Mostrar código-fonte de Saúde global

[[Ficheiro:World_Health_Organisation_building_from_south.jpg|ligação=https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/77/World_Health_Organisation_building_from_south.jpg/220px-World_Health_Organisation_building_from_south.jpg|miniaturadaimagem|Sede da [[Organização Mundial da Saúde]] em [[Genebra]], [[Suíça]].]]
A '''saúde global''' é a [[saúde]] das populações no contexto mundial;<ref>{{Citar periódico |titulo=The World Health Organization and the transition from "international" to "global" public health |data=janeiro de 2006 |número=1 |paginas=62–72 |doi=10.2105/AJPH.2004.050831 |pmc=1470434 |pmid=16322464 |vauthors=Brown TM, Cueto M, Fee E |volume=96 |periódico=Am J Public Health}}</ref> foi definida como "a área de estudo, [[investigação]] e prática que prioriza a melhoria da saúde e a equidade de saúde para todas as pessoas em todo o mundo".<ref name="Koplan">{{Citar periódico |titulo=Towards a common definition of global health |data=junho de 2009 |número=9679 |paginas=1993–5 |citeseerx=10.1.1.610.7968 |doi=10.1016/S0140-6736(09)60332-9 |pmid=19493564 |numero-autores=etal |vauthors=Koplan JP, Bond TC, Merson MH |volume=373 |periódico=Lancet}}</ref> Problemas que transcendem as fronteiras nacionais ou têm um impacto político e económico global são frequentemente enfatizados.<ref>{{Citar livro|url=http://www.familiesusa.org/issues/global-health/matters/|título=Why Global Health Matters|ultimo=Global Health Initiative|editora=FamiliesUSA|ano=2008|localização=Washington, DC|acessodata=2008-06-10|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110308223639/http://www.familiesusa.org/issues/global-health/matters/|arquivodata=2011-03-08}}</ref> Assim, a saúde global diz respeito à melhoria da saúde mundial (incluindo a [[saúde mental]]), redução de [[Equidade de saúde|disparidades]] e proteção contra [[Lista de problemas globais|ameaças globais]] que desconsideram as fronteiras nacionais.<ref>{{Citar periódico |titulo=In the name of global health: trends in academic institutions |data=dezembro de 2008 |número=4 |paginas=383–401 |doi=10.1057/jphp.2008.25 |pmid=19079297 |vauthors=Macfarlane SB, Jacobs M, Kaaya EE |volume=29 |periódico=J Public Health Policy}}</ref><ref>Fischer SE, Patil P, Zielinski C, Baxter L, Bonilla-Escobar FJ, Hussain S, Lai C, Walpole SC, Ohanyidolood D, Singh A. Is it about the ‘where’or the ‘how’? Comment on Defining global health as public health somewhere else. BMJ Glob Health . 2020;5(5):e002567. doi: [https://gh.bmj.com/content/5/5/e002567 10.1136/bmjgh-2020-002567]</ref> A saúde global não deve ser confundida com a [[saúde internacional]], que é definida como o ramo da [[saúde pública]] que se concentra nos [[País em desenvolvimento|países em desenvolvimento]] e nos esforços de [[ajuda externa]] dos [[País desenvolvido|países industrializados]].<ref>{{Citar livro|título=Public Health and Preventive Medicine|editora=McGraw Hill|ano=2008|editor-sobrenome=Maxcy-Rosenau-Last|páginas=1252–8|capitulo=International and Global Health|isbn=9780071441988|edição=15th}}</ref> A saúde global pode ser medida em função de várias [[doença]]s globais e da sua prevalência no mundo e ameaça de diminuir a [[Esperança de vida|expectativa de vida]] no presente. Estimativas sugerem que num mundo pré-moderno e pobre, a expectativa de vida era de cerca de 30 anos em todas as regiões do mundo.<ref>{{Citar periódico |url=https://ourworldindata.org/life-expectancy |titulo=Life Expectancy |data=2013-05-23 |ultimo=Roser |primeiro=Max |ultimo2=Ortiz-Ospina |primeiro2=Esteban |ultimo3=Ritchie |primeiro3=Hannah |periódico=Our World in Data}}</ref>

A agência predominante associada à saúde global (e à saúde internacional) é a [[Organização Mundial da Saúde]] (OMS). Outras agências importantes que impactam a saúde global incluem a [[Fundo das Nações Unidas para a Infância|UNICEF]] e o [[Programa Alimentar Mundial]] (PAM). O sistema das [[Organização das Nações Unidas|Nações Unidas]] também tem desempenhado um papel com ações intersetoriais para abordar a saúde global e os seus [[Determinantes sociais da saúde|determinantes socioeconómicos]] subjacentes com a declaração dos [[Objetivos de Desenvolvimento do Milênio|Objetivos de Desenvolvimento do Milénio]]<ref>{{Citar web|url=https://www.un.org/millenniumgoals/|titulo=Millennium Development Goals|acessodata=2013-03-15|publicado=United Nations}}</ref> e os [[Objetivos de Desenvolvimento Sustentável]] mais recentes.

== Definição ==
[[Ficheiro:Open_Global_Health_at_OpenCon_2015.jpg|ligação=https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f5/Open_Global_Health_at_OpenCon_2015.jpg/220px-Open_Global_Health_at_OpenCon_2015.jpg|miniaturadaimagem|Open Global Health na OpenCon 2015]]
A saúde global emprega várias perspetivas que se concentram nos determinantes e na distribuição da saúde em contextos internacionais.

* A [[medicina]] descreve a [[patologia]] das doenças e promove a [[Saúde preventiva|prevenção]], [[diagnóstico]] e [[Terapia|tratamento]].<ref>{{Citar periódico |titulo=Inherited haemoglobin disorders: an increasing global health problem |número=8 |ultimo=Weatherall D. J. |ultimo2=Clegg J. B. |ano=2001 |paginas=704–712 |pmc=2566499 |pmid=11545326 |volume=79 |periódico=Bulletin of the World Health Organization}}</ref>
* A [[saúde pública]] enfatiza a saúde das populações.<ref>{{Citar periódico |titulo=Global health is public health |número=9714 |ultimo=Fried L. P. |ultimo2=Bentley M. E. |ano=2010 |paginas=535–537 |doi=10.1016/s0140-6736(10)60203-6 |pmid=20159277 |ultimo3=Buekens P. |ultimo4=Burke D. S. |ultimo5=Frenk J. J. |ultimo6=Klag M. J. |ultimo7=Spencer H. C. |volume=375 |periódico=The Lancet}}</ref>
* A [[epidemiologia]] ajuda a identificar fatores de risco e causas de problemas de saúde.<ref>{{Citar periódico |titulo=Global health impacts of floods: epidemiologic evidence |número=1 |ultimo=Ahern M. |ultimo2=Kovats R. S. |ano=2005 |paginas=36–46 |doi=10.1093/epirev/mxi004 |pmid=15958425 |ultimo3=Wilkinson P. |ultimo4=Few R. |ultimo5=Matthies F. |volume=27 |doi-access=free |periódico=Epidemiologic Reviews}}</ref>
* A [[demografia]] fornece dados para decisões políticas.<ref>Verano, J. W., & Ubelaker, D. H. (1992). Disease and Demography in the Americas.</ref>
* A [[economia]] enfatiza as abordagens custo-eficácia e custo-benefício para a alocação ideal de recursos de saúde.<ref>Bloom, D., Cafiero, E., Jané-Llopis, E., Abrahams-Gessel, S., Bloom, L., Fathima, S., ... & O’Farrell, D. (2012). The global economic burden of noncommunicable diseases. Program on the Global Demography of Aging.</ref>
* Outras ciências sociais, como [[sociologia]], [[estudos de desenvolvimento]], [[psicologia]], [[antropologia]], [[estudos culturais]] e [[direito]], podem ajudar a compreender os determinantes da saúde nas sociedades.

Tanto os indivíduos como as organizações que trabalham no domínio da saúde global enfrentam muitas vezes muitas questões relacionadas com os direitos [[Ética|éticos]] e [[Direitos humanos|humanos]]. O exame crítico das diversas causas e justificativas das iniquidades em saúde é necessário para o sucesso das soluções propostas. Tais questões são discutidas nas [https://web.archive.org/web/20190404102034/https://www.globalsummit-berlin2016.de/ Cúpulas Globais bianuais dos Conselhos Nacionais de Ética/Bioética].

== História ==
[[Ficheiro:Life_expectancy_by_world_region,_from_1770_to_2018.svg|ligação=https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/9a/Life_expectancy_by_world_region%2C_from_1770_to_2018.svg/220px-Life_expectancy_by_world_region%2C_from_1770_to_2018.svg.png|miniaturadaimagem|Esperança de vida por região do mundo, de 1770 a 2018]]
Foram dados passos importantes para a cooperação global em saúde com a formação da [[Organização das Nações Unidas]] (ONU) e do [[Grupo do Banco Mundial|Grupo Banco Mundial]] em 1945, após a [[Segunda Guerra Mundial]]. Em 1948, os estados membros da recém-formada Organização das Nações Unidas reuniram-se para criar a [[Organização Mundial da Saúde]]. Uma epidemia de cólera que ceifou 20.000 vidas no Egito em 1947 e 1948 ajudou a estimular a comunidade internacional a agir.<ref>{{Citar web|ultimo=World Health Organization|url=https://www.who.int/library/historical/access/who/index.en.shtml|titulo=History of WHO|arquivourl=https://web.archive.org/web/20061207150944/http://www.who.int/library/historical/access/who/index.en.shtml|arquivodata=2006-12-07}}</ref> A OMS publicou a sua [[Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde|Lista de Medicamentos Essenciais]], e a [[Declaração de Alma-Ata|declaração de Alma Ata]] de 1978 sublinhou a importância dos [[Atenção primária à saúde|cuidados de saúde primários]].<ref>{{Citar relatório|titulo=Primary Health Care: Report of the International Conference on Primary Health Care|local=Geneva|publicado=World Health Organization|ano=1978|url=http://www.unicef.org/about/history/files/Alma_Ata_conference_1978_report.pdf|arquivodata=2017-08-29|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170829195121/https://www.unicef.org/about/history/files/Alma_Ata_conference_1978_report.pdf|urlmorta=dead}}</ref>

Numa cimeira das Nações Unidas em 2000, os países membros declararam oito [[Objetivos de Desenvolvimento do Milênio|Objetivos de Desenvolvimento do Milénio]] (ODM),<ref>{{Citar periódico |titulo=Millennium development goals (MDGS) to sustainable development goals (SDGS): Addressing unfinished agenda and strengthening sustainable development and partnership |data=Janeiro–Março de 2016 |número=1 |ultimo=Kumar |primeiro=Sanjiv |paginas=1–4 |doi=10.4103/0970-0218.170955 |pmc=4746946 |pmid=26917865 |volume=41 |periódico=Indian Journal of Community Medicine}}</ref> que refletiam os principais desafios enfrentados pelo desenvolvimento humano globalmente, a serem alcançados até 2015.<ref>{{Citar web|url=https://www.un.org/millennium/declaration/ares552e.pdf|titulo=Resolution adopted by the General Assembly, 55/2|data=18-09-2000|publicado=United Nations}}</ref> A declaração foi acompanhada por um investimento global sem precedentes por parte dos países doadores e recetores. De acordo com a ONU, esses ODM forneceram uma estrutura importante para o desenvolvimento e progressos significativos foram feitos em várias áreas.<ref name=":0">{{Citar web|url=https://sustainabledevelopment.un.org/post2015/transformingourworld|titulo=Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development .:. Sustainable Development Knowledge Platform|acessodata=2016-02-26|website=sustainabledevelopment.un.org}}</ref> No entanto, o progresso tem sido desigual e alguns dos ODM não foram totalmente realizados, incluindo a [[saúde materna]], neonatal e infantil, e a  [[Saúde sexual|saúde reprodutiva]].<ref name=":0" /> Com base nos ODM, uma nova Agenda de Desenvolvimento Sustentável com 17  [[Objetivos de Desenvolvimento Sustentável]] (ODS) foi estabelecida para os anos de 2016-2030.<ref name=":0" /> O primeiro objetivo é uma promessa ambiciosa e histórica de [[Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1|acabar com a pobreza]].<ref name=":1">{{Citar web|url=http://www.undp.org/content/undp/en/home/sdgoverview/|titulo=Sustainable Development Goals|acessodata=2016-02-26|website=UNDP|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160304031536/http://www.undp.org/content/undp/en/home/sdgoverview/|arquivodata=2016-03-04|urlmorta=dead}}</ref> Em 25 de setembro de 2015, os 193 países da Assembleia Geral da ONU adotaram a Agenda de Desenvolvimento 2030 intitulada ''Transformando o nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável''.<ref name=":1" />

Várias iniciativas importantes começaram nos anos 2000, incluindo a aliança de vacinas [[GAVI Alliance|GAVI]] em 2000, o [[Fundo Global de Luta contra AIDS, Tuberculose e Malária|Fundo Global de Combate contra a SIDA, Tuberculose e Malária]] em 2002,  [[Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio da SIDA]] em 2003, a [[Iniciativa do Presidente dos EUA contra a Malária]] em 2005. Nesta década e como parte do [[Consenso de Monterrey]], uma ênfase crescente foi colocada na medição da melhoria nos resultados de saúde, em vez de apenas na quantidade de dinheiro gasto.<ref>[https://www.bushcenter.org/catalyst/africa/dybul-advance-of-global-health.html How HIV, SARS, and Ebola Put Global Health on the Agenda]</ref>

Em 2015 foi publicado um livro intitulado "[[To Save Humanity]]", com cerca de 100 ensaios sobre as questões de saúde global mais urgentes da atualidade.<ref>{{Citar periódico |titulo=Ending Medical Complicity in State-Sponsored Torture |número=9802 |ultimo=Hoffman S.J. |ano=2011 |paginas=1535–1537 |doi=10.1016/S0140-6736(11)60816-7 |pmid=21944647 |volume=378 |periódico=The Lancet}}</ref> Os ensaios foram de autoria de figuras globais da política, ciência e ativismo, desde [[Bill Clinton]] a [[Peter Piot]], e abordaram uma ampla gama de questões, incluindo [[Vacinação|vacinas]], [[Resistência antibiótica|resistência antimicrobiana]], [[Saúde universal|cobertura de saúde]], [[Fumar tabaco|uso de tabaco]], metodologia de pesquisa, [[Aquecimento global|mudança climática]], equidade, acesso à medicina, e cobertura dos média de investigação em saúde.

== Medidas ==

=== Anos de vida ajustados por incapacidade ===
[[Ficheiro:All_Causes_world_map_-_DALY_-_WHO2004.svg|ligação=https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b7/All_Causes_world_map_-_DALY_-_WHO2004.svg/220px-All_Causes_world_map_-_DALY_-_WHO2004.svg.png|miniaturadaimagem|Anos de vida ajustados por incapacidade por 100.000 pessoas em 2004.<div></div>{{legend|#b3b3b3|Sem dados}}{{legend|#ffff65|Menos de 9.250}}{{legend|#fff200|9.250–16.000}}{{legend|#ffdc00|16,000–22,750}}{{legend|#ffc600|22,750–29,500}}{{legend|#ffb000|29,500–36,250}}{{legend|#ff9a00|36.250–43.000}}{{legend|#ff8400|43.000–49.750}}{{legend|#ff6e00|49.750–56.500}}{{legend|#ff5800|56.500–63.250}}{{legend|#ff4200|63.250–70.000}}{{legend|#ff2c00|70.000–80.000}}{{legend|#cb0000|Mais de 80000}}]]
O DALY é uma medida resumida que combina o impacto da [[doença]], [[Deficiência|incapacidade]] e mortalidade medindo o tempo vivido com incapacidade e o tempo perdido por mortalidade prematura. Um DALY pode ser considerado como um ano perdido de vida "saudável". O DALY para uma doença é a soma dos anos de vida perdidos por mortalidade prematura e os anos perdidos por incapacidade para os casos incidentes da condição de saúde.

=== Anos de vida ajustados pela qualidade ===
Os QALY combinam a sobrevivência esperada com a [[Qualidade de vida (saúde)|qualidade de vida]] esperada num único número: se um ano adicional de vida saudável vale o valor de um (ano), então um ano de vida menos saudável vale menos que um (ano). Os cálculos do QALY são baseados em medidas do valor que os indivíduos atribuem aos anos esperados de sobrevivência. As medições podem ser feitas de várias formas: por técnicas que replicam apostas sobre preferências por estados alternativos de saúde, com pesquisas ou análises que inferem a disposição de pagar por estados alternativos de saúde, ou por meio de instrumentos baseados na troca de algumas ou todas as probabilidades de tempo de sobrevivência que uma intervenção médica pode proporcionar para ganhar menos tempo de sobrevivência de maior qualidade.<ref name="etches2006">{{Citar periódico |titulo=Measuring population health: a review of indicators |ano=2006 |paginas=29–55 |doi=10.1146/annurev.publhealth.27.021405.102141 |pmid=16533108 |vauthors=Etches V, Frank J, Di Ruggiero E, Manuel D |volume=27 |doi-access=free |periódico=Annu Rev Public Health}}</ref>

=== Mortalidades infantis ===
A mortalidade infantil antes de um ano de vida e a mortalidade infantial de crianças menores de 5 anos são mais específicas do que os DALY ou QALY na representação da saúde nas camadas mais pobres de uma população e, portanto, são especialmente úteis quando se concentra na [[equidade em saúde]].<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0042-96862008000500018&lng=en&nrm=iso&tlng=en |titulo=Equity and child-survival strategies |data=maio de 2008 |número=5 |paginas=399–407 |doi=10.2471/BLT.07.044545 |pmc=2647438 |pmid=18545743 |vauthors=Mulholland E, Smith L, Carneiro I, Becher H, Lehmann D |volume=86 |periódico=Bulletin of the World Health Organization}}</ref>

=== Morbilidade ===
As medidas de morbilidade incluem [[Incidência (epidemiologia)|taxa de incidência]], [[prevalência]] e [[Incidência (epidemiologia)|incidência cumulativa]], com taxa de incidência referente ao risco de desenvolver uma nova condição de saúde dentro de um período de tempo especificado. Embora, às vezes, expresso simplesmente como o número de novos casos durante um período de tempo, a morbilidade é melhor expressa como uma proporção ou taxa.

== Temas de saúde ==

=== Doenças infecciosas ===

==== Infeções do trato respiratório ====
{{Artigo principal|Infecção do trato respiratório superior}}As infeções do trato respiratório e do ouvido médio são as principais causas de morbilidade e mortalidade em todo o mundo.<ref name="Lopez AD 2006">{{Citar periódico |titulo=Global and regional burden of disease and risk factors, 2001: systematic analysis of population health data |data=maio de 2006 |número=9524 |paginas=1747–57 |doi=10.1016/S0140-6736(06)68770-9 |pmid=16731270 |vauthors=Lopez AD, Mathers CD, Ezzati M, Jamison DT, Murray CJ |volume=367 |periódico=Lancet}}</ref> Algumas infeções respiratórias de importância global incluem [[tuberculose]], [[sarampo]], [[gripe]], [[coronavírus]] e [[pneumonia]]s causadas por ''[[Mycobacterium tuberculosis]]'', ''[[Morbillivirus]]'', ''[[Haemophilus influenzae]] e [[Streptococcus pneumoniae|Pneumococci]]'', respetivamente. A disseminação de infeções respiratórias é exacerbada por condições de superlotação, e a pobreza está associada a um aumento de mais de 20 vezes na carga relativa de [[Infecção respiratória|infeções pulmonares]].<ref>{{Citar periódico |titulo=Lung Infection—A Public Health Priority |número=2 |ultimo=Mizgerd JP |ano=2006 |paginas=e76 |doi=10.1371/journal.pmed.0030076 |pmc=1326257 |pmid=16401173 |volume=3 |periódico=PLOS Med}}</ref>

==== Doenças diarreicas ====
{{Artigo principal|Diarreia}}A [[diarreia]] é a segunda causa mais comum de mortalidade infantil em todo o mundo, responsável por 17% das mortes de crianças menores de 5 anos.<ref>{{Citar web|url=http://www.childinfo.org/709.htm|titulo=Statistics by Area – Diarrhoeal disease – The challenge|acessodata=2013-01-12|publicado=UNICEF}}</ref> A falta de [[saneamento]] pode aumentar a transmissão de bactérias e vírus através da água, alimentos, utensílios, mãos e moscas. A desidratação devido à diarreia pode ser tratada de forma eficaz através da [[terapia de reidratação oral]] com reduções dramáticas na mortalidade.<ref>{{Citar periódico |titulo=Control of diarrheal diseases |ano=1989 |paginas=221–44 |doi=10.1146/annurev.pu.10.050189.001253 |pmid=2655632 |vauthors=Taylor CE, Greenough WB |volume=10 |doi-access=free |periódico=Annu Rev Public Health}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Reducing deaths from diarrhoea through oral rehydration therapy |número=10 |ano=2000 |paginas=1246–55 |pmc=2560623 |pmid=11100619 |vauthors=Victora CG, Bryce J, Fontaine O, Monasch R |volume=78 |periódico=Bulletin of the World Health Organization}}</ref> Medidas nutricionais importantes incluem a promoção da [[Amamentação|amamentação materna]] e a suplementação de zinco. Embora as medidas higiénicas por si só possam ser insuficientes para a prevenção da diarreia por [[Rotavirus|rotavírus]],<ref>{{Citar web|url=http://www.rotavirusvaccine.org/documents/WHO_position_paper_rotavirus_2007_000.pdf|titulo=Rotavirus Vaccine Access and Delivery – PATH|data=2011-12-07|acessodata=2013-01-12|publicado=Rotavirusvaccine.org|arquivourl=https://web.archive.org/web/20091222043141/http://www.rotavirusvaccine.org/documents/WHO_position_paper_rotavirus_2007_000.pdf|arquivodata=2009-12-22|urlmorta=dead}}</ref> ela pode ser prevenida por uma vacina segura e potencialmente económica.<ref>{{Citar periódico |titulo=Cost-effectiveness of introducing a rotavirus vaccine in developing countries: the case of Mexico |ano=2008 |pagina=103 |doi=10.1186/1471-2334-8-103 |pmc=2527317 |pmid=18664280 |vauthors=Valencia-Mendoza A, Bertozzi SM, Gutierrez JP, Itzler R |volume=8 |periódico=BMC Infectious Diseases}}</ref>

==== HIV/SIDA ====
A [[epidemia]] de HIV/SIDA destacou a natureza global da saúde e bem-estar humano e a globalização deu origem a uma tendência de encontrar soluções comuns para os desafios globais de saúde. Numerosos fundos internacionais foram criados nos últimos tempos para enfrentar os desafios globais de saúde, como o HIV.<ref>{{Citar periódico |titulo=HIV/AIDS: global trends, global funds and delivery bottlenecks |ultimo=Coovadia |primeiro=Hoosen M. |ultimo2=Hadingham |primeiro2=Jacqui |ano=2005 |paginas=13 |doi=10.1186/1744-8603-1-13 |pmc=1199613 |pmid=16060961 |volume=1 |periódico=Globalization and Health}}</ref> Desde o início da epidemia, mais de 70 milhões de pessoas foram infetadas com o vírus HIV e cerca de 35 milhões de pessoas morreram de HIV. Globalmente, 36,9 milhões [31,1–43,9 milhões] de pessoas viviam com HIV no final de 2017. Estima-se que 0,8% [0,6–0,9%] dos adultos de 15 a 49 anos em todo o mundo vivem com HIV, embora a carga da epidemia continue a variar consideravelmente entre países e regiões. A região africana da OMS continua a ser a mais severamente afetada, com quase 1 em cada 25 adultos (4,1%) a viver com HIV e representando quase dois terços das pessoas a viver com HIV em todo o mundo.<ref>{{Citar web|url=https://www.who.int/gho/hiv/en/|titulo=HIV/AIDS|acessodata=2018-11-01|website=World Health Organization|lingua=en-GB}}</ref> O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é transmitido através de sexo desprotegido, agulhas sujas, [[Transfusão de sangue|transfusões]] de sangue e de mãe para filho durante o parto ou [[Lactogênese|lactação]]. Globalmente, o HIV é transmitido principalmente por meio de [[Relação sexual|relações sexuais]]. O risco por exposição com sexo vaginal em países de baixo rendimento de mulher para homem é de 0,38% e de homem para mulher é de 0,3%.<ref>{{Citar web|url=http://www.aidsmap.com/Estimated-risk-per-exposure/page/1324038/#item1324093|titulo=Estimated HIV transmission risk per exposure for specific activities and events}}</ref> A infeção danifica o sistema imunológico, levando à síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) e, eventualmente, à morte. Os [[Antirretroviral|medicamentos antirretrovirais]] prolongam a vida e retardam o aparecimento da SIDA, minimizando a quantidade de HIV no corpo.

==== Malária ====
{{Artigo principal|Malária}}A malária é uma doença infecciosa transmitida por mosquitos causada por parasitas do género ''[[Plasmodium]]''. Os sintomas podem incluir febre, dores de cabeça, calafrios, dores musculares e náuseas. A cada ano, há aproximadamente 500 milhões de casos de malária em todo o mundo, mais comumente entre crianças e mulheres grávidas em países em desenvolvimento.<ref name="Birn">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/textbookofintern0000birn|título=Textbook of International Health|ultimo=Birn|primeiro=A.|ultimo2=Pillay|primeiro2=Y.|ultimo3=Holtz|primeiro3=T.|editora=Oxford University Press|ano=2009|isbn=9780199719853|edição=3rd|url-access=registration}}</ref> A Região Africana da OMS tem uma parte desproporcionalmente elevada do fardo global da malária. Em 2016, a região abrigava 90% dos casos de malária e 91% das mortes por malária.<ref>{{Citar web|url=https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/malaria|titulo=Malaria key facts}}</ref> O uso de [[Mosquiteiro|mosquiteiros tratados com inseticida]] é uma maneira econômica de reduzir as mortes por malária, assim como a terapia combinada à base de [[artemisinina]], apoiada por [[terapia preventiva intermitente]] na gravidez. Os viajantes internacionais para zonas [[Endemia|endêmicas]] são aconselhados a [[quimioprofilaxia]] com [[Medicação antimalárica|medicamentos antimaláricos]] como [[Atovaquona/proguanil|Atovaquona-proguanil]], [[doxiciclina]] ou [[mefloquina]].<ref>{{Citar web|ultimo=Prevention|primeiro=CDC – Centers for Disease Control and|url=https://www.cdc.gov/malaria/travelers/country_table/a.html|titulo=CDC – Malaria – Travelers – Malaria Information and Prophylaxis, by Country|data=2018-01-26|acessodata=2018-11-01|website=www.cdc.gov|lingua=en-us}}</ref> O consumo global e o comércio internacional de commodities associadas ao desmatamento também podem influenciar indiretamente o risco de malária. Muitas commodities primárias causam desmatamento e o desmatamento pode aumentar a transmissão da malária. O consumo de tais commodities em países desenvolvidos pode aumentar o risco de malária em países em desenvolvimento.<ref>Chaves, L.S.M., Fry, J., Malik, A. et al. Global consumption and international trade in deforestation-associated commodities could influence malaria risk. Nat Commun 11, 1258 (2020). https://doi.org/10.1038/s41467-020-14954-1</ref>

==== Doenças tropicais negligenciadas ====
Mais de mil milhões de pessoas foram tratadas por pelo menos uma doença tropical negligenciada em 2015.<ref>{{Citar web|url=https://www.who.int/mediacentre/news/releases/2017/ntd-report/en/|titulo=Unprecedented progress against neglected tropical diseases, WHO reports|data=2017|acessodata=2017-05-11|website=World Health Organization|lingua=en-GB}}</ref> As doenças tropicais negligenciadas são um grupo diversificado de doenças infecciosas que são endémicas em regiões [[Trópico|tropicais]] e [[Clima subtropical|subtropicais]] de 149 países, afetando principalmente populações de baixa e média renda na África, Ásia e América Latina. Eles são causados por [[bactéria]]s ([[tracoma]], [[Lepra|hanseníase]]), [[vírus]] ([[dengue]],<ref>{{Citar periódico |titulo=Reviewing Dengue: Still a Neglected Tropical Disease? |data=2015-04-30 |número=4 |ultimo=Horstick |primeiro=Olaf |ultimo2=Tozan |primeiro2=Yesim |paginas=e0003632 |doi=10.1371/journal.pntd.0003632 |issn=1935-2735 |pmc=4415787 |pmid=25928673 |ultimo3=Wilder-Smith |primeiro3=Annelies |volume=9 |periódico=PLOS Neglected Tropical Diseases}}</ref> [[Raiva (doença)|raiva]]), [[protozoário]]s ([[Tripanossomíase africana|tripanossomíase humana africana]], [[Doença de Chagas|chagas]]) e [[helminto]]s ([[esquistossomose]], [[oncocercose]], [[helmintos transmitidos pelo solo]]).<ref>{{Citar web|url=https://www.cdc.gov/globalhealth/ntd/diseases/index.html|titulo=CDC – Neglected Tropical Diseases – Diseases|acessodata=2017-05-11|website=www.cdc.gov|lingua=en-us}}</ref> O Global Burden of Disease Study concluiu que as doenças tropicais negligenciadas contribuíram de forma abrangente para aproximadamente 26,06 milhões de [[Esperança de vida corrigida pela incapacidade|anos de vida ajustados por incapacidade]] em 2010, bem como significativos efeitos económicos deletérios.<ref>{{Citar periódico |titulo=The Global Burden of Disease Study 2010: Interpretation and Implications for the Neglected Tropical Diseases |data=2014-07-24 |número=7 |ultimo=Hotez |primeiro=Peter J. |ultimo2=Alvarado |primeiro2=Miriam |paginas=e2865 |doi=10.1371/journal.pntd.0002865 |issn=1935-2735 |pmc=4109880 |pmid=25058013 |ultimo3=Basáñez |primeiro3=María-Gloria |ultimo4=Bolliger |primeiro4=Ian |ultimo5=Bourne |primeiro5=Rupert |ultimo6=Boussinesq |primeiro6=Michel |ultimo7=Brooker |primeiro7=Simon J. |ultimo8=Brown |primeiro8=Ami Shah |ultimo9=Buckle |primeiro9=Geoffrey |volume=8 |periódico=PLOS Neglected Tropical Diseases}}</ref> Em 2011, a Organização Mundial da Saúde lançou um Roteiro 2020 para doenças tropicais negligenciadas, visando o controlo ou eliminação de 10 doenças comuns.<ref>{{Citar livro|url=http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/80245/1/WHO_HTM_NTD_2013.2_eng.pdf|título=Sustaining the drive to overcome the global impact of neglected tropical diseases: second WHO report on neglected tropical diseases; summary|ultimo=World Health Organization|ano=2013}}</ref> A [[Declaração de Londres sobre Doenças Tropicais Negligenciadas|Declaração de Londres]] de 2012 baseia-se nessa iniciativa e chamou os países endémicos e a comunidade internacional a melhorar o acesso à [[Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6|água potável e ao saneamento básico]], melhores condições de vida, [[controlo de vetores]] e [[educação para a saúde]], para alcançar as metas de 2020.<ref>{{Citar livro|url=https://www.who.int/neglected_diseases/London_Declaration_NTDs.pdf?ua=1|título=London Declaration on Neglected Tropical Diseases|ano=2012}}</ref> Em 2017, um relatório da OMS citou 'progresso sem precedentes' contra doenças tropicais negligenciadas desde 2007, especialmente devido à [[administração em massa de medicamentos]] doados por empresas farmacêuticas.<ref>{{Citar livro|url=http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/255011/1/9789241565448-eng.pdf?ua=1|título=Integrating Neglected Tropical Diseases into Global Health and Development|ultimo=World Health Organization|ano=2017}}</ref>

==== Saúde materna ====
{{Artigo principal|Saúde materna|Saúde reprodutiva}}As [[complicações da gravidez]] e do [[parto]] são as principais causas de [[Morte materna|morte entre as mulheres]] em idade reprodutiva. Em muitos países em desenvolvimento, uma mulher morre de complicações do parto aproximadamente a cada minuto.<ref>{{Citar web|url=http://www.unicef.org/mdg/maternal.html|titulo=Improve Maternal Health|publicado=UNICEF}}</ref> De acordo com o [[Relatório Mundial de Saúde]] de 2005 da Organização Mundial da Saúde, as más condições maternas são a quarta principal causa de morte de mulheres em todo o mundo, depois do [[Síndrome da imunodeficiência adquirida|HIV/SIDA]], malária e tuberculose.<ref>{{Citar web|url=https://www.who.int/whr/2005/en/index.html|titulo=World Health Report 2005: make every mother and child count|publicado=World Health Organization|ano=2005|local=Geneva|arquivourl=https://web.archive.org/web/20050409001725/http://www.who.int/whr/2005/en/index.html|arquivodata=09-04-2005|urlmorta=dead}}</ref> A maioria das mortes e lesões maternas pode ser evitada, e essas mortes foram amplamente erradicadas no [[País desenvolvido|mundo desenvolvido]].<ref>{{Citar web|url=https://www.sciencedaily.com/releases/2010/02/100218092852.htm|titulo=Most Maternal Deaths in Sub-Saharan Africa Could Be Avoided|data=02-03-2010|acessodata=03-03-2011|website=Science Daily}}</ref> As metas para melhorar a saúde materna incluem o aumento e a assistência ao número de partos acompanhados por parteiras qualificadas.<ref name="bhutta20082">{{Citar periódico |titulo=What works? Interventions for maternal and child undernutrition and survival |data=fevereiro de 2008 |número=9610 |paginas=417–40 |doi=10.1016/S0140-6736(07)61693-6 |pmid=18206226 |numero-autores=etal |vauthors=Bhutta ZA, Ahmed T, Black RE |volume=371 |periódico=Lancet}}</ref> Estima-se que 68 países de baixo rendimento monitorizados pela colaboração liderada pela OMS e UNICEF ''Countdown to 2015'' são responsáveis por 97% das mortes maternas e infantis em todo o mundo.<ref>{{Citar web|url=http://www.countdown2015mnch.org/reports-publications|titulo=Progress reports|website=Countdown to 2015}}</ref>

==== Nutrição ====
Em 2010, cerca de 104 milhões de crianças estavam tinham baixo peso, e a subnutrição contribui para cerca de um terço das mortes infantis em todo o mundo.<ref>{{Citar web|url=https://www.who.int/nutrition/challenges/en/index.html|titulo=Challenges|website=Nutrition|publicado=World Health Organization|arquivourl=https://web.archive.org/web/20060321175818/http://www.who.int/nutrition/challenges/en/index.html|arquivodata=21-03-2006|urlmorta=dead}}</ref> (A subnutrição não deve ser confundida com a ''[[desnutrição]]'', que se refere à má ''proporção'' da ingestão de alimentos e pode, portanto, referir-se à [[obesidade]].)<ref>{{Citar periódico |titulo=Malnutrition and Undernutrition |número=4 |ultimo=Shetty |primeiro=Prakash |ano=2003 |series=Nutrition |paginas=18–22 |doi=10.1383/medc.31.4.18.27958 |issn=1357-3039 |volume=31 |periódico=Medicine}}</ref> A subnutrição prejudica o [[Sistema imunitário|sistema imunológico]], aumentando a frequência, gravidade e duração das infeções (incluindo [[sarampo]], [[pneumonia]] e [[diarreia]]). A infeção pode contribuir ainda mais para a desnutrição.<ref>{{Citar periódico |titulo=Malnutrition and infection: complex mechanisms and global impacts |data=maio de 2007 |número=5 |paginas=e115 |doi=10.1371/journal.pmed.0040115 |pmc=1858706 |pmid=17472433 |vauthors=Schaible UE, Kaufmann SH |volume=4 |periódico=PLOS Medicine}}</ref> As deficiências de [[micronutriente]]s, como [[vitamina A]], [[ferro]], [[iodo]] e [[zinco]], são comuns em todo o mundo e podem comprometer o potencial intelectual, o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade adulta.<ref>{{Citar web|url=https://www.who.int/vaccines/en/vitamina.shtml|titulo=Vitamin A supplementation|publicado=World Health Organization|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130125025617/http://www.who.int/vaccines/en/vitamina.shtml|arquivodata=2013-01-25}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Critical review of strategies to prevent and control iron deficiency in children |data=dezembro de 2007 |número=4 Suppl |paginas=S610–20 |doi=10.1177/15648265070284S413 |pmid=18297898 |vauthors=Lynch S, Stoltzfus R, Rawat R |volume=28 |doi-access=free |periódico=Food Nutr Bull}}</ref><ref name="thelancet.com">{{Citar periódico |titulo=Child development: risk factors for adverse outcomes in developing countries |data=janeiro de 2007 |número=9556 |paginas=145–57 |doi=10.1016/S0140-6736(07)60076-2 |pmid=17223478 |numero-autores=etal |vauthors=Walker SP, Wachs TD, Gardner JM |volume=369 |periódico=Lancet}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Effect of zinc supplementation on child mortality |data=outubro de 2007 |número=9594 |ultimo=Lazzerini M |paginas=1194–5 |doi=10.1016/S0140-6736(07)61524-4 |pmid=17920908 |volume=370 |periódico=Lancet}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Global and regional child mortality and burden of disease attributable to zinc deficiency |data=maio de 2009 |número=5 |paginas=591–7 |doi=10.1038/ejcn.2008.9 |pmid=18270521 |vauthors=Fischer Walker CL, Ezzati M, Black RE |volume=63 |doi-access=free |periódico=Eur J Clin Nutr}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Oral zinc for treating diarrhoea in children |data=20-12-2016 |número=4 |ultimo=Lazzerini |primeiro=Marzia |ultimo2=Wanzira |primeiro2=Humphrey |paginas=CD005436 |doi=10.1002/14651858.CD005436.pub5 |issn=1469-493X |pmc=5450879 |pmid=27996088 |volume=12 |periódico=The Cochrane Database of Systematic Reviews}}</ref> As intervenções para prevenir a desnutrição incluem suplementação de micronutrientes, [[Fortificação alimentar|fortificação]] de alimentos básicos de mercearia, diversificação da dieta, medidas higiénicas para reduzir a propagação de infeções e promoção da [[amamentação]].

==== Doenças não transmissíveis ====
Aproximadamente 80% das mortes relacionadas com [[Doença não transmissível|doenças não transmissíveis]] ocorrem em países em desenvolvimento.<ref>{{Citar web|url=https://www.who.int/nmh/publications/ncd_report2010/en/|titulo=WHO: Global Status Report on Noncommunicable Diseases 2010|ano=2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110430112742/http://www.who.int/nmh/publications/ncd_report2010/en/|arquivodata=30-04-2011|urlmorta=dead}}</ref> Por exemplo, a [[urbanização]] e o [[envelhecimento]] levaram ao aumento das más condições de saúde relacionadas com doenças não transmissíveis na Índia. As causas de carga de doença que mais cresceram nos últimos 26 anos foram [[Diabetes mellitus|diabetes]] (aumento da taxa em 80%) e [[Doença arterial coronariana|doença cardíaca isquémica]] (aumento de 34%). Mais de 60% das mortes, cerca de 6,1 milhões, em 2016 foram devidas a DNT, acima dos cerca de 38% em 1990.<ref>{{Citar web|url=http://www.healthdata.org/news-release/comprehensive-health-study-india-finds-rise-non-communicable-diseases|titulo=Comprehensive health study in India finds rise of non-communicable diseases|data=2017-11-13}}</ref> O aumento da [[Refugiado|urbanização de refugiados]], levou a um número crescente de pessoas diagnosticadas com doenças crónicas não transmissíveis.<ref name="amara">{{Citar periódico |titulo=Noncommunicable diseases among urban refugees and asylum-seekers in developing countries: a neglected health care need |ultimo=Amara |primeiro=Ahmed Hassan |ultimo2=Aljunid |primeiro2=Syed Mohamed |ano=2014 |paginas=24 |doi=10.1186/1744-8603-10-24 |issn=1744-8603 |pmc=3978000 |pmid=24708876 |volume=10 |periódico=Globalization and Health}}</ref>

Em setembro de 2011, as Nações Unidas sediaram a sua primeira cimeira Especial da Assembleia Geral sobre a questão das doenças não transmissíveis.<ref>{{Citar web|url=https://www.un.org/News/briefings/docs//2010/100513_Diseases.doc.htm|titulo=Press Conference on General Assembly Decision to Convene Summit in September 2011 on Non-Communicable Diseases|data=13-05-2010|publicado=United Nations|local=New York}}</ref> Observando que as doenças não transmissíveis são a causa de cerca de 35 milhões de mortes a cada ano, a comunidade internacional está a ser cada vez mais chamada a tomar medidas para a prevenção e controlo das doenças crónicas e a mitigar os seus impactos na população mundial, especialmente nas mulheres, que são geralmente os [[Cuidador|cuidadores primários]].

Por exemplo, a taxa de [[Diabetes mellitus|diabetes tipo 2]], associada à [[obesidade]], tem aumentado em países anteriormente afetados pela fome. Em países de baixo rendimento, espera-se que o número de indivíduos com diabetes aumente de 84 milhões para 228 milhões até 2030.<ref name="nejm">{{Citar periódico |titulo=Obesity and diabetes in the developing world—a growing challenge |data=janeiro de 2007 |número=3 |paginas=213–5 |doi=10.1056/NEJMp068177 |pmid=17229948 |vauthors=Hossain P, Kawar B, El Nahas M |volume=356 |periódico=New England Journal of Medicine}}</ref> A obesidade, uma condição evitável, está associada a inúmeras doenças crónicas, incluindo [[Doença cardiovascular|doenças cardiovasculares]], [[acidente vascular cerebral]], certos tipos de [[Câncer|cancro]] e [[Doença respiratória|doenças respiratórias]]. Cerca de 16% da carga global de doenças, medida como DALY, foi atribuída à obesidade.<ref name="nejm" />

=== Violência contra a mulher ===
{{Artigo principal|Violência doméstica}}A [[violência contra a mulher]] foi definida como: “violência física, sexual e psicológica que ocorre na família e na comunidade em geral, incluindo [[Lesão corporal|espancamento]], [[abuso sexual]], violência [[Dote|relacionada com o dote]], [[violação]], [[mutilação genital feminina]] e outras práticas tradicionais prejudiciais às mulheres, violência não-conjugal e violência relacionada com a exploração, [[assédio sexual]] e [[intimidação]] no trabalho, em instituições educacionais e em outros lugares, [[Tráfico de pessoas|tráfico]] de mulheres, [[prostituição]] forçada e violência perpetrada ou tolerada pelo Estado."<ref>{{Citar web|url=http://www.unfpa.org/swp/2005/presskit/factsheets/facts_vaw.htm|titulo=Violence Against Women Fact Sheet|publicado=The United Nations Population Fund|ano=2005}}</ref> Além de causar lesões, a violência pode aumentar “o risco de longo prazo das mulheres de vários outros problemas de saúde, incluindo [[Dor crônica|dor crónica]], [[deficiência física]], [[Abuso de substância|abuso de drogas e álcool]] e [[Depressão (humor)|depressão]]”.<ref>Ellsberg M, and Heise L. Researching Violence Against Women: A Practical Guide for Researchers and Activists. Washington DC, United States: World Health Organization, PATH; 2005. Accessed September 19, 2012.</ref> O Relatório da OMS sobre estimativas globais e regionais sobre violência contra as mulheres descobriu que o abuso do parceiro faz com que as mulheres tenham 16% mais chances de sofrer [[Aborto espontâneo|abortos espontâneos]], 41% mais ocorrências de bebês [[Parto pré-termo|prematuros]] e duas vezes mais chances de [[Aborto|abortar]] e de adquirir HIV ou outras [[Infeção sexualmente transmissível|DST]].<ref>{{Citar livro|título=Global and regional estimates of violence against women: prevalence and health effects of intimate partner violence and non-partner sexual violence|editora=WHO|ano=2013|isbn=9789241564625}}</ref>

Embora as estatísticas possam ser difíceis de obter, pois muitos casos não são reportados, estima-se que uma em cada cinco mulheres enfrenta alguma forma de violência durante a sua vida, em alguns casos levando a ferimentos graves ou mesmo à morte.<ref>World Health Organization. Addressing violence against women and achieving the Millennium Development Goals. Geneva, Switzerland: World Health Organization; 2005. Retrieved from http://www.who.int/gender/documents/MDGs&VAWSept05.pdf</ref> Os fatores de risco para ser um infrator incluem baixa escolaridade, exposição passada a [[Abuso infantil|maus-tratos infantis]] ou testemunho de violência entre os pais, uso nocivo de álcool, atitudes de aceitação da violência e [[Desigualdade de gênero|desigualdade de género]].<ref>{{Citar web|url=https://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs239/en/|titulo=Violence against women: Intimate partner and sexual violence against women fact sheet|publicado=World Health Organization|ano=2011}}</ref> A igualdade das mulheres foi abordada nas [[Objetivos de Desenvolvimento do Milênio|metas de desenvolvimento do Milénio]]. Agora, [[Igualdade de género|a Igualdade de Género]] é o [[Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5]]. A prevenção da violência contra as mulheres deve constituir uma parte essencial das reformas da saúde pública na forma de [[Advocacy|advocacia]] e [[Prática baseada em evidências|recolha de provas]]. A [[Saúde preventiva|prevenção primária]] na forma de aumentar as facilidades de [[Empoderamento feminino|empoderamento económico das mulheres]], [[microfinanças]] e projetos sociais de treinamento de habilidades relacionadas com a igualdade de género deve ser conduzida.

Devem ser organizadas atividades que promovam habilidades de relacionamento e comunicação entre casais, reduzindo o acesso ao álcool e alterando ideologias sociais. Intervenções na infância, educação comunitária e escolar, consciencialização orientada para os média e outras abordagens devem ser realizadas para desafiar as normas sociais e os processos de pensamento [[Estereótipo|estereotipados]] para promover [[Mudança de comportamento (saúde pública)|mudanças comportamentais]] entre os homens e aumentar a igualdade de género. Profissionais de saúde treinados desempenhariam um papel vital na prevenção secundária e terciária do abuso, realizando a identificação precoce de mulheres que sofrem violência e contribuindo para o atendimento das suas necessidades de saúde e psicológicas. Eles podem ser muito importantes na prevenção da recorrência da violência e na mitigação dos seus efeitos sobre a saúde das mulheres abusadas e dos seus filhos.<ref>{{Citar livro|título=International encyclopedia of public health Second|ultimo=Quah, Cockerham|primeiro=S.R., W.C|data=2017|editora=Elsevier/AP}}</ref> Os Estados Membros da Assembleia Mundial da Saúde endossaram um plano em 2016 para reforçar o papel do sistema de saúde na abordagem do fenómeno global da violência contra mulheres e meninas e trabalhar para sua saúde e proteção.<ref>{{Citar web|ultimo=WHO|url=https://www.who.int/reproductivehealth/topics/violence/action-plan-endorsement/en/|titulo=The World Health Assembly endorses the global plan of action on violence against women and girls, and also against children|acessodata=01-12-2019|website=WHO.int}}</ref>

=== Cirurgia global ===
[[Halfdan T. Mahler]], 3º Diretor-Geral da [[Organização Mundial da Saúde|Organização Mundial da Saúde (OMS)]], chamou a atenção pela primeira vez para as disparidades entre cirurgia e cuidados cirúrgicos quando afirmou: "'a grande maioria da população mundial não tem qualquer tipo de acesso a cuidados cirúrgicos profissionais e pouco está a ser feito para encontrar uma solução", no seu discurso no Congresso Mundial do Colégio Internacional de Cirurgiões em 1980.<ref>https://www.who.int/surgery/strategies/Mahler1980speech.pdf</ref>

Embora progressos significativos tenham sido feitos em campos da saúde global, como [[Doença tropical negligenciada|doenças infecciosas]], [[Saúde materna|saúde materno-infantil]] e até mesmo noutras [[Doença não transmissível|doenças não transmissíveis]] nas últimas décadas, a oferta de [[Cirurgia|cirurgia e cuidados cirúrgicos]] em ambientes com recursos limitados permaneceu em grande parte insatisfeita. com cerca de 5 mil milhões de pessoas sem acesso a cuidados cirúrgicos e anestésicos seguros e acessíveis.<ref name=":23">{{Citar periódico |titulo=Global Surgery 2030: evidence and solutions for achieving health, welfare, and economic development |data=agosto de 2015 |número=9993 |paginas=569–624 |doi=10.1016/S0140-6736(15)60160-X |pmid=25924834 |numero-autores=6 |vauthors=Meara JG, Leather AJ, Hagander L, Alkire BC, Alonso N, Ameh EA, Bickler SW, Conteh L, Dare AJ, Davies J, Mérisier ED, El-Halabi S, Farmer PE, Gawande A, Gillies R, Greenberg SL, Grimes CE, Gruen RL, Ismail EA, Kamara TB, Lavy C, Lundeg G, Mkandawire NC, Raykar NP, Riesel JN, Rodas E, Rose J, Roy N, Shrime MG, Sullivan R, Verguet S, Watters D, Weiser TG, Wilson IH, Yamey G, Yip W |volume=386 |periódico=Lancet}}</ref> Isto é especialmente verdadeiro nos países mais pobres, que representam mais de um terço da população, mas apenas 3,5% de todas as cirurgias que ocorrem em todo o mundo.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(08)60878-8/abstract |titulo=An estimation of the global volume of surgery: a modelling strategy based on available data |data=2008-07-12 |número=9633 |ultimo=Weiser |primeiro=Thomas G. |ultimo2=Regenbogen |primeiro2=Scott E. |paginas=139–144 |lingua=en |doi=10.1016/S0140-6736(08)60878-8 |issn=0140-6736 |pmid=18582931 |ultimo3=Thompson |primeiro3=Katherine D. |ultimo4=Haynes |primeiro4=Alex B. |ultimo5=Lipsitz |primeiro5=Stuart R. |ultimo6=Berry |primeiro6=William R. |ultimo7=Gawande |primeiro7=Atul A. |volume=372 |periódico=The Lancet}}</ref> De facto, estima-se que até 30% da [[Carga de doença|carga global total de doenças (GBD)]] pode ser atribuída a condições cirúrgicas, que incluem uma mistura de [[Trauma físico|lesões]], [[malignidade]]s, [[Doença congênita|anomalias congénitas]] e [[complicações da gravidez]].<ref name=":32">{{Citar periódico |url=https://www.hhrjournal.org/2013/08/essential-surgery-integral-to-the-right-to-health/ |titulo=Essential surgery: Integral to the right to health |data=27-08-2013 |número=1 |ultimo=McQueen |primeiro=K |paginas=137–52 |pmid=20930260 |volume=12 |periódico=Health and Human Rights}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.thelancet.com/journals/langlo/article/PIIS2214-109X(14)70384-5/abstract |titulo=Global burden of surgical disease: an estimation from the provider perspective |data=2015-04-27 |ultimo=Shrime |primeiro=Mark G. |ultimo2=Bickler |primeiro2=Stephen W. |paginas=S8–S9 |lingua=en |doi=10.1016/S2214-109X(14)70384-5 |issn=2214-109X |pmid=25926322 |ultimo3=Alkire |primeiro3=Blake C. |ultimo4=Mock |primeiro4=Charlie |volume=3 |periódico=The Lancet Global Health}}</ref> Como resultado, a cirurgia global tornou-se um campo emergente dentro da saúde global como 'o empreendimento [[Interdisciplinaridade|multidisciplinar]] de fornecer cuidados cirúrgicos melhorados e equitativos à população mundial, com a sua crença central nas questões de necessidade, acesso e qualidade' e tem sido frequentemente descrita como o 'enteado negligenciado da saúde global', um termo cunhado pelo [[Paul Farmer|Dr. Paul Farmer]] para destacar a necessidade urgente de mais trabalho nesta área.<ref>{{Citar periódico |titulo=What is 'global surgery'? Defining the multidisciplinary interface between surgery, anaesthesia and public health |número=5 |ano=2019 |paginas=e001808 |doi=10.1136/bmjgh-2019-001808 |pmc=6830053 |pmid=31749997 |vauthors=Bath M, Bashford T, Fitzgerald JE |volume=4 |periódico=BMJ Global Health}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Surgery and global health: a view from beyond the OR |data=abril de 2008 |número=4 |ultimo=Farmer |primeiro=Paul E. |ultimo2=Kim |primeiro2=Jim Y. |paginas=533–536 |doi=10.1007/s00268-008-9525-9 |issn=0364-2313 |pmc=2267857 |pmid=18311574 |volume=32 |periódico=World Journal of Surgery}}</ref> Além disso, [[Jim Yong Kim|Jim Young Kim]], ex-presidente do [[Banco Mundial]], proclamou em 2014 que “a cirurgia é uma parte indivisível e indispensável dos cuidados de saúde e do progresso em direção à cobertura universal de saúde”.<ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0140673614602373 |titulo=Global surgery: defining an emerging global health field |data=dezembro de 2014 |número=9961 |ultimo=Dare |primeiro=Anna J |ultimo2=Grimes |primeiro2=Caris E |paginas=2245–2247 |lingua=en |doi=10.1016/S0140-6736(14)60237-3 |pmid=24853601 |ultimo3=Gillies |primeiro3=Rowan |ultimo4=Greenberg |primeiro4=Sarah L M |ultimo5=Hagander |primeiro5=Lars |ultimo6=Meara |primeiro6=John G |ultimo7=Leather |primeiro7=Andrew J M |volume=384 |periódico=The Lancet}}</ref>

Em 2015, a Lancet Commission on Global Surgery (LCoGS) publicou o relatório de referência intitulado "Cirurgia Global 2030: evidências e soluções para alcançar saúde, bem-estar e desenvolvimento económico", descrevendo a grande carga preexistente de doenças cirúrgicas em pacientes de países de baixo e médio rendimento (LMICs) e direções futuras para aumentar o acesso universal à cirurgia segura até ao ano de 2030.<ref name=":23"/> A Comissão destacou que 143 milhões de procedimentos adicionais são necessários todos os anos para evitar mais [[Doença|morbilidade]] e [[Taxa de mortalidade|mortalidade]] por condições cirúrgicas tratáveis, bem como uma perda de 12,3 biliões de dólares (US$) em produtividade económica até ao ano de 2030.<ref name=":23"/> Enfatizou a necessidade de melhorar significativamente a capacidade para procedimentos de Bellwether – [[laparotomia]], [[cesariana]], cuidados de fratura exposta – que são considerados um nível mínimo de atendimento que os hospitais de primeiro nível devem ser capazes de fornecer para captar os cuidados cirúrgicos de emergência mais básicos.<ref name=":23"/><ref>{{Citar periódico |titulo=Bellwether Procedures for Monitoring and Planning Essential Surgical Care in Low- and Middle-Income Countries: Caesarean Delivery, Laparotomy, and Treatment of Open Fractures |data=2016-06-28 |publicado=Springer Science and Business Media LLC |número=11 |ultimo=O’Neill |primeiro=Kathleen M. |ultimo2=Greenberg |primeiro2=Sarah L. M. |paginas=2611–2619 |doi=10.1007/s00268-016-3614-y |issn=0364-2313 |pmid=27351714 |ultimo3=Cherian |primeiro3=Meena |ultimo4=Gillies |primeiro4=Rowan D. |ultimo5=Daniels |primeiro5=Kimberly M. |ultimo6=Roy |primeiro6=Nobhojit |ultimo7=Raykar |primeiro7=Nakul P. |ultimo8=Riesel |primeiro8=Johanna N. |ultimo9=Spiegel |primeiro9=David |volume=40 |periódico=World Journal of Surgery}}</ref> Para enfrentar esses desafios e acompanhar o progresso, a Comissão definiu os seguintes indicadores principais para avaliar o acesso a cuidados cirúrgicos e anestésicos seguros e acessíveis:<ref name=":23"/>
{| class="wikitable"
!Indicadores principais
!Definição
!Alvo
|-
|Acesso a cirurgias essenciais oportunas
|A proporção da população que pode aceder, em 2 horas, a uma instalação que pode fazer cesariana, laparotomia e tratamento de fratura exposta (os Procedimentos de Bellwether)
|Cobertura mínima de 80% de serviços essenciais de cirurgia e anestesia por país até 2030
|-
|Densidade da força de trabalho cirúrgica especializada
|O número de médicos especialistas em cirurgia, anestesia e obstetrícia que estão a trabalhar, por 100.000 habitantes
|100% dos países com pelo menos 20 médicos cirúrgicos, anestésicos e obstétricos por 100.000 habitantes até 2030
|-
|Volume cirúrgico
|O número de procedimentos realizados em uma sala de cirurgia, por 100.000 habitantes por ano
|80% dos países até 2020 e 100% dos países até 2030 rastreando o volume cirúrgico; um mínimo de 5.000 procedimentos por 100.000 habitantes até 2030
|-
|Mortalidade perioperatória
|Taxa de mortalidade por todas as causas antes da alta em pacientes submetidos a procedimento em centro cirúrgico, dividida pelo número total de procedimentos, apresentada em porcentagem
|80% dos países até 2020 e 100% dos países até 2030 a rastrar a mortalidade perioperatória; em 2020, avaliar dados globais e definir metas nacionais para 2030
|-
|Proteção contra gastos empobrecidos
|A proporção de famílias protegidas contra o empobrecimento de pagamentos diretos do próprio bolso para cuidados cirúrgicos e anestésicos
|100% de proteção contra o empobrecimento de pagamentos diretos para cuidados cirúrgicos e anestésicos até 2030
|-
|Proteção contra despesas catastróficas
|A proporção de famílias protegidas contra despesas catastróficas de pagamentos diretos do próprio bolso para cuidados cirúrgicos e anestésicos
|100% de proteção contra despesas catastróficas de pagamentos diretos para cuidados cirúrgicos e anestésicos até 2030
|}
Atingir estas metas até ao ano de 2030 exigiria aumentos de [[Anestesiologia|anestesistas]], [[Obstetrícia (medicina)|obstetras]], [[Cirurgião|cirurgiões]], [[Enfermagem|enfermeiros]] e instalações com [[Sala de cirurgia|salas de cirurgia]], bem como de capacidades de atendimento pré e pós-cirúrgico.

Dados da OMS e do Banco Mundial indicam que ampliar a infraestrutura para permitir o acesso à assistência cirúrgica em regiões onde atualmente é limitada ou inexistente é uma medida de baixo custo em relação à significativa morbimortalidade causada pela falta de tratamento cirúrgico.<ref name=":32"/> De facto, uma revisão sistemática descobriu que a [[Análise custo-efetividade|relação custo-benefício]] – dólares gastos por DALY evitados – para intervenções cirúrgicas está no mesmo nível ou supera as das principais intervenções de saúde pública, como [[terapia de reidratação oral]], [[promoção do aleitamento materno]] e até [[Antirretroviral|terapia antirretroviral para HIV/SIDA]].<ref>{{Citar periódico |url=https://www.thelancet.com/journals/langlo/article/PIIS2214-109X(14)70213-X/abstract |titulo=Cost-effectiveness of surgery and its policy implications for global health: a systematic review and analysis |data=2014-06-01 |número=6 |ultimo=Chao |primeiro=Tiffany E. |ultimo2=Sharma |primeiro2=Ketan |paginas=e334–e345 |lingua=en |doi=10.1016/S2214-109X(14)70213-X |issn=2214-109X |pmid=25103302 |ultimo3=Mandigo |primeiro3=Morgan |ultimo4=Hagander |primeiro4=Lars |ultimo5=Resch |primeiro5=Stephen C. |ultimo6=Weiser |primeiro6=Thomas G. |ultimo7=Meara |primeiro7=John G. |volume=2 |periódico=The Lancet Global Health}}</ref> Esta descoberta desafiou o equívoco comum de que o cuidado cirúrgico é um empreendimento financeiramente proibitivo e que não vale a pena perseguir em LMIC.

Em termos de impacto financeiro sobre os pacientes, a falta de cuidados cirúrgicos e anestésicos adequados resultou em 33 milhões de indivíduos todos os anos a enfrentar gastos catastróficos com saúde – o custo de saúde desembolsado superior a 40% do rendimento de uma determinada família.<ref name=":23"/><ref>{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0140673603138615 |titulo=Household catastrophic health expenditure: a multicountry analysis |data=julho de 2003 |número=9378 |ultimo=Xu |primeiro=Ke |ultimo2=Evans |primeiro2=David B |paginas=111–117 |lingua=en |doi=10.1016/S0140-6736(03)13861-5 |pmid=12867110 |ultimo3=Kawabata |primeiro3=Kei |ultimo4=Zeramdini |primeiro4=Riadh |ultimo5=Klavus |primeiro5=Jan |ultimo6=Murray |primeiro6=Christopher JL |volume=362 |periódico=The Lancet}}</ref>

Em alinhamento com o apelo à ação do LCoGS, a [[Assembleia Mundial da Saúde]] adotou a resolução WHA68.15 em 2015, que declarou: "Fortalecer os cuidados cirúrgicos de emergência e essenciais e a anestesia como um componente da cobertura universal de saúde".<ref>{{Citar periódico |url=https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26239773/ |titulo=World Health Assembly Resolution WHA68.15: "Strengthening Emergency and Essential Surgical Care and Anesthesia as a Component of Universal Health Coverage"—Addressing the Public Health Gaps Arising from Lack of Safe, Affordable and Accessible Surgical and Anesthetic Services |data=setembro de 2015 |número=9 |ultimo=Price |primeiro=Raymond |ultimo2=Makasa |primeiro2=Emmanuel |paginas=2115–2125 |doi=10.1007/s00268-015-3153-y |issn=1432-2323 |pmid=26239773 |ultimo3=Hollands |primeiro3=Michael |volume=39 |periódico=World Journal of Surgery}}</ref> Isto não apenas exigiu que a [[Organização Mundial da Saúde|OMS]] priorizasse o fortalecimento dos cuidados cirúrgicos e anestésicos globalmente, mas também levou os governos dos estados membros a reconhecer a necessidade urgente de aumentar a capacidade em cirurgia e anestesia. Além disso, a terceira edição de [[Projeto de Prioridades de Controlo de Doenças|Prioridades de Controlo de Doenças]] (DCP3), publicada em 2015 pelo [[Banco Mundial]], declarou a cirurgia como essencial e apresentou um volume inteiro dedicado à capacitação cirúrgica.<ref>{{Citar livro|url=https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/21568|título=Disease Control Priorities, Third Edition : Volume 1. Essential Surgery|ultimo=Debas|primeiro=Haile T.|ultimo2=Donkor|primeiro2=Peter|ultimo3=Gawande|primeiro3=Atul|ultimo4=Jamison|primeiro4=Dean T.|ultimo5=Kruk|primeiro5=Margaret E.|ultimo6=Mock|data=2015-03-24|língua=en-US}}</ref>

Uma estrutura política chave que surgiu desse compromisso global renovado com o cuidado cirúrgico em todo o mundo é o Plano Nacional de Obstetrícia e Anestesia Cirúrgica (NSOAP, na sigla em inglês).<ref name=":4">{{Citar periódico |url=https://doi.org/10.1186/s12992-019-0531-5 |titulo=Globalization of national surgical, obstetric and anesthesia plans: the critical link between health policy and action in global surgery |data=2020-01-02 |número=1 |ultimo=Truché |primeiro=Paul |ultimo2=Shoman |primeiro2=Haitham |paginas=1 |doi=10.1186/s12992-019-0531-5 |issn=1744-8603 |pmc=6941290 |pmid=31898532 |ultimo3=Reddy |primeiro3=Ché L. |ultimo4=Jumbam |primeiro4=Desmond T. |ultimo5=Ashby |primeiro5=Joanna |ultimo6=Mazhiqi |primeiro6=Adelina |ultimo7=Wurdeman |primeiro7=Taylor |ultimo8=Ameh |primeiro8=Emmanuel A. |ultimo9=Smith |primeiro9=Martin |volume=16 |periódico=Globalization and Health}}</ref> O NSOAP concentra-se na capacitação da política para a ação para cuidados cirúrgicos com etapas tangíveis como segue: (1) análise de indicadores de linha de base, (2) parceria com paladinos locais, (3) amplo envolvimento das partes interessadas, (4) construção de consenso e síntese de ideias, (5) refinamento da linguagem, (6) custeio, (7) disseminação e (8) implementação. Esta abordagem tem sido amplamente adotada e tem servido como princípios orientadores entre colaboradores internacionais e instituições e governos locais. Implementações bem-sucedidas permitiram a sustentabilidade em termos de monitorização de longo prazo, melhoria da qualidade e apoio político e financeiro contínuo.<ref name=":4" />

== Intervenções de saúde ==
As intervenções globais para melhorar a [[Mortalidade infantil|saúde e a sobrevivência da criança]] incluem a promoção do aleitamento materno, suplementação de zinco, fortificação de vitamina A, [[Sal iodado|iodização do sal]], intervenções de higiene, como lavagem das mãos, vacinação e tratamentos de [[desnutrição aguda grave]].<ref name="bhutta20082"/><ref>{{Citar periódico |titulo=Advancement of global health: key messages from the Disease Control Priorities Project |data=abril de 2006 |número=9517 |paginas=1193–208 |doi=10.1016/S0140-6736(06)68440-7 |pmid=16616562 |numero-autores=etal |vauthors=Laxminarayan R, Mills AJ, Breman JG |volume=367 |periódico=Lancet}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Can the world afford to save the lives of 6 million children each year? |número=9478 |ano=2005 |paginas=2193–200 |doi=10.1016/S0140-6736(05)66777-3 |pmid=15978927 |vauthors=Bryce J, Black RE, Walker N, Bhutta ZA, Lawn JE, Steketee RW |volume=365 |periódico=Lancet}}</ref> O [[Conselho Mundial de Saúde|Conselho de Saúde Global]] sugere uma lista de 32 tratamentos e intervenções de saúde que poderiam salvar vários milhões de vidas a cada ano.<ref>{{Citar web|url=http://www.globalhealth.org/child_health/interventions/#13|titulo=Interventions in Health|publicado=Global Health Council|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110106113210/http://www.globalhealth.org/child_health/interventions/|arquivodata=2011-01-06}}</ref>

Muitas populações enfrentam uma "lacuna de resultados", que se refere à lacuna entre os membros de uma população que têm acesso a tratamento médico versus aqueles que não têm. Os países que enfrentam lacunas de resultados carecem de infraestrutura sustentável.<ref>{{Citar periódico |titulo=The major infectious diseases in the world—to treat or not to treat? |data=julho de 2001 |número=3 |ultimo=Farmer P |paginas=208–10 |doi=10.1056/NEJM200107193450310 |pmid=11463018 |volume=345 |periódico=New England Journal of Medicine}}</ref> Na [[Guatemala]], um subconjunto do setor público, o ''Programa de Accessibilidad a los Medicamentos'', teve a menor disponibilidade média (25%) em comparação com o setor privado (35%). No setor privado, os medicamentos de maior e menor preço foram 22,7 e 10,7 vezes mais caros do que os preços de referência internacionais, respectivamente. Os tratamentos eram geralmente inacessíveis, custando até 15 dias de salário para um curso do antibiótico [[ceftriaxona]].<ref>{{Citar periódico |titulo=Availability, prices affordability of the World Health Organization's essential medicines for children in Guatemala |ultimo=Anson |primeiro=Angela |ano=2012 |paginas=22 |doi=10.1186/1744-8603-8-22 |pmc=3503802 |pmid=22747646 |volume=8 |periódico=Globalization and Health}}</ref> O setor público no [[Paquistão]], embora tenha acesso a medicamentos a preços mais baixos do que os preços de referência internacionais, tem uma escassez crónica e falta de acesso a medicamentos básicos.<ref>{{Citar web|url=http://www.haiweb.org/medicineprices/surveys/200407PK/survey_report.pdf|titulo=Prices, availability and affordability of medicines in Pakistan|acessodata=07-04-2014}}</ref>

A jornalista [[Laurie Garrett]] argumenta que o campo da saúde global não é atormentado pela falta de fundos, mas que mais fundos nem sempre se traduzem em resultados positivos. O problema está na forma como esses fundos são alocados, pois muitas vezes são alocados de forma desproporcional para aliviar uma única doença.<ref name="Garrett, Laurie 2007">{{Citar periódico |url=http://www.foreignaffairs.com/articles/62268/laurie-garrett/the-challenge-of-global-health |titulo=The Challenge of Global Health |ultimo=Garrett, Laurie |ano=2007 |periódico=Foreign Affairs}}</ref>

No seu [[Relatório Mundial de Saúde]] de 2006, a OMS estimou uma escassez de quase 4,3 milhões de médicos, parteiras, enfermeiras e trabalhadores de apoio em todo o mundo, especialmente na [[África subsariana|África Subsaariana]].<ref>{{Citar web|url=https://www.who.int/whr/2006|titulo=The world health report 2006: working together for health|publicado=World Health Organization|local=Geneva|arquivourl=https://web.archive.org/web/20061202075104/http://www.who.int/whr/2006/|arquivodata=02-12-2006|urlmorta=dead}}</ref>

== Segurança sanitária mundial ==
A [[pandemia de COVID-19]] destacou como a segurança sanitária global depende de todos os países do mundo, incluindo países de baixo e médio rendimento, com sistemas de saúde fortes e pelo menos um mínimo de capacidades de investigação em saúde. Num artigo de 2020 nos Annals of Global Health,<ref>Kilmarx PH, Maitin T, Adam T, Akuffo H, Aslanyan G, Cheetham M, Corrêa-Oliveira R, Kay S, Khelef N, Kunaratnam Y, Siddharth M, Kupfer L, Olesen OF. A Mechanism for Reviewing Investments in Health Research Capacity Strengthening in Low- and Middle-Income Countries. Annals of Global Health. 2020; 86(1): 92, 1–4. DOI: https://doi.org/10.5334/aogh.2941</ref> o grupo ESSENCE delineou um mecanismo para revisão do investimento em capacitação em investigação em saúde em países de baixo e médio rendimento. O mecanismo de revisão dará aos financiadores da investigação em saúde as informações para identificar as lacunas de capacidade existentes em países de baixo e médio rendimento e a oportunidade de trabalhar em conjunto para resolver essas disparidades. O objetivo geral é aumentar o apoio coordenado à investigação sobre prioridades nacionais de saúde, bem como melhorar a preparação para pandemias nos países de baixo e médio rendimento e, eventualmente, menos países com capacidade de investigação em saúde muito limitada.

== Organização ==
Organizações governamentais ou intergovernamentais focadas na saúde global incluem:

* As [[Organização das Nações Unidas|Nações Unidas]]
** [[Organização Mundial da Saúde]]
*** [[Agência Internacional de Pesquisa em Câncer|Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro]] (IARC)
*** [[Centro da OMS para o Desenvolvimento da Saúde]] (WKC)
** [[Fundo das Nações Unidas para a Infância]] (UNICEF)
** [[Programa Alimentar Mundial]] (PAM)
* [[Organização Pan-Americana da Saúde]] (OPAS)
* [[Comitê Internacional da Cruz Vermelha|Comité Internacional da Cruz Vermelha]]
* [[Centros de Controle e Prevenção de Doenças|Centros de Controlo e Prevenção de Doenças]] (CDC)
* [[Fundo Global de Luta contra AIDS, Tuberculose e Malária|O Fundo Global de Combate à SIDA, Tuberculose e Malária]]

As organizações não governamentais focadas na saúde global incluem:

* [[Médicos sem Fronteiras|Médicos Sem Fronteiras]]
* [[Fundação Bill e Melinda Gates]]

== Agenda Global de Segurança da Saúde ==
A Agenda Global de Segurança da Saúde (GHSA, na sigla em inglês) é “um esforço multilateral e multissetorial que inclui 60 países participantes e várias organizações internacionais públicas e privadas focadas na construção de capacidades mundiais de segurança da saúde para enfrentar ameaças” como a disseminação de doenças infecciosas. De 26 a 28 de março de 2018, o GHSA realizou uma reunião de alto nível em Tbilisi, Geórgia, sobre biovigilância de ameaças de doenças infecciosas, "que incluem exemplos modernos como HIV/SIDA, [[Síndrome respiratória aguda grave|síndrome respiratória aguda grave (SARS)]], [[Influenzavirus A subtipo H1N1|H1N1 influenza]], [[tuberculose multirresistente]] – qualquer doença emergente ou reemergente que ameace a saúde humana e a estabilidade económica global”.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Riley|primeiro=Kim|url=https://homelandprepnews.com/countermeasures/27450-u-s-critical-juncture-global-health-security-agenda/|titulo=U.S. at critical juncture with Global Health Security Agenda|data=2018-03-21|acessodata=2018-03-23|website=Homeland Preparedness News|lingua=en-US}}</ref> Este evento reuniu países parceiros da GHSA, países contribuintes do Pacote de Ação de Vigilância em Tempo Real e organizações parceiras internacionais que apoiam o fortalecimento das capacidades para detetar ameaças de doenças infecciosas dentro do Pacote de Ação de Vigilância em Tempo Real e outros pacotes transversais. A Geórgia é o país líder do Pacote de Ação de Vigilância em Tempo Real.<ref>{{Citar web|url=https://www.ghsagenda.org/docs/default-source/default-document-library/GHSA-Surveillance-Georgia-Meeting.pdf|titulo=Accelerating progress in the Real-Time Biosurveillance Action Package of GHSA}}</ref>

A GHSA funciona por meio de quatro mecanismos principais de ação dos membros, pacotes de ação, grupos de trabalho e cooperação internacional. Em 2015, o Grupo Diretor da GHSA concordou com a implementação dos seus compromissos por meio de 11 Pacotes de Ação. Os Pacotes de Ação são um compromisso dos países membros e dos seus parceiros de trabalhar em colaboração para o desenvolvimento e implementação do Regulamento Sanitário Internacional (RSI).<ref name="Mcphee">McPhee, E., Gronvall, G. K. & Sell, T. K. 2019. Analysis of sectoral participation in the development of Joint External Evaluations. BMC public health, 19, 631–631.</ref> Os pacotes de ação são baseados no objetivo da GHSA de fortalecer a capacidade nacional e internacional de prevenir, detectar e responder a ameaças de doenças infecciosas. Cada pacote de ação consiste em metas de cinco anos, medidas de progresso, impactos desejados, compromissos dos países e lista de avaliações de linha de base.<ref>CDC. 2016. [https://www.cdc.gov/globalhealth/security/actionpackages/default.htm Global Health Security Agenda: Action Packages] Accessed 18 Nov 2019.</ref> O processo de Avaliação Externa Conjunta, derivado como parte da Estrutura de Monitorização e Avaliação do RSI, é uma avaliação da capacidade de um país para responder a ameaças à saúde pública.<ref name="Mcphee" /> Até agora, os parceiros do G7 e a UE assumiram um compromisso coletivo de ajudar 76 países, enquanto que os EUA comprometeram-se a ajudar 32 países a atingir as metas da GHSA para a implementação do RSI. Em setembro de 2014, foi desenvolvida uma ferramenta piloto para medir o progresso dos Pacotes de Ação e aplicada em países (Geórgia, Peru, Uganda, Portugal, Reino Unido e Ucrânia) que se ofereceram para participar numa avaliação externa.<ref>Wolicki, S. B., Nuzoo, J. B., Blazes, D. L., Pitts, D. L., Iskander, J. K. & Tappero, J. W. 2016. Public Health Surveillance: At the Core of the Global Health Security Agenda. Health Secur, 14, 185–8.</ref>

== Ver também ==

* [[Saúde mental global]]
* [[Estratégia Global para a Saúde das Mulheres e Crianças]]
* [[Sistema de saúde]]
* [[Prevençao pandémica|Prevenção pandémica]]
* [[Saúde planetária]]
* [[Saúde pública]]
* [[Determinantes sociais da saúde]]
* [[Saúde universal]]
* [[Saúde de refugiados]]
* [[Saúde e nutrição infantil na África]]
* [[CAB Direct]]
* [[Neurocirurgia global]]

{{Referências}}

== Leitura adicional ==
{{refbegin}}
*{{citar livro|título=Introduction to Global Health|último=Jacobsen|primeiro=Kathryn|publicado=Jones & Bartlett Learning|isbn=9780763751593|ano=2008}}
*{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=fafpHV26iK8C|título=Case Studies in Global Health: Millions Saved|último=Levine|primeiro=Ruth|publicado=Jones & Bartlett Publishers|isbn=9780763746209|ano=2007}}
*{{citar livro|título=Launching Global Health: The Caribbean Odyssey of the Rockefeller Foundation|último=Palmer|primeiro=Steven Paul|publicado=University of Michigan Press|isbn=978-0472070893|ano=2010}}
* {{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=kXMfAAAAQBAJ|título=Global Health: An Anthropological Perspective|último1=Singer|primeiro1=Merrill|último2=Erickson|primeiro2=Pamela I.|publicado=Waveland Press|isbn=9781478610281|ano=2013}}
* {{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=XBARu3KzSNAC|título=Essentials of Global Health|último=Skolnik|primeiro=Richard|publicado=Jones & Bartlett Learning|isbn=9780763734213|ano=2008}}
* {{citar livro|título=Global Health 101|último=Skolnik|primeiro=Richard|publicado=Jones & Bartlett Publishers|isbn=9780763797522|ano=2011}}
* {{citar periódico|título=Canadian foreign aid for global health: Human security opportunity lost |número=3 |último2=Huish |primeiro2=Robert |ano=2009 |páginas=60–84 |doi=10.1080/11926422.2009.9673492 |issn=1192-6422 |volume=15 |último1=Spiegel |primeiro1=Jerry M. |periódico=Canadian Foreign Policy Journal |s2cid=154963843}}
* {{citar periódico|título=Stemming the Brain Drain — A WHO Global Code of Practice on International Recruitment of Health Personnel |número=25 |último2=Hwenda |primeiro2=Lenias |ano=2011 |páginas=2348–2351 |doi=10.1056/NEJMp1108658 |issn=0028-4793 |pmid=22187983 |último3=Larsen |primeiro3=Bjørn-Inge |último4=Daulaire |primeiro4=Nils |volume=365 |último1=Taylor |primeiro1=Allyn L. |periódico=New England Journal of Medicine}}
* {{citar livro|título=Global Public Health: Ecological Foundations|último1=White|primeiro1=Franklin|último2=Stallones|primeiro2=Lorann|último3=Last|primeiro3=John M.|publicado=Oxford University Press|isbn=9780199751907|ano=2013}}
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== Ligações externas ==

* [http://www.globalhealth.gov/ GlobalHealth.gov] (hospedado pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA)
* [https://web.archive.org/web/20061116024058/http://www.who.int/pmnch/ Parceria para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil]
* [http://www.rollbackmalaria.org/ Roll Back Malaria] – parceria global contra a malária
* [http://www.stoptb.org/ Stop TB] – parceria global contra a tuberculose

{{Globalização}}

{{Altruísmo eficaz}}

[[Categoria:Saúde global]]
[[Categoria:Saúde]]