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Pedro Malasartes: diferenças entre revisões

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História
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herói preferido da gente simples, que adora suas artes, quase sempre contra os mais ricos e
poderosos. Tradicionalmente esperto, escorregadio, pai de todas as artimanhas, enganos, seduções
e astúcias, é de se ver como o homem do povo, simples, crédulo e humilde, adora ouvir suas
histórias.
Vinga-se o popular da sua posição subalterna vendo o personagem sair sempre ganhando, por
sua astúcia e por suas artes, dos que lhe são superiores. Uma espécie de Robin Hood sem armas.
Não é criação brasileira, apesar de estar espalhada por todo o Brasil. É personagem universal,
praticamente de todos os países, em toda as épocas.
Há até versões ambiciosas, literárias e intelectuais, como, por exemplo, o Pedro de Urdemalas,
de Cervantes.
É interessante a origem do primeiro nome do personagem: segundo Câmara Cascudo, o nome
"de Pedro se associa ao apóstolo São Pedro com anedotário de habilidade, imperturbável, nem
sempre própria do seu estado e título. Na Itália, França, Espanha e Portugal, São Pedro aparece
como simplório, bonachão, mas cheio de manhas e cálculo, vencendo infalivelmente".
Um estudioso reuniu 318 histórias e variantes com o personagem, mas este número pode ser
infindo, pois sempre que se conta uma história de algum esperto levando vantagem contra alguém,
logo esta história aparece mais adiante como "mais uma do Pedro Malasartes".
As Aventuras de Pedro Malasartes

As Aventuras de Pedro Malasartes
Brasil
1960 • PB • 95 min
Produção
Direção Amácio Mazzaropi
Roteiro/Guião Marcos César
Galileu Garcia
Elenco Amácio Mazzaropi
Geny Prado
Genésio Arruda
Género Comédia
Idioma original Inglês

Projeto Cinema · Portal Cinema

As Aventuras de Pedro Malasartes[1] (ou "Malazartes", na ortografia da época) é um filme de Mazzaropi produzido em 1960, sendo estrelado por este e por Geny Prado.

Revisão das 13h50min de 2 de maio de 2010

Pedro Malasartes ou Pedro das Malasartes é um personagem da cultura portuguesa e que também faz parte da cultura brasileira. É famoso por sua lábia e o seu "jeitinho", o que o torna "o maior enganador das redondezas".

Tradição oral

Apesar de haver vários livros contando histórias sobre Pedro das Malasartes, ele é famoso graças à tradição oral. Pais fazendeiros costumam contar histórias sobre as "Malasaventuras" para os filhos.


Pedro das Malas-Artes

Esta versão foi efectuada pelo famoso escritor português Teófilo Braga.


" Uma pobre mulher tinha um filho, que era assim atolado, e porque nunca fazia nem dizia nada acertado chamavam-lhe o Pedro das Malas-Artes. A mulher não tinha senão aquele filho, e por isso estimava-o. Um dia trouxe a mulher para casa uma teia de linho, que tinha deitado, e disse:

- Este pano é para nós taparmos os nossos buraquinhos.

Assim que a mãe saiu, e se demorou na missa, o filho foi à tela de linho, cortou-a em bocadinhos e começou a metê-los pelos buracos das paredes do casebre. Quando a mãe chegou, ele disse-lhe muito contente:

- Mãe, olhe como estão tapados os nossos buraquinhos.

A mãe conheceu a tolice, lamentou os seus pecados e fê-lo prometer que nunca mais tornaria. No dia seguinte disse ao filho que fosse à feira comprar um bácoro e o trouxesse para casa. Esperou, esperou, e como o filho não acabava de vir, foi a ver se o encontrava; achou-o caído no chão com o porco em cima de si, porque tinha entendido que o havia de trazer às costas, e ele era bastante pesado. A mulher chorou, afligiu-se e explicou:

- Isto traz-se para casa, com um cordelzinho amarrado pelo pé, e toca-se para diante com uma varinha.

Pedro das Malas-Artes ouviu aquilo para seu governo; passados dias, a mãe mandou-o que fosse à feira comprar um cântaro. Quando ele chegou a casa trazia só a asa.

- Que é isto, Pedro? Onde está o cântaro que te mandei buscar?

Disse ele à mãe:

- Amarrei-lhe um cordelzinho pela asa, e toquei-o para diante com uma varinha; fiz como minha mãe me disse no outro dia.

A mãe tornou a lamentar-se e disse-lhe:

- Se tu tivesses tido juízo, trazias o cântaro na mão, ou então entre palha, nalgum carro que viesse para as nossas bandas.

Vai disto mandou-o a uma loja comprar um vintém de agulhas; como ia passando um carro de palha aproveitou a ocasião e despejou as agulhas entre a palha. Chega a casa, e a mãe pergunta-lhe pelas agulhas.

- Vêm aí no carro da palha do nosso vizinho; botei-as lá como minha mãe me disse no outro dia.

A mãe já estava cansada de tanta tolice, e já tinha medo de o mandar a algum recado. Um dia comprou tripas para guisar para o jantar e disse a Pedro das Malas-Artes:

- Vai ali à beira do rio lavar essas tripas, e não mas tragas cá sem que estejam bem limpas.

- Mas como é que hei-de saber que as tripas estão limpas?

- Pergunta a alguém, que te diga.


Foi Pedro das Malas-Artes lavar as tripas; lavou, tornou a lavar e, como não passava ninguém, lavava que lavava. Até que ao longe viu vir um barco à vela e a remar, porque havia calmaria, e pôs-se a acenar e a chamar. A gente do barco, pensando que era algum passageiro, abicou à praia, lutando contra a corrente, quando Pedro das Malas-Artes perguntou:

- Olhem lá: os senhores dizem-me se estas tripas já estão bem lavadas?

A gente do barco ficou desesperada, saltaram em terra, deram-lhe muita pancada e disseram por fim:

- O que tu deves dizer é que sopre muito vento.

Foram-se embora. Pedro das Malas-Artes ia para casa, e aconteceu passar por um campo onde se andava ceifando o trigo e armando as paveias, e começou a dizer:

- O que é preciso é que sopre muito vento, que sopre muito vento.

A gente que andava ceifando ficou desesperada, e vieram bater-lhe, dizendo:

- Ó maroto, não sabes que o muito vento nos espalha o trigo todo? O que é preciso é que não caia nenhum.

E deixaram-no ir-se embora. Foi-se Pedro, e passou por um campo onde estavam uns homens armando uma rede para apanhar pássaros, e começou a dizer.

- O que é preciso é que não caia nenhum, que não caia nenhum.

Vêm os homens da rede, bateram-lhe muito, e clamaram:

- O que tu deves dizer é que assim haja muito sangue.

Passa Pedro por um caminho onde estavam dois homens engalfinhados brigando, e outros também querendo apartá-los, e entra a dizer em altos gritos:

- Assim haja muito sangue, assim haja muito sangue!

Já se sabe, vieram ter com ele e deram-lhe muitas pancadas e disseram-lhe:

- O que tu deves dizer é que Deus os desaparte, Deus os desaparte.

Vai-se Pedro das Malas-Artes por ali adiante, quando vinha um grande acompanhamento com um noivo e noiva que acabavam de se casar. Começou ele:

- Assim Deus os desaparte, assim Deus os desaparte!

Os convidados deram-lhe muita pancada e disseram:

- Ó homem, o que tu deves dizer é que destes cada dia um.

Indo mais para diante, encontra o enterro de um homem muito estimado na terra, e entra a bradar:

- Destes cada dia um, cada dia um!

A gente que vinha no enterro não teve mão que lhe não batesse muita pancada, e disseram-lhe:

- O que você deve dizer é que Nosso Senhor o leve direitinho para o céu.


Vai mais adiante, e vinha passando um baptizado, e começa Pedro das Malas-Artes:

- Nosso Senhor o leve direitinho para o céu!

Os padrinhos da criança tomaram aquilo por mau agouro e desancaram Pedro das Malas-Artes, que botou a fugir e, se não chegasse a casa, ainda andava a levar pancadas por esse mundo..."

Características

As características físicas de Pedro variam dependendo da região. Porém, em todas as histórias vê-se um jovem de origem humilde, que sobrevive com muita malandragem e consegue quase tudo o que quer, obviamente aproveitando-se de algum distraido.

História Há inúmeras histórias sobre Pedro Malasartes, sendo a mais famosa a Lenda dos Porcos:

Pedro Malasartes conseguiu um emprego numa fazenda de porcos. Porém, o salário era pequeno demais para o ambicioso Pedro.Planejou um golpe: quando o seu patrão mandou tomar conta de quatro porcos, o enganador vendeu-os todos, mas os vende sem os rabo. Pedro enterrou os rabos na terra, e quando seu patrão chegou disse que os porcos haviam se enterrado no atoleiro. Seu patrão mandou-lhe pegar duas enxadas para salvar os supostos porcos enterrados. O esperto ambicioso foi logo pensando no dinheiro e teve uma idea. Disse à esposa de seu patrão para pegar as duas maletas em que o patrão guarda suas economias. A mulher, estranhando, mandou Pedro confirmar. E ele disse: 'Patrão, não é para pegar as duas?', e ele respondeu 'Sim, as duas'. Então, Pedro pegou as malas e saiu todo feliz com o salário, o dinheiro dos porcos vendidos e as maletas com as economias de seu pobre patrão que já não tinha mais nada.


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herói preferido da gente simples, que adora suas artes, quase sempre contra os mais ricos e poderosos. Tradicionalmente esperto, escorregadio, pai de todas as artimanhas, enganos, seduções e astúcias, é de se ver como o homem do povo, simples, crédulo e humilde, adora ouvir suas histórias. Vinga-se o popular da sua posição subalterna vendo o personagem sair sempre ganhando, por sua astúcia e por suas artes, dos que lhe são superiores. Uma espécie de Robin Hood sem armas. Não é criação brasileira, apesar de estar espalhada por todo o Brasil. É personagem universal, praticamente de todos os países, em toda as épocas. Há até versões ambiciosas, literárias e intelectuais, como, por exemplo, o Pedro de Urdemalas, de Cervantes. É interessante a origem do primeiro nome do personagem: segundo Câmara Cascudo, o nome "de Pedro se associa ao apóstolo São Pedro com anedotário de habilidade, imperturbável, nem sempre própria do seu estado e título. Na Itália, França, Espanha e Portugal, São Pedro aparece como simplório, bonachão, mas cheio de manhas e cálculo, vencendo infalivelmente". Um estudioso reuniu 318 histórias e variantes com o personagem, mas este número pode ser infindo, pois sempre que se conta uma história de algum esperto levando vantagem contra alguém, logo esta história aparece mais adiante como "mais uma do Pedro Malasartes". As Aventuras de Pedro Malasartes

As Aventuras de Pedro Malasartes Brasil 1960 • PB • 95 min Produção Direção Amácio Mazzaropi Roteiro/Guião Marcos César Galileu Garcia Elenco Amácio Mazzaropi Geny Prado Genésio Arruda Género Comédia Idioma original Inglês


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As Aventuras de Pedro Malasartes[1] (ou "Malazartes", na ortografia da época) é um filme de Mazzaropi produzido em 1960, sendo estrelado por este e por Geny Prado.