetípica]], [[personagem modelo]], que reúne, em si, os atributos necessários para superar, de forma excepcional, um determinado problema de dimensão [[épica]]. Do [[língua grega|grego]] ἥρως (''hērōs''), pelo termo [[latim|latino]] ''heros'', o termo "herói" designava, originalmente, o [[protagonista]] de uma obra [[Modo narrativo|narrativa]] ou [[drama|dramática]]. Para os [[Grécia Antiga|gregos antigos]], o herói situava-se na posição intermédia entre os [[divindade|Deuses]] e os Homens, sendo, em geral, filho de um Deus e de uma Mortal ([[Hércules]] e [[Perseu]]), ou vice-versa ([[Aquiles]]). Portanto, para os gregos antigos, o herói tinha uma dimensão semidivina. O [[antônimo]] de herói é [[vilão]].<ref>{{citar periódico |url=https://www.academia.edu/41498238 |título=The Imaginary Field of the Heroic: On the Contention between Heroes, Martyrs, Victims and Villains in Collective Memory |data=2019 |acessodata=20 de abril de 2023 |periódico=Helden.heroes.héros: Theories, Methods, Histories |número=Special Issue 5: Analyzing Processes of Heroization |ultimo=Gölz |primeiro=Olmo |pagina=pg. 27–38 |lingua=en |doi=10.6094/helden.heroes.heros./2019/APH/04}}</ref>

O tipo de herói original dos [[Poesia épica|épicos clássicos]] realizava feitos em nome da [[Glória (honra)|glória]] e da [[honra]]. Heróis pós-clássicos e modernos, por outro lado, realizam grandes feitos ou atos [[Altruísmo|altruístas]] para o bem comum, em vez do objetivo clássico de [[riqueza]], [[orgulho]] e [[Celebridade|fama]].<ref name=":0" /> O heroísmo que resulta em auto-sacrifício chama-se [[mártir|martírio]]. A [[guerra]] ou [[aventura]] perigosa é a ocupação normal do herói. Ele está cercado por nobres pares e é magnânimo com seus seguidores e implacável com seus inimigos.<ref name=":0" />

Exemplos de heróis variam de figuras [[Mitologia|mitológicas]], como [[Gilgamés|Gilgamesh]], [[Aquiles]] e [[Atalanta (mitologia)|Atalanta]], a figuras históricas e modernas, como [[Joana d'Arc]], [[Giuseppe Garibaldi]], [[Sophie Scholl]], [[Audie Murphy]] e [[Vasili Arkhipov]]. Através das [[Banda desenhada|histórias em quadrinhos]], do [[Cinematografia|cinema]] e de outras [[Meios de comunicação social|mídias]], a [[cultura de massa]] popularizou a figura do [[super-herói]], que são indivíduos dotados de atributos físicos extraordinários como corpo à prova de balas, capacidade de voar etc. Estes incluem o [[Superman|Super-Homem]], a [[Mulher-Maravilha]] e o [[Batman]]. [[Condecoração|Condecorações]] modernas também usam a palavra "herói" em seus títulos, como a medalha de [[Herói da União Soviética]].

== Etimologia ==
[[Ficheiro:Perseo in Villa San Marco Stabiae.jpg|miniaturadaimagem|[[Perseu]] e a cabeça da [[Medusa]] em um [[afresco]] [[Roma Antiga|romano]] em [[Estábia|Stabiae]].]]
A palavra ''herói'' vem do grego ἥρως (''hērōs''), "herói" (literalmente "protetor" ou "defensor"),<ref>{{Citar web|url=https://www.etymonline.com/search?q=hero|titulo=Hero|acessodata=2023-04-20|website=Online Etymology Dictionary|lingua=en}}</ref> particularmente um como [[Héracles]] com ascendência divina ou honras divinas recebidas posteriormente.<ref>{{citar web|url=https://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A1999.04.0057%3Aentry%3Dh%28%2Frws|titulo=ἥρως|acessodata=20 de abril de 2023|website=Perseus Digital Library|lingua=en|via=Henry George Liddell, Robert Scott, A Greek-English Lexicon}}</ref> Antes da decifração do [[Linear B]], a forma original da palavra era considerada *ἥρωϝ-, ''hērōw''-, mas o composto [[Civilização micênica|micênico]] ti-ri-se-ro-e demonstra a ausência de -w-. Herói como um [[nome]] aparece na [[mitologia grega]] pré-[[Homero|homérica]], onde [[Hero e Leandro|Hero]] era uma [[Sacerdote|sacerdotisa]] da deusa [[Afrodite]], em um mito que tem sido referido frequentemente na [[literatura]].

De acordo com o ''American Heritage Dictionary of the English Language'', a raiz [[Língua protoindo-europeia|proto-indo-européia]] é *''ser'', que significa "proteger". De acordo com Eric Partridge no livro ''Origins'',<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/10276592|título=Origins: A Short Etymological Dictionary of Modern English|ultimo=Partridge|primeiro=Eric|editora=Random House Value Publishing|ano=1988|edicao=1983 edition|local=Nova York|lingua=en|isbn=978-0517414255|oclc=10276592|anooriginal=1983}}</ref> a palavra grega ''hērōs'' "é semelhante" ao latino ''seruāre'', que significa ''salvaguardar''. Partridge conclui: "O sentido básico tanto de [[Hera]] quanto de herói seria, portanto, 'protetor'." [[Robert S. P. Beekes|R. S. P. Beekes]] rejeita uma derivação indo-européia e afirma que a palavra tem origem pré-grega.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/435918287|título=Etymological Dictionary of Greek|ultimo=Beekes|primeiro=R. S. P.|editora=Brill|outros=Lucien van Beek|ano=2010|local=Leiden|página=526|lingua=en|isbn=978-9004321861|oclc=435918287}}</ref> Hera era uma deusa grega com muitos atributos, incluindo proteção e sua adoração parece ter origens proto-indo-européias semelhantes.

== Características ==
[[Ficheiro:Harold piffard joan of arc.jpg|miniaturadaimagem|[[Joana d'Arc]] é considerada uma heroína [[Cristianismo|cristã]] [[Idade Média|medieval]] da [[França]] por seu papel na [[Guerra dos Cem Anos]] e foi [[Canonização|canonizada]] como uma santa [[Igreja Católica|católica romana]].]]
O aparecimento de heróis na [[literatura]] marca uma [[revolução]] no pensamento que ocorreu quando os [[Poeta|poetas]] e seu público desviaram sua atenção dos [[Divindade|deuses]] [[imortais]] para os homens mortais, que sofrem [[dor]] e [[morte]], mas, desafiando isso, vivem galantemente e plenamente, e criam, por meio de seus próprios esforços, um momento de [[Glória (honra)|glória]] que sobrevive na [[memória]] de seus descendentes.

Compreendido diferentemente consoante as épocas, as correntes estético-literárias, os géneros e subgéneros narrativos, o herói é marcado por uma projecção ambígua: por um lado, representa a condição humana, na sua complexidade [[Psicologia|psicológica]], [[Sociologia|social]] e [[ética]]; por outro, transcende a mesma condição, na medida em que representa facetas e [[virtude]]s que o homem comum não consegue mas gostaria de atingir – fé, coragem, força de vontade, determinação, paciência etc.

Existem casos em que indivíduos sem vocação heroica protagonizam atitudes dignas do herói. Há também aqueles em que os indivíduos demonstram virtudes heroicas para realizar façanhas de natureza egoísta, motivados por [[vaidade]], [[orgulho]], [[ganância]], [[ódio]] etc. É o caso dos caçadores de fortuna ([[pirata]]s, [[mercenário]]s etc). Tais exceções não os impedem de serem admirados como heróis; no entanto, serão melhor representados no arquétipo do [[anti-herói]]. Na literatura clássica, o herói é o personagem principal ou reverenciado na poesia épica heróica celebrada através de antigas lendas de um [[povo]], muitas vezes lutando pela conquista militar e vivendo de acordo com um código de honra pessoal.<ref name=":0" /> O herói poderá ser guiado por ideais nobres e [[altruísmo|altruístas]] – [[liberdade]], [[fraternidade]], [[sacrifício]], [[coragem]], [[justiça]], [[moral]] ou [[paz]]. Eventualmente, buscará objetivos supostamente [[egoísmo|egoístas]] ([[vingança]], por exemplo); no entanto, suas motivações serão sempre moralmente justas ou eticamente aprováveis, mesmo que ilícitas. O herói poderia atingir a [[apoteose]], a elevação à condição de deus.<ref name=":4">{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/apotheosis|titulo=Apotheosis {{!}} religion {{!}} Britannica|acessodata=2023-05-05|website=Britannica|lingua=en}}</ref> O termo vem do grego ''Apotheoun'', significando “fazer um deus”, “divinizar”.<ref name=":4" /> O termo latino correspondente é ''consagratio''.<ref name=":4" /> 

== Inspiração heroica ==
[[Ficheiro:Hero lion Dur-Sharrukin Louvre AO19862.jpg|miniaturadaimagem|Possível representação do herói [[Gilgamés|Gilgamesh]] em um relevo do palácio [[Assíria|assírio]] de [[Sargão II]] (713-706 aC) em [[Dur Sarruquim|Dur-Sharrukin]], agora mantido no [[Museu do Louvre|Louvre]].]]
O heroísmo é um fato profundamente arraigado no [[Imaginário coletivo|imaginário]] e na moralidade popular. Feitos de [[coragem]] e superação, inspiram modelos e exemplos em diversos povos e diferentes culturas, constituindo, assim, figuras arquetípicas. Situações de [[guerra]], de conflito e de competição são ideais para se realizar feitos considerados heroicos. 

A inspiração heroica surge muitas vezes a partir da problemática imposta por um ambiente ou situação adversas, cuja solução exija um feito grandioso ou um esforço extraordinário. A [[Guerra dos Cem Anos|França dominada pela Inglaterra]], por exemplo, fez surgir uma [[Joana d'Arc]]. A inspiração heroica surge também de uma necessidade nata de aceitar um desafio que pareça atraente. É o caso de [[Teseu]], personagem da [[mitologia grega]], cujos atos heroicos foram inspirados pelo desejo de ser tão conhecido e admirado quanto seu ídolo [[Hércules]]. 

Há, ainda, a ocasião em que indivíduos de qualidades ordinárias confrontarão situações que exijam, deles, feitos heroicos. Pode-se citar, como exemplo, o caso de [[Orestes]], personagem da mitologia grega. Ainda que não tenha nenhum atributo heroico, Orestes é moralmente obrigado pelo deus [[Apolo]] a vingar o pai [[Agamemnon]], assassinado por [[Clitemnestra]] e o amante dela. O mesmo tema está presente na peça [[Hamlet]], escrita por [[William Shakespeare]].

A exemplo da [[moral]], a inspiração heroica também é relativa. Em uma sociedade voltada para a guerra, o herói será o indivíduo que pratica proezas em nome do conflito. O guerreiro [[Aquiles]], por exemplo, é um herói. Para uma cultura voltada para a paz, esse mesmo indivíduo poderá ser repudiado como herói. Dependendo da inspiração, a mesma cultura poderá conceder ou remover o ''status'' de herói de um indivíduo que a ela pertence.

O caso de [[Aquiles]] é bastante especial, quando se trata na sua relação heroica de ser. Ele representa um herói em conflito, pois é um herói sem [[húbris|''húbris'']] ("sem medida", transcrição latina), mas é, ao mesmo tempo, um belo candidato à bela morte, de acordo com [[Jean-Pierre Vernant|Vernant]], pois é belo, guerreiro e jovem. Já ao contrário, [[Heitor]] é o modelo de herói perfeito, pois é o ''agathós'' (bom e justo) e controla as suas atitudes, ao contrário de Aquiles.<gallery>
Ficheiro:Peter Paul Rubens - The Coronation of the Hero of Virtue.jpg|''Coroação do Herói da [[Virtude]]'', por [[Peter Paul Rubens]], c. 1612-1614.
Ficheiro:Wall painting - two heroes conversing - Herculaneum (ins or II - palaestra) - Napoli MAN 9020.jpg|''Dois heróis'', um [[afresco]] [[Roma Antiga|romano]] em [[Herculano]], 30-40 dC.
Ficheiro:Aeneas and Turnus.jpg|''O duelo de Enéias e Turnus'', de [[Luca Giordano]].
Ficheiro:Galahad.jpg|''[[Galaaz|Sir Galahad]]'', pintura de [[George Frederic Watts]], 1888.
</gallery>

== Antiguidade ==
[[Ficheiro:The Rage of Achilles, by Giovanni Battista Tiepolo (1696-1770), Italian Rococo painter.jpg|miniaturadaimagem|''A Ira de [[Aquiles]]'', de [[Giovanni Battista Tiepolo]], 1757.]]
Um [[Culto grego ao herói|herói clássico]] é considerado um "guerreiro que vive e morre em busca da [[honra]]" e afirma sua grandeza pelo "brilho e eficiência com que mata".<ref name=":1">{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/10647875|título=The Mortal Hero: An Introduction to Homer's Iliad|ultimo=Schein|primeiro=Seth L.|editora=University of California Press|ano=1984|local=Berkeley|página=58|lingua=en|isbn=9780520056268|oclc=10647875}}</ref> A vida de cada herói clássico se concentra na luta, que ocorre na [[guerra]] ou durante uma jornada épica. Heróis clássicos são comumente semi-divinos e extraordinariamente talentosos, como [[Aquiles]], evoluindo para personagens heróicos através de suas perigosas circunstâncias.<ref name=":0" /> Embora esses heróis sejam incrivelmente engenhosos e habilidosos, eles geralmente são imprudentes, cortejar o desastre, arriscam a vida de seus seguidores por questões triviais e se comportam de maneira [[Arrogância|arrogante]] e infantil.<ref name=":0" /> Durante os tempos clássicos, as pessoas consideravam os heróis com a maior estima e extrema importância, explicando sua proeminência na literatura épica.<ref>{{citar periódico |título=Love and the Hero of the Iliad |data=1984 |acessodata=23 de abril de 2023 |periódico=Transactions and Proceedings of the American Philological Association |ultimo=Levin |primeiro=Saul |pagina=43–50 |lingua=en |doi=10.2307/283510 |jstor=283510 |volume=80}}</ref> O aparecimento dessas figuras mortais marca uma revolução de audiências e escritores se afastando de deuses imortais para a humanidade mortal, cujos momentos heróicos de glória sobrevivem na memória de seus descendentes, estendendo seu legado.<ref name=":0" />
[[Ficheiro:Triumph of Achilles in Corfu Achilleion.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|O triunfante [[Aquiles]] arrastando o corpo de [[Heitor]] ao redor de [[Troia|Tróia]], de um [[afresco]] panorâmico do Achilleion, em [[Corfu]].]]
[[Heitor]] era um [[príncipe]] troiano e o maior guerreiro de [[Troia|Tróia]] na [[Guerra de Troia|Guerra de Tróia]], que é conhecida principalmente pela [[Ilíada]] de [[Homero]]. Heitor atuou como líder dos troianos e seus aliados na defesa de Tróia, "matando 31.000 combatentes gregos", relata [[Higino]] em ''Fabulae'' (pg. 115). Heitor era conhecido não apenas por sua [[coragem]], mas também por sua natureza [[Nobreza|nobre]] e [[Cortesia|cortês]]. De fato, Homero coloca Heitor como amante da paz, atencioso, bem como ousado, um bom [[filho]], marido e [[pai]], e sem motivos mais sombrios. No entanto, seus valores familiares conflitam muito com suas aspirações heróicas na Ilíada, já que ele não pode ser ao mesmo tempo o protetor de Tróia e o pai de seu filho.<ref name=":1" /> Heitor acaba sendo traído pelas divindades quando Atena aparece disfarçada de seu aliado Deífobo e o convence a desafiar Aquiles, levando-o à morte nas mãos de um guerreiro superior.

Aquiles foi um herói grego considerado o guerreiro mais formidável de toda a [[Guerra de Troia|Guerra de Tróia]] e o personagem central da [[Ilíada]]. Ele era filho de [[Tétis (nereida)|Tétis]] e [[Peleu]], tornando-o um [[semideus]]. Ele exercia força sobre-humana no campo de batalha e foi abençoado com um relacionamento próximo com as divindades. Aquiles se recusou a lutar depois de sua desonra nas mãos de [[Agamemnon|Agamenon]], e só voltou à guerra devido à raiva não adulterada depois que Heitor matou seu amado companheiro [[Pátroclo]]. Aquiles era conhecido pela raiva incontrolável que definiu muitas de suas ações sanguinárias, como [[Profanação|profanar]] o [[cadáver]] de [[Heitor]] arrastando-o ao redor da cidade de [[Troia|Tróia]] preso na sua [[biga]]. Aquiles desempenha um papel trágico na Ilíada provocado pela desumanização constante ao longo da epopeia, tendo seu ''menis'' (ira) sobrepujado seu ''philos'' (amor).<ref name=":1" />
[[Ficheiro:The Three Fates by Paul Thumann.jpg|miniaturadaimagem|''As Três [[Moiras]]'', por Paul Thumann.]]
Os heróis do mito geralmente tinham relacionamentos próximos, porém conflituosos, com as divindades. Assim, o nome de [[Hércules|Héracles]] significa "a glória de Hera", embora ele tenha sido atormentado por toda a vida por [[Hera]], a Rainha das divindades gregas. Talvez o exemplo mais impressionante seja o rei ateniense [[Erecteu]], a quem [[Posídon|Poseidon]] matou por escolher [[Atena]] em vez dele como patrono da [[Atenas Antiga|cidade]]. Quando os atenienses adoraram Erecteu na [[Acrópole de Atenas|Acrópole]], eles o invocaram como ''Poseidon Erecteu''.

O [[destino]] desempenha um papel enorme nas histórias de heróis clássicos. O significado heróico do herói clássico decorre das conquistas no campo de batalha, uma ação inerentemente perigosa.<ref name=":1" /> As divindades da mitologia grega, ao interagir com os heróis, muitas vezes prenunciam a eventual morte do herói no campo de batalha. Inúmeros heróis e divindades fazem de tudo para alterar seus destinos predestinados, mas sem sucesso, pois nenhum, nem humano nem imortal pode mudar seus resultados prescritos pelas três poderosas deusas do destinos, as [[moiras]].<ref name=":2">{{citar periódico |url=https://www.auburn.wednet.edu/cms/lib03/WA01001938/Centricity/Domain/2205/Fate%20reading.pdf |título=Articles and musing on the concept of Fate for the ancient Greeks |acessodata=23 de abril de 2023 |periódico=Auburn University |publicado= |pagina=4 páginas |lingua=en}}</ref> O exemplo mais característico disso é encontrado em ''[[Oedipus Rex]]''. Ao saber que seu filho, [[Édipo]], acabará por matá-lo, o rei de [[Tebas (Grécia)|Tebas]], [[Laio]], dá grandes passos para garantir a morte de seu filho, retirando-o do reino. Quando Édipo encontra seu pai quando este lhe era desconhecido em uma disputa na estrada muitos anos depois, Édipo o [[Assassínio|mata]] sem pensar duas vezes. A falta de reconhecimento permitiu que Édipo matasse seu pai, ironicamente ligando ainda mais seu pai ao seu destino.<ref name=":2" />

Histórias de heroísmo podem servir como exemplos morais. No entanto, os heróis clássicos muitas vezes não incorporavam a noção [[Cristianismo|cristã]] de um herói íntegro e perfeitamente [[moral]].<ref>{{Citar web|ultimo=Norman|primeiro=Vera|url=http://www.fellowshipofreason.com/archives/4heroes.htm|titulo=Four Conceptions of the Heroic|acessodata=2023-04-24|website=Fellowship of Reason|lingua=en}}</ref> Por exemplo, os problemas de caráter de [[Aquiles]] de raiva odiosa levam a um massacre impiedoso e seu orgulho avassalador o leva a ingressar na [[Guerra de Troia|Guerra de Tróia]] apenas porque ele não queria que seus soldados ganhassem toda a [[Glória (honra)|glória]]. Os heróis clássicos, independentemente de sua moralidade, foram colocados na [[religião]]. Na antiguidade clássica, os cultos que veneravam heróis divinizados como [[Hércules|Héracles]], [[Perseu]] e [[Aquiles]] desempenharam um papel importante na religião [[Grécia Antiga|grega antiga]].<ref name=":3">{{Citar periódico |url=https://referenceworks.brillonline.com/entries/brill-s-new-pauly/hero-cult-e511460?s.num=1&s.f.s2_parent=s.f.book.brill-s-new-pauly&s.q=hero |título=Hero cult |data=1º de outubro de 2006 |acessodata=2023-04-24 |periódico=Brill’s New Pauly |publicado=Brill |ultimo=Graf |primeiro=Fritz |local=Columbus, OH |lingua=en}}</ref> Esses antigos cultos de heróis gregos adoravam heróis da [[Tradição oral|tradição épica oral]], com esses heróis frequentemente concedendo bênçãos, especialmente curativas, aos indivíduos.<ref name=":3" />

== Mito e monomito ==
[[Ficheiro:Robert Wilhelm Ekman - Lemminkäinen and the Fiery Eagle - A I 457-307 - Finnish National Gallery.jpg|miniaturadaimagem|''Lemminkäinen e a Águia de Fogo'', por Robert Wilhelm Ekman, 1867.]]
[[Ficheiro:Beowulf and the dragon.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|[[Beowulf|Beowülf]] enfrentando um [[dragão]], por J. R. Skelton, 1908.]]
O conceito do "arquétipo do herói mítico" foi desenvolvido pela primeira vez por Lord Raglan em seu livro de 1936, ''The Hero, A Study in Tradition, Myth and Drama'' (O Herói, Um Estudo sobre Tradição, Mito e Drama).<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/51855155|título=The Hero: A Study in Tradition, Myth and Drama|ultimo=Raglan|primeiro=Baron|editora=Dover Publications|ano=2003|local=Mineola, N.Y.|páginas=307|lingua=en|isbn=978-0486427089|oclc=51855155|anooriginal=1936}}</ref> É um conjunto de 22 traços comuns que ele disse serem compartilhados por muitos heróis em várias [[Cultura|culturas]], [[Mito|mitos]] e [[Religião|religiões]] ao longo da história e ao redor do mundo. Raglan argumentou que quanto maior a pontuação, maior a probabilidade da figura ser mítica.
[[Ficheiro:JourneytotheWest.jpg|miniaturadaimagem|Os quatro heróis do romance chinês do [[século XVI]], ''[[Jornada ao Oeste]]''.]]
O conceito de um [[arquétipo]] de história da "busca do herói" [[Monomito|monomítica]] padrão que tinha a [[reputação]] de ser difundido em todas as culturas é um tanto controverso. Exposto principalmente por [[Joseph Campbell]] em sua [[obra]] de [[1949]], ''[[The Hero with a Thousand Faces]]'' (O Herói de Mil Faces),<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/224442464|título=The Hero with a Thousand Faces|ultimo=Campbell|primeiro=Joseph|editora=New World Library, Joseph Campbell Foundation|outros=|ano=2008|edicao=3ª|series=The Collected Works of Joseph Campbell|local=Novato, Califórnia|páginas=418|lingua=en|isbn=978-1577315933|oclc=224442464|anooriginal=1949}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/60703613|título=O Herói de Mil Faces|ultimo=Campbell|primeiro=Joseph|editora=Editora Cultrix/Pensamento|outros=Tradução de Adail Ubirajara Sobral|ano=2004|edicao=9ª|local=São Paulo|páginas=416|isbn=978-8531502941|oclc=60703613}}</ref> ilustra vários temas unificadores de histórias de heróis que mantêm ideias semelhantes sobre o que um herói representa, apesar de culturas e crenças muito diferentes. O [[monomito]] ou Jornada do Herói consiste em três estágios separados, incluindo a Partida, Iniciação e Retorno. Dentro desses estágios, existem vários arquétipos que o herói de [[Género|ambos os sexos]] pode seguir, incluindo o chamado à [[aventura]] (que eles podem inicialmente recusar), ajuda [[sobrenatural]], seguir por um caminho de provações, alcançar uma realização sobre si mesmos (ou uma [[apoteose]]), e alcançando a liberdade de viver através de sua busca ou jornada. Campbell ofereceu exemplos de histórias com temas semelhantes, como [[Krishna]], [[Buda]], [[Apolônio de Tiana|Apolônio de Tyana]] e [[Jesus]].<ref name=":4">{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/53901025|título=The Hero with a Thousand Faces|ultimo=Campbell|primeiro=Joseph|editora=Princeton University Press|ano=2004|edicao=|local=Princeton, N.J.|página=140|lingua=en|isbn=0-691-11924-4|oclc=53901025|anooriginal=1949}}</ref> Um dos temas que explora é o herói [[Androginia|andrógino]], que combina traços [[Masculinidade|masculinos]] e [[Feminilidade|femininos]], como o [[Bodisatva|Bodhisattva]]:<ref name=":4" />
{{Quote|texto=''"A primeira maravilha a ser observada aqui é o caráter andrógino do Bodhisattva: masculino Avalokiteshvara, feminino Kwan Yin."''}}
Em seu [[livro]] de 1968, ''The Masks of God: Occidental Mythology'' (As Máscaras de Deus: Mitologia Ocidental), Campbell escreve:<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/2345713|título=The Masks of God: Occidental Mythology|ultimo=Campbell|primeiro=Joseph|editora=Penguin Books|ano=1976|local=Harmondsworth, Eng.|página=362|lingua=en|isbn=0-14-004306-3|oclc=2345713}}</ref>
{{Quote|texto=''"É claro que, seja precisa ou não quanto aos detalhes biográficos, a comovente lenda do Cristo Crucificado e Ressuscitado foi adequada para trazer um novo calor, imediatismo e humanidade aos antigos motivos dos amados ciclos de [[Tammuz]], [[Adonis]] e [[Osíris]]."''}}

== Contos de fadas eslavos ==
[[Ficheiro:Vasnetsov samolet.jpg|miniaturadaimagem|[[Ivan Tsarevich]], um herói do folclore russo, por [[Viktor Vasnetsov]] em 1880.]]
[[Vladimir Propp]], em sua análise dos [[Contos de Fadas|contos de fadas]] [[russos]], concluiu que um conto de fadas tinha apenas oito ''[[dramatis personæ]]'', dos quais um era o herói,  e sua análise foi amplamente aplicada ao folclore não-russo.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/454984|título=Morphology of the Folk Tale|ultimo=Propp|primeiro=Vladimir I︠A︡.|editora=University of Texas Press|outros=Revisão por Laurence Scott, Svatava Pírková-Jakobsonová, Louis A. Wagner, Alan Dundes|ano=1968|edicao=2ª|local=Austin, Texas|página=80|lingua=en|isbn=0-292-78376-0|oclc=454984}}</ref> As ações que se enquadram na esfera de tal herói incluem:

* Partida em uma missão
* Reagindo ao teste de um doador
* Casar com uma princesa (ou figura semelhante)

Propp distinguiu entre ''buscadores'' e ''heróis-vítimas''. Um [[vilão]] pode iniciar o problema sequestrando o herói ou expulsando-o; estes eram heróis-vítimas. Por outro lado, um antagonista poderia roubar o herói, ou sequestrar alguém próximo a ele, ou, sem a intervenção do vilão, o herói poderia perceber que algo lhe faltava e partir em busca daquilo; esses heróis são buscadores. As vítimas podem aparecer em contos com heróis buscadores, mas o conto não acompanha os dois.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/454984|título=Morphology of the Folktale|ultimo=Propp|primeiro=Vladimir I︠A︡.|editora=University of Texas Press|outros=Revisão por Laurence Scott, Svatava Pírková-Jakobsonová, Louis A. Wagner, Alan Dundes|ano=1968|edicao=2ª|local=Austin, Texas|página=36|lingua=en|isbn=0-292-78376-0|oclc=454984}}</ref>

== Estudos históricos ==
[[Ficheiro:Philippoteaux & Piaud - Le Vicomte de Bragelonne - D'Artagnan.jpg|miniaturadaimagem|[[D'Artagnan]] dos [[Os Três Mosqueteiros|Três Mosqueteiros]], ilustração por d'Antoine-Alphée Piaud, 1852.]]
Nenhuma história pode ser escrita sem considerar a extensa lista de ganhadores de medalhas nacionais por bravura, povoada por heróis [[Bombeiro|bombeiros]], [[Polícia|policiais]] e [[Soldado|soldados]], [[Paramédico|paramédicos]] e pessoas comuns.<ref>{{Citar web|url=https://www.smh.com.au/national/everyday-heroes-20021226-gdg0ok.html|titulo=Everyday heroes|data=2002-12-26|acessodata=2023-04-24|website=The Sydney Morning Herald|lingua=en}}</ref> Essas pessoas arriscaram suas vidas para tentar salvar ou proteger a vida de outras pessoas: por exemplo, a ''Cross of Valor'' (C.V.) canadense "reconhece atos de coragem mais evidente em circunstâncias de extremo perigo"; exemplos de destinatários são Maria Dohey e David Gordon Cheverie.

O [[filósofo]] [[Georg Wilhelm Friedrich Hegel|Hegel]] deu um papel central ao "herói", personalizado por [[Napoleão Bonaparte|Napoleão]], como a encarnação do ''Volksgeist'' (espírito popular) de uma cultura particular e, portanto, do ''[[Zeitgeist]]'' geral. A obra de [[Thomas Carlyle]] de [[1841]], ''On Heroes, Hero-Worship, & the Heroic in History'' (Sobre heróis, adoração de heróis e o heróico na história), também concedeu uma função fundamental aos heróis e grandes homens da história. Carlyle centrou a história nas biografias de indivíduos, como nas ''Cartas e Discursos de [[Oliver Cromwell]]'' e na ''História de [[Frederico II da Prússia|Frederico, o Grande]]''. Seus heróis não eram apenas figuras [[Político|políticas]] e [[Militar|militares]], fundadores ou derrubadores de [[Estado|Estados]], mas também figuras [[Religião|religiosas]], [[Poeta|poetas]], [[Autor|autores]] e capitães da [[indústria]].
[[Ficheiro:Simo hayha honorary rifle.jpg|miniaturadaimagem|[[Simo Häyhä]], um [[Atirador especial|atirador de elite]] militar finlandês durante a [[Guerra de Inverno]], alcançou a reputação de herói de guerra pioneiro,<ref>{{Citar web|ultimo=Wood|primeiro=Jessica|url=https://theculturetrip.com/europe/finland/articles/story-simo-hayha-white-death-finland/|titulo=The Story of Simo Häyhä, the White Death of Finland|data=2018-01-29|acessodata=2023-04-24|website=Culture Trip|lingua=en}}</ref> apesar de sua natureza [[Modéstia|modesta]].<ref>{{Citar web|ultimo=Silv|primeiro=Lauri|ultimo2=er|url=https://www.is.fi/suomi100/art-2000005409481.html|titulo=Simo Häyhän muistikirja paljastaa tarkka-ampujan huumorintajun – ”Valkoinen kuolema” esittää näkemyksensä ammuttujen vihollisten lukumäärästä|data=2017-10-14|acessodata=2023-04-24|website=Ilta-Sanomat|lingua=fi}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/945031188|título=The White Sniper: Simo Häyhä|ultimo=Saarelainen|primeiro=Tapio A. M.|editora=Casemate|ano=2016|local=Philadelphia|lingua=en|isbn=9781612004297|oclc=945031188}}</ref>|esquerda]]
Defesas explícitas da posição de Carlyle eram raras na segunda parte do [[século XX]]. A maioria na escola de filosofia da história afirma que as forças motrizes da história podem ser melhor descritas apenas com uma lente mais ampla do que aquela que Carlyle usou para seus retratos. Por exemplo, [[Karl Marx]] argumentou que a história foi determinada pelas forças sociais maciças em jogo nas "lutas de classes", não pelos indivíduos por quem essas forças são exercidas. Depois de Marx, [[Herbert Spencer]] escreveu no final do [[século XIX]]: "Você deve admitir que a gênese do grande homem depende da longa série de influências complexas que produziram a raça em que ele aparece e o estado social em que esse a raça cresceu lentamente... antes que ele possa refazer sua sociedade, sua sociedade deve fazê-lo."<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/The_Study_of_Sociology.html?id=4IMYAAAAMAAJ&redir_esc=y|título=The Study of Sociology|ultimo=Spencer|primeiro=Herbert|editora=D. Appleton|ano=1873|series=International scientific series|local=Nova York|página=34|lingua=en}}</ref> [[Michel Foucault]] argumentou em sua análise da comunicação e debate societário que a história era principalmente a "ciência do soberano", até sua inversão pelo "discurso popular histórico e político".
[[Ficheiro:Raoul Wallenberg.jpg|miniaturadaimagem|O diplomata sueco [[Raoul Wallenberg]] salvou a vida de dezenas de milhares de [[judeus]] em [[Budapeste]], durante a [[Segunda Guerra Mundial]].]]
Exemplos modernos do herói típico incluem [[Minnie Vautrin]], [[Norman Bethune]], [[Alan Turing]], [[Raoul Wallenberg]], [[Chiune Sugihara]], [[Martin Luther King Jr.]], [[Madre Teresa de Calcutá|Madre Teresa]], [[Nelson Mandela]], [[Oswaldo Payá|Oswald Paya]], [[Oscar Elias Biscet]] e [[Aung San Suu Kyi]].

A [[escola dos Annales]], liderada por [[Lucien Febvre]], [[Marc Bloch]] e [[Fernand Braudel]], contestaria o exagero do papel dos sujeitos individuais na história. De fato, Braudel distinguiu várias escalas de tempo, uma atribuída à vida de um indivíduo, outra atribuída à vida de algumas gerações humanas e a última às [[Civilização|civilizações]], nas quais a [[geografia]], a [[economia]] e a [[demografia]] desempenham um papel consideravelmente mais decisivo do aquele dos sujeitos individuais.

Na época da globalização, um indivíduo pode mudar o desenvolvimento do país e do mundo inteiro, o que dá motivos para alguns estudiosos sugerirem retomar o problema do papel do herói na história do ponto de vista do conhecimento histórico moderno e usando métodos atualizados de análise histórica.<ref>{{citar periódico |url=https://www.researchgate.net/publication/228175809_The_Role_of_an_Individual_in_History_A_Reconsideration |título=The Role of an Individual in History: A Reconsideration |data=Setembro de 2010 |acessodata=24 de abril de 2023 |periódico=Volgograd Center for Social Research |ultimo=Grinin |primeiro=Leonid E. |lingua=en |doi=10.2139/ssrn.1752886}}</ref> Dentro das estruturas do desenvolvimento da [[história contrafactual]], são feitas tentativas de examinar alguns cenários hipotéticos do desenvolvimento histórico. O herói chama muita atenção porque a maioria desses cenários se baseia nas suposições: o que teria acontecido se este ou aquele indivíduo histórico tivesse ou não estivesse vivo.<ref>{{Citar web|url=https://www.socionauki.ru/journal/articles/126971/|titulo=The Lead Economy Sequence in World Politics (From Sung China to the United States): Selected Counterfactuals|data=Maio de 2010|acessodata=2023-04-24|website=Socionauki.ru|lingua=en}}</ref>

== Heróis históricos ==
Diversas situações [[História|históricas]] foram capazes de inspirar heroísmos, e muitos personagens das artes e do imaginário popular são baseados nestes heróis. Muitas vezes, constituem personagens cuja vida é baseada em uma pessoa que realmente existiu. Ao herói, são atribuídos grandes feitos, e por vezes ele aparece como o fundador de uma [[cultura]].

Os diferentes movimentos culturais (literários, artísticos) inspiraram diversas atitudes heroicas ou serviram de pano de fundo para manifestos populares cujos líderes foram considerados heróis pelo povo, embora tenham sido duramente reprimidos pelas [[Minoria|minorias]] representantes do poder.

Alguns heróis históricos:
* [[Gilgamés|Gilgamesh]], herói de [[Uruque|Uruk]] da [[Civilização babilônica|Babilônia]], da [[mitologia suméria]];
* [[Aleixo Corte-Real]], herói [[Timor|timorense]];
* [[Eduardo Mondlane]], herói [[moçambique|moçambicano]];
* [[Tiradentes]], herói brasileiro;
* [[Hércules]], herói da [[mitologia grega]];
* [[Pier Gerlofs Donia]], herói [[frísios|frísio]];
* [[Viriato]], dirigente lendário dos [[lusitanos]] e resistente à [[Conquista romana da Península Ibérica|conquista romana da península Ibérica]].

== Ver também ==
{{wikiquote|Herói}}{{Dividir em colunas}}
* [[Anti-herói]]
* [[Herói nacional]]
* [[Herói trágico]]
* [[Super-herói]]
* [[Herói de ação]]
* [[Jornada do herói]]
* [[Protagonista]]
* [[Herói cultural]]
* [[Vilão]]
{{Dividir em colunas fim}}

== Bibliografia ==

* {{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/60703613|título=O Herói de Mil Faces|ultimo=Campbell|primeiro=Joseph|editora=Editora Cultrix/Pensamento|outros=Tradução de Adail Ubirajara Sobral|ano=2004|edicao=9ª|local=[[São Paulo]]|páginas=416|isbn=978-8531502941|oclc=60703613|autorlink=Joseph Campbell|anooriginal=1989}}.

== Referências ==
[[Categoria:Heróis| ]]
[[Categoria:Personagens mitológicos]]
[[Categoria:Arquétipos mitológicos]]
[[Categoria:Personagens modelos]]