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Raízes do Brasil: diferenças entre revisões

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{{Info/Livro
| nome = Raízes do Brasil
| autor = [[Sérgio Buarque de Holanda]]
| imagem = Raízes do Brasil.jpg
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"'''Raízes do Brasil'''" é um [[livro]] do historiador [[brasileiro]] [[Sérgio Buarque de Holanda]]. Foi publicado originalmente pela [[Editora José Olympio]], tendo sido posteriormente objeto de várias reedições ao longo do [[século XX]] e é considerado um dos mais importantes clássicos da [[historiografia]] e da [[sociologia]] brasileiras. "Raízes do Brasil" foi traduzido e editado também em italiano ([[1954]]), espanhol ([[1955]]) e japonês ([[1971]], [[1976]]), bem como em alemão e em francês.

Publicada em [[1936]], "Raízes do Brasil" aborda aspectos centrais da história da [[cultura brasileira]]. O texto consiste de uma macrointerpretação do processo de formação da sociedade brasileira. A tese central é a de que o legado personalista da experiência colonial constituía um obstáculo, a ser vencido, para o estabelecimento da democracia política no Brasil. Destaca, nesse sentido, a importância do legado cultural da colonização portuguesa do Brasil e a dinâmica dos arranjos e adaptações que marcaram as transferências culturais de [[Portugal]] para a sua colônia americana.

== Estrutura ==
O livro foi escrito na forma de um longo ensaio histórico, tendo sido dividido em sete partes:

# Fronteiras da Europa
# Trabalho e Aventura
# Herança Cultural
# O Semeador e O Ladrilhador
# O Homem Cordial
# Novos Tempos
# Nossa Revolução

== Legado ==
{{Artigo com problemas|Escrita pessoal / não enciclopédica.}}
Através de Raízes do Brasil, que para muitos, junto com "[[Casa-Grande & Senzala]]", de [[Gilberto Freire]] e "[[Formação do Brasil Contemporâneo]]”, de [[Caio Prado Jr.]], é um livro que, apesar de haver mais de 70 anos desde sua primeira publicação, ainda é considerado uma obra capital para o compreensão da verdade brasileira e de seus desarranjos, que até hoje nos atingem. Seu autor, [[Sérgio Buarque de Holanda]] ([[1902]]/[[1982]]), pai do cantor e escritor [[Chico Buarque de Holanda]], tenta elucidar a realidade brasileira e as causas de uma certa mal sucedida formação de um espírito progressista no seio das relações sociais da [[civilização brasileira]].

O autor, com sua capacidade de se referir com espantosa grandeza de detalhes às relações que os habitantes de épocas diversas tinham entre si e com o meio, consegue nos mostrar as transformações (ou continuações) das subjetividades desde o [[Brasil colônia|período colonial]] até a época da [[publicação]] do [[livro]].

Tendo em mente as diferenças entre o tipo de [[colonização]] [[ibérica]] e a inglesa na [[América]] podemos dizer que a descoberta do [[Brasil]] e principalmente o sucesso de sua colonização, foi fruto do espírito aventureiro e de uma certa adaptabilidade dos [[portugueses]] a situações e povos "desconhecidos". Juntando isto à ausência das famílias destes aventureiros em suas incursões no "Brasil” (ao contrário do que ocorria com os ingleses na atual [[América do Norte]]), não é de se espantar que o povoamento da [[Colônia (história)|colônia]] se desse em grande parte por mestiços, primeiramente oriundos das relações dos portugueses com as índias e posteriormente com as [[Escravidão|escravas]] negras, o que contribuiu em muito para nossa tão admirada [[democracia racial]].

No decorrer da colonização, a [[sociedade brasileira]] tornou-se rural e patriarcal, e o cultivo agrícola era baseado na [[monocultura]] de [[exportação]]. As [[fazenda]]s/[[engenho]]s eram verdadeiros [[feudos]] e dela se tirava tudo que se precisava (os [[escravos]] produziam tudo, desde o alimento até os móveis da [[casa grande]]). Como quase nada do que se produzia fora das fazendas era necessário para a vida dos seus habitantes, as relações familiares eram mais importantes e respeitadas que as entre os cidadãos, e entre estes e o Estado que era tido, junto com suas leis, como marginais. Todo este processo mantém-se por séculos, resistindo até mesmo à decadência dos [[Engenho de açúcar|engenhos de açúcar]] que iam sendo substituídos, em importância, pelas fazendas de [[café]]. Se finda a [[escravidão]], uma nova realidade social surge a partir daí. O inchamento dos centros urbanos é inevitável, as cidades passam a servir de moradia para os ex-escravos e para os próprios "[[barões do café]]” já que a abolição da escravidão tornou impossível a existência de uma propriedade rural auto-suficiente. Mesmo com todas estas transformações, a classe rural continua com seus [[privilégio]]s e sua força política.

Cabe aqui dizer que a [[abolição da escravidão]] foi fruto de manobra política sincera da [[Princesa Isabel]], levando adiante a política de dom Pedro II e não uma imposição da [[Inglaterra]], que, desde a abolição do tráfico, não mais pressionava o Brasil na questão.

Uma característica [[psicossocial]] herdada dos portugueses também contribuiu para o insucesso do [[Capitalismo]] industrial em terras brasileiras. Desde aquela época, a sociedade via o trabalho manual e metódico, tão importantes para a consolidação das [[nações]] mais desenvolvidas da época, como incompatíveis com aqueles que prezam sua dignidade, além de ver o lucro capitalista como algo relativamente indigno.

O [[povo]] brasileiro exacerbava o que o [[autor]] chamou de "nosso apego quase que exclusivo aos valores da personalidade". Não era difícil nos deparamos com "[[nobreza|nobres]]” ostentando seus títulos e suas riquezas (quando existiam). Exaltava-se a inteligência, o ócio e principalmente as mordomias e prerrogativas da aristocracia, os títulos de [[bacharel]] eram tidos como verdadeiros passaportes para o [[Olimpo]]. A intelectualidade [[positivista]] da época importou, principalmente dos [[Estados Unidos]] e da [[França]], ideias totalmente estranhas à maioria da [[população brasileira]]. Isto porque, segundo os [[positivistas]], estas teorias seriam absorvidas naturalmente, afinal de contas eram "verdades absolutas". Não havia portanto sequer uma tentativa de adaptá-las ao modo de vida do brasileiro, que por sua vez ou reagia com displicência ou hostilidade, vide a [[Proclamação da República]]. A implantação do [[República|regime republicano]] no Brasil, foi feita de uma maneira desordenada e abrupta, não foi um movimento espontâneo (como nos EUA) da [[população]]. Ocorreu o que era de se esperar, a [[aristocracia rural]] tratou de apoderar-se desta nova forma de autoridade, distanciando-a de qualquer tipo de influência que o povo poderia dar.

Acabou-se trocando um regime parlamentar monárquico relativamente avançado, por apenas mais uma república latino-americana; a figura do [[imperador]] como um grande pai que protege a todos foi substituída pela do grande padrasto provisório, que mudaria de tempos em tempos e seria escolhido a dedo pela [[elite]] de cada época. O que se viu depois disso foi um conturbada história política, recheada por corrupção, favores pessoais, [[golpe]], fraudes eleitorais, manipulação da população, miséria. Daí podemos explicar as figuras cômicas da nossa trágica história política posterior ao 1889.

=== Homem cordial ===
{{AP|Homem cordial}}
Através do conceito de '''homem cordial''' Sérgio Buarque destaca a importância da herança cultural da colonização lusitana no Brasil,<ref>[http://www.ufpel.edu.br/ifisp/ppgs/eics/dvd/documentos/gts_llleics/gt2/gt2joaquim.pdf O Jeitinho Brasileiro, o Homem Cordial e a Impessoalidade Administrativa]</ref> construindo ainda a ideia de que "cordialidade" típica dos brasileiros levou a uma relação problemática entre instâncias públicas e privadas.<ref>[http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=85055 Cia. das Letras: O Homem Cordial]</ref> Por ter proposto a existência desse chamado espírito cordial dos brasileiros, muitos acusaram Sérgio Buarque de Holanda de expor teorias geneticistas. Para estes críticos, a adjetivação do homem brasileiro como cordial teria sido colocada como uma característica nata da chamada "[[raça brasileira]]". O que Sérgio Buarque de Holanda fez foi destrinchar as causas desta cordialidade e a partir daí explicar como ela, que é enraizada no perfil psicossociológico do povo brasileiro, contribuiu para todas as mazelas que conviveram e ainda convivem com as relações sociais no Brasil.

Voltando à nossa cordialidade, podemos dizer que nós brasileiros, geralmente pensamos e fazemos tudo a partir da afetividade, temos uma imensa dificuldade para entender as formalizações políticas e somos, portanto, incapazes de separar daquilo que é público, o que nos é privado. Estamos inseridos num círculo vicioso, onde ao mantermos uma relação informal com o Estado, deixamos até mesmo de ser cidadãos.
Para Sérgio Buarque de Holanda, esta chamada adaptabilidade se explica pela inexistência, entre os portugueses, do tão caraterístico "orgulho racial" da maioria dos [[europeus]]. De certo ponto de vista, dessa forma o caráter português se coloca então como superior a seus congêneres, mais democrático, mais adequado à plena convivência das raças, da diversidade.

{{referências}}

== {{Ligações externas}} ==
* {{Link||2=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002009000100009&lng=e&nrm=iso&tlng=e |3=As raízes do Brasil no espelho de Próspero |4=, por Pedro Meira Monteiro. In: Novos Estudos - [[CEBRAP]], n. 83, pp.&nbsp;159–182, 2009 (ISSN 0101-3300).}}
* {{Link||2=http://www.bresserpereira.org.br/ver_file.asp?id=549 |3=Relendo "Raízes do Brasil" |4=, por Luiz Carlos Bresser-Pereira}}
* {{Link||2=http://educaterra.terra.com.br/voltaire/brasil/2002/07/03/001.htm |3=Sérgio Buarque, o explicador do Brasil |4=, por Voltaire Schilling}}

{{esboço-livro}}
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Revisão das 18h35min de 21 de março de 2014

 Nota: Se procura pelo filme homônimo, veja Raízes do Brasil (filme).

Esse autor é um autor,não publicamos sobre ele.