Mostrar código-fonte de Husni al-Za'im

{{Info/Político/Presidente|nome=Husni al-Za'im<br>{{lang|ar|حسني الزعيم}}|imagem=[[Imagem:Husni al-Zaiim.jpg|250px]]|preposição=da|país=[[Síria]]|nascimento_data=11 de maio de 1897|nascimento_local={{flagicon|Império Otomano}} [[Alepo]], [[vilaiete]] de Alepo, [[Império Otomano]]|morte_data=14 de agosto de 1949|morte_local=[[Imagem:Flag of Syria (1930–1958, 1961–1963).svg|23px]] [[Damasco]], [[Síria]]|ordem_presidente=9º [[Presidente da Síria]]|antes=[[Shukri al-Quwatli]]|depois=[[Hashim al-Atassi]]|profissão=[[Estadista]]<br>[[Soldado]]|religião=[[Islã]]|lealdade={{unbulleted list | {{flag|Ottoman Empire}}| {{Flagicon image|Flag_of_the_French_Mandate_of_Syria_(1920).svg}} [[Mandato Francês da Síria e do Líbano]]| [[Imagem:Flag of Syria (1930–1958, 1961–1963).svg|23px]] [[Primeira República Síria]]}}|ramo={{flagicon|Império Otomano}} [[Exército Otomano]]<br>{{flagicon|França}} [[Exército Francês]]<br>[[Imagem:Flag of Syria (1930–1958, 1961–1963).svg|23px]] [[Exército Árabe Sírio]]|anos_de_serviço=1917–1949|graduação=[[File:Syria-Army-Amid.svg|25px]] [[General de Brigada]]|batalhas=[[Guerra árabe-israelense de 1948]]|mandato_início=11 de abril de 1949|mandato_fim=14 de agosto de 1949|partido=[[Partido Social Nacionalista Sírio]]|mandato_início_título2=17 de abril de 1949|mandato_fim_título2=26 de junho de 1949|antes_título2=[[Khalid al-Azm]]|depois_título2=[[Muhsin al-Barazi]]|título2=23º [[Lista de primeiros-ministros da Síria|Primeiro-Ministro da Síria]]}}

'''Husni al-Za'im''' ({{lang-ar|حسني الزعيم}} ''Ḥusnī az-Za'īm''; [[11 de maio]] de [[1897]] - [[14 de agosto]] de [[1949]]) foi um militar e político [[Síria|sírio]]. Husni al-Za'im, cuja família é de [[ascendência]] [[Curdos|curda]], fora um [[Oficial (militar)|oficial]] do [[exército otomano]].<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/234192357|título=Arabs in the Mirror: Images and self-images from pre-Islamic to modern times|ultimo=Rejwan|primeiro=Nissim|editora=University of Texas Press|ano=2008|edicao=1ª|local=Austin|página=152|lingua=inglês|isbn=978-0292717275|oclc=234192357}}</ref> Depois que a [[França]] instituiu [[Mandato Francês da Síria e do Líbano|o seu mandato colonial]] sobre a [[Síria]], após a [[Primeira Guerra Mundial]], se tornou um oficial do [[Exército de Terra Francês|exército francês]]. Após a independência da Síria tornou-se Chefe do Estado-Maior, e conduziu o [[Exército Sírio|exército sírio]] em uma guerra com o [[Forças Terrestres Israelenses|exército israelense]] na [[guerra árabe-israelense de 1948]]. A derrota das forças da Liga Árabe naquela guerra abalou a Síria e minou a confiança na caótica [[Democracia representativa|democracia parlamentar]] do país, permitindo-lhe tomar o poder em [[1949]]. No entanto, seu governo como [[Chefe de Estado|chefe de estado]] seria breve: ele foi [[Pena de morte|executado]] em poucos meses.

== Golpe de 1949 ==
Em [[11 de abril]] de [[1949]], al-Za'im tomou o poder em um [[golpe de Estado]]. O golpe, de acordo com registros desclassificados e declarações de ex-agentes da [[Central Intelligence Agency|CIA]],<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/855507173|título=America's Great Game: The CIA's Secret Arabists and the Making of the Modern Middle East|ultimo=Wilford|primeiro=Hugh|editora=Basic Books|ano=2013|local=Nova York|página=[https://archive.org/details/americasgreatgam0000wilf/page/94 94, 101]|lingua=inglês|isbn=9780465019656|oclc=855507173}}</ref> foi patrocinado pelos [[Estados Unidos]] via CIA.<ref>{{citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/4328056 |título=Cold War and Covert Action: The United States and Syria, 1945-1958 |data=1990 |acessodata=20 de janeiro de 2023 |periódico=Middle East Journal |publicado= |número=Nº 1 |ultimo=Little |primeiro=Douglas |páginas= |lingua=inglês |doi= |jstor=4328056 |pmc= |pmid= |volume=Vol. 44}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/606785225|título=Castles Made of Sand: A Century of Anglo-American Espionage and Intervention in the Middle East|ultimo=Gerolymatos|primeiro=André|editora=Thomas Dunne Books|ano=2010|edicao=1ª|local=Nova York|lingua=inglês|isbn=978-0312355692|oclc=606785225|citacao=Miles Copeland, ex-agente da CIA, descreveu como ele e Stephen Meade apoiaram Zaim, e fontes de arquivos americanos confirmam que foi durante esse período que Meade estabeleceu ligações com elementos extremistas de direita do exército sírio, que acabaram realizando o golpe.}}</ref> A maioria das evidências atualmente disponíveis sugere que a decisão de iniciar um golpe foi de Za'im sozinho, mas Za'im se beneficiou de algum grau de assistência americana no planejamento da operação.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/855507173|título=America's Great Game: The CIA's Secret Arabists and the Making of the Modern Middle East|ultimo=Wilford|primeiro=Hugh|editora=Basic Books|ano=2013|local=Nova York|página=[https://archive.org/details/americasgreatgam0000wilf/page/100 100–103, 107–108]|lingua=inglês|isbn=9780465019656|oclc=855507173}}</ref> Quatro dias após o golpe que derrubou o regime democrático, o governo sírio ratificou o controverso acordo sobre o oleoduto Trans-Arabian (Tapline).<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/144526680|título=Notes from the Minefield: United States intervention in Lebanon and the Middle East, 1945-1958|ultimo=Gendzier|primeiro=Irene L.|editora=Columbia University Press|ano=2006|local=Nova York|página=98|lingua=inglês|isbn=978-0231140119|oclc=144526680|citacao=Investigações recentes indicam que os agentes da CIA, Miles Copeland e Stephen Meade, estiveram diretamente envolvidos no golpe no qual o coronel sírio Husni Za'im tomou o poder. Segundo o então ex-agente da CIA Wilbur Eveland, o golpe foi executado para obter a ratificação síria do TAPLINE.}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/1050332930|título=Lords of the Desert: Britain's struggle with America to dominate the Middle East|ultimo=Barr|primeiro=James|editora=Simon & Schuster|ano=2018|local=Londres|página=102|lingua=inglês|isbn=9781471139796|oclc=1050332930}}</ref>

O [[presidente da Síria]], [[Shukri al-Kuwatli]], foi brevemente preso, mas, em seguida, liberado para exílio no [[Egito]]. Al-Za'im também encarcerou muitos líderes políticos, como [[Munir al-Ajlani]], a quem acusou de conspirar para derrubar a república. O golpe foi realizado com o apoio discreto da [[Missão diplomática|embaixada]] estadunidense, e, possivelmente, auxiliado pelo [[Partido Social Nacionalista Sírio]], embora o próprio al-Za'im não seja conhecido por ter sido membro. Entre os oficiais que prestaram assistência na tomada de poder de al-Za'im estavam [[Adib Shishakli|Adib al-Shishakli]] e [[Sami al-Hinnawi]], ambos os quais se tornariam mais tarde líderes militares do país.

A tomada de poder de Al-Za'im, o primeiro golpe militar na [[história da Síria]], teria efeitos duradouros, pois destruiu o frágil e falho governo democrático do país e desencadeou uma série de revoltas militares cada vez mais violentas. Mais dois golpes seguiriam em [[agosto]] e [[dezembro]] de [[1949]].

== Regime ==
[[Ficheiro:Syria-Lebanon summit (July 1949).jpg|miniaturadaimagem|Cúpula Sírio-Libanesa de julho de 1949. A partir da esquerda: Muhsin al-Barazi, Husni az-Za'im, Riad as-Solh e [[Bechara El Khoury|Béchara el-Khoury]].]]
Embora seu governo foi relativamente ameno, sem execuções de opositores políticos e com poucas prisões de dissidentes, al-Za'im rapidamente fez inimigos. Suas políticas [[secularismo|seculares]] e propostas para a emancipação das mulheres concedendo-lhes o voto e sugerindo que elas deveriam abandonar a prática [[Islão|islâmica]] do uso do [[véu]], criou uma celeuma entre os líderes religiosos [[Muçulmano|muçulmanos]] (o [[sufrágio feminino]] só foi alcançado durante a terceira administração civil de [[Hashim al-Atassi]], um forte opositor do regime militar). Ele é creditado por dar apoio ao direito das mulheres de votar e concorrer a cargos públicos na Síria. A lei vinha sendo debatida no Parlamento sírio desde 1920 e nenhum líder ousou apoiá-la, exceto Zaim. Al-Za'im trabalhou duro para abolir o uso do [[Fez (chapéu)|fez]], alegando que era um acessório de cabeça antiquado retirado dos tempos do [[Império Otomano]].

Durante os 137 dias de seu governo na Síria, al-Za'im não executou ninguém. Ele tinha punições inventivas para aqueles que o desobedeceram, no entanto. Quando a qualidade do [[pão]] caiu para níveis inaceitáveis, Zaim ordenou que todos os [[Padeiro|padeiros]] andassem sobre o [[cascalho]], descalços, até que o [[sangue]] escorresse de seus [[Pé|pés]].<ref name=":0">{{citar periódico |título=The story of Nouran and Husni al-Za'im |data=Novembro de 2008 |periódico=Forward Magazine |ultimo=Sudki |primeiro=Farah |local=[[Damasco]], [[Síria]] |lingua=inglês}}</ref>

O aumento dos impostos também prejudicou os [[Empresário|empresários]], e os [[Nacionalismo árabe|nacionalistas árabes]] ainda fumegavam sobre sua assinatura de um [[cessar-fogo]] com [[Israel]], bem como seus acordos com empresas [[Petróleo|petrolíferas]] dos [[Estados Unidos]] para a construção do [[Gasoduto Trans-Arábico]]. Ele fez uma proposta de paz para Israel oferecendo instalar 300 mil [[refugiados palestinos]] na Síria, em troca de modificações de fronteira ao longo da linha de cessar-fogo e metade do [[Mar da Galileia|Lago de Tiberíades]] de Israel.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/76073899|título=Cooperating Rivals: The riparian politics of the Jordan River Basin|ultimo=Sosland|primeiro=Jeffrey K.|editora=State University of New York Press|ano=2007|local=Albany|página=32|lingua=inglês|isbn=978-0791472026|oclc=76073899}}</ref> O assentamento dos refugiados foi condicionado à assistência externa suficiente para a economia síria. A proposta foi atendida de forma muito lenta por [[Tel-Aviv]] e não foi tratada com seriedade.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/44954554|título=Peace for Palestine: First lost opportunity|ultimo=Berger|primeiro=Elmer|editora=University Press of Florida|ano=1993|local=Gainesville, Fla.|página=264|lingua=inglês|isbn=978-0813012070|oclc=44954554}}</ref>

Sem apoio popular, al-Za'im foi derrubado depois de apenas quatro meses e meio por seus colegas, [[Adib Shishakli|Adib al-Shishakli]] e [[Sami al-Hinnawi]]. Como al-Hinnawi assumiu o poder como líder de uma [[junta militar]], Husni al-Za'im foi rapidamente enviado à [[prisão]] de Mezze em [[Damasco]], e [[Pena de morte|executado]] junto com o [[primeiro-ministro]] [[Muhsin al-Barazi]].

== Família ==
A esposa de Husni al-Za'im, Nouran, foi a [[Consorte de político|primeira-dama]] da Síria de abril a agosto de [[1949]]. O [[casamento]] ocorreu em [[1947]], dois anos antes de Husni al-Za'im se tornar [[Presidente da República|presidente da república]]. Para agradar sua jovem esposa, Zaim pediu a sua [[Cunhado|cunhada]] Kariman, de 11 anos, que morasse com eles em [[Damasco]]. Ele também a tratou como uma [[Irmão|irmã]] e a mandou para o ''Lycée Laïc'', uma das melhores escolas preparatórias da cidade. Outra irmã, Orfan, os visitava com frequência e adquiriu o hábito de brincar com um guarda, Abdel Hamid Sarraj (o chefe de segurança do gabinete do presidente que se tornou chefe do departamento de inteligência e ministro do interior durante os anos de [[República Árabe Unida|união com o Egito]]).<ref name=":0" />

Durante a incidência da prisão de al-Za'im, e quando os guardas vieram prendê-lo, Zaim se vestiu e se despediu de sua esposa grávida. "Relaxe", ele pediu a ela, "em breve estarei de volta para receber nosso primeiro bebê juntos!" Niveen (sua filha) disse: "Minha mãe e tia me disseram que o sofá em que estavam sentados estava crivado de balas. Sarraj sabia de antemão que um ataque estava chegando e disse-lhes para subirem para protegê-los do perigo." Menos de uma semana antes do golpe - que levou à execução por [[Fuzilamento|pelotão de fuzilamento]] de Za'im e seu primeiro-ministro Muhsen al-Barazi - os primos de Nouran o procuraram, dizendo que haviam confirmado informações de inteligência, dizendo que [[Sami al-Hinnawi]] (seu camarada da [[Guerra árabe-israelense de 1948|guerra de 1948]]) planejava matá-lo. Za'im convocou Hinnawi e perguntou diretamente: "Sami, meus cunhados estão me dizendo que você quer me matar." Hinnawi respondeu: "Impossível. Como posso matar meu líder e amigo?" Depois que o presidente foi preso em 14 de agosto, Nouran e sua irmã foram mantidas em prisão domiciliar por uma semana inteira. "Nenhuma comida foi trazida para a casa", disse Niveen. Um guarda senegalês tentou ajudá-los passando sua própria comida pela janela.<ref name=":0" />{{referências}}


{{s-start}}
{{succession box|title=[[Presidente da Síria]]|before=[[Shukri al-Kuwatli]]|after=[[Hashim al-Atassi]] (regime militar)|years=1949 (3 meses)}}
{{s-end}}
{{Portal3|Biografias|Política|Síria}}
[[Categoria:Presidentes da Síria]]
[[Categoria:Primeiros-ministros da Síria]]
[[Categoria:Pessoas executadas por armas de fogo]]
[[Categoria:Governantes depostos por golpe de Estado]]