Mostrar código-fonte de Presidência de Javier Milei

{{Info/Governo
 | nome                  = Governo Javier Milei
 | país                  = Argentina
 | brasão                = Coat of arms of Argentina.svg
 | imagem_logo           = 
 | tamanho               = 200px
 | tipo                  = Presidencialismo
 | legislatura           = 
 | imagem_líder          = Javier Milei en el Salón Blanco 2 (cropped).jpg
 | tamanho_líder         = 200px
 | título vice líder     = Vice-presidente
 | vice líder            = [[Victoria Villarruel]]
 | título presidente     = [[Lista de presidentes da Argentina|52.° Presidente da Argentina]]
 | presidente            = Javier Milei
 | eleição               = [[Eleição presidencial na Argentina em 2023|Eleição presidencial de 2023]]
 | período               = 2023 – presente
 | inicio mandato        = 10 de dezembro de 2023
 | duração               = {{Tempo decorrido |ano=2023 |mês=12 |dia=10}}
 | partido               = [[A Liberdade Avança]]
 | oposição              = [[Unión por la Patria (Argentina)|União pela Pátria]]
 | secretários           = 21
 | mulheres              = 3
 | homens                = 5
 | parlamento            = [[Câmara de Deputados da Nação Argentina|Câmara de Deputados]]{{nota de rodapé|Inclui 41 deputados do [[A Liberdade Avança|La Libertad Avanza]], 37 da [[Proposta Republicana|Propuesta Republicana]], e outros 6 deputados de outros partidos.}}
 | lugares_ganhos        = 84
 | total_lugares         = 257
 | cor                   = #4B0082
 | parlamento2           = [[Senado da Nação Argentina|Senado da Nação]]{{nota de rodapé|Inclui 7 senadores do [[A Liberdade Avança|La Libertad Avanza]], 6 da [[Proposta Republicana|Propuesta Republicana]] e 1 do [[:es:Compromiso Tucumán|Compromiso Tucumán]]}}
 | lugares_ganhos2        = 14
 | total_lugares2         = 72
 | cor2                   = #4B0082
 | website               = https://www.casarosada.gob.ar/
 | anterior              = [[Presidência de Alberto Fernández|Alberto Fernández]]<br>(2019–2023)
 | seguinte              = 
}}
{{Javier Milei série}}
A '''presidência de Javier Milei''' ou '''Governo Javier Milei''' começou em 10 de dezembro de 2023, quando [[Javier Milei]] foi empossado para um mandato de quatro anos como [[presidente da Argentina]]. Milei assumiu o cargo ao lado da vice-presidente [[Victoria Villarruel]] após a vitória da coalização [[A Liberdade Avança]] na [[Eleição presidencial na Argentina em 2023|eleição presidencial argentina de 2023]], com 55,65% dos votos no segundo turno contra 44,35% do ex-ministro da Economia, [[Sergio Massa]]. 

Milei foi eleito com o maior total de votos de todos os tempos na Argentina, o maior percentual desde 1973 e o maior desde que a Argentina retornou à democracia em 1983, e em meio à [[Crise cambial argentina de 2018|crise monetária argentina de 2018]], que ainda está em curso.

== Contexto ==

=== Campanha presidencial e eleição de 2023 ===
Em 11 de abril de 2022, Milei anunciou sua candidatura em entrevista ao jornal argentino ''[[Clarín]]''.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Paladini|primeiro=Eduardo|url=https://www.clarin.com/politica/javier-milei-decidio-candidato-presidente-mide-quiere-sumar_0_uXj7e08MMQ.html|titulo=Javier Milei decidió que será candidato a presidente: qué tiene, cuánto mide y a quiénes quiere sumar|data=2022-04-11|acessodata=2023-12-11|website=Clarín|lingua=es|titulotrad=Javier Milei decided that he will be a candidate for president: what he has, how tall he is and who he wants to join|arquivourl=http://web.archive.org/web/20231211001647/https://www.clarin.com/politica/javier-milei-decidio-candidato-presidente-mide-quiere-sumar_0_uXj7e08MMQ.html|arquivodata=2023-12-11|urlmorta=live}}</ref> Milei escolheu [[Victoria Villarruel]], deputada nacional pelo Partido Democrata, como sua companheira de chapa. Villaruel é uma defensora de veteranos do [[Exército Argentino]] e foi acusada de praticar [[revisionismo histórico]] em relação à [[Guerra Suja na Argentina|Guerra Suja,]] ao negar o terrorismo praticado pelo Estado argentino na época.<ref>{{Citar web|url=https://www.estadao.com.br/internacional/ultraliberal-javier-milei-convida-defensora-da-ditadura-para-ser-vice-nas-eleicoes-argentinas/|titulo=Ultraliberal Javier Milei convida defensora da ditadura argentina para ser sua vice nas eleições|acessodata=2023-12-13|website=Estadão|lingua=pt-br}}</ref>

Durante a eleição, Milei subiu constantemente nas pesquisas por defender posições [[Libertarianismo de direita|libertárias]] e [[Populismo de direita|populistas de direita]], à medida que a inflação aumentava e ultrapassava os 100%.<ref>{{Citar jornal|url=https://www.economist.com/the-americas/2023/05/04/javier-milei-an-argentine-libertarian-is-rising-in-the-polls|titulo=Javier Milei, an Argentine libertarian, is rising in the polls|data=2023-05-04|acessodata=2023-12-11|website=The Economist|issn=0013-0613|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230816140736/https://www.economist.com/the-americas/2023/05/04/javier-milei-an-argentine-libertarian-is-rising-in-the-polls|arquivodata=2023-08-16|urlmorta=live}}</ref> Nas [[Eleição presidencial na Argentina em 2023#Resultados (DINE)|eleições primárias na Argentina]] em agosto de 2023, Milei emergiu como o principal candidato com 29,86% dos votos. Devido a estes resultados, a coligação de Milei venceu as suas primeiras eleições e levou pela primeira vez um partido político não afiliado ou relacionado com o [[União Cívica Radical|radicalismo]] ou ao [[peronismo]] a vencer uma eleição presidencial desde a sanção da [[Lei Sáenz Peña]].<ref>{{Citar web|url=https://www.ambito.com/politica/elecciones-2023-los-primeros-resultados-dan-javier-milei-como-el-candidato-mas-votado-n5794449|titulo=Javier Milei es el candidato más votado en las PASO: Massa, segundo y Bullrich ganó su interna|acessodata=2023-12-16|website=www.ambito.com}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://exame.com/mundo/milei-tem-chances-veja-as-viradas-historicas-nas-eleicoes-argentinas-desde-1983/|titulo=Milei tem chances? Veja as viradas históricas nas eleições argentinas desde 1983|data=2023-10-23|acessodata=2023-12-13|website=Exame|lingua=pt-br}}</ref> 

A notícia causou estupor mundial, devido à retumbante virada da Argentina em direção ao [[Liberalismo económico|liberalismo]] e à [[Direita (política)|direita]]. Milei também foi o primeiro candidato a vencer as PASOs sem triunfar na [[Buenos Aires (província)|província de Buenos Aires]], enquanto obteve a vitória em outras 16 províncias, muitas delas bastiões históricos do peronismo.<ref>{{Citar web|ultimo=LPO|url=https://www.lapoliticaonline.com/politica/milei-es-el-candidato-mas-votado-y-juntos-y-el-peronismo-pelean-el-segundo-lugar/|titulo=Milei es el candidato más votado y desplazó al peronismo al tercer lugar|acessodata=2023-12-16|website=www.lapoliticaonline.com|lingua=es-ar}}</ref> Milei obteve seu melhor resultado na província de Salta, onde obteve 49% dos votos. Com estes resultados, sua coligação foi autorizada a participar das eleições presidenciais de 2023.

No dia das [[Eleição presidencial na Argentina em 2023|eleições gerais]], Milei foi o segundo candidato mais votado, obtendo 29,98% dos votos em todo o país, atrás apenas de [[Sergio Massa]], o Ministro da Economia, que representava a atual coalizão [[Unión por la Patria (Argentina)|União pela Pátria]], que obteve 36,68% dos votos. Como nenhum candidato alcançou 45% dos votos ou 40% e mais de 10 pontos de diferença com o segundo lugar, ele se classificou junto com Massa para um segundo turno em 19 de novembro de 2023.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/10/22/sergio-massa-e-javier-milei-vao-disputar-o-2o-turno-na-argentina.ghtml|titulo=Sergio Massa e Javier Milei vão disputar o 2º turno na Argentina|data=2023-10-23|acessodata=2023-12-13|website=G1|lingua=pt-br}}</ref> 

No segundo turno, Milei foi apoiado pelo ex-presidente [[Mauricio Macri]] e pela candidata que ficou em terceiro lugar, [[Patricia Bullrich]], ambos membros da coalizão [[Juntos por el Cambio]].<ref>{{Citar web|ultimo=Craveiro'|primeiro='Rodrigo|url=https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2023/10/5137555-eleicoes-na-argentina-bullrich-e-macri-anunciam-apoio-a-milei.html|titulo=Eleições na Argentina: Bullrich e Macri anunciam apoio a Milei|data=2023-10-26|acessodata=2023-12-13|website=Mundo|lingua=pt-BR}}</ref> Milei respondeu em suas redes sociais publicando a foto de um pato enrolado na bandeira argentina abraçando um leão; uma clara alegoria de Patrícia e dele mesmo; também declarou também que posições neutras favorecem Massa e pediu para os eleitores não votarem em branco.<ref>{{Citar web|ultimo=PODER360|url=https://www.poder360.com.br/internacional/milei-publica-montagem-sobre-apoio-de-bullrich/|titulo=Milei publica montagem sobre apoio de Bullrich|data=2023-10-25|acessodata=2023-12-16|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref> 

Milei permaneceu tecnicamente empatado nas pesquisas com Massa, mas sua chapa presidencial venceu no segundo turno, obtendo 55,65% dos votos contra 44,35% da chapa [[Sergio Massa|Massa]]-Rossi, vencendo na capital [[Buenos Aires]] e em 20 das demais províncias argentinas.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/11/28/argentina-divulga-resultado-final-das-eleicoes-milei-teve-5565percent-e-massa-4435percent.ghtml|titulo=Argentina divulga resultado final das eleições: Milei teve 55,65%, e Massa, 44,35%|data=2023-11-28|acessodata=2023-12-16|website=G1|lingua=pt-br}}</ref> A vitória de Milei demonstrou a forte rejeição do eleitorado ao establishment [[Peronismo|peronista]] e foi comparada à vitória de [[Donald Trump]] nos Estados Unidos e à de [[Jair Bolsonaro]] no Brasil,<ref>{{Citar jornal|ultimo=Bayer|primeiro=Lili|ultimo2=Jones|primeiro2=Sam|url=https://www.theguardian.com/world/2023/nov/20/trump-bolsonaro-javier-milei-argentina-far-right|titulo=Trump and Bolsonaro salute Javier Milei as far right rejoice around the world|data=2023-11-20|acessodata=2023-12-11|website=The Guardian|issn=0261-3077|arquivourl=https://web.archive.org/web/20231206173254/https://www.theguardian.com/world/2023/nov/20/trump-bolsonaro-javier-milei-argentina-far-right|arquivodata=2023-12-06|urlmorta=live|ultimo3=Phillips|primeiro3=Tom|ultimo4=Salomón|primeiro4=Josefina}}</ref><ref>{{Citar jornal|ultimo=Carmo|primeiro=Marcia|ultimo2=Corrêa|primeiro2=Alessandra|url=https://www.bbc.com/mundo/articles/c0v29vlel98o|titulo=Milei presidente: En qué se parece el político argentino a Trump y Bolsonaro|data=2023-11-21|acessodata=2023-11-30|website=BBC Mundo|lingua=es|titulotrad=President Milei: How the Argentine politician is similar to Trump and Bolsonaro|arquivourl=https://web.archive.org/web/20231204192128/https://www.bbc.com/mundo/articles/c0v29vlel98o|arquivodata=2023-12-04|urlmorta=live}}</ref> e vista como uma vitória da extrema-direita global.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Nicas|primeiro=Jack|url=https://www.nytimes.com/2023/11/19/world/americas/argentina-election-javier-milei.html|titulo=Argentina Elects Javier Milei in Victory for Far Right|data=2023-11-19|acessodata=2023-12-11|website=The New York Times|issn=0362-4331}}</ref>

É a primeira vez, desde o estabelecimento do voto popular, secreto e obrigatório em 1912 com a Lei Sáenz Peña, que a coligação política no poder não é composta pelo [[Partido Justicialista]] ou pela [[União Cívica Radical]], os dois partidos mais tradicionais da Argentina. Milei também é o primeiro presidente com [[Libertarianismo de direita|ideais libertários]] na história do país, bem como o primeiro [[economista]] a alcançar essa posição.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.economist.com/the-americas/2023/11/23/javier-milei-will-be-argentinas-first-libertarian-president |título=Javier Milei will be Argentina’s first libertarian president |acessodata=2023-12-16 |periódico=The Economist |issn=0013-0613}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=TÉLAM|url=https://www.telam.com.ar/notas/202311/647130-milei-primer-economista-presidencia.html|titulo=Javier Milei es el primer economista que accede a la Presidencia en la historia argentina|acessodata=2023-12-16|website=www.telam.com.ar|lingua=es-Ar}}</ref>

=== Transição ===
Após o segundo turno, Javier Milei começou a anunciar os membros de seu gabinete. No dia 21 de novembro, encontrou-se com Alberto Fernández na residência presidencial [[Quinta de Olivos]], para dar início à transição.<ref>{{Citar web|url=https://www.sbtnews.com.br/noticia/mundo/266336-milei-e-fernandez-se-encontram-para-dar-inicio-a-transicao-de-governo-na-argentina|titulo=Milei e Fernández se encontram para dar início à transição de governo na Argentina - SBT News|acessodata=2023-12-16|website=www.sbtnews.com.br|lingua=pt-BR}}</ref> No dia 25 de novembro, ligou para o [[Papa Francisco]], que enviou um rosário abençoado a ele e a [[Victoria Villarruel|Victoria Villaruel]]<ref>{{Citar web|url=https://www.dw.com/es/papa-francisco-env%C3%ADa-un-rosario-bendecido-a-javier-milei/a-67552737|titulo=Papa Francisco envía un rosario bendecido a Javier Milei – DW – 25/11/2023|acessodata=2023-12-16|website=dw.com|lingua=es}}</ref>, e no mesmo dia, se comunicou por videochamada com a diretora do [[Fundo Monetário Internacional]] (FMI), [[Kristalina Georgieva|Kristalina Gueorguieva]].<ref>{{Citar web|url=https://noticias.r7.com/economia/milei-e-fmi-discutem-plano-de-ajuste-fiscal-e-programa-monetario-25112023|titulo=Milei e FMI discutem plano de ajuste fiscal e programa monetário|data=2023-11-25|acessodata=2023-12-16|website=R7.com|lingua=pt-br}}</ref>

Em 29 de novembro, Javier Milei e Victoria Villarruel foram proclamados presidente e vice-presidente pelo [[Congresso da Nação Argentina]], enquanto os resultados eleitorais de 19 de novembro foram referendados em ato protocolar.<ref>{{Citar web|url=https://www.lanacion.com.ar/politica/javier-milei-y-victoria-villarruel-en-el-congreso-la-asamblea-legislativa-proclama-la-formula-nid29112023/|titulo=Javier Milei y Victoria Villarruel en el Congreso: la Asamblea Legislativa proclamó la fórmula presidencial|data=2023-11-29|acessodata=2023-12-16|website=LA NACION|lingua=es}}</ref> No dia 8 de dezembro foram confirmados os membros de seu gabinete de ministros: Nicolás Posse ([[Chefe de Gabinete da Nação Argentina]]), Diana Mondino (Relações Exteriores), Sandra Pettovello (Capital Humano), Luis Petri (Defesa), [[Luis Caputo]] (Economia), Guillermo Ferraro (Infraestrutura), Guillermo Francos (Interior), Mariano Cúneo Libarona (Justiça), Mario Russo (Saúde) e [[Patricia Bullrich]] (Segurança).<ref name=":0">{{Citar web|ultimo=deutschewelle|url=https://www.terra.com.br/noticias/quem-sao-os-ministros-de-javier-milei-na-argentina,9f0147519325793f1a77c3c736dd0b91wz3mbmsu.html|titulo=Quem são os ministros de Javier Milei na Argentina|acessodata=2023-12-13|website=Terra|lingua=pt-BR}}</ref>

=== Posse presidencial ===
[[Ficheiro:Javier Milei y Alberto Fernández1.jpg|miniaturadaimagem|Javier Milei em sua posse presidencial recebendo o cajado e a faixa presidencial do ex-presidente [[Alberto Fernández]].]]
{{AP|Posse de Javier Milei}}
Milei foi empossado no cargo de presidente em 10 de dezembro de 2023, às 11h58, no horário argentino, na [[Câmara de Deputados da Nação Argentina|Câmara dos Deputados da Nação]]. Posteriormente, recebeu o cajado e a faixa presidencial do presidente [[Alberto Fernández]].<ref>{{Citar web|ultimo=CNN|primeiro=Da|url=https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/javier-milei-toma-posse-da-presidencia-da-argentina/|titulo=Javier Milei toma posse como presidente da Argentina|acessodata=2023-12-16|website=CNN Brasil}}</ref> Após a posse, o presidente fez um discurso de meia hora nas escadas do Congresso, onde analisou a herança econômica e social que recebeu do governo cessante, ressaltando que "nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que estamos recebendo".<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mundo/blog/sandra-cohen/post/2023/12/10/milei-pintou-o-quadro-catastrofico-da-argentina-e-a-heranca-maldita-para-anunciar-ajuste-e-choque-na-economia.ghtml|titulo=Milei pintou o quadro catastrófico da Argentina e a herança maldita para anunciar ajuste e choque na economia|data=2023-12-10|acessodata=2023-12-16|website=G1|lingua=pt-br}}</ref>
Ele fez um discurso à nação argentina, alertando sobre a necessidade de um choque econômico, o que foi descrito como uma [[Terapia de choque (economia)|terapia de choque]] em termos econômicos. Segundo Milei, este choque econômico seria um meio para resolver os problemas econômicos da Argentina, com a inflação caminhando para os 200%.<ref>{{Citar web|ultimo=reuters|url=https://www.terra.com.br/noticias/mundo/milei-alerta-para-inevitavel-choque-economico-na-argentina-em-discurso-de-posse,94408620460984223b79c72ecdc8c2f9j6y946j4.html|titulo=Milei alerta para inevitável choque econômico na Argentina em discurso de posse|acessodata=2023-12-13|website=Terra|lingua=pt-BR}}</ref>[[Ficheiro:Fórmula presidencial Milei-Villarruel (cropped).png|miniaturadaimagem|Javier Milei em sua posse presidencial ao lado da nova vice-presidente [[Victoria Villarruel]].]]
== Gabinete ==
O gabinete de Milei tomou posse em 10 de dezembro de 2023. Após a renúncia dos demais dirigentes da presidência de [[Alberto Fernández]], Milei indicou os novos os responsáveis pelas pastas existentes. Seu gabinete inclui ministros afiliados à coligação [[A Liberdade Avança]] e à coligação extinta [[Juntos por el Cambio|Juntos pela Mudança]].<ref name="Não_nomeado-20240110215504">{{Citar web|ultimo=deutschewelle|url=https://www.terra.com.br/noticias/quem-sao-os-ministros-de-javier-milei-na-argentina,9f0147519325793f1a77c3c736dd0b91wz3mbmsu.html|titulo=Quem são os ministros de Javier Milei na Argentina|acessodata=2023-12-13|website=Terra|lingua=pt-BR}}</ref>
{| class="wikitable sortable" style="text-align:center"
! colspan="7" style="text-align:center; font-size:100%; color:white; background:purple;" |Gabinete presidencial de Javier Milei
|-
!Ministério
! colspan="2" |Incumbente
!Partido/coligação
!Posse no dia
!Saída no dia
!{{Tooltip|Ref.|Referência(s)}}
|-
| rowspan="2" |[[Chefe de Gabinete da Nação Argentina]]
|[[Ficheiro:Nicolás Posse (cropped).jpg|semmoldura|152x152px]]
|[[Nicolás Posse]]
|([[Político sem partido|Sem partido]])<br />[[A Liberdade Avança]]
|10 de dezembro de 2023
|27 de maio de 2024
|<ref name=":0" /><ref>{{Citar web|ultimo=LPO|url=https://www.lapoliticaonline.com/politica/renuncio-posse-y-asume-francos-tambien-se-va-el-jefe-de-la-afi/|titulo=Renunció Posse y asume Francos como jefe de Gabinete: también se va el jefe de la AFI|acessodata=2024-05-28|website=www.lapoliticaonline.com|lingua=es-ar}}</ref>
|-
|[[Ficheiro:Guillermo Francos (cropped).jpg|semmoldura|122x122px]]
|[[Guillermo Francos]]
|([[Político sem partido|Sem partido]])<br />[[A Liberdade Avança]]
|27 de maio de 2024
|{{N/a|Em exercício}}
|<ref name=":0" /><ref name=":6">{{Citar web|ultimo=Clarín|primeiro=Redacción|url=https://www.clarin.com/politica/javier-milei-acepto-renuncia-nicolas-posse-asume-guillermo-francos-jefe-gabinete_0_4BS47qUBLO.html|titulo=Javier Milei le aceptó la renuncia a Nicolás Posse y asume Guillermo Francos como jefe de Gabinete|data=2024-05-28|acessodata=2024-05-28|website=Clarín|lingua=es}}</ref>
|-
|Capital Humano
|[[Ficheiro:Sandra Pettovello (cropped).jpg|semmoldura|154x154px]]
|[[Sandra Pettovello]]
|([[União do Centro Democrático]])<br />[[A Liberdade Avança]]
|10 de dezembro de 2023
|{{N/a|Em exercício}}
| rowspan="3" |<ref name=":0" />
|-
|[[Ministério da Defesa (Argentina)|Defesa]]
|[[Ficheiro:Luis Petri (cropped).jpg|semmoldura|149x149px]]
|[[Luis Petri]]
|([[União Cívica Radical]])<br />[[A Liberdade Avança]]
|10 de dezembro de 2023
|{{N/a|Em exercício}}
|-
|Economia
|[[Ficheiro:Luis Caputo.jpg|semmoldura|114x114px]]
|[[Luis Caputo]]
|([[Proposta Republicana]])<br />[[A Liberdade Avança]]
|10 de dezembro de 2023
|{{N/a|Em exercício}}
|-
|Infraestrutura (''extinto'')
|[[Ficheiro:Ferraro Dip (cropped).jpg|semmoldura|133x133px]]
|[[Guillermo Ferraro]]
|([[Político sem partido|Sem partido]])<br />[[A Liberdade Avança]]
|10 de dezembro de 2023
|5 de março de 2024
|<ref name=":0" /><ref>{{citar web|url=https://www.boletinoficial.gob.ar/detalleAviso/primera/304250/20240305|titulo=«BOLETIN OFICIAL REPUBLICA ARGENTINA - MINISTERIO DE INFRAESTRUCTURA - Decreto 216/2024».|data=2024-03-05|acessodata=2024-03-09}}</ref>
|-
|Interior<br />''(extinto)''
|[[Ficheiro:Guillermo Francos (cropped).jpg|semmoldura|122x122px]]
|[[Guillermo Francos]]
|([[Político sem partido|Sem partido]])<br />[[A Liberdade Avança]]
|10 de dezembro de 2023
|27 de maio de 2024
|<ref name=":0" /><ref name=":6" />
|-
|Justiça
|[[Ficheiro:Cuneolibaronadip (cropped).jpg|semmoldura|134x134px]]
|[[Mariano Cúneo Libarona]]
|([[Político sem partido|Sem partido]])<br />[[A Liberdade Avança]]
|10 de dezembro de 2023
|{{N/a|Em exercício}}
| rowspan="4" |<ref name=":0" />
|-
|[[Ministério de Relações Exteriores da Argentina|Relações Exteriores]]
|[[Ficheiro:Canciller Diana Elena Mondino en Deciembre 2023 - 1 (cropped).jpg|semmoldura|126x126px]]
|[[Diana Mondino]]
|([[Político sem partido|Sem partido]])<br />[[A Liberdade Avança]]
|10 de dezembro de 2023
|{{N/a|Em exercício}}
|-
|Saúde
|[[Ficheiro:Mario Russo.jpg|semmoldura|124x124px]]
|[[Mario Russo]]
|([[Político sem partido|Sem partido]])<br />[[A Liberdade Avança]]
|10 de dezembro de 2023
|{{N/a|Em exercício}}
|-
|Segurança
|[[Ficheiro:Avelluto y Bullrich abrieron el Curso sobre Protección del Patrimonio Cultural (cropped).jpg|semmoldura|129x129px]]
|[[Patricia Bullrich]]
|[[Proposta Republicana]]
|10 de dezembro de 2023
|{{N/a|Em exercício}}
|-
! colspan="7" style="text-align:center; font-size:100%; color:white; background:purple;" |Secretarias com ''status'' de ministério
|-
|Secretaria Geral da Presidência
||[[Ficheiro:Karina Milei VIVA22.jpg|semmoldura|114x114px]]
|[[Karina Milei]]
|([[Partido Libertário (Argentina)|Partido Libertário]])<br />[[A Liberdade Avança]]
|10 de dezembro de 2023
|{{N/a|Em exercício}}
|<ref>{{Citar web|ultimo=Segundo|primeiro=iG Último|url=https://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2023-12-11/quem-e-karina-milei-secretaria-geral-da-presidencia-argentina.html|titulo=Quem é Karina Milei, irmã do presidente, nomeada secretária-geral|data=2023-12-11|acessodata=2023-12-13|website=Portal iG|lingua=pt-BR}}</ref>
|-
|Secretaria Legal e Técnica
|
|[[Javier Herrera Bravo]]
|{{N/a|–}}
| 1 de janeiro 2023 | 10 de dezembro de 2023
|{{N/a|Em exercício}}
|<ref>{{Citar web|ultimo=Mayol|primeiro=Por Federico|url=https://www.infobae.com/politica/2023/12/07/javier-herrera-bravo-sera-el-secretario-legal-y-tecnico-que-cuidara-la-firma-de-javier-milei/|titulo=Javier Herrera Bravo será el secretario Legal y Técnico que cuidará la firma de Javier Milei|data=2023-12-07|acessodata=2023-12-13|website=infobae|lingua=es-ES}}</ref>
|-
|Secretaria de Comunicação e Imprensa
|
|Eduardo Serenellini
|{{N/a|–}}
|29 de dezembro de 2023
|{{N/a|Em exercício}}
|<ref>{{Citar web|ultimo=Página{{!}}12|url=https://www.pagina12.com.ar/699907-eduardo-serenellini-nuevo-secretario-de-medios|titulo=Eduardo Serenellini, nuevo secretario de Medios {{!}} Reemplaza a Belén Stettler, que duró 19 días en el cargo|data=2023-12-30|acessodata=2024-03-08|website=PAGINA12|lingua=es}}</ref>
|}

== Medidas tomadas pelo Executivo ==
Ao assumir a presidência, Milei assinou 13 decretos, a maioria relacionado a nomeação de membros do seu gabinete, um dos quais serviu para nomear o Chefe de Gabinete da Nação Argentina<ref>{{Citar web|url=https://www.boletinoficial.gob.ar/detalleAviso/primera/300720|titulo=BOLETIN OFICIAL REPUBLICA ARGENTINA - JEFATURA DE GABINETE DE MINISTROS - Decreto 1/2023|acessodata=2023-12-13|website=www.boletinoficial.gob.ar}}</ref> e os ministros do Interior, das Relações Exteriores, da Defesa, da Economia, da Segurança e da Saúde. Com o decreto nº 1 ao nº 7, nomeou Guillermo Francos<ref>{{Citar web|url=https://www.boletinoficial.gob.ar/detalleAviso/primera/300721|titulo=BOLETIN OFICIAL REPUBLICA ARGENTINA - MINISTERIO DEL INTERIOR - Decreto 2/2023|acessodata=2023-12-13|website=www.boletinoficial.gob.ar}}</ref>, [[Diana Mondino]]<ref>{{Citar web|url=https://www.boletinoficial.gob.ar/detalleAviso/primera/300722|titulo=BOLETIN OFICIAL REPUBLICA ARGENTINA - MINISTERIO DE RELACIONES EXTERIORES, COMERCIO INTERNACIONAL Y CULTO - Decreto 3/2023|acessodata=2023-12-13|website=www.boletinoficial.gob.ar}}</ref>, Luis Petri<ref>{{Citar web|url=https://www.boletinoficial.gob.ar/detalleAviso/primera/300723|titulo=BOLETIN OFICIAL REPUBLICA ARGENTINA - MINISTERIO DE DEFENSA - Decreto 4/2023|acessodata=2023-12-13|website=www.boletinoficial.gob.ar}}</ref>, [[Luis Caputo]]<ref name=":1">{{Citar web|url=https://www.boletinoficial.gob.ar/detalleAviso/primera/300724|titulo=BOLETIN OFICIAL REPUBLICA ARGENTINA - MINISTERIO DE ECONOMÍA - Decreto 5/2023|acessodata=2023-12-13|website=www.boletinoficial.gob.ar}}</ref>, [[Patricia Bullrich]]<ref>{{Citar web|url=https://www.boletinoficial.gob.ar/detalleAviso/primera/300725|titulo=BOLETIN OFICIAL REPUBLICA ARGENTINA - MINISTERIO DE SEGURIDAD - Decreto 6/2023|acessodata=2023-12-13|website=www.boletinoficial.gob.ar}}</ref>, e Mario Russo<ref>{{Citar web|url=https://www.boletinoficial.gob.ar/detalleAviso/primera/300726|titulo=BOLETIN OFICIAL REPUBLICA ARGENTINA - MINISTERIO DE SALUD - Decreto 7/2023|acessodata=2023-12-13|website=www.boletinoficial.gob.ar}}</ref> para seu gabinete presidencial.

Em 10 de dezembro, com seu 8º decreto (o primeiro como presidente da Argentina), modificou a lei e reduziu os dezoito ministérios governamentais existentes para nove.<ref name=":2">{{Citar web|url=https://www.boletinoficial.gob.ar/detalleAviso/primera/300727|titulo=BOLETIN OFICIAL REPUBLICA ARGENTINA - LEY DE MINISTERIOS - Decreto 8/2023|acessodata=2023-12-13|website=www.boletinoficial.gob.ar}}</ref> Com os decretos nº 9 a 11, nomeou Mariano Cúneo Libarona para o ministério da Justiça, Guillermo Ferraro ao da Infraestrutura e Sandra Pettovello para o Capital Humano.<ref name="Não_nomeado-20240110215504"/> Seu 12º decreto removeu o impedimento assinado pelo ex-presidente [[Mauricio Macri]] que ditava sobre a indicação de parentes no estado Argentino.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/12/11/milei-derruba-regra-que-impedia-nepotismo-e-indica-a-irma-para-o-primeiro-escalao-veja-primeiros-decretos-do-presidente-da-argentina.ghtml|titulo=Milei derruba regra que impedia nepotismo e nomeia a irmã para o primeiro escalão; veja primeiros decretos do presidente da Argentina|data=2023-12-11|acessodata=2023-12-13|website=G1|lingua=pt-br}}</ref> Seu 13º decreto nomeou sua irmã, [[Karina Milei]], para o cargo de Secretária Geral da Presidência.<ref>{{Citar web|url=https://www.boletinoficial.gob.ar/detalleAviso/primera/300732|titulo=BOLETIN OFICIAL REPUBLICA ARGENTINA - SECRETARÍA GENERAL - Decreto 13/2023|acessodata=2023-12-13|website=www.boletinoficial.gob.ar}}</ref>

Após uma série de informações sobre reuniões interministeriais que eram realizadas na [[Casa Rosada]] terem sido vazadas, Milei decide demitir Guillermo Ferraro do Ministério da Infraestrutura da Argentina em 25 de janeiro de 2024, sendo este o primeiro ministro a cair de seu governo. Outra razão que motivou a demissão de Ferraro foram as desavenças que o mesmo tinha com Nicolás Posse, ministro-chefe da Casa Civil e figura de confiança do próprio presidente.<ref>{{Citar web|ultimo=PODER360|url=https://www.poder360.com.br/internacional/apos-vazamento-de-reunioes-milei-demite-ministro-diz-jornal/|titulo=Após vazamento de reuniões, Milei demite ministro, diz jornal|data=2024-01-26|acessodata=2024-01-26|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref> Na mesma semana, Milei anunciou que a pasta iria ser incorporada ao Ministério da Economia.<ref>{{Citar web|ultimo=O TEMPO|url=https://www.otempo.com.br/mundo/milei-demite-ministro-e-elimina-sua-pasta-em-menos-de-2-meses-de-governo-1.3319806|titulo=Milei demite ministro e elimina sua pasta em menos de 2 meses de governo|data=2024-01-27|acessodata=2024-01-27|website=[[O Tempo (jornal)|O Tempo]]|lingua=pt-br}}</ref>

Em 27 de maio de 2024, Milei aceitou a renúncia de Nicolás Posse do cargo de chefe de gabinete da Nação Argentina. Quem assume em seu lugar é o ex-ministro do Interior Guillermo Francos.<ref name=":6" />

== Política interna ==

=== Economia ===
Em seu primeiro discurso como Presidente da Nação, Javier Milei afirmou que "nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que estamos recebendo".<ref>{{Citar web|ultimo=perfilbrasil|url=https://www.terra.com.br/noticias/nenhum-governo-recebeu-uma-heranca-pior-do-que-a-que-estamos-recebendo-diz-milei-no-primeiro-discurso-como-presidente,462c8bf99d540e1a290b73730e65858awpt73uff.html|titulo="Nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que estamos recebendo", diz Milei no primeiro discurso como presidente|acessodata=2023-12-16|website=Terra|lingua=pt-BR}}</ref> Referindo-se aos "déficits gêmeos de 17 pontos do PIB" (relativos ao déficit primário e financeiro), ele mencionou uma inflação de 157,5% ao ano, uma dívida bruta do setor público de US$419,2 bilhões, reservas brutas no [[Banco Central da República Argentina|Banco Central]] de US$21,1 bilhões e uma dívida em Leliq de $23 trilhões de pesos, o que gera "uma emissão de mais de $2 trilhões por mês em juros".<ref>{{Citar web|url=https://www.lanacion.com.ar/sociedad/la-argentina-en-grave-crisis-esta-es-la-pesada-herencia-que-debera-gestionar-javier-milei-nid09122023/|titulo=La Argentina, en grave crisis. Esta es la pesada herencia que deberá gestionar Javier Milei|data=2023-12-10|acessodata=2023-12-16|website=LA NACION|lingua=es}}</ref> Milei sempre defendeu, durante a campanha eleitoral, medidas de choque e um forte ajuste no [[setor público]]. O ministro da economia designado é [[Luis Caputo]]<ref name=":1" />, e o presidente do Banco Central da República Argentina designado é Santiago Bausili.<ref>{{Citar web|url=https://www.boletinoficial.gob.ar/detalleAviso/primera/300747|titulo=BOLETIN OFICIAL REPUBLICA ARGENTINA - BANCO CENTRAL DE LA REPÚBLICA ARGENTINA - Decreto 19/2023|acessodata=2023-12-16|website=www.boletinoficial.gob.ar}}</ref>

=== Reforma do Estado ===
Para reduzir o [[Défice público|déficit fiscal]], Milei propôs uma [[Austeridade|política de austeridade]] focada na redução do orçamento das organizações públicas nacionais, com o objetivo de reduzir 5 pontos do PIB em gastos públicos, o que representa o atual déficit orçamental do Estado argentino.<ref>{{Citar web|ultimo=PODER360|url=https://www.poder360.com.br/internacional/milei-toma-posse-na-argentina-e-diz-ter-recebido-pior-heranca/|titulo=Milei toma posse na Argentina e diz ter recebido "pior herança"|data=2023-12-10|acessodata=2023-12-16|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref> A primeira medida, ao chegar ao gabinete presidencial após sua posse, foi a assinatura do Decreto 8/2023<ref name=":2" />, que reduziu o número de ministérios de 18 para 9, o número de [[Secretaria de Estado|secretarias]], de 106 para 54 e o número de subsecretarias, de 182 a 140.<ref>{{Citar web|ultimo=Agências|url=https://www.otempo.com.br/mundo/milei-suspende-propaganda-oficial-na-argentina-e-corta-34-dos-cargos-publicos-1.3292390|titulo=Milei suspende propaganda oficial na Argentina e corta 34% dos cargos públicos {{!}} O TEMPO|data=2023-12-12|acessodata=2023-12-16|website=www.otempo.com.br|lingua=pt-BR}}</ref> Milei também ordenou o fim do [[Home office]] (e a exigência de trabalho 100% presencial) para funcionários públicos e a revisão de despesas e contratações de todos os ministérios restantes que foram realizadas no último ano, com o objetivo de “constatar contratações irregulares”.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/12/12/fim-do-home-office-e-revisao-de-cargos-e-contratos-publicos-como-foi-o-1o-dia-de-trabalho-de-javier-milei.ghtml|titulo=Fim do home office e revisão de cargos e contratos públicos: como foi o 1º dia de trabalho de Javier Milei|data=2023-12-12|acessodata=2023-12-16|website=G1|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=PODER360|url=https://www.poder360.com.br/internacional/milei-pede-revisao-de-nomeacoes-feitas-durante-governo-de-fernandez/|titulo=Milei pede revisão de nomeações feitas durante governo de Fernández|data=2023-12-11|acessodata=2023-12-16|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref> Também foi anunciada a não renovação de contratos de trabalho do Estado com menos de um ano de vigência.<ref name="Não_nomeado_2-20240110215504">{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/12/13/plano-motosserra-os-9-pontos-do-ajuste-fiscal-que-o-governo-milei-anunciou-na-argentina.ghtml|titulo='Plano Motosserra': os 9 pontos do ajuste fiscal que o governo Milei anunciou na Argentina|data=2023-12-13|acessodata=2023-12-16|website=G1|lingua=pt-br}}</ref>

Em dezembro de 2023, foi anunciado pelo porta-voz de Milei, Manuel Adorni, um corte orçamentário avaliado em US$3 bilhões anuais em "despesas operacionais", o que incluiria a redução da frota de carros presidenciais, a venda de dois aviões da empresa [[Yacimientos Petrolíferos Fiscales|YPF]], a redução de motoristas de funcionários públicos para 50% e a redução da manutenção de pinturas da residência oficial.<ref>{{Citar web|ultimo=PODER360|url=https://www.poder360.com.br/internacional/argentina-anuncia-venda-de-carros-e-avioes-da-frota-presidencial/|titulo=Argentina anuncia venda de carros e aviões da frota presidencial|data=2023-12-16|acessodata=2023-12-16|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref> No mesmo mês, por meio do Decreto 84/2023<ref>{{Citar web|url=https://www.argentina.gob.ar/|titulo=Argentina.gob.ar|acessodata=2023-12-27|website=Argentina.gob.ar|lingua=es}}</ref>, Milei anunciou que não renovará o contrato de 7 mil funcionários públicos que ingressaram no Estado Argentino no ano de 2023.<ref>{{Citar web|ultimo=perfilbrasil|url=https://www.terra.com.br/noticias/milei-nao-renovara-contrato-de-7-mil-funcionarios-publicos,256539144af26f1f34eb0a5c606554c13409mhfz.html|titulo=Milei não renovará contrato de 7 mil funcionários públicos|acessodata=2023-12-27|website=Terra|lingua=pt-BR}}</ref>

=== Medidas econômicas ===
No dia 12 de dezembro, o ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou um pacote de ajustes com o objetivo de “neutralizar a crise e estabilizar as variáveis econômicas”, apelidado pela imprensa argentina de Plano Motosserra (uma referência à [[motosserra]] que Milei utilizou em sua campanha eleitoral e o simbolismo que a mesma carrega com o corte de gastos). Entre as medidas elencadas, estão a suspensão da publicidade do governo por um período de um ano (em 2023 foram gastos 34 bilhões de pesos com este tipo de propaganda), a redução ao mínimo possível das transferências do Estado nacional para as províncias, a suspensão das licitações de obras públicas e o cancelamento das que não foram iniciadas (anunciando que estas serão realizadas pela iniciativa privada), a redução dos [[Subsídio|subsídios]] às tarifas de energia e transportes e a desvalorização do peso (US$1 dólar passará a valer 800 pesos).<ref name="Não_nomeado_2-20240110215504"/> Junto a isso, o governo também anunciou o aumento temporário do Imposto PAIS (que é emergencial e tem como foco tributar a compra de moedas estrangeiras). Este aumento irá incidir exclusivamente nas importações e retenções sobre exportações não agrícolas. Foi também anunciado que, posteriormente, todos os direitos de exportação serão eliminados, por considerarem que “prejudicam o desenvolvimento”.<ref>{{Citar web|url=https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2023/12/13/apos-pacote-fiscal-governo-milei-quer-mexer-no-imposto-de-renda-e-na-aposentadoria.ghtml|titulo=Após pacote fiscal, governo Milei quer mexer no Imposto de Renda e na aposentadoria|data=2023-12-13|acessodata=2024-03-08|website=O Globo|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Barca|primeiro=Juan Manuel|url=https://www.clarin.com/economia/luis-caputo-anuncia-primeras-medidas-economicas-gobierno-javier-milei_0_NSmKAzo4F6.html|titulo=Arranca el ajuste de Javier Milei: dólar oficial a $ 800, suben la luz y el gas, y habrá cambios en jubilaciones|data=2023-12-12|acessodata=2024-03-08|website=Clarín|lingua=es}}</ref>

=== Decreto de Necessidade e Urgência ===
{{AP|Decreto 70/2023}}
Em 20 de dezembro de 2023, Milei anunciou um 'decretaço' em que modifica ou revoga mais de 350 normas, permitindo a desregulamentação da economia argentina. O texto, publicado por meio de um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), entrou em vigor no dia seguinte, dia 21. Entre as principais medidas, estão:

# A revogação da Lei do Aluguel, que estabelecia contratos de três anos e a proibição de acordos que fossem feitos em dólares. Com a mudança, os contratos terão dois anos e poderão ser negociados na moeda estrangeira. Também houve a revogação da Lei de Abastecimento, da Lei das Gôndolas, da Lei Nacional de Compras, da Lei de Promoção Industrial, da Lei de Promoção Comercial, da Lei de Terras, e também a revogação do Observatório de Preços do Ministério da Economia. A regulamentação que impedia a privatização de empresas públicas também foi revogada junto ao regime das empresas estatais.<ref name=":3">{{Citar web|url=https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/12/21/reforma-trabalhista-privatizacoes-alugueis-os-principais-pontos-do-decreto-de-milei.ghtml|titulo=Reforma trabalhista, privatizações, aluguéis: os principais pontos do decreto de Milei|data=2023-12-21|acessodata=2023-12-21|website=G1|lingua=pt-br}}</ref>
# A “transformação de todas as empresas estatais em [[Sociedade anónima|sociedades anônimas]] para posterior privatização”.<ref name=":3" />
# A modificação da Lei de Combate ao Fogo, do Código Civil e Comercial para reforçar o princípio da liberdade contratual entre as partes, a modificação do marco regulatório de medicamentos pré-pagos e obras sociais e a modificação da Lei das Sociedades por Ações para que os clubes de futebol possam se tornar corporações.<ref name=":3" />
# Reforma trabalhista: limitação do [[Greve|direito à greve]] (trabalhadores de setores essenciais como saúde, educação, transporte e telecomunicações só poderão entrar em greve caso 75% dos serviços sejam mantidos)<ref name=":4">{{Citar web|url=https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/12/21/javier-milei-anuncia-decreto-com-mais-de-360-medidas-para-desregulamentar-a-economia.ghtml|titulo=Javier Milei anuncia decreto com mais de 360 medidas para desregulamentar a economia|data=2023-12-22|acessodata=2023-12-24|website=G1|lingua=pt-br}}</ref>, prorrogação do [[Contrato de experiência|período de experiência]] de três a oito meses (sendo que este contrato pode ser encerrado por qualquer uma das partes a qualquer momento, sem o direito à indenização)<ref name=":4" /><ref>{{Citar web|url=https://tn.com.ar/politica/2023/12/20/el-dnu-de-milei-incluye-la-extension-del-periodo-de-prueba-laboral-de-3-a-8-meses/|titulo=El DNU de Milei incluye la extensión del período de prueba laboral de 3 a 8 meses|data=2023-12-21|acessodata=2023-12-21|website=Todo Noticias|lingua=es}}</ref> e a redução geral de [[Indenização compensatória|indenizações]] (uma mudança no cálculo, no qual o trabalhador demitido receberá um mês de salário para cada ano trabalhado - atualmente, o trabalhador argentino tem direito à uma série de benefícios extras).<ref name=":4" /><ref>{{Citar web|url=https://www.lanacion.com.ar/politica/la-reforma-laboral-por-decreto-de-javier-milei-limites-al-derecho-a-huelga-cambios-en-las-nid21122023/|titulo=La reforma laboral por decreto de Javier Milei: límites al derecho a huelga, cambios en las indemnizaciones y un golpe a la caja sindical|data=2023-12-21|acessodata=2023-12-21|website=LA NACION|lingua=es}}</ref>
# Reforma do Código Aduaneiro para facilitar o comércio internacional.<ref name=":3" />

Sessões extraordinárias do [[Congresso da Nação Argentina|Congresso Nacional]] também foram convocadas para discutir este decreto proposto por Milei.<ref>{{Citar web|url=https://www.lanacion.com.ar/politica/cadena-nacional-javier-milei-anuncia-detalles-del-dnu-para-desregularizar-la-economia-nid20122023/|titulo=Javier Milei dispuso por decreto una masiva reforma de leyes y regulaciones económicas|data=2023-12-21|acessodata=2023-12-21|website=LA NACION|lingua=es}}</ref> Assim que foi anunciado, protestos foram registrados em vários pontos do país, como [[Panelaço|panelaços]] na cidade de [[Buenos Aires]] e grandes manifestações nas portas do Congresso.<ref>{{Citar web|ultimo=PODER360|url=https://www.poder360.com.br/internacional/argentinos-fazem-panelaco-contra-super-pacote-economico-de-milei/|titulo=Argentinos fazem panelaço contra super pacote econômico de Milei|data=2023-12-21|acessodata=2023-12-21|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref> Especialistas em direito constitucional afirmam que o decreto não atende aos requisitos exigidos pela [[Constituição argentina|Constituição Nacional da Argentina]].<ref>{{Citar web|url=https://www.lanacion.com.ar/politica/duras-criticas-de-constitucionalistas-al-megadecreto-de-javier-milei-sostienen-que-avanzo-sobre-nid20122023/|titulo=Duras críticas de constitucionalistas al megadecreto de Javier Milei: sostienen que avanzó sobre facultades exclusivas del Congreso|data=2023-12-21|acessodata=2023-12-24|website=LA NACION|lingua=es}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Santoro|primeiro=Daniel|url=https://www.clarin.com/politica/constitucionalistas-polemizan-uso-dnus-parte-javier-milei-desregular-economia_0_UIJi3LXWg9.html|titulo=Constitucionalistas polemizan por el uso de DNU por parte de Javier Milei para desregular la economía|data=2023-12-21|acessodata=2023-12-24|website=Clarín|lingua=es}}</ref>, levando ao questionamento da constitucionalidade do mesmo. A organização social Observatório do Direito a Cidade entrou com um recurso para que o 'decretaço' fosse anulado na Justiça Argentina, que aceitou o pedido e irá analisá-lo.<ref>{{Citar web|ultimo=redacaoterra|url=https://www.terra.com.br/noticias/mundo/america-latina/justica-vai-analisar-decretaco-de-milei-que-revoga-centenas-de-leis-na-economia,bfe63e56bd06640e97372795b4736793rlhyk694.html|titulo=Justiça vai analisar 'decretaço' de Milei que revoga centenas de leis na economia|acessodata=2023-12-24|website=Terra|lingua=pt-BR}}</ref>

Milei afirmou que fará um plebiscito sobre seu DNU (Decreto de Necessidade e Urgência) caso o mesmo seja rejeitado pelo Congresso, embora os resultados de um plebiscito não sejam vinculativos caso sejam convocados pelo Presidente da República; sendo esta uma prerrogativa exclusiva do legislativo argentino.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mundo/blog/sandra-cohen/post/2023/12/27/ate-onde-milei-pode-ir-com-a-ameaca-de-aprovar-seu-megadecreto-por-plebiscito.ghtml|titulo=Até onde Milei pode ir com a ameaça de aprovar seu megadecreto por plebiscito?|data=2023-12-27|acessodata=2023-12-27|website=G1|lingua=pt-br}}</ref> Em 14 de março de 2024, o decretaço foi rejeitado pelo [[Senado da Nação Argentina]], quando obteve 42 votos contrários, 25 votos favoráveis, 4 abstenções e uma ausência. Inicialmente, Milei não queria que o decretaço fosse votado pelo Senado, mas a discussão e a votação foi convocada mesmo assim pela vice-presidente [[Victoria Villarruel|Victoria Villaruel]], também presidente do Senado. Apesar desta decisão, o DNU irá seguir para a Câmara dos Deputados e continuará valendo devido à medida provisória. Depois da rejeição do DNU pelo Senado, o gabinete de governo postou uma nota no [[Twitter|X]] (antigo Twitter) criticando a decisão e repetindo um discurso de Milei que foi direcionado aos legisladores:

''"O presidente apresentou duas alternativas, o acordo ou o confronto. Chegou o momento da classe politica decidir de que lado da história quer ficar".'' <ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/03/14/senado-da-argentina-decretaco.ghtml|titulo=Senado argentino rejeita ‘decretaço’ de Milei|data=2024-03-14|acessodata=2024-03-15|website=G1|lingua=pt-br}}</ref>

=== Lei Ônibus ===
{{Main|Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos}}Junto com o anúncio do decreto, Milei enviou ao Congresso da Nação Argentina um pacote de leis com uma série de reformas no Estado argentino; estas sendo de caráter econômico, eleitoral e penal. O documento, chamado de "Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos" possui cerca de 183 páginas e 664 artigos, e por seu tamanho e abrangência, é conhecida como "Lei Ônibus" (''Ley ómnibus''). Além das inúmeras reformas, o texto declara "emergência pública em questões econômicas, financeiras, fiscais, previdenciárias, de segurança, administrativas e sociais" até dezembro de 2025, com possibilidade de prorrogação por dois anos. 

Alguns dos pontos centrais dessa lei são:

# Privatizações de 41 empresas estatais, entre elas, as [[Aerolíneas Argentinas]], o [[Banco de la Nación Argentina|Banco de la Nación]] e a [[Yacimientos Petrolíferos Fiscales]] (YPF). 
# Desregulação de diversos setores; como o fim da regulação do preço de livros.
# Aposentadoria - haverá mudança em relação ao cálculo anterior de reajuste; embora uma nova fórmula não tenha sido estabelecida. O texto afirma que o Poder Executivo poderá realizar aumentos periódicos para atender de forma prioritária os beneficiários que possuem aposentadorias menores.
# A criminalização de [[Manifestação|manifestações]] ou reuniões de 3 ou mais pessoas com o objetivo de impedir ou dificultar o funcionamento dos [[Transporte terrestre|transportes terrestres]], [[Transporte hidroviário|aquáticos]] ou [[Transporte aéreo|aéreos]]. Também se aplica ao impedimento dos serviços públicos de comunicações e do fornecimento de água e eletricidade. A pena para quem infringir a legislação será de 1 a 3 anos de prisão.<ref name=":5">{{Citar web|ultimo=PODER360|url=https://www.poder360.com.br/internacional/milei-envia-ao-congresso-pacote-que-amplia-reforma-do-estado/|titulo=Milei envia ao Congresso pacote que amplia reforma do Estado|data=2023-12-27|acessodata=2023-12-28|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref>
No dia 24 de janeiro de 2024, o governo obteve as assinaturas necessárias para aprovar o parecer inicial desta lei. O projeto foi debatido na [[Câmara de Deputados da Nação Argentina|Câmara de Deputados]] e aprovado no dia 2 de fevereiro, com 144 votos positivos e 109 votos negativos, após uma maratona de debates que durou cerca de três dias. Além da própria bancada do La Libertad Avanza, o projeto também teve apoio total dos blocos [[Proposta Republicana]], Innovación Federal e quase todos os deputados do [[União Cívica Radical]] e o Hacemos Coalición Federal. No entanto, o texto foi desfigurado durante as negociações e a sua versão final perdeu metade de seu conteúdo original.<ref>{{Citar web|url=https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2024/02/02/camara-da-argentina-aprova-lei-onibus-de-milei.ghtml|titulo=Câmara de Deputados da Argentina aprova versão geral de 'Lei Ônibus' de Milei|data=2024-02-02|acessodata=2024-03-08|website=O Globo|lingua=pt-br}}</ref> 

No dia 6 de fevereiro de 2024, a Câmara começou a votar nos artigos individuais da Lei Ônibus e o governo passou a sofrer derrotas maciças, perdendo apoio de deputados de províncias leais à governadores [[Peronismo|peronistas]]. O governo, esperando e temendo uma possível rejeição do artigo que fala sobre as privatizações, decidiu interromper a votação do projeto, encerrar o debate e enviá-lo de volta à comissão, para que este pudesse ser debatido do zero. Embora Milei tivesse obtido a aprovação para governar por decreto por pelo menos um ano, a oposição colocou limitações neste poder delegado ao presidente.<ref>{{Citar web|url=https://www.perfil.com/noticias/politica/diputados-arranca-fase-final-ley-omnibus-votacion-en-particular-dudas-en-articulos-claves.phtml|titulo=Revés para el Gobierno: la oposición limita las facultades del Milei y la ley ómnibus vuelve a comisión|data=2024-02-06|acessodata=2024-03-08|website=Perfil|lingua=es}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Anhanguera|primeiro=O.|url=https://www.oanhanguera.com.br/noticias/16593-milei-sofre-derrota-na-camara-e-reformas-devem-voltar-a-ser-discutidas-do-zero|titulo=Milei sofre derrota na Câmara e reformas devem voltar a ser discutidas do zero|acessodata=2024-03-08|website=O Anhanguera|lingua=pt-br}}</ref>

=== Conflito com governadores ===
Após diversos artigos do projeto da Lei Ônibus terem sido rejeitados pelos deputados ligados aos governadores de várias províncias argentinas, Milei passou a tomar uma série de medidas para cortar recursos às mesmas como uma forma de retaliação.<ref>{{Citar web|url=https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2024-02/milei-corta-verba-de-provincias-e-abre-crise-politica-na-argentina|titulo=Milei corta verba de províncias e abre crise política na Argentina|data=2024-02-28|acessodata=2024-04-04|website=Agência Brasil|lingua=pt-br}}</ref> Em fevereiro de 2024, seu governo anunciou a eliminação do Fundo de Compensação dos Transportes Públicos, uma espécie de subsídio nacional pago pelo Estado Argentino para o transporte público em todo o país.<ref>{{Citar web|ultimo=PODER360|url=https://www.poder360.com.br/internacional/milei-corta-subsidios-do-transporte-publico-na-argentina/|titulo=Milei corta subsídios do transporte público na Argentina|data=2024-02-09|acessodata=2024-04-04|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Maza|primeiro=Por Agustín|url=https://www.infobae.com/economia/2024/02/08/el-gobierno-decidio-eliminar-un-fondo-que-subsidiaba-los-boletos-de-colectivo-en-el-interior/|titulo=El Gobierno decidió eliminar un fondo que subsidiaba a empresas de colectivos en el interior|data=2024-02-08|acessodata=2024-04-05|website=infobae|lingua=es-ES}}</ref> Além disso, deu fim ao Fundo Nacional de Incentivo aos Professores (FONID), um fundo financiado pela Nação Argentina desde 1998 e que fornecia recursos às províncias para melhorar os salários dos professores.<ref>{{Citar web|ultimo=AbrilAbril|url=https://www.abrilabril.pt/internacional/professores-argentinos-em-greve-contra-medidas-de-milei|titulo=Professores argentinos em greve contra medidas de Milei|data=2024-04-04|acessodata=2024-04-05|website=AbrilAbril|lingua=pt-pt}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://chequeado.com/el-explicador/inicio-de-clases-2024-que-es-el-fonid-el-fondo-docente-que-no-prorrogo-el-gobierno-de-javier-milei/|titulo=Inicio de clases 2024: ¿qué es el FONID, el fondo docente que no prorrogó el gobierno de Javier Milei? - Chequeado|data=2024-02-20|acessodata=2024-04-05|lingua=es-AR}}</ref> O governador Ignacio Torres, da província de [[Chubut]], a segunda maior produtora de petróleo do país, ameaçou cortar o fornecimento de petróleo e gás caso Milei não liberasse uma verba bilionária que havia sido retida para a província.<ref>{{Citar web|url=https://www.folhape.com.br/noticias/petroleo-vira-arma-na-guerra-de-milei-com-governadores-expondo-novas/320565/|titulo=Petróleo vira arma na guerra de Milei com governadores, expondo novas fissuras no governo|acessodata=2024-04-05|website=www.folhape.com.br|lingua=pt-br}}</ref>

=== Reforma eleitoral ===
O ministro do Interior Guillermo Francos propôs a implementação de uma reforma eleitoral, que inclui a eliminação das primárias abertas, simultâneas e obrigatórias (PASO) e a passagem a um sistema de voto único, em papel ou eletrônico.<ref>{{Citar web|ultimo=Galligani|primeiro=Por Federico|url=https://www.infobae.com/politica/2023/12/14/tras-los-anuncios-economicos-el-gobierno-va-por-la-reforma-electoral-boleta-unica-y-eliminacion-de-las-paso/|titulo=Tras los anuncios económicos, el Gobierno va por la reforma electoral: boleta única y eliminación de las PASO|data=2023-12-14|acessodata=2023-12-16|website=infobae|lingua=es-ES}}</ref> Estas questões são debatidas há anos na Argentina e a implementação do voto único já foi aprovada pela [[Câmara de Deputados da Nação Argentina|Câmara dos Deputados]] em 2022.<ref>{{Citar web|ultimo=Millenaar|primeiro=Por Federico|url=https://www.infobae.com/politica/2022/06/09/la-oposicion-logro-la-media-sancion-de-la-boleta-unica-en-diputados-y-se-abre-un-incognita-sobre-lo-que-pasara-en-el-senado/|titulo=La oposición logró aprobar la Boleta Única en Diputados y ahora el oficialismo buscará frenar su avance en el Senado|data=2022-06-09|acessodata=2023-12-16|website=infobae|lingua=es-ES}}</ref> A medida que elimina as primárias abertas (PASO) foi incluída na ''Ley ómnibus'' encaminhada para o Congresso Nacional em 27 de dezembro de 2023<ref>{{Citar web|ultimo=Berón|primeiro=Gustavo|url=https://www.clarin.com/politica/milei-incluyo-ley-omnibus-derogacion-paso_0_OtXKakb9Pb.html|titulo=Milei incluyó en su ley ómnibus la derogación de las PASO|data=2023-12-27|acessodata=2023-12-27|website=Clarín|lingua=es}}</ref> e ainda estabelece a adoção do [[voto distrital]] para a eleição da [[Câmara de Deputados da Nação Argentina|Câmara de Deputados]], um sistema semelhante ao que é adotado nos [[Estados Unidos]].<ref name=":5" /> Também foram incluídas modificações no financiamento dos partidos políticos e a retirada de sanções para candidatos que não participem dos debates.<ref>{{Citar web|url=https://www.ambito.com/politica/la-ley-omnibus-incluye-reforma-electoral-derogacion-las-paso-n5908689|titulo=“Ley ómnibus”: la reforma electoral deroga las PASO y modifica la Cámara de Diputados|acessodata=2024-03-08|website=www.ambito.com}}</ref>

=== Segurança ===
A ministra da segurança é [[Patricia Bullrich]], que já havia ocupado o mesmo cargo durante a presidência de [[Mauricio Macri]]. Ao longo da campanha eleitoral, um tópico bastante debatido foi o combate ao crime, e Milei sempre criticou a chamada “Doutrina [[Eugenio Raúl Zaffaroni|Zaffaroni]]”, que acusa de colocar o criminoso como vítima. Milei propôs uma reforma na lei de segurança interna, defesa nacional e inteligência, e a modificação do “sistema prisional e do código de processo penal”.<ref>{{Citar web|url=https://www.cronista.com/economia-politica/que-es-la-doctrina-zaffaroni-la-fuerte-critica-de-javier-milei-a-la-justicia/|titulo=¿Qué es la doctrina Zaffaroni? La fuerte crítica de Javier Milei a la Justicia|data=2023-10-08|acessodata=2023-12-16|website=www.cronista.com|lingua=es}}</ref> O primeiro fato relacionado à segurança ocorreu na própria posse presidencial, onde, durante a caravana que se dirigia à [[Casa Rosada]], um homem jogou uma garrafa de vidro em Milei, atingindo um membro de sua segurança e o ferindo. Logo após o incidente, o homem foi preso.<ref>{{Citar web|url=https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2023/12/12/homem-que-jogou-garrafa-em-milei-durante-posse-presidencial-e-preso-na-argentina.htm|titulo=Homem que jogou garrafa em Milei durante posse presidencial é preso na Argentina|data=2023-12-12|acessodata=2023-12-16|website=UOL|lingua=pt-br}}</ref>

A questão dos [[Piquete de greve|piquetes]] (bloqueio às ruas) foi um tema recorrente durante a campanha eleitoral. Milei sempre mencionou que iria garantir o direito à livre circulação dos cidadãos, prejudicado pelo fechamento de ruas, principalmente na cidade de [[Buenos Aires]]. Em seu discurso inaugural, Milei afirmou que “Quem corta não recebe”, o que implica que qualquer pessoa que participasse de um bloqueio às ruas não receberia qualquer benefício social do governo.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/12/14/sancoes-severas-manifestantes-governo-milei.ghtml|titulo=Governo Milei ameaça prender em flagrante manifestantes que bloquearem ruas na Argentina|data=2023-12-14|acessodata=2023-12-16|website=G1|lingua=pt-br}}</ref> 

No dia 14 de dezembro, a ministra Bullrich, em coletiva de imprensa, apresentou o novo “Protocolo de Ordem Pública” de aplicação nacional. Entre os itens do protocolo, estão:

# As quatro forças federais, com a ajuda do serviço penitenciário federal, intervirão diante de bloqueios, sejam eles parciais ou totais. Também foi dito que será empregada a força necessária e suficiente para casos como esse, proporcional à resistência. 
# O uso destas forças permanecerá até que o espaço de circulação seja liberado.
# O governo prometeu identificar autores e instigadores dos bloqueios; o mesmo acontecerá com os veículos e seus motoristas. Os dados dos autores, cúmplices, participantes, instigadores e organizadores serão enviados às autoridades competentes.
# A atuação também será feita em estações de trem, caso seja percebida a presença de pessoas possuindo materiais que devem ser apreendidos.
# Em caso de estrangeiros com residência provisória, será enviada a informação à Direção Nacional de Migrações.
# Um juíz será notificado caso ocorra algum dano ambiental nas manifestações.
# Caso crianças ou adolescentes participem dos piquetes, as devidas autoridades responsáveis pela proteção dos mesmos serão avisados.
# Manifestantes poderão se manifestar em calçadas, mas não poderão bloquear as ruas. Sanções severas serão aplicadas aos infratores responsáveis pelo impedimento à livre circulação de cidadãos. Se houver crime em flagrante, haverá intervenção.
# Eventuais custos ligados às operações de segurança serão cobrados de organizações ou dos indivíduos responsáveis, por meio de "faturas".<ref>{{Citar web|ultimo=Tortella|primeiro=Tiago|url=https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/governo-milei-anuncia-sancoes-severas-contra-quem-bloquear-ruas-para-protestar/|titulo=Governo Milei anuncia “sanções severas” contra quem bloquear ruas para protestar|acessodata=2023-12-17|website=CNN Brasil}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.cartacapital.com.br/mundo/apos-anunciar-arrocho-governo-milei-lanca-plano-para-sufocar-protestos-na-argentina/|titulo=Após anunciar arrocho, governo Milei lança plano para sufocar protestos na Argentina|data=2023-12-14|acessodata=2024-03-08|website=CartaCapital|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.lanacion.com.ar/politica/patricia-bullrich-brindo-detalles-del-nuevo-protocolo-de-orden-publico-se-va-a-actuar-hasta-liberar-nid14122023/|titulo=Patricia Bullrich anunció que el Gobierno no permitirá cortes de calles ni piquetes y pidió que no usen a los niños|data=2023-12-14|acessodata=2024-03-08|website=LA NACION|lingua=es}}</ref>

Em 27 de dezembro de 2023, na própria [[Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos|Lei Ônibus]], foi proposto o aumento de penas em caso de realização de piquetes: de cerca de três meses a dois anos para até três anos e meio. Este aumento permite que a pena seja cumprida de maneira efetiva, já que só é permitido cumprir pena a partir dos três anos de condenação.<ref>{{Citar web|url=https://tn.com.ar/sociedad/2023/12/27/desde-multas-hasta-penas-de-prision-efectiva-los-cambios-que-quiere-hacer-el-gobierno-para-los-piquetes/|titulo=Desde multas hasta penas de prisión efectiva: los cambios que quiere hacer el Gobierno para los piquetes|data=2023-12-27|acessodata=2024-03-09|website=Todo Noticias|lingua=es}}</ref> O governo também pediu que qualquer manifestação deve ser informada ao Ministério de Segurança argentino com 48 horas de antecedência, a quem caberá a decisão final sobre a legalidade da mesma ou não. No mesmo projeto, foi apresentada a ampliação do conceito de "legítima defesa", tanto pra casos de [[agressão sexual]], quanto para às forças policiais, que se aproveitariam de uma maior proteção legal.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mundo/blog/sandra-cohen/post/2023/12/28/lei-onibus-preve-superpoderes-para-milei-ate-o-fim-de-seu-mandato.ghtml|titulo=Lei 'Ómnibus' prevê superpoderes para Milei até o fim de seu mandato|data=2023-12-28|acessodata=2024-03-09|website=G1|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.lanacion.com.ar/seguridad/reforma-mayor-proteccion-legal-a-policias-y-ampliacion-del-concepto-de-la-legitima-defensa-que-nid27122023/|titulo=Reforma. Mayor protección legal a policías y ampliación del concepto de la legítima defensa: qué propone el proyecto de ley en seguridad|data=2023-12-27|acessodata=2024-03-09|website=LA NACION|lingua=es}}</ref>

=== Intervenção na Telám e em outras estatais ===
Em março de 2024, Milei anunciou uma intervenção de um ano na agência de notícias estatal Telám. Ele afirmou que ela era usada nas últimas décadas como uma "agência de propaganda [[Kirchnerismo|kirchnerista]]", que as empresas públicas na Argentina estão em "situação de emergência pública" em questões econômicas, financeiras e fiscais desde 20 de dezembro de 2023 e que é necessária uma "profunda reorganização nas empresas públicas".<ref>{{Citar web|ultimo=PODER360|url=https://www.poder360.com.br/internacional/milei-decreta-intervencao-em-empresas-estatais-de-midia/|titulo=Milei decreta intervenção em empresas estatais de mídia|data=2024-02-06|acessodata=2024-03-09|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref> A Telám operava desde 1945 no país e é a única que possuia correspondentes em todas as províncias argentinas.<ref>{{Citar web|ultimo=PODER360|url=https://www.poder360.com.br/midia/milei-anuncia-fechamento-da-agencia-estatal-de-noticias-telam/|titulo=Milei anuncia fechamento da agência estatal de notícias "Telám"|data=2024-03-02|acessodata=2024-03-09|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref>

== Política externa ==
A Ministra das Relações Exteriores é [[Diana Mondino]]. Ela era um dos nomes cotados na campanha de Milei para assumir o cargo<ref>{{Citar web|url=https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2023/11/22/quem-e-diana-mondino-futura-chanceler-milei.htm|titulo=Elo com Brasil, piolho e órgãos: o que cotada a chanceler de Milei já falou|data=2023-11-22|acessodata=2023-12-23|website=UOL|lingua=pt-br}}</ref>, e durante o período eleitoral, havia proposto que a Argentina parasse de interagir com o [[Brasil]] e a [[China]].<ref>{{Citar web|url=https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2023/11/21/argentina-parar-interagir-brasil-e-china-diz-cotada-ministerio-exteriores.htm|titulo=Argentina não vai 'interagir' com Brasil e China, diz cotada a ministério|data=2023-11-21|acessodata=2023-12-23|website=UOL|lingua=pt-br}}</ref> O próprio Milei afirmou que o alinhamento geopolítico que a Argentina passaria a adotar seria com países como os [[Estados Unidos]] e [[Israel]], e ao se referir a uma possível entrada do país nos [[BRICS]], falou que "não impulsionaria um acordo com comunistas", embora tenha afirmado que a [[Setor privado|iniciativa privada]] pudesse comercializar com quem bem quisesse.<ref>{{Citar web|ultimo=Agências|url=https://www.otempo.com.br/mundo/nao-vou-impulsionar-acordo-com-comunistas-diz-milei-sobre-argentina-no-brics-1.3216821|titulo='Não vou impulsionar acordo com comunistas', diz Milei sobre Argentina no Brics {{!}} O TEMPO|data=2023-08-24|acessodata=2023-12-23|website=www.otempo.com.br|lingua=pt-BR}}</ref> Em seguida, foi confirmada a informação de que a Argentina não entraria nos BRICS em 2024.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/11/30/ministra-de-javier-milei-afirma-que-argentina-nao-vai-integrar-o-grupo-dos-brics.ghtml|titulo=Ministra de Javier Milei afirma que Argentina não vai integrar o grupo dos Brics|data=2023-11-30|acessodata=2023-12-23|website=G1|lingua=pt-br}}</ref>

Logo após assumir o cargo de presidente, Milei enviou uma carta à [[Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico|OCDE]] com um pedido formal para o início das negociações da entrada da Argentina na organização. Ele também pediu para que esta entrada seja feita o mais rápido possível<ref>{{Citar web|ultimo=Reuters|url=https://www.moneytimes.com.br/milei-envia-pedido-formal-para-negociar-adesao-da-argentina-a-ocde/|titulo=Milei envia pedido formal para negociar adesão da Argentina à OCDE|data=2023-12-13|acessodata=2023-12-23|website=Money Times|lingua=pt-br}}</ref>, ainda que o processo de adesão do país possa levar seis anos para ser concluído.<ref>{{Citar web|ultimo=Pinto|primeiro=Paulo Silva|url=https://www.poder360.com.br/economia/argentina-retoma-entrada-na-ocde/|titulo=Argentina retoma entrada na OCDE|data=2023-12-11|acessodata=2023-12-27|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref> O convite da OCDE para que o país se unisse ao bloco foi feito em 2022, e a chanceler Diana Mondino iniciou um périplo de 36 horas na França em 20 de dezembro de 2023, onde foram realizadas 12 reuniões com empresários, diplomatas e membros do governo francês, com o objetivo principal de “avançar na sua incorporação na OCDE, um dos objetivos de Javier Milei na sua gestão".<ref>{{Citar web|url=https://www.ambito.com/politica/diana-mondino-inicio-gira-francia-intensa-agenda-enfocada-el-ingreso-la-ocde-n5903490|titulo=Diana Mondino inició gira por Francia con intensa agenda enfocada en el ingreso a la OCDE|acessodata=2024-03-23|website=www.ambito.com}}</ref> Um dos objetivos desta viagem era garantir que o presidente francês [[Emmanuel Macron]] se tornasse um aliado na Europa, no caso de tratativas para se chegar a acordos diplomáticos e empreender negociações comerciais.<ref>{{Citar web|ultimo=Lejtman|primeiro=Por Román|url=https://www.infobae.com/politica/2023/12/20/mondino-se-reune-con-la-canciller-de-francia-para-avanzar-en-una-agenda-comun-entre-milei-y-macron/|titulo=Mondino se reúne con la canciller de Francia para avanzar en una agenda común entre Milei y Macron|data=2023-12-20|acessodata=2024-03-23|website=infobae|lingua=es-ES}}</ref> 

Em dezembro de 2023, como demonstração dos novos rumos da política externa de Milei, foi anunciado que o país não terá representação diplomática em países como [[Venezuela]], [[Cuba]] e [[Nicarágua]]. A [[chanceler]] argentina também foi instruida a votar contra à adesão da Nicarágua na [[Organização dos Estados Americanos]] (OEA) e para que Cuba seja condenada nos organismos multilaterais de direitos humanos.<ref>{{Citar web|url=https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2023/12/19/argentina-nao-tera-embaixadores-na-venezuela-nicaragua-e-cuba.htm|titulo=Argentina não terá embaixadores na Venezuela, Nicarágua e Cuba|data=2023-12-19|acessodata=2023-12-23|website=UOL|lingua=pt-br}}</ref>

No dia 17 de janeiro de 2024, Milei viajou, juntamente com membros do seu gabinete à sede do [[Fórum Económico Mundial]] em Davos, Suíça, onde participou como orador na referida conferência. No seu discurso, destacou que não existem diferenças substanciais entre [[Comunismo|comunistas]], [[Nazismo|nazistas]] e [[Social-democracia|sociais-democratas]] e que o [[Mundo ocidental|Ocidente]] estaria em perigo pela influência dos modelos [[Coletivismo|coletivistas]] e infiltração do pensamento [[Nova Esquerda|neo-marxista]].<ref>{{Citar web|url=https://www.jornaldenegocios.pt/economia/mundo/detalhe/milei-alerta-empresarios-em-davos-nao-se-intimidem-por-parasitas-que-vivem-do-estado|titulo=Milei alerta empresários em Davos: Não se intimidem por parasitas que vivem do Estado|acessodata=2024-03-08|website=www.jornaldenegocios.pt|lingua=pt-PT}}</ref> Milei também se manifestou contra o [[aborto]], o [[feminismo]]<ref>{{Citar web|url=https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2024/01/17/milei-diz-em-davos-que-ocidente-esta-em-perigo-com-o-socialismo.htm|titulo=Milei diz em Davos que 'Ocidente está em perigo' com o socialismo|data=2024-01-17|acessodata=2024-03-08|website=UOL|lingua=pt-br}}</ref>, o [[estatismo]], negou as [[Mudança do clima|mudanças climáticas]]<ref>{{Citar web|ultimo=elDiarioAR|url=https://www.eldiarioar.com/politica/milei-desplego-discurso-ultra-davos-ataco-feminismo-radicalizado-defensa-medio-ambiente_1_10845257.html|titulo=Milei desplegó su discurso más ultra en Davos: atacó al "feminismo radicalizado", al Estado y a la defensa del medio ambiente|data=2024-01-17|acessodata=2024-03-08|website=elDiarioAR.com|lingua=es}}</ref> e defendeu o capitalismo, chamando os empresários presentes na conferência de "heróis".<ref>{{Citar web|ultimo=Conteúdo|primeiro=Estadão|url=https://odia.ig.com.br/mundo-e-ciencia/2024/01/6776638-milei-discursa-em-defesa-do-capitalismo-e-do-libertarismo-em-davos.html|titulo=Milei discursa em defesa do capitalismo e do libertarismo em Davos {{!}} Mundo e Ciência|data=2024-01-17|acessodata=2024-03-08|website=O Dia|lingua=pt-BR}}</ref> Após o seu discurso, reuniu-se com [[David Cameron]], ex-primeiro ministro do Reino Unido e [[Ministério das Relações Exteriores (Reino Unido)|Secretário de Relações Exteriores]] e um dos assuntos discutidos foi a questão da soberania das [[Ilhas Malvinas]].<ref>{{Citar web|ultimo=Haczek|primeiro=Ángela Reyes|url=https://cnnespanol.cnn.com/2024/01/17/milei-cameron-malvinas-davos-orix/|titulo=Milei aborda el diferendo sobre las Malvinas con el canciller británico|data=2024-01-17|acessodata=2024-03-08|website=CNN|lingua=es}}</ref> Um mês depois do encontro, em visita às ilhas, Cameron afirmou que não há qualquer discussão aberta sobre a soberania do [[arquipélago]] e que a situação não irá mudar.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.bbc.com/news/uk-68329181 |título=No discussion over Falklands, says Lord Cameron ahead of visit |data=2024-02-18 |acessodata=2024-03-08 |lingua=en-GB}}</ref>

Milei também fez uma viagem à [[Itália]] em 12 de fevereiro e se encontrou com a [[Primeiro-ministro|primeira-ministra]] [[Giorgia Meloni]] e o presidente [[Sergio Mattarella]]<ref>{{Citar web|url=https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2024/02/12/milei-e-meloni-se-reunem-durante-1-hora-em-roma.htm|titulo=Milei e Meloni se reúnem durante 1 hora em Roma|data=2024-02-12|acessodata=2024-03-08|website=UOL|lingua=pt-br}}</ref> e ao [[Vaticano]], onde se encontrou com o [[Papa Francisco]]. Ele aproveitou a ocasião para se desculpar por declarações anteriores, nas quais ofendeu abertamente o líder religioso.<ref>{{Citar web|ultimo=PODER360|url=https://www.poder360.com.br/internacional/milei-se-encontra-com-papa-no-vaticano-e-pede-desculpas/|titulo=Milei se encontra com papa no Vaticano e pede desculpas|data=2024-02-12|acessodata=2024-03-08|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref>

=== Relações diplomáticas com Israel ===
Em 12 de dezembro de 2023, a Argentina mudou sua posição diante da [[Organização das Nações Unidas|ONU]] em relação ao [[Conflito israelo-palestino de 2023]]; inicialmente o país havia votado a favor de um [[cessar-fogo]] em outubro (durante a gestão de [[Alberto Fernández]]) e se absteve na resolução de dezembro, um aceno de Milei a Israel no conflito.<ref>{{Citar web|ultimo=Niebieskikwiat|primeiro=Natasha|url=https://www.clarin.com/politica/primer-gesto-contundente-gobierno-milei-favor-alianza-israel_0_9LvrbrQVeo.html|titulo=Primer gesto contundente del gobierno de Milei a favor de su alianza con Israel|data=2023-12-13|acessodata=2023-12-27|website=Clarín|lingua=es}}</ref> No início de fevereiro de 2024, Milei fez uma viagem à Israel, onde se encontrou com o presidente [[Isaac Herzog]] e o primeiro-ministro [[Benjamin Netanyahu]]. Ele aifrmou que a visita à Jerusalém serviu para aprofundar as relações bilaterais entre Israel e Argentina. Ele confirmou em encontro ao chanceler israelense [[Israel Katz]] que pretende transferir a sede da embaixada argentina para Jerusalém.<ref>{{Citar web|ultimo=Taddeo|primeiro=Luciana|url=https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/milei-se-encontra-com-presidente-de-israel-e-chora-ao-visitar-muro-das-lamentacoes/|titulo=Milei se encontra com presidente de Israel e chora ao visitar Muro das Lamentações|acessodata=2024-03-08|website=CNN Brasil}}</ref> Milei visitou as zonas afetadas pela [[Guerra Israel-Hamas|Guerra entre Israel-Hamas]], onde também teve a oportunidade de se reunir com familiares de reféns e também visitou o [[Muro das Lamentações]] e o [[Yad Vashem]], o museu do Holocausto em Israel.<ref>{{Citar web|url=https://www.ambito.com/politica/javier-milei-gira-internacional-israel-italia-papa-francisco-ley-omnibus-diputados-gabinete-fecha-8-febrero|titulo=Javier Milei visitó zonas afectadas por los ataques de Hamas en la frontera con Gaza y se reunió con familiares de rehenes|acessodata=2024-03-08|website=www.ambito.com}}</ref> 

=== Mercosul ===
Durante a campanha eleitoral, em agosto de 2023, Milei afirmou que, caso eleito, a Argentina deixaria o [[Mercado Comum do Sul|Mercosul]]<ref>{{Citar web|ultimo=Tobias|primeiro=Scott Squires,Ignacio Ignacio Olivera Doll,Manuela|url=https://www.bloomberglinea.com.br/internacional/javier-milei-diz-em-entrevista-que-pagara-divida-e-reforca-plano-de-fechar-o-bc/|titulo=Quero Argentina fora do Mercosul e sem banco central, diz Javier Milei|data=2023-08-17|acessodata=2023-12-27|website=Bloomberg Línea Brasil|lingua=pt-BR}}</ref>. Todavia, semanas depois, isto foi desmentido pela chanceler de Milei, [[Diana Mondino]], que afirmou que os laços diplomáticos com o bloco seriam mantidos, embora ela afirme que o Mercosul "envelheceu" e precisa de uma reformulação.<ref>{{Citar web|url=https://www.ambito.com/politica/diana-mondino-senalada-como-la-canciller-milei-el-mercosur-quedo-viejo-n5867908|titulo=Diana Mondino, señalada como la canciller de Milei: “El Mercosur quedó viejo”|acessodata=2023-12-27|website=www.ambito.com}}</ref> Desde que a gestão de Diana Mondino como chanceler se iniciou, um de seus objetivos é concretizar o [[Acordo de Associação Mercosul-União Europeia|Acordo comercial do Mercosul e União Europeia]] o quanto antes, depois de décadas de negociações estagnadas.<ref>{{Citar web|ultimo=Maia|primeiro=Mateus|url=https://www.poder360.com.br/internacional/chanceler-de-milei-diz-querer-assinar-acordo-mercosul-ue/|titulo=Chanceler de Milei diz querer assinar acordo Mercosul-UE|data=2023-11-26|acessodata=2023-12-27|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref> No dia 7 de dezembro, o [[Presidência de Alberto Fernández|governo de Alberto Fernández]] rejeitou a assinatura do acordo, apesar do pedido de Mondino, afirmando que ele “terá um impacto negativo na indústria do Mercosul”.<ref>{{Citar web|url=https://exame.com/mundo/nao-estao-reunidas-as-condicoes-para-assinar-um-acordo-mercosul-ue-afirma-chanceler-argentino/|titulo='Não estão reunidas as condições para assinar um acordo' Mercosul-UE, afirma chanceler argentino|data=2023-12-03|acessodata=2024-03-23|website=Exame|lingua=pt-br}}</ref> Com a mudança de gestão, as negociações para que o acordo possa ser alcançado se reiniciaram, e estas envolveram diretamente reuniões com [[Parlamento Europeu|parlamentares europeus]] e embaixadores do [[G7]].<ref>{{Citar web|url=https://www.dw.com/es/argentina-reitera-voluntad-de-alcanzar-acuerdo-mercosur-ue/a-67761958|titulo=Argentina reitera voluntad de alcanzar acuerdo Mercosur-UE – DW – 19/12/2023|acessodata=2024-03-23|website=dw.com|lingua=es}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.telam.com.ar/notas/202312/650407-mondino-cima-embajadores-g7-mercosur-ue.html|titulo=Página en reconstrucción|acessodata=2024-03-23|website=www.telam.com.ar}}</ref>

=== Relações com a China ===
Embora Milei seja um ferrenho crítico do governo chinês, ao ponto de chamar [[Xi Jinping]] de "assassino" com o qual não se faz comércio, o presidente argentino acabou voltando atrás e escreveu uma carta direcionada à Pequim pedindo o desbloqueio de um crédito bilionário, oriundo da renovação de um acordo de [[swap cambial]] do governo antecessor.<ref>{{Citar web|url=https://operamundi.uol.com.br/permalink/84484|titulo=Após atacar China durante campanha, Milei escreve a Xi Jinping para acessar U$ 5 bilhões|acessodata=2023-12-23|website=operamundi.uol.com.br|lingua=pt-BR}}</ref> Todavia, o governo chinês decidiu congelar o envio deste empréstimo até que Milei prove que os gestos de aproximação com o país asiático sejam sinceros. Havia uma expectativa de Milei e de seu ministro da economia, Luis Caputo, que este crédito fosse liberado para a quitação de dívidas que podem vencer nas próximas semanas.<ref>{{Citar web|ultimo=Juliboni|primeiro=Márcio|url=https://www.moneytimes.com.br/china-poe-milei-na-geladeira-e-congela-credito-de-us-65-bi-a-argentina/|titulo=China põe Milei na geladeira e congela crédito de US$ 6,5 bi à Argentina|data=2023-12-19|acessodata=2023-12-23|website=Money Times|lingua=pt-br}}</ref>

=== Crise diplomática com a Espanha ===
Em 19 de maio de 2024, durante um evento realizado pelo partido espanhol de extrema-direita [[Vox (partido político)|Vox]], Milei insultou a esposa do presidente do Governo da Espanha, [[Pedro Sánchez]]. A declaração veio diante de outras críticas que o presidente argentino fez ao socialismo<ref>{{Citar web|ultimo=Franco|primeiro=Pablo Mortera|url=https://www.infolibre.es/politica/milei-abre-crisis-diplomatica-precedentes-atacar-sanchez-cumbre-ultra-madrid_1_1794826.html|titulo=Milei abre una crisis diplomática sin precedentes tras atacar a Sánchez en la cumbre ultra de Madrid|data=2024-05-19|acessodata=2024-05-21|website=infoLibre|lingua=es}}</ref>.
{{Quote|– Eles não sabem que tipo de sociedade e de país o socialismo pode produzir e que tipo de pessoas ferradas no poder e que níveis de abuso isso pode gerar. Mesmo quando ele (Sánchez) tem uma esposa corrupta, ele se suja e leva cinco dias para pensar sobre isso.|Javier Milei}}
Logo após estas declarações, o próprio Sánchez pediu uma retratação pública à Milei. O governo espanhol considerou inaceitável que Milei tenha feito estas declarações durante uma visita ao país e anunciou a retirada da embaixadora espanhola de Buenos Aires. O Ministro dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e Cooperação de Espanha, José Manuel Albares, convocou o embaixador da Argentina em Madrid e o transmitiu formalmente uma exigência de pedido de desculpas. Todavia, o porta-voz da presidência da Argentina, Manuel Adorni, discordou dos pedidos das autoridades espanholas e disse que é Milei que tem sido alvo de uma onda de insultos por parte dos ministros do gabinete de Sánchez, insultos esses que teriam vindo até mesmo do próprio [[Lista de presidentes da República Espanhola|presidente da Espanha]]. O porta-voz fez um apelo e disse que na verdade são as autoridades de Madrid que precisam se desculpar com o presidente.<ref>{{Citar web|url=https://cnnportugal.iol.pt/geral/nao-havera-embaixadora-de-espanha-em-buenos-aires-espanha-retira-permanentemente-representacao-na-argentina/20240521/664c849cd34ebf9bbb3dc727|titulo=Após "insultos" de Milei, Espanha deixa de ter embaixadora na Argentina|acessodata=2024-05-21|website=CNN Portugal|lingua=pt}}</ref> 

Dada à recusa de Milei em se retratar e se desculpar publicamente, o governo espanhol anunciou em 21 de maio de 2024 a retirada definitiva da embaixadora do país.<ref>{{Citar web|url=https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2024/05/21/espanha-anuncia-que-retira-definitivamente-sua-embaixadora-da-argentina-apos-fala-de-milei.ghtml|titulo=Espanha anuncia que retira 'definitivamente' sua embaixadora da Argentina após fala de Milei|data=2024-05-21|acessodata=2024-05-21|website=O Globo|lingua=pt-br}}</ref> Não é descartada a possibilidade de Madrid declarar Milei como [[persona non grata]]<ref>{{Citar web|url=https://www.lasexta.com/noticias/nacional/gobierno-descarta-nuevas-medidas-milei-como-declararle-persona-non-grata_20240521664cadc42e4fc4000158fb84.html|titulo=El Gobierno no descarta declarar a Milei 'persona non grata' en plena escalada de la crisis entre Argentina y España|data=2024-05-21|acessodata=2024-05-21|website=LaSexta|lingua=es}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://apnews.com/world-news/general-news-international-news-d49a3397b5ac2e190a86d34517f5513e|titulo=España retira a embajadora de Argentina, Milei lo califica de disparate|data=2024-05-21|acessodata=2024-05-21|website=AP News|lingua=es}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Heras|primeiro=Paula De las|url=https://www.elcorreo.com/politica/gobierno-retira-embajadora-argentina-tras-crisis-diplomatica-20240521132517-ntrc.html|titulo=Sánchez retira a la embajadora de Argentina y la crisis diplomática entra en terreno inédito|data=2024-05-21|acessodata=2024-05-21|website=El Correo|lingua=es}}</ref>. O deputado Nicolas Mayoraz, filiado ao partido governista e aliado de Milei que fez parte da comitiva do mesmo na Espanha, tentou apresentar uma moção de repúdio na [[Câmara de Deputados da Nação Argentina]] em relação às declarações e decisões do presidente espanhol. Todavia, esta só obteve apoio de uma maioria do partido [[Proposta Republicana]] e do próprio partido governista, [[A Liberdade Avança]]. Com 133 votos contrários (inclusive 2 votos oriundos do Proposta Republicana), 67 votos favoráveis e 5 abstenções, o governo ficou longe de obter os votos necessários para a sua aprovação.<ref>{{Citar web|ultimo=DataClave|url=https://www.dataclave.com.ar/poder/el-oficialismo-intento-votar-un-repudio-al-presidente-espanol-y-solo-el-pro-lo-acompano_a664d0a86decc7e24d5c50b1e|titulo=El oficialismo intentó votar un repudio al Presidente español y solo el PRO lo acompañó|data=2024-05-21|acessodata=2024-05-21|website=DataClave|lingua=es}}</ref>{{notas}}
{{Referências}}

{{Gabinete de Javier Milei}} 
{{Portal3|Política|Argentina}}

[[Categoria:Presidência de Javier Milei| ]]
[[Categoria:Fundações na Argentina em 2023]]
[[Categoria:Década de 2020 na Argentina]]