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Nossa Senhora das Dores: diferenças entre revisões

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'''Nossa Senhora da Agonia'''
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A romaria de Nossa Senhora da Agonia, realiza-se em Viana do Castelo, Portugal, no fim de semana mais perto do dia 20 de Agosto (feriado concelhio) e é reconhecida como a maior romaria do país, atraindo largos milhares de forasteiros á cidade "Princesa do Lima.
[[Imagem:Aleijadinho - Nossa Senhora das Dores-1.jpg|thumb|250px|''Nossa Senhora das Dores'', escultura de [[Aleijadinho]]]]
'''Nossa Senhora das Dores''' (também chamada '''Nossa Senhora da Piedade''', '''Nossa Senhora da Soledade''', '''Nossa Senhora das Angústias''', '''Nossa Senhora das Lágrimas''', '''Nossa Senhora das Sete Dores''', '''Nossa Senhora do Calvário''' ou ainda '''Nossa Senhora do Pranto''', e invocada em [[latim]] como ''Beata Maria Virgo Perdolens'', ou ''Mater Dolorosa'') é um dos plúrices títulos pelos quais a [[Igreja Católica]] venera a [[Maria, mãe de Jesus|Virgem Maria]], sendo sob essa designação particularmente cultuada em [[Portugal]].


== História ==
'''História'''
O culto à ''Mater Dolorosa'' iniciou-se em [[1221]], no Mosteiro de [[Schönau]], na [[Germânia]]. Em [[1239]], a sua veneração no dia [[15 de Setembro]] teve início em [[Florença]], na [[Itália]], pela [[Ordem dos Servos de Maria]] ([[Ordem Servita]]). Deve o seu nome às [[Sete Dores da Virgem Maria]]:
* As profecias de Simeão sobre Jesus ([[Evangelho segundo São Lucas|Lucas]], 2, 34-35)


Em 1674 foi edificada uma Capela com a invocação de Bom Jesus do Santo Sepulcro do Calvário.
* A fuga da [[Sagrada Família]] para o [[Egito]] ([[Evangelho segundo São Mateus|Mateus]], 2, 13-21);
Um pouco acima, ou seja, no ponto mais proeminente do sítio onde eram supliciados os condenados à morte - e daí, o designarem por «Cerro dos Enforcados» - erguia-se (e ainda se ergue) a capelinha da Senhora da Conceição.
* O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias ([[Evangelho segundo São Lucas|Lucas]], 2, 41-51);
Do Bom Jesus do Santo Sepulcro do Calvário passou a chamar-se à tal capela – em 1969 –Bom Jesus da Via Sacra.
* O encontro de Maria e Jesus a caminho do [[Calvário]] ([[Evangelho segundo São Lucas|Lucas]], 23, 27-31);
Não se quedaram por aqui os designativos da casa sagrada que ora pretendemos realçar.Com efeito, além de Bom Jesus de Santo Sepulcro do Calvário e de Bom Jesus da Via Sacra, conheceu ainda – em 1706 – o nome de Senhora da Soledade e, só a partir deste, é que recebeu – em 1744 - aquele que a tornou verdadeiramente singular, isto é, o de Senhora D’Agonia!
* Maria observando o sofrimento e morte de Jesus na Cruz ([[Evangelho segundo São João|João]], 19, 25-27);
Esse tão tétrico «Cerro dos Enforcados» constituía um dos mais destacados pontos de observação do enfiamento da barra, suplantando, como tal, a torre da Matriz.E se o dito local se prestava a encher de indescritíveis alegrias às gentes que ao mesmo acorriam para lobrigar navios que traziam a bom porto os seus entes mais queridos, também nele, tantas vezes tantos, presenciaram grandes tragédias que um “mar cão" originava.
* Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz ([[Evangelho segundo São Mateus|Mateus]], 27, 55-61);
Haverão sido esses angustiantes momentos que inspiraram o povo marinheiro vianês para que a «Estátua viva da dor», ali tão ao pé e por essa gente já tão venerada, deixasse a invocação de Senhora da Soledade e passasse, então, a ter a de Senhora D’Agonia?!...
* Maria observa o corpo do filho a ser depositado no [[Santo Sepulcro]] ([[Evangelho segundo São Lucas|Lucas]], 23, 55-56).
Por alturas de 1679, o dia vinte de Agosto era o único da romaria. A tradição aponta o ano de 1772 como sendo aquele em que pela primeira vez ela se mostrou mais rica de expressão, particularmente aos tão devotos olhos das gentes marinheiras. A sua parte mais aliciante não ia além de cerimónias religiosas e iluminação do templo. As barracas com comércio de curiosidades e brinquedos também contavam com atractivos.


== Culto ==
[[Imagem:Ive 022.jpg|thumb|right|250px|Nossa Senhora das Dores - [[Pirenópolis]] - [[Goiás]] - Brasil]]
Em [[Pirenópolis]] é venerada na [[Semana Santa]], com o [[Setenário]], e [[procissão]].


'''A Romaria em si'''
Em [[Mantenópolis]] é venerada no dia [[15 de setembro]], a festa começa no mês de [[agosto]] com a peregrinação com a imagem de Nossa Senhora das Dores pelas comunidades da Paróquia, iniciado pela comunidade [[São Geraldo]] e indo até o município de [[Alto Rio Novo]], que também faz parte da paróquia. Cada comunidade leva até a comunidade vizinha até o dia [[15 de setembro]], quando a imagem desce em Carreata desde o município de [[Alto Rio Novo]] até [[Mantenópolis]], onde há uma [[Missa]] que é presidida pelo [[bispo]] de [[São Mateus]] finalizando a novena. Logo após à missa, há uma apresentação artística de cantores contratados pela paróquia.
É venerada no dia [[15 de Setembro]], sendo o santo patrono da [[Eslováquia]], do [[estado]] [[norte-americano]] do [[Mississípi]], dos municípios [[brasileiros]] de [[Juazeiro do Norte]], [[Juquitiba]] em São Paulo, [[Januária]] e [[Cajazeiras]], na [[Paraíba]].
,[[Caruaru]], [[Mantenópolis]] e [[Limeira]] e das [[comuna]]s [[Itália|italianas]] de [[Accumoli]], [[Mola di Bari]], [[Paroldo]] e [[Villanova Mondovì]].


De facto, «outro galo passou a cantar», a partir daquele ano 1772, do qual data a provisão régia que estabeleceu as feiras francas em 18, 19 e 20 de Agosto. Os dois primeiros dias gozavam de preferência, especialmente o 19, pois era neste que se lançava o fogo de artifício.
É também alvo de particular culto na [[Malta]] e em [[Espanha]] (sendo orago dos seguintes municípios: [[Alanís]], [[Albuñuelas]], [[Alhama de Granada]], [[Arévalo]], [[Ayamonte]], [[Blanca]], [[Cobisa]], [[Cuenca]], [[Granada (Espanha)|Granada]], [[Guadix]], [[Güevéjar]], [[Lodosa]], [[Luzaga]], [[Medina del Campo]], [[Uclés]], [[Vera (Almería)|Vera]], [[Villarramiel]] e [[Villatuelda]]).
Nos «quartéis» (assim designavam essas casas) a dormir sobre palha, acomodavam-se famílias inteiras. O aluguer era irrisório – à razão de dois a cinco Muitos desses ocasionais locatários provinham da Galiza.
Daqui se deduz que o mar – o mar de Viana !- serviu de excelente pretexto para que maior concorrência tivessem as festas da Senhora D’Agonia.
Ano áureo foi considerado o de 1893, posto que o seu programa, além das feiras francas, do arraial e das Cerimónias Religiosas, apresentou pela primeira vez números novos e de certa retumbância, sendo um deles a iluminação das principais ruas.
Muitos factores concorreram para tornar invulgarmente atraentes estas nossas tão castiças festas. De entre eles e a merecer certo relevo,tostões por cabeça!...
Muitos desses ocasionais locatários provinham da Galiza.
Daqui se deduz que o mar – o mar de Viana !- serviu de excelente pretexto para que maior concorrência tivessem as festas da Senhora D’Agonia.
Ano áureo foi considerado o de 1893, posto que o seu programa, além das feiras francas, do arraial e das Cerimónias Religiosas, apresentou pela primeira vez números novos e de certa retumbância, sendo um deles a iluminação das principais ruas.
Muitos factores concorreram para tornar invulgarmente atraentes estas nossas tão castiças festas. De entre eles e a merecer certo relevo, cita-se a sua riqueza etno-folclórica; a inigualável gama dos seus trajes; a indiscutível arte dos seus pirotécnicos que puseram todo o seu saber ao serviço de Viana que lhes serviu de berço.
Mudaram-se os dias tradicionais – 18, 19 e 20 – no ano de 1931. A mudança obedeceu afim de que os mesmos passassem a coincidir com sexta, sábado e domingo; porém , a romaria não pode ocorrer antes do dia quinze nem depois do dia vinte e cinco de Agosto.
Foi no dia 20 de Agosto do ano de 1968 que se fez pela primeira vez a Procissão da Senhora D’Agonia ao mar, o climax da romaria juntamente com a procissão em terra.
A festa do traje teve início no jardim público no ano de 1931. Desfiles de mordomia, cortejos etnográficos e históricos ! feiras de artesanato regional! entre tantos e tantos outros, foram números de fino quilate do programa.


[[Categorias: Romarias de Portugal]]
== Orago ==
Em Portugal, é o [[orago]] de diversas [[freguesia]]s, sob as seguintes invocações:

{|
|valign="top" |
'''Nossa Senhora<br />das Dores'''
* [[Caniço (Santa Cruz)|Assomada]]
* [[Boa Vista (Leiria)|Boavista]]
* [[Isna]]
* [[Caxias (Oeiras)|Laveiras-Caxias]]
* [[Monção]]
* [[Monte Gordo]]
* [[Ortiga (Mação)|Ortiga]]
* [[Poço do Canto]]
* [[Praia do Norte]]
* [[Ponte de Lima]]
* [[Trofa]]
|valign="top" |
'''Nossa Senhora<br />das Angústias'''
* [[Angústias]]
|valign="top" |
'''Nossa Senhora<br />da Piedade'''
* [[Algoz]]
* [[Canhas]]
* [[Cova da Piedade]]
* [[Meijinhos]]
* [[Monte Redondo (Leiria)|Monte Redondo]]
* [[Odeceixe]]
* [[Nossa Senhora da Piedade (Ourém)]]
* [[Piedade (Lajes do Pico)|Piedade]]
* [[Ponta Garça]] Ilha de [[São Miguel]] - [[Açores]]
* [[Queimadela (Armamar)|Queimadela]]
* [[Santo Quintino]]
* [[Urqueira]]
* [[Vau (Portugal)|Vau]]
* [[Vidais]]
* [[Arrifes]] Ilha de [[São Miguel]] - [[Açores]]
* [[Lombinha da Maia]] Ilha de [[São Miguel]] - [[Açores]]
|valign="top" |
'''Nossa Senhora<br />da Soledade'''
* [[Porto Covo]]
|valign="top" |
'''Nossa Senhora<br />do Pranto'''
* [[Arazede]]
* [[Aveloso]]
* [[Dornes]]
* [[Gafanhão]]
* [[Paço (Torres Novas)|Paço]]
* [[Pampilhosa da Serra]]
* [[Penela da Beira]]
* [[Penhascoso]]
* [[Sabugosa]]
* [[Salto (Montalegre)|Salto]]
* [[Sendim (Tabuaço)|Sendim]]
* [[Torre do Terrenho]]
* [[Vila Nova de Foz Côa]]
* [[Espírito Santo/Rio Grande do Norte-Brasil]] Festa a 2 de fevereiro.
|}

== Iconografia ==
[[Imagem:2007.03.29.es.an.Ayamonte.detalhe.V.Angustias.jpg|right|thumb|290px|Virgem das Angustias, em [[Ayamonte]], Espanha]]
Nossa Senhora das Dores surge representada sendo ferida por sete espadas no seu [[Imaculado Coração de Maria|coração imaculado]], dado ter sido trespassada por uma «espada de dor», quando da Paixão e Morte de seu Filho, unindo-se ao seu sacrifício enquanto redentor e sendo por isso chamada pelos teólogos de ''Corredentora do Género Humano''. É também seu símbolo o Rosário das Lágrimas (ou Terço das Lágrimas), com 49 contas brancas divididas em sete partes de sete contas cada. Aparece também frequentemente representada com uma expressão dolorida diante da Cruz, contemplando o filho morto (donde nasceu o hino medieval ''[[Stabat Mater]]''), ou então segurando Jesus morto nos braços, após o seu descimento da Cruz (dando assim origem à temática das ''[[Pietà]]'').

== {{Ver também}} ==

* [[Cemitério de Nossa Senhora da Soledade]]
* [[Gabriel de Nossa Senhora das Dores]], [[Passionistas|CP]]
* [[Igreja de Nossa Senhora das Dores]]
* [[Pietà de Michelangelo|''Pietà'']]
* ''[[Stabat Mater]]''

==Ligações Externas==
{{Wikibooks|Santos Católicos}}

{{Títulos de Nossa Senhora}}

[[Categoria:Títulos de Nossa Senhora|Dores]]

[[de:Gedächtnis der Schmerzen Mariens]]
[[en:Our Lady of Sorrows]]
[[es:Virgen de las Angustias]]
[[fr:Notre-Dame des Douleurs]]
[[it:Maria Addolorata]]
[[nl:Onze-Lieve-Vrouw van Smarten]]
[[ro:Nossa Senhora das Dores]]

Revisão das 22h45min de 19 de agosto de 2009

Nossa Senhora da Agonia

A romaria de Nossa Senhora da Agonia, realiza-se em Viana do Castelo, Portugal, no fim de semana mais perto do dia 20 de Agosto (feriado concelhio) e é reconhecida como a maior romaria do país, atraindo largos milhares de forasteiros á cidade "Princesa do Lima.

História

Em 1674 foi edificada uma Capela com a invocação de Bom Jesus do Santo Sepulcro do Calvário. Um pouco acima, ou seja, no ponto mais proeminente do sítio onde eram supliciados os condenados à morte - e daí, o designarem por «Cerro dos Enforcados» - erguia-se (e ainda se ergue) a capelinha da Senhora da Conceição. Do Bom Jesus do Santo Sepulcro do Calvário passou a chamar-se à tal capela – em 1969 –Bom Jesus da Via Sacra. Não se quedaram por aqui os designativos da casa sagrada que ora pretendemos realçar.Com efeito, além de Bom Jesus de Santo Sepulcro do Calvário e de Bom Jesus da Via Sacra, conheceu ainda – em 1706 – o nome de Senhora da Soledade e, só a partir deste, é que recebeu – em 1744 - aquele que a tornou verdadeiramente singular, isto é, o de Senhora D’Agonia! Esse tão tétrico «Cerro dos Enforcados» constituía um dos mais destacados pontos de observação do enfiamento da barra, suplantando, como tal, a torre da Matriz.E se o dito local se prestava a encher de indescritíveis alegrias às gentes que ao mesmo acorriam para lobrigar navios que traziam a bom porto os seus entes mais queridos, também nele, tantas vezes tantos, presenciaram grandes tragédias que um “mar cão" originava. Haverão sido esses angustiantes momentos que inspiraram o povo marinheiro vianês para que a «Estátua viva da dor», ali tão ao pé e por essa gente já tão venerada, deixasse a invocação de Senhora da Soledade e passasse, então, a ter a de Senhora D’Agonia?!... Por alturas de 1679, o dia vinte de Agosto era o único da romaria. A tradição aponta o ano de 1772 como sendo aquele em que pela primeira vez ela se mostrou mais rica de expressão, particularmente aos tão devotos olhos das gentes marinheiras. A sua parte mais aliciante não ia além de cerimónias religiosas e iluminação do templo. As barracas com comércio de curiosidades e brinquedos também contavam com atractivos.


A Romaria em si

De facto, «outro galo passou a cantar», a partir daquele ano 1772, do qual data a provisão régia que estabeleceu as feiras francas em 18, 19 e 20 de Agosto. Os dois primeiros dias gozavam de preferência, especialmente o 19, pois era neste que se lançava o fogo de artifício. Nos «quartéis» (assim designavam essas casas) a dormir sobre palha, acomodavam-se famílias inteiras. O aluguer era irrisório – à razão de dois a cinco Muitos desses ocasionais locatários provinham da Galiza. Daqui se deduz que o mar – o mar de Viana !- serviu de excelente pretexto para que maior concorrência tivessem as festas da Senhora D’Agonia. Ano áureo foi considerado o de 1893, posto que o seu programa, além das feiras francas, do arraial e das Cerimónias Religiosas, apresentou pela primeira vez números novos e de certa retumbância, sendo um deles a iluminação das principais ruas. Muitos factores concorreram para tornar invulgarmente atraentes estas nossas tão castiças festas. De entre eles e a merecer certo relevo,tostões por cabeça!... Muitos desses ocasionais locatários provinham da Galiza. Daqui se deduz que o mar – o mar de Viana !- serviu de excelente pretexto para que maior concorrência tivessem as festas da Senhora D’Agonia. Ano áureo foi considerado o de 1893, posto que o seu programa, além das feiras francas, do arraial e das Cerimónias Religiosas, apresentou pela primeira vez números novos e de certa retumbância, sendo um deles a iluminação das principais ruas. Muitos factores concorreram para tornar invulgarmente atraentes estas nossas tão castiças festas. De entre eles e a merecer certo relevo, cita-se a sua riqueza etno-folclórica; a inigualável gama dos seus trajes; a indiscutível arte dos seus pirotécnicos que puseram todo o seu saber ao serviço de Viana que lhes serviu de berço. Mudaram-se os dias tradicionais – 18, 19 e 20 – no ano de 1931. A mudança obedeceu afim de que os mesmos passassem a coincidir com sexta, sábado e domingo; porém , a romaria não pode ocorrer antes do dia quinze nem depois do dia vinte e cinco de Agosto. Foi no dia 20 de Agosto do ano de 1968 que se fez pela primeira vez a Procissão da Senhora D’Agonia ao mar, o climax da romaria juntamente com a procissão em terra. A festa do traje teve início no jardim público no ano de 1931. Desfiles de mordomia, cortejos etnográficos e históricos ! feiras de artesanato regional! entre tantos e tantos outros, foram números de fino quilate do programa.

Categorias: Romarias de Portugal