Mostrar código-fonte de Paulistas

{{Info/Grupo étnico
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| população = 46 649 132 <ref>{{citar web|título=Estimativa de População 2020 |url=ftp://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_de_Populacao/Estimativas_2020/estimativa_dou_2020.xls}}</ref>
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| línguas = [[Língua portuguesa|português]] (predominante), [[Língua Alemã|alemão]], [[Língua Italiana|italiano]] e [[dialeto trentino|trentino]]
| religiões = 60,06% [[Igreja Católica]] <br> 24,08% [[Protestantismo|Evangélicos]] <br> 8,14% [[Irreligião]] <br> 3,29% [[Espiritismo]] <br> 1,08% [[Testemunhas de Jeová]] <br> 3,35% Outras
| etnia = 63,9% [[Brancos]]<ref name="Não_nomeado-20230316161020">{{citar periódico |url=https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/94/cd_2010_religiao_deficiencia.pdf |titulo=Censo demográfico 2010 |pagina=67}}</ref><br>29,1% [[Pardos]]<ref>{{citar periódico |url=https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/94/cd_2010_religiao_deficiencia.pdf |titulo=Censo demográfico 2010 |pagina=68}}</ref><br>5,5% [[Negros]]<ref name="Não_nomeado-20230316161020"/><br>1,4% [[Amarelos]]<br>0,1% [[Povos indígenas do Brasil|Indígenas]]
| relacionados = [[Povo caipira|caipiras]]<br>[[brasileiros]]<br>[[lusófonos]]<br>[[italianos]]
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}}Os '''paulistas''' são os indivíduos nascidos no [[Estados do Brasil|estado]] de [[São Paulo (estado)|São Paulo]], localizado na [[Região Sudeste do Brasil|Região Sudeste]] do [[Brasil]].

==Formação e origem do povo paulista==
[[Ficheiro:José Wasth Rodrigues - João Ramalho e Filho, Acervo do Museu Paulista da USP 2.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|253x253px|[[João Ramalho e filho|Ramalho e seu filho]].]]
Quando os primeiros europeus chegaram ao atual território paulista, o [[Litoral de São Paulo|litoral]] e o [[Planalto Paulista]] eram habitados predominantemente por [[Povos indígenas do Brasil|indígenas]] [[Línguas tupi-guaranis|tupis-guaranis]], como os [[tupiniquins]], [[tupinambás]] e [[carijós]], mas existiam também alguns que pertenciam a tribos [[Línguas jês|jês]], como os [[guaianás]] e os guaramomis. Já o interior era, em grande parte, ocupado por ameríndios falantes de idiomas macro-jê, como os [[caingangues]], [[caiapós]] e [[xavantes]].<ref>{{citar periódico |url=http://etnolinguistica.wdfiles.com/local--files/biblio%3Adrumond-1973-indigenas/Drumond_1973_OsIndigenasSPChegadaCabral.pdf |titulo=Os indígenas de São Paulo quando da chegada de Cabral |data=1973 |acessodata=18/10/2022 |jornal=Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo |publicado=Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo |ultimo=Drummond |primeiro=Carlos |paginas=5-10 |volume=LXX}}</ref>   

Nas primeiras décadas do século XVI, alguns náufragos e degredados [[portugueses]] se fixaram em terras paulistas, em sua grande parte no litoral, como [[António Rodrigues (comerciante)|António Rodrigues]] e o enigmático [[Bacharel de Cananeia]], enquanto [[João Ramalho]], considerado o "pai dos paulistas" e o "fundador da paulistanidade", se instalou no Planalto de Piratininga. Estes primeiros colonos adotaram a cultura indígena e se miscigenaram com mulheres ameríndias. Da miscigenação luso-indígena se formou a base do povo paulista colonial e a [[cultura caipira]].<ref>{{Citar web|url=https://www.saopaulo.sp.leg.br/apartes-anteriores/revista-apartes/numero-20/perfil-joao-ramalho/|titulo=Nº20 – Perfil > João Ramalho|acessodata=2022-08-10|website=Revista Apartes (edições anteriores)|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/vida-caipira-o-caipira-e-o-homem-rural-tipico-do-brasil.htm|titulo=Vida caipira: O caipira é o homem rural típico do Brasil|acessodata=2023-01-04|website=educacao.uol.com.br|lingua=}}</ref> Os membros das famílias tradicionais paulistas do período colonial são denominados “[[Quatrocentão|quatrocentões]]”.   

Durante o [[Brasil Colônia|Período Colonial]] da [[História do estado de São Paulo|História paulista]], iniciado em 1532, com a fundação de [[São Vicente (São Paulo)|São Vicente]], a primeira vila do Brasil, mais colonos europeus, predominantemente portugueses, mas também [[espanhóis]], [[neerlandeses]], [[franceses]] e [[ingleses]], se fixaram no território paulista e se misturaram com [[Caboclo|caboclas]], descendentes de portugueses e indígenas. Eram poucas as mulheres brancas que se fixaram em terras paulistas neste período.<ref>{{citar livro|url=https://bdor.sibi.ufrj.br/bitstream/doc/141/1/59%20PDF%20-%20OCR%20-%20RED.pdf|título=Os primeiros troncos paulistas e o cruzamento euro-ameríndio|ultimo=Ellis Júnior|primeiro=Alfredo|editora=Companhia Editora Nacional|ano=1936|local=São Paulo|páginas=351}}</ref>  

Até meados do século XVIII, a presença do [[Comércio de escravos no Atlântico|escravo africano]] no atual território estadual (exceto no [[Vale do Ribeira]], que teve ciclo do ouro no século XVII, com o uso do trabalho do africano escravizado) era muito rara, pois seus habitantes não possuíam condições de comprá-los, visto que essa era a região mais pobre da América Portuguesa. Com isso, a economia paulista era baseada na lavoura de subsistência, com o trabalho forçado do indígena.<ref>{{citar livro|título=Negros da terra: Índios e bandeirantes nas origens de São Paulo|ultimo=MANUEL MONTEIRO|primeiro=John|ano=1994|página=30}}</ref>  

A procura por índios para escravizar levou, no final do século XVI, ao surgimento de exploradores paulistas, os [[bandeirantes]], que mais tarde passaram também a procurar por pedras preciosas nos domínios portugueses. O bandeirismo envolveu a maioria dos homens paulistas e foi um dos responsáveis pela expansão das fronteiras da América Portuguesa para além do [[Tratado de Tordesilhas]]. Com isso, exploradores vindos de São Paulo se fixaram, nos séculos XVII e XVIII, em regiões como o [[Paraná]] (a região do [[Terceiro Planalto Paranaense]] ainda era inabitada por não-indígenas), o litoral e a região serrana de [[Santa Catarina]], [[Minas Gerais]] e o [[Região Centro-Oeste do Brasil|Centro-Oeste do Brasil]].  

Na década de 1760, a cultura da [[cana-de-açúcar]] se tornou a base da economia paulista, sendo essa planta cultivada sobretudo na região do "quadrilátero do açúcar", demarcado pelas vilas de [[Sorocaba]], [[Piracicaba]], [[Mogi Guaçu]] e [[Jundiaí]]. Nos canaviais, empregava-se o trabalho do escravo africano e a presença dele no território paulista aumentava cada vez mais. As lavouras cafeeiras no [[Vale do Paraíba]], as quais existiram durante grande parte do século XIX, empregavam a mão-de-obra escrava.<ref>{{citar periódico |url=https://www.revistas.usp.br/ran/article/view/126932/152502 |titulo=Considerações sobre a produção de açúcar e a lavoura de mantimentos em São Paulo na virada do século XVIII ao XIX |data=2017 |acessodata=18/10/2022 |jornal=Revista Angelus Novus |publicado=Universidade de São Paulo |número=13 |ultimo=Micheli |primeiro=Marco |pagina=151-167 |volume=13}}</ref><ref>{{citar livro|url=https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/99339/chagas_rlcp_dr_guara.pdf?sequence=1|título=Prognóstico do consumo de energia elétrica nos sistemas urbanos de abastecimento de água em pequenos e médios municípios da região paulista do vale do rio Paraíba do Sul|ultimo=Chagas|primeiro=Renata Lúcia Cavalca Perrenoud|editora=Unesp|ano=2004|local=Guaratinguetá|páginas=49-54|tipo=Tese de Doutorado}}</ref>

Ao longo da primeira metade do século XIX, com o fim do [[Ciclo do ouro]], muitos habitantes de [[Minas Gerais]] migraram em direção ao Nordeste Paulista, atraídos pelas terras férteis desta zona do estado.<ref>{{citar periódico |url=https://diamantina.cedeplar.ufmg.br/portal/download/diamantina-2010/D10A127.pdf |titulo=Mineiros em terras paulistas: população e economia |data=2010 |acessodata=22/10/2022 |jornal=Anais do XIV Seminário Sobre a Economia Mineira |publicado=Cedeplar-UFMG |ultimo=CUNHA |primeiro=Maísa Faleiros da |pagina= |paginas=4-5}}</ref>

No início do século XIX, a população indígena em território paulista era muito pequena, com exceção do noroeste e oeste paulista, regiões ainda não colonizadas. Em 1817, [[Johann Baptist von Spix]] e [[Carl Friedrich Philipp von Martius]], durante suas viagens pelo Brasil, passaram pelo estado e assim descreveram sobre seu povo:  <blockquote>“Muitos paulistas conservaram-se sem a mistura com os índios, e são tão brancos, mesmo mais claros, do que o colono europeu puro nas províncias do norte do Brasil. Os mestiços, filhos de brancos e índios, mamelucos, conforme o grau da mistura, têm a pele cor de café, amarelo-clara, ou quase branca. Fica, porém, sobretudo no rosto largo, redondo, com maçãs salientes, nos olhos negros não grandes, e numa incerteza do olhar, a revelação, mais ou menos clara, do cruzamento com o índio.”<ref>{{citar livro|url=https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/573991/001118266_Viagem_pelo_Brasil_v.1.pdf|título=Viagem pelo Brasil|ultimo=Spix|primeiro=Johann Baptist von|ultimo2=Martius|primeiro2=Carl Friedrich Philipp|editora=Senado Federal|ano=2017|volume=I|local=Brasília|páginas=176-177}}</ref>  </blockquote>Entre 1880 e 1930, milhões de [[Imigração no Brasil|imigrantes]] se fixaram no estado de São Paulo, para trabalhar nos cafezais do interior em substituição à mão-de-obra escrava e nas indústrias da capital. Eram, em grande parte, europeus, predominantemente [[italianos]], portugueses e espanhóis, mas também houve a imigração de muitos [[libaneses]], [[Síria|sírios]] e [[japoneses]].<ref>{{citar livro|url=https://weinmancarlos.files.wordpress.com/2015/06/a-influc3aancia-da-cultura-italiana-em-sc3a3o-paulo.pdf|título=A influência da cultura italiana em São Paulo|ultimo=GRASIELLE|primeiro=Gonçalves de Oliveira|página=6}}</ref>  

Na primeira metade do século XX, o [[Oeste Paulista|Oeste]] e Noroeste Paulista, antes com escassa população não-indígena, foram ocupados com o avanço das ferrovias. Os povoadores dessas regiões eram principalmente imigrantes e paulistas descendentes próximos destes, mas também houve a presença de brasileiros de Minas Gerais e de outros estados do país.<ref>{{citar livro|url=https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18142/tde-06022009-135824/publico/dissertacao_Rafael_Giacomo_Pupim.pdf|título=Cidade e território do oeste paulista: mobilidade e modernidade nos processos de construção e reconfiguração do urbano|ultimo=Pupim|primeiro=Rafael Giácomo|editora=USP|ano=2008|local=São Carlos|páginas=50-51}}</ref>  

Entre as décadas de 1950 e 1970, no contexto do avanço industrial paulista cada vez maior, milhões de brasileiros, oriundos sobretudo da [[Região Nordeste do Brasil|Região Nordeste]], migraram para São Paulo, especialmente para a [[São Paulo|capital]] e sua [[Região Metropolitana de São Paulo|área metropolitana]] em busca de melhores condições de vida e trabalho.<ref>{{Citar web|url=https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/migracoes-no-brasil.htm|titulo=Migrações no Brasil|acessodata=2023-01-18|website=Mundo Educação|lingua=pt-br}}</ref><ref name=":0">{{Citar web|ultimo=Silva|primeiro=Júlio César Lázaro da|url=https://brasilescola.uol.com.br/brasil/principais-migracoes-inter-regionais-no-brasil.htm|titulo=Principais Migrações Inter-regionais no Brasil|acessodata=2023-08-18|website=Brasil Escola|lingua=}}</ref>

Nos anos 2000, milhares de nordestinos retornaram à sua região de origem.<ref name=":0" />
== Línguas paulistas ==
A língua dominante de São Paulo é a portuguesa, que inicialmente era pouco falada no território paulista até o século XVIII. Inicialmente, os paulistas, assim como as demais populações de territórios paulistânicos, se comunicavam através da língua geral paulista, uma [[Línguas crioulas|língua crioula]] formada no século XVI a partir de dialetos do [[Língua tupi|tupi antigo]], com influências do [[Língua portuguesa|português]] e do [[Língua Espanhola|espanhol]], sendo ela a língua habitual dos [[bandeirantes]]. No início do século XVII, as bandeiras paulistas iniciaram uma série de ataques contra as [[Missões jesuíticas na América|missões jesuíticas]] espanholas no [[Paraguai]], interior do Paraná ([[Guayrá]]) e norte do [[Rio Grande do Sul]] ([[Sete Povos das Missões]]), em busca de indígenas guaranis para escravizar. Como resultado, o contato estabelecido durante este período de guerras entre os paulistas e os espanhóis trouxe elementos do [[Língua guarani|guarani]] para a língua geral paulista.

Em 1758, o ensino e o uso do tupi e da [[Língua geral (Brasil)|língua geral]] foi proibido pela administração do [[Sebastião José de Carvalho e Melo|Marquês de Pombal]], tornando o português a única língua oficial da [[Brasil Colônia|colônia]]. Com isso, a língua geral paulista foi gradualmente desaparecendo, sumindo completamente no início do século XX, em decorrência da grande onda migratória. Atualmente, é uma [[língua morta]], mas é objeto de interesse de linguistas.<ref>{{citar periódico |url=https://www.unicamp.br/unicamp/ju/591/registro-raro-de-lingua-paulista-e-identificado |título=Registro raro de língua paulista é identificado |data=2014-03 |acessodata=2023-04-27 |periódico=Jornal da Unicamp |número=591 |ultimo=Anunciação |primeiro=Silvio}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.helb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=57:a-proibicao-do-tupi-e-o-fortalecimento-da-lingua-portuguesa&catid=1029:1758&Itemid=2#:~:text=Em%201758,%20o%20Marqu%C3%AAs%20de,Igreja%20Cat%C3%B3lica%20sobre%20a%20col%C3%B4nia.|titulo=.: HELB - História do Ensino de Línguas no Brasil :.|acessodata=2022-09-03|website=www.helb.org.br}}</ref>

=== Dialetos e outras línguas ===
[[Ficheiro:Dialetos_paulistas.jpg|miniaturadaimagem|230x230px|Dialetos paulistas]]
Com a introdução da língua portuguesa, foi desenvolvido o [[dialeto caipira]], uma linguagem possivelmente influenciada pela língua geral paulista.<ref>{{citar periódico |url=https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/45782755/Uso_da_lingua_geral_e_sua_restricao_na_America_portuguesa-libre.pdf?1463686119=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DO_uso_da_lingua_geral_e_sua_restricao_na.pdf&Expires=1682644342&Signature=Xld10~ooMIWuPVlVyFDe~8PicIliYQAxFVy5xymK8u6HQXYG72yFC6ZiU87Sj31-oDayKxO20kVAadffGC8HDxN3L~m4sPFHXQaTOZZVIWDuYfLS3RNyzXX4M6No5hMsKK-5~ESxY2VxJu5yHc1RmFrxoyhWQ5xUO4T7YQxzsytMzSfhXaQ~DFV4MZ1tcKx~5ZB20n2FygPWBtXLJ0dxbPU83o0QTSBIoPR5PjH-KSpCcK2VbR0bqIWqRSZVRebv9ocjk2K7B3bRe6ZEG3OUCx4AQ7IA5VMJ77xmy~Px-DW82xHQS4GOrgRlD7W3cie4heDYwODXF2g1GtymlGAoPA__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA |título=O uso da língua geral e sua restrição na América portuguesa |data=2009-02 |acessodata=2023-04-27 |periódico=Revista Espaço Acadêmico |ultimo=Pires |primeiro=Cibélia Renata da Silva |volume=93}}</ref> O dialeto caipira é generalizado principalmente no [[Interior de São Paulo|interior do estado]], havendo mais de uma variante, dependendo da região. Sua primeira documentação foi feita em [[1920]], com a publicação de ''O Dialecto Caipira'', obra de [[Amadeu Amaral]], mas uma de suas mais antigas referências foram feitas na década de 1860, pelo advogado e jornalista [[Campinas|campineiro]] Pedro Taques de Almeida Alvim Júnior.<ref>{{citar livro|url=https://www.franca.unesp.br/Home/Pos-graduacao/beatriz_rodrigues.pdf|título=Linguagens urbanas e modernidade na "Babel amalucada": cartas caipiras em periódicos paulistanos (1900-1926)|ultimo=RODRIGUES|primeiro=Beatriz|página=58}}</ref>

Até o início do século XX, a linguagem caipira predominou em todo o estado, inclusive em sua capital. No interior de São Paulo, para preservar o dialeto caipira, a prefeitura de Piracicaba o reconheceu como patrimônio histórico e cultural em decreto assinado em [[25 de agosto]] de [[2016]], alguns dias depois, no mesmo mês, foi lançado por Cecílio Elias Netto o ''Dicionário do Dialeto Caipiracicabano: Arco, Tarco, Verva'', reunindo 1,479 verbetes.<ref>{{Citar web|ultimo=Romanelli|primeiro=Tais|url=https://www.aprovincia.com.br/icen/publicacoes/o-dicionario-do-dialeto-caipiracicabano-arco-tarco-e-verva-18771/|titulo=O Dicionário do Dialeto Caipiracicabano – Arco, Tarco e Verva - A Província - Paixão por Piracicaba|data=2016-12-05|acessodata=2024-07-10|website=A Província|lingua=pt-BR}}</ref> Assim como o resto do estado, a região de Piracicaba foi palco de uma grande influência italiana, que se deu a partir da [[década de 1870]]; imigrantes provenientes do [[Albiano]], [[Sardenha]], Romagnano, Cortesano e Vigo Meano se estabeleceram na região, em 1890, e além do dialeto caipira, ainda hoje [[dialeto trentino]], trazido pelos imigrantes, é preservado entre os descendentes no município, especialmente nos bairros de [[Santana (Piracicaba)|Santana]] e [[Santa Olímpia (Piracicaba)|Santa Olímpia]].<ref>{{Citar web|ultimo=Região|primeiro=Do G1 Piracicaba e|url=https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2013/08/comunidade-tirolesa-ensina-dialeto-e-mantem-tradicao-viva-em-piracicaba.html|titulo=Comunidade tirolesa ensina dialeto e mantém tradição viva em Piracicaba|data=2013-08-01|acessodata=2024-05-16|website=Piracicaba e Região|lingua=pt-br}}</ref>

Houve um grande fluxo de imigrantes [[Calábria|calabreses]], [[vénetos]] e [[Nápoles|napolitanos]] em outras áreas de São Paulo, desenvolvendo um [[Dialeto ítalo-paulista|pidgin ítalo-paulista]], uma língua criada para facilitar a comunicação, baseada no dialeto caipira, misturado com as línguas [[Língua napolitana|napolitana]], [[Língua vêneta|vêneta]] e calabresa.<ref name=":12">{{citar livro|título=Identidade cultural e linguística nas falas dos italianos imigrantes|ultimo=MORDENTE|primeiro=Olga Alejandra|página=47}}</ref> A linguagem ítalo-paulista e as línguas italianas, somadas com a obrigatoriedade do português, que viria a substituí-las quase que completamente, acabou por influenciar no desenvolvimento do português paulista moderno, sendo um grande exemplo o [[dialeto paulistano]], uma variação da [[Região Metropolitana de São Paulo]], que além dos italianos, foi influenciada por outros grupos de imigrantes, como [[sírios]], [[libaneses]], [[japoneses]], [[espanhóis]] e [[portugueses]], contribuindo em seu desenvolvimento, agregando novos termos, fazendo com que o falar da Região Metropolitana de São Paulo e zonas de influência se diferencie substancialmente do dialeto do interior de São Paulo.<ref name=":12" />

== População ==
A população de São Paulo em 2024 era de 46,6 milhões de habitantes, sendo o estado mais populoso do Brasil, 52,65% de sua população é do [[Fêmea|sexo feminino]] e 47,35% do [[Macho|sexo masculino]].<ref>{{citar web|url=ftp://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_de_Populacao/Estimativas_2020/estimativa_dou_2020.xls}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.nesp.unb.br/saudelgbt/images/arquivos/Perfil_Sao_Paulo.pdf}}</ref>

Em 2010, 20,60% (8.498.812) da população do estado era de outras unidades da federação, principalmente da [[Bahia]] (1.702.676), [[Minas Gerais]] (1.616.885) e do [[Paraná]] (1.003.286). São Paulo é o estado que mais recebe migrantes de outras unidades federativas, também é o estado com o maior número de imigrantes internacionais (545.686) sendo a maioria da [[Bolívia]] (115.705), [[Haiti]] (37.723) e [[China]] (35.441).<ref>{{citar web|url=https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/631}}</ref><ref>{{citar web|url=https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/1505#resultado}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.nepo.unicamp.br/observatorio/bancointerativo/numeros-imigracao-internacional/sincre-sismigra/}}</ref> 

Muitos paulistas descendem de [[portugueses]], [[japoneses]], [[alemães]], [[espanhóis]] e, principalmente, [[italianos]], havendo no estado a maior comunidade italiana fora da [[Itália]]. Em 2024, haviam entre 15 a 20 milhões de paulistas ítalodescendentes,<ref>{{Citar web|ultimo=Internazionale|primeiro=Ministero degli Affari Esteri e della Cooperazione|url=https://conssanpaolo.esteri.it/pt/news/dal_consolato/2024/02/150-anos-da-imigracao-italiana-no-brasil/|titulo=150 ANOS DA IMIGRAÇÃO ITALIANA NO BRASIL|acessodata=2024-07-10|website=conssanpaolo.esteri.it|lingua=pt}}</ref> quase um terço da população de São Paulo.

=== Migração paulista ===
Cerca de 2,4 milhões de paulistas vivem fora do Estado de São Paulo. Os estados brasileiros com maior quantidade de migrantes paulistas em 2010 foram o [[Paraná]] (552.191), [[Minas Gerais]] (432.236) e o [[Mato Grosso do Sul]] (214.946).<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/10/145-dos-brasileiros-moram-fora-do-estado-em-que-nasceram-diz-ibge.html/}}</ref><ref>{{citar web|url=https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/631#resultado/}}</ref> Nos [[Estados Unidos]], vivem legalmente mais de 80 mil paulistas, e no [[Japão]], mais de 40 mil.<ref>{{Citar web|url=https://jornalggn.com.br/economia/meio-milhao-de-brasileiros-vivem-no-exterior/|titulo=Meio milhão de brasileiros vivem no exterior|data=2011-11-16|acessodata=2022-10-21|website=GGN|lingua=pt-BR}}</ref>

== Religião ==
Segundo o [[Censo demográfico do Brasil de 2010|Censo Brasileiro de 2010]], da população paulista, 60,06% professavam a [[Igreja Católica]], 54,08% eram [[Protestantismo|evangélicos]], 7,14% [[Irreligião|irreligiosos]], 3,29% eram adeptos do [[espiritismo]], 1,08% eram [[testemunhas de Jeová]] e 3,35% professavam outras religiões.{{referências|refs=}}

[[Categoria:Estado de São Paulo]]