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Latim: diferenças entre revisões

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{{mais fontes|data=março de 2011}}
{{Ver desambig|pelas línguas latinas|Línguas românicas|prefixo=Se procura}}
{{Info/Língua
|nome = Latim
|corfamília = Indo-europeia
|estados = [[Vaticano]]
|posição =
|familycolor = [[Línguas indo-europeias|Indo-europeia]]
|fam2 = [[Línguas itálicas|Itálica]]
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|oficial = {{VAT}}
|regulador = ''[[Opus Fundatum Latinitas]]''
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|mapa = [[Ficheiro:Iron Age Italy.svg|center|200px|Região de origem do Latim (Latin), no centro da Itália.]]<br />[[Ficheiro:Roman Empire map.svg|center|200px|Extensão territorial do Império Romano em 117.]]
}}

O '''latim''' é uma antiga [[língua indo-europeia]] do [[línguas itálicas|ramo itálico]] originalmente falada no [[Lácio]], a região do entorno de [[Roma]]. Foi amplamente difundida, especialmente na [[Europa]], como a [[língua oficial]] da [[República Romana]], do [[Império Romano]] e, após a conversão deste último ao [[cristianismo]], da [[Igreja Católica]]. Através da Igreja, tornou-se a língua dos acadêmicos e [[filosofia|filósofos]] europeus [[Idade Média|medievais]]. Por ser uma língua altamente flexiva e sintética, a sua [[sintaxe]] (ordem das palavras) é, em alguma medida, variável, se comparada com a de idiomas analíticos como o [[língua portuguesa|português]], embora em prosa os romanos tendessem a preferir a ordem [[SOV]]. A sintaxe é indicada por uma estrutura de [[afixo]]s ligados a temas. O [[alfabeto latino]], derivado dos [[alfabeto etrusco|alfabetos etrusco]] e [[alfabeto grego|grego]] (por sua vez, derivados do [[alfabeto fenício]]), continua a ser o mais amplamente usado no mundo.

Embora o latim seja hoje uma [[língua morta]], com poucos falantes fluentes e sem que ninguém o tenha por língua materna, ainda é empregado pela [[Igreja Católica]]. Exerceu enorme influência sobre diversas línguas vivas, ao servir de fonte vocabular para a [[ciência]], o mundo acadêmico e o [[direito]]. O [[latim vulgar]], um [[dialeto]] do latim, é o ancestral das [[línguas neolatinas]] ([[língua italiana|italiano]], [[língua francesa|francês]], [[língua espanhola|espanhol]], [[língua portuguesa|português]], [[língua romena|romeno]], [[língua catalã|catalão]], [[língua romanche|romanche]] e outros idiomas e dialetos regionais da área); muitas palavras adaptadas do latim foram adotadas por outras línguas modernas, como o [[Língua inglesa|inglês]]. O fato de haver sido a ''[[lingua franca]]'' do [[mundo ocidental]] por mais de mil anos é prova de sua influência.

O latim ainda é a língua oficial da [[Cidade do Vaticano]] e do [[Rito Romano]] da Igreja Católica. Foi a principal língua litúrgica até o [[Concílio Vaticano Segundo]] nos [[anos 1960]]. O [[latim clássico]], a língua literária do final da República e do início do Império Romano, ainda hoje é ensinado em muitas escolas primárias e secundárias, embora seu papel se tenha reduzido desde o início do [[século XX]].

== História ==
[[Ficheiro:Duenos inscription.jpg|thumb|right| A [[Inscrição Duenos]], do [[século VI a.C.]], é um dos textos mais remotos em latim antigo, provavelmente da tribo dos [[latinos]].]]

O latim integra as [[línguas itálicas]] e seu [[alfabeto]] baseia-se no alfabeto itálico antigo, derivado do [[alfabeto grego]]. No [[século IX a.C.]] ou [[século VIII a.C.|VIII a.C.]], o latim foi trazido para a [[península Itálica]] pelos migrantes [[latinos]], que se fixaram numa região que recebeu o nome de [[Lácio]], em torno do [[rio Tibre]], onde a [[Roma Antiga|civilização romana]] viria a desenvolver-se. Naqueles primeiros anos, o latim sofreu a influência da [[língua etrusca]], proveniente do norte da [[península Itálica|Itália]] e que não era [[línguas indo-europeias|indo-europeia]].

A importância do latim na península Itálica firmou-se gradativamente. A princípio, o latim será apenas a língua de Roma, uma pequena cidade circundada por vários centros menores ([[Lanuvio]], [[Preneste]], [[Tivoli]]), nos quais se falavam dialetos latinos ou afins ao latim (o [[falisco]], língua da antiga cidade de Falerii). Já a poucos quilômetros de Roma, eram faladas línguas muito diversas: o [[língua etrusca|etrusco]] e sobretudo o grupo indo-europeu das [[línguas itálicas]] - o [[língua umbra|umbro]] no norte e o [[Língua osca|osco]] no sul, até a atual Calábria. Na [[Geografia da Itália|Itália setentrional]] falavam-se outras [[línguas indo-europeias]] como o [[língua lígure|lígure]], o [[gálico]] e o [[língua venética|venético]]. O grego era difundido nas numerosas colônias da Sicilia e da [[Magna Grécia]]. Ao longo de toda a era republicana, a situação [[linguística]] da Italia permaneceu muito variada: o plurilinguismo era uma condição comum, e os primeiros autores da literatura, como [[Ênio]] e [[Plauto]] dominavam latim, grego e osco.

==Diacronia==
Além das variações regionais, mesmo o latim de [[Roma]] não foi uma língua sempre igual a si mesma, apresentando fortes diferenças [[diacronia|diacrônicas]] e [[sociolinguística]]s. Do ponto de vista diacrônico, deve-se distinguir:<ref>[http://www.luzappy.eu/latino_terzad/storia_lingua.htm La storia della lingua latina]. [[Maurizio Bettini|BETTINI, M.]] (cur.), ''Letteratura e antropologia di Roma antica'', vol. I, Firenze: La Nuova Italia, 2005.</ref><ref name="Fischer">[http://pt.scribd.com/doc/38541095/Baixar-Livros-net-2B-2BUma-2BBreve-2BHistoria-2Bda-2BLinguagem FISCHER, S. R. '''Uma breve História da Linguagem''. São Paulo: Novo Século, 2009.]</ref>

* [[latim pré-literário]], a língua das inscrições (do [[século VII a.C.]] ao [[século II a.C.]], ).
* [[latim arcaico]], a partir das origens da literatura, no [[século III]], até o final do [[século II a.C.]], [[c.]] [[106 a.C.]]. A [[literatura latina|literatura]] faz sua aparição, sob influência [[Grécia Antiga|grega]], [[c.]] [[250 a.C.]]. Nesse período é feita a tradução da ''[[Odisséia]]'' por [[Lívio Andrônico]] ([[240 a.C.]].). Destacam-se também o [[dramaturgo]] [[Plauto]] e [[Terêncio]]. A [[ortografia]], porém, ainda não está padronizada.
* [[latim clássico]] é o latim do final do [[século I a.C.]] até [[c.]] [[14|14 d.C]], o período de [[Augusto]], que corresponde à idade de ouro da [[literatura latina]], destacando-se [[Ovídio]], [[Cícero]], [[Virgílio]], [[Horácio]] e [[Tito Lívio]], entre outros.
** Idade de prata, de 14 d.C a cerca de [[120]] d.C;
* [[latim imperial]], até o [[século II d.C.]]. Autores como [[Sêneca]], [[Lucano]], [[Petrônio]], [[Quintiliano]], [[Públio Papínio Estácio|Estácio]], [[Juvenal]], [[Suetônio]], que viveram entre os séculos I e II, apesar das diferenças estilísticas, mantiveram em geral invariante a língua literária clássica. No século II, surge, de um lado, uma moda cultural literária de recuperar os modelos clássicos do período de Augusto; de outro, com autores como [[Apuleio]], começa a adquirir maior importância o [[latim vulgar]], a língua falada que será a base das línguas modernas derivadas do latim - as [[línguas neolatinas]].
* [[latim tardio]], incluindo o [[Patrística|período patrístico]], do [[século II]] ao [[século V]], época da publicação da [[Vulgata]] de [[São Jerônimo]], das obras de [[Santo Agostinho]] e de [[Boécio]]. No período imperial tardio, ao lado de autores mais ligados à tradição clássica, como [[Ausônio]] e [[Claudiano]], emergiram as grandes figuras dos [[Padres da Igreja]] como [[Tertuliano]], [[Ambrósio]], [[Girolamo]] e, sobretudo, [[Agostinho de Hipona]]. No século IV viveu também um dos maiores [[historiador]]es latinos (embora de origem greco-síria): [[Amiano Marcelino]].
* [[latim medieval]], do [[século VI]] ao [[século XIV]], período de surgimento das [[línguas românicas]].
* [[latim renascentista]], do século XIV ao [[século XVII|XVII]].
* [[Neolatim]] (ou latim científico), do [[século XVII]] ao [[século XIX]].

Embora a [[literatura romana]] sobrevivente seja composta quase inteiramente de obras em [[latim clássico]], a língua ''falada'' no [[Império Romano do Ocidente]] na [[Antiguidade tardia]] ([[200]] a [[600]] d.C)<ref name="Fischer" /> era o [[latim vulgar]], que diferia do primeiro em sua [[gramática]], [[vocabulário]] e pronúncia.

O latim manteve-se por muito tempo como a língua jurídica e governamental do Império Romano, mas, com o tempo, o [[língua grega|grego]] passou a predominar entre os membros da elite culta romana, já que grande parte da [[literatura]] e da [[filosofia]] estudada pela classe alta havia sido produzida por autores gregos, em geral [[atenienses]]. Na [[Império Romano do Oriente|metade oriental do Império]], que viria a tornar-se o [[Império Bizantino]], o grego terminou por suplantar o latim como idioma governamental e era a [[língua franca]] da maioria dos cidadãos orientais, de todas as classes.

Após a sua transformação nas línguas românicas, o latim continuou a fornecer um [[repertório]] de termos para muitos campos semânticos, especialmente culturais e técnicos, para uma ampla variedade de línguas.

=== Ortografia ===
{{Artigo principal|[[Alfabeto latino]]}}

[[Ficheiro:Hocgracili.jpg|thumb|250px|Réplica da escrita cursiva romana inspirada pelos tabletes de Vindolana.]]
[[Ficheiro:Calligraphy.malmesbury.bible.arp.jpg|right|thumb|250px|A língua dos antigos romanos teve um forte impacto em culturas posteriores, como demonstra esta [[Bíblia]] em latim eclesiástico, de [[1407]].]]

Os romanos usavam o [[alfabeto latino]], derivado do alfabeto itálico antigo, o qual por sua vez advinha do [[alfabeto grego]]. O alfabeto latino sobrevive hoje como sistema de escrita das [[línguas românicas]] (como o [[língua portuguesa|português]]), [[línguas célticas|célticas]], [[línguas germânicas|germânicas]] (inclusive o [[língua inglesa|inglês]]) e muitas outras.

Os antigos romanos não usavam [[pontuação]], [[mácron|macros]] (mas empregavam ápices para distinguir entre [[vogal|vogais]] longas e breves), as [[letra]]s [[j]] e [[u]], [[minúscula|letras minúsculas]] (embora usassem uma forma de escrita cursiva) ou espaço entre palavras (mas por vezes empregavam-se pontos entre palavras para evitar confusões). Assim, um romano escreveria a frase "Lamentai, ó Vênus<ref>A palavra Vênus aqui é plural.</ref> e cupidos" da seguinte maneira:

: LVGETEOVENERESCVPIDINESQVE

Esta frase seria escrita numa edição moderna como:

: Lugete, O Veneres Cupidinesque

Ou, com macros:

: Lūgēte, Ō Venerēs Cupīdinēsque

A escrita cursiva romana é encontrada nos diversos tabletes de cera escavados em sítios como fortes, como por exemplo os descobertos em Vindolana, na [[Muralha de Adriano]], na [[Grã-Bretanha]].

=== Legado ===
A expansão do [[Império Romano]] espalhou o latim por toda a [[Europa]] e o [[latim vulgar]] terminou por dialetar-se, com base no lugar em que se encontrava o falante. O latim vulgar evoluiu gradualmente de modo a tornar-se cada uma das distintas [[línguas românicas]], um processo que continuou pelo menos até o [[século IX]]. Tais idiomas mantiveram-se por muitos séculos como línguas orais, apenas, pois o latim ainda era usado para escrever. Por exemplo, o latim foi a língua oficial de [[Portugal]] até [[1296]], quando foi substituído pelo [[língua portuguesa|português]]. Estas línguas derivadas, como o [[língua italiana|italiano]], o [[língua francesa|francês]], o [[língua espanhola|espanhol]], o português, o [[língua catalã|catalão]] e o [[língua romena|romeno]], floresceram e afastaram-se umas das outras com o tempo.

Dentre as línguas românicas, o italiano é a que mais conserva o latim em seu [[vocabulário]],<ref>{{cite book |last= Grimes |first= Barbara F. |editor= Barbara F. Grimes |others= Consulting Editors: Richard S. Pittman & Joseph E. Grimes |title= [[Ethnologue: Languages of the World]] |edition= thirteenth edition |year= 1996 |month= October |publisher= [[Ethnologue|Summer Institute of Linguistics, Academic Pub]] |location= Dallas, Texas |isbn= 1-55671-026-7}}</ref> enquanto que o [[língua sarda|sardo]] é o que mais preserva a [[fonologia]] latina.<ref>[http://www.askoxford.com/languages/culturevulture/italy/diedialect/ Foreign Languages: Italian], especificamente: ''"Sardo conserva muitas características arcaicas do latim que desapareceram no italiano, como o som k duro em palavras como '''chelu''', correspondente ao italiano '''cielo'''."''</ref>

Algumas das diferenças entre o [[latim clássico]] e as línguas românicas têm sido estudadas na tentativa de se reconstruir o latim vulgar. Por exemplo, as línguas românicas apresentam um [[acento tônico]] distinto em certas [[sílaba]]s, ao qual o latim acrescentava uma [[quantidade vocálica]] distinta. O italiano e o sardo [[logudorês]] possuem, além do acento tônico, uma ênfase consonantal distinta; o espanhol e o português, apenas o acento tônico; e no francês, a quantidade vocálica e o acento tônico já não são distintos. Outra grande diferença entre as línguas românicas e o latim é que as primeiras, com exceção do romeno, perderam os seus [[caso gramatical|casos gramaticais]] para a maioria das palavras, afora alguns [[pronome]]s. A língua romena possui um caso direto ([[nominativo]]/[[acusativo]]), um indireto ([[dativo]]/[[genitivo]]), um [[vocativo]] e é o único idioma que preservou do latim o [[gênero gramatical|gênero]] neutro e parte da [[declinação]].<ref>[http://www.lrc.columbia.edu/lrc/?q=node/194 Columbia University Language Resource Center]</ref>

Embora não seja uma língua românica, o [[língua inglesa|inglês]] sofreu forte influência do latim. Sessenta por cento do seu vocabulário são de origem latina, em geral por intermédio do francês. O mesmo ocorreu com o [[língua maltesa|maltês]], uma [[Línguas semíticas|língua semítica]] falada na República de [[Malta]], na costa sul da [[Itália]], que fora influenciado por 50% de palavras italianas e sicilianas e, em menor grau, pelo francês em seu léxico, e que mais recentemente fora influenciado pelo inglês em 20% de seu léxico. Também herdou o alfabeto latino, sendo a única língua semítica a ser escrita neste alfabeto.

Ademais do português, outras línguas românicas surgidas a partir do latim incluem o [[língua espanhola|espanhol]], o [[língua francesa|francês]], o [[língua sarda|sardo]], o [[língua italiana|italiano]], o [[língua romena|romeno]], o [[língua galega|galego]], o [[língua occitana|occitano]], o [[língua rética|rético]], o [[língua catalã|catalão]] e o [[língua dalmática|dalmático]] - este, já extinto.

Como o contacto com o latim escrito se manteve ao longo dos tempos, mesmo muito depois de o latim deixar de ter falantes nativos, muitas palavras latinas foram sendo introduzidas em muitas línguas. Este fenómeno acentuou-se desde o [[Renascimento]], altura em que a cultura clássica foi revalorizada. Sobretudo o inglês e as línguas românicas receberam (e continuam a receber) muitas palavras de origem latina, mas bastantes outras línguas também o fizeram. Em especial, muitos novos termos dos domínios técnicos e científicos têm na sua base palavras latinas.

=== Uso moderno ===
[[Ficheiro:Wallsend platfom 2 02.jpg|thumb|200px|A sinalização da estação de metrô de [[Wallsend]], na [[Inglaterra]], estão em inglês e latim como um tributo ao papel de Wallsend como um dos postos avançados do império romano.]]
O latim vive sob a forma do [[latim eclesiástico]] usado para éditos e [[Bula pontifícia|bulas]] emitidos pela [[Igreja Católica]], e sob a forma de uma pequena quantidade esparsa de artigos científicos ou sociais escritos utilizando a língua, bem como em inúmeros clubes latinos. O vocabulário latino é usado na [[ciência]], na [[universidade]] e no [[direito]]. O [[latim clássico]] é ensinado em muitas escolas, muitas vezes combinado com o [[Língua grega antiga|grego]], no estudo de [[clássicos]], embora o seu papel tenha diminuído desde o início do século XX. O [[alfabeto latino]], juntamente com suas variantes modernas, como os alfabetos [[alfabeto inglês|inglês]], [[alfabeto espanhol|espanhol]], [[alfabeto francês|francês]], [[alfabeto português|português]] e [[alfabeto alemão|alemão]], é o alfabeto mais utilizado no mundo. Terminologia decorrente de palavras e conceitos em latim é amplamente utilizada, entre outros domínios, na [[filosofia]], [[medicina]], [[biologia]] e [[direito]], em termos e abreviações como ''[[subpoena duces tecum]]'', ''lato sensu'', ''etc.'', ''i.e.'', ''q.i.d.'' (''quater in die'': "quatro vezes por dia") e ''inter alia'' (entre outras coisas). Estes termos em latim são utilizados isoladamente, como termos técnicos. Em [[nome científico|nomes científicos]] para organismos, o latim é geralmente o idioma preferido, seguido pelo [[Língua grega antiga|grego]].

A maior organização que ainda usa o latim em contextos oficiais e semi-oficiais é a [[Igreja Católica]] (principalmente na [[Igreja Católica de Rito Latino]]). A [[Missa tridentina]] usa o latim, apesar do [[rito romano]] costumar utilizar o [[vernáculo]] local; no entanto, pode ser e muitas vezes é rezado em latim, particularmente no [[Cidade do Vaticano|Vaticano]]. Na verdade, o latim ainda é a língua padrão oficial do rito romano da Igreja Católica e o [[Concílio Vaticano II]] apenas autorizou que os livros litúrgicos fossem traduzidos e, opcionalmente, usados nas línguas vernáculas. O latim é a língua oficial da [[Santa Sé]] e do [[Vaticano]]. A Cidade do Vaticano é também onde está instalado o único [[caixa eletrônico]] onde as instruções são dadas em latim.<ref>{{cite journal|last=Moore|first=Malcom|title=Pope's Latinist pronounces death of a language|url=http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/1540843/Popes-Latinist-pronounces-death-of-a-language.html|journal=[[The Daily Telegraph]]|date=28 January 2007|accessdate=16 September 2009|ref=harv}}</ref>

Nos casos em que é importante empregar uma língua neutra, como em nomes científicos de organismos, costuma-se usar o latim.

Alguns filmes, como ''[[The Passion of the Christ|A Paixão de Cristo]]'', apresentam diálogos em latim.
A música 'Nirvana' do Grupo [[El Bosco]] é cantada, parte em latim, e em seguida em [[Inglês]].

Muitas organizações ainda hoje ostentam lemas em latim, como o [[Unidades federativas do Brasil|estado brasileiro]] de [[Minas Gerais]] (''libertas quæ sera tamen'').

== Características ==
É caracterizado por ser uma [[língua flexiva]]. No caso dos substantivos e adjetivos a flexão é denominada [[Declinação (gramática)|declinação]], no caso dos verbos, [[conjugação (gramática)|conjugação]].

No [[latim clássico]] cada substantivo ou adjetivo pode tomar seis formas, ou "casos":

* [[Caso nominativo]] ([[sujeito]] e [[predicativo do sujeito]])
* [[Caso vocativo]] ([[vocativo]])
* [[Caso acusativo]] ([[objeto direto]])
* [[Caso dativo]] ([[objeto indireto]])
* [[Caso genitivo]] (indicando posse ou especificação)
* [[Caso ablativo]] (complementos circunstanciais)

Também existem resquícios de um sétimo caso de origem indo-europeia, o [[Caso locativo|locativo]], que indica localização (por exemplo: ''domī'' , "em casa").

== Dialetos ==
A difusão do latim por um território cada vez mais vasto teve duas conseqüências: a primeira, que o latim, ao entrar em contato com línguas diversas, exerceu um influxo mútuo mais ou menos considerável; a segunda, de certo modo conseqüência da primeira, que o latim foi se diferenciando nas diversas regiões. Enquanto os laços políticos com o centro eram fortes, as diferenças eram limitadas, mas quando esses laços enfraqueceram até se romperem completamente, as diferenças se acentuaram.

Geralmente, as populações submetidas desejavam elevar-se culturalmente adotando o latim, coisa que ocorre sempre que dois povos entram em contato: prevalece linguisticamente o que possui maior prestígio cultural. Dessa forma [[Roma Antiga|Roma]] conseguiu fazer prevalecer o latim sobre o [[etrusco]], o osco, o umbro, o galo, e apenas sobre parte do [[Língua grega|grego]], cujo prestígio cultural era maior.

As populações submetidas, federadas, etc., antes de perder sua língua em favor do latim, atravessaram um período mais ou menos longo de bilinguismo; de fato, algumas das línguas pré-romanas tiveram no território romanizado considerável vitalidade durante muito tempo. E essas línguas originárias deram uma [[cor]] específica em cada língua neolatina surgente, e permanecem presentes em topônimos dessas regiões até hoje.

== Gramática ==
O latim não possui [[artigo]]s.

Os substantivos têm dois números (singular e plural) e seis casos (nominativo, vocativo, acusativo, genitivo, dativo e ablativo). Organizam-se em cinco declinações, que se distinguem pela terminação da forma de genitivo singular: 1ª: ''-ae'', 2ª: ''-i'', 3ª: ''-is'', 4ª: ''-us'' e 5ª: ''-ei''. Nem sempre a forma de nominativo correspondente é determinável a partir da forma de genitivo. Por exemplo, nominativo ''uerbum'', genitivo ''uerbi'' ("palavra"); mas nominativo ''puer'', genitivo ''pueri'' (menino). Assim, para se saber declinar um nome em todas as suas formas, é preciso saber a forma de nominativo e a de genitivo; tipicamente os dicionários fornecem ambas: ''uerbum, uerbi'' e ''puer, pueri''.

Há três [[Gênero gramatical|géneros]] gramaticais: masculino, feminino e neutro. O género de um nome depende em certa medida da declinação que o nome segue, mas a associação não é completamente rígida. Os nomes da primeira declinação são quase todos femininos (p. ex., ''rosa, rosae'' "rosa"), mas os que têm referentes humanos geralmente respeitam o género natural e por isso alguns são masculinos (p. ex., ''nauta, nautae'' "marinheiro"). Os nomes da segunda declinação cujo nominativo singular termina em ''-um'' são todos neutros. Os restantes nomes desta declinação (com nominativo em ''-us'' or ''-r'', como ''dominus, domini'' "senhor", ''ager, agri'' "campo", ''uir, uiri'' homem) são quase todos masculinos, mas há muitos nomes de árvores em ''-us, -i'' e estes são todos femininos: ''ficus, fici'' "figueira". Nas restantes declinações o género é mais arbitrário.

O [[adjetivo]] concorda com o nome que modifica ou de que é predicado em número, género e caso.

A numeração de 1 a 10 é: ''unus/una/unum'', ''duo/duae/duo'', ''tres/tria'', ''quattuor'', ''quinque'', ''sex'', ''septem'', ''octo'', ''novem'', ''decem''; 11 ''undecim'', 12 ''duodecim'', 13 ''tredecim'', 20 ''viginti'', 30 ''triginta'', 100 ''centum''.

Os [[verbo]]s flexionam em pessoa, número, tempo, modo, aspeto e voz. Cada verbo pertence a uma de quatro conjugações, que se distinguem por exemplo pela forma de infinitivo presente ativo: 1ª: ''-are'', 2ª: ''-ēre'', 3ª: ''-ěre'', 4ª: ''-ire''. O lema de um verbo latino (isto é a forma de dicionário) não é contudo uma forma de infinitivo mas sim a forma de primeira pessoa singular do presente do indicativo ativo: p.ex., o verbo ''sum'' ("sou"), não ''esse'' ("ser").

O latim possui muito poucos nomes e verbos com flexão verdadeiramente irregular, mas contém muitíssimos verbos cujas formas se baseiam em radicais diferentes e que não são previsíveis entre si. Por exemplo, o verbo ''cano'' ("cantar"), tem formas como ''cano'' ("canto", radical ''can-''), ''cecini'' ("cantei", radical ''cecin-'') e ''cantum'' ("para cantar", radical ''cant-'').

O pronome interrogativo é ''quis'' (masculino e feminino) "quem?", ''quid'' "quê?". ''Quis'' possui formas plurais ''qui/quae/qua''. Os demonstrativos são ''is/ea/id'', ''hic/haec/hoc'', "este/esta/isto", ''iste, ista, istud'' "esse, essa, isso", ''ille/illa/illud'' "aquele/aquela/aquilo". Os pronomes pessoais são: singular ''ego'' "eu", ''tu'' "tu"; plural ''nos'' "nós", ''uos'' "vós". Para a terceira pessoa podem usar-se demonstrativos ou sobretudo [[sujeito nulo|sujeitos nulos]].

A ordem canónica do latim clássico é [[SOV]], mas é uma [[língua não configuracional]]: a ordem das palavras não está diretamente ligada a funções gramaticais, pois a flexão em caso é muitas vezes suficiente para determinar estas funções. Por exemplo, as seguintes frases latinas significam todas "Marco ama Cornélia", uma vez que a forma ''Marcus'' é nominativa e a forma ''Corneliam'' é acusativa:

* ''Marcus Corneliam amat''
* ''Marcus amat Corneliam''
* ''Amat Marcus Corneliam''
* ''Amat Corneliam Marcus''
* ''Corneliam Marcus amat''
* ''Corneliam amat Marcus''

A frase "Cornélia ama Marco" seria ''Cornelia Marcus amat''.

=== Casos no Latim ===
==== Nominativo ====
* Sujeito
* Predicativo do Sujeito

-a no singular
Ex: "Bon'''a''' discipula sum" ("Boa discípula sou", ou, "[Eu] sou [uma] boa discípula")

-ae no plural
Ex: "Ideo serv'''ae''' sedulae sunt" ("Por isso, escravas aplicadas são", ou, "Por isso, [as] escravas são aplicadas")

==== Acusativo ====
* Objeto Direto

-am no singular
Ex.: ''Staphyla '''Phaedram''' amat''. "Estáfila ama Fedra"

-as no plural
Ex.: ''Staphyla '''Phaedras''' amat. "Estáfila ama as Fedras".

==== Genitivo ====
* Adjunto Adnominal (indicando posse)
: Ex.: ''Amica '''Staphylae''' etiam serva est''. "A amiga de Estáfila ainda é escrava"

==== Dativo ====
* Objeto Indireto
: Ex.: ''Phaedra '''servae''' rosam dat''. "Fedra dá a rosa à escrava"

==== Ablativo ====
* Adjunto Adverbial
: Ex.: ''Cum '''amica''' ambulat''. "Anda com a amiga"
* Agente da Passiva
: Ex.: ''Filius amatur a '''matre'''''. "O filho é amado pela mãe"

==== Vocativo ====
* Vocativo, como no Português
: Ex.: '''''Domine''', cur laudas discipulas?'' "Senhor, por que louvas as alunas?"

=== Casos e Complementos ===
Em português, diferenciamos os complementos verbais por posição e por preposições. Em orações afirmativas, por exemplo, o sujeito vem tipicamente antes do verbo e os outros complementos vêm tipicamente depois do verbo. Abaixo temos os sujeitos em negrito e os outros complementos com a primeira letra em negrito.
: '''Pedro''' ama '''F'''abíola.
: '''Fabíola''' ama '''P'''edro.
: '''Pedro''' adora '''c'''hocolate.
: '''Pedro''' gosta muito '''d'''e chocolate.

Em latim, contudo, além da posição relativa dos complementos e das preposições, também se diferenciavam os complementos verbais pela escolha das terminações dos nomes.

==== Sujeitos ====
Os sujeitos, no latim, ocorrem tipicamente no caso '''nominativo'''.
: Oc.: '''''hic homō''' ex amōre insānit'' ('''esse homem''' enloqueceu por amor)

Podem também ocorrer no caso '''acusativo''' quando uma oração complementar representa o que alguém gosta, imagina, deseja, percebe ou diz.
: Ex.: ''ego '''hunc hominem''' ex amōre insānīre cupiō'' (quero que '''esse homem''' enlouqueça por amor)

==== Outros Complementos ====
Aquilo que se faz, se imagina, se deseja, se percebe e se diz ocorre tipicamente no caso '''acusativo'''.
: Oc.: ''sed '''eccum lēnōnem''' videō''

Aquilo que se atinge e se dá para alguém ocorre tipicamente no caso '''acusativo'''.
: Oc.: […]'', ut ego '''hunc lēnōnem''' perdam''

Alguém a quem se dá ou se diz algo ocorre tipicamente no caso '''dativo'''.
: Oc.: ''tuos servos aurum ipsī '''lēnōnī''' dabit''
: Oc.: ''haec verba '''lēnōnī''' dīcī''

Alguém a quem algo pertence também ocorre tipicamente no caso '''dativo'''.
: Oc.: ''servos est '''huic lēnōnī''' Surus''

Aquilo que se usa ocorre no caso '''ablativo'''.
: Oc.: ''ego rectē '''meīs auribus''' ūtor''

=== Conjugação ===
==== Tempo ====
* Presente: Descreve ações no presente.
: Ex.: ''Lucius amphoram domum portat''
* Imperfeito: Descreve ações contínuas.
: Ex.: ''Lucius ibi ambulabat''
* Futuro: Descreve ações futuras.
: Ex.: ''Lucius uinum bibet''
* Perfeito simples: Descreve ações no pretérito.
: Ex.: ''Lucius mane surrexit''
* Mais que perfeito: Descreve ações no pretérito mais-que-perfeito.
: Ex.: ''Lucius totam noctem peruigilauerat''
* Futuro perfeito: Descreve ações planejadas antes de ocorrerem.

==== Modo ====
* Indicativo
* Infinitivo
* Imperativo
* Subjuntivo

===== Pessoa =====
* 1ª do singular: ''Ego''
* 2ª do singular: ''Tu''
* 3ª do singular: ''Is / Ea / Id''
* 1ª do plural: ''Nos''
* 2ª do plural: ''Vos''
* 3ª do plural: ''Ei / Eae / Ea''

(Em latim, não existem pronomes do caso reto para a 3ª pessoa do singular: faz-se o uso de pronomes ''demonstrativos'' para indicar essa ausência).

=== Numerais ===
Os numerais latinos podem ser Cardinais, Ordinais, Multiplicativos e Distributivos.

; Cardinais

Os dois primeiros Cardinais, 1 e 2, declinam nos 3 gêneros (M, F, N), no singular / plural e nos 5 casos (Nom. Acu. Gen,. Dat, Abl.). O cardinal 3 declina também em número e nos 5 casos, porém tem apenas duas formas para gênero; Neutro e Masc+Fem. Os demais cardinais até 100 não declinam.

Os cardinais são:
* primeira dezena: unus, duo, tres, (esses aqui Nom. Sing. Masc.), quattuor, quinque, sex, septem, octo, nouem, decem:
* de 11 a 17 são formados por "unidade + decim (dez): undecim, duodecim, tredecim, quattuordecim, quinquedecim, sedecim, septendecim;
* 18 e 19 são formados pelo que falta para "uiginte" (vinte): respect.: duodeuiginte, undeuiginte;
* 20, 30, 40, etc. até 100 (dezenas): unginte, triginta, quadraginta, quinquaginta, sexaginta, septuaginta. Octaginta, nonaginta, centum:
* dezenas + unidades:
** dezena + 1 a 7; Ex.: 21 a 27 – uiginte unus até uiginte septum;
** dezena + 8 e 9; Ex.: 28 e 29 – similar a 18 e 19 – duodetriginta, unodetrigimta;
*** Nota – isso vale até 99;
* centenas – só existem no plural e declinam: ducenti, trecenti… até sexcenti: septigenti até nongenti;
* milhares: Mille, duo milia, tria milia… viginti milia… centi milia, etc;

; Ordinais

Os ordinais indicam em latim, além da seqüência, as frações. São declináveis como Adjetivos da primeira classe. Apresentam as formas como segue:
* primus, secundus, tertius, quartus, quintus, sextus, septimus, octauus, nonus, decimus.
* undecimus, duodecimus; de 13 a 19 temos: tertius decimus, quartus decimus, etc… até nonus decimus;
* dezenas: uicesimus, trigesimus, quadragesimus, etc… até nonagesimus, centesimus.
* milhares: ducentesimus, tricentesimus, etc.

; Multiplicativos

Os Adjetivos declinam conforme adjetivos de segunda classe e são; Simplex, duplex, triplex, etc.

Os Advérbios (uma vez, duas vezes, etc) não tem declinação e são: Semer, bis, ter, quater, etc.

; Distributivos

São também declináveis, indicam "de um em um", "de dois em dois" e assim por diante. Apresentam a forma: singuli, bini, terni, quaterni, etc.. até nuoeni, deni; dezenas: uiceni, triceni, etc.
<ref>Iniciação ao latim - Zélia de Almeida Cardoso– Editora Ática SP – 6a Edição 2006</ref>

{{Referências|Notas}}

== {{Ver também}} ==
* [[Anexo:Lista de expressões jurídicas em latim|Expressões jurídicas em latim]]
* [[Anexo:Lista de provérbios e sentenças em latim|Provérbios e sentenças em latim]]
* [[Lista de inscrições e lemas em latim]]
* [[Appendix Probi]], uma lista de erros ortográficos comumente encontrados no latim vulgar do século III d.C.

== {{Ligações externas}} ==
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{{wikcionário}}
{{Wikilivros|Latim}}
* {{Link||2=http://www.yleradio1.fi/nuntii |3=Notícias em Latim}}, escritas e faladas (necessário [[RealAudio]]).
* {{Link||2=http://ephemeris.alcuinus.net |3=Ephemeris}} Notícias em Latim.


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Revisão das 20h28min de 13 de abril de 2011