Mostrar código-fonte de República das Duas Nações

{{Info/Estado extinto2|p1=Coroa do Reino da Polônia|bandeira_p1=Banner of Sigismund III Vasa.svg|p2=Grão-Ducado da Lituânia|bandeira_p2=Royal banner of the Grand Duchy of Lithuania.svg|nome_oficial=Reino da Polônia e Grão-Ducado da Lituânia|era=[[Idade Moderna]]|título_legislatura=[[Sejm da República das Duas Nações|''Sejm'' Geral]]|legislatura1=[[Senado da Polónia#Reino Polonês|Senado]]|tipo_legislatura1=[[Câmara alta]]|legislatura2=[[Câmara dos Deputados da Polônia|Câmara dos Deputados]]|tipo_legislatura2=[[Câmara baixa]]|dados_população1=8.000.000|dados_população1_ano=1582|dados_população1_nota=<ref name="Panstwowe">Panstwowe Przedsiebiorstwo Wydawnictw Kartograficznych: ''Atlas Historyczny Polski'', wydanie X, 1990, p. 14, {{ISBN|83-7000-016-9}}.</ref>|dados_área1=815.000|dados_área2=1.000.000|dados_área2_nota=<ref>Bertram Benedict (1919): ''A history of the great war. Bureau of national literature'', inc. p. 21.</ref>|dados_área1_nota=<ref name="Panstwowe">Panstwowe Przedsiebiorstwo Wydawnictw Kartograficznych: ''Atlas Historyczny Polski'', wydanie X, 1990, p. 14, {{ISBN|83-7000-016-9}}.</ref>|dados_ano1=1582|dados_ano2=1618|s1=Reino da Galícia e Lodoméria|bandeira_s1=Flag of Galicia-Lodomeria (1890–1918).svg|s2=Império Russo|bandeira_s2=Flag of Russia.svg|s3=Reino da Prússia|bandeira_s3=Flag of the Kingdom of Prussia (1750-1801).svg|evento_início=[[União de Lublin]]|ano_início=1569|data_início=1 de julho|evento1=[[Primeira Partilha da Polônia|Primeira Partição]]|data_evento1=5 de agosto|ano_evento1=1772|evento2=[[Constituição Polonesa de 3 de maio de 1791|Constituição de 3 de Maio]]|data_evento2=3 de maio|ano_evento2=1791|data_evento3=23 de janeiro|evento3=[[Segunda Partilha da Polônia|Segunda Partição]]<ref>https://www.britannica.com/event/Partitions-of-Poland</ref>|ano_evento3=1793|ano_fim=1795|evento_fim=[[Terceira Partilha da Polônia|Terceira Partição]]<ref>https://www.britannica.com/event/Partitions-of-Poland</ref>|data_fim=24 de outubro|forma_de_governo=[[Monarquia parlamentar]]
*[[Monarquia hereditária|Hereditária]]<ref name="ReferenceA">Janusz Sykała: ''Od Polan mieszkających w lasach – historia Polski – aż do króla Stasia'', Gdansk, 2010.</ref><ref name="Georg Ziaja p. 9">Georg Ziaja: ''Lexikon des polnischen Adels im Goldenen Zeitalter 1500–1600'', p. 9.</ref><br/><small>(1569–1572)</small>
*[[Monarquia eletiva|Eletiva]]<ref name="ReferenceA" /><ref name="Georg Ziaja p. 9" /><ref>{{citar web|url=https://polskieradio24.pl/39/156/artykul/1444613,artykuly-henrykowskie-szlachecka-prekonstytucja|título=Artykuły henrykowskie – szlachecka prekonstytucja – Historia |website=polskieradio24.pl}}</ref><br/><small>(1573–1791)<br/>(1792–1795)</small>
*[[Monarquia constitucional|Constitucional]]<ref>{{citar web|url=https://www.britannica.com/place/Poland/The-First-Partition|título=Poland – The First Partition &#124; Britannica|website=www.britannica.com}}</ref><br/><small>(1791–1792)</small>|religião='''Oficial:'''<br/>[[Igreja Católica|Catolicismo]]<ref>{{citar livro|título=The Post-Soviet Russian Orthodox Church: Politics, Culture and Greater Russia |primeiro=Katja |último=Richters |ano=2012 |isbn=978-1-136-29636-9 |página=133 |publicado=Routledge |citação=formed part of the Polish–Lithuanian Commonwealth which was ruled by Catholic monarchs who made Roman Catholicism the state religio...}}</ref>
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*''Si Deus nobiscum quis contra nos''<br /><small>"Se Deus é por nós, quem será contra nós"</small>
*''[[Pro Fide, Lege et Rege]]''<br /><small>"Pela Fé, Lei e Rei"</small>}}|mapa=Map of the Polish–Lithuanian Commonwealth (1619–1621).png|mapa2=Podział_administracyjny_I_RP.png|legenda_mapa=<small>A Polônia-Lituânia (verde) e seus estados vassalos (verde claro) em 1619</small>|mapa2_legenda=<small>As subdivisões da Polônia-Lituânia com seus vassalos, a Prússia; a Curlândia e Semigália; Terras de Bytów e Lębork, na Pomerânia</small>|nome_nativo={{nobold|''Królestwo Polskie i Wielkie Księstwo Litewskie'' ([[Língua polonesa|Polonês]])<br>''Regnum Poloniae Magnusque Ducatus Lithuaniae'' ([[Latim]])}}|imagem_bandeira=Banner of Poland-Lithuania.svg|bandeira=Bandeira da Polônia|bandeira_tipo=Estandarte Real<br><small>(c. 1605–1668)</small>|imagem_escudo=Arms of Poland-Lithuania under the House of Vasa.svg|escudo=Brasão de armas da República das Duas Nações|escudo_tipo=Brasão Real<br><small>(c. 1587–1668)</small>|líder1=[[Sigismundo II Augusto da Polônia|Sigismundo II]]|título_líder=[[Lista de monarcas da Polônia|Rei]] e [[Lista de governantes da Lituânia|Grão-Duque]]|ano_líder1=1569–1572 <small>(primeiro)</small>|líder2=[[Estanislau II Augusto da Polônia|Estanislau II]]|ano_líder2=1764–1795 <small>(último)</small>|governante1=[[Walenty Dembiński]]|título_governante=[[Chanceler da Polônia|Grão-Chanceler da Coroa]]|ano_governante1=1569–1576 <small>(primeiro)</small>|governante2=[[Antoni Sułkowski (chanceler)|Antoni Sułkowski]]|ano_governante2=1793–1795 <small>(último)</small>|vice1=[[Mikołaj Radziwiłł]]|título_vice=[[Grão-Chanceler da Lituânia]]|ano_vice1=1569–1584 <small>(primeiro)</small>|vice2=[[Joachim Chreptowicz]]|ano_vice2=1764–1795 <small>(último)</small>}}

A '''República das Duas Nações''' ou '''Comunidade Polaco-Lituana''',<ref group="Nota">*[[Língua polaca|Polonês]]: ''Rzeczpospolita Obojga Narodów'';
*[[Latim]]: ''Res Publica Utriusque Nationis'';
*[[Língua lituana|Lituano]]: ''Abiejų Tautų Respublika'', ''Žečpospolita'';
*[[Língua alemã|Alemão]]: ''Republik beider Nationen'', ''Republik beider Völker'', ''Republik Polen-Litauen'';
*[[Língua ucraniana|Ucraniano]]: ''Річ Посполита'';
*[[Língua bielorrussa|Bielorrusso]]: ''Рэч Паспалітая'';
*[[Língua rutena|Ruteno]]: ''Рѣчъ Посполита''</ref> formalmente conhecida como '''Reino da Polônia e Grão-Ducado da Lituânia''',<ref group="Nota">*[[Língua polaca|Polonês]]: ''Królestwo Polskie i Wielkie Księstwo Litewskie'';
*[[Latim]]: ''Regnum Poloniae Magnusque Ducatus Lithuaniae'';
*[[Língua lituana|Lituano]]: ''Lenkijos Karalystė ir Lietuvos Didžioji Kunigaikštystė'';
*[[Língua alemã|Alemão]]: ''Königreich Polen und des Großfürstentums Litauen''
*[[Língua ucraniana|Ucraniano]]: ''Королівство Польське і Велике князівство Литовське'';
*[[Língua bielorrussa|Bielorrusso]]: ''Польскае Каралеўства і Вялікае Княства Літоўскае''</ref> ou simplesmente '''Polônia-Lituânia''', era um estado bi-[[Confederação|confederal]],<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=bfhPEAAAQBAJ|título=The Russian Dilemma: Security, Vigilance and Relations with the West from Ivan III to Putin|ultimo=Hahn|primeiro=Gordon M.|editora=McFarland|ano=2021|língua=en|isbn=978-1-4766-8187-0}}</ref> às vezes chamado uma [[federação]],<ref>Zbigniew Pucek: ''Państwo i społeczeństwo 2012/1'', Krakow, 2012, p. 17.</ref> da [[Coroa do Reino da Polônia|Polônia]] e da [[Grão-Ducado da Lituânia|Lituânia]] governada por um [[Monarquia|monarca]] comum em [[união real]], que era ao mesmo tempo [[Lista de monarcas da Polônia|Rei da Polônia]] e [[Lista de governantes da Lituânia|Grão-Duque da Lituânia]]. Foi um dos maiores e mais populosos países da Europa dos séculos XVI a XVII.<ref>Norman Davies, ''Europe: A History'', Pimlico 1997, p. 554: "Poland–Lithuania was another country which experienced its 'Golden Age' during the sixteenth and early seventeenth centuries. The realm of the last Jagiellons was absolutely the largest state in Europe"</ref> Na sua maior extensão territorial, no início do século XVII, cobria quase 1,000,000 km<sup>2</sup><ref>According to Panstwowe Przedsiebiorstwo Wydawnictw Kartograficznych: ''Atlas Historyczny Polski'', wydanie X, 1990, p. 16, 990.000 km<sup>2</sup></ref> e em 1618 sustentava uma população multiétnica de quase 12 milhões de pessoas.<ref name="Pogonowski2">Based on [http://homepage.interaccess.com/%7Enetpol/POLISH/historia/MAPY/1618.jpg 1618 population map] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130217222629/http://homepage.interaccess.com/~netpol/POLISH/historia/MAPY/1618.jpg|date=17 February 2013}} (p. 115), 1618 languages map (p. 119), 1657–67 losses map (p. 128) and [http://homepage.interaccess.com/%7Enetpol/POLISH/historia/MAPY/1717.jpg 1717 map] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130217222634/http://homepage.interaccess.com/~netpol/POLISH/historia/MAPY/1717.jpg|date=17 February 2013}} (p. 141) from [[Iwo Cyprian Pogonowski]], ''Poland a Historical Atlas'', Hippocrene Books, 1987, {{ISBN|0880293942}}</ref><ref>According to Panstwowe Przedsiebiorstwo Wydawnictw Kartograficznych: ''Atlas Historyczny Polski'', wydanie X, 1990, p. 16, just over 9 million in 1618.</ref> O [[Língua polaca|polonês]] e o [[latim]] eram as duas línguas co-oficiais.

A Comunidade foi estabelecida pela [[União de Lublin]] em julho de 1569, mas a [[Coroa do Reino da Polônia]] e o [[Grão-Ducado da Lituânia]] estavam em uma [[união pessoal]] ''[[De facto|de fato]]'' não permanente<ref>{{Citar web|ultimo=Gudavičius|primeiro=Edvardas|url=https://vrm.lrv.lt/uploads/vrm/documents/files/LT_versija/Veikla/Vidaus%20reikal%C5%B3%20istorija/2dalis.pdf|titulo=Lietuvos feodalinės visuomenės ir jos valdymo sistemos genezė: 2 dalis|acessodata=18 de novembro de 2023|website=[[Ministry of the Interior (Lithuania)]]|pagina=8|lingua=lt}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Spečiūnas|primeiro=Vytautas|url=https://www.vle.lt/straipsnis/jonas-albrechtas/|titulo=Jonas Albrechtas|acessodata=18 de novembro de 2023|website=Visuotinė lietuvių enciklopedija|lingua=lt}}</ref> desde 1386 com o casamento de a rainha polonesa [[Edviges da Polónia|Jadwiga]] (Hedwig) e o grão-duque [[Ladislau II Jagelão da Polônia|Jogaila]] da Lituânia, que foi coroado rei ''[[jure uxoris]]'' Władysław II Jagiełło da Polônia. A [[Primeira Partilha da Polônia|Primeira Partição]] em 1772 e a [[Partilhas da Polônia|Segunda Partição]] em 1793 reduziram bastante o tamanho do estado. A Comunidade foi extinta na [[Partilhas da Polônia|Terceira Partição]] de 1795.

A União possuía muitas características únicas entre os estados contemporâneos. O seu [[Liberdade dourada|sistema político]] era caracterizado por controles rigorosos do poder monárquico. Estas verificações foram decretadas por uma legislatura (''[[sejm]]'') controlada pela nobreza (''[[szlachta]]''). Este sistema idiossincrático foi um precursor dos conceitos modernos de democracia,<ref name="Janowski2">[[Maciej Janowski]], ''Polish Liberal Thought'', Central European University Press, 2001, {{ISBN|963-9241-18-0}}, Google Print: [https://books.google.com/books?id=ieF7NYaEqQYC&q=4&pg=PA3 p. 3], [https://books.google.com/books?id=8keIXDyF_EoC&dq=Polish+Lithuanian+Commonwealth+federation&pg=PA13 p. 12]</ref> a partir de 1791, [[monarquia constitucional]],<ref name="Schroeder2">[[Paulo W. Schroeder|Paul W. Schroeder]], ''The Transformation of European Politics 1763–1848'', Oxford University Press, 1996, {{ISBN|0-19-820654-2}}, [https://books.google.com/books?id=BS2z3iGPCigC&dq=Poland+%22constitutional+monarchy%22&pg=PA84 Google print p. 84]</ref><ref name="Ludwikowski2">Rett R. Ludwikowski, ''Constitution-Making in the Region of Former Soviet Dominance'', Duke University Press, 1997, {{ISBN|0-8223-1802-4}}, [https://books.google.com/books?id=qw8o0_c0m74C&dq=Poland+%22constitutional+monarchy%22&pg=PA34 Google Print, p. 34]</ref><ref name="Sanford2">[[George Sanford (estudioso)|George Sanford]], ''Democratic Government in Poland: Constitutional Politics Since 1989'', Palgrave, 2002, {{ISBN|0-333-77475-2}}, [https://books.google.com/books?id=tOaXi0hX1RAC&dq=Poland+%22constitutional+monarchy%22&pg=PA11 Google print p. 11 – constitutional monarchy], [https://books.google.com/books?id=tOaXi0hX1RAC&dq=Poland+anarchy&pg=PA3 p. 3 – anarchy]</ref> e federação.<ref name="Gella2">Aleksander Gella, ''Development of Class Structure in Eastern Europe: Poland and Her Southern Neighbors'', SUNY Press, 1998, {{ISBN|0-88706-833-2}}, [https://books.google.com/books?id=8keIXDyF_EoC&dq=Polish-Lithuanian+Commonwealth+%22federation%22+Gella&pg=PA13 Google Print, p. 13]</ref> Embora os dois estados componentes da Comunidade fossem formalmente iguais, a Polônia era o parceiro dominante na união.<ref name="EB_Lublin2">"Formally, Poland and Lithuania were to be distinct, equal components of the federation&nbsp;... But Poland, which retained possession of the Lithuanian lands it had seized, had greater representation in the diet and became the dominant partner."{{Citar enciclopédia|url=http://www.britannica.com/eb/article-9049222|enciclopédia=Encyclopædia Britannica|ano=2006|artigo=Lublin, Union of}}</ref>

A Comunidade Polaco-Lituana foi marcada por elevados níveis de diversidade étnica e por relativa [[tolerância religiosa]], garantida pela [[Lei da Confederação de Varsóvia de 1573]];<ref name="Stephan2">Halina Stephan, ''Living in Translation: Polish Writers in America'', Rodopi, 2003, {{ISBN|90-420-1016-9}}, [https://books.google.com/books?id=y6DiiTcheBsC&dq=%22Polish-Lithuanian+Commonwealth%22+%22religious+tolerance%22&pg=PA373 Google Print p. 373].</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=y6DiiTcheBsC&dq=%22Polish-Lithuanian+Commonwealth%22+%22religious+tolerance%22&pg=PA373|título=Living in Translation: Polish Writers in America|ultimo=Stephan|primeiro=Halina|data=2003|editora=Rodopi|lingua=en}}</ref><ref group="Nota">Esta qualidade da Comunidade foi reconhecida pelos seus contemporâneos. Robert Burton, em seu ''The Anatomy of Melancholy'', publicado pela primeira vez em 1621, escreve sobre a Polônia: "A Polônia é um receptáculo de todas as religiões, onde se encontram Samosetanos, Socinianos, Fotinianos..., Arianos, Anabatistas"; “Na Europa, a Polônia e Amesterdã são os santuários comuns [para os judeus]”.</ref> no entanto, o grau de liberdade religiosa variou ao longo do tempo.<ref name="Feliks Gross2">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=I6wM4X9UQ8QC&dq=Polish-Lithuanian+Commonwealth+religious+tolerance&pg=PA122|título=Citizenship and Ethnicity: The Growth and Development of a Democratic Multiethnic Institution (notes)|ultimo=Gross|primeiro=Feliks|editora=Greenwood Press|ano=1999|isbn=0-313-30932-9|autorlink=Feliks Gross}}</ref> A [[Constituição Polonesa de 3 de maio de 1791|Constituição de 1791]] reconheceu o catolicismo como a "religião dominante", ao contrário da Confederação de Varsóvia, mas a liberdade religiosa ainda era concedida com ela.<ref name="Sanford3">[[George Sanford (estudioso)|George Sanford]], ''Democratic Government in Poland: Constitutional Politics Since 1989'', Palgrave, 2002, {{ISBN|0-333-77475-2}}, [https://books.google.com/books?id=tOaXi0hX1RAC&dq=Poland+%22constitutional+monarchy%22&pg=PA11 Google print p. 11 – constitutional monarchy], [https://books.google.com/books?id=tOaXi0hX1RAC&dq=Poland+anarchy&pg=PA3 p. 3 – anarchy]</ref>

Após várias décadas de prosperidade,<ref>"In the mid-1500s, united Poland was the largest state in Europe and perhaps the continent's most powerful state politically and militarily".</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=LACpYP-g1y8C|título=The Slavs in European History and Civilization|ultimo=Dvornik|primeiro=Francis|data=1962|editora=Rutgers University Press|lingua=en}}</ref><ref>Salo Wittmayer Baron (1976). ''A social and religious history of the Jews''. Columbia University Press. ISBN 0-231-08853-1.</ref> entrou num período de prolongado declínio político,<ref name="Sanford4">[[George Sanford (estudioso)|George Sanford]], ''Democratic Government in Poland: Constitutional Politics Since 1989'', Palgrave, 2002, {{ISBN|0-333-77475-2}}, [https://books.google.com/books?id=tOaXi0hX1RAC&dq=Poland+%22constitutional+monarchy%22&pg=PA11 Google print p. 11 – constitutional monarchy], [https://books.google.com/books?id=tOaXi0hX1RAC&dq=Poland+anarchy&pg=PA3 p. 3 – anarchy]</ref><ref name="Republicanism2">Martin Van Gelderen, [[Quentin Skinner]], ''[https://books.google.com/books?id=sLO_aRQiDwgC&dq=Polish+anarchy&pg=PA54 Republicanism: A Shared European Heritage]'', Cambridge University Press, 2002, {{ISBN|0-521-80756-5}} p. 54.</ref> militar e económico.<ref name="Domar2">"[http://www.j-bradford-delong.net/movable_type/2003_archives/001447.html The Causes of Slavery or Serfdom: A Hypothesis]" {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20071215054739/http://www.j-bradford-delong.net/movable_type/2003_archives/001447.html|date=15 December 2007}} (discussion and full online text) of [[Evsey Domar]] (1970).</ref> A sua crescente fraqueza levou à sua [[Partilhas da Polônia|divisão]] entre os seus vizinhos ([[Monarquia de Habsburgo|Áustria]], [[Reino da Prússia|Prússia]] e [[Império Russo|Rússia]]) durante o final do século XVIII. Pouco antes do seu desaparecimento, a Comunidade adoptou um enorme esforço de reforma e promulgou a [[Constituição Polonesa de 3 de maio de 1791|Constituição de 3 de Maio]], que foi a primeira constituição codificada na história europeia moderna e a segunda na história mundial moderna depois da [[Constituição dos Estados Unidos]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=2xCMVAFyGi8C&q=May+second+constitution+1791&pg=PA15|título=Constitutions of the World|ultimo=Blaustein|primeiro=Albert|data=1993|editora=Fred B. Rothman & Company|isbn=978-0-8377-0362-6|autorlink=Albert Blaustein}}</ref><ref>Isaac Kramnick, ''Introduction'', {{Citar livro|url=https://archive.org/details/federalistpapers00madi|título=The Federalist Papers|ultimo=Madison|primeiro=James|data=1987|editora=Penguin Classics|isbn=0-14-044495-5|autorlink=James Madison|url-access=registration}}</ref><ref name="Markoff2">[[John Markoff (professor)|John Markoff]] describes the advent of modern codified national constitutions as one of the milestones of democracy, and states that "The first European country to follow the U.S. example was Poland in 1791." John Markoff, ''Waves of Democracy'', 1996, {{ISBN|0-8039-9019-7}}, p. 121.</ref><ref name="Não_nomeado_3-20240324212441">Davies, Norman (1996). ''Europe: A History''. Oxford University Press. p. 699. ISBN 0-19-820171-0.</ref>

== Nome ==
O nome oficial do estado era '''Reino da Polônia e Grão-Ducado da Lituânia''' ({{Lang-pl|Królestwo Polskie i Wielkie Księstwo Litewskie}}, {{Lang-lt|Lenkijos Karalystė ir Lietuvos Didžioji Kunigaikštystė}}, {{Lang-la|Regnum Poloniae Magnusque Ducatus Lithuaniae}}). O termo latino era geralmente empregado em tratados internacionais e na diplomacia.<ref name="sjp">{{Citar web|url=http://sjp.pwn.pl/slowniki/Regnum%20Poloniae%20Magnusque%20Ducatus%20Lithuaniae.html|titulo=Regnum Poloniae Magnusque Ducatus Lithuaniae – definicja, synonimy, przykłady użycia|acessodata=27 Out 2016|website=sjp.pwn.pl}}</ref>

No século XVII e mais tarde também era conhecida como a "Comunidade Mais Serena da Polônia" ({{Lang-pl|Najjaśniejsza [[Rzeczpospolita]] Polska}}, {{Lang-la|Serenissima Res Publica Poloniae}}),<ref>{{Citar livro|url=http://archive.org/details/histoiredestroi00ferrgoog|título=Histoire Des trois Démembremens De La Pologne, Pour Faire Suite A L'Histoire de L'Anarchie De Pologne, Par Rulhiêre. T. 2|ultimo=Ferrand|primeiro=Antoine François Claude de|data=1820|editora=Paris Deterville|outros=University of Lausanne}}</ref> a Comunidade do Reino Polonês,<ref>the name given by [[Marcin Kromer]] in his work ''Polonia sive de situ, populis, moribus, magistratibus et re publica regni Polonici libri duo'', 1577.</ref> ou a Comunidade da Polônia.<ref>the therm used for instance in ''Zbior Deklaracyi, Not I Czynnosci Głownieyszych, Ktore Poprzedziły I Zaszły Pod Czas Seymu Pod Węzłem Konfederacyi Odprawuiącego Się Od Dnia 18. ''</ref>

Os europeus ocidentais simplificaram frequentemente o nome para "Polônia" e na maioria das fontes antigas e modernas é referido como o Reino da Polônia, ou apenas Polônia.<ref name="sjp2">{{Citar web|url=http://sjp.pwn.pl/slowniki/Regnum%20Poloniae%20Magnusque%20Ducatus%20Lithuaniae.html|titulo=Regnum Poloniae Magnusque Ducatus Lithuaniae – definicja, synonimy, przykłady użycia|acessodata=27 Out 2016|website=sjp.pwn.pl}}</ref><ref>Name used for the common state, Henryk Rutkowski, Terytorium, w: Encyklopedia historii gospodarczej Polski do 1945 roku, t. II, Warszawa 1981, s. 398.</ref><ref>Richard Buterwick.</ref> Os termos "Comunidade da Polônia" e "Comunidade das Duas Nações" ({{Lang-pl|Rzeczpospolita Obojga Narodów}}, {{Lang-la|Res Publica Utriusque Nationis}}) foram utilizados na [[Garantia Recíproca de Duas Nações]].<ref>1791 document signed by the King Stanislaw August "Zareczenie wzaiemne Oboyga Narodow" pp. 1, 5</ref> O termo inglês Comunidade Polaco-Lituana e Alemão Polen-Litauen são vistos como representações da variante "Comunidade de Duas Nações".<ref name="sjp2" />

Outros nomes informais incluem "República dos Nobres" ({{Lang-pl|Rzeczpospolita szlachecka}}) e a "Primeira Comunidade" ({{Lang-pl|I Rzeczpospolita}}) ou "Primeira República Polonesa" ({{Lang-pl|Pierwsza Rzeczpospolita}}), esta última relativamente comum na historiografia para distingui-la da [[Segunda República Polonesa|Segunda República Polaca]].

== História ==
{{Artigo principal|História da Comunidade Polaco-Lituana (1569-1648)|História da Comunidade Polaco-Lituana (1648-1764)|História da Comunidade Polaco-Lituana (1764-1795)}}

=== Prelúdio (1370–1569) ===
[[Ficheiro:Poland_and_Lithuania_in_1526.PNG|esquerda|miniaturadaimagem|300x300px|O [[Coroa do Reino da Polônia|Reino da Polônia]] e o [[Grão-Ducado da Lituânia]] em 1526.]]
O [[Coroa do Reino da Polônia|Reino da Polônia]] e o [[Grão-Ducado da Lituânia]] passaram por uma série alternada de guerras e alianças ao longo dos séculos XIII e XIV.<ref>{{Citar livro|título=Polska Jagiellonów|ultimo=Jasienica|primeiro=Paweł|data=1997|editora=Prószyński i Spółka|localização=Polska|páginas=30–32|isbn=978-83-8123-881-6}}</ref> As relações entre os dois estados diferiram por vezes, à medida que cada um lutava e competia pelo domínio político, econômico ou militar da região.<ref>{{Harvnb|Jasienica|1997|pp=30–32}}</ref> Por sua vez, a Polónia permaneceu um forte aliado do seu vizinho do sul, a [[Reino da Hungria|Hungria]]. O último monarca polonês da dinastia nativa [[Dinastia piasta|Piast]], [[Casimiro III da Polônia|Casimiro, o Grande]], morreu em 5 de novembro de 1370 sem gerar um herdeiro legítimo do sexo masculino.<ref name="Halecki 1991 52">{{Harvnb|Halecki|1991|p=52}}</ref> Consequentemente, a coroa passou para o seu sobrinho húngaro, [[Luís I da Hungria|Luís de Anjou]], que governou o [[Reino da Hungria]] numa [[União da Hungria e Polônia|união pessoal com a Polônia]].<ref name="Halecki 1991 52" /> Um passo fundamental no desenvolvimento de laços extensos com a Lituânia foi uma crise de sucessão que surgiu na década de 1380.<ref>{{Harvnb|Halecki|1991|p=71}}</ref> Luís morreu em 10 de setembro de 1382 e, como seu tio, não gerou um filho para sucedê-lo. Suas duas filhas, [[Maria da Hungria|Maria]] e [[Edviges da Polónia|Jadwiga]] (Hedwig), reivindicavam o vasto reino dual.<ref name="Halecki 1991 52" />

Os senhores poloneses rejeitaram Maria em favor de sua irmã mais nova, Jadwiga, em parte devido à associação de Maria com [[Sigismundo do Sacro Império Romano-Germânico|Sigismundo de Luxemburgo]].<ref>{{Citar livro|título=The Realm of St Stephen: A History of Medieval Hungary, 895–1526|ultimo=Engel|primeiro=Pál|editora=I.B. Tauris|ano=2001|isbn=1-86064-061-3}}</ref> A futura rainha reinante estava prometida ao jovem [[Guilherme, Duque da Áustria|Guilherme de Habsburgo, Duque da Áustria]], mas certas facções da nobreza permaneceram apreensivas acreditando que Guilherme não asseguraria os interesses domésticos.<ref>{{Citar livro|título=Jadwiga of Anjou and the Rise of East Central Europe|ultimo=Halecki|primeiro=Oscar|editora=Polish Institute of Arts and Sciences of America|ano=1991|páginas=116–117|isbn=0-88033-206-9|autorlink=Oscar Halecki}}</ref> Em vez disso, recorreram a [[Ladislau II Jagelão da Polônia|Jogaila]], o grão-duque da Lituânia. Jogaila foi um [[Paganismo|pagão]] ao longo da vida e prometeu [[Batismo|adotar o catolicismo]] após o casamento, assinando a [[União de Krewo]] em 14 de agosto de 1385.<ref>{{Harvnb|Jasienica|1997|p=63}}</ref> A Lei impôs o cristianismo na Lituânia e transformou a Polônia numa [[diarquia]], um reino governado por dois soberanos; seus descendentes e monarcas sucessivos detinham os títulos de rei e grão-duque, respectivamente.<ref>{{Harvnb|Halecki|1991|p=155}}</ref> A cláusula final ditava que a Lituânia seria fundida perpetuamente (''perpetuo applicare'') com o Reino da Polônia; no entanto, isso não entrou em vigor até 1569.<ref>{{Citar livro|título=Historia dla Maturzysty|ultimo=Manikowska|primeiro=Halina|data=2005|editora=Wydawnictwo Szkolne PWN|localização=Warszawa|isbn=83-7195-853-6}}</ref> Jogaila foi coroado como Władysław II Jagiełło na [[Catedral de Wawel]] em 4 de março de 1386.<ref>{{Citation|último=Bojtár|primeiro1=Endre|ano=1999|others=translated by Walter J. Renfroe|título=Foreword to the Past: A Cultural History of the Baltic People|local=Budapest|url=https://books.google.com/books?id=Er1_CwAAQBAJ|publicado=Central European University Press|isbn=978-963-9116-42-9|página=182}}</ref>

=== União de Lublin (1569) ===
{{Artigo principal|União de Lublin}}
[[Ficheiro:Unia_Lubelska_1569_r..jpg|esquerda|miniaturadaimagem|A [[União de Lublin]] juntou-se ao [[Coroa do Reino da Polônia|Reino da Polônia]] e ao [[Grão-Ducado da Lituânia]] em 1569.]]
Vários acordos menores foram alcançados antes da unificação, nomeadamente a [[União de Cracóvia e Vilnius]], a [[União de Vilnius e Radom]] e a [[União de Grodno (1432)|União de Grodno]]. A posição vulnerável da Lituânia e as tensões crescentes no seu flanco oriental persuadiram os nobres a procurar um vínculo mais estreito com a Polônia.<ref>{{Harvnb|Butterwick|2021|pp=12–14}}</ref> A ideia de uma federação apresentava melhores oportunidades económicas, ao mesmo tempo que protegia as fronteiras da Lituânia de estados hostis a norte, sul e leste.<ref>{{Harvnb|Butterwick|2021}}</ref> A pequena nobreza lituana estava ansiosa por partilhar os privilégios pessoais e as liberdades políticas desfrutadas pela [[szlachta]] polaca, mas não aceitou as exigências polacas para a incorporação do Grão-Ducado na Polónia como uma mera província, sem sentido de autonomia.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=g2cOEAAAQBAJ|título=The Polish-Lithuanian Commonwealth, 1733–1795|ultimo=Butterwick|primeiro=Richard|data=2021|editora=Yale University Press|isbn=978-0-300-25220-0}}</ref> [[Mikołaj Radziwiłł|Mikołaj "o Vermelho" Radziwiłł]] (Radvila Rudasis) e seu primo [[Mikołaj Radziwiłł|Mikołaj "o Negro" Radziwiłł]], dois nobres proeminentes e comandantes militares na Lituânia, se opuseram veementemente à união.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=b9EsAQAAIAAJ&q=mikolaj%20radziwi%C5%82%C5%82%20rudy%20przeciwnik%20unii|título=Historia Polski do 2009 roku|ultimo=Borucki|primeiro=Marek|data=2009|editora=Mada|localização=Polska|isbn=978-83-89624-59-8}}</ref>

Um feroz defensor de uma Comunidade única e unificada foi [[Sigismundo II Augusto da Polônia|Sigismundo II Augusto]], que não tinha filhos e estava doente. Segundo os historiadores, foi o seu envolvimento ativo que acelerou o processo e tornou possível a união.<ref>{{Citar livro|título=Historia Polski 1505–1764|ultimo=Gierowski|primeiro=Józef|editora=[[Polish Scientific Publishers PWN|PWN]]|ano=1986a|localização=Warsaw|páginas=92–109|isbn=83-01-03732-6|autorlink=Józef Andrzej Gierowski}}</ref> Um parlamento (''sejm'') reuniu-se em 10 de janeiro de 1569 na cidade de [[Lublin]], com a presença de enviados de ambas as nações. Foi acordado que a fusão ocorrerá no mesmo ano e ambos os parlamentos serão fundidos numa assembleia conjunta.<ref name="Butterwick 2021 21">{{Harvnb|Butterwick|2021|p=21}}</ref> Nenhuma convocação parlamentar independente ou [[Dieta (assembleia)|dieta]] foi permitida a partir de então.<ref name="Butterwick 2021 21" /> Os súditos da Coroa polaca já não estavam restringidos na compra de terras em território lituano e uma [[moeda]] única foi estabelecida.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=dG1PAQAAIAAJ&q=unia%20lubelska%20waluta%201569|título=Rzeczpospolita Obojga Narodów a Ukraina|ultimo=Pernal|primeiro=Andrew Boleslaw|data=2010|editora=Księgarnia Akademicka|localização=Polska|isbn=978-83-7188-973-8}}</ref> Embora os militares permanecessem separados, uma política externa unificada significava que as tropas lituanas eram obrigadas a contribuir durante um conflito que não fosse vantajoso para eles.<ref>{{Harvnb|Pernal|2010|p=10}}</ref> Como resultado, vários [[magnata]]s lituanos deploraram os acordos e deixaram a assembleia em protesto.<ref name="Maniecky 1869 504">{{Harvnb|Maniecky|Szajnocha|1869|p=504}}</ref> Sigismundo II usou sua autoridade como grão-duque e fez cumprir o Ato de União ''[[Contumácia|in contumaciam]]''. Com medo, os nobres ausentes retornaram prontamente às negociações.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=NZX8WU5PDyQC|título=Dziennik Literacki|ultimo=Maniecky|primeiro=Wojciech|ultimo2=Szajnocha|primeiro2=Karol|editora=Ossoliński|ano=1869|língua=pl}}</ref> A [[União de Lublin]] foi aprovada pelos deputados reunidos e assinada pelos participantes em 1 de julho, criando assim a Comunidade Polaco-Lituana.<ref name="Maniecky 1869 504" />

A morte de Sigismundo em 1572 foi seguida por um [[interregno]] durante o qual foram feitos ajustes no sistema constitucional; estes ajustes aumentaram significativamente o poder da [[Szlachta|nobreza polaca]] e estabeleceram uma [[Monarquia eletiva|monarquia verdadeiramente eletiva]].<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20110604230420/http://info-poland.buffalo.edu/classroom/longhist3.html|titulo=The Historical Setting: The Noble Republic (1572-1795)|data=2011-06-04|acessodata=2024-01-23|website=web.archive.org}}</ref>

== Ápice e a Era de Ouro (1573-1648) ==
{{Artigo principal|Era de Ouro Polonesa}}
[[Ficheiro:Polish-Lithuanian_Commonwealth_in_1619.PNG|miniaturadaimagem|300x300px|A Comunidade Polaco-Lituana atingiu a sua maior extensão em 1619]]
Em 11 de maio de 1573, [[Henrique III de França|Henrique de Valois]], filho de [[Henrique II de França]] e de [[Catarina de Médici]], foi proclamado Rei da Polônia e Grão-Duque da Lituânia na primeira eleição real fora de [[Varsóvia]] . Aproximadamente 40.000 nobres votaram no que se tornaria uma tradição secular de democracia dos nobres ([[Liberdade dourada|Liberdade Dourada]]). Henrique já se apresentava como candidato antes da morte de Sigismundo e recebeu amplo apoio das facções pró-francesas. A escolha foi um movimento político que visava reduzir a hegemonia dos [[Casa de Habsburgo|Habsburgos]], acabar com as escaramuças com os [[Império Otomano|otomanos]] aliados franceses, e lucrar com o lucrativo comércio com a França. Ao subir ao trono, Henrique assinou o acordo contratual conhecido como ''[[Pacta conventa]]'' e aprovou os [[Artigos do Rei Henrique|Artigos Henricianos]].<ref>{{Citar livro|título=Historia państwa i prawa polskiego|ultimo=Bardach|primeiro=Juliusz|data=1987|editora=PWN|localização=Warszawa|páginas=216–217|língua=pl}}</ref> A Lei estabeleceu os princípios fundamentais de governação e [[direito constitucional]] na Comunidade Polaco-Lituana.<ref name="Bardach 1987 216–217">{{Harvnb|Bardach|1987|pp=216–217}}</ref> Em junho de 1574, Henrique abandonou a Polônia e voltou para reivindicar a coroa francesa após a morte de seu irmão e antecessor, [[Carlos IX de França|Carlos IX]].<ref>{{Citar livro|título=The Polish-Lithuanian state, 1386–1795 [A History of East Central Europe, Volume IV.]|ultimo=Stone, Daniel|editora=University of Washington Press|ano=2001|localização=Seattle|isbn=0-295-98093-1}}</ref> O trono foi posteriormente declarado vago.

O interregno terminou em 12 de dezembro de 1575, quando o primaz [[Jakub Uchański]] declarou [[Maximiliano II do Sacro Império Romano-Germânico|Maximiliano II, Sacro Imperador Romano]], como o próximo rei.<ref>{{Citar livro|título=Stefan Batory: Polski Słownik Biograficzny|ultimo=Besala|primeiro=Jerzy|ultimo2=Biedrzycka|primeiro2=Agnieszka|ano=2005|volume=XLIII|língua=pl}}</ref> A decisão foi condenada pela coalizão anti-Habsburgo, que exigia um candidato “nativo”.<ref name="Besala 2005 116">{{Harvnb|Besala|Biedrzycka|2005|p=116}}</ref> Como compromisso, em 13 de dezembro de 1575, [[Ana Jagelão da Polônia|Ana Jagelão]] – irmã de Sigismundo Augusto e membro da [[Dinastia jaguelônica|dinastia Jaguelônica]] – tornou-se a nova monarca.<ref>{{Harvnb|Besala|Biedrzycka|2005|p=117}}</ref> Os nobres elegeram simultaneamente [[Estêvão Báthory da Polônia|Estevão Báthory]] como co-regente, que governou ''[[jure uxoris]]''.<ref name="Besala 2005 116" /> A eleição de Báthory revelou-se controversa – a Lituânia e a [[Ducado da Prússia|Prússia Ducal]] inicialmente recusaram-se a reconhecer a Transilvânia como seu governante.<ref>{{Harvnb|Besala|Biedrzycka|2005|pp=116–117}}</ref> A rica cidade portuária de [[Gdansk|Gdańsk]] (Danzig) encenou uma [[Rebelião de Danzig|revolta]], e, com a ajuda da [[Dinamarca]], bloqueou o comércio marítimo para a neutra [[Elbląg]] (Elbing).<ref name="Besala 2005 118–119">{{Harvnb|Besala|Biedrzycka|2005|pp=118–119}}</ref> Báthory, incapaz de penetrar nas extensas fortificações da cidade, sucumbiu às exigências de maiores privilégios e liberdades.<ref name="Besala 2005 118–119" /> No entanto, a sua [[Guerra da Livônia|campanha bem sucedida na Livônia]] terminou com a anexação da [[Livônia]] e do [[Ducado da Curlândia e Semigália]] (actual [[Estónia|Estônia]] e [[Letónia|Letônia]], respectivamente), expandindo assim a influência da Commonwealth nos [[Países Bálticos|Bálticos]].<ref>{{Harvnb|Besala|Biedrzycka|2005|pp=121}}</ref> Mais importante ainda, a Polónia ganhou a cidade [[Liga Hanseática|hanseática]] de [[Riga]], no [[Mar Báltico]].
[[Ficheiro:Sigismund_of_Poland.JPG|esquerda|miniaturadaimagem|[[Sigismundo III Vasa da Polônia|Sigismundo III Vasa]], que reinou entre 1587 e 1632, presidiu uma era de prosperidade e expansão territorial da Comunidade.]]
Em 1587, [[Sigismundo III Vasa da Polônia|Sigismundo Vasa]] - filho de [[João III da Suécia]] e de [[Catarina Jagelão]] - venceu as eleições, mas a sua reivindicação foi abertamente contestada por [[Maximiliano III, Arquiduque da Áustria|Maximiliano III da Áustria]], que lançou uma [[Guerra da Sucessão Polonesa (1587-1588)|expedição militar]] para desafiar o novo rei.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=JlAFSS-12xwC|título=Dzieła Józefa Szujskiego. Dzieje Polski|ultimo=Szujski|primeiro=Józef|data=1894|editora=Szujski-Kluczycki|volume=3|localização=Kraków|língua=pl|acessodata=9 de janeiro de 2021}}</ref> A sua [[Batalha de Byczyna|derrota]] em 1588 pelas mãos de [[Jan Zamoyski]] selou o direito de Sigismundo ao trono da Polônia e da Suécia.<ref>{{Citar web|ultimo=pisze|primeiro=Przemek|url=http://historia.org.pl/2013/07/03/bitwa-pod-byczyna-zamoyski-upokarza-habsburgow-i-gwarantuje-tron-zygmuntowi-iii/|titulo=Bitwa pod Byczyną. Zamoyski upokarza Habsburgów i gwarantuje tron Zygmuntowi III – HISTORIA.org.pl – historia, kultura, muzea, matura, rekonstrukcje i recenzje historyczne|data=3 de julho de 2013|acessodata=16 de novembro de 2016}}</ref> O longo reinado de Sigismundo marcou o fim da [[Era de Ouro Polonesa]] e o início da Idade de Prata.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=p7JFAAAAIAAJ&q=srebrn%20wiek%20%20z%C5%82oty%20waz%C3%B3w|título=Kryzys Oświecenia a początki konserwatyzmu polskiego|ultimo=Kizwalter|primeiro=Tomasz|data=1987|editora=Uniwersytet Warszawski|localização=Warszawa (Warsaw)|língua=pl|acessodata=3 de Maio de 2021}}</ref> Católico devoto, ele esperava restaurar o [[Monarquia absoluta|absolutismo]] e impôs o [[Igreja Católica|catolicismo romano]] durante o auge da [[Contrarreforma]].<ref>{{Harvnb|Szujski|1894|p=161}}</ref> A sua intolerância para com os [[Protestantismo|protestantes]] na Suécia desencadeou uma [[Guerra contra Sigismundo|guerra de independência]], que pôs fim à [[união polaco-sueca]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=FtFDthqmB2wC|título=Warrior Kings of Sweden. The Rise of an Empire in the Sixteenth and Seventeenth Centuries|ultimo=Peterson|primeiro=Gary Dean|data=2014|editora=McFarland, Incorporated, Publishers|língua=en|isbn=978-1-4766-0411-4|acessodata=14 de janeiro de 2021}}</ref> Como consequência, foi deposto na Suécia por seu tio [[Carlos IX da Suécia|Carlos IX Vasa]].<ref>{{Harvnb|Peterson|2014|p=107}}</ref> Na Polônia, a [[rebelião de Zebrzydowski]] foi brutalmente reprimida.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Jl6OAAAAMAAJ&q=guz%C3%B3w%20200%20rokosz|título=Constitutions, Elections, and Legislatures of Poland, 1493–1977|ultimo=Jędruch|primeiro=Jacek|data=1982|editora=University Press of America|isbn=978-0-8191-2509-5|acessodata=1 Fev 2021}}</ref>

Sigismundo III iniciou então uma política de [[expansionismo]] e invadiu a [[Czarado da Rússia|Rússia]] em 1609, quando esse país foi assolado por uma guerra civil conhecida como o [[Tempo de Dificuldades|Tempo das Perturbações]]. Em julho de 1610, a força polonesa em menor número, composta por [[Hussardos poloneses|hussardos alados]], derrotou os russos na [[Batalha de Klushino]], o que permitiu aos poloneses tomar e ocupar [[Moscovo|Moscou]] pelos próximos dois anos.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=X__-DwAAQBAJ|título=Poland. The First Thousand Years|ultimo=Dabrowski|primeiro=Patrice M.|data=2014|editora=Cornell University Press|localização=US|isbn=978-1-5017-5740-2|acessodata=18 Fev 2021}}</ref> O desgraçado [[Basílio IV da Rússia]] foi transportado numa jaula para Varsóvia, onde prestou homenagem a Sigismundo; Vasili foi posteriormente assassinado no cativeiro.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=wq1NBAAAQBAJ|título=Tsars and Imposters. Russia's Time of Troubles|ultimo=Shubin|primeiro=Daniel H.|data=2009|editora=Algora|localização=New York|isbn=978-0-87586-687-1|acessodata=1 Fev 2021}}</ref> As forças da Comunidade foram eventualmente expulsas em 4 de novembro de 1612 (celebrado como o [[Dia da Unidade (Rússia)|Dia da Unidade]] na Rússia). A guerra terminou com uma [[Trégua de Deulino|trégua]] que concedeu extensos territórios à Polónia-Lituânia no leste e marcou a sua maior expansão territorial.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=gbU8AAAAIAAJ&pg=PA595|título=The New Cambridge Modern History: Volume 4, The Decline of Spain and the Thirty Years War, 1609–48/49|ultimo=Cooper|primeiro=J. P.|data=1979|editora=CUP Archive|isbn=978-0-521-29713-4|acessodata=11 Abr 2019}}</ref> Pelo menos cinco milhões de russos morreram entre 1598 e 1613, resultado de conflitos contínuos, fome e invasão de Sigismundo.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=i3UpDwAAQBAJ|título=The Causes of War|ultimo=Gillespie|primeiro=Alexander|data=2017|editora=Bloomsbury Publishing|volume=III: 1400 CE to 1650 CE|localização=Portland|isbn=978-1-5099-1766-2|autorlink=Alexander Gillespie|acessodata=18 Fev 2021}}</ref>
[[Ficheiro:Polish_Sejm_1622.jpg|miniaturadaimagem|[[Sejm da Comunidade Polaco-Lituana|Sejm]] (parlamento) da Comunidade Polaco-Lituana no início do século XVII]]
A [[Guerra Polaco-Otomana (1620–1621)|Guerra Polaco-Otomana (1620-1621)]] forçou a Polônia a retirar-se da [[Moldávia]], no sudeste da Europa, mas a vitória de Sigismundo sobre os turcos em [[Batalha de Khotyn (1621)|Khotyn]] diminuiu a supremacia do Sultanato e acabou por levar ao assassinato de [[Osmã II]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=kQZOAAAAcAAJ|título=The History of Modern Europe|ultimo=Dyer|primeiro=Thomas Henry|data=1861|editora=J. Murray|volume=From the Fall of Constantinople, in 1453, to the War in the Crimea, in 1857. Volume 2|localização=London|acessodata=20 Fev 2021}}</ref> Isto garantiu a fronteira turca durante o governo de Sigismundo. Apesar das vitórias na [[Guerra polaco–sueca (1626–1629)|Guerra Polaco-Sueca (1626-1629)]], o exausto exército da Comunidade assinou o [[Tratado de Altmark]], que cedeu grande parte da Livônia à Suécia sob [[Gustavo II Adolfo da Suécia|Gustavo II Adolfo]].<ref>{{Citar livro|título=Rapier i koncerz: z dziejów wojen polsko-szwedzkich|ultimo=Podhorodecki|primeiro=Leszek|editora=Książka i Wiedza|ano=1985|localização=Warsaw|páginas=191–200|isbn=83-05-11452-X}}</ref> Ao mesmo tempo, o poderoso [[Sejm da Comunidade Polaco-Lituana|parlamento]] do país era dominado por nobres que estavam relutantes em envolver-se na [[Guerra dos Trinta Anos]]; esta neutralidade poupou o país da devastação de um conflito político-religioso que devastou a maior parte da Europa contemporânea.<ref>{{Harvnb|Gillespie|2017|p=141}}</ref>

Durante este período, a Polónia viveu um despertar cultural e um extenso desenvolvimento nas artes e na arquitectura; o primeiro rei [[Dinastia de Vasa|Vasa]] patrocinou abertamente pintores, artesãos, músicos e engenheiros estrangeiros, que se estabeleceram na Comunidade a seu pedido.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Zh8qAQAAIAAJ&q=zygmunt%20III%20architekutra|título=Dzieje sztuki polskiej: Architektura polska XVII wieku|ultimo=Miłobędzki|primeiro=Adam|data=1980|editora=Panstwowe Wydawnictwo Naukowe|localização=Polska|língua=pl|isbn=978-83-01-01363-9|acessodata=8 de janeiro de 2021}}</ref>

O filho mais velho de Sigismundo, [[Ladislau IV Vasa da Polônia|Ladislau]], o sucedeu como Władysław IV em 1632, sem grande oposição.<ref>{{Citar livro|título=Władysław IV i jego czasy|ultimo=Czapliński|primeiro=Władysław|editora=PW "Wiedza Poweszechna"|ano=1976|localização=Warsaw|páginas=102–118|língua=pl|autorlink=Władysław Czapliński}}</ref> Um estrategista habilidoso, investiu em [[artilharia]], modernizou o exército e defendeu ferozmente as fronteiras orientais da Comunidade.<ref>{{Harvnb|Czapliński|1976|p=170}}</ref> Sob o [[Tratado de Stuhmsdorf]], ele recuperou regiões da Livônia e do Báltico que foram perdidas durante as guerras polaco-suecas.<ref>{{Harvnb|Czapliński|1976|p=202}}</ref> Ao contrário de seu pai, que adorava os Habsburgos, Władysław buscou laços mais estreitos com a França e casou-se com [[Maria Luísa Gonzaga]], filha de [[Carlos I de Mântua|Carlos I Gonzaga, Duque de Mântua]], em 1646.<ref>{{Harvnb|Czapliński|1976|pp=353–356}}</ref>

=== Dilúvio, rebeliões e Viena (1648-1696) ===
{{Artigo principal|O Dilúvio (história polonesa)|Batalha de Viena}}
[[Ficheiro:Siemiginowski_Sobieski_at_the_Battle_of_Vienna.jpg|miniaturadaimagem|[[João III Sobieski da Polônia|João III Sobieski]], vencedor sobre os [[Império Otomano|turcos otomanos]] na [[Batalha de Viena]] em 1683.]]
O poder e a estabilidade da Comunidade começaram a diminuir após uma série de golpes durante as décadas seguintes. O irmão de Władysław, [[João II Casimiro Vasa da Polônia|João II Casimiro]], provou ser fraco e impotente. A federação multicultural e megadiversificada já sofria de problemas internos. À medida que a perseguição às minorias religiosas e étnicas se intensificava, vários grupos começaram a rebelar-se.

Uma grande rebelião de cossacos ucranianos autogovernados que habitavam as fronteiras do sudeste da Commonwealth se rebelou contra a opressão polonesa e católica da Ucrânia ortodoxa em 1648, no que veio a ser conhecido como a [[Revolta de Khmelnitski|Revolta de Khmelnytsky]]. Resultou num pedido ucraniano, nos termos do [[Tratado de Pereslávia|Tratado de Pereyaslav]], de proteção por parte do czar russo. Em 1651, face a uma ameaça crescente da Polónia, e abandonado pelos seus aliados tártaros, [[Bohdan Khmelnytskyi|Khmelnytsky]] pediu ao czar que incorporasse a Ucrânia como um ducado autónomo sob protecção russa. A anexação russa da Ucrânia Zaporizhiana suplantou gradualmente a influência polonesa naquela parte da Europa. Nos anos seguintes, colonos polacos, nobres, católicos e [[judeus]] tornaram-se vítimas de massacres de retaliação instigados pelos cossacos nos seus domínios.

O outro golpe para a Commonwealth foi uma invasão sueca em 1655, conhecida como o [[O Dilúvio (história polonesa)|Dilúvio]], que foi apoiada pelas tropas do duque da [[Transilvânia]] [[Jorge II Rákóczi]] e de [[Frederico Guilherme, Eleitor de Brandemburgo]]. Sob o [[Tratado de Bromberg]] em 1657, a Polônia católica foi forçada a renunciar à sua [[suserania]] sobre a [[Prússia]] protestante; em 1701, o outrora insignificante ducado foi transformado no [[Reino da Prússia]], que se tornou uma grande potência europeia no século XVIII e provou ser o inimigo mais duradouro da Polônia.

No final do século XVII, o rei da enfraquecida Comunidade, [[João III Sobieski da Polônia|João III Sobieski]], aliou-se ao Sacro Imperador Romano [[Leopoldo I do Sacro Império Romano-Germânico|Leopoldo I]] para desferir derrotas esmagadoras ao [[Império Otomano]]. Em 1683, a [[Batalha de Viena]] marcou o ponto de viragem final na luta de 250 anos entre as forças da Europa cristã e os otomanos [[Islão|islâmicos]]. Pela sua oposição de séculos aos avanços muçulmanos, a Comunidade ganharia o nome de ''[[Antemurale Christianitatis]]'' (baluarte do Cristianismo).<ref name="Gella3">Aleksander Gella, ''Development of Class Structure in Eastern Europe: Poland and Her Southern Neighbors'', SUNY Press, 1998, {{ISBN|0-88706-833-2}}, [https://books.google.com/books?id=8keIXDyF_EoC&dq=Polish-Lithuanian+Commonwealth+%22federation%22+Gella&pg=PA13 Google Print, p. 13]</ref><ref>[https://archive.org/stream/polandknightamon00vannuoft/polandknightamon00vannuoft_djvu.txt Poland, the knight among nations], Louis Edwin Van Norman, New York: 1907, p. 18.</ref> Durante os 16 anos seguintes, a [[Grande Guerra Turca]] empurraria os turcos permanentemente para sul do [[rio Danúbio]], nunca mais ameaçando a Europa central.<ref>William J. Duiker, Jackson J. Spielvogel (2006). ''The Essential World History: Volume II: Since 1500''. Cengage Learning. p. 336. ISBN 0-495-09766-7.</ref>

=== A turbulência política e o iluminismo (1697-1771) ===
{{Artigo principal|Iluminismo Polonês|União pessoal da Polônia e Saxônia}}
[[Ficheiro:Silvestre_Augustus_II_the_Strong.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|[[Augusto II da Polônia|Augusto II, o Forte]], Rei da Polônia e Eleitor da Saxônia, portando a [[Ordem da Águia Branca]] que estabeleceu em 1705.]]
A morte de João Sobieski em 1696 encerrou indiscutivelmente o período de soberania nacional e a autoridade relativa da Polónia sobre a região diminuiu rapidamente. No século XVIII, a desestabilização do seu sistema político levou a Commonwealth à beira da [[guerra civil]] e o Estado tornou-se cada vez mais suscetível à influência estrangeira.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=6DTUAAAAMAAJ&q=XVIII%20wiek%20obce%20mocarstw%20wp%C5%82ywy%20szlachta%20elekcja|título=Wiek XVIII–XIX|ultimo=Gintel|primeiro=Jan|data=1971|editora=Wydawnictwo Literackie|localização=Polska}}</ref> As restantes potências europeias intrometeram-se perpetuamente nos assuntos do país.<ref>{{Harvnb|Gintel|1971|p=143}}</ref> Após a morte de um rei, várias casas reais se intrometeram ativamente na esperança de garantir votos para os candidatos desejados.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=z3niAAAAMAAJ&q=obce%20mocarstwa%20wyb%C3%B3r%20kr%C3%B3la%20elekcja%20kandydat|título=Studia staropolskie|ultimo=Instytut Badań Literackich|data=1969|editora=Zakład Ossolińskich|volume=24, 25|localização=Polska}}</ref> A prática era comum e aparente, e a seleção muitas vezes resultava de subornos pesados direcionados a nobres corruptos.<ref>{{Harvnb|Instytut Badań Literackich|1969|p=172}}</ref> [[Luís XIV de França]] investiu fortemente em [[Francisco Luís, Príncipe de Conti]], em oposição a [[Jaime Luís Sobieski]], [[Maximiliano II Emanuel, Eleitor da Baviera|Maximiliano II Emanuel da Baviera]] e [[Augusto II da Polônia|Frederico Augusto da Saxônia]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=TMMmAAAAMAAJ&q=conti+august+kr%C3%B3l|título=Jak w dawnej Polsce królów obierano|ultimo=Borucki|primeiro=Marek|data=1976|editora=Ludowa Spółdzielnia Wydawnicza|localização=Polska|páginas=138–143}}</ref> A conversão deste último do [[luteranismo]] ao catolicismo impressionou os magnatas conservadores e [[Papa Inocêncio XII|o Papa Inocêncio XII]], que por sua vez manifestaram o seu endosso.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=P70jAQAAIAAJ&q=august%20conti%20papie%C5%BC%20innocenty%20xii|título=Słownik władców Polski i pretendentów do tronu polskiego|ultimo=Spórna|data=2003|editora=Zielona Sowa|localização=Polska|isbn=978-83-7220-560-5}}</ref> A Rússia Imperial e a [[Monarquia de Habsburgo|Áustria dos Habsburgos]] também contribuíram financiando Frederico, cuja eleição ocorreu em junho de 1697. Muitos questionaram a legalidade da sua elevação ao trono; especulou-se que o Príncipe de Conti havia recebido mais votos e era o herdeiro legítimo. Frederico correu com [[Exército Real Saxão|seus exércitos]] para a Polônia para reprimir qualquer oposição. Ele foi coroado Augusto II em setembro e o breve combate militar de Conti perto de Gdańsk em novembro do mesmo ano revelou-se infrutífero.<ref>{{Harvnb|Borucki|1976|pp=138–143}}</ref>

A [[Dinastia Wettin|Casa de Wettin]] governou a Polônia-Lituânia e a Saxónia simultaneamente, dividindo o poder entre os dois estados. Apesar dos seus controversos meios de alcançar o poder, Augusto II gastou generosamente nas artes e deixou um extenso legado cultural e arquitetônico ([[Arquitetura barroca|barroco]]) em ambos os países. Na Polônia, expandiu [[Palácio Wilanów|Wilanów]] e facilitou a remodelação do [[Castelo Real de Varsóvia]] numa moderna residência palaciana.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=uKUjAAAAMAAJ&q=August%20wilanow%20pa%C5%82ac%20saski|título=Historia sztuki polskiej w zarysie: Sztuka nowożytna|ultimo=Dobrowolski|data=1962|editora=Wydawnictwo Literackie|localização=Polska}}</ref> Inúmeros marcos e monumentos na cidade têm um nome que faz referência aos reis saxões, nomeadamente o [[Jardim Saxão]], o [[Eixo Saxão]] e o antigo [[Palácio Saxão]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=pgAWAQAAMAAJ&q=August%20wilanow%20pa%C5%82ac%20saski|título=Boże igrzysko. Historia Polski. Od początków do roku 1795|ultimo=Davies|primeiro=Norman|data=1992|editora=Znak|localização=Polska|isbn=978-83-7006-384-9}}</ref> O período viu o desenvolvimento do planejamento urbano, alocação de ruas, hospitais, escolas ([[Collegium Nobilium]]), parques públicos e bibliotecas ([[Biblioteca Załuski]]). As primeiras fábricas produzindo em grande escala foram abertas para satisfazer as demandas da nobreza como consumidores.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=f0ZFAAAAIAAJ&q=sas%C3%B3w%20fabryki|título=Dzieje kultury polskiej. Czasy nowsze do roku 1831|ultimo=Brückner|primeiro=Aleksander|data=1931|editora=Wiedza Powszechna|localização=Polska|isbn=978-83-214-0861-3}}</ref>

{{multiple image
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| footer = [[Varsóvia]] perto do fim da existência da Comunidade. Pinturas de [[Bernardo Bellotto]], década de 1770
}}No auge da [[Grande Guerra do Norte]], uma coalizão ([[Confederação de Varsóvia (1704)|Confederação de Varsóvia]]) contra Augusto II foi formada por [[Estanislau I Leszczyński da Polônia|Stanisław Leszczyński]] e outros magnatas patrocinados pela Suécia. A Comunidade Polaco-Lituana era formalmente neutra neste ponto, quando Augusto entrou na guerra como Eleitor da Saxônia. Desconsiderando as propostas de negociação polonesas apoiadas pelo parlamento sueco, Carlos cruzou para a Comunidade e derrotou as forças saxo-polonesas na [[Batalha de Kliszów]] em 1702 e na [[Batalha de Pultusk (1703)|Batalha de Pułtusk]] em 1703.<ref>{{Citar livro|título=The Northern Wars. War, State and Society in Northeastern Europe 1558–1721|ultimo=Frost|primeiro=Robert I|editora=Longman|ano=2000|localização=Harlow|isbn=978-0-582-06429-4}}</ref> Carlos então conseguiu destronar Augusto e coagir o Sejm (parlamento) a substituí-lo por Estanislau em 1704.<ref>{{Citar livro|título=A Global Chronology of Conflict, Vol. Two|ultimo=Tucker|primeiro=S.C.|editora=ABC-CLIO, LLC|ano=2010|localização=Santa Barbara|isbn=978-1-85109-667-1}}</ref> Augusto recuperou o trono em 1709,<ref>{{Harvnb|Tucker|2010|p=710}}</ref> mas a sua própria morte em 1733 desencadeou a [[Guerra de Sucessão da Polônia|Guerra da Sucessão Polaca]], na qual Estanislau mais uma vez tentou tomar a coroa, desta vez com o apoio da França.<ref>{{Citar EB1911}}</ref> O [[Sejm de Pacificação (1736)|Sejm de Pacificação]] culminou com [[Augusto III da Polônia|Augusto III]] sucedendo a seu pai.<ref>Lindsey, J. O. (ed).</ref>

A relativa paz e a inactividade que se seguiram apenas enfraqueceram a reputação da Polônia na cena mundial.<ref name="Brückner 1931 157">{{Harvnb|Brückner|1931|p=157}}</ref> [[Aleksander Brückner]] observou que os costumes e tradições polacas foram abandonados em favor de tudo o que era estrangeiro, e os estados vizinhos continuaram a explorar a Polónia em seu benefício.<ref name="Brückner 1931 157" /> Além disso, a crescente exploração de recursos nas Américas pela Europa Ocidental tornou os abastecimentos da Commonwealth menos cruciais, o que resultou em perdas financeiras.<ref>{{Citar livro|url=http://archive.org/details/migrantscitizens00kosl|título=Migrants and citizens : demographic change in the European state system|ultimo=Koslowski|primeiro=Rey|data=2000|editora=Ithaca, N.Y. : Cornell University Press|outros=Cornell University Press}}</ref> Augusto III passou pouco tempo na Comunidade, preferindo a cidade saxônica de [[Dresden]]. Ele nomeou [[Heinrich von Brühl]] como vice-rei e ministro dos assuntos polacos que por sua vez deixou a política para famílias de magnatas polacos, como os [[Czartoryski]]s e os [[Familia Radziwill|Radziwiłłs]].<ref>{{Harvnb|Spórna|2003}}</ref> Foi também durante este período que o [[Iluminismo Polonês|Iluminismo polaco]] começou a brotar.

=== Partições (1772-1795) ===
{{Artigo principal|Partilhas da Polônia}}
[[Ficheiro:Rzeczpospolita_Rozbiory_3.png|miniaturadaimagem|300x300px|[[Partilhas da Polônia|Partições da Polônia]] em [[Primeira Partilha da Polônia|1772]], [[Segunda Partilha da Polônia|1793]] e [[Terceira Partilha da Polônia|1795]].]]
Em 1764, o aristocrata [[Estanislau II Augusto da Polônia|Stanisław August Poniatowski]] foi eleito monarca com a conivência e o apoio de sua ex-amante [[Catarina II da Rússia|Catarina, a Grande]], uma nobre alemã que se tornou Imperatriz da Rússia.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=-KpBxHzAB1gC&pg=PA64|título=Racławice 1794|ultimo=Bartłomiej Szyndler|editora=Bellona Publishing|ano=2009|páginas=64–65|isbn=978-83-11-11606-1|acessodata=26 Set 2014}}</ref>

As tentativas de reforma de Poniatowski encontraram forte resistência tanto interna quanto externamente. Qualquer objectivo de estabilizar a Comunidade era perigoso para os seus vizinhos ambiciosos e agressivos. Tal como os seus antecessores, patrocinou artistas e arquitectos. Em 1765 fundou o [[Corpo de Cadetes (Varsóvia)|Corpo de Cadetes de Varsóvia]], a primeira escola estatal na Polônia para todas as classes da sociedade.<ref>{{Citar livro|título=Nowa encyklopedia powszechna PWN: Sud-żyz|ultimo=Bartłomiej Kaczorowski|data=2004|editora=PWN|localização=Polska|isbn=978-83-01-14187-5}}</ref> Em 1773 o rei e o parlamento formaram a [[Komisja Edukacji Narodowej|Comissão de Educação Nacional]], o primeiro Ministério da Educação da história europeia.<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/godsplaygroundhi00norm_0|título=God's Playground: 1795 to the present|ultimo=Norman Davies|data=28 Fev 2005|editora=Columbia University Press|isbn=978-0-231-12819-3|url-access=}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=riv0UCM90AMC&pg=RA2-PA140|título=Understanding Mass Higher Education: Comparative Perspectives On Access|ultimo=Ted Tapper|ultimo2=David Palfreyman|editora=Routledge Falmer|ano=2005|isbn=978-0-415-35491-2}}</ref> Em 1792, o rei ordenou a criação da [[Ordem Virtuti Militari|Virtuti Militari]], a mais antiga condecoração militar ainda em uso.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=M_2ZDwAAQBAJ|título=Customs and Culture in Poland Under the Last Saxon King|ultimo=Kitowicz|primeiro=Jędrzej|data=2019|editora=Central European University Press|isbn=978-963-386-276-6}}</ref> Stanisław August também admirava a cultura dos reinos antigos, especialmente Roma e Grécia; O [[Arquitetura neoclássica|neoclassicismo]] tornou-se a forma dominante de expressão arquitetônica e cultural.

Politicamente, no entanto, a vasta Comunidade estava em declínio constante e, em 1768, começou a ser considerada pelos russos como um [[protetorado]] do [[Império Russo]], apesar de ainda ser um estado independente. {{Sfn|Sužiedėlis|2011|p=xxv}} <ref>Andrzej Jezierski, Cecylia Leszczyńska, Historia gospodarcza Polski, 2003, s. 68.</ref> O controlo maioritário sobre a Polônia era fundamental para as estratégias diplomáticas e militares de Catarina.<ref>[http://www.historytoday.com/MainArticle.aspx?m=13698&amid=13698 Russia's Rise as a European Power, 1650–1750] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20200405080426/http://www.historytoday.com/MainArticle.aspx?m=13698&amid=13698|date=5 April 2020}}, Jeremy Black, History Today, Vol.</ref> As tentativas de reforma, como a [[Constituição Polonesa de 3 de maio de 1791|Constituição de maio]] do [[Grande Sejm|Sejm de quatro anos]], chegaram tarde demais. O país foi [[Partilhas da Polônia|dividido em três etapas]] pelo [[Império Russo]], pelo [[Reino da Prússia|Reino Alemão da Prússia]] e pela [[Monarquia de Habsburgo|Monarquia Austríaca dos Habsburgos]]. Em 1795, a Comunidade Polaco-Lituana foi completamente apagada do mapa da Europa. A Polônia e a Lituânia não foram restabelecidas como países independentes até 1918.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=K9cWAQAAIAAJ&q=polska%20litwa%20niepodleg%C5%82o%C5%9B%C4%87%201918|título=Działalność niepodległościowa żołnierzy polskich na Litwie i Wileńszczyźnie|ultimo=Roman|primeiro=Wanda Krystyna|data=2003|editora=Naukowe Wydawn. Piotrkowskie|localização=Polska|isbn=978-83-88865-08-4|acessodata=13 Fev 2021}}</ref>

== Organização estatal e política ==
{{Artigo principal|vt=s|Cargos na Comunidade Polaco-Lituana}}

=== Liberdade Dourada ===
{{Artigo principal|Liberdade dourada}}
[[Ficheiro:Poland-00808_-_Castle_Square_(31215382745).jpg|miniaturadaimagem|O [[Castelo Real de Varsóvia]] foi a residência formal dos [[Lista de monarcas da Polônia|reis poloneses]] depois que a capital foi transferida de [[Cracóvia]] em 1596.]]
[[Ficheiro:Lublin._Stary_ratusz_(1).jpg|miniaturadaimagem|O [[Tribunal da Coroa]] em [[Lublin]] era o mais alto tribunal de apelações do [[Coroa do Reino da Polônia|Reino da Polônia]]]]
[[Ficheiro:LDK_vyriausiasis_tribunolas_Pilies_vartai.jpg|miniaturadaimagem|220x220px|O Palácio do [[Tribunal Lituano]] em [[Vilnius]], que foi exclusivamente o mais alto [[Tribunal de apelação|tribunal de recurso]] da nobreza lituana no [[Grão-Ducado da Lituânia]]]]
A doutrina política da Comunidade era que "''o nosso estado é uma república sob a presidência do Rei"''. O [[Chanceler (Polônia)|chanceler]] [[Jan Zamoyski]] resumiu esta doutrina quando disse que ''Rex regnat et non-gubernat'' ("O rei reina, mas não governa").<ref>Jan Zamoyski's speech in the Parliament, 1605. Harbottle Thomas Benfield (2009). ''Dictionary of Quotations (Classical)''. BiblioBazaar, LLC. p. 254. ISBN 978-1-113-14791-2.</ref> A Comunidade tinha um parlamento, o ''[[Sejm da Comunidade Polaco-Lituana|Sejm]]'', bem como um ''[[Senado da Polónia|Senat]]'' e um rei eleito. O rei era obrigado a respeitar os direitos dos cidadãos especificados nos [[Artigos do Rei Henrique|artigos do rei Henrique]], bem como na ''[[pacta conventa]]'', negociada no momento da sua eleição.<ref name="Bardach 1987 216–2172">{{Harvnb|Bardach|1987|pp=216–217}}</ref>

O poder do monarca foi limitado em favor de uma classe nobre considerável. Cada novo rei teve de se comprometer a defender os Artigos Henricianos, que eram a base do sistema político da Polónia (e incluíam garantias quase sem precedentes de [[tolerância religiosa]]). Com o tempo, os Artigos Henricianos foram fundidos com a pacta conventa, promessas específicas acordadas pelo rei eleito. A partir daí, o rei passou a ser efetivamente parceiro da classe nobre e era constantemente supervisionado por um grupo de [[senado]]res. O Sejm poderia vetar o rei em questões importantes, incluindo legislação (adoção de novas leis), relações exteriores, declaração de guerra e tributação (alterações de impostos existentes ou cobrança de novos).<ref name="Bardach 1987 216–2173">{{Harvnb|Bardach|1987|pp=216–217}}</ref>

A base do sistema político da Comunidade, a "[[Liberdade dourada|Liberdade Dourada]]" ({{Lang-la|Aurea Libertas}} ou {{Lang-pl|Złota Wolność}}, termo usado a partir de 1573), incluía:

* eleição do rei por todos os nobres que desejam participar, conhecida como [[Eleição real livre na Polônia|''wolna elekcja'' (eleição livre)]];
* [[Sejm da Comunidade Polaco-Lituana|''Sejm'']], o parlamento da Comunidade que o rei era obrigado a realizar a cada dois anos;
* ''[[pacta conventa]]'' ([[latim]]), "acordos acordados" negociados com o rei eleito, incluindo uma declaração de direitos, vinculativa para o rei, derivada dos anteriores [[Artigos do Rei Henrique|artigos Henricianos]].
* [[tolerância religiosa|liberdade religiosa]] garantida pela [[Confederação de Varsóvia|Lei da Confederação de Varsóvia de 1573]],  
* ''[[rokosz]]'' ([[Rebelião|insurreição]]), o direito dos [[szlachta]] de formar uma rebelião legal contra um rei que violou as suas liberdades garantidas;
* ''[[liberum veto]]'' (latim), o direito de um deputado individual do ''Sejm'' de se opor a uma decisão da maioria em uma sessão do ''Sejm''; a expressão de tal “veto livre” anulou toda a legislação que havia sido aprovada naquela sessão; durante a crise da segunda metade do século XVII, os nobres polacos também podiam usar o [[Liberum veto|veto liberum]] nos [[sejmik]]s provinciais;
* ''[[Confederação (Polônia)|konfederacja]]'' (do latim ''[[Confederação (Polônia)|confederatio]]''), o direito de formar uma organização para forçar um objetivo político comum.

As três regiões (ver abaixo) da Comunidade gozavam de um certo grau de [[Estado autônomo|autonomia]]. Cada [[voivodia]] tinha seu próprio parlamento (''sejmik''), que exercia um poder político sério, incluindo a escolha do [[Sejm|poseł]] ([[Câmara dos Deputados|deputado]]) para o ''Sejm'' nacional e a atribuição do deputado de instruções de voto específicas. O [[Grão-Ducado da Lituânia]] tinha o seu próprio exército, tesouro e muitas outras instituições oficiais separadas.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=KxFiAAAAMAAJ&q=They+continued+a+separate+treasury+and+army+.+Lithuania+%27+s+legal+code+%2C+the+Statut+Litovski+%2C+remained+in+force+.+Only+the+Constitution+of+1791+established+a+unitary+state|título=Ecclesiastical Unification|ultimo=Josef Macha|editora=Pont. Institutum Orientalium Studiorum|ano=1974}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=W00qAQAAMAAJ&q=Union+the+Grand+Duchy+had+kept+its+own+%2C+separate+legal+system+%2C+as+well+as+other+institutions+such+as+its+own+army+%2C+treasury+%2C+tax+collection|título=In the Shadows of Poland and Russia: The Grand Duchy of Lithuania and Sweden in the European Crisis of the Mid-17th Century|ultimo=Andrej Kotljarchuk|editora=Stockholm University|ano=2006|páginas=37, 87|isbn=978-91-89-31563-1}}</ref>

A Liberdade Dourada criou um estado incomum para a época, embora existissem [[sistema político|sistemas políticos]] semelhantes nas [[Cidade-estado|cidades-estado]] contemporâneas, como a [[República de Veneza]].<ref name="Olk2">Joanna Olkiewicz, ''Najaśniejsza Republika Wenecka'' (Most Serene Republic of Venice), Książka i Wiedza, 1972, Warszawa</ref> Ambos os estados foram denominados "Serenissima Respublica" ou "[[Sereníssima República|República Mais Serena]]".<ref name="Notes2">[[Joseph Conrad]], ''Notes on Life and Letters: Notes on Life and Letters'', Cambridge University Press, 2004, {{ISBN|0-521-56163-9}}, [https://books.google.com/books?id=x8oAq189BcwC&dq=autonomy+Polish-Lithuanian+Commonwealth&pg=PA422 Google Print, p. 422 (notes)]{{ligação inativa|data=abril de 2024|bot=InternetArchiveBot}}</ref> Numa altura em que a maioria dos países europeus caminhava para a [[centralização]], a [[monarquia absoluta]] e a guerra religiosa e dinástica, a Comunidade fez experiências com a [[descentralização]],<ref name="Gella4">Aleksander Gella, ''Development of Class Structure in Eastern Europe: Poland and Her Southern Neighbors'', SUNY Press, 1998, {{ISBN|0-88706-833-2}}, [https://books.google.com/books?id=8keIXDyF_EoC&dq=Polish-Lithuanian+Commonwealth+%22federation%22+Gella&pg=PA13 Google Print, p. 13]</ref> [[confederação]] e [[federação]], [[democracia]] e [[tolerância religiosa]].<ref name="Frost">{{Citar livro|título=The Northern Wars: War, State and Society in northeastern Europe, 1558–1721|ultimo=Frost|primeiro=Robert I.|editora=Longman's|localização=Harlow, England; New York}}</ref>

Este sistema político incomum para a época resultou da ascendência da classe nobre szlachta sobre outras classes sociais e sobre o sistema político da monarquia. Com o tempo, a szlachta acumulou privilégios suficientes (como os estabelecidos pela Lei [[Nihil novi]] de 1505) para que nenhum monarca pudesse esperar quebrar o controle da szlachta sobre o poder. O sistema político da Commonwealth é difícil de enquadrar numa categoria simples, mas pode ser provisoriamente descrito como uma mistura de:

* [[confederação]] e [[federação]], no que diz respeito à ampla autonomia de suas regiões. É, no entanto, difícil chamar decisivamente a Comunidade de confederação ou federação, uma vez que tinha algumas qualidades de ambas;
* [[oligarquia]], como apenas a szlachta (nobreza){{Spaced ndash}}cerca de 15% da população{{Spaced ndash}}tinha direitos políticos;<ref name="Gella5">Aleksander Gella, ''Development of Class Structure in Eastern Europe: Poland and Her Southern Neighbors'', SUNY Press, 1998, {{ISBN|0-88706-833-2}}, [https://books.google.com/books?id=8keIXDyF_EoC&dq=Polish-Lithuanian+Commonwealth+%22federation%22+Gella&pg=PA13 Google Print, p. 13]</ref>
* democracia, uma vez que todos os szlachta eram iguais em direitos e privilégios, e o Sejm poderia vetar o rei em questões importantes, incluindo legislação (a adoção de novas leis), relações exteriores, declaração de guerra e tributação (mudanças nos impostos existentes ou no cobrança de novos). Além disso, os 15% da população da Commonwealth que gozavam desses direitos políticos (a szlachta)  representavam uma percentagem substancialmente maior do que na maioria dos países europeus, mesmo no século XIX;  observam que em 1820, na França, apenas cerca de 1,5% da população adulta masculina tinha direito de voto, e em 1840, na Bélgica, apenas cerca de 5%.
* [[monarquia eletiva]], já que o monarca, eleito pela szlachta, era Chefe de Estado;
* [[monarquia constitucional]], uma vez que o monarca estava sujeito à pacta conventa e outras leis, e a szlachta poderia desobedecer a qualquer decreto do rei que considerasse ilegal.

=== Oligarquia magnata ===
[[Ficheiro:Potega_Rzeczypospolitej_u_zenitu_Zlota_wolnosc_Elekcja_1573.JPG|esquerda|miniaturadaimagem|''A República no Zénite do Seu Poder'', a [[Eleição real livre na Polônia|Eleição Real]] de 1573]]
O fim da [[Dinastia jaguelônica|dinastia Jaguelônica]] em 1572{{Spaced ndash}}depois de quase dois séculos{{Spaced ndash}}perturbou o frágil equilíbrio do governo da Comunidade. O poder passou cada vez mais do governo central para a nobreza.<ref name="Bardach 1987 216–2174">{{Harvnb|Bardach|1987|pp=216–217}}</ref>

Quando apresentadas a oportunidades periódicas para ocupar o trono, a ''szlachta'' exibiu preferência por candidatos estrangeiros que não estabeleceriam uma [[dinastia]] forte e duradoura. Esta política muitas vezes produziu monarcas que eram totalmente ineficazes ou em constante conflito debilitante com a nobreza. Além disso, com exceção de exceções notáveis, como o capaz [[Estêvão Báthory da Polônia|Estêvão Báthory]] da [[Transilvânia]] (1576-86), os reis de origem estrangeira estavam inclinados a subordinar os interesses da Comunidade aos de seu próprio país e casa governante. Isto foi especialmente visível nas políticas e ações dos dois primeiros reis eleitos da [[Dinastia de Vasa|Casa Sueca de Vasa]], cuja política colocou a Commonwealth em conflito com a Suécia, culminando na guerra conhecida como o [[O Dilúvio (história polonesa)|Dilúvio]] (1655), um dos eventos que marcam o fim da Idade de Ouro da Commonwealth e o início do declínio da Comunidade.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=IfIbP8sfC0wC|título=After the Deluge; Poland-Lithuania and the Second Northern War, 1655–1660|ultimo=Frost|primeiro=Robert I.|data=2004|editora=University Press|localização=Cambridge|isbn=978-0-521-54402-3|autorlink=Robert I. Frost}}</ref>

A [[Rebelião de Zebrzydowski]] (1606–1607) marcou um aumento substancial no poder dos [[Magnata polonês|magnatas polacos]], e a transformação da ''democracia szlachta'' em ''oligarquia de magnatas'' . O sistema político da Comunidade era vulnerável a interferências externas, uma vez que os deputados do Sejm [[Suborno|subornados]]<ref name="Bullitt2">[[William Bullitt|William Christian Bullitt, Jr.]], ''The Great Globe Itself: A Preface to World Affairs'', Transaction Publishers, 2005, {{ISBN|1-4128-0490-6}}, [https://books.google.com/books?id=guYU3I5f2ZgC&dq=bribe+Polish+parliament&pg=PA42 Google Print, pp. 42–43]</ref><ref name="Adams2">[[John Adams]], ''The Political Writings of John Adams'', Regnery Gateway, 2001, {{ISBN|0-89526-292-4}}, [https://books.google.com/books?id=zwKs6Wf2NUEC&dq=May+Constitution+reason+for+partitions+of+Poland&pg=PA242 Google Print, p. 242]</ref> por potências estrangeiras podiam usar o seu liberum veto para bloquear tentativas de reformas. Isto minou a Commonwealth e mergulhou-a na paralisia política e na anarquia durante mais de um século, de meados do século XVII até ao final do século XVIII, enquanto os seus vizinhos estabilizavam os seus assuntos internos e aumentavam o seu poderio militar.

=== Reformas tardias ===
[[Ficheiro:Manuscript_of_the_Constitution_of_the_3rd_May_1791.PNG|miniaturadaimagem|A [[Constituição Polonesa de 3 de maio de 1791|''Constituição de 3 de maio'']] adotada em 1791 foi a primeira constituição moderna na Europa.]]
A Commonwealth acabou por fazer um esforço sério para reformar o seu sistema político, adoptando em 1791 a [[Constituição Polonesa de 3 de maio de 1791|Constituição de 3 de Maio de 1791]], que o historiador [[Norman Davies]] chama de a primeira do seu género na Europa.  A Constituição revolucionária reformulou a antiga Comunidade Polaco-Lituana como um estado federal polaco-lituano com uma [[monarquia hereditária]] e aboliu muitas das características deletérias do antigo sistema.

A nova constituição:

* aboliu o [[Liberum veto|veto liberum]] e baniu as confederações da szlachta;
* previu uma [[Separação de Poderes|separação de poderes]] entre os [[Poder legislativo|poderes legislativo]], executivo e [[Poder judiciário|judiciário]] do governo;
* estabeleceu a “ [[soberania popular]] ” e alargou os direitos políticos para incluir não só a [[nobreza]] mas também a [[burguesia]] ;
* aumentou os direitos do [[Camponês|campesinato]] ;
* preservou a [[tolerância religiosa]] (mas com uma condenação da [[apostasia]] da fé católica).

Estas reformas chegaram tarde demais, no entanto, uma vez que a Commonwealth foi imediatamente invadida por todos os lados pelos seus vizinhos, que se contentaram em deixar a Commonwealth sozinha como um estado-tampão fraco, mas reagiram fortemente às tentativas do rei [[Estanislau II Augusto da Polônia|Stanisław August Poniatowski]] e outros reformadores de fortalecer o país. A Rússia temia as implicações revolucionárias das reformas políticas da Constituição de 3 de Maio e a perspectiva de a Commonwealth recuperar a sua posição como potência europeia. [[Catarina II da Rússia|Catarina, a Grande]], considerou a constituição de Maio fatal para a sua influência<ref name="Bourne2">Henry Eldridge Bourne, ''The Revolutionary Period in Europe 1763 to 1815'', Kessinger Publishing, 2005, {{ISBN|1-4179-3418-2}}, [https://books.google.com/books?id=dgYqPfGuNy8C&dq=feared+the+Polish+May+Constitution&pg=PA161 Google Print p. 161]</ref> e declarou a constituição polaca [[Jacobinismo|jacobina]].<ref name="Menzel2">[[Wolfgang Menzel]], ''Germany from the Earliest Period Vol. ''</ref> [[Gregório Alexandrovich Potemkin|Grigori Aleksandrovich Potemkin]] redigiu a lei para a [[Confederação Targowica]], referindo-se à constituição como o "contágio de ideias democráticas".<ref name="Madariaga2">Isabel de Madariaga, ''Russia in the Age of Catherine the Great'', Sterling Publishing Company, Inc., 2002, {{ISBN|1-84212-511-7}}, [https://books.google.com/books?id=OA0yDoVBW0QC&q=%223+May%22&pg=PA431 Google Print p. 431]</ref> Entretanto, a [[Reino da Prússia|Prússia]] e a [[Monarquia de Habsburgo|Áustria]] usaram-no como pretexto para uma maior expansão territorial.<ref name="Menzel2" /> O ministro prussiano [[Ewald Friedrich von Hertzberg]] chamou a constituição de "um golpe para a monarquia prussiana",<ref name="Buffalo2">Carl L. Bucki, [http://info-poland.buffalo.edu/classroom/constitution.html The Constitution of May 3, 1791] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20081205130036/http://info-poland.buffalo.edu/classroom/constitution.html|date=5 December 2008}}, Text of a presentation made at the Polish Arts Club of Buffalo on the occasion of the celebrations of Poland's Constitution Day on 3 May 1996.</ref> temendo que uma Polónia fortalecida dominasse mais uma vez a Prússia.<ref name="Bourne2" /><ref name="Wandycz2">[[Piotr Stefan Wandycz]].</ref> No final, a Constituição de 3 de Maio nunca foi totalmente implementada e a Commonwealth deixou totalmente de existir apenas quatro anos após a sua adopção.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=HhBpAAAAMAAJ&q=konstytucja%203%20maja%20nie%20zosta%C5%82a%20w%20pe%C5%82ni%20wprowadzona|título=Niepodległość|data=1991|editora=Fundacja "Polonia Restituta,"|volume=6|localização=Polska|acessodata=13 de fevereiro de 2021}}</ref>

== Economia ==
{{multiple image
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| footer = [[Gdańsk]] (Danzig), o principal porto marítimo e centro comercial da Commonwealth, de onde as mercadorias seriam transportadas ao longo do [[Rio Vístula]] para [[Varsóvia]], [[Cracóvia]] e outras cidades do país.
}}A economia da Commonwealth baseava-se predominantemente na produção agrícola e no comércio, embora houvesse uma abundância de oficinas e manufaturas [[Artesão|artesanais]] - notadamente fábricas de papel, curtumes de couro, siderurgias, vidrarias e olarias.<ref name="Sobiech 2018">{{Citar web|ultimo=Sobiech|primeiro=Marcin|url=http://www.exgeo.pl/blog/jak-powstawala-i-co-zawiera-mapa-rzeczpospolitej-obojga-narodow-ron|titulo=Jak powstawała i co zawiera mapa Rzeczpospolitej Obojga Narodów|data=2018|acessodata=16 Fev 2021|website=Exgeo|publicado=Marcin Sobiech|lingua=pl}}</ref> Algumas grandes cidades abrigavam artesãos, joalheiros e relojoeiros.<ref name="Sobiech 2018" /> A maioria das indústrias e comércios concentravam-se no Reino da Polónia; o Grão-Ducado da Lituânia era mais rural e a sua economia era impulsionada pela agricultura e pela produção de tecidos.<ref name="Sobiech 2018" /> A mineração desenvolveu-se na região sudoeste da Polônia, rica em recursos naturais como [[chumbo]], [[carvão]], [[cobre]] e [[sal]].<ref>{{Harvnb|Kucharczuk|2011|p=64}}</ref> A moeda usada na Polônia-Lituânia era o ''[[złoty]]'' (que significa "o dourado") e sua subunidade, o ''[[Grosso (moeda)|grosz]]''. Moedas estrangeiras na forma de [[Ducado (moeda)|ducados]], [[táler]]es e [[Xelim|xelins]] eram amplamente aceitas e trocadas.<ref>{{Citar web|url=http://www.linguee.com/english-polish/translation/shillings.html|titulo=shillings – Polish translation – Linguee|acessodata=27 Abr 2018|website=Linguee.com}}</ref> A cidade de [[Gdansk|Gdańsk]] teve o privilégio de cunhar a sua própria moeda.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=-7pBAAAAYAAJ&q=gda%C5%84sk%20prawo%20do%20bicia%20monet|título=Bastion u wrót Gdańska|ultimo=Flisowski|primeiro=Zbigniew|data=1985|editora=Nasza Księgarnia|localização=Polska|isbn=978-83-10-08779-9}}</ref> Em 1794, [[Tadeusz Kościuszko]] começou a emitir as primeiras notas polacas.<ref>{{Citar web|url=https://www.skarbnicanarodowa.pl/kroniki-numizmatyczne/292-pierwsze-polskie-banknoty#:~:text=Zupe%C5%82n%C4%85%20nowo%C5%9Bci%C4%85%20w%20polskim%20systemie,kt%C3%B3re%20r%C3%B3%C5%BCni%C5%82y%20si%C4%99%20odcieniem%20papieru.|titulo=Pierwsze polskie banknoty|acessodata=16 Fev 2021|website=Skarbnica Narodowa|lingua=pl}}</ref>
[[Ficheiro:Cereals_export_through_Gdańsk_1619-1799.png|miniaturadaimagem|Exportações de cereais nos anos 1619-1799. A agricultura, antes extremamente lucrativa para a nobreza, tornou-se muito menos lucrativa depois de meados do século XVII]]
O país desempenhou um papel significativo no abastecimento da [[Europa Ocidental]] pela exportação de grãos (centeio), gado (bois), peles, madeira, [[linho]], [[cannabis]], [[Cinzas|cinza]], [[alcatrão]], [[ácido carmínico]] e [[âmbar]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=6TloAAAAMAAJ&q=Seria%20popularno-naukowa%20%22Pomorze%20Gda%C5%84skie%22|título=Seria popularno-naukowa "Pomorze Gdańskie"|ultimo=Gdańskie Towarzystwo Naukowe|data=1991|editora=Towarzystwo Naukowe|volume=19|localização=Gdańsk|língua=pl|acessodata=16 Fev 2021}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=ZelNAQAAIAAJ&q=konopii%20rzeczpospolita%20obojga%20narodow|título=Polska samorządna; ilustrowane dzieje administracji i samorządu terytorialnego na tle historii Polski|ultimo=Kucharczuk|primeiro=Katarzyna|data=2011|editora=Carta Blanca|isbn=978-83-7705-120-7|acessodata=16 Fev 2021}}</ref><ref name="pach">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=xFZ9AAAAMAAJ|título=The role of East-Central Europe in international trade, 16th and 17th centuries|ultimo=Zsigmond Pál Pach, Zs. P. Pach|editora=Akadémiai Kiadó|ano=1970}}</ref>  Cereais, gado e peles representaram quase 90% das exportações do país para os mercados europeus através do comércio terrestre e marítimo no século XVI.<ref name="pach" /> De Gdańsk, os navios transportavam cargas para os principais portos dos [[Países Baixos (região)|Países Baixos]], como [[Antuérpia]] e [[Amesterdão|Amsterdã]].<ref>Krzysztof Olszewski (2007). ''The Rise and Decline of the Polish–Lithuanian Commonwealth due to Grain Trade''. pp. 6–7.</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Bart|url=https://www.polinow.pl/przelom_bugu-bugiem_do_gdanska|titulo=Polinów – dawny folwark szlachecki na wschodnich rubieżach miasta Łosice, południowe Podlasie|acessodata=2024-01-23|website=www.polinow.pl|lingua=pl}}</ref> As rotas terrestres, principalmente para as províncias alemãs do [[Sacro Império Romano-Germânico|Sacro Império Romano]], como as cidades de [[Leipzig]] e [[Nuremberga|Nuremberg]], eram utilizadas para a exportação de gado vivo (rebanhos de cerca de 50.000 cabeças), couros, sal, tabaco, [[cânhamo]] e algodão da [[Grande Polônia|Região da Grande Polônia]].<ref>{{Citar livro|título=Economy and culture in the Baltic, 1650–1700: papers of the VIIIth Visby Symposium held at Gotland's Historical Museum, Visby, August 18th–22th [sic], 1986|ultimo=Sven-Olof Lindquist, Birgitta Radhe|editora=Gotlands Fornsal|ano=1989|isbn=91-971048-8-4}}</ref> Por sua vez, a Comunidade importou vinho, cerveja, fruta, especiarias exóticas, bens de luxo, mobiliário, tecidos, bem como produtos industriais como aço e ferramentas.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=QRtGCQAAQBAJ|título=Inna Rzeczpospolita jest możliwa! Widma przeszłości, wizje przyszłości|ultimo=Sowa|primeiro=Jan|data=2015|editora=WAB|localização=Polska|língua=pl|isbn=978-83-280-2203-4|acessodata=16 Fev 2021}}</ref>

O setor agrícola era dominado pelo [[feudalismo]] baseado no [[Plantation|sistema de plantação]] ([[Servidão|servos]]).<ref name="Domar3">"[http://www.j-bradford-delong.net/movable_type/2003_archives/001447.html The Causes of Slavery or Serfdom: A Hypothesis]" {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20071215054739/http://www.j-bradford-delong.net/movable_type/2003_archives/001447.html|date=15 December 2007}} (discussion and full online text) of [[Evsey Domar]] (1970).</ref> A [[Escravatura|escravidão]] foi proibida na Polônia no século 15 e formalmente abolida na Lituânia em 1588,  substituída pela segunda servidão. Normalmente, a propriedade de terra de um nobre compreendia um ''folwark'', uma grande fazenda trabalhada por [[Servidão|servos]] para produzir excedentes para o comércio interno e externo. Este arranjo económico funcionou bem para as classes dominantes e nobres nos primeiros anos da Comunidade, que foi uma das eras mais prósperas do comércio de cereais.<ref>Perry Anderson (1979). ''Lineages of the absolutist state''. Verso. p. 285. ISBN 0-86091-710-X</ref> A força econômica do comércio de grãos da Comunidade diminuiu a partir do final do século XVII. As relações comerciais foram perturbadas pelas guerras e a Comunidade revelou-se incapaz de melhorar a sua infraestrutura de transportes ou as suas práticas agrícolas.<ref name="Não_nomeado_4-20240324212441">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PTB0gn_qwTcC&q=polish+lithuania+commonwealth+grain+exports&pg=PA189|título=A History of Eastern Europe: Crisis and Change|ultimo=Bideleux|primeiro=Robert|ultimo2=Jeffries|primeiro2=Ian|data=2007-09-03|editora=Taylor & Francis|lingua=en}}</ref> Os servos da região sentiam-se cada vez mais tentados a fugir.<ref name="Não_nomeado_5-20240324212441">Yves-Marie Bercé (1987). ''Revolt and revolution in early modern Europe: an essay on the history of political violence''. Manchester University Press. p. 151.</ref> As principais tentativas da Comunidade para combater este problema e melhorar a produtividade consistiram em aumentar a carga de trabalho dos servos e restringir ainda mais as suas liberdades num processo conhecido como servidão liderada pela exportação.<ref name="Não_nomeado_4-20240324212441"/><ref name="Não_nomeado_5-20240324212441"/>
O proprietário de um folwark normalmente assinava um contrato com os comerciantes de Gdańsk, que controlavam 80% deste comércio interior, para enviar os grãos para o norte, para aquele porto marítimo no [[Mar Báltico]]. Inúmeros rios e hidrovias da Comunidade foram usados para fins de navegação, incluindo o [[Rio Vístula|Vístula]], [[Rio Pilica|Pilica]], [[Rio Bug Ocidental|Bug]], [[Rio San|San]], [[Rio Nida|Nida]], [[Rio Wieprz|Wieprz]] e [[Rio Neman|Neman]]. Os rios tinham infraestruturas relativamente desenvolvidas, com [[porto fluvial|portos fluviais]] e [[Celeiro|espigueiros]]. A maior parte do transporte fluvial movia-se para o norte, sendo o transporte para o sul menos lucrativo, e barcaças e jangadas eram frequentemente vendidas em Gdańsk em troca de madeira. [[Hrodna|Grodno]] tornou-se um local importante após a formação de um posto alfandegário em [[Augustów]] em 1569, que se tornou um posto de controle para os comerciantes que viajavam do Grão-Ducado para as terras da Coroa.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=57LnE5DO2rQC|título=Russia's Foreign Trade and Economic Expansion in the Seventeenth Century: Windows on the World|ultimo=Kotilaine|primeiro=J. T.|data=2005-01-01|editora=BRILL|lingua=en}}</ref>

<ref>{{Citar web|ultimo=kurkowski|primeiro=Jan|url=https://www.wilanow-palac.pl/jarmarki_w_wojewodztwie_lubelskim_w_xvi_w.html|titulo=Jarmarki w województwie lubelskim w XVI w.|data=2010|acessodata=16 de fevereiro de 2021|website=Pasaż Wiedzy|publicado=Muzeum Pałacu Króla Jana III w Wilanowie}}</ref>

{{multiple image
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| image1 = 15 ducats of Sigismund III Vasa from 1617.png
| alt1 = Ducat
| caption1 = Brasão de armas da Comunidade em uma moeda de 15 [[Ducado (moeda)|ducado]]s, 1617
| image2 = POL-A1a-Bilet Skarbowy-5 Zlotych (1794 First Issue).jpg
| alt2 = Banknote
| caption2 = Nota de 5-[[{{!}}złoty]] emitida em 1794
}}A população urbana da Comunidade era baixa em comparação com a Europa Ocidental. Os números exatos dependem dos métodos de cálculo. De acordo com uma fonte, a população urbana da Comunidade representava cerca de 20% do total no século XVII, em comparação com aproximadamente 50% na Holanda e na Itália.<ref name="Não_nomeado_6-20240324212441">Institute of History (Polish Academy of Sciences) (1991). "Volumes 63–66". ''Acta Poloniae historica''. National Ossoliński Institute. p. 42. ISBN 0-88033-186-0.</ref> Outra fonte sugere números muito mais baixos: 4–8% de população urbana na Polônia, 34–39% nos Países Baixos e 22–23% em Itália.<ref>{{Citar web|ultimo=Allen|primeiro=Robert|url=http://www.nuffield.ox.ac.uk/users/allen/ecstrucagprod.pdf|titulo=Economic Structure and agricultural productivity in Europe, 1300–1800|acessodata=5 de Maio de 2015}}</ref> A preocupação da Comunidade com a agricultura, aliada à posição privilegiada dos nobres em comparação com a [[burguesia]], resultou num processo bastante lento de urbanização e, portanto, num desenvolvimento bastante lento das indústrias.<ref name="Não_nomeado_6-20240324212441"/> A nobreza também poderia regular o preço dos grãos em seu benefício, adquirindo assim muita riqueza. Algumas das maiores feiras comerciais da Comunidade foram realizadas em [[Lublin]].<ref>{{Citar web|url=https://www.wilanow-palac.pl/jarmarki_w_wojewodztwie_lubelskim_w_xvi_w.html|titulo=Jarmarki w województwie lubelskim w XVI w.|acessodata=2024-01-23|website=www.wilanow-palac.pl}}</ref>

Várias [[Rota de comércio|rotas comerciais]] antigas, como a [[Rota do Âmbar|Estrada do Âmbar]]<ref>{{Citar web|ultimo=Billock|primeiro=Jennifer|url=https://www.smithsonianmag.com/travel/follow-ancient-amber-road-180970609/|titulo=Follow the Ancient Amber Road|data=2019|acessodata=16 Fev 2021|website=Smithsonian Magazine|publicado=Smithsonian}}</ref> estendiam-se pela Polônia-Lituânia, que estava situada no coração da Europa e atraía comerciantes ou colonos estrangeiros.<ref>{{Citar web|url=https://encyklopedia.pwn.pl/haslo/drogi-handlowe-w-dawnej-Polsce;3894324.html#:~:text=drogi%20handlowe%20w%20dawnej%20Polsce%2C,%2C%20przeprawy%20i%20brody%2C%20groble.|titulo=Drogi handlowe w dawnej Polsce|acessodata=16 Fev 2021|website=PWN|publicado=Encyklopedia PWN}}</ref> Inúmeros bens e artefactos culturais continuaram a passar de uma região para outra através da Comunidade, especialmente porque o país era uma ligação entre o [[Médio Oriente]], o [[Império Otomano]] e a Europa Ocidental.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=cN5BAAAAYAAJ&q=szlaki%20handlowe%20imperium%20osma%C5%84skie%20polska|título=Kwartalnik historyczny|ultimo=Polskie Towarzystwo Historyczne|data=1989|editora=Polskie Towarzystwo Historyczne|volume=3–4|acessodata=16 de fevereiro de 2021}}</ref> Por exemplo, os [[Tapete de Isfahan|tapetes de Isfahan]] importados da [[Pérsia]] para a Comunidade eram incorretamente conhecidos como "tapetes poloneses" ({{Lang-fr|Polonaise}}) na Europa Ocidental.<ref>{{Citar web|url=http://www.museu.gulbenkian.pt/obra.asp?num=t71&nuc=a4&lang=en|titulo="Polonaise" carpet|acessodata=18 de Maio de 2009|website=museu.gulbenkian.pt|arquivourl=https://web.archive.org/web/20030228150012/http://www.museu.gulbenkian.pt/obra.asp?num=t71&nuc=a4&lang=en|arquivodata=28 Fev 2003}}</ref>

== Militares ==
{{Artigo principal|Militares da Comunidade Polaco-Lituana}}
[[Ficheiro:Polska rullen - Livrustkammaren - 21467.tif|miniaturadaimagem|Os Hussardos Alados foram uma formação de cavalaria pesada que serviu à Coroa do Reino da Polônia ao longo dos séculos XVI e XVII]]
[[Ficheiro:Milicje krakowskie Rolka sztokholmska.jpg|miniaturadaimagem|Milícia de Cracóvia, uma formação de guarda local na Comunidade Polaco-Lituana durante os séculos XVI e XVII]]
Os militares na Comunidade Polaco-Lituana evoluíram a partir da fusão dos exércitos do Reino Polaco e do Grão-Ducado da Lituânia, embora cada estado mantivesse a sua própria divisão.<ref name="Stachowicz 1894 279">{{Harvnb|Stachowicz|1894|p=279}}</ref> As forças armadas unidas compreendiam o Exército da Coroa (''armia koronna''), recrutado na Polônia, e o Exército Lituano (''armia litewska'') no Grão-Ducado.<ref name="Stachowicz 1894 279" /> Os militares eram chefiados pelo [[Hetmans da Comunidade Polaco-Lituana|Hetman]], posto equivalente ao de [[general]] ou comandante supremo em outros países. Os [[Lista de monarcas da Polônia|monarcas]] não podiam declarar guerra ou convocar um exército sem o consentimento do parlamento do Sejm ou do Senado.<ref>{{Citar web|ultimo=Tomaszewska|primeiro=A.|url=http://www.tomaszewska.com.pl/elekcja.pdf|titulo=Wolna elekcja i zasady jej funkcjonowania|acessodata=16 Fev 2021|publicado=Tomaszewska}}</ref> A [[Marinha da Comunidade Polaco-Lituana]] nunca desempenhou um papel importante na estrutura militar a partir de meados do século XVII.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Aj2uk1wJJD4C&q=polska%20flota%20w%2017%20wieku%20przesta%C5%82a%20istnie%C4%87%20ju%C5%BC%20w%20r%2016|título=Historia państwa i prawa Polski do roku 1795|ultimo=Juliusz Bardach|ultimo2=Zdzisław Kaczmarczyk|ultimo3=Bogusław Leśnodorski|data=1957|editora=Państwowe Wydawn. Naukowe|volume=2|localização=Polska|páginas=306–308|língua=pl|acessodata=16 Fev 2021}}</ref>

A formação de maior prestígio dos dois respectivos braços foi a [[cavalaria pesada]] dos séculos XVI e XVII na forma de Hussardos Alados (''husaria''), enquanto a [[Guardas Reais (Polônia)|Guarda Real Polonesa]] e a{{Ill|Royal Guards (Lithuania)|pl|Regiment Gwardii Pieszej Wielkiego Księstwa Litewskiego|Guardas Reais Lituana}} eram a elite da [[infantaria]]; os regimentos eram supervisionados pelo rei e sua família.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=6KrUDhbGDVcC&pg=PA11|título=Polish Armies 1569–1696 (2)|ultimo=Richard Brzezinski|editora=Osprey Publishing|ano=1988|isbn=978-0-85045-744-5}}</ref> Em 1788, o [[Grande Sejm]] aprovou reformas esmagadoras e definiu futuras estruturas militares; o Exército da Coroa seria dividido em quatro [[Divisão (militar)|divisões]], com dezessete [[regimento]]s de infantaria de campanha e oito [[brigada]]s de cavalaria, excluindo unidades especiais; o exército lituano seria subdividido em duas divisões, oito regimentos de campo e duas brigadas de cavalaria, excluindo unidades especiais.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=42QPIMh8s8wC|título=Wojsko polskie Kościuszki w roku 1794|ultimo=Stachowicz|primeiro=Michał|data=1894|editora=Księgarnia Katolicka|localização=Poznań|páginas=23–25|língua=pl|acessodata=14 Fev 2021}}</ref> Se implementada, a reforma previa um exército de quase 100 mil homens.<ref>{{Harvnb|Stachowicz|1894|pp=23–25}}</ref>

Os exércitos desses estados diferiam da organização comum em outras partes da Europa; segundo Bardach, as formações [[Mercenário|mercenárias]] (''wojsko najemne''), comuns na [[Europa Ocidental]], nunca ganharam grande popularidade na Polônia.<ref name="bardach229">Juliusz Bardach, Boguslaw Lesnodorski, and Michal Pietrzak, ''Historia panstwa i prawa polskiego'' (Warsaw: Paristwowe Wydawnictwo Naukowe), 1987, p. 229.</ref> Brzezinski, no entanto, observa que os mercenários estrangeiros formaram uma parcela significativa das unidades de infantaria de elite, pelo menos até o início do século XVII.<ref name="brz2-6">Brzezinski (1988), p. 6.</ref> Na Polônia do século XVI, várias outras formações formaram o núcleo das forças armadas.<ref name="bardach229-230">Bardach et al. (1987), pp. 229–230.</ref> Havia um pequeno exército permanente, ''obrona potoczna'' ("defesa contínua"), com cerca de 1.500 a 3.000 homens, pago pelo rei e estacionado principalmente nas conturbadas fronteiras sul e leste.<ref name="bardach229-230" /><ref name="brz1-10">Brzezinski (1987), p. 10.</ref> Foi complementado por duas formações mobilizadas em caso de guerra – a [[pospolite ruszenie]] (polonês para [[levée en masse]] – [[Conscrição|arrecadação feudal]] de cavaleiros e proprietários de terras, em sua maioria nobres), e o ''wojsko zaciężne'', recrutado pelos comandantes poloneses para o conflito. Diferia de outras formações mercenárias europeias porque era comandado por oficiais polacos e dissolvido após o fim do conflito.<ref name="bardach229-230" />

Vários anos antes da União de Lublin, a ''obrona potoczna'' polaca foi reformada, pois o Sejm (parlamento nacional da Polõnia) legislou em 1562–1563 a criação do ''[[wojsko kwarciane]]'', nomeado após o imposto ''kwarta'' cobrado sobre as terras reais com o propósito de manter este formação.<ref name="bardach229-2302">Bardach et al. (1987), pp. 229–230.</ref> Esta formação também foi paga pelo rei e, em tempos de paz, contava com cerca de 3.500–4.000 homens, de acordo com Bardach;<ref name="bardach229-2302" /> Brzezinski fornece o intervalo de 3.000–5.000.<ref name="brz1-102">Brzezinski (1987), p. 10.</ref> Era composta principalmente por unidades de cavalaria ligeira tripuladas pela nobreza ([[szlachta]]) e comandadas por [[hetman]]s.<ref name="bardach229-2302" /><ref name="bardach227">Bardach et al. (1987), pp. 227–228.</ref> Muitas vezes, em tempos de guerra, o Sejm legislava um aumento temporário no tamanho do ''wojsko kwarciane''.<ref name="bardach229-2302" />

Após o fim da Comunidade, a tradição militar polaco-lituana seria continuada pelas [[Legião Polonesa|Legiões Polacas Napoleônicas]] e pelo [[Exército do Ducado de Varsóvia]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=1oC1AAAAIAAJ&q=kontynuowali%20tradycje%20rzeczypospolitej%20armia%20ksi%C4%99stwa%20warszawskiego|título=Naczelni wodzowie i wyżsi dowódcy Polskich Sił Zbrojnych na Zachodzie|ultimo=Zwoliński|primeiro=Stefan|data=1995|editora=Wojskowy Instytut Historyczny|localização=Polska|língua=pl|isbn=978-83-86268-27-6|acessodata=13 Fev 2021}}</ref>

== Cultura ==
{{Artigo principal|prefixo=Mais informações|Renascimento na Polônia|Barroco na Polônia|Iluminismo Polonês}}

=== Ciência e literatura ===
[[Ficheiro:Siemenowicz_rocket.png|miniaturadaimagem|353x353px|Foguete de vários estágios de ''Artis Magnæ Artilleriæ pars prima'' de [[Kazimierz Siemienowicz]]]]
A Comunidade foi um importante centro europeu para o desenvolvimento de ideias sociais e políticas modernas. Era famosa por seu raro sistema político quase democrático, elogiado por [[Filosofia|filósofos]], e durante a [[Contrarreforma]] era conhecida pela [[tolerância religiosa]] quase sem paralelo, com coexistência pacífica de comunidades [[Igreja Católica|católicas romanas]], [[Judaísmo|judaicas]], [[Cristianismo ortodoxo|cristãs ortodoxas]], [[Protestantismo|protestantes]] e [[Islão|muçulmanas]] ([[Sufismo|sufi]]). No século XVIII, o católico francês [[Claude-Carloman de Rulhière|Rulhière]] escreveu sobre a Polônia do século XVI: “Este país, que nos nossos dias vimos dividido sob o pretexto da religião, é o primeiro estado da Europa que exemplificou a tolerância. igrejas e sinagogas." A Comunidade deu origem à famosa [[seita]] cristã dos [[Irmandade polonesa|Irmãos Poloneses]], antecedentes do [[unitarismo]] britânico e americano.<ref name="fedorowicz">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=p7U8AAAAIAAJ|título=A Republic of nobles: studies in Polish history to 1864|ultimo=J. K. Fedorowicz|ultimo2=Maria Bogucka|ultimo3=Henryk Samsonowicz|editora=CUP Archive|ano=1982|isbn=0-521-24093-X}}</ref>

Com o seu sistema político, a Comunidade deu origem a [[Filosofia política|filósofos políticos]] como [[Andrzej Frycz Modrzewski]] (1503–1572), [[Wawrzyniec Grzymała Goślicki]] (1530–1607) e [[Piotr Skarga]] (1536–1612). Mais tarde, obras de [[Stanisław Staszic]] (1755–1826) e [[Hugo Kołłątaj]] (1750–1812) ajudaram a pavimentar o caminho para a [[Constituição Polonesa de 3 de maio de 1791|Constituição de 3 de maio de 1791]], que [[Norman Davies]] chama de a primeira do gênero na Europa.<ref name="Não_nomeado_3-20240324212441"/>

A [[Universidade Jaguelônica]] de [[Cracóvia]] é uma das universidades mais antigas do mundo (fundada em 1364),<ref>Norman Davies (2005). ''God's Playground: A History of Poland''. Columbia University Press. p. 167. ISBN 0-231-12819-3.</ref> juntamente com a [[Universidade de Vilnius|Academia Jesuíta de Wilno]] (fundada em 1579), eram os principais centros acadêmicos e científicos da Comunidade. O [[Komisja Edukacji Narodowej]], polonês para ''Comissão para a Educação Nacional'', formado em 1773, foi o primeiro Ministério da Educação nacional do mundo.<ref name="Playground">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/godsplaygroundhi00norm_0|título=God's Playground: A History of Poland|ultimo=[[Norman Davies]]|editora=Columbia University Press|ano=2005|isbn=0-231-12819-3|url-access=}}</ref> Os cientistas da Commonwealth incluíram: [[Marcin Kromer|Martin Kromer]] (1512–1589), historiador e [[Cartografia|cartógrafo]]; [[Michał Sędziwój|Michael Sendivogius]] (1566–1636), [[Alquimia|alquimista]] e químico; [[Jan Brożek]] (''Ioannes Broscius'' em [[latim]]) (1585–1652), [[polímata]]: um matemático, médico e [[astrônomo]]; [[Crestofle d'Artischau Arciszewski|Krzysztof Arciszewski]] (''Crestofle d'Artischau Arciszewski'' em [[Língua portuguesa|português]]) (1592–1656), engenheiro, [[Etnografia|etnógrafo]], general e almirante do exército da [[Companhia Holandesa das Índias Ocidentais]] na guerra com o [[Império Espanhol]] pelo controle do [[Brasil]];<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20080126150531/http://www.warsawvoice.pl/view/2437/|titulo=Warsaw Voice - Setting Sail|data=2008-01-26|acessodata=2024-01-23|website=web.archive.org}}</ref> [[Kazimierz Siemienowicz]] (1600–1651), engenheiro militar, especialista em artilharia e fundador da construção de [[Foguete espacial|foguetes]]; [[Johannes Hevelius]] (1611–1687), [[astrônomo]], fundador da [[topografia]] [[Lua|lunar]]; [[Michał Boym]] (1612–1659), orientalista, cartógrafo, [[História natural|naturalista]] e diplomata a serviço da [[Ming do Sul|Dinastia Ming]]; [[Adam Adamandy Kochański]] (1631–1700), matemático e engenheiro; [[Israel ben Eliezer|Baal Shem Tov]] (הבעל שם טוב em [[Língua hebraica|hebraico]]) (1698–1760), considerado o fundador do [[Judaísmo chassídico|judaísmo hassídico]]; [[Marcin Odlanicki Poczobutt]] (1728–1810), [[astrônomo]] e matemático; [[Jan Krzysztof Kluk]] (1739–1796), [[História natural|naturalista]], [[Engenheiro agrônomo|agrônomo]] e [[Entomologia|entomologista]], [[John Jonston]] (1603–1675) estudioso e [[Medicina|médico]], descendente da nobreza escocesa. Em 1628, o professor, cientista, educador e escritor [[Checos|checo]] [[Comenius|John Amos Comenius]] refugiou-se na Comunidade, quando os [[Protestantismo|protestantes]] foram perseguidos pela Contrarreforma.<ref name="fedorowicz2">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=p7U8AAAAIAAJ|título=A Republic of nobles: studies in Polish history to 1864|ultimo=J. K. Fedorowicz|ultimo2=Maria Bogucka|ultimo3=Henryk Samsonowicz|editora=CUP Archive|ano=1982|isbn=0-521-24093-X}}</ref><ref name="peucker">{{Citar web|ultimo=Paul Peucker|url=http://www.moravian.org/news/2007/550_resources/Jan_Amos_Comenius_Bulletin_Insert.pdf|titulo=Jan Amos Comenius (1592–1670)|acessodata=18 de Maio de 2009|website=www.moravian.org|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090902190417/http://www.moravian.org/news/2007/550_resources/Jan_Amos_Comenius_Bulletin_Insert.pdf|arquivodata=2 Set 2009}}</ref>

As obras de muitos autores da Comunidade são consideradas clássicas, incluindo as de [[Jan Kochanowski]], [[Wacław Potocki]], [[Ignacy Krasicki]] e [[Julian Ursyn Niemcewicz]]. Muitos membros da ''[[szlachta]]'' escreveram memórias e [[Diário (agenda)|diários]]. Talvez as mais famosas sejam as ''Memórias da História Polonesa'' de [[Albrycht Stanisław Radziwiłł]] (1595–1656) e as ''Memórias'' de [[Jan Chryzostom Pasek]] (''ca.'' 1636– ''ca.'' 1701). [[Jakub Sobieski]] (1590–1646) (pai de [[João III Sobieski da Polônia|João III Sobieski]]) escreveu diários notáveis. Durante a [[Batalha de Khotyn (1621)|expedição Khotyn]] em 1621 ele escreveu um diário chamado ''Commentariorum chotinensis belli libri tres'' (Diário da Guerra Chocim), que foi publicado em 1646 em [[Gdansk|Gdańsk]]. Foi usado por [[Wacław Potocki]] como base para seu poema épico, ''Transakcja wojny chocimskiej'' (''O Progresso da Guerra de Chocim''). Ele também foi o autor de instruções para a viagem de seus filhos a Cracóvia (1640) e à França (1645), um bom exemplo da educação liberal da época.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Jl6OAAAAMAAJ&q=and+instructions+written+for+the+journey+of+his+sons+to+Cracow+%28+1640+%29+and+France+%28+1645|título=Constitutions, Elections, and Legislatures of Poland, 1493–1977: A Guide to Their History|ultimo=Jacek Jędruch|editora=University Press of America|ano=1982|isbn=978-08-19-12509-5}}</ref>

=== Arte e música ===
{{multiple image
| width1 = 134
| width2 = 130
| image1 = Dress and Petticoat (Robe a la Polonaise) LACMA M.2007.211.720a-b.jpg
| alt1 = Polonaise dress
| image2 = Château de Versailles, appartements de la Dauphine, chambre, lit, Nicolas Heurtaut.jpg
| alt2 = Polonaise bed
| footer = Vestido polonês (esquerda) e uma cama polonesa (direita), ambos do século XVIII.
}}A arte e a música da Comunidade foram em grande parte moldadas pelas tendências europeias predominantes, embora as minorias do país, os estrangeiros e as culturas folclóricas nativas também tenham contribuído para a sua natureza versátil. Uma forma de arte comum do período [[Sarmatismo|sármata]] eram os retratos de caixão (''portrety trumienne'') usados em funerais e outras cerimônias importantes.<ref name="leszno">{{Citar web|url=http://www.muzeum.leszno.pl/new/_index.php?wer=en&op=zbiory|titulo=Portraits collection|acessodata=18 de Maio de 2009|website=muzeum.leszno.pl}}</ref> Via de regra, esses retratos eram pregados em chapas de metal, de seis ou oito lados, fixadas na frente de um caixão colocado em um catafalco alto e ornamentado.  Estas eram uma característica única e distinguível da alta cultura da Commonwealth, não encontrada em nenhum outro lugar da Europa.<ref name="Łyczak 233–242">{{Citar periódico |título=The Coffin Portrait and Celebration of Death in Polish–Lithuanian Commonwealth in the Modern Period |data=1 de janeiro de 2011 |periódico=IKON |ultimo=Łyczak |primeiro=Bartłomiej |paginas=233–242 |doi=10.1484/J.IKON.5.100699 |volume=4}}</ref> Uma tradição semelhante só foi praticada no [[Egito romano]].<ref name="Łyczak 233–242" /> Os monarcas e nobres polacos frequentemente convidavam e patrocinavam pintores e artesãos estrangeiros, nomeadamente dos [[Países Baixos (região)|Países Baixos]] ([[Países Baixos]], [[Flandres (Bélgica)|Flandres]] e [[Bélgica]]), Alemanha ou Itália.<ref name="Não_nomeado_7-20240324212441">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=JDswAQAAIAAJ&q=sztuka%20flamandzka%20w%20polsce|título=Arrasy flamandzkie w zamku królewskim na Wawelu|ultimo=Szablowski|primeiro=Jerzy|data=1975|editora=Arkady|localização=Polska|língua=pl|acessodata=13 Fev 2021}}</ref> Os interiores das residências, palácios e solares da classe alta eram adornados por [[tapeçaria]]s murais (''arrasy'' ou ''tapiseria'') importadas da Europa Ocidental; a coleção mais famosa são as tapeçarias Jaguelônicas expostas no [[Castelo Real de Wawel]], em Cracóvia.<ref name="Não_nomeado_7-20240324212441"/>

Os laços económicos, culturais e políticos entre a [[Reino da França|França]] e a Comunidade Polaco-Lituana deram origem ao termo ''à la polonaise'', em francês para "estilo polaco".<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=bMkSAQAAIAAJ&q=a%20la%20polonaise%20styl%20francja|título=Fashion world of the 18th and early 19th century|ultimo=Orlińska-Mianowska|primeiro=Ewa|data=2008|editora=Bosz|localização=Polska|isbn=978-83-87730-72-7|acessodata=13 Fev 2021}}</ref> Com o casamento de [[Maria Leszczyńska|Marie Leszczyńska]] com [[Luís XV de França]] em 1725, a cultura polaca começou a florescer no [[Palácio de Versalhes]].<ref>{{Citar web|ultimo=Singleton|primeiro=Esther|url=https://books.google.com/books?id=-SDEDwAAQBAJ&q=lit+a+la+polonaise+marie+leszczynska&pg=PT117|titulo=French and English furniture distinctive styles and periods described and illustrated|data=12 dez 2019|publicado=Good Press|via=Google Books}}</ref> As camas polacas (''lit à la polonaise'') cobertas com [[Baldaquino|baldaquins]] tornaram-se uma peça central do mobiliário Luís XV nos [[Château|castelos]] franceses.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=dl43AAAAMAAJ&q=lit%20a%20la%20polonaise%20%C5%82o%C5%BCe|título=Dialog. Miesiȩcznik poświȩcony dramaturgii współczesnej, teatralnej, filmowej, radiowej, telewizyjnej.|data=1966|editora=RSW "Prasa"|volume=11|localização=Polska|acessodata=13 Fev 2021}}</ref> Os motivos florais folclóricos, bem como a moda polonesa, foram popularizados na forma de um vestido polonaise drapeado nas costas (''robe à la polonaise'') usado pelos aristocratas em Versalhes.<ref>{{Citar livro|título=The Cut of Women's Clothes|ultimo=Waugh|primeiro=Norah|editora=Routledge|ano=1968|localização=London|páginas=72–73|isbn=0-87830-026-0}}</ref>

As culturas religiosas da Polônia-Lituânia coexistiram e penetraram umas nas outras durante toda a história da Comunidade - os judeus adotaram elementos da vestimenta nacional,<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=qeoMxoe84RYC|título=Obrona Żydów zamieszkałych w krajach polskich od niesłusznych zarzutów i fałszywych oskarzeń|ultimo=Lubliner|primeiro=Ludwig|data=1858|editora=C. Vanderauwer|localização=Brussels|acessodata=13 Fev 2021}}</ref> empréstimos e [[calque]]s tornaram-se comuns e as igrejas católicas romanas em regiões com populações [[Protestantismo|protestantes]] significativas eram muito mais simples na decoração do que em outras partes da Polônia-Lituânia.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=G4D4swu4Z7wC&q=koscioly%20protestanckie%20polskie%20bia%C5%82e%20wystr%C3%B3j|título=Polska; art, architecture, design 966–1990|ultimo=Muthesius|primeiro=Stefan|data=1994|editora=Langewiesche Köster|isbn=978-3-7845-7612-1|acessodata=13 Fev 2021}}</ref> A influência mútua refletiu-se ainda na grande popularidade dos [[ícone]]s [[Império Bizantino|bizantinos]] e dos ícones que lembram efígies de [[Maria (mãe de Jesus)|Maria]] nos territórios predominantemente latinos da atual Polônia ( [[Nossa Senhora de Częstochowa]]) e Lituânia ([[Nossa Senhora da Porta do Amanhecer]]).<ref>Państwowy Instytut Badania Sztuki Ludowej (1974). "Volumes 28–29". ''Polska sztuka ludowa (Polish Folk Art)''. Państwowy Instytut Sztuki. p. 259.</ref> Por outro lado, a infiltração latina na arte ortodoxa e protestante rutena também foi convencional.<ref>Paul Robert Magocsi (1996). ''A history of Ukraine''. University of Toronto Press. pp. 286–287. ISBN 0-8020-7820-6.</ref>

A música era uma característica comum em eventos religiosos e seculares. Para esse fim, muitos nobres fundaram coros de igrejas e escolas e empregaram seus próprios conjuntos de músicos. Alguns, como [[Stanisław Lubomirski]] construíram suas próprias casas de ópera (em [[Nowy Wiśnicz]]). Outros, como [[Janusz Skumin Tyszkiewicz]] e [[Krzysztof Radziwiłł]], eram conhecidos pelo patrocínio às artes, que se manifestava nas suas orquestras mantidas permanentemente, nas suas cortes em [[Vilnius|Wilno]] (Vilnius).<ref name="mikos">{{Citar web|ultimo=Michael J. Mikoś|url=http://www.staropolska.pl/ang/baroque/Mikos_baroque/Cultural_b.html|titulo=Baroque|acessodata=13 de Maio de 2009|website=www.staropolska.pl}}</ref> A vida musical floresceu ainda mais sob a [[Dinastia de Vasa|Casa de Vasa]]. Tanto compositores estrangeiros quanto nacionais atuavam na Commonwealth. [[Sigismundo III Vasa da Polônia|Sigismundo III]] trouxe compositores e maestros italianos, como [[Luca Marenzio]], [[Annibale Stabile]], [[Asprilio Pacelli]], [[Marco Scacchi]] e [[Diomedes Cato]] para a orquestra real. Músicos locais notáveis, que também compuseram e tocaram para a corte do rei, incluíram [[Bartłomiej Pękiel]], [[Jacek Różycki]], [[Adam Jarzebski|Adam Jarzębski]], [[Marcin Mielczewski]], [[Stanisław Sylwester Szarzyński]], Damian Stachowicz, [[Mikołaj Zieleński]] e [[Grzegorz Gorczycki]].<ref name="mikos" />

=== Arquitetura ===
{{Artigo principal|Barroco na Polônia}}
[[Ficheiro:Krasiczyn_od_fosy.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|O Castelo de Krasiczyn foi construído entre 1580 e 1631 em estilo [[Maneirismo|maneirista]].]]
A arquitetura das cidades da Comunidade Polaco-Lituana refletia uma combinação de tendências polonesas, alemãs e italianas. O [[Arquitetura da Itália|Maneirismo Italiano]] ou o [[Maneirismo|Renascimento Tardio]] tiveram um impacto profundo na arquitetura tradicional burguesa que pode ser observada até hoje - castelos e [[cortiço]]s foram equipados com pátios centrais italianizados compostos por [[Lógia|galerias]] em arco, colunatas, [[Bay window|janelas salientes]], varandas, portais e balaustradas ornamentais.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PhEWAQAAIAAJ&q=architektura%20polska%20w%C5%82oskie%20loggie|título="Domy pańskie" na Lubelszczyźnie od późnego gotyku do wczesnego baroku|ultimo=Rolska-Boruch|primeiro=Irena|data=2003|editora=Wydawnictwo KUL|localização=Polska|isbn=978-83-7363-029-1|acessodata=13 Fev 2021}}</ref> [[Afresco]]s de teto, esgrafitos, plafonds e [[Caixotão|caixotões]] (tetos estampados; polonês ''kaseton''; do italiano ''cassettone'') eram difundidos.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=0aefAAAAMAAJ&q=kasetony%20w%C5%82oska%20polska|título=Sebastiano Serlio a sztuka polska|ultimo=Kowalczyk|primeiro=Jerzy|data=1973|editora=Zakład Narodowy im. Ossolińskich|localização=Polska|acessodata=13 Fev 2021}}</ref> Os telhados eram geralmente cobertos com telhas de [[terracota]]. A característica mais marcante do maneirismo polonês são os "[[Ático (arquitetura)|sótãos]]" decorativos acima da cornija da fachada.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=QAMtAQAAIAAJ&q=architektura%20polska%20attyki|título=The architecture of Poland: a chapter of the European heritage|ultimo=Miłobędzki|primeiro=Adam|data=1994|editora=International Cultural Centre|localização=Kraków|isbn=978-83-85739-14-2}}</ref> As cidades do norte da Polônia-Lituânia e da Livónia adoptaram o estilo [[Liga Hanseática|hanseático]] (ou "holandês") como forma primária de expressão arquitetônica, comparável ao dos Países Baixos, Bélgica, norte da Alemanha e [[Escandinávia]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=YdmAAAAAIAAJ&q=architektura%20gda%C5%84ska%20holandia|título=Most Holandia – Polska|ultimo=Zdzisław Klimczuk|ultimo2=Józef Garliński|data=1996|editora=Bis Press|localização=Polska|língua=pl|isbn=978-83-901494-2-4|acessodata=13 Fev 2021}}</ref>
[[Ficheiro:Wilanow_palace_-_panoramio_(2).jpg|direita|miniaturadaimagem|[[Palácio Wilanów]], concluído em 1696, exemplifica a opulência das residências reais e [[Szlachta|nobres]] na Comunidade.]]
A introdução da [[arquitetura barroca]] foi marcada pela construção de várias igrejas [[Companhia de Jesus|jesuítas]] e católicas romanas em toda a Polônia e Lituânia, nomeadamente a Igreja de Pedro e Paulo em [[Cracóvia]], a [[Igreja de Corpus Christi (Niasviž)|Igreja de Corpus Christi]] em [[Nesvizh]], a Catedral de Lublin e o santuário listado pela [[Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura|UNESCO]] em [[Kalwaria Zebrzydowska]]. Belos exemplos de decoração barroca e [[rococó]] incluem a [[Igreja de Santa Ana (Cracóvia)|Igreja de Santa Ana]] em Cracóvia e a Igreja Fara em [[Posnânia|Poznań]]. Outra característica é o uso comum do mármore preto.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=jQgvAQAAIAAJ&q=czarny+marmur+rzeczpospolita+obojga+narodow|título=Sztuki polskiej drogi dziwne|ultimo=Karpowicz|primeiro=Mariusz|data=1994|editora=Excalibur|língua=pl|isbn=978-83-900152-8-6|acessodata=13 Fev 2021}}</ref> Altares, fontes, portais, balaustradas, colunas, monumentos, lápides, lápides e salas inteiras (por exemplo, Sala de Mármore no [[Castelo Real de Varsóvia|Castelo Real]] de Varsóvia, Capela de São Casimiro da [[Catedral de Vilnius]] e Capela Vasa na [[Catedral de Wawel]]) foram amplamente decoradas com mármore preto., que se tornou popular após meados do século XVII.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=2ssPAQAAIAAJ&q=czarny%20marmur%20kaplica%20waz%C3%B3w%20zamek%20warszawa|título=Encyklopedia katolicka: Kinszasa-Krzymuska|ultimo=Feliks Gryglewicz|ultimo2=Romuald Łukaszyk|ultimo3=Wincenty Granat|ultimo4=Zygmunt Sułowski|data=1973|editora=Tow. Nauk. Katolickiego Uniwersytetu Lubelskiego|localização=Lublin|isbn=978-83-7306-068-5|acessodata=13 Fev 2021}}</ref>

Os [[magnata]]s frequentemente empreendiam projetos de construção como monumentos para si próprios: igrejas, catedrais, [[mosteiro]]s e [[palácio]]s como o atual [[Palácio Presidencial (Polónia)|Palácio Presidencial em Varsóvia]] e o Castelo Pidhirtsi construído pelo Grande Hetman [[Stanisław Koniecpolski]]. Os maiores projetos envolviam cidades inteiras, embora com o tempo muitos deles caíssem na obscuridade ou fossem abandonados. Essas cidades geralmente recebiam o nome do magnata patrocinador. Entre as mais destacadas está [[Zamość]], fundada por [[Jan Zamoyski]] e projetada pelo arquiteto italiano [[Bernardo Morando]] como uma [[cidade ideal]]. Os magnatas de toda a Polónia competiram com os reis. O monumental castelo Krzyżtopór, construído no estilo ''palazzo in fortezza'' entre 1627 e 1644, possuía vários pátios cercados por fortificações. Complexos fortificados semelhantes incluem castelos em Łańcut e Krasiczyn.
[[Ficheiro:Polska_Nieborów_022.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Palácio Nieborów projetado pelo arquiteto holandês [[Tylman van Gameren]] e construído em 1697]]
O fascínio pela cultura e arte do [[China|Oriente]] no final do período barroco é refletido no Palácio Chinês da [[Maria Casimira Luísa de La Grange d'Arquien|Rainha Maria]] em [[Zolochiv]] (Złoczów).<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20200425073036/http://www.lvivtoday.com.ua/exploring-lviv/336|titulo=Palaces and Castles in a Lion Country {{!}} Lviv Today|data=2020-04-25|acessodata=2024-01-23|website=web.archive.org}}</ref> Os palácios magnatas do século XVIII representam o tipo característico de residência suburbana [[Barroco|barroca]] construída ''[[Cour d'honneur|entre cour et jardin]]'' (entre o pátio de entrada e o jardim). A sua arquitectura – uma fusão da arte europeia com as antigas tradições de construção da Commonwealth são visíveis no [[Palácio Wilanów]] em [[Varsóvia]], no [[Palácio Branicki (Białystok)|Palácio Branicki]] em [[Białystok]], no Palácio Potocki em [[Radzyń Podlaski]], no Palácio Raczyński em [[Rogalin]], no Palácio Nieborów e no Palácio Kozłówka perto de [[Lubartów]]. A pequena nobreza residia em mansões rurais conhecidas como ''dworek''. O [[Arquitetura neoclássica|neoclassicismo]] substituiu o barroco na segunda metade do século XVIII - o último governante da Polónia-Lituânia, [[Estanislau II Augusto da Polônia|Stanisław August Poniatowski]], admirava muito a arquitectura clássica da [[Roma Antiga]] e promoveu-a como um símbolo do [[Iluminismo Polonês|Iluminismo polaco]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=AYxMAAAAMAAJ&q=klasycyzm%20poniatowski|título=Oświecenie|ultimo=Snopek|primeiro=Jerzy|data=1999|editora=Wydawnictwo Naukowe PWN|localização=Polska|isbn=978-83-01-12917-0|acessodata=13 Fev 2021}}</ref> O [[Pałac Łazienkowski|Palácio da Ilha]] e o exterior da Igreja de Santa Ana em Varsóvia fazem parte do legado neoclássico da antiga Comunidade.

=== ''Szlachta'' e Sarmatismo ===
{{Artigo principal|Szlachta|Sarmatismo}}
[[Ficheiro:Anonymous Elżbieta Sieniawska as Minerva.png|miniaturadaimagem|''A Primeira Dama da República'' - [[Elżbieta Sieniawska]] retratada em pose Sármata e com um casaco masculino chamado ''delia'']]
[[Ficheiro:Marcello Bacciarelli - Portret Franciszka Salezego Potockiego.jpg|miniaturadaimagem|Estilo sármata para homens; bigode, casaco ''kontusz'' vermelho, ''pas'' de seda dourada com faixa azul da [[Ordem da Águia Branca]]]]
A ideologia predominante da ''szlachta'' tornou-se o "[[sarmatismo]]", em homenagem aos [[sármatas]], supostos ancestrais dos poloneses.<ref name="Wandycz3">[[Piotr Stefan Wandycz]].</ref> Este sistema de crenças foi uma parte importante da cultura ''szlachta'', penetrando todos os aspectos da sua vida. O sarmatismo consagrou a igualdade entre ''szlachta'', passeios a cavalo, tradição, vida provinciana pitoresca em casas senhoriais, paz e [[pacifismo]]; defendeu lembranças ou trajes de inspiração [[Oriente|oriental]] para homens (''[[żupan]]'', ''[[kontusz]]'', ''sukmana'', ''[[pas kontuszowy]]'', ''[[Delia (vestuário)|delia]]'', ''[[szabla]]''); favoreceu a arquitetura barroca europeia; endossou o [[latim]] como língua de pensamento ou expressão; e serviu para integrar a nobreza multiétnica criando um sentimento quase [[Nacionalismo|nacionalista]] de unidade e de orgulho na [[Liberdade dourada|Liberdade Dourada]].<ref name="Wandycz3" />

Na sua forma inicial e idealista, o Sarmatismo representou um movimento cultural positivo: apoiava a crença religiosa, a honestidade, o orgulho nacional, a coragem, a igualdade e a liberdade. Com o tempo, porém, tornou-se distorcido. O sarmatismo extremo tardio transformou a crença em intolerância, a honestidade em ingenuidade política, o orgulho em arrogância, a coragem em teimosia e a liberdade em anarquia.<ref name="Wasko2">Andrzej Wasko, Sarmatism or the Enlightenment: <space>The Dilemma of Polish Culture, [[Sarmatian Review]] XVII:2, [http://www.ruf.rice.edu/~sarmatia/497/wasko.html online]</ref> As falhas do Sarmatismo foram responsabilizadas pelo desaparecimento do país a partir do final do século XVIII. A crítica, muitas vezes unilateral e exagerada, foi utilizada pelos reformistas polacos para pressionar por mudanças radicais. Esta autodepreciação foi acompanhada por trabalhos de historiadores alemães, russos e austríacos, que tentaram provar que a própria Polónia era a culpada pela sua queda.<ref>[http://www.polityka.pl/archive/do/registry/secure/showArticle?id=3353925 Dziejochciejstwo, dziejokrętactwo], Janusz Tazbir, [[Polityka]] 6 (2591) 10 February 2007 (in Polish)</ref>

=== Demografia ===
[[Ficheiro:Lamentation_over_the_dead_credit.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Estratos sociais na sociedade da Commonwealth em 1655. A partir da esquerda: judeu, barbeiro cirurgião, pintor, açougueiro, músico, alfaiate, garçonete, farmacêutico, sapateiro, ourives, comerciante e armênio]]
A Comunidade Polaco-Lituana foi imensamente [[Multiculturalismo|multicultural]] ao longo da sua existência – compreendia inúmeras identidades religiosas e minorias étnicas que habitavam o vasto território do país.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=G6MVAQAAIAAJ&q=rzeczypospolitej%20obojga%20narod%C3%B3w%20wielokulturowa|título=Unia Europejska a społeczeństwo obywatelskie|ultimo=Paradowski|primeiro=Ryszard|data=2005|editora=Wydawn. Nauk. Instytutu Nauk Politycznych i Dziennikarstwa Uniwersytetu im. Adama Mickiewicza|localização=Poznań|língua=pl|isbn=978-83-87704-94-0}}</ref> O número preciso de grupos minoritários e das suas populações só pode ser hipotetizado.<ref>{{Citar livro|título=Pod wspólnym niebem. Narody dawnej Rzeczypospolitej|ultimo=Kopczyński|primeiro=Michał|ultimo2=Tygielski|primeiro2=Wojciech|data=2010|editora=Bellona|localização=Warszawa|língua=pl|isbn=978-83-11-11724-2}}</ref> Estatisticamente, os grupos mais proeminentes foram os polacos, lituanos, [[alemães]], [[rutenos]] e [[judeus]].<ref name="Kopczyński 2010">{{Harvnb|Kopczyński|Tygielski|2010}}</ref> Havia também um número considerável de [[Checos|tchecos]], [[Magiares|húngaros]], [[livonianos]], [[ciganos]], [[valáquios]], [[armênios]], [[italianos]], [[escoceses]] e [[Neerlandeses|holandeses]] (Olędrzy), que foram categorizados como comerciantes, colonos ou refugiados que fugiam da perseguição religiosa.<ref name="Kopczyński 2010" />

Antes da união com a Lituânia, o [[Coroa do Reino da Polônia|Reino da Polônia]] era muito mais homogéneo; aproximadamente 70% da população era polonesa e [[Igreja Católica|católica romana]].<ref>{{Harvnb|Kopczyński|Tygielski|2010|p=236}}</ref> Com a criação da Comunidade, o número de polacos em comparação com a população total diminuiu para 50%.<ref name="Kopczyński 2010 237">{{Harvnb|Kopczyński|Tygielski|2010|p=237}}</ref> Em 1569, a população era de 7 milhões, com cerca de 4,5 milhões de poloneses, 750 mil lituanos, 700 mil judeus e 2 milhões de rutenos.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Br-ElA3OpEMC&dq=demographics+Poland+Lithuania+7000000&pg=PA50|título=World History the Easy Way Volume Two|ultimo=Frazee|primeiro=Charles A.|data=outubro de 1997|editora=Barrons Educational Series|lingua=en}}</ref> Os historiadores Michał Kopczyński e Wojciech Tygielski sugerem que com a expansão territorial após a [[Trégua de Deulino]] em 1618, a população da Comunidade atingiu 12 milhões de pessoas, das quais os polacos constituíam apenas 40%.<ref name="Kopczyński 2010 237" /><ref name="Pogonowski3">Based on [http://homepage.interaccess.com/%7Enetpol/POLISH/historia/MAPY/1618.jpg 1618 population map] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130217222629/http://homepage.interaccess.com/~netpol/POLISH/historia/MAPY/1618.jpg|date=17 February 2013}} (p. 115), 1618 languages map (p. 119), 1657–67 losses map (p. 128) and [http://homepage.interaccess.com/%7Enetpol/POLISH/historia/MAPY/1717.jpg 1717 map] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130217222634/http://homepage.interaccess.com/~netpol/POLISH/historia/MAPY/1717.jpg|date=17 February 2013}} (p. 141) from [[Iwo Cyprian Pogonowski]], ''Poland a Historical Atlas'', Hippocrene Books, 1987, {{ISBN|0880293942}}</ref> Naquela época, a nobreza representava 10% de toda a população e os [[Burguesia|burgueses]] cerca de 15%.<ref name="Pogonowski3" /> A densidade populacional média por quilómetro quadrado era: 24 na [[Mazóvia]], 23 na [[Pequena Polônia]], 19 na [[Grande Polônia]], 12 no palatinado de Lublin, 10 na área de [[Lviv|Lwów]], 7 na [[Podólia|Podolia]] e [[Volínia|Volhynia]], e 3 na [[voivodia de Kiev]]. Havia uma tendência de as pessoas dos territórios ocidentais mais densamente habitados migrarem para o leste.<ref>R. B. Wernham, ''The new Cambridge modern history: The Counter-Reformation and price revolution'', 1559–1610, 1968, Cambridge University Press, [https://books.google.com/books?id=Z-48AAAAIAAJ&dq=Cambridge+Mazovia+density&pg=PA377 Google print p. 377]</ref>
[[Ficheiro:The_density_of_the_urban_network_per_voivodeship_of_Polish–Lithuanian_Commonwealth_ca._1650_(Eng).png|esquerda|miniaturadaimagem|300x300px|Densidade da rede urbana da Comunidade por cada [[voivodia]] em 1650]]
Uma mudança repentina na demografia do país ocorreu em meados do século XVII.<ref name="Pogonowski4">Based on [http://homepage.interaccess.com/%7Enetpol/POLISH/historia/MAPY/1618.jpg 1618 population map] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130217222629/http://homepage.interaccess.com/~netpol/POLISH/historia/MAPY/1618.jpg|date=17 February 2013}} (p. 115), 1618 languages map (p. 119), 1657–67 losses map (p. 128) and [http://homepage.interaccess.com/%7Enetpol/POLISH/historia/MAPY/1717.jpg 1717 map] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130217222634/http://homepage.interaccess.com/~netpol/POLISH/historia/MAPY/1717.jpg|date=17 February 2013}} (p. 141) from [[Iwo Cyprian Pogonowski]], ''Poland a Historical Atlas'', Hippocrene Books, 1987, {{ISBN|0880293942}}</ref> A [[Segunda Guerra do Norte]] e o [[O Dilúvio (história polonesa)|Dilúvio]] seguido de fome no período de 1648 a 1657 foram responsáveis por pelo menos 4 milhões de mortes.<ref name="Pogonowski4" /> Juntamente com novas perdas territoriais, em 1717 a população caiu para 9 milhões.<ref name="Pogonowski4" /> A população recuperou-se lentamente ao longo do século XVIII; pouco antes da primeira divisão da Polónia em 1772, a população da Commonwealth era de 14 milhões, incluindo cerca de 1 milhão de nobres.<ref name="Romaniello">Matthew P. Romaniello, Charles Lipp.</ref> Em 1792, a população da Polónia era de cerca de 11 milhões e incluiu 750.000 nobres.<ref name="Romaniello" />

A cidade mais multicultural e robusta do país era [[Gdansk|Gdańsk]], um importante porto marítimo [[Liga Hanseática|hanseático]] no Báltico e a região mais rica da Polónia. Na época, Gdańsk era habitada por uma maioria de língua alemã <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=iJYhAQAAIAAJ&q=german%20speaking%20majority%20gdansk%2017th%20century|título=Polish Sociological Review|data=2007|editora=Polish Sociological Association|língua=pl}}</ref> e hospedava ainda um grande número de comerciantes estrangeiros, especialmente de origem escocesa, holandesa ou [[Escandinávia|escandinava]].<ref>{{Harvnb|Kopczyński|Tygielski|2010|p=201}}</ref> Historicamente, o [[Grão-Ducado da Lituânia]] era mais diversificado do que o Reino da Polônia e era considerado um caldeirão de muitas culturas e religiões.<ref>{{Harvnb|Kopczyński|Tygielski|2010|pp=25–83}}</ref> Assim, os habitantes do Grão-Ducado eram conhecidos coletivamente como [[Litvins]] independentemente da sua nacionalidade, com exceção dos judeus residentes na Lituânia que eram chamados de Litvaks.

Apesar da tolerância religiosa garantida, a [[polonização]] gradual e a [[Contrarreforma]] procuraram minimizar a diversidade da Comunidade; o objetivo era erradicar algumas minorias, impondo a [[Língua polaca|língua polonesa]], o [[latim]], a cultura polonesa e a religião católica romana sempre que possível.<ref name="Kopczyński 2010 29–38">{{Harvnb|Kopczyński|Tygielski|2010|pp=29–38}}</ref> No final do século XVIII, a língua, a cultura e a identidade lituana tornaram-se vulneráveis;<ref name="Kopczyński 2010 29–38" /> o nome do país foi alterado para "Comunidade da Polônia" em 1791.

=== Religião ===
{{Artigo principal|Confederação de Varsóvia}}
[[Ficheiro:20200512_Kościół_Świętych_Apostołów_Piotra_i_Pawła_w_Krakowie_1731_9916_DxO.jpg|miniaturadaimagem|A Igreja dos Santos Pedro e Paulo em [[Cracóvia]] foi construída entre 1597 e 1619 pela [[Companhia de Jesus|ordem dos Jesuítas]]]]
A [[Confederação de Varsóvia]], assinada em 28 de janeiro de 1573, garantiu os direitos das minorias e das religiões;<ref>Stone, Daniel, The Polish-Lithuanian State, 1386–1795, Seattle and London: University of Washington Press, 2001.</ref> permitia que todas as pessoas praticassem qualquer fé livremente, embora a tolerância religiosa às vezes variasse. Conforme descrito por [[Norman Davies]], "a redação e a substância da declaração da Confederação de Varsóvia foram extraordinárias no que diz respeito às condições prevalecentes em outras partes da Europa; e governaram os princípios da vida religiosa na República por mais de duzentos anos".<ref>[[Norman Davies]], ''God's Playground. ''</ref> Posteriormente, a Igreja Católica iniciou uma contrarreforma na Polônia, apoiando-se fortemente em métodos de persuasão e meios legais. Como resultado, em comparação com muitos outros países europeus, o conflito entre os católicos e os protestantes na Polónia foi relativamente pacífico.<ref name="Magocsi2010">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=TA1zVKTTsXUC&pg=PA169|título=A History of Ukraine: The Land and Its Peoples|ultimo=Paul R. Magocsi|editora=University of Toronto Press|ano=2010|isbn=978-1-4426-1021-7}}</ref><ref name="Labno2011-36">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=rW7QEmWtFSsC&pg=PA36|título=Commemorating the Polish Renaissance Child: Funeral Monuments and Their European Context|ultimo=Jeannie Labno|editora=Ashgate Publishing, Ltd.|ano=2011|isbn=978-0-7546-6825-1}}</ref>

A Polônia manteve as leis de liberdade religiosa durante uma época em que a perseguição religiosa era uma ocorrência diária no resto da Europa.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Dp1JAAAAIAAJ&q=persecution%20religious%20in%20Europe%20poland%20freedom|título=Freedom of Conscience and Religion in Poland|ultimo=Piekarski|primeiro=Adam|data=1979|editora=Interpress Publishers}}</ref> A Comunidade Polaco-Lituana foi um lugar onde as seitas religiosas mais radicais, tentando escapar à perseguição noutros países do mundo cristão, procuraram refúgio. Em 1561, Giovanni Bernardino Bonifacio d'Oria, um exilado religioso que vivia na Polónia, escreveu sobre as virtudes do seu país de adopção a um colega na Itália: "Você poderia viver aqui de acordo com as suas ideias e preferências, em grandes, mesmo as maiores liberdades, incluindo escrita e publicação. Ninguém é censor aqui." Outros, especialmente os líderes da Igreja Católica Romana, os [[Companhia de Jesus|jesuítas]] e [[Legado papal|legados papais]], estavam menos otimistas sobre a frivolidade religiosa da Polônia.<blockquote>"Este país se tornou um lugar de abrigo para hereges" – [[Stanisław Hozjusz|Cardeal Stanisław Hozjusz]], legado papal na Polônia. </blockquote>
[[Ficheiro:Konfederacja_Warszawska.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Ato original da [[Confederação de Varsóvia]] em 1573, o primeiro ato de liberdade religiosa na Europa]]
Ser ''polaco'', em partes remotas e multiétnicas da Comunidade, era então muito menos um índice de [[etnicidade]] do que de religião e [[Hierarquia|posição social]]; era uma designação amplamente reservada à classe nobre proprietária de terras (szlachta), que incluía poloneses, mas também muitos membros de origem não polonesa que [[Conversão (religião)|se converteram ao catolicismo]] em números crescentes a cada geração seguinte. Para os [[Nobreza|nobres]] não polacos, tal conversão significou uma etapa final da [[polonização]] que se seguiu à adopção da língua e da [[Cultura da Polónia|cultura]] polacas.<ref name="Gordon2">[[Linda Gordon]], ''Cossack Rebellions: Social Turmoil in the Sixteenth Century Ukraine'', SUNY Press, 1983, {{ISBN|0-87395-654-0}}, [https://books.google.com/books?id=qq0c9viLrB4C&dq=Polish-Lithuanian+Commonwealth+religious+tolerance&pg=PA51 Google Print, p. 51]</ref> A Polônia, como a parte culturalmente mais avançada da Commonwealth, com a corte real, a capital, as maiores cidades, a segunda universidade mais antiga da Europa Central (depois de [[Praga]]) e as [[Instituição|instituições sociais]] mais liberais e democráticas, provou ser um íman irresistível. para a nobreza não polonesa na Comunidade.<ref name="Gella6">Aleksander Gella, ''Development of Class Structure in Eastern Europe: Poland and Her Southern Neighbors'', SUNY Press, 1998, {{ISBN|0-88706-833-2}}, [https://books.google.com/books?id=8keIXDyF_EoC&dq=Polish-Lithuanian+Commonwealth+%22federation%22+Gella&pg=PA13 Google Print, p. 13]</ref> Muitos se autodenominavam "gente Ruthenus, natione Polonus" (ruteno de sangue, polonês de nacionalidade) desde o século XVI em diante.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=pCdUmCWxwJ8C|título=The Origins of the Slavic Nations: Premodern Identities in Russia, Ukraine, and Belarus|ultimo=Plokhy|primeiro=Serhii|data=2006-09-07|editora=Cambridge University Press|lingua=en}}</ref>

{{multiple image
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| caption1 = As [[Igrejas Católicas Orientais|Greco-Católicas]] [[Catedral de São Jorge (Leópolis)|Catedral de São Jorge]] em [[Lwów]] foi construída entre 1746 e 1762 após o Ato de Unificação da [[Arquieparquia de Lviv dos Ucranianos|Arquieparquia
 de Lwów]] com a [[Santa Sé]].
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| caption2 = A igreja em [[Kamieniec Podolski]] foi convertida em mesquita durante a ocupação turca entre 1672 e 1699, com o [[minarete]] de 33 metros sendo adicionado naquela época.
}}Como resultado, nos territórios orientais uma aristocracia polaca (ou polonizada) dominou um campesinato cuja grande maioria não era polaca nem católica. Além disso, as décadas de paz trouxeram enormes esforços de [[colonização]] para os territórios orientais (hoje em dia aproximadamente a Ucrânia ocidental e central),<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=TA1zVKTTsXUC&pg=PA190|título=A History of Ukraine: The Land and Its Peoples|ultimo=Magocsi|primeiro=Paul R.|data=2010|editora=[[University of Toronto Press]]|isbn=978-1-4426-1021-7}}</ref> aumentando as tensões entre [[Nobreza|nobres]], [[judeus]], [[cossacos]] (tradicionalmente ortodoxos), camponeses polacos e rutenos. Quando estes últimos, privados de seus protetores nativos entre a nobreza rutena, recorreram à proteção dos [[cossacos]], isso facilitou a violência que no final quebrou a Comunidade. As tensões foram agravadas pelos conflitos entre [[Cristianismo ortodoxo|a Ortodoxia Oriental]] e a [[União de Brest|Igreja Greco-Católica]] após a [[União de Brest]], pela discriminação geral das religiões ortodoxas pelo catolicismo dominante,<ref name="Britannica2">"Poland, history of", ''[[Encyclopædia Britannica]]'' from Encyclopædia Britannica Premium Service</ref> e por várias revoltas [[Cossacos|cossacas]]. No oeste e no norte, muitas cidades tinham minorias alemãs consideráveis, muitas vezes pertencentes a igrejas [[Luteranismo|luteranas]] ou [[Calvinismo|reformadas]] . A Commonwealth também teve uma das maiores [[Diáspora judaica|diásporas judaicas]] do mundo – em meados do século XVI, 80% dos judeus do mundo viviam na Polônia.<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20081211201802/http://www.eurojewcong.org/ejc/news.php?id_article=107|titulo=European Jewish Congress - Poland|data=2008-12-11|acessodata=2024-01-23|website=web.archive.org}}</ref>

Até a [[Reforma Protestante|Reforma]], os szlachta eram em sua maioria católicos. Contudo, muitas famílias nobres adotaram rapidamente a religião [[Calvinismo|reformada]]. Após a [[Contrarreforma]], quando a [[Igreja Católica]] recuperou o poder na Polônia, a szlachta tornou-se quase exclusivamente católica.

A Coroa tinha cerca do dobro da população da Lituânia e cinco vezes a renda do tesouro desta última. Tal como acontece com outros países, as fronteiras, a área e a população da Commonwealth variaram ao longo do tempo. Após a [[Paz de Jam Zapolski]] (1582), a Comunidade tinha uma área de aproximadamente 815.000km<sup>2</sup> e uma população de 7,5 milhões.<ref name="Não_nomeado_8-20240324212441">Artūras Tereškinas (2005). ''Imperfect communities: identity, discourse and nation in the seventeenth-century Grand Duchy of Lithuania''. Lietuvių literatūros ir tautosakos institutas. p. 31. ISBN 9955-475-94-3.</ref> Após a [[Trégua de Deulino]] (1618), a Comunidade tinha uma área de cerca de 990.000 km<sup>2</sup> e uma população de 11–12 milhões (incluindo cerca de 4 milhões de polacos e perto de um milhão de lituanos).<ref name="Não_nomeado_9-20240324212441">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=a8BBAAAAYAAJ|título=Rzeczpospolita w dobie Jana III: katalog wystawy Zamku Królewskiego, Archiwum Głównego Akt Dawnych i Biblioteki Narodowej : wrzesień-październik 1983|data=1983|editora=Zamek Królewski w Warszawie|lingua=pl}}</ref>
[[Ficheiro:Anniversary_anthem_of_Constitution_of_May_3_1791.jpg|miniaturadaimagem|Hino do primeiro aniversário da [[Constituição Polonesa de 3 de maio de 1791|Constituição de 3 de maio de 1791]] (1792) em hebraico, polonês, alemão e francês]]

=== Línguas ===

* [[Língua polaca|Polonês]] – reconhecido oficialmente;<ref name="Lieven2">Anatol Lieven, ''The Baltic Revolution: Estonia, Latvia, Lithuania and the Path to Independence'', Yale University Press, 1994, {{ISBN|0-300-06078-5}}, [https://books.google.com/books?id=iz3NACNOpCAC&dq=Polish+Latin+Ruthene+German+Armenian+Hebrew&pg=PA48 Google Print, p. 48]</ref> língua dominante, usada pela maior parte da nobreza da Comunidade<ref name="Lieven2" /><ref name="Barbour2">Stephen Barbour, Cathie Carmichael, ''Language and Nationalism in Europe'', Oxford University Press, 2000, {{ISBN|0-19-925085-5}}, [https://books.google.com/books?id=1ixmu8Iga7gC&dq=Polish-Lithuanian+%22Polish+language%22&pg=PA194 Google Print p. 184]</ref><ref name="DahlB2">Östen Dahl, [[Maria Koptjevskaja-Tamm]]], ''The Circum-Baltic Languages: Typology and Contact'', John Benjamins Publishing Company, 2001, {{ISBN|90-272-3057-9}}, [https://books.google.com/books?id=CsesLE3efLwC&dq=Polish-Lithuanian+%22Polish+language%22&pg=PA45 Google Print, p. 45]</ref><ref name="Price2">Glanville Price, ''Encyclopedia of the Languages of Europe'', Blackwell Publishing, 1998, {{ISBN|0-631-22039-9}}, [https://books.google.com/books?id=CPX2xgmVe9IC&dq=Polish-Lithuanian+%22Polish+language%22&pg=PA30 Google Print, p. 30]</ref> e pelo campesinato na província da Coroa;<ref name="Teich2">[[Mikuláš Teich|Mikulas Teich]] & [[Roy Porter]], ''The National Question in Europe in Historical Context'', Cambridge University Press, 1993, {{ISBN|0-521-36713-1}}, [https://books.google.com/books?id=Hu2SnETtV3kC&q=variety+of+languages&pg=PA295 Google Print, p. 295]</ref> língua oficial na chancelaria da Coroa e desde 1697 na chancelaria do Grão-Ducado.<ref name="OConnor2">Kevin O'Connor, ''Culture And Customs of the Baltic States'', Greenwood Press, 2006, {{ISBN|0-313-33125-1}}, [https://books.google.com/books?id=IpR0-OrrwssC&q=Lithuanian+language+commonwealth&pg=PA115 Google Print, p. 115]</ref> Língua dominante nas cidades.<ref name="Teich2" />
* [[Latim]] – oficialmente reconhecido;<ref name="Lieven2" /><ref name="Stone2">Daniel.</ref> comumente usado em relações exteriores<ref name="OConnor2" /> e popular como segunda língua entre alguns membros da nobreza.<ref name="Friedrich2">Karin Friedrich et al., ''The Other Prussia: Royal Prussia, Poland and Liberty, 1569–1772'', Cambridge University Press, 2000, {{ISBN|0-521-58335-7}}, [https://books.google.com/books?id=qsBco40rMPcC&dq=Latin+language+szlachta&pg=PA88 Google Print, p. 88]</ref>
* [[Língua francesa|Francês]] – não reconhecido oficialmente; substituiu o latim na corte real de Varsóvia no início do século XVIII como língua usada nas relações exteriores e como [[Língua mundial|língua falada genuína]].<ref>Tomasz Kamusella (2008). ''The Politics of Language and Nationalism in Modern Central Europe''. Palgrave Macmillan. p. 115. ISBN 978-0-230-55070-4.</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=5ffUAAAAMAAJ|título=Acta Poloniae Historica|data=1970|editora=Zakład Narodowy im. Ossolińskich|lingua=fr}}</ref> Era comumente usado como língua da ciência e da literatura e como segunda língua entre alguns membros da nobreza.<ref>''They were the first Catholic schools in which one of the main languages of instruction was Polish. ''</ref>
* [[Língua rutena|Ruteno]] - também conhecido como ''Chancelaria Eslava'';<ref name="OConnor2" /> oficialmente reconhecido;<ref name="Lieven2" /> língua oficial na chancelaria do Grão-Ducado até 1697 (quando substituída pelo polonês) e nas [[Voivodia da Volínia|voivodias]] de [[Voivodia de Bracław|Bratslav]], [[Voivodia de Czernihów|Chernihiv]], [[Voivodia de Kiev|Kiev]] e Volhynian até 1673;<ref>{{Citar web|ultimo=України|primeiro=ЦДЕА|url=https://archives.gov.ua/ua|titulo=Державна архівна служба України|website=archives.gov.ua}}</ref><ref>Although still sometimes in use by the end of the XVII century and lack of official decree like one for Grand Duchy chancellery, there was no separate Ruthenian Metrica since 1673.</ref> usado em algumas relações exteriores<ref name="OConnor2" /><ref name="Stone2" /><ref>Piotr Eberhardt, Jan Owsinski, ''Ethnic Groups and Population Changes in Twentieth-century Central-Eastern Europe: History, Data, Analysis'', M.E. Sharpe, 2003, {{ISBN|0-7656-0665-8}}, [https://books.google.com/books?id=jLfX1q3kJzgC&q=language+replaced&pg=RA1-PA177 Google Print, p. 177]</ref> seus dialetos ([[Língua bielorrussa|bielorrusso]] e [[Língua ucraniana|ucraniano]] modernos) foram amplamente usados no Grão-Ducado e nas partes orientais da Coroa como língua falada.
* [[Língua lituana|Lituano]] – não reconhecido oficialmente;<ref name="Lieven2" /><ref name="Dahl2">[[Östen Dahl]], Maria Koptjevskaja-Tamm, ''The Circum-Baltic Languages: Typology and Contact'', John Benjamins Publishing Company, 2001, {{ISBN|90-272-3057-9}}, [https://books.google.com/books?id=CsesLE3efLwC&dq=Lithuanian+language+commonwealth&pg=PA41 Google Print, p. 41]</ref> mas usado em alguns documentos oficiais no Grão-Ducado<ref>{{Citar web|url=http://i34.photobucket.com/albums/d101/no_name_2/Edt1458.jpg|titulo="Mes Wladislaus..." ''a letter from Wladyslaw Vasa issued in 1639 written in Lithuanian language''|acessodata=3 Set 2006}}</ref><ref>{{Citar livro|título=Lietuvos Didžiosios Kunigaikštijos kultūra. Tyrinėjimai ir vaizdai|ultimo=Ališauskas|primeiro=V.|ultimo2=L. Jovaiša|ultimo3=M. Paknys|ultimo4=R. Petrauskas|ultimo5=E. Raila|ano=2001|localização=Vilnius|isbn=9955-445-26-2|numero-autores=etal}}</ref> e, principalmente, usado como língua falada na parte norte do país (na própria Lituânia) <ref name="Stone2" /> e a parte norte da [[Ducado da Prússia|Prússia Ducal]] ([[feudo]] polaco).
* [[Língua alemã|Alemão]] – oficialmente reconhecido;<ref name="Lieven2" /> usado em algumas relações exteriores,<ref name="OConnor2" /> na Prússia Ducal e pelas minorias alemãs, especialmente na [[Prússia Real]] e na [[Grande Polônia]].<ref name="Teich2" /><ref name="Milosz2">[[Czesław Miłosz]], ''The History of Polish Literature'', University of California Press, 1983, {{ISBN|0-520-04477-0}}, [https://books.google.com/books?id=11MVdBYUX5oC&dq=languages+Polish-Lithuanian+German&pg=PA108 Google Print, p. 108]</ref>
* [[Língua hebraica|Hebraico]] – oficialmente reconhecido;<ref name="Lieven2" /> e [[aramaico]] usado pelos judeus para assuntos religiosos, acadêmicos e jurídicos.
* [[Língua iídiche|Iídiche]] – não reconhecido oficialmente;<ref name="Ostrowski2">Jan K. Ostrowski, ''Land of the Winged Horsemen: Art in Poland, 1572–1764'', Yale University Press, 1999, {{ISBN|0-300-07918-4}}, [https://books.google.com/books?id=ucOZCQMVMNIC&dq=Polish-Lithuanian+Hebrew+Armenian&pg=PA27 Google Print, p. 27]</ref>  usado pelos judeus em sua vida diária<ref name="Teich2" />
* [[Língua italiana|Italiano]] – não reconhecido oficialmente; usado em algumas relações exteriores e pelas minorias italianas nas cidades.<ref>{{Citar livro|título=Nazwy zachodnioeuropejskie w języku polskim a związki Polski z kulturą Europy|ultimo=Karol Zierhoffer, Zofia Zierhoffer|editora=Wydawnictwo Poznańskiego Towarzystwa Przyjaciół Nauk|ano=2000|língua=pl|isbn=83-7063-286-6}}</ref>
* [[Língua arménia|Armênio]] – oficialmente reconhecido;<ref name="Lieven2" /> usado pela minoria armênia.
* [[Língua árabe|Árabe]] – não reconhecido oficialmente; usado em algumas relações exteriores e pelos [[tártaros]] em seus assuntos religiosos, eles também escreveram ruteno na escrita árabe.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=AajCaf34k3oC&q=arabic+Tatars+Polish+Lithuanian+Commonwealth&pg=PA84|título=Ethnic Identity: Problems and Prospects for the Twenty-first Century|ultimo=Romanucci-Ross|primeiro=Lola|ultimo2=Vos|primeiro2=George A. De|ultimo3=Tsuda|primeiro3=Takeyuki|data=2006|editora=Rowman Altamira|lingua=en}}</ref>

== Legado ==
{{Artigo principal|Intermarium}}O [[Ducado de Varsóvia]], estabelecido em 1807 por [[Napoleão Bonaparte]], teve suas origens na Comunidade. Outros movimentos de renascimento apareceram durante a [[Levante de Novembro|Revolta de Novembro]] (1830-31), a [[Revolta de Janeiro]] (1863-64) e na década de 1920, com a tentativa fracassada de [[Józef Piłsudski]] de criar uma federação [[Intermarium]] (''Międzymorze'') liderada pela Polônia que, em sua maior extensão, abrangeria desde a [[Finlândia]], no norte, até aos [[Bálcãs|Balcãs,]] no sul.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=kXu9DwAAQBAJ|título=Historic Power Europe; A Post-Hegelian Interpretation of European Integration|ultimo=Barile|primeiro=Davide|data=2019|editora=Taylor & Francis|localização=New York|isbn=978-1-000-73113-2}}</ref> A [[Polónia|República da Polônia]] contemporânea considera-se uma sucessora da Comunidade,<ref name="Constitution2">A. stated, for instance by the preamble of the [[Constitution of the Republic of Poland]] of 1997.</ref> enquanto a [[Lituânia|República da Lituânia]], restabelecida no final da [[Primeira Guerra Mundial]], viu a participação do estado lituano na antiga Comunidade Polaco-Lituana principalmente em um luz negativa nas fases iniciais da recuperação da sua independência,<ref>[[Alfonsas Eidintas]], Vytautas Zalys, ''Lithuania in European Politics: The Years of the First Republic, 1918–1940'', Palgrave, 1999, {{ISBN|0312224583}}.</ref> embora esta atitude tenha vindo a mudar nos últimos anos.<ref>{{Citar web|ultimo=Grzegorz Górny|url=http://www.rp.pl/artykul/180354.html|titulo=Zobaczyć Kresy|data=23 Ago 2008|acessodata=1 Fev 2009|publicado=Rzeczpospolita|lingua=pl|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150710071513/http://www.rp.pl/artykul/180354.html|arquivodata=10 de julho de 2015}}</ref>

== Divisões administrativas ==
{{Artigo principal|Divisão administrativa da República das Duas Nações}}{{Artigo principal|vt=s|Cargos na Comunidade Polaco-Lituana}}
[[Ficheiro:Rzeczpospolita2nar.png|miniaturadaimagem|274x274px|Esboço da Comunidade Polaco-Lituana com suas principais subdivisões após a [[Trégua de Deulino]] de 1618, sobreposta às atuais fronteiras nacionais.{{legend|salmon|[[Coroa do Reino da Polônia]]}}{{legend|hotpink|[[Grão-Ducado da Lituânia]]}}{{legend|dimgrey|[[Ducado da Livônia]]}}{{legend|lightgrey|[[Ducado da Prússia]] ([[Feudo]] polonês)}}{{legend|mediumorchid|[[Ducado da Curlândia e Semigália]] (Feudo da Comunidade)}}]]
Embora o termo "Polônia" também fosse comummente utilizado para designar todo este sistema político, a Polônia era, na verdade, apenas parte de um todo maior {{Spaced ndash}}a Comunidade Polaco-Lituana, que compreendia principalmente duas partes:

* a [[Coroa do Reino da Polônia|Coroa do Reino Polonês]] (Polônia propriamente dita), coloquialmente "a Coroa"
* o [[Grão-Ducado da Lituânia]], coloquialmente "Lituânia"

A Comunidade foi ainda dividida em unidades administrativas menores conhecidas como [[voivodia]]s (''województwa''). Cada voivodia era governada por um [[Voivoda]] (''wojewoda'', governador). As voivodias foram ainda divididas em ''[[Starostwo|starostwa]]'', cada ''starostwo'' sendo governada por um ''[[starosta]]''. As cidades eram governadas por [[Castelão|castelões]]. Houve exceções frequentes a essas regras, muitas vezes envolvendo a subunidade de administração ''[[ziemia]]''.

As terras que outrora pertenceram à Comunidade estão agora amplamente distribuídas entre vários países da Europa [[Europa Central|Central]] e [[Leste Europeu|Oriental]]: [[Polónia|Polônia]], [[Ucrânia]], [[Moldávia]] ([[Transnístria]]), [[Bielorrússia]], [[Rússia]], [[Lituânia]], [[Letónia|Letônia]] e [[Estónia|Estônia]].<ref>{{Citar livro|url=http://archive.org/details/ukraine00john|título=Ukraine|ultimo=Sarah Johnstone|data=2008|editora=Lonely Planet|outros=Internet Archive}}</ref><ref>{{Citar livro|url=http://archive.org/details/newlyindependent00bata|título=The newly independent states of Eurasia|ultimo=Stephen K. Batalden|data=1997|editora=Oryx|outros=Internet Archive}}</ref> Além disso, algumas pequenas cidades na [[Alta Hungria]] (hoje principalmente [[Eslováquia]]) tornaram-se parte da Polônia no [[Tratado de Lubowla]] (cidades de [[Spiš]]).

Outras partes notáveis da Comunidade, independentemente das divisões regionais ou de voivodia, incluem:

* [[Província da Pequena Polônia, Coroa do Reino da Polônia|Província da Pequena Polônia]] ({{Lang-pl|Małopolska}}), sul da Polônia, com duas maiores cidades, a sua capital em [[Cracóvia]] e [[Lublin]] no nordeste;
* [[Província da Grande Polônia, Coroa do Reino da Polônia|Província da Grande Polônia]] ({{Lang-pl|Wielkopolska}}), centro-oeste da Polônia em torno de [[Posnânia|Poznań]] e do sistema do [[rio Varta]];
* [[Mazóvia]] ({{Lang-pl|Mazowsze}}), centro da Polônia, com capital em [[Varsóvia]];
* [[Lituânia Própria]] ({{Lang-lt|Didžioji Lietuva}}), noroeste do Grão-Ducado, sua parte mais católica e etnicamente [[Lituanos|lituana]], capital [[Vilnius]];
* [[Ducado da Samogícia]] ({{Lang-lt|Žemaitija}}; {{Lang-pl|Żmudź}}), parte mais ocidental e autônoma do Grão-Ducado da Lituânia, também a parte ocidental da Lituânia Própria, capital [[Raseiniai]];
* [[Prússia Real]] ({{Lang-pl|Prusy Królewskie}}), na margem sul do [[Mar Báltico]], uma área [[Autonomia|autônoma]] desde a [[Paz de Toruń (1466)|Segunda Paz de Thorn (1466)]], incorporada à Coroa em 1569 com a [[União de Lublin|formação da Comunidade]];
** [[Pomerélia]] ({{Lang-pl|Pomorze Gdańskie}}), [[Pomerânia]] em torno de [[Gdansk|Gdańsk]], parte ocidental da Prússia Real;
* [[Rutênia]] ({{Lang-pl|Ruś}}), a Comunidade Oriental, adjacente à Rússia;
* [[Ducado da Livônia]] ({{Lang|pl|Inflanty}}), um domínio conjunto da Coroa e do Grão-Ducado da Lituânia. Peças perdidas para a Suécia nas décadas de 1620 e 1660;
* [[Ducado da Curlândia e Semigália]] ({{Lang-lt|Kuršas ir Žiemgala}}; {{Lang-pl|Kurlandia i Semigalia}}), um [[feudo]] do norte da Comunidade. Estabeleceu uma colônia em [[Tobago]] em 1637 e na [[Ilha James (Gâmbia)|Ilha de St. Andrews]], no [[rio Gâmbia]], em 1651 (ver [[Colonização curlandesa na África|Colonização Curlandesa]]);
* [[Silésia]] ({{Lang-pl|Śląsk}}) não fazia parte da Comunidade, mas pequenas partes pertenciam a vários reis da Comunidade; em particular, os reis [[Dinastia de Vasa|Vasa]] foram duques de [[Opole]] (''Oppeln''), [[Prudnik]] (''Neustadt'') e [[Racibórz]] (''Ratibor'') de 1645 a 1666.<ref>Richard M. Golden (2006). "Volume 4". ''Encyclopedia of witchcraft: the Western tradition''. ABC-CLIO. p. 1039. ISBN 1-57607-243-6.</ref>

As fronteiras da Comunidade mudaram com guerras e tratados, às vezes várias vezes numa década, especialmente nas partes oriental e sul. Após a [[Paz de Jam Zapolski]] (1582), a Comunidade tinha uma área de aproximadamente 815.000 km<sup>2</sup> e uma população de 7,5 milhões.<ref name="Não_nomeado_8-20240324212441"/> Após a [[Trégua de Deulino]] (1618), a Comunidade tinha uma área de cerca de 1 milhão de km<sup>2</sup> e uma população de cerca de 11 milhões.<ref name="Não_nomeado_9-20240324212441"/>
[[Ficheiro:Poland1764physical.jpg|miniaturadaimagem|296x296px|Mapa topográfico da Comunidade em 1764]]

== Geografia ==
No século XVI, o bispo e [[Cartografia|cartógrafo]] polaco [[Marcin Kromer]], que estudou em [[Bolonha]], publicou um [[Atlas (cartografia)|atlas]] latino, intitulado ''Polônia: sobre a sua localização, povo, cultura, escritórios e a Comunidade Polaca'', que foi considerado como um dos guias mais completos para o país.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=FiNSAQAAIAAJ&q=Nel+1555+,+presso+Oporino+,+Marcin+Kromer+aveva+pubblicato+De+Origine+et+rebus+gestis+Polonorum+libri+XXX+,+in+un+latino+elegante+e+con+lo+spirito+critico+che+gli+veniva+da+un%27eccellente+formazione+umanistica+conseguita+in+gioventù+a+Bologna|título=Traduzioni e circolazione delle idee nella cultura europea tra '500 e '700|ultimo=Girolamo Imbruglia|ultimo2=Rolando Minuti|ultimo3=Luisa Simonutti|editora=Bibliopolis|ano=2007|língua=it|isbn=978-88-70-88537-8}}</ref>

As obras de Kromer e outros mapas contemporâneos, como os de [[Gerardo Mercator]], mostram a Comunidade principalmente como [[planície]]s. A parte sudeste da Comunidade, [[Kresy]], era famosa pelas suas [[estepe]]s. Os [[Cárpatos|Montes Cárpatos]] faziam parte da fronteira sul, sendo a cadeia [[Montanhas Tatra|montanhosa Tatra]] a mais alta, e o [[Mar Báltico]] formava a fronteira norte da Comunidade. Tal como acontecia com a maioria dos países europeus da época, a Commonwealth tinha uma extensa cobertura florestal, especialmente no leste. Hoje, o que resta da [[Parque Nacional Białowieża|Floresta Białowieża]] constitui a última [[Floresta primária|floresta primitiva]] praticamente intacta da Europa.<ref>Daniel H. Cole (2002). ''Pollution and property: comparing ownership institutions for environmental protection''. Cambridge University Press. p. 106. ISBN 0-521-00109-9.</ref>

== Galeria ==
{{Image gallery|Statuta Regni Poloniae.jpg|Texto alternativo para a imagem 1|''Statuta Regni Poloniae in ordinem alfabetoi digesta'' (Estatutos do Reino Polonês, organizados em ordem alfabética), 1563|Kostecki Łukasz Opaliński.jpg|Texto alternativo para a imagem 2|[[Marszałek|Grande Marechal da Coroa]] [[Łukasz Opaliński]] retratado com a insígnia de seu poder no parlamento – a bengala do Marechal, 1640|Orthodox Church of the Holy Spirit 1, Vilnius, Lithuania - Diliff.jpg|Texto alternativo para a imagem 3|[[Iconóstase]] [[rococó]] na Igreja Ortodoxa do Espírito Santo em [[Vilnius]], projetada por [[Johann Christoph Glaubitz]], 1753-1756|Malbork (DerHexer) 2010-07-14 067.jpg|Texto alternativo para a imagem 4|Caixão de âmbar do século XVIII. Gdańsk, patrocinada pela corte polaca, floresceu como centro de produção do âmbar no século XVII.|Kauffman Stanisław Poniatowski.jpg|Texto alternativo para a imagem 5|[[Stanisław Poniatowski]], Comandante da Guarda Real e Grande Tesoureiro. Pintado por [[Angelika Kauffmann]] em 1786.|Sigismund at horse.jpg|Texto alternativo para a imagem 6|Retrato equestre do rei [[Sigismundo III Vasa da Polônia|Sigismundo III da Polônia]], de [[Peter Paul Rubens]], 1624|Tapestry with the Arms of Michał Kazimierz Pac.png|Texto alternativo para a imagem 7|Tapeçaria com as armas de [[Michał Kazimierz Pac]], Jan Leyniers, [[Bruxelas]], 1667–1669|Museum in Poznan - Kufel 01.JPG|Texto alternativo para a imagem 8|Caneca de prata de Józef Ceypler, [[Cracóvia]], 1739–1745|Lublin Kamienica Konopniców.jpg|Texto alternativo para a imagem 9|Exemplo de arquitetura mercantil: cortiço de Konopnica em [[Lublin]], 1575|Zbroje husarskie.JPG|Texto alternativo para a imagem 10|Armaduras de hussardos, primeira metade do século XVII|título=Política e economia|linhas=4|largura=160|altura=140}}{{Image gallery|Andreae Fricii Modreuij Commentariorum de Republica emendanda Libri quinque 1554 (46355727) (cropped).jpg|Texto alternativo para a imagem 1|''De republica emendanda'' (1554) de [[Andrzej Frycz Modrzewski]], propôs profundas reformas do Estado, da sociedade e da igreja|Merkuriusz Gloger t.1 s 284.jpg|Texto alternativo para a imagem 2|''[[Merkuriusz Polski Ordynaryjny]]'', o primeiro jornal polonês publicado por ordem da rainha [[Maria Luísa Gonzaga]] em 1661|Kochanowski - Treny (1583).jpg|Texto alternativo para a imagem 3|A página de rosto de ''Treny'' (1580), de [[Jan Kochanowski]], uma série de elegias pela morte de sua amada filha, é uma obra-prima reconhecida.|Mango - Flora Sinensis 1656 (2950680).jpg|Texto alternativo para a imagem 4|Uma placa de ''[[Flora Sinensis]]'' de [[Michał Boym]] (1656), a primeira descrição de um ecossistema do Extremo Oriente publicada na Europa<ref>Gwei-Djen Lu; Joseph Needham; Vivienne Lo (2002). Celestial lancets: a history and rationale of acupuncture and moxa. Routledge. p. 284. ISBN 0-7007-1458-8.</ref>|Taurus Poniatovii.PNG|Texto alternativo para a imagem 5|''Taurus Poniatovii'', [[constelação]] originada por [[Marcin Odlanicki Poczobutt|Marcin Poczobutt]] em 1777 para homenagear o rei [[Estanislau II Augusto da Polônia|Estanislau II Augusto]]<ref>http://www.ianridpath.com/startales/poniatowski.htm</ref>|Pałac Branickich w Białymstoku - 12 VIII 2022 r. 7.jpg|Texto alternativo para a imagem 6|O [[Palácio Branicki (Białystok)|Palácio Branicki]] em [[Białystok]], projetado por [[Tylman van Gameren]], é às vezes chamado de "Versalhes Polonês".|Pažaislis Monastery exterior, Kaunas, Lithuania - Diliff.jpg|Texto alternativo para a imagem 7|[[Mosteiro Pažaislis]] em [[Kaunas]], Pietro Puttini, construído de 1674 a 1712|Peeter-Pauli kirik Vilniuses.jpg|Texto alternativo para a imagem 8|Igreja de São Pedro e São Paulo em [[Vilnius]], Pietro Puttini, construída de 1675 a 1704|Ratusz Zamosc.jpg|Texto alternativo para a imagem 9|A Câmara Municipal de [[Zamość]], desenhada por [[Bernardo Morando]], é um exemplo único de arquitetura renascentista na Europa, consistentemente construída de acordo com as teorias italianas de uma "[[cidade ideal]]".<ref>http://whc.unesco.org/en/list/564</ref>|Siemiginowski Allegory of Spring.jpg|Texto alternativo para a imagem 10|Alegoria da Primavera Plafond, [[Jerzy Siemiginowski-Eleuter|Jerzy Siemiginowski]], década de 1680, [[Palácio Wilanów]]|Łańcut synagoga 06.jpg|Texto alternativo para a imagem 11|A Sinagoga Łańcut, fundada por [[Stanisław Lubomirski]], 1733<ref>http://www.jewish-guide.pl/sites/lancut</ref>|título=Ciência, arte e arquitetura|linhas=4|largura=160|altura=140}}

== Ver também ==

* [[História da Comunidade Polaco-Lituana (1569-1648)]]
* [[História da Comunidade Polaco-Lituana (1648-1764)]]
* [[História da Comunidade Polaco-Lituana (1764-1795)]]
* [[Lista das grandes potências medievais]]
* [[História da Polónia|História da Polônia]]
* [[História da Lituânia]]
* [[República polaco-lituana-rutena]]
* [[República polaco-lituana-moscovita]]
{{Referências|título=Notas|grupo=Nota}}{{Referências}}

=== Bibliografia ===

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== Ligações externas ==
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* [http://www.commonwealth.pl/ Commonwealth of Diverse Cultures: Poland's Heritage] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20110624022527/http://www.commonwealth.pl/|date=24 June 2011}} {{In lang|pl|en}}
* [http://www.wilanow-palac.pl/pasaz Knowledge passage] {{In lang|pl}}
* [http://rzecz-pospolita.com/ The Polish–Lithuanian Commonwealth–Maps, history of cities in Poland, Ukraine, Belarus and Lithuania] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20210417044200/http://rzecz-pospolita.com/|date=17 April 2021}} {{In lang|pl}}
* [https://www.bbc.co.uk/programmes/m0010f8z The Polish-Lithuanian Commonwealth on BBC Radio 4 "In Our Time"] 14 Oct. 2021, [[Melvyn Bragg]] with Robert I. Frost, University of Aberdeen, Katarzyna Kosior, Northumbria University and [[Norman Davies]], University of Oxford

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