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Borracha sintética

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(Redirecionado de Poliisopropeno)

Desde a chegada de Colombo na América, existem registros de artefatos confeccionados com o látex extraído de troncos de árvores. Alguns nativos denominavam a árvore de qual esse material era extraído por ‘hheve’, originado da palavra ‘Hevea’ que designou o nome de Hevea brasiliensis, árvore encontrada na Amazônia brasileira.

Neste momento, os europeus utilizavam o látex encontrado para aplicá-lo sobre suas roupas, deixando-as impermeáveis; para a fabricação de vasilhames moldáveis e aplicações similares.

Foi em 1751, quando foi apresentado um trabalho a Academia Real de Ciências sobre o Hevea, que a sua utilização passou a ser mais explorada.[1]

Em 1803 a primeira fábrica de artigos de borracha foi construída em Paris.

Posteriormente, o trabalho de três pesquisadores resultou no processo de vulcanização que supriu as principais deficiências que a borracha natural apresentava- ser pegajosa a temperatura ambiente e apresentar comportamento plástico e consequentemente, deformação ao receber esforço mecânico.

O poli-isopreno é sintetizado por mais de mil espécies de plantas. No Brasil, é extraída do gênero Hevea e seu peso molecular está perto de um milhão.

Possui como principal constituinte o poli-isopreno — um polímero de adição formado por monômeros 1,4 de isopreno (metilbut-1,3-dieno). São três unidades trans-isôprenicas seguidas de muitas unidades cis-isoprênicas combinadas por ligações 1,4.[2]


Seu nome químico oficial é 1,4-cis-poli-isopreno e a sua classificação como polímero é de elastômero.

A figura a seguir apresenta a estrutura do poli-isopreno.

Propriedades físicas e químicas

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Além do polímero apresentado acima, na composição da borracha existem outras substâncias- aproximadamente 6% da sua composição são componentes não isoprênicos- lipídios, proteínas e carboidratos. Acredita-se que esses componentes têm responsabilidade nas características apresentadas pelo material.

Suas principais características são elasticidade, resistência a abrasão, flexibilidade, impermeabilidade, resistência a corrosão provocada por diversos produtos químicos e facilidade de adesão a tecidos e ao aço.[3]

Existem mais de 50 mil aplicações como adesivos, luvas descartáveis, materiais cirúrgicos (como seringas e esparadrapos), preservativos, revestimentos e pisos e para a permeabilização de tecidos, além de máscaras de bonecos (personagens infantis da TV).[4]

Ressalva-se que existem algumas aplicações em que a borracha sintética não substitui a natural, devido à diminuição das suas propriedades como na fabricação de pneus para caminhões, ônibus e aviões.

Destino final/ reciclagem

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Um dos principais objetos de descarte associado a borracha natural são os pneus. Estima-se que são cerca de 800 milhões de pneus descartados anualmente pelo mundo. Devido ao grande número de descarte, foi necessário encontrar uma maneira de reciclar o material.

Destaca-se que as tecnologias de reciclagem dos pneus são realizadas a partir da recapagem, recauchutagem e remoldagem dos mesmos.[5]

Quando não há recuperação de todo o material, ocorre a separação da borracha dos demais dos demais itens por meio dos cortes e em seguida realiza-se o processo de purificação em peneiras. Moe-se a as lascas e as coloca em processo de digestão em vapor d’água com adição de produtos químicos para realizar a desvulcanização da borracha.

Após a reciclagem, a borracha apresenta qualidades menos que a original, entretanto ganha novas aplicações como cobertura de quadras, pavimentação de asfaltos-borracha, tapetes, tatames etc.

Impacto ambiental

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Como apresentado no tópico anterior, a reciclagem de pneus é importante para evitar os impactos ambientais causados pelo descarte inadequado.

Evidencia-se que alguns dos impactos são a contaminação de ecossistemas, atmosfera, sistemas hídricos localizados próximos ao descarte e a criação de ambientes favoráveis a proliferação de algumas doenças.[6]

Tratando da incineração de pneus ao ar livre, ainda se destaca que há geração de óleo pirolítico e cinzas na queima. Estes subprodutos, quando analisados, apresentaram metais em sua composição. Ou seja, aumentam a contaminação do solo.[7]

Referências

  1. Honorato, S. «Efeito antioxidante de componentes do látex da seringueira e mangabeira sobre a degradação termo-oxidativa do poli(1,4-cis-isopreno) sintético.» (PDF). Consultado em 1 de maio de 2019 
  2. Agostini, L. S. «Caracterização dos constituintes do látex e da borracha natural que estimulam a angiogênese» (PDF). Consultado em 1 de maio de 2019 
  3. FERREIRA. A. A., SILVA L. C. Construção de correias para equipamentos industriais e automotivos fabricados a partir de materiais virgem com adição de materiais recuperados na sua composição. Disponível em: http://biblioteca.univap.br/dados/000003/00000381.A.eSilva_L.C..pdf. Acesso em: maio/2019.
  4. RIPPEL, M. M, BRAGANÇA, F. C. Borracha natural e nanocompósitos com argila. Disponível em:<http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/23843/1/S0100-40422009000300024.pdf>. Acesso em maio/2019
  5. Lagarinhos, C. A. «Reciclagem de pneus: análise do impacto da legislação ambiental através da logística reversa» (PDF). Consultado em 1 de junho de 2019 
  6. Lyra, L. LOGÍSTICA REVERSA E GESTÃO AMBIENTAL NA RECICLAGEM OU DESCARTE DE PNEUS. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.funvicpinda.org.br:8080/jspui/bitstream/123456789/359/1/LyraOliveiraNeto.pdf>. Acesso em junho/2019.
  7. LAGARINHOS, C. A. F.  Reciclagem de pneus: análise do impacto da legislação ambiental através da logística reversa. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3133/tde-09032012-140924/publico/Tese_Carlos_A_P_Lagarinhos.pdf. Acesso em junho/2019.