Mostrar código-fonte de Presença de mercúrio em peixes

[[Ficheiro:MercuryFoodChain.svg|miniaturadaimagem| Fontes [[Antropogénico|antrópicas]] próximas, como queima de carvão e mineração de ferro, podem contaminar fontes de água com metilmercúrio, que é eficientemente absorvido nos corpos dos peixes. Através do processo de [[Magnificação trófica|biomagnificação]], os níveis de mercúrio em cada [[Cadeia alimentar|estágio predatório]] sucessivo aumentam.]]

A '''presença de mercúrio em peixes''' é um problema de saúde para as pessoas que as consomen, especialmente para mulheres que estão ou podem engravidar, mães que amamentam e crianças pequenas.<ref>{{Citar web|url=https://www.health.harvard.edu/staying-healthy/what-to-do-about-mercury-in-fish|titulo=What to do about mercury in fish|data=2017-07-28|acessodata=2022-11-04|website=Harvard Health|lingua=en}}</ref> [[Peixe]]s e [[Fruto do mar|mariscos]] concentram [[Mercúrio (elemento químico)|mercúrio]] em seus corpos, muitas vezes na forma de [[Metil mercúrio|metilmercúrio]], um composto organomercúrio altamente tóxico.<ref>{{Citar web|ultimo=Services|primeiro=Department of Health & Human|url=http://www.betterhealth.vic.gov.au/health/healthyliving/mercury-in-fish|titulo=Mercury in fish|acessodata=2022-11-04|website=www.betterhealth.vic.gov.au|lingua=en}}</ref> O elemento é conhecido por [[Bioacumulação|bioacumular]] em humanos, então a bioacumulação em [[Produto do mar|frutos]] do mar é transferida para as populações humanas, onde pode resultar em [[Intoxicação por mercúrio|envenenamento por mercúrio]]. O mercúrio é perigoso tanto para os [[ecossistema]]s naturais como para os seres humanos porque é um [[metal]] conhecido por ser altamente [[Toxicidade|tóxico]], especialmente devido à sua capacidade de danificar o [[sistema nervoso central]].<ref name="park">{{Citar periódico |titulo=Emission and Speciation of Mercury from various Combustion Sources |número=1–2 |ultimo=Park |primeiro=K. S. |ultimo2=Seo |primeiro2=Y.-C. |ano=2008 |paginas=151–156 |doi=10.1016/j.powtec.2007.03.006 |ultimo3=Lee |primeiro3=S.J. |ultimo4=Lee |primeiro4=J.H. |volume=180 |periódico=Powder Technology}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Canada|primeiro=Health|url=https://www.canada.ca/en/health-canada/services/food-nutrition/food-safety/chemical-contaminants/environmental-contaminants/mercury/mercury-fish.html|titulo=Mercury in Fish|data=2007-03-26|acessodata=2022-11-04|website=www.canada.ca}}</ref>

Em ecossistemas de peixes controlados pelo homem, geralmente feitos para a produção comercial de espécies de frutos do mar desejadas, o mercúrio aumenta claramente na cadeia alimentar por meio de peixes que consomem pequenos [[plâncton]]s, bem como por fontes não alimentares, como sedimentos subaquáticos.<ref name="cheng">{{Citar periódico |titulo=Mercury Biomagnification in the Aquaculture Pond Ecosystem in the Pearl River Delta |data=2011 |número=3 |ultimo=Cheng |primeiro=Zhang |paginas=491–499 |doi=10.1007/s00244-010-9641-z |pmid=21290120 |id={{ProQuest|913807855}} |volume=61 |periódico=Archives of Environmental Contamination and Toxicology}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.fda.gov/food/metals-and-your-food/mercury-levels-commercial-fish-and-shellfish-1990-2012 |titulo=Mercury Levels in Commercial Fish and Shellfish (1990-2012) |data=2022-02-25 |acessodata=2022-11-04 |jornal=FDA |ultimo=Nutrition |primeiro=Center for Food Safety and Applied |lingua=en}}</ref>

Os produtos de pescado contêm quantidades variadas de metais pesados, particularmente mercúrio e poluentes solúveis em gordura da poluição da [[Poluição da água|água]] . Espécies de peixes de vida longa e alta na [[cadeia alimentar]], como [[Marlim|espadim]], [[Thunnini|atum]], [[tubarão]], peixe- [[Espadarte|espada]], [[Scomberomorus cavalla|carapau]] e [[Malacanthidae|tilefish]] contêm concentrações mais altas de mercúrio do que outras.<ref name="FDA">{{Citar periódico |url=https://www.fda.gov/food/metals-and-your-food/mercury-levels-commercial-fish-and-shellfish-1990-2012 |titulo=Mercury Levels in Commercial Fish and Shellfish (1990-2012) |data=2022-02-25 |ultimo=Nutrition |primeiro=Center for Food Safety and Applied |lingua=en |periódico=FDA}}</ref> Os cetáceos (baleias e golfinhos) também bioacumulam mercúrio e outros poluentes, de modo que populações que comem carne de baleia, como [[Caça à baleia no Japão|japoneses]], islandeses, noruegueses e [[Caça às baleias nas Ilhas Feroe|faroenses]], também são vulneráveis à ingestão de mercúrio.

== Biomagnificação ==
{{Artigo principal|Biomagnificação}}
O consumo de peixe é de longe a fonte mais significativa de exposição ao mercúrio relacionada à ingestão em humanos e animais.<ref name="EPAMercuryStudyIII">{{Citar livro|url=http://www.epa.gov/ttn/oarpg/t3/reports/volume3.pdf|título=Mercury Study Report to Congress|ultimo=United States Environmental Protection Agency|data=dezembro de 1997|editora=United States Environmental Protection Agency|volume=3|localização=[[Washington, D.C.]]|autorlink=United States Environmental Protection Agency|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110203072220/http://www.epa.gov/ttn/oarpg/t3/reports/volume3.pdf|arquivodata=2011-02-03}}</ref> [[Mercúrio (elemento químico)|O mercúrio]] e [[Metil mercúrio|o metilmercúrio]] estão presentes apenas em concentrações muito pequenas na água do [[Água do mar|mar]]. No entanto, eles são absorvidos, geralmente como metilmercúrio, por [[alga]]s no início da [[cadeia alimentar]]. Esta alga é então comida por peixes e outros organismos superiores na cadeia alimentar. Os peixes absorvem eficientemente o metilmercúrio, mas o excretam muito lentamente.<ref>{{Citar periódico |titulo=Trophic transfer of metals along freshwater food webs: Evidence of cadmium biomagnification in nature |número=5 |ultimo=Croteau |primeiro=M. |ultimo2=Luoma |primeiro2=S. N. |ano=2005 |paginas=1511–1519 |bibcode=2005LimOc..50.1511C |doi=10.4319/lo.2005.50.5.1511 |ultimo3=Stewart |primeiro3=A. R |volume=50 |periódico=Limnol. Oceanogr.}}</ref> O metilmercúrio não é solúvel e, portanto, não é excretado. Em vez disso, ele se acumula, principalmente nas [[Órgão (anatomia)|vísceras]], embora também no tecido muscular.<ref name="cocoros">{{Citar periódico |url=http://www.feedmethefacts.com/wp-content/uploads/2010/04/cocoros_and_cahn_19731.pdf |titulo=Mercury concentrations in fish, plankton and water from three Western Atlantic estuaries |número=6 |ultimo=Cocoros |primeiro=G. |ultimo2=Cahn |primeiro2=P. H. |ano=1973 |paginas=641–647 |doi=10.1111/j.1095-8649.1973.tb04500.x |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140211065046/http://feedmethefacts.com/wp-content/uploads/2010/04/cocoros_and_cahn_19731.pdf |arquivodata=2014-02-11 |ultimo3=Siler |primeiro3=W. |volume=5 |periódico=Journal of Fish Biology}}</ref> Isso resulta na [[bioacumulação]] de mercúrio, em um acúmulo no [[tecido adiposo]] de sucessivos [[Nível trófico|níveis tróficos]]: [[zooplâncton]], [[nécton]] pequeno, peixes maiores e assim por diante.<ref name=":0">{{Citar web|url=https://www.iisd.org/ela/blog/commentary/mercury-humans-humans-need/|titulo=Mercury: What it does to humans and what humans need to do about it|data=2017-09-23|acessodata=2020-07-13|website=IISD Experimental Lakes Area}}</ref> Quanto mais velhos esses peixes se tornam, mais mercúrio eles podem ter absorvido. Qualquer coisa que coma esses peixes dentro da [[cadeia alimentar]] também consome o nível mais alto de mercúrio que os peixes acumularam, incluindo humanos.<ref name=":0" /> Esse processo explica por que peixes predadores, como [[espadarte]] e [[Tubarão|tubarões]], ou pássaros como águias- [[Águia-pesqueira|pescadoras]] e [[águia]]s, têm concentrações mais altas de mercúrio em seus tecidos do que poderiam ser explicadas apenas pela exposição direta. Espécies na cadeia alimentar podem acumular concentrações corporais de mercúrio até dez vezes maiores do que as espécies que consomem. Esse processo é chamado de biomagnificação. Por exemplo, o arenque contém níveis de mercúrio em cerca de 0,1 parte por milhão, enquanto o tubarão contém níveis de mercúrio superiores a 1 parte por milhão.<ref>EPA (U.S. Environmental Protection Agency). 1997. Mercury Study Report to Congress. Vol. IV: An Assessment of Exposure to Mercury in the United States . EPA-452/R-97-006. U.S. Environmental Protection Agency, Office of Air Quality Planning and Standards and Office of Research and Development.</ref>

== Origens da poluição por mercúrio ==

=== Poluição terrestre por mercúrio ===
Existem três tipos de emissão de mercúrio: antropogênica, reemissão e natural, incluindo [[Vulcão|vulcões]] e fontes [[Gradiente geotérmico|geotérmicas]]. As fontes antropogênicas são responsáveis por 30% de todas as emissões, enquanto as fontes naturais são responsáveis por 10% e a reemissão pelos outros 60%. Embora a reemissão represente a maior proporção das emissões, é provável que o mercúrio emitido por essas fontes tenha sido originário de fontes antropogênicas.<ref name="UNEP">{{Citar web|url=http://www.unep.org/PDF/PressReleases/GlobalMercuryAssessment2013.pdf|titulo=Global Mercury Assessment 2013: Sources, Emissions, Releases and Environmental Transport|data=2013|acessodata=18 de abril de 2014|publicado=UNEP Chemicals Branch, Geneva, Switzerland|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140401110408/http://www.unep.org/PDF/PressReleases/GlobalMercuryAssessment2013.pdf|arquivodata=2014-04-01|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://dec.vermont.gov/waste-management/solid/product-stewardship/mercury/fish|titulo=Mercury in Fish {{!}} Department of Environmental Conservation|acessodata=2022-11-04|website=dec.vermont.gov}}</ref>

As fontes antropogênicas incluem queima de carvão, produção de [[cimento]], [[Refinaria de petróleo|refino de petróleo]], mineração de ouro [[Artesão|artesanal]] e em pequena escala, resíduos de produtos de consumo, [[Amálgama de prata|amálgama dental]], [[Processo cloro-álcali|indústria de cloro-álcalis]], produção de [[Cloreto de vinila|cloreto de vinil]] e mineração, [[Fundição (metalurgia)|fundição]] e produção de [[ferro]] e outros metais.<ref name="UNEP"/> A quantidade total de mercúrio liberada pela humanidade em 2010 foi estimada em 1.960 toneladas. A maior parte disso vem da queima de carvão e mineração de ouro, representando 24% e 37% da produção antropogênica total, respectivamente.<ref name="UNEP" />

A reemissão, o maior emissor, ocorre de várias maneiras. É possível que o mercúrio que foi depositado no solo seja reemitido no [[ciclo do mercúrio]] por meio de [[Inundação|inundações]]. Um segundo exemplo de reemissão é um [[incêndio florestal]]; o mercúrio que foi absorvido pela [[Flora|vida vegetal]] é re-liberado na [[atmosfera]]. Embora seja difícil estimar a extensão exata da reemissão de mercúrio, é um importante campo de estudo. Saber com que facilidade e com que frequência o mercúrio emitido anteriormente pode ser liberado nos ajuda a saber quanto tempo levará para que uma redução nas fontes antropogênicas se reflita no meio ambiente. O mercúrio que foi liberado pode encontrar seu caminho para os [[oceano]]s . Um modelo de 2008 estimou a quantidade total de deposição nos oceanos naquele ano em 3.700 toneladas. Estima-se que os [[rio]]s carreguem até 2.420 toneladas.<ref name="UNEP"/> Grande parte do mercúrio depositado nos oceanos é reemitido, no entanto; até 300 toneladas métricas são convertidas em metilmercúrio. Embora apenas 13% disso chegue à cadeia alimentar, ainda são 40 toneladas métricas por ano.<ref name="UNEP" />

Grande parte (cerca de 40%) do mercúrio que eventualmente chega aos peixes se origina em usinas de energia a carvão e usinas de produção de cloro .<ref name="nrdc01">{{Citar web|ultimo=March 10|ultimo2=Menon|primeiro2=2016 Shanti|url=https://www.nrdc.org/stories/mercury-guide|titulo=Mercury Guide|acessodata=2022-07-27|website=NRDC|lingua=en}}</ref> A maior fonte de contaminação por mercúrio nos Estados Unidos são as emissões de usinas de energia movidas a carvão.<ref name="everynyt">{{Citar jornal|ultimo=Dean|primeiro=Cornelia|url=https://www.nytimes.com/2009/08/20/science/earth/20brfs-MERCURYFOUND_BRF.html|titulo=Mercury Found in Every Fish Tested, Scientists Say|data=2009-08-20|acessodata=2022-07-27|website=The New York Times|lingua=en-US|issn=0362-4331}}</ref> As fábricas de produtos químicos de cloro usam mercúrio para extrair cloro do sal, que em muitas partes do mundo é descartado como compostos de mercúrio em águas residuais, embora esse processo tenha sido amplamente substituído pelo processo de célula de membrana economicamente mais viável, que não usa mercúrio. O carvão contém mercúrio como contaminante natural. Quando é acionado para geração de eletricidade, o mercúrio é liberado como fumaça na atmosfera. A maior parte dessa poluição por mercúrio pode ser eliminada se forem instalados dispositivos de controle de poluição.<ref name="nrdc01" />

O mercúrio nos [[Estados Unidos]] frequentemente vem de [[usina]]s de energia, que liberam cerca de 50% das [[Poluição atmosférica|emissões]] de mercúrio do país.<ref name="epa_mats">{{Citar web|url=http://yosemite.epa.gov/opa/admpress.nsf/bd4379a92ceceeac8525735900400c27/bd8b3f37edf5716d8525796d005dd086!OpenDocument|titulo=Mercury and Air Toxics Standard|data=21 de dezembro de 2011|acessodata=7 de abril de 2014|publicado=US EPA|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140327131113/http://yosemite.epa.gov/opa/admpress.nsf/bd4379a92ceceeac8525735900400c27/bd8b3f37edf5716d8525796d005dd086%21OpenDocument|arquivodata=27 de março de 2014|urlmorta=não}}</ref> Em outros países, como [[Gana]], a mineração de ouro requer [[Composto químico|compostos]] de mercúrio, fazendo com que os trabalhadores recebam quantidades significativas de mercúrio enquanto realizam seus trabalhos. Tal mercúrio das minas de ouro é especificamente conhecido por contribuir para a [[Magnificação trófica|biomagnificação]] nas [[Cadeia alimentar|cadeias alimentares]] aquáticas.<ref name="adimado"/>

O mercúrio elementar geralmente vem de usinas de energia [[Carvão mineral|a carvão]], e o mercúrio [[Oxirredução|oxidado]] geralmente vem de [[Incineração|incineradores]] . As usinas termoelétricas a óleo também contribuem com mercúrio para o meio ambiente.<ref name="park"/> A [[Energia (sociedade)|indústria de energia,]] portanto, é um ator-chave na introdução de mercúrio no meio ambiente. Ao abordar a questão da redução da bioacumulação de mercúrio de frutos do mar em escala global, é importante identificar os principais produtores e consumidores de energia cuja troca de energia pode ser a raiz do problema.

=== Poluição aquática por mercúrio ===
A criação de [[Animal aquático|organismos aquáticos]], conhecida como [[Aquacultura|aquicultura]], geralmente envolve ração para peixes que contém mercúrio. Um estudo de Jardine não encontrou nenhuma conexão confiável entre o mercúrio em alimentos para peixes afetando organismos de aquicultura ou organismos aquáticos na natureza.<ref name="jardine">{{Citar periódico |titulo=Mercury Cycling through Finfish Aquaculture within the Lower Bay of Fundy, Canada: Possibilities for Control in Support of the Health of Coastal Communities |data=2007 |ultimo=Jardine |primeiro=Laura |id={{ProQuest|759317881}}}}<templatestyles src="Module:Citation/CS1/styles.css" /></ref> Mesmo assim, o mercúrio de outras fontes pode afetar os organismos cultivados através da aquicultura. Na [[China]], espécies de peixes cultivados, como carpa cabeçuda, [[Carpa-cabeçuda|carpa]] de lama e ''Siniperca chuatsi'', carregavam 90% do teor total de mercúrio em todos os peixes medidos em um estudo de Cheng. Este estudo também concluiu que o mercúrio se bioacumula através das cadeias alimentares mesmo em ambientes de aquicultura controlados. Tanto o mercúrio total quanto a absorção de metilmercúrio foram derivados de sedimentos contendo mercúrio, não principalmente de ração para peixes.<ref name="cheng"/>

O Instituto de Biologia Marinha do Havaí observou que a alimentação de peixes usada na aquicultura geralmente contém [[Metal pesado|metais pesados]], como mercúrio, [[chumbo]] e [[Arsênio|arsênico]], e despachou essas preocupações para organizações como a Organização das [[Organização das Nações Unidas|Nações Unidas]] [[Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura|para Agricultura e Alimentação]].

O mercúrio pode entrar em sistemas de [[água doce]] por fontes pontuais e inundações prolongadas.<ref name=":0"/> No [[Canadá]], o envenenamento por mercúrio em Grassy Narrows provavelmente foi causado por um derramamento em uma fábrica de papel, que é uma fonte pontual. Fontes não pontuais incluem inundações que criam habitats hospitaleiros para [[bactéria]]s que podem converter mercúrio em [[Metil mercúrio|metilmercúrio]], que é a forma tóxica que se bioacumula através das [[Rede trófica|teias alimentares]] aquáticas. Os efeitos dessas diferentes fontes de mercúrio foram estudados na Área Experimental dos Lagos em [[Ontário|Ontário, Canadá]], usando procedimentos de pesquisa, incluindo experimentos com ecossistemas de lagos inteiros e [[biópsia]]s não letais de músculos de peixes.<ref name=":0" />

=== Controlar a saída de fontes de poluição por mercúrio ===
Um estudo liderado por cientistas da Universidade de Harvard e do US Geological Survey determinou que nas próximas décadas haverá um aumento de 50% nos níveis de mercúrio.&nbsp; O estudo também mostra que os aumentos estão ligados através de emissões industriais e não são naturais como se pensava anteriormente.&nbsp; No entanto, ao diminuir as emissões de plantas industriais, a possibilidade de diminuir o alto nível de mercúrio permanece plausível.<ref>{{Citar web|url=http://www.environmentalhealthnews.org/ehs/news/ocean-mercury-increasing|titulo=Big increase in ocean mercury found; study predicts more human threat from fish — Environmental Health News|acessodata=2015-11-23|website=www.environmentalhealthnews.org|arquivourl=https://web.archive.org/web/20151120091703/http://www.environmentalhealthnews.org/ehs/news/ocean-mercury-increasing|arquivodata=2015-11-20|urlmorta=não}}</ref> Várias nações estão atualmente implementando sistemas que detectarão e, portanto, poderão controlar a saída de mercúrio na atmosfera. Dispositivos de controle de poluição do ar (APCDs) foram implementados na [[Coreia do Sul|Coréia do Sul]], pois o [[governo]] está começando a fazer um inventário das fontes de mercúrio. A poluição por mercúrio também pode ser removida por [[Precipitador eletrostático|precipitadores eletrostáticos]] (ESPs). Filtros à base de mangas também são usados em [[fábrica]]s que podem contribuir com mercúrio para o meio ambiente. [[Dessulfuração de gases de combustão|A dessulfurização de gases de combustão]], normalmente usada para eliminar o [[dióxido de enxofre]], também pode ser usada em conjunto com APCDs para remover mercúrio adicional antes que os gases de [[Gás de exaustão|escape]] sejam liberados no meio ambiente.<ref name="park"/> Mesmo assim, países como a Coréia do Sul apenas começaram a usar estoques de fontes de mercúrio, questionando a rapidez com que as medidas antimercúrio serão colocadas nas fábricas.<ref>{{Citar web|ultimo=US EPA|primeiro=OCSPP|url=https://www.epa.gov/mercury/health-effects-exposures-mercury|titulo=Health Effects of Exposures to Mercury|data=2015-09-03|acessodata=2022-11-04|website=www.epa.gov|lingua=en}}</ref>

== Efeitos e resultados na saúde ==

=== Impactos díspares ===
O teor de mercúrio nos peixes não afeta todas as populações igualmente. Certos grupos étnicos, assim como crianças pequenas, são mais propensos a sofrer os efeitos do envenenamento por metilmercúrio. Nos Estados Unidos, Wallace reuniu dados que indicavam que 16,9% das mulheres que se autoidentificam como [[Povos ameríndios|nativas americanas]], asiáticas, das ilhas do Pacífico ou multirraciais excedem a dose de referência recomendada de mercúrio.<ref name="wallace">{{Citar periódico |url=http://pqdtopen.proquest.com/pqdtopen/doc/1269701440.html?FMT=ABS |titulo=Using Information Technology to Reduce a Health Risk: Effect of a Mercury Calculator on Consumer Fish Choices and Test of a Model for Technology Acceptance by Fish Consumers |data=7 de setembro de 2012 |acessodata=8 de abril de 2014 |ultimo=Wallace |primeiro=Sharon D. |paginas=5 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140507031126/http://pqdtopen.proquest.com/pqdtopen/doc/1269701440.html?FMT=ABS |arquivodata=2014-05-07}}</ref> Um estudo feito em crianças [[Ilhas Feroe|das Ilhas Faroé]] no Atlântico Norte mostrou problemas neurológicos decorrentes de mães que consomem carne de [[baleia-piloto]] durante a gravidez<ref name="med_letter">{{Citar periódico |titulo=Mercury in Fish |data=maio de 2010 |número=5 |paginas=1077–1078 |doi=10.1097/AOG.0b013e3181db2783 |volume=115 |periódico=Obstetrics & Gynecology}}</ref> (ver [[Caça às baleias nas Ilhas Feroe|Baleação nas Ilhas Faroé]]). Um artigo do NBER de 2020 descobriu que, na costa da Colômbia, os nascidos durante os períodos em que as capturas de peixes têm alto teor de mercúrio têm piores resultados educacionais e no mercado de trabalho do que os nascidos durante períodos de baixo teor de mercúrio nos peixes.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.nber.org/papers/w26957 |titulo=Is Fish Brain Food or Brain Poison? Sea Surface Temperature, Methyl-mercury and Child Cognitive Development |data=2020 |ultimo=Rosenzweig |primeiro=Mark R |ultimo2=Villagran |primeiro2=Rafael J. Santos |doi=10.3386/w26957}}</ref>

==== Regulação e saúde ====
Embora vários estudos tenham mostrado altas concentrações de mercúrio acumuladas em peixes, casos médicos muitas vezes não são relatados e representam uma dificuldade em correlacionar mercúrio em peixes com envenenamento humano. As questões ambientais abrangem uma ampla gama de áreas, mas os casos médicos associados a poluentes lançados no meio ambiente por fábricas ou áreas de construção causam problemas [[Saúde pública|de saúde pública]] que afetam não apenas o meio ambiente, mas também o bem-estar humano. Substâncias venenosas para o [[corpo humano]] em uma determinada quantidade ou dose podem não causar nenhum sintoma ao longo do tempo. Embora existam limites para a quantidade de qualquer coisa que o corpo pode ter, o mercúrio é um veneno específico que produz sintomas físicos imediatos quando o corpo o acumula durante um período de tempo.&nbsp;

Nos Estados Unidos, a Agência de Proteção Ambiental estima a quantidade de mercúrio no sangue humano que provavelmente não representará resultados [[Morte|fatais]] para a saúde. A agência é responsável por fazer cumprir os regulamentos e políticas que cobrem uma série de tópicos ambientais.<ref>{{Citar periódico |titulo=amounts |número=3 |ultimo=Jorgensen |primeiro=Budtz |ultimo2=Grandjean |primeiro2=P |ano=2007 |paginas=323–327 |doi=10.1289/ehp.9738 |pmc=1849938 |pmid=17431478 |ultimo3=Weihe |primeiro3=P |volume=115 |periódico=Environmental Health Perspectives}}</ref> A análise das concentrações de mercúrio no sangue em mulheres grávidas documentou que a exposição ao metilmercúrio (MeHg) ocorre principalmente através do consumo de peixe.<ref>{{Citar web|ultimo=Weiss|primeiro=Davidson|url=http://pediatrics.aappublications.org/content/113/Supplement_3/1023.full.pdf|titulo=Children}}</ref> O FDA dos EUA recomenda fortemente que mulheres grávidas e crianças pequenas consumam peixe cru. Mulheres grávidas e crianças pequenas muitas vezes não têm um sistema imunológico forte e correm maior risco de doenças transmitidas por alimentos.<ref>{{Citar web|url=https://www.fda.gov/Food/FoodborneIllnessContaminants/Metals/ucm393070.htm|titulo=Eating Fish: What Pregnant Women and Parents Should Know|acessodata=1 de maio de 2018|website=www.fda.gov|publicado=FDA|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170801230600/https://www.fda.gov/Food/FoodborneIllnessContaminants/Metals/ucm393070.htm|arquivodata=1 de agosto de 2017|urlmorta=não}}</ref>

==== Casos médicos e exposição ao mercúrio ====
Nos Estados Unidos, a [[Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos|EPA]] fornece conselhos sobre os níveis de mercúrio que não são fatais em humanos. Os sintomas de exposição a altos níveis de metilmercúrio incluem [[visão]], [[audição]] e fala perturbadas, falta de coordenação e [[fraqueza muscular]] . Estudos médicos examinaram a correlação do consumo de peixe e problemas de saúde. Estudos americanos apresentam evidências do consumo de pescado e seus efeitos no [[desenvolvimento infantil]] . [[Estudo longitudinal|Estudos longitudinais]] concordam que as atividades humanas liberam mercúrio que se acumula na vida marinha.<ref>{{Citar periódico |titulo=Fish Consumption Effects |número=2 |ultimo=Oken |primeiro=Emily |ultimo2=Bellinger |primeiro2=D. C. |ano=2008 |paginas=178–183 |doi=10.1097/MOP.0b013e3282f5614c |pmc=2581505 |pmid=18332715 |volume=20 |periódico=Current Opinion in Pediatrics}}</ref> Abordar as questões do consumo de peixe obriga as autoridades de saúde a reconhecer as fontes de mercúrio no corpo humano. Tribos [[Povos ameríndios|nativas americanas]] específicas são vulneráveis a uma alta exposição ao mercúrio. Estudos determinaram que esses [[Indígenas|povos nativos]] nos Estados Unidos sofrem mais de [[Intoxicação|envenenamento por]] mercúrio e doenças do que qualquer outro grupo de [[Coorte (estatística)|coorte]] no país. Isso se deve ao fato de que o peixe é a principal fonte de proteína. O risco de exposição foi avaliado por meio de um estudo médico, levantando questões [[Poder Judiciário|judiciais]] sobre se a [[saúde pública]] desses grupos é uma prioridade nos Estados Unidos.<ref>{{Citar web|ultimo=O'neill|primeiro=Catherine|url=http://heinonline.org/HOL/Page?handle=hein.journals/staev19&div=8&g_sent=1&collection=journals#84|titulo=Natives|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160304043003/http://heinonline.org/HOL/Page?handle=hein.journals%2Fstaev19&div=8&g_sent=1&collection=journals#84|arquivodata=2016-03-04|urlmorta=não}}</ref>

==== Trabalho e exposição ====
A maioria dos casos que surgem são devidos à exposição ao trabalho ou [[Overdose|intoxicação medicinal]]. Os defensores da justiça ambiental podem relacionar esses casos de mercúrio à quantidade não regulamentada de mercúrio que entra no meio ambiente. Os trabalhadores podem ser expostos ao mercúrio através da fabricação de tubos fluorescentes, [[Processo cloro-álcali|cloroálcalis]] ou [[Etanal|acetaldeído]], entre outros produtos. Fontes antropogênicas e locais onde o mercúrio é liberado ou usado como sólido ou vapor, causa [[fadiga]], [[tontura]], [[hiperidrose]], congestão no peito e perda de habilidades motoras. Quando levado ao hospital, os níveis de [[neurotoxicidade]] já haviam ultrapassado os valores máximos.<ref>{{Citar livro|título=exposure|ultimo=Mahaffey|primeiro=KR|editora=Springer|ano=2005|páginas=1–21|capitulo=Where We Stand on Mercury Pollution and its Health Effects on Regional and Global Scales|doi=10.1007/0-387-24494-8_1|isbn=978-0-387-24493-8}} {{ISBN|9780387244938|9780387244945}}.</ref> Medicamentos de venda livre demonstraram ter vestígios de cloreto mercuroso. Pesquisas médicas relataram que as crianças que receberam doses desses medicamentos experimentaram sintomas físicos como " baba, movimentos irregulares do braço e marcha prejudicada".<ref>{{Citar periódico |titulo=Abnormal neuronal distribution within the cerebral cortex |número=3 |ultimo=Peckham |ultimo2=Choi |primeiro2=B. H. |ano=1988 |paginas=222–6 |doi=10.1007/bf00687768 |pmid=3213424 |volume=76 |periódico=Acta Neuropathologica}}</ref> As exposições a isso resultam em graves deficiências físicas de produtos químicos não regulamentados que são colocados nos produtos. A ingestão de [[laxante]]s que continham cerca de 120&nbsp;mg de cloreto de mercúrio também tem sido casos de toxicidade do mercúrio.<ref>{{Citar periódico |titulo=Human exposures to inorganic mercury |número=5 |ultimo=Weiss |ultimo2=Trip |primeiro2=L |ano=1999 |paginas=400–401 |pmc=1308511 |pmid=10590760 |ultimo3=Mahaffey |primeiro3=K. R. |volume=114 |periódico=Public Health Reports}}</ref>

Mesmo em países como a [[Suécia]], que eliminaram gradualmente o mercúrio na [[Dentista|indústria e na fabricação de odontologia]], quantidades remanescentes de mercúrio ainda existem em [[lago]]s e áreas costeiras. Além disso, as contribuições globais do mercúrio para o meio ambiente também afetam aquele país. Um estudo na Suécia selecionou 127 mulheres que tinham alto nível de consumo de peixe. Cerca de 20% das mulheres selecionadas, após amostras de [[cabelo]] e [[sangue]], excederam a dose de referência recomendada pela [[Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos|EPA]] de 0,1 microgramas de metilmercúrio por quilograma de peso corporal. Além disso, o estudo concluiu que não havia "margem de segurança para efeitos de desenvolvimento neural em fetos"<ref name="bjornberg">{{Citar periódico |titulo=Methyl Mercury Exposure in Swedish Women with High Fish Consumption |data=2005 |número=1–3 |ultimo=Bjornberg |primeiro=K. A. |ultimo2=Vahter |primeiro2=Marie |paginas=45–52 |bibcode=2005ScTEn.341...45B |doi=10.1016/j.scitotenv.2004.09.033 |pmid=15833240 |ultimo3=Grawé |primeiro3=Kierstin Petersson |ultimo4=Berglund |primeiro4=Marika |volume=341 |periódico=Science of the Total Environment}}</ref> sem remover as espécies de peixes agressores das dietas das mulheres. Isso indica que as famílias que pretendem criar filhos devem ter um cuidado especial ao expor seus bebês ainda não nascidos ao mercúrio tóxico por meio de peixes.

As crianças expostas ao mercúrio são particularmente suscetíveis ao [[Intoxicação|envenenamento]], uma vez que a proporção de ingestão de alimentos, água e ar em relação ao peso corporal individual é muito maior do que a dos [[adulto]]s .<ref name="landrigan">{{Citar periódico |titulo=Environmental Justice and the Health of Children |data=2010 |número=2 |ultimo=Landrigan |primeiro=Philip |ultimo2=Rauh |primeiro2=Virginia A. |paginas=178–187 |doi=10.1002/msj.20173 |pmc=6042867 |pmid=20309928 |ultimo3=Galvez |primeiro3=Maida P. |volume=77 |periódico=Mount Sinai Journal of Medicine}}</ref> Além disso, as crianças apresentam um crescimento rápido que as torna mais suscetíveis à exposição prejudicial ao metilmercúrio, bem como às consequências a longo prazo dessa exposição durante [[Desenvolvimento infantil|o desenvolvimento infantil]] .<ref name="landrigan" /> A idade jovem desempenha um papel importante em termos de danos causados pelo mercúrio, e muita literatura sobre mercúrio concentra-se em [[Gravidez|mulheres grávidas]] e precauções específicas destinadas a prevenir a exposição ao mercúrio em jovens. A exposição pré-natal ao metilmercúrio causa problemas [[Comportamento|comportamentais]] em bebês e piora o desempenho nos testes [[Cognição|cognitivos]] . Além disso, Hughner estima que 250.000 mulheres podem estar expondo seus bebês ainda não nascidos a níveis de metilmercúrio acima dos níveis federais recomendados.<ref name="burger2">{{Citar periódico |titulo=Mercury and Selenium Levels in 19 Species of Saltwater Fish from New Jersey as a Function of Species, Size, and Season |data=2011 |número=8 |ultimo=Burger |primeiro=Joanna |ultimo2=Gochfeld |primeiro2=Michael |paginas=1418–1429 |bibcode=2011ScTEn.409.1418B |doi=10.1016/j.scitotenv.2010.12.034 |pmc=4300121 |pmid=21292311 |volume=409 |periódico=Science of the Total Environment}}</ref>

Economicamente, não parece haver diferença na exposição ao mercúrio com base na faixa [[Socioeconomia|socioeconômica]] e na capacidade de comprar peixe no mercado. Um estudo mostra "não há diferenças significativas nos níveis de mercúrio em [[Thunnini|atum]], [[Pomatomus saltatrix|anchova]] e [[linguado]] em função do tipo de loja ou bairro econômico".<ref name="burger">{{Citar periódico |titulo=Mercury in Commercial Fish: Optimizing Individual Choices to Reduce Risk |data=março de 2005 |número=3 |ultimo=Burger |primeiro=Joanna |paginas=266–271 |doi=10.1289/ehp.7315 |jstor=3436038 |pmc=1253750 |pmid=15743713 |volume=113 |periódico=Environmental Health Perspectives}}</ref>

==== Por nação ====
Certos [[Teoria constitutiva do Estado|países]] têm diferenças [[cultura]]is que levam a um maior consumo de peixe e, portanto, a uma maior exposição ao metilmercúrio de [[Produto do mar|frutos]] do mar. Em [[Gana]], a população local tradicionalmente consome grandes quantidades de peixe, levando a quantidades potencialmente perigosas de mercúrio na [[Sistema circulatório|corrente sanguínea]].<ref name="adimado">{{Citar periódico |titulo=Mercury in Human Blood, Urine, Hair, Nail, and Fish from the Ankobra and Tano River Basins in Southwestern Ghana |data=2002 |número=3 |ultimo=Adimado |primeiro=A |paginas=339–46 |doi=10.1007/s001280259 |pmid=11993807 |id={{ProQuest|18913728}} |volume=68 |periódico=Bulletin of Environmental Contamination and Toxicology}}</ref> Na [[Bacia do rio Amazonas|Bacia Amazônica]], durante a [[Estação das chuvas|estação chuvosa]], os peixes [[herbívoro]]s dominam a dieta de 72,2% das mulheres selecionadas de uma determinada [[aldeia]] amazônica. A análise também mostra aumento do teor de mercúrio no cabelo de humanos que comem peixe diariamente na Amazônia.<ref name="dolbec">{{Citar periódico |titulo=Sequential Analysis of Hair Mercury Levels in Relation to Fish Diet of an Amazonian Population, Brazil |data=2001 |número=1–3 |ultimo=Dolbec |primeiro=Julie |ultimo2=Mergler |primeiro2=Donna |paginas=87–97 |bibcode=2001ScTEn.271...87D |doi=10.1016/s0048-9697(00)00835-4 |pmid=11346043 |id={{ProQuest|17890459}} |ultimo3=Larribe |primeiro3=Fabrice |ultimo4=Roulet |primeiro4=Marc |ultimo5=Lebel |primeiro5=Jean |ultimo6=Lucotte |primeiro6=Marc |volume=271 |periódico=Science of the Total Environment}}</ref>

O caso mais grave de envenenamento por mercúrio na história recente ocorreu na cidade japonesa de [[Minamata]], na década de 1950. [[Desastre de Minamata|O envenenamento por Minamata]] demonstrou que a exposição pré -natal e [[Puerpério|pós]] -natal significativa a altos níveis de metilmercúrio causou sérios problemas neurológicos. As vítimas de Minamata também mostraram sinais mais altos do que o normal de [[Transtorno mental|doenças psiquiátricas]], juntamente com essas [[doença]]s causadas por problemas neurológicos subjacentes.<ref name="yorifuji">
{{Citar periódico |url=http://ousar.lib.okayama-u.ac.jp/46964 |titulo=Long-Term Exposure to Methylmercury and Psychiatric Symptoms in Residents of Minamata, Japan |data=2011 |número=5 |ultimo=Yorifuji |primeiro=Takashi |paginas=907–13 |doi=10.1016/j.envint.2011.03.008 |pmid=21470684 |id={{ProQuest|886085497}} |volume=37 |periódico=Environment International}}<templatestyles src="Module:Citation/CS1/styles.css" /></ref>

Uma pesquisa de 2014 do USGS sobre os níveis de mercúrio no sistema de água dos Estados Unidos descobriu que as concentrações de metilmercúrio em peixes eram tipicamente mais altas em áreas úmidas, incluindo os riachos da planície costeira no sudeste. Os níveis de metilmercúrio dos peixes também eram altos no oeste dos EUA, mas apenas em riachos que haviam sido extraídos para mercúrio ou ouro.<ref>Mercury in the nation's streams: levels, trends, and implications Circular 1395By:Dennis A. Wentz, Mark E. Brigham, Lia C. Chasar, Michelle A. Lutz, and David P. Krabbenhoft</ref>

=== Doença de Minamata ===
Na década de 1950, habitantes da cidade litorânea de [[Minamata]], na ilha de [[Kyushu]], no Japão, notaram um comportamento estranho em animais. Os gatos exibiam tremores nervosos, dançavam e gritavam. Dentro de alguns anos, isso foi observado em outros animais; pássaros cairiam do céu. Os sintomas também foram observados em peixes, um importante componente da dieta, especialmente para os pobres. Quando os sintomas humanos começaram a ser notados por volta de 1956, uma investigação começou. A pesca foi oficialmente proibida em 1957. Descobriu-se que a [[Chisso|Chisso Corporation]], uma empresa petroquímica e fabricante de [[plástico]]s como cloreto de [[Cloreto de vinila|vinila]], vinha despejando resíduos de metais pesados no mar há décadas. Eles usaram compostos de mercúrio como catalisadores em suas sínteses. Acredita-se que cerca de 5.000 pessoas foram mortas e talvez 50.000 foram até certo ponto envenenadas por mercúrio. [[Intoxicação por mercúrio|O envenenamento por mercúrio]] em Minamata, no Japão, agora é conhecido como doença de [[Desastre de Minamata|Minamata]].

=== Benefícios do consumo de frutos do mar ===
O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas observou que, considerando todos os perigos e benefícios, o resultado geral de comer peixe nos Estados Unidos provavelmente melhorará a saúde pessoal em vez de prejudicá-la.<ref name="med_letter"/> A faculdade argumenta que os [[Ômega 3|ácidos graxos poliinsaturados ômega-3]] encontrados nos peixes têm um benefício para a saúde que supera os danos do mercúrio ou dos [[Bifenilpoliclorado|bifenilos policlorados]] . Mesmo assim, o Colégio sugeriu limitar o consumo de peixe para mulheres grávidas. Um estudo de risco-benefício que avaliou os riscos do consumo de mercúrio em relação aos benefícios derivados do peixe no Alasca mostrou que os benefícios superam os riscos do consumo de salmão tanto para a saúde cardiovascular quanto para o desenvolvimento neurológico infantil, e que os dados de metilmercúrio para peixes não oleosos precisam ser ser de alta qualidade antes que o risco relativo possa ser identificado com segurança.<ref name="LORETAL">{{Citar periódico |titulo=A Risk-Benefit Analysis of Wild Fish Consumption for Various Species in Alaska Reveals Shortcomings in Data and Monitoring Needs |número=20 |ultimo=Loring |primeiro=Philip A. |ultimo2=Duffy |primeiro2=Lawrence K. |ano=2010 |paginas=4532–41 |bibcode=2010ScTEn.408.4532L |doi=10.1016/j.scitotenv.2010.07.013 |pmid=20673961 |ultimo3=Murray |primeiro3=Maribeth S. |volume=408 |periódico=Science of the Total Environment}}</ref> O [[Seicheles|Seychelles]] Child Development Study rastreou mais de setecentos pares mãe-filho por nove anos e não encontrou problemas neurológicos nas crianças resultantes da exposição pré-natal e pós-natal ao metilmercúrio. Um estudo feito com peixes comercializados em [[Omã]] concluiu que, exceto em alguns casos raros, os peixes disponíveis para consumo apresentavam níveis de mercúrio inferiores aos limites definidos por diversos órgãos de saúde.<ref name="al_mughairi">{{Citar periódico |titulo=Concentration and Exposure Assessment of Mercury in Commercial Fish and Other Seafood Marketed in Oman |data=7 de novembro de 2013 |número=7 |ultimo=Al-Mughairi |primeiro=Sabra |ultimo2=Yesudhason |primeiro2=P |paginas=T1082–90 |doi=10.1111/1750-3841.12150 |pmid=23701530 |ultimo3=Al-Busaidi |primeiro3=M |ultimo4=Al-Waili |primeiro4=A |ultimo5=Al-Rahbi |primeiro5=W. A. |ultimo6=Al-Mazrooei |primeiro6=N |ultimo7=Al-Habsi |primeiro7=S. H. |volume=78 |periódico=Journal of Food Science}}</ref> Alguns, citando esses estudos, sugeriram a criação de alertas de consumo baseados em locais.<ref name="LORDUF">Loring, Philip A., and Lawrence K. Duffy, (2011) "Managing Environmental Risks: The Benefits of a Place-Based Approach." Remote and Rural Health, Vol. 11(3), p.1800, {{Citar web|url=http://www.rrh.org.au/articles/showarticlenew.asp?ArticleID=1800|titulo=Rural and Remote Health|acessodata=2015-03-05|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150406190726/http://www.rrh.org.au/articles/showarticlenew.asp?ArticleID=1800|arquivodata=2015-04-06|urlmorta=não}}
</ref> No entanto, as abordagens locais não levam em consideração casos de envenenamento por mercúrio grave, como o encontrado na doença de [[Desastre de Minamata|Minamata]].

[[Selênio|O selênio]] é um elemento conhecido por neutralizar alguns dos perigos da ingestão de mercúrio.<ref name="burger2"/> Vários estudos foram feitos, como os de [[Nova Jérsia|Nova Jersey]] e [[Suécia]], que levam em consideração os níveis de selênio e mercúrio. Os peixes geralmente contêm selênio em conjunto com mercúrio bioacumulado, o que pode compensar alguns dos perigos associados ao mercúrio ingerido.
{| class="wikitable"
|+Regulamento de Mercúrio do Japão<ref name="lessons">{{Citar web|url=http://www.env.go.jp/chemi/tmms/pr-m/mat01/en_full.pdf|titulo=Lessons from Minamata Disease and Mercury Management in Japan|data=setembro de 2013|acessodata=1 de maio de 2014|publicado=Ministry of Environment, Japan|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131014085305/http://www.env.go.jp/chemi/tmms/pr-m/mat01/en_full.pdf|arquivodata=14 de outubro de 2013|urlmorta=não}}</ref>
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| [[Cosmético]]s
| style="text-align:left" | Lei de Assuntos [[Medicamento|Farmacêuticos]]
| style="text-align:left" | Proibir o uso de mercúrio e seus compostos
|-
| [[Agricultura]]
| Lei de Controle de Produtos Químicos Agrícolas
| style="text-align:left" | Proibir o uso de mercúrio e seus compostos como ingrediente ativo
|-
| Mercadorias domésticas
| Lei sobre o controle de produtos domésticos que contêm substâncias perigosas
| Sem mercúrio em [[adesivo]]s domésticos, [[tinta]]s domésticas, [[cera]] doméstica, [[Graxa (calçado)|graxa para sapatos]], creme para sapatos, [[fralda]]s, babadores, [[Roupa interior|roupas íntimas]], [[luva]]s e [[meia]]s
|-
| Produtos farmacêuticos
| Lei de Assuntos Farmacêuticos
| style="text-align:left" | Nenhum uso de compostos de mercúrio em preparações orais. Nenhum uso de compostos de mercúrio, exceto [[mercurocromo]], como ingrediente ativo. Mercúrio como conservante somente se nenhuma outra opção estiver disponível.
|-
| [[Atmosfera da Terra|Ar]]
| Lei de Controle de Poluição do Ar
| style="text-align:left" | Não mais de 40&nbsp;ng/m <sup>3</sup>
|-
| [[Água]]
| Lei Básica do Meio Ambiente e Lei de Controle da Poluição da Água
| style="text-align:left" | Padrão de qualidade ambiental: não mais que 0,0005&nbsp;mg/L em [[hidrovia]]s e [[Água subterrânea|águas subterrâneas]] . Padrão de efluente: não mais que 0,005&nbsp;mg/L na efluência.
|-
| [[Solo]]
| Lei Básica do Meio Ambiente e Lei de Contramedidas de Contaminação do Solo
| style="text-align:left" | Padrão de qualidade ambiental: não mais que 0,0005&nbsp;solução de amostra mg/L. Padrão de eluição : não mais que 0,0005&nbsp;mg/L. Padrão de conteúdo: não mais que 15&nbsp;mg/kg
|}
== Referências ==
{{Reflist|32em}}

{{Controle de autoridade}}

[[Categoria:Mercúrio (elemento químico)]]
[[Categoria:Poluição por mercúrio]]
[[Categoria:!Wikiconcurso Justiça Climática e Amazônia (artigos)]]