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Lobivar Matos: diferenças entre revisões

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Com efeito, há que se sublinhar a maestria com que o poeta corumbaense se utiliza do verso-livre, da notação elíptica o verso e da disposição gráfico-espacial na folha em branco, num procedimento modernista, para criar imagens que como no poema “Aranha tecedeira”, brotam da própria tessitura textual para significar a relação analógico-comparativa entre a “aranha tecedeira” e o poeta que tece, sem glória, fios de seda, fios de ouro nas fibras da sensibilidade humana! (LINS:1994,P.29)
Com efeito, há que se sublinhar a maestria com que o poeta corumbaense se utiliza do verso-livre, da notação elíptica o verso e da disposição gráfico-espacial na folha em branco, num procedimento modernista, para criar imagens que como no poema “Aranha tecedeira”, brotam da própria tessitura textual para significar a relação analógico-comparativa entre a “aranha tecedeira” e o poeta que tece, sem glória, fios de seda, fios de ouro nas fibras da sensibilidade humana! (LINS:1994,P.29)
Mais informações da obra acesse: http://poesiasdafamiliamatos.blogspot.com/



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Revisão das 21h27min de 7 de julho de 2009

Lobivar Barros de Mattos, (Corumbá, 12 de Janeiro de 1915 - Rio de Janeiro, 1947), marcou sua vida artística pela simplificação da assinatura Lobivar Matos, autor de Areôtorare (1935) e de Sarobá (1936). Alguns escritos sobre a vida do autor revelam que sua infância, pela região pantaneira, fora digna de uma infância comum. No entanto, o mesmo não pode ser dito de sua juventude, repleta de atitudes fortes e marcantes principalmente pelo que pode ser visto em sua composição poética.

De fato, tomar Lobivar Matos como assunto de artigos ligados à cultura local de seu Estado de origem tem sido conteúdo de escritos bibliográficos ou seleções para antologias de poetas mato-grossenses.Como no exemplo a seguir, os registros encontrados em publicações existentes nos meios culturais e literários do atual Estado de Mato Grosso do Sul revelam alguns aspectos relativos à vida do autor. Assim nos contam algumas linhas do artigo intitulado Lobivar de Matos A ilusão e o destino do poeta desconhecido , escrito por José Octávio Guizzo (1979: 57-60).

(...) ele fora um menino de mais ver e ouvir do que falar. Garoto mirrado, ele seguia a turma, sempre meio arredio, pelas barrancas do Paraguai, em cismares sem fim. Pervagava por todos os bairros pobres da zona portuária, soltando papagaio, rodando pião e jogando bolita. Começou os estudos primários no colégio santa Tereza, na sua cidade natal, e em 1928, aos 13 anos de idade, viera com a mãe para Campo Grande.

Neste artigo, podemos conhecer características ligadas à vida do poeta, que aos treze anos de idade mudou-se para Campo Grande – atual capital de Mato grosso do Sul-, deixando sua terra Natal. Esta mudança acontece por volta do ano de 1928 e às portas da década de 30: com a morte da mãe, Lobivar passou a ser criado por parentes próximos e a dedicar-se aos estudos em um conceituado educandário Salesiano da cidade. Admirador do Mestre e conterrâneo, o poeta Pedro de Medeiros, Lobivar dedicou a ele seu primeiro poema, publicado na Folha da Serra em Fevereiro de 1932, n. V, ano I., e referindo-se a sua origem, a cidade de Corumbá:

Corumbá deslumbrante. Dorme na harmonia
O teu sono infinito, nas rochas de granito,
Sob a luz sombria,
Do calor.

Aos dezoito anos, o jovem poeta seguiu para o Rio de Janeiro apadrinhado por Filinto Müller, o anfitrião dos matogrossenses que para lá se dirigiam à procura da sorte. Após a preparação para o ingresso na Faculdade Nacional de Direito do então Distrito Federal, o que veio a acontecer de fato, Lobivar contrariou a inspiração da “cidade maravilhosa” e continuou escrevendo poemas que mencionaram sua terra natal. Movido por uma poética regional o poeta buscava sempre a condição de se tornar universal.

A enchente é a inimiga implacável dos roceiros,
dos roceiros humildes e trabalhadores
que nascem, crescem e morrem
acorrentados à margem dos rios,
dos rios que são espelhos líquidos
refletindo no céu
a tortura vegetal das raízes afogadas.
(Areôtorare p.61)

Seguindo os passos de um típico homem de seu tempo, Lobivar casou-se, constituiu uma família e profissionalmente formou-se como advogado. Porém, pouco sabido foi o seu romance com uma mulher carioca de nome Rosa, a qual engravidou, deixando no mundo mais um Lobivar, só que filho - Lobivar Barros de Matos Filho. O Pai fez questão de dar o filho nascido poucos meses antes de sua morte o seu próprio nome.

Já na década de 40,quando retornou à cidade de Corumbá, Lobivar tornou-se um defensor das causa públicas e nas páginas dos jornais locais tornou-se a voz popular, intermediário das mais diversas reivindicações sociais.

Assim, a vida agitada, que marcou suas constantes mudanças de residência, incluiu uma breve passagem por Cuiabá, onde colaborou escrevendo crônicas e poemas para O Estado de Mato Grosso, idas e vindas pelo trecho Corumbá, Campo Grande e Rio de Janeiro, além da ilustração da intensidade de um homem que tinha muitos planos e muitos destes de cunho estritamente literários.

Aos 32 anos de idade, Lobivar Matos, após algum tempo de sofrimento, vitimado por um problema de saúde veio a falecer. Seria interessante ainda mencionar que, nem o abatimento que o levou à morte em 1947, na cidade do Rio de Janeiro serviu como barreira para que deixasse de escrever. Este fato pode ser comprovado pelo poema Sol (Rio de Janeiro,1938), no qual os elementos contemplativos, traçados pela folha em branco, resgatam o caminho da sensibilidade e da percepção de uma vida, que apesar de dura ou dolorida, ainda podia ser bela.


A manhã estava pra lá de bonita
e eu contentíssimo
porque o fígado me deixara dormir sossegado,
sem gemer.(...)


Além desta declaração pela beleza envolvente da vida, em um ímpeto expressivo do pensamento voltado para o próximo, o poeta continua:

(...) Senti vontade de me estirar na areia da praia,
de correr na areia da praia
para que o sol me esticasse os músculos
Mas meu pensamento perdeu o equilíbrio
e eu me lembrei
que milhares e milhares de irmãos
trancafiados no xadrez
não podiam como eu, aquela hora,
gozar a delícia e a quentura
do sol mais barato do mundo
E o meu fígado começou a doer
e eu comecei a gemer.


As imagens criadas pelo poema Sol, são reveladas pelo artigo referenciado como um pretexto para revelar a preocupação do autor com a produção artístico- cultural sul-mato-grossense. Neste estudo, Lobivar é lembrado por sua atividade criadora:

Com efeito, há que se sublinhar a maestria com que o poeta corumbaense se utiliza do verso-livre, da notação elíptica o verso e da disposição gráfico-espacial na folha em branco, num procedimento modernista, para criar imagens que como no poema “Aranha tecedeira”, brotam da própria tessitura textual para significar a relação analógico-comparativa entre a “aranha tecedeira” e o poeta que tece, sem glória, fios de seda, fios de ouro nas fibras da sensibilidade humana! (LINS:1994,P.29) Mais informações da obra acesse: http://poesiasdafamiliamatos.blogspot.com/


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