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Sentido literal: diferenças entre revisões

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Criado por: Matheus da Rocha Gonçalves da Silva
[[Categoria:Semântica]]

Revisão das 23h02min de 29 de março de 2010

Sentido literal é aquele que pode ser tomado como o sentido “básico, usual” da palavra ou expressão, esse pode ser compreendido sem ajuda do contexto. Quando uma palavra ou enunciado se apresenta em seu sentido usual, adquire valor denotativo. Por exemplo: Fomos à floricultura e compramos uma flor. Nesse caso, flor possui o mesmo sentido apresentado no dicionário, o que se entende sem que seja necessário uma ánalise do termo no contexto em que está inserido.

Sentido figurado é o que as palavras ou expressões adquirem, em situações particulares de uso. A palavra tem valor conotativo quando seu significado é ampliado ou alterado no contexto em que é empregada, sugerindo idéias que vão além de seu sentido mais usual. Por exemplo : Viviane é uma flor. O termo flor não adota o mesmo significado que possuí no dicionário, sendo que a única maneira de perceber seu significado é por meio de uma análise do contexto em que o termo está inserido.

OUTRA ABORDAGEM A CERCA DO SENTIDO LITERAL E NÃO LITERAL, NUMA PALAVRA, A LITERARIEDADE PODE SER:

O que caracteriza o sentido literal? Pensando a partir de um posicionamento objetivista, temos que o ‘objetivismo’ em semântica refere-se à idéia de que mensagens ou expressões referenciais estão intimamente ligadas a entidades reais e objetivas. Assim, sê alguém diz o carro é vermelho pensando em termos de sentido literal: significa que o referente impresso na mensagem está ligado a um equivalente no mundo, ou seja, um carro que é vermelho. O sentido Literal visto por esta lente objetivista nos leva a crer que qualquer mensagem que se refira a algo no mundo de modo a evitar a ambigüidade (polissemia) se caracteriza pelo fato de estar sempre ligando uma idéia a algo que ‘existe’ no mundo.

Contudo se levarmos em conta que noção de ‘mundo’, portanto de realidade, é, antes, uma construção que se dá através da percepção, sobretudo da linguagem, então podemos deduzir que a noção que temos do mundo é produto de uma construção semântica inconsciente no sentido de ser um conjunto, um arranjo de dados ‘acumulados’ em relação a coisas ou estado de coisas, das quais – os sentidos a elas atribuídos são uma - simplificação - que traduz um dado ou conjunto de dados da realidade perceptiva em símbolo(s) e, as relações entre esses símbolos promovem arranjos conceptuais, sistemas imagéticos que se tornam estáveis na medida em que se tornam ‘comum’, por exemplo, pense nas seguintes imagens: uma flor; uma flor que é amarela; um muro; um muro que faz parte de um quintal de uma casa. Agora, repare: - É verdade que aquele broto desabrochou? - Sim, é verdade, nasceu uma linda rosa amarela bem rente ao muro do quintal lá em casa. Trata-se de uma pessoa esclarecendo a outra que no quintal da sua casa nasceu uma flor que é amarela, ou seja, trata-se de uma mensagem ‘literal’ porque está se referindo a um equivalente no mundo. Mas e se pensarmos nos domínio envolvidos por trás de rosa; amarela; muro, etc. ? Ainda que se refiram a equivalentes no mundo, não deixam de ser símbolos. Em outras palavras, a literariedade pressuposta nestes símbolos é efeito de uma simplificação de conceitos mais abstratos, mas que são resultados de uma inferência que parte da nossa realidade corpórea para a realidade conceptual.

Modificando o exemplo anterior:

- É verdade que aquele broto desabrochou? - Sim, é verdade agora é uma linda mulher. Mesmo nesse caso o ‘teor’ da mensagem faz referência a uma situação literal, existe um equivalente no mundo para broto/mulher – uma pessoa que passou de um estado de adolescente para adulta. Mas se em ambos os casos temos uma mensagem “literal”, lembrando que ambas se referem a coisas distintas (broto = flor = rosa) e (broto = adolescente = mulher). Podemos concluir que a idéia de literal e não-literal a partir da perspectiva apresentada nos leva a crer que a noção objetiva que temos é, na verdade, uma cristalização de um conceito subjetivo. Assim, em linguagem não existe o literal ‘puro’ e sim uma ‘noção’ de literal que depende do enquadramento que se faz, porque o transformar pedaços concretos de matéria em símbolos já é uma operação mental que transforma o concreto em abstração metafórica, portanto, qualquer realização que se define literal não pode escapar do fato de ser símbolo, então se compartilha dessa natureza simbólica – qualquer realização é no seu ‘gene’ não-literal.


Criado por: Matheus da Rocha Gonçalves da Silva