Lei da frontalidade: diferenças entre revisões
Linha 1: | Linha 1: | ||
{{Sem-fontes|data=outubro de 2012}} |
{{Sem-fontes|data=outubro de 2012}}@AthirsonMacedo segue |
||
A '''Lei da Frontalidade''', ou '''frontalismo''', é uma das convenções mais intrigantes da [[arte do antigo Egipto]]. |
A '''Lei da Frontalidade''', ou '''frontalismo''', é uma das convenções mais intrigantes da [[arte do antigo Egipto]]. |
||
Revisão das 14h44min de 5 de dezembro de 2012
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Outubro de 2012) |
@AthirsonMacedo segue
A Lei da Frontalidade, ou frontalismo, é uma das convenções mais intrigantes da arte do antigo Egipto.
É uma arte estilizada, mas também é uma arte de atenção ao pormenor, de detalhe realista, que tenta apresentar o aspecto mais revelador de determinada entidade, embora com restritos ângulos de visão. Para esta representação são só possíveis três pontos de vista pela parte do observador: de frente, de perfil e de cima, e que cunham o estilo de uma forte componente estática, de uma imobilidade solene.
O corpo humano, especialmente o de figuras importantes, é representado utilizando dois pontos de vista simultâneos, os que oferecem maior informação e favorecem a dignidade da personagem: os olhos, ombros e peito representam-se vistos de frente; a cabeça e as pernas representam-se vistos de lado.
O fato de, ao longo de tanto tempo, esta arte pouco ter variado e se terem verificado poucas inovações, numa primeira análise, julgou-se que esta forma de retratação estaria ligada à incapacidade ou ingenuidade do desenhista. De acordo com análises posteriores, no entanto, chegou-se à conclusão de que existiriam outras razões para este fenômeno deve-se aos rígidos cânones e normas a que os artistas deveriam obedecer e que, de certo modo, impunham barreiras ao espírito criativo individual.
Estilo e Normas
A arte egípcia é profundamente simbólica. Todas as representações estão repletas de significados que ajudam a caracterizar figuras, a estabelecer níveis hierárquicos e a descrever situações. Do mesmo modo a simbologia serve à estruturação, à simplificação e clarificação da mensagem transmitida criando um forte sentido de ordem e racionalidade extremamente importantes.
A harmonia e o equilíbrio devem ser mantidos, qualquer perturbação neste sistema é, conseqüentemente, um distúrbio na vida após a morte. Para atingir este objetivo de harmonia são utilizadas linhas simples, formas estilizadas, níveis retilíneos de estruturação de espaços, manchas de cores uniformes que transmitem limpidez e às quais se atribuem significados próprios.
A hierarquia social e religiosa traduz-se, na representação artística, na atribuição de diferentes tamanhos às diferentes personagens, consoante a sua importância. Como exemplo, o faraó será sempre a maior figura numa representação bidimensional e a que possui estátuas e espaços arquitetônicos monumentais. Reforça-se assim o sentido simbólico, em que não é a noção de perspectiva (dos diferentes níveis de profundidade física), mas o poder e a importância que determinam a dimensão.
Características
A Lei da Frontalidade funda-se no princípio de valorizar o aspecto que mais caracteriza cada elemento do corpo humano. Desenhado de perfil, o rosto é mostrado ao máximo. De frente, se resume a uma oval. No rosto de perfil, o olho é representado de frente, por ser este seu aspecto mais característico e revelador. O tórax também apresenta-se de frente, e as pernas e os pés, são vistos de perfil.
O artista
Todos os artistas passaram anônimos pela história - salvo raras exceções - porque não assinavam suas obras.Tão pouco se sabe sobre o seu caráter social e pessoal, que se crê talvez nem ter existido tal conceito no grupo artístico de então. Por regra, o artista egípcio não tem um sentido de individualidade da sua obra, ele efetua um trabalho consoante uma encomenda e requisições específicas. Também as limitações de criatividade impostas pelas normas estéticas, e as exigências funcionais de determinado empreendimento, reduzem o seu campo de atuação individual e, juntamente com o fato de ser considerado um executor da vontade divina, fazem do artista um elemento de um grupo anônimo que leva a cabo algo que o transcende.
No entanto é possível identificar diferenças entre distintas obras e estilos que refletem traços individuais de determinados artistas, onde se observam, por exemplo, inovações a nível de composição decorativa. Do mesmo modo tanto é possível reconhecer artistas com talento, genialidade e perfeito conhecimento dos materiais em obras de grande qualidade, como artistas que se limitam a fazer cópias.
Outras áreas de aplicação
Dentro do teatro, a Lei da Frontalidade, regeu princípios. Os atores não davam as costas ao público, os fotógrafos de jardins também estiveram presos por um bom tempo à Lei da Frontalidade. O cinema foi a primeira arte a abandonar o frontalismo, por conta da mobilidade da câmera, que permite o uso dos mais diversos ângulos de visão.