Mostrar código-fonte de Shikasta

{{Má tradução|data=setembro de 2021}}
{{revisão}}
{{Info/Livro|nome=Shikasta|autor=[[Doris Lessing]]|língua=Inglês|origem=Reino Unido|gênero=Romance (ficção científica)|isbn=0-394-50732-0
 |lançamento_br= 1979 [[Alfred A. Knopf]], EUA; [[Jonathan Cape]], Reino Unido
}}
'''''Ref.: Planeta Colonizado N°.5, Shikasta''''' (muitas vezes abreviado para '''''Shikasta''''') é um romance de [[ficção científica]] de 1979, e é o primeiro romance de uma série de cinco livros que [[Doris Lessing]] intitulou ''[[Canopus in Argos|Canopus em Argos]]''. Foi publicado pela primeira vez nos Estados Unidos em outubro de 1979, pela Alfred A. Knopf, e no [[Reino Unido]], em novembro de 1979, pela Jonathan Cape. Shikasta também é o nome do planeta fictício de destaque no romance.

Com o subtítulo ''"Documentos pessoais, psicológicos, históricos, relativos à visita de Johor (George Sherban) Emissário (Grau 9) 87º do Período dos Últimos Dias"'', ''Shikasta'' é a história do planeta Shikasta (um alegórica [[Terra]]) sob a influência de três i[[Império galático|mpérios galáticos]], Canopus, Sirius, e o inimigo comum, Puttiora. O livro é apresentado por uma série de relatórios de emissários de Canopus enviados a Shikasta, que documentam a [[pré-história]] do planeta, sua degeneração levando a "um Século de Destruição" (o século XX), e ao Apocalipse ([[Terceira Guerra Mundial|III Guerra Mundial]]).

''Shikasta'' tem como ponto de partida o [[Antigo Testamento]], e é influenciado por temas [[Espiritualidade|espirituais]] e [[Misticismo|místicos]] do [[sufismo]], um sistema de crenças [[Islão|islâmico]], pelo qual Lessing tinha tomado interesse em meados da década de 1960. O livro representou uma importante mudança de foco em Lessing, da escrita, do realismo à ficção científica, e isso decepcionou muitos de seus leitores. O livro recebeu críticas mistas. Alguns críticos ficaram impressionados com o âmbito e a visão da obra, e um crítico chamou-a de "uma audaciosa e perturbadora obra de um dos maiores escritores vivos". Outros criticaram o tema sombrio do romance, onde a humanidade não tem [[livre-arbítrio]] e que seu destino está nas mãos de impérios galáticos.

A história de Shikasta é recontada no terceiro livro da série ''Canopus'', ''As Experiências de Sirius'' (1980), desta vez sob o ponto de vista de Sirius. Shikasta reaparece no quarto livro da série, '' O Planeta 8: Operação Salvamento''(1982), e as Zonas, brevemente mencionado em ''Shikasta'', são o tema do segundo livro da série, ''Os Casamentos Entre as Zonas Três, Quatro e Cinco'' (1980).

== Enredo ==
Canopus, um benevolente [[império galático]] centrado em [[Canopus]], na [[constelação]] de [[Argo Navis]], coloniza um jovem e promissor planeta o qual dão o nome de Rohanda (o frutífero). Eles nutrem seus [[humanoide]]s em desenvolvimento e aceleram a sua evolução. Quando os Nativos estão prontos, Canopus impõe uma "União" em Rohanda que a conecta via "correntes astrais" à harmonia e a força do Império canopiano. Além de Canopus, dois outros impérios também estabelecem uma presença no planeta: seu aliado, Sirius da [[Sirius|estrela de mesmo nome]], e o inimigo comum, Puttiora. O Império de Sirius limitam as suas atividades em grande parte a [[Engenharia genética|experimentos genéticos]] em continentes do sul durante a [[pré-história]] de Rohanda (descrito no terceiro livro da série ''Canopus'', ''As Experiências de Sirius''), enquanto o Shammat de Puttiora permanece latente, à espera de oportunidades para atacar.

Por muitos milênios, os nativos de Rohanda prosperaram com um clima de convivência pacífica e um desenvolvimento acelerado induzidos pelos canopianos. Em seguida, um imprevisto "realinhamento cósmico" coloca Rohanda fora de sintonia com Canopus causando uma falha na União. Privadas dos recursos canopianos e de um fluxo constante de uma substância chamada SOWF (substância do sentimento de comunhão), os nativos desenvolvem uma "Doença Degenerativa", que coloca os objetivos do indivíduo à frente dos da comunidade. O Shammat explora esta perturbação e começa a corroer e influenciar Canopus, infectando os Nativos com suas maldades. Enquanto Rohanda se degenera em ganância e  conflito, os canopianos relutantemente altera seu nome para Shikasta (a ferida). Mais tarde, no livro, Shikasta é identificada como [[Terra]], ou uma alegórica Terra.

Em uma tentativa de salvar os planos de Canopus em Shikasta e corrigir os nativos da deterioração, os emissários canopianos são enviados para o planeta. Johor é um emissário , que toma a forma de um Nativo e começa a identificar aqueles indivíduos que ainda não se degeneraram e são passíveis de suas instruções corretivas. Johor, em seguida, envia aqueles que foram prosperamente "convertidos" por ele para espalhar a palavra entre outros nativos, e logo comunidades isoladas começam a retornar para os dias pré-shikastianos. Mas sem o SOWF e com a influência de Shammat sob os Nativos, Canopus lutará uma batalha perdida e o planeta ficará ainda mais ferido. Em seu 20° século, Shikasta degenerá para uma guerra e uma auto-destruição. Johor retorna, mas desta vez através da Zona 6[./Shikasta#cite_note-Zones-7 <span class="mw-reflink-text"><nowiki>[nb 1]</nowiki></span>]{{#tag:ref|Shikasta is surround by six metaphysical Zones (akin to [[Plane (esotericism)|cosmological planes]]), each representing different "levels of spiritual being";{{sfn|Lessing|1994a|p=16}} Zone 6 is "closest" to Shikasta and is the plane to which "[[soul]]s" of the planet's dead go, and from which souls are reborn ([[reincarnation|reincarnated]]) back to the planet.<ref name=Stade/><ref name=Vidal/> {{sfn|Shinn|1986|p=111}} Lessing elaborates on the Zones in the next book in the ''Canopus'' series, ''[[The Marriages Between Zones Three, Four and Five]]'' (1980).|group="nb"|name=Zones}} pela nasce no planeta ([[Encarnação|encarnado]]) como um shikastiano, George Sherban. Quando Sherban cresce, ele estabelece disfarçadamente um contato com outros canopianos, em seguida, retoma o seu trabalho, tentando ajudar os shikastianos. Mas a fome e o desemprego crescem, e a anarquia se espalha.

Na véspera da Terceira Guerra Mundial, Sherban e outros emissários deslocam um número pequeno de promissários shikastianos em lugares afastados para escapar de um inevitável holocausto nuclear. Ele também participa do julgamento de todos os países europeus pelos crimes de colonialismo. Ele convence as pessoa que a Europa não foi a única infratora, em vista que a China tinha conquistado-a.

A guerra reduz a população de Shikasta para 99% e varre o planeta dos "bárbaros". Shammat, que direcionou os shikastianos para um caminho de auto-destruição, se auto-destruí e se retira do planeta. O canopianos ajudam os sobreviventes a reconstruir suas vidas e re-alinhar-se com o Canopus. Com o fortalecimento da União e o SOWF fluindo livremente de novo, a harmonia e a prosperidade retornam para Shikasta.

== Contexto e gênero ==
[[Imagem:Doris_Lessing_3.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Doris Lessing, falando em uma [[Colônia (Alemanha)|Colônia]] de literatura do festival, na Alemanha, 2006]]
Em meados da década de 1960 Lessing se interessou pelo [[Sufismo]], um sistema de crença [[Islão|Islâmica]], depois de ler ''Os Sufis'' de [[Idries Shah]]. Ela descreveu ''Os Sufis'' como "o mais surpreendente livro que [ela] tinha lido", e disse que ele "mudou [sua] vida". Lessing, mais tarde, se encontrou com Shah, que se tornou "um bom amigo [e] professor". No início da década de 1970 Lessing, começou a escrever ficção de "espaço interior", que incluía os romances ''Roteiro para um Passeio ao Inferno'' (1971) e ''"Memórias de um Sobrevivente'' (1974). No final da década de 1970, ela escreveu ''Shikasta'' em que ela usou muitos conceitos do Sufismo.

''Shikasta'' foi escrito para ser um único livro, mas enquanto o universo ficcional de Lessing se expandia, ela descobriu que tinha ideias para mais do que apenas um livro, e acabou escrevendo uma [[Canopus in Argos|série de cinco]].{{HarvRef|Lessing|1994a|loc="Some Remarks", p. 8}} ''Shikasta'', e a série ''[[Canopus in Argos|Canopus em Argos]]'' um todo, se enquadram na categoria de [[ficção científica soft]] ("ficção espacial" nas próprias palavras de Lessing{{HarvRef|Lessing|1994a|loc="Some Remarks", p. 8}}), devido ao seu foco na caracterização e questões sócio-culturais, e pela falta de ênfase em ciência e tecnologia. Robert Alter do ''[[The New York Times]]'' sugeriu que esse tipo de escrita pertence a um gênero literário crítico que [[Northrop Frye]] chamou de "anatomia", que é "uma combinação de fantasia e moralidade". [[Gore Vidal]] classificou a "ficção científica" de Lessing em "algum lugar entre [[John Milton]] e [[L. Ron Hubbard]]".
[[Imagem:Idries_Shah.gif|direita|miniaturadaimagem|[[Idries Shah]], que introduziu Lessing ao [[Sufismo]]]]
''Shikasta'' representou uma importante mudança de foco para Lessing, influenciada em temas [[Espiritualidade|espirituais]] e [[Misticismo|místicos]] no Sufismo. Esta mudança para "ficção científica", não foi bem recebido pelos leitores e críticos. No final da década de 1970, Lessing foi considerada "uma das mais honestas, inteligentes e engajadas escritoras do dia", e leitores [[Cultura ocidental|Ocidentais]] não familiarizados com o Sufismo se decepcionaram pelo abandono da "visão de mundo racional" de Lessing.{{HarvRef|Galin|1997|p=21}} George Stade de ''[[The New York Times]]'' reclamou que "a nossa Grande Senhora do realismo lúmpen passou a ser religiosa". A reação dos críticos e leitores para os dois primeiros livros da série, ''Shikasta'' e ''Os Casamentos Entre as Zonas de Três, Quatro e Cinco'' (1980), encorajaram Lessing a escrever o Prefácio para o terceiro livro da série, ''As Experiências de Sirius'' (1980):{{Quote|texto=Eu gostaria que os críticos e leitores pudessem ver essa série, Canopus em Argos: Arquivos, como uma estrutura que me possibilita contar (eu espero) um ou dois contos cativantes, para questionar; para eu mesma e para outros; para explorar ideias e possibilidades sociológicas.{{sfn|Lessing|1994b|loc="Preface", p. 11}}}}Outra crítica da ''Canopus'' série de seguida, que incluiu esse comentário do ''[[The New York Times]]'' , o crítico John Leonard: "Um dos muitos pecados de que o século XX terá de prestar contas é que tem desencorajado a Senhora Doris Lessing;... Ela agora propagandizes em nome de nossa insignificância no cósmica razzmatazz."<ref />Lessing respondeu dizendo: "o que eles não perceberam foi que a ficção científica é uma das melhores ficção social do nosso tempo. Eu também admiro a ordenação clássica da ficção científica, como o ''Sangue de Música'', por Greg Bear. Ele é um grande escritor."<ref />Lessing disse, em 1983, que ela gostaria de escrever histórias sobre [[Anã vermelha|vermelho]] e [[Anã branca|branco anões]], foguetes espaciais alimentado por [[Antigravidade|anti-gravidade]], e encantado e colorido [[quark]]s, "[b]ut não podemos ser todos [[Físico|os físicos]]".<ref />

Lessing, mais tarde, escreveu vários ensaios sobre o Sufismo, que foram publicados em sua coletânea de ensaios, ''Time Bites'' (2004). Ela foi premiada com o [[Nobel de Literatura|Prêmio Nobel de Literatura]] em 2007, e foi descrita pela [[Academia Sueca|Academia sueca]] como "uma poetisa de épicos da experiência feminina, que com ceticismo, energia e poder visionário, submeteu uma civilização dividida ao escrutínio".

Lessing dedicou ''Shikasta'' ao seu pai. Enquanto ela ainda era uma criança no [[Rodésia do Sul]] (hoje [[Zimbabwe|Zimbábue]]), ele muitas vezes olhava para o céu da noite e dizia, "Faz você pensar, existem tantos mundos lá em cima que não importa se nos destruirmos, tem muito mais de onde viemos." ''Shikasta'' , deu origem a um culto religioso nos Estados Unidos. Lessing disse em uma entrevista que os seguidores do livro haviam escrito para ela e perguntado: "Quando é que seremos visitados pelos deuses?", e ela disse para eles que o livro "não é uma [[cosmologia]]. É uma invenção", e eles responderam: "Ah, você está apenas está nos testando".

== Análise  ==
{{Caixa de citação
| citação = "O mais baixo, mais espezinhados, o mais miserável shikastiano, olha uma planta movida pelo vento e sorri., planta uma semente e a vê crescer., para afim de observar a vida das nuvens. Ou fica acordado, no escuro, ouvindo satisfeito os uivos do vento que não pode -não desta vez - molesta-lo no seu refúgio. Essa a origem da força que transmite, irresistível, a cada criatura de Shikasta."
| autor = —Citação de um relatório, "Informação explanatória adicional II" por Johor, ''Shikasta'', p. 246.{{sfn|Lessing|1994a|loc=Extract from a report, "Additional Explanatory Information II" by Johor, p. 250}}
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| largura = 25%
| fundo = #F0F0F0
| posição-autor = left
}}O nome "Shikasta" vem da palavra persa شکسته (''shekasteh''), que significa "quebrado",{{HarvRef|Perrakis|2004|p=86}} e é  frequentemente visto sendo usado como o nome de estilo nacional Iraniano da calegrafia Persa, [[Escrita nasta'liq|Shekasteh Nastaʿlīq]]. No livro, Lessing não afirma explicitamente que o planeta Shikasta é [[Terra|a Terra]], mas muitos críticos acreditam que suas semelhanças com a história da Terra deixam claro que Shikasta ''é a'' Terra, como visto pelo canopeanos.{{HarvRef|Dixson|1990|p=17}} Alguns dos documentos no livro escrito pelos shikastianos mencionam localizações geográficas e países da Terra.{{HarvRef|Lessing|1994a|loc=p. 267. ("We children have been sent for holidays to England three times. We stay in London, and then go to a family in Wales." – an extract from Rachel Sherban's journal)}} Outros críticos, no entanto, interpretam Shikasta como uma Terra alegórica com histórias paralelas que se desviam ao longo do tempo.{{HarvRef|Shinn|1986|p=111}}

''Shikasta'' já foi chamado de um "anti-romance", e um "romance arquitetônico".{{HarvRef|Shinn|1986|p=49}} É a história do planeta Shikasta a partir da perspectiva de Canopus e é apresentado como um caso de estudo para "alunos do primeiro ano do Domínio Colonial canopeano". Contém uma série de relatórios de  emissários canopeanos para o planeta, citações de referência canopeana, ''a História de Shikasta'',{{HarvRef|Lessing|1994a|loc=''History of Shikasta'', Vol. 3012, "The Century of Destruction", p. 109}} e cópias de cartas e diários escritos por  shikastianos selecionados. A história de Shikasta é monitorada por praticamente canopeanos imortais, a partir da [[pré-história]] de Rohanda, através de Shikasta "Século de Destruição" (Terra do século XX), e para o futuro da Terra quando os Chineses ocupam a Europa e a [[Terceira Guerra Mundial|III Guerra Mundial]] eclode. O livro pretende ser a "verdadeira" história de nosso planeta.{{HarvRef|Shinn|1986|p=49}}

''Shikasta'' faz alusões ao [[Antigo Testamento]], [[Gnosticismo|o Gnosticismo]] e [[Sufismo|o Sufismo]], e recorre a vários temas [[Tradição judaico-cristã|Judaico-Cristã]]<nowiki/>o.{{HarvRef|Shinn|1986|p=49}} Lessing escreveu no prefácio que o Shikasta tem suas raízes no Antigo Testamento.{{HarvRef|Lessing|1994a|loc="Some Remarks", p. 10}} Sua SOWF (Substância do sentimento de comunhão), o "alimento espiritual" que flui de Canopus para Shikasta, é também uma palavra  que ela inventou, com uma pronúncia semelhante a "Sufi".{{HarvRef|Galin|1997|p=86}} Um crítico do livro de ''[[Los Angeles Times]]'' disse que ''Shikasta'' é uma "reformulação da Bíblia", e o Infinity Plus site traça paralelos entre o Canopeanos e seus emissários, e Deus e seus anjos do Antigo Testamento. Um crítico de ''[[The New York Times|New York Times]]'' escreveu que o "espaço" de onde o canopeanos vêm é uma metáfora "religiosa ou do espaço interior". Thelma J. Shinn, em seu livro ''Mundos entre Mulheres: Mitos e criando mitos na Literatura Fantástica por Mulheres'', descreveu a luta entre Canopus e Shammat, que acontece em Shikasta, como "a eterna luta entre o bem e o mal",{{HarvRef|Shinn|1986|p=50}} e a "Doença Degenerativa" que atinge Shikasta como uma metáfora para o [[Pecado original|p]]<nowiki/>rimeiro pecado.{{HarvRef|Shinn|1986|p=49}} Lessing disse em uma entrevista que o final da guerra ([[Terceira Guerra Mundial|segunda Guerra Mundial III]]) no final do romance é o Apocalipse. Phyllis Sternberg Perrakis escreveu no ''Diário de esudos da fé Bahá, ''que ''Shikasta'' é a "renderização simbólica da chegada de um novo profeta, a um  planeta similar a Terra",{{HarvRef|Perrakis|2004|p=74}} que relaciona os princípios da [[Fé bahá'í|fé Bahá'í]] .{{HarvRef|Perrakis|2004|p=75}}

== Recepção ==
Paul Gray escreveu em uma crítica na Revista ''Time'' que os documentos que compõem ''Shikasta'' permitem Lessing expandir o romance sobre vastos períodos de tempo e mudar a perspectiva "drasticamente a partir do próximo minuto ao infinito". Ele disse que a coesão do livro é a sua variedade, e observou como Lessing interfere em suas "grandes criações" e "configurações de poderes enormes" com "passagens de dores de intensidade". Gray disse que ''Shikasta'' está mais perto de ''[[As Viagens de Gulliver|Gulliver]]'' e o Velho Testamento do que a [[Buck Rogers]], e pode decepcionar os leitores que interpretem sua "ficção espacial" como "ficção científica". Ele achou que a visão sombria de Lessing da história da Terra em que ela sugere que os seres humanos "não podem&#x20;... evitar de fazer a bagunça que eles têm, que seus erros foram todos ordenados por um pequeno tique no cosmos", um pouco "insatisfatório", mas acrescentou que, mesmo se você não concordar com suas teorias, o livro ainda pode ser agradável, "até mesmo engajar intensamente em cada página". Gray chamou ''Shikasta'' de " uma audaciosa e perturbadora obra de um dos maiores escritores vivos".

O Autor [[Gore Vidal]] escreveu no ''[[New York Review of Books|The New York Review of Books]]'' que ''Shikasta'' é uma "obra de uma imaginação formidável". Disse que Lessing é "um mestre" em escrever de maneira [[Escatologia|escatológica]], mas acrescentou que, embora suas representações de um término [[Londres|de Londres]] são "muito reais", como um todo, o livro "nunca é real o suficiente". Vidal também achava que a Zona 6, o plano  alternativo de Lessing para os mortos, não é tão convincente como As Terras Secas, de [[Ursula K. Le Guin]]'s ''Earthsea trilogia''. Ele comparou canopeanos e Shammat a Deus e Satanás de Milton do ''[[Paraíso Perdido]]'', mas disse que, enquanto " a usurpação de Lúcifer&#x20;... sobre o criador do autor é algo incrível", em ''Shikasta'' a raça humana, sem [[Livre-arbítrio|o livre arbítrio]] é muito passiva e sem interesse. Vidal atribuiu isso a  "submissão" de Lessing para os [[Sufismo|Sufis]] e os SOWF (Substância do sentimento de comunhão), e não de sua incapacidade para criar bons personagens.

''O crítico George Stade do New York Times ''disse que ''Shikasta'' "obriga-nos a pensar&#x20;... o que somos, como ficamos desta forma e para onde estamos indo", mas reclamou que o livro está repleto de "falsas esperanças", e que o destino da humanidade depende da "emanações teosóficas, influências cósmicas, poderes ocultos, visitas de espíritos e vibrações estelares". Quando o SOWF é cortada e o shikastianos se degeneram, Lessing "tanto acusa como inocenta", dando a entender que a humanidade é má, mas a culpa não é dela. Enquanto Stade elogiou a sátira do livro de Lessing, e suas representações da Zona 6, que ele disse "ter a estranha beleza dos antigos textos [[Gnosticismo|Gnósticos]] ", ele "desaprovou" o romance como um todo, mas acrescentou, "isso não significa que eu não goste de lê-lo".

Escrevendo pelo Los Angeles Times M. G Lord, chamou ''Shikasta'' de um "épico" e suspeita de que pode ter influenciado o [[Academia Sueca|comité Nobel]] quando mencionaram  Lessing como um "épico da experiência feminina". Thelma J. Shinn escreveu em seu livro, ''Mundos entre Mulheres: Mitos e criações de mitos na Fantástica Literatura por Mulheres'', que a história de Lessing da humanidade em ''Shikasta'' é "pessimista", mas "convincente".{{HarvRef|Shinn|1986|p=52}} ''Infinity Plus'' descreveu ''Shikasta'' como um "romance de massa que utiliza ideias de ficção científica", e disse que enquanto Lessing não foi capaz de prever a queda da União Soviética e o impacto de computadores, o romance "quase não parece datado" por causa de sua abordagem "astuciosamente não específica .

James Schellenberg escrevendo por ''Challenging Destiny'', uma revista  canadense de ficção científica e fantasia, ficou impressionado com o "grande senso de perspectiva" de Shikasta e o contexto da humanidade em uma "escala maior de civilização e de pensar de uma maneira correta. Gostou do conceito de SOWF como uma "metáfora da comunidade de conexão", mas sentiu que era uma maneira incomum de construir uma [[utopia]]. A forma fragmentada do livro ao contar a história leva a Lessing à famosa maneira de escrever – mostre, não conte", e enquanto isso pode funcionar em determinadas circunstâncias, Schellenberg sente que essa abordagem não funciona muito bem em ''Shikasta''. A revista online ''Journey to the Sea'' considera que a inclusão de Lessing das histórias da [[Bíblia hebraica]] "divertidas e intrigantes", e disse que ela desafia a lógica da rejeição do leitor diante desses [[Livro sagrado|textos sagrados]], sugerindo que é "possível imaginar" que poderiam ser verdadeiras.

Após a morte de Lessing em 2013, o The Guardian colocou Shikasta em sua lista dos cinco melhores livros da autora.

== Notas ==
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== Referências ==
{{reflist|refs=<ref name=Alter>{{citar jornal|url=https://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9B07E3D8173BF932A25752C0A967948260&sec=&spon=&pagewanted=all |título=Doris Lessing in the Visionary Mode |jornal=[[The New York Times]] |primeiro =Robert |último =Alter |autorlink =Robert Alter |acessodata=2011-03-25 |data=1981-01-11}}</ref><ref name=Blume>{{citar web| url = http://www.dorislessing.org/boston.html |título= Doris Lessing: Hot Dawns |primeiro = Harvey |último = Blume |obra= Boston Book Review |acessodata=2011-03-25}}</ref><ref name=Frick>{{citar revista| url = http://www.theparisreview.org/interviews/2537/the-art-of-fiction-no-102-doris-lessing |título= The Art of Fiction No. 102: Doris Lessing |primeiro = Thomas |último = Frick |revista= [[The Paris Review]] |página=11 |ano= 1988 |acessodata=2011-03-28}}</ref><ref name=Gray>{{citar revista| url = http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,947537,00.html |título= Visit to a Small Planet |primeiro = Paul |último = Gray |revista= [[Time (magazine)|Time]] |data= 1979-10-22 |acessodata=2012-12-21 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110121124614/http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,947537,00.html |arquivodata= 2011-01-21}}</ref><ref name=Hammersley>{{citar web|url = http://www.infinityplus.co.uk/nonfiction/shikasta.htm |título= Shikasta |primeiro = Richard |último = Hammersley |obra= Infinity Plus |acessodata= 2011-03-25}}</ref><ref name=Hazelton>{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/books/99/01/10/specials/lessing-space.html?_r=1 |título=Doris Lessing on Feminism, Communism and 'Space Fiction' |jornal=[[The New York Times]] |primeiro =Lesley |último =Hazelton |autorlink =Lesley Hazleton |data=1982-07-25 |acessodata=2011-03-25}}</ref><ref name=Hoyt>{{citar web|último = Hoyt  |primeiro = Randy |título= Biblical Narratives in Doris Lessing’s ''Shikasta''  |publicado= Journey to the Sea  |data= 2009-05-01 | url = http://journeytothesea.com/lessing-shikasta/  |acessodata= 2011-03-25}}</ref><ref name=Leonard>{{citar jornal|url=https://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9806E2DE163BF934A35751C0A964948260&sec=&spon=&pagewanted=all |título=The Spacing Out of Doris Lessing |primeiro =John |último =Leonard |autorlink =John Leonard (critic) |jornal=[[The New York Times]] |acessodata=2011-03-25 |data=1982-02-07}}</ref><ref name=Lessingon>{{citar web|último = Lessing |primeiro = Doris |autorlink = Doris Lessing |título= On the Death of Idries Shah (excerpt from Shah's obituary in the London ''The Daily Telegraph'') |publicado= dorislessing.org |data= 1996-11-23 | url = http://www.dorislessing.org/on.html |acessodata= 2011-03-25}}</ref><ref name=Lord>{{citar jornal|último = Lord |primeiro = M. 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== Trabalhos citados ==
* {{Citar periódico|titulo=Structural Complexity in Doris Lessing's Canopus Novels|jornal=Journal of the Fantastic in the Arts|volume=2|jstor=43308052|subscricao=yes|ref=harv}}
* {{Citar livro|título=Shikasta|ultimo=Lessing|primeiro=Doris|isbn=0-00-712776-6|ref=harv|anooriginal=1979}}
* {{Citar livro|título=The Sirian Experiments|ultimo=Lessing|primeiro=Doris|isbn=0-00-654721-4|ref=harv|anooriginal=1980}}
* {{Citar livro|url=https://www.questia.com/read/27200506/worlds-within-women-myth-and-mythmaking-in-fantastic|título=Worlds Within Women: Myth and Mythmaking in Fantastic Literature by Women|ultimo=Shinn|primeiro=Thelma J.|isbn=0-313-25101-0|ref=harv|subscricao=yes}}
* {{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=EbHys4CzN0YC&lpg=PP1&pg=PP1|título=Between East and West: Sufism in the Novels of Doris Lessing|ultimo=Galin|primeiro=Müge|isbn=0-7914-3383-8|ref=harv}}
* {{Citar periódico|titulo=The Four Levels of Detachment in Doris Lessing's Shikasta|url=http://www.bahai-studies.ca/journal/files/jbs/14.3-4.Perrakis.pdf|jornal=The Journal of Bahá'í Studies|volume=14|ref=harv|acessodata=2017-11-13|arquivourl=https://www.webcitation.org/6Frx8VM9e?url=http://www.bahai-studies.ca/journal/files/jbs/14.3-4.Perrakis.pdf|arquivodata=2013-04-14|urlmorta=yes}}

== Leitura adicional  ==
* {{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=KlR0QgAACAAJ|título=Doris Lessing: Sufi Equilibrium and the Form of the Novel|ultimo=Fahim|primeiro=Shadia S.|isbn=0-312-10293-3}}

== Ligações externas ==
* [http://www.dorislessing.org/shikasta.html ''Shikasta''] at dorislessing.org
* [https://www.fantasticfiction.com/l/doris-lessing/re-colonised-planet-5-shikasta.htm ''Shikasta'' editions] at FantasticFiction
* {{isfdb title|id=16845}}

{{Portal3|Arte}}

[[Categoria:Romances de ficção científica da década de 1970]]
[[Categoria:Romances de ficção científica do Reino Unido]]
[[Categoria:Planetas fictícios]]