Repetição espaçada

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Repetição espaçada é uma técnica de aprendizado baseada em evidências usualmente utilizada com flashcards (cartões de memorização). Flashcards recém-introduzidos e mais difíceis são mostrados com maior frequência, enquanto os mais antigos e menos difíceis são mostrados com menor frequência para explorar o efeito de espaçamento. Foi comprovado que o uso de repetição espaçada aumenta a taxa de aprendizado.[1]

Embora o princípio seja útil em muitos contextos, a repetição espaçada é normalmente utilizada em contextos onde o aprendiz deve se recordar de muitos itens e os reter indefinidamente na memória. Dessa forma, é empregada no processo de aquisição de vocabulário no processo de aprendizagem de uma segunda língua. Vários programas de software de repetição espaçada foram desenvolvidos para auxiliar o processo de aprendizagem. Também é possível realizar repetições espaçadas com flashcards usando o sistema Leitner.[carece de fontes?]

História[editar | editar código-fonte]

A base de pesquisa para a repetição espaçada foi iniciada por Hermann Ebbinghaus que sugeriu que o esquecimento de informações ao longo do tempo segue uma curva de esquecimento. O esquecimento, porém, pode ser evitado com a repetição do conteúdo, em especial com técnicas de recuperação ativa da informação (active recall). [carece de fontes?]

O treinamento com repetição espaçada foi testado pela primeira vez por Landauer e Bjork em 1978; eles reuniram um grupo de estudantes de psicologia mostrando aos estudantes fotos de certas pessoas seguidas pelo nome dos indivíduos. Com a repetição espaçada, os estudantes conseguiram associar o nome e o rosto dos indivíduos ao longo do tempo.[2]

Schacter, Rich e Stampp, em 1985, pesquisaram o uso da técnica por pessoas que têm amnésia e outros distúrbios de memória. Os resultados mostraram que o uso da repetição espaçada pode ajudar não apenas os estudantes, mas também indivíduos que lidam com problemas de memória.[3] Em 1989, C.J. Camp descobriu que usar essa técnica com pacientes de Alzheimer pode aumentar a duração da memória de fatos específicos.[2] Esses resultados demostraram que a expansão do intervalo de tempo implica em maiores benefícios para a memória.[3]

Referências

  1. Smolen, Paul; Zhang, Yili; Byrne, John H. (25 de Janeiro de 2016). «The right time to learn: mechanisms and optimization of spaced learning». Nature Reviews Neuroscience. 17 (2): 77–88. Bibcode:2016arXiv160608370S. PMC 5126970Acessível livremente. PMID 26806627. arXiv:1606.08370Acessível livremente. doi:10.1038/nrn.2015.18 
  2. a b Oren, Shiri; Willerton, Charlene; Small, Jeff (Fevereiro de 2014). «Effects of Spaced Retrieval Training on Semantic Memory in Alzheimer's Disease: A Systematic Review». Journal of Speech, Language, and Hearing Research (em inglês). 57 (1): 247–270. ISSN 1092-4388. PMID 24023380. doi:10.1044/1092-4388(2013/12-0352) 
  3. a b Hawley, K. S., Cherry, K. E., Boudreaux, E. O., & Jackson, E. M. (2008). A comparison of adjusted spaced repetition versus a uniform expanded repetition schedule for learning a name-face association in older adults with probable Alzheimer's disease. Journal of Clinical & Experimental Neuropsychology, 30(6), 639–649. doi:10.1080/13803390701595495.