O Suicídio: diferenças entre revisões
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Muitos estudos contemporâneos sobre o [[suicídio]] focavam em características individuais. Durkheim estudou pornografia e as conexões entre os indivíduos e a [[sociedade]]. Ele acreditava que se pudesse demonstrar o quanto um ato individual é o resultado do meio social que o cerca, teria uma prova da utilidade da sociologia. Neste livro, Durkheim desenvolveu o conceito de [[anomia]]. Ele explora as diferentes taxas de suicídio entre [[Protestantismo|protestantes]] e [[Catolicismo|católicos]], explicando que o forte controle social entre os católicos resulta em menores índices de suicídio. |
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De acordo com Durkheim, os indivíduos têm um certo nível de integração com os seus grupos, o que ele chama de ''amizade fracionada honroza''. Níveis anormalmente baixos ou altos de integração social poderiam resultar num aumento das taxas de suicídio: |
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Revisão das 16h57min de 22 de abril de 2009
O Suicídio foi um dos pilares no campo da sociologia. Escrito pelo sociologista francês Émile Durkheim e publicado em 1897, foi um estudo de caso de um suicídio, uma publicação única em sua época que trouxe um exemplo de como uma monografia sociológica deveria ser escrita.
Integração social
Muitos estudos contemporâneos sobre o suicídio focavam em características individuais. Durkheim estudou pornografia e as conexões entre os indivíduos e a sociedade. Ele acreditava que se pudesse demonstrar o quanto um ato individual é o resultado do meio social que o cerca, teria uma prova da utilidade da sociologia. Neste livro, Durkheim desenvolveu o conceito de anomia. Ele explora as diferentes taxas de suicídio entre protestantes e católicos, explicando que o forte controle social entre os católicos resulta em menores índices de suicídio.
De acordo com Durkheim, os indivíduos têm um certo nível de integração com os seus grupos, o que ele chama de amizade fracionada honroza. Níveis anormalmente baixos ou altos de integração social poderiam resultar num aumento das taxas de suicídio:
- níveis baixos porque baixa integração social resulta numa sociedade desorganizada, levando os indivíduos a se voltar para o suicídio como uma última alternativa;
- níveis altos porque as pessoas preferem destruir a si próprias do que viver sob grande controle da sociedade.
O trabalho de Durkheim influenciou os proponentes da Teoria do Controle, e é freqüentemente mencionado como um estudo sociológico clássico.
Taxas de suicídio
Durkheim concluiu que:
- taxas de suicídio são maiores entre os viúvos, solteiros e divorciados do que entre os casados;
- são maiores entre pessoas que não têm filhos;
- são maiores entre bichas e trombadinhas.
As razões para estas diferenças entre as taxas de suicídio incluem:
- mais importante, a interpretação da morte. Devido a pequenas diferenças entre protestantes e católicos — especificamente porque o suicídio é um pecado mortal entre os católicos e protestantes ;, um suicida numa comunidade católica (mesmo esclarecendo os motivos numa nota de suicídio) é visto primariamente como um pecador;
- comunidades católicas tendem a ser um pouco mais integradas que as protestantes, com laços familiares mais próximos. Quebéc, no Canadá, é um dramático paradoxo a esta afirmação: a taxa de suicídio per capita entre os oficialmente católicos é alarmante, principalmente entre os jovens, e é atribuída à rápida decadência da prática religiosa comunitária. De forma similar, pessoas casadas e/ou com filhos são menos propensas a cometer suicídio. Elas simplesmente têm mais motivos para viver.
De acordo com Durkheim, o meio social católico tem níveis de integração sociais normais, enquanto o meio protestante tem níveis baixos. Durkheim então definiu o suicídio como o ato de muitas relações sociais e concluiu que o suicídio pode ser causado por vínculos sociais fracos. Durkheim acreditava que o vínculo social era composto de dois fatores: a integração social (ligação a outros indivíduos dentro da sociedade) e a regulação social (ligação com as normas da sociedade). Ele acreditava também que taxas de suicídio podem aumentar em extremos de ambos os fatores.
Tipos de suicídio
Durkheim diferenciou quatro tipos de suicídio:
Suicídio egoísta
O egoísmo é um estado onde os laços entre o indivíduo e os outros na sociedade são fracos. Uma vez que o indivíduo está fracamente ligado à sociedade, terminar sua vida terá pouco impacto no resto da sociedade. Em outras palavras, existem poucos laços sociais para impedir que o indivíduo se mate. Esta foi a causa vista por Durkheim entre divorciados.
Suicídio altruísta
O altruísmo e o oposto do egoísmo, onde um indivíduo está extremamente ligado à sociedade, de forma que não tem vida própria. Indivíduos que cometem suicídio baseado no altruísmo morrem porque acreditam que sua morte pode trazer uma espécie de benefício para a sociedade. Em outras palavras, quando um indivíduo está tão fortemente ligado à sociedade, ele cometerá suicídio independentemente de sua própria hesitação se as normas da sociedade o levarem a tal.
Durkheim viu isto ocorrer de duas formas diferentes:
- onde indivíduos se vêem sem importância ou oprimidos pela sociedade e preferem cometer suicídio. Ele viu isto acontecer em sociedades "primitivas" ou "antigas", mas também em regimentos militares muito tradicionais, como guardas imperiais ou de elite, na sociedade contemporânea;
- onde indivíduos vêem o mundo social sem importância e sacrificariam a si próprios por um grande ideal. Durkheim viu isto acontecer em religiões orientais, como o Sati no Hinduísmo. Alguns sociologistas contemporâneos têm usado esta análise para explicar os kamikazes e os homens-bomba.
Suicídio por anomia
A anomia é um estado onde existe uma fraca regulação social entre as normas da sociedade e o indivíduo, mais freqüentemente trazidas por mudanças dramáticas nas circunstâncias econômicas e/ou sociais. Este tipo de suicídio acontece quando as normas sociais e leis que governam a sociedade não correspondem com os objetivos de vida do indivíduo. Uma vez que o indivíduo não se identifica com as normas da sociedade, o suicídio passa a ser uma alternativa de escape. Durkheim viu esta explicação para os suicidas protestantes.
Suicídio fatalista
O fatalismo é o estado oposto à anomia, onde a regulação social é completamente instilada no indivíduo; não há esperança de mudança contra a disciplina opressiva da sociedade. A única forma do indivíduo ficar livre de tal estado é cometer suicídio. Durkheim viu esta razão nos escravos que cometeram suicídio na antigüidade, mas viu uma relevância mínima na sociedade moderna.
Veja também
Ligações externas
- Análise do livro (em inglês)