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{{Socialismo}}
'''Socialismo''' é uma [[filosofia política]], [[Filosofia social|social]] e [[Ideologia econômica|econômica]] que abrange uma gama de [[Sistema social|sistemas]] [[Sistema económico|econômicos]] e sociais caracterizados pela [[propriedade social]] dos [[meios de produção]].<ref name="Busky1">{{Citar livro|título=Democratic Socialism: A Global Survey|ultimo=Busky|primeiro=Donald F.|editora=Praeger|ano=2000|isbn=978-0-275-96886-1}}</ref><ref name="N. Scott Arnold 1998. pg. 8">Arnold, N. Scott (1998). ''The Philosophy and Economics of Market Socialism: A Critical Study''. Oxford University Press. p. 8. "What else does a socialist economic system involve? Those who favor socialism generally speak of social ownership, social control, or socialization of the means of production as the distinctive positive feature of a socialist economic system."</ref><ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/comparativeecono00jrjb|título=Comparative Economics in a Transforming World Economy|ultimo=Rosser|primeiro=Mariana V. and J Barkley Jr.|data=23 de julho de 2003|editora=MIT Press|isbn=978-0-262-18234-8}}</ref><ref>{{Citar livro|título=International Encyclopedia of Political Science|ultimo=Bertrand Badie|ultimo2=Dirk Berg-Schlosser|ultimo3=Leonardo Morlino|editora=SAGE Publications|ano=2011|isbn=978-1-4129-5963-6}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/comparingeconomi0000zimb_q8i6/page/7|título=Comparing Economic Systems: A Political-Economic Approach|ultimo=Zimbalist, Sherman and Brown|primeiro=Andrew, Howard J. and Stuart|data=1988|editora=Harcourt College Pub|isbn=978-0-15-512403-5}}</ref><ref>{{Citar livro|título=The Economics and Politics of Socialism|ultimo=Brus|primeiro=Wlodzimierz|data=2015|editora=Routledge|isbn=978-0-415-86647-7}}</ref><ref name="Nove">{{Citar web |ultimo=Nove |primeiro=Alec |url=http://www.dictionaryofeconomics.com/article?id=pde2008_S000173 |titulo=Socialism |website=New Palgrave Dictionary of Economics, Second Edition (2008) }}</ref><ref>{{Citar livro|título=Readers Guide to the Social Sciences|ultimo=Michie|primeiro=Jonathan|editora=Routledge|ano=2001|isbn=978-1-57958-091-9}}</ref> Inclui as teorias políticas e movimentos associados a tais sistemas.<ref name="Socialism at The Free dictionary">[http://www.thefreedictionary.com/socialism "Socialism"]. The Free Dictionary. "2. (Government, Politics & Diplomacy) any of various social or political theories or movements in which the common welfare is to be achieved through the establishment of a socialist economic system". Acessado em 27 de janeiro de 2020.</ref> A propriedade social pode ser pública, coletiva, [[Cooperativismo|cooperativa]] ou patrimonial.<ref>{{Citar livro|título=Encyclopedia of Political Economy, Volume 2|ultimo=O'Hara|primeiro=Phillip|data=2003|editora=Routledge|isbn=978-0-415-24187-8}}</ref> Embora nenhuma definição única englobe os muitos tipos de socialismo,<ref name="Peter Lamb 2006. p. 1">{{Harvnb|Lamb|Docherty|2006|p=1}}</ref> a propriedade social é o elemento comum.<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/philosophyeconom00arno|título=The Philosophy and Economics of Market Socialism: A Critical Study|ultimo=Arnold|primeiro=Scott|data=1994|editora=Oxford University Press|páginas=[https://archive.org/details/philosophyeconom00arno/page/n21 7]–8|isbn=978-0-19-508827-4}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/oxfordcompaniont00hast/page/677|título=The Oxford Companion to Christian Thought|ultimo=Hastings, Mason and Pyper|primeiro=Adrian, Alistair and Hugh|data=21 de dezembro de 2000|editora=Oxford University Press|isbn=978-0-19-860024-4}}</ref> Os tipos de socialismo variam com base no papel dos [[mercado]]s e do planejamento na alocação de recursos e na estrutura de gestão das organizações. Os socialistas discordam sobre se o governo, particularmente o governo existente, é o veículo correto para a mudança.<ref>Docherty, James C.; Lamb, Peter, eds. (2006). ''Historical Dictionary of Socialism'' (2nd ed.). Historical Dictionaries of Religions, Philosophies, and Movements. '''73'''. Lanham, Maryland: Scarecrow Press. pp. 1–3. {{ISBN|978-0-8108-5560-1}}.</ref>

Os sistemas socialistas são divididos em formas não mercantis e de [[mercado]].<ref name="Kolb">{{Citar livro|título=Encyclopedia of Business Ethics and Society, First Edition|ultimo=Kolb|primeiro=Robert|data=19 de outubro de 2007|editora=SAGE Publications, Inc|isbn=978-1-4129-1652-3}}</ref> O socialismo não mercantil substitui os mercados de fatores e o [[dinheiro]] por [[planejamento econômico]] integrado e critérios técnicos ou de engenharia baseados em cálculos realizados em espécie, produzindo assim um mecanismo econômico diferente que funciona de acordo com [[Lei do valor|leis]] e [[Dinâmica de sistemas|dinâmicas]] econômicas diferentes daquelas do capitalismo.<ref name="ReferenceD">{{Citar livro|título=Markets in the name of Socialism: The Left-Wing origins of Neoliberalism|ultimo=Bockman|primeiro=Johanna|editora=Stanford University Press|ano=2011|isbn=978-0-8047-7566-3}}</ref><ref>{{Citar livro|título=From Marx to Mises: Post Capitalist Society and the Challenge of Economic Calculation|ultimo=Steele|primeiro=David Ramsay|data=1999|editora=Open Court|páginas=175–177|isbn=978-0-87548-449-5}}</ref><ref>''Is Socialism Dead? A Comment on Market Socialism and Basic Income Capitalism'', by Arneson, Richard J. 1992. Ethics, vol. 102, no. 3, pp. 485–511. abril de 1992: "Marxian socialism is often identified with the call to organize economic activity on a nonmarket basis."</ref><ref>Schweickart, David; Lawler, James; Ticktin, Hillel; Ollman, Bertell (1998). ''Market Socialism: The Debate Among Socialists''. "The Difference Between Marxism and Market Socialism". pp. 61–63.</ref> Um sistema socialista não mercantil elimina as [[Críticas ao capitalismo|ineficiências]] e [[Crise financeira|crises]] tradicionalmente associadas à [[acumulação de capital]] e ao sistema de [[lucro]] no [[capitalismo]].<ref>''The Economics of Feasible Socialism Revisited'', by Nove, Alexander. 1991. p. 13: "Under socialism, by definition, it (private property and factor markets) would be eliminated. There would then be something like 'scientific management', 'the science of socially organized production', but it would not be economics."</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Kotz |primeiro=David M. |url=http://people.umass.edu/dmkotz/Soc_and_Cap_Diff_Syst_06_12.pdf |titulo=Socialism and Capitalism: Are They Qualitatively Different Socioeconomic Systems? |acessodata=19 de fevereiro de 2011 |publicado=University of Massachusetts}}</ref><ref name="Toward a Socialism for the Future, in the Wake of the Demise of the Socialism of the Past 1">Weisskopf, Thomas E. (1992). "Toward a Socialism for the Future, in the Wake of the Demise of the Socialism of the Past". ''Review of Radical Political Economics''. '''24''' (3–4): 1–28. {{DOI|10.1177/048661349202400302}}. (p. 2).</ref><ref>{{Citar livro|título=Markets, Planning, and Democracy: Essays After the Collapse of Communism|ultimo=Prychito|primeiro=David L.|data=2002|editora=Edward Elgar Publishing|isbn=978-1-84064-519-4}}</ref> O debate do cálculo socialista, originado pelo [[problema do cálculo econômico]],<ref>Hayek, Friedrich (1935). "The Nature and History of the Problem"; "The Present State of the Debate". ''Collectivist Economic Planning''. pp. 1–40, 201–243.</ref> diz respeito à viabilidade e aos métodos de alocação de recursos para um [[Economia planificada|sistema socialista planejado]].<ref>Durlauf, Steven N.; Blume, Lawrence E., ed. (1987). ''The New Palgrave Dictionary of Economics Online''. Palgrave Macmillan. Acessado em 2 de fevereiro de 2013. {{DOI|10.1057/9780230226203.1570}}.</ref><ref>Biddle, Jeff; Samuels, Warren; Davis, John (2006). ''A Companion to the History of Economic Thought, Wiley-Blackwell''. p. 319. "What became known as the socialist calculation debate started when von Mises (1935 [1920]) launched a critique of socialism".</ref><ref>Levy, David M.; Peart, Sandra J. (2008). "socialist calculation debate". ''The New Palgrave Dictionary of Economics. Second Edition''. Palgrave Macmillan.</ref> Em contraste, o [[socialismo de mercado]] retém o uso de preços monetários, mercados de fatores e, em alguns casos, a motivação do lucro, no que diz respeito à operação de empresas de propriedade social e à alocação de bens de capital entre elas. Os lucros gerados por essas empresas seriam controlados diretamente pela [[força de trabalho]] de cada empresa ou reverteriam para a sociedade em geral na forma de um dividendo social.<ref name="Social Dividend versus Basic Income Guarantee in Market Socialism, 2004">Marangos, John (Fall 2004). "Social Dividend versus Basic Income Guarantee in Market Socialism". ''International Journal of Political Economy''. Taylor & Francis. '''34''' (3): 20–40. {{JSTOR|40470892}}.</ref><ref>{{Citar livro|título=Encyclopedia of Political Economy, Volume 2|ultimo=O'Hara|primeiro=Phillip|data=2000|editora=Routledge|isbn=978-0-415-24187-8}}</ref><ref>{{Citar livro|título=Socialism After Communism: The New Market Socialism|ultimo=Pierson|primeiro=Christopher|data=1995|editora=Pennsylvania State Univ Press|isbn=978-0-271-01478-4}}</ref> O [[anarquismo]] e o [[socialismo libertário]] se opõem ao uso do Estado como meio para estabelecer o socialismo, favorecendo a [[descentralização]] acima de tudo, seja para estabelecer o socialismo de não mercado ou o [[socialismo de mercado]].<ref>{{Citar livro|título=Against the Market: Political Economy, Market Socialism and the Marxist Critique|ultimo=McNally|primeiro=David|editora=Verso|ano=1993|isbn=978-0-8609-1606-2}}</ref><ref>{{Citar livro|título=Libertarian Socialism: Politics in Black and Red|ultimo=Kinna|primeiro=Ruth|editora=Palgrave Macmillan|ano=2012|editor-sobrenome=Kinna|localização=Basingstoke|páginas=1–16|capitulo=Introduction|isbn=978-0-230-28037-3|editor-sobrenome2=Pinta|editor-sobrenome3=Prichard}}</ref>

A política socialista tem uma orientação tanto [[internacionalista]] quanto nacionalista; organizada por meio de [[partidos políticos]] e contra a política partidária; às vezes coincidindo com os [[sindicatos]] e outras vezes independentes e críticos deles; e presente em [[países industrializados]] e [[País em desenvolvimento|em desenvolvimento]].<ref>Newman, Michael (2005). ''Socialism: A Very Short Introduction''. Oxford University Press. p. 2.</ref> A [[social-democracia]] originou-se no movimento socialista,<ref>Ely, Richard T. (1883). ''French and German Socialism in Modern Times''. New York: Harper and Brothers. pp. 204—205.</ref> apoiando intervenções [[Intervencionismo (economia)|econômicas]] e sociais para promover a [[justiça social]].<ref>Merkel, Wolfgang; Petring, Alexander; Henkes, Christian; Egle, Christoph (2008). ''Social Democracy in Power: The Capacity to Reform''. Routledge Research in Comparative Politics. London: Routledge. {{ISBN|978-0-415-43820-9}}.</ref><ref>{{Citar livro|título=Political Ideologies: An Introduction|ultimo=Heywood|primeiro=Andrew|editora=Palgrave Macmillan|ano=2012|localização=Basingstoke, England|isbn=978-0-230-36725-8|edição=5ª}}</ref> Embora retendo nominalmente o socialismo como uma meta de longo prazo,<ref>Roemer, John E. (1994). ''A Future for Socialism''. "The long term and the short term". Harvard University Press. pp. 25–27. {{ISBN|978-0-6743-3946-0}}.</ref><ref>Busky, Donald F. (20 July 2000). ''Democratic Socialism: A Global Survey''. Praeger. pp. 7–8. {{ISBN|978-0-2759-6886-1}}.</ref><ref>Bailey, David J. (2009). ''The Political Economy of European Social Democracy: A Critical Realist Approach''. Routledge. p. 77. {{ISBN|978-0-4156-0425-3}}.</ref><ref>Lamb, Peter (2015). ''Historical Dictionary of Socialism'' (3rd ed.). Rowman & Littlefield. p. 415. {{ISBN|978-1-4422-5826-6}}.</ref> desde o período pós-guerra, passou a abraçar uma [[Escola keynesiana|economia]] [[Economia mista|mista]] [[keynesiana]] dentro de uma [[economia de mercado]] capitalista predominantemente desenvolvida e [[Democracia liberal|liberal-democrática]] que expande a intervenção do Estado para incluir [[Redistribuição de riqueza e renda|redistribuição de renda]], [[Regulação econômica|regulamentação]] e um [[Estado de bem-estar]].<ref>Badie, Bertrand; Berg-Schlosser, Dirk; Morlino, Leonardo, eds. (2011). "Social Democracy". ''International Encyclopedia of Political Science''. '''8'''. SAGE Publications. p. 2423. "Social democracy refers to a political tendency resting on three fundamental features: (1) democracy (e.g., equal rights to vote and form parties), (2) an economy partly regulated by the state (e.g., through Keynesianism), and (3) a welfare state offering social support to those in need (e.g., equal rights to education, health service, employment and pensions). {{ISBN|978-1-4129-5963-6}}.</ref> A [[Democracia económica|democracia econômica]] propõe uma espécie de socialismo de mercado, com controle mais democrático de empresas, moedas, investimentos e recursos naturais.<ref>Smith, J. W. (2005). ''Economic Democracy: The Political Struggle for the 21st century''. Radford: Institute for Economic Democracy Press. {{ISBN|1-933567-01-5}}.</ref>

O [[movimento político]] socialista inclui um conjunto de filosofias políticas que se originaram nos movimentos revolucionários de meados ao final do século XVIII e por preocupação com os problemas sociais que estavam associados ao capitalismo.<ref name="Peter Lamb 2006. p. 1"/> No final do século XIX, após o trabalho de [[Karl Marx]] e seu colaborador [[Friedrich Engels]], o socialismo passou a significar [[Anticapitalismo|oposição ao capitalismo]] e defesa de um [[Pós-Capitalismo|sistema pós-capitalista]] baseado em alguma forma de propriedade social dos [[meios de produção]].<ref>{{Citar livro|título=The Communist Manifesto: A Road Map to History's Most Important Political Document|ultimo=Gasper|primeiro=Phillip|data=outubro de 2005|editora=Haymarket Books|isbn=978-1-931859-25-7}}</ref><ref name="Anthony Giddens 1994, p. 71">Anthony Giddens. ''Beyond Left and Right: The Future of Radical Politics''. 1998 edition. Cambridge, England, UK: Polity Press, 1994, 1998. p. 71.</ref> Na década de 1920, o [[comunismo]] e a [[social-democracia]] haviam se tornado as duas tendências políticas dominantes dentro do movimento socialista internacional,<ref>"Chapter 1 looks at the foundations of the doctrine by examining the contribution made by various traditions of socialism in the period between the early 19th century and the aftermath of the First World War. The two forms that emerged as dominant by the early 1920s were social democracy and communism." Michael Newman. ''Socialism: A Very Short Introduction''. Oxford University Press. 2005. p. 5.</ref> com o próprio socialismo se tornando o movimento secular mais influente do século XX.<ref>Kurian, George Thomas Kurian, ed. (2011). ''The Encyclopedia of Political Science''. Washington, D.C.: CQ Press. p. 1554.</ref> Os partidos e ideias socialistas continuam sendo uma força política com vários graus de poder e influência em todos os continentes, liderando governos nacionais em muitos países ao redor do mundo. Hoje, muitos socialistas também adotaram as causas de outros movimentos sociais, como [[Ecossocialismo|ambientalismo]], [[Feminismo socialista|feminismo]] e [[progressismo]].<ref>Garrett Ward Sheldon. ''Encyclopedia of Political Thought''. Fact on File. Inc. 2001. p. 280.</ref> Apesar do surgimento da [[União Soviética]] como o primeiro [[Estado socialista|Estado nominalmente socialista]] do mundo levou à ampla associação do socialismo com o [[Economia da União Soviética|modelo econômico soviético]], alguns economistas e intelectuais argumentaram que, na prática, o modelo funcionava como uma forma de [[Capitalismo de Estado|capitalismo]]<ref>[[Noam Chomsky|Chomsky, Noam]] (1986). [https://chomsky.info/1986____/ "The Soviet Union Versus Socialism"]. ''Chomsky.info''. Acessado em 29 de janeiro de 2020.</ref><ref>Howard, M. C.; King, J. E. (2001). [http://www.hetsa.org.au/pdf/34-A-08.pdf "'State Capitalism' in the Soviet Union"]. ''History of Economics Review''. '''34''' (1): 110–126. {{DOI|10.1080/10370196.2001.11733360}}.</ref><ref>[[Richard D. Wolff|Wolff, Richard D.]] (27 de junho de 2015). [http://www.truth-out.org/news/item/31567-socialism-means-abolishing-the-distinction-between-bosses-and-employees "Socialism Means Abolishing the Distinction Between Bosses and Employees"]. ''[[Truthout]].'' Acessado em 29 de janeiro de 2020.</ref> ou uma economia administrativa ou de comando não planejada.<ref name="The Soviet Union Has an Administered, Not a Planned, Economy, 1985">{{Citar periódico |titulo=The Soviet Union Has an Administered, Not a Planned, Economy |ultimo=Wilhelm |primeiro=John Howard |ano=1985 |paginas=118–130 |doi=10.1080/09668138508411571 |volume=37 |periódico=[[Europe-Asia Studies|Soviet Studies]] |issn=0038-5859}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/transitionbeyond00libg|título=Transition and Beyond: Essays in Honour of Mario Nuti|ultimo=Ellman|primeiro=Michael|editora=Palgrave Macmillan|ano=2007|editor-sobrenome=Estrin|localização=New York|capitulo=The Rise and Fall of Socialist Planning|isbn=978-0-230-54697-4|editor-sobrenome2=Kołodko|editor-sobrenome3=Uvalić}}</ref> Acadêmicos, comentaristas políticos e outros estudiosos às vezes se referem aos países do [[Bloco Ocidental]] que foram democraticamente governados por partidos socialistas e social-democratas, como [[Reino Unido]], [[França]] e [[Suécia]], como [[Socialismo democrático|socialistas democráticos]].<ref name="Barrett 19782">Barrett, William, ed. (1 de abril de 1978). [https://www.commentarymagazine.com/articles/capitalism-socialism-and-democracy/ "Capitalism, Socialism, and Democracy: A Symposium"]. ''Commentary''. Acessado em 14 de junho de 2020.</ref><ref name="Dissident 19912">Heilbroner, Robert L. (Winter 1991). [https://www.dissentmagazine.org/article/from-sweden-to-socialism-social-democracy-symposium "From Sweden to Socialism: A Small Symposium on Big Questions"]. ''Dissident''. Barkan, Joanne; Brand, Horst; Cohen, Mitchell; Coser, Lewis; Denitch, Bogdan; Fehèr, Ferenc; Heller, Agnès; Horvat, Branko; Tyler, Gus. pp. 96–110. Acessado em 17 de abril de 2020.</ref><ref name="Kendall 20112">Kendall, Diana (2011). ''Sociology in Our Time: The Essentials''. Cengage Learning. pp. 125–127. {{ISBN|9781111305505}}.</ref><ref name="Li 20152">Li, He (2015). ''Political Thought and China's Transformation: Ideas Shaping Reform in Post-Mao China''. Springer. pp. 60–69. {{ISBN|9781137427816}}.</ref>

== Etimologia ==
Para Andrew Vincent, “a palavra 'socialismo' encontra sua raiz no latim ''sociare'', que significa combinar ou compartilhar. O termo relacionado, mais técnico na [[lei romana]] e depois na medieval, era ''societas''. Esta última palavra pode significar companheirismo, bem como a ideia mais legalista de um contrato consensual entre homens livres".<ref>Andrew Vincent (2010). ''Modern Political Ideologies''. Wiley-Blackwell. {{ISBN|978-1-4051-5495-6}} p. 83.</ref>
[[Ficheiro:Ehrerbietige_Vorstellung_und_Einladung_an_meine_lieben_Mitmenschen.pdf|miniaturadaimagem|Panfleto [[Socialismo utópico|socialista utópico]] de [[Rudolf Sutermeister]]]]

O uso inicial do termo s''ocialismo'' foi reivindicado por [[Pierre Leroux]], que alegou ter usado o termo pela primeira vez no jornal parisiense ''[[Le Globe]]'' em 1832.<ref>{{Citar web |url=https://www.etymonline.com/word/socialism |titulo=socialism (n.) |acessodata=2021-05-03 |website=etymonline |publicado=Online Etymology Dictionary}}</ref><ref name="Kołakowski2005">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=qUCxpznbkaoC|título=Main Currents of Marxism: The Founders, the Golden Age, the Breakdown|ultimo=Leszek Kołakowski|editora=W.W. Norton|ano=2005|isbn=978-0-393-06054-6}}</ref> Com o sentido oposto a 'individualismo', interessado em reformas sociais, mas sem significado mais preciso.{{Sfn|Pilbeam|2000|pp=8}} Leroux foi um seguidor de [[Conde de Saint-Simon|Henri de Saint-Simon]], um dos fundadores do que mais tarde seria rotulado de [[socialismo utópico]]. O socialismo contrastava com a doutrina [[Liberalismo|liberal]] do [[individualismo]] que enfatizava o valor moral do indivíduo enquanto enfatizava que as pessoas agem ou deveriam agir como se estivessem isoladas umas das outras. Os socialistas utópicos originais condenaram esta doutrina do individualismo por não abordar as preocupações sociais durante a [[Revolução Industrial]], como [[pobreza]], [[opressão]] e vasta [[Distribuição de riqueza|desigualdade de riqueza]]. Eles viam sua sociedade como algo que prejudica a vida da comunidade ao basear a existência humana na competição. Eles apresentaram o socialismo como uma alternativa ao individualismo liberal baseado na propriedade compartilhada de recursos.<ref name="Marvin Perry 1600, p. 540">Marvin Perry, Myrna Chase, Margaret Jacob, James R. Jacob. ''Western Civilization: Ideas, Politics, and Society – From 1600, Volume 2''. Ninth Edition. Boston: Houghton Mifflin Harcourt Publishing Company, 2009. p. 540.</ref> Saint-Simon propôs o [[planejamento econômico]], a administração científica e a aplicação da compreensão científica à organização da sociedade. Em contraste, [[Robert Owen]] propôs organizar a produção e a propriedade por meio de [[Cooperativismo|cooperativas]].<ref>{{Citar livro|título=The Global Economy and its Economic Systems|ultimo=Gregory|primeiro=Paul|ultimo2=Stuart|primeiro2=Robert|data=2013|editora=South-Western College Publishing|isbn=978-1-285-05535-0}}</ref> O ''socialismo'' também é atribuído na França a [[Louis Reybaud|Marie Roch Louis Reybaud,]] enquanto no Reino Unido é associado a Owen, que se tornou um dos pais do [[movimento cooperativo]].<ref>Oxford English Dictionary, etymology of socialism</ref><ref>Russell, Bertrand (1972). ''A History of Western Philosophy''. Touchstone. p. 781</ref> O termo se tornou corrente na década de 1840 e militantes, como [[Victor Considerant]], usavam o termo para indicar um programa de reforma social radical antagônico à economia liberal.{{Sfn|Pilbeam|2000|pp=9}}

A definição e o uso do termo ''socialismo'' se estabeleceram na década de 1860, substituindo conceitos como ''associacionista'', ''cooperativo'' e ''mutualista'' que haviam sido usados como sinônimos, enquanto o ''comunismo'' caiu em desuso durante este período.<ref name="Williams 1983 288">{{Citar livro|título=Keywords: A vocabulary of culture and society, revised edition|ultimo=Williams|primeiro=Raymond|editora=Oxford University Press|ano=1983|capitulo=Socialism|isbn=978-0-19-520469-8}}</ref> Uma distinção inicial entre ''[[comunismo]]'' e ''socialismo'' era que o último visava apenas socializar a produção, enquanto o primeiro visava socializar tanto a [[produção]] quanto o [[consumo]] (na forma de livre acesso aos bens finais).<ref name="Steele 1992 43">{{Citar livro|título=From Marx to Mises: Post-Capitalist Society and the Challenge of Economic Calculation|ultimo=Steele|primeiro=David|editora=Open Court Publishing Company|ano=1992|isbn=978-0-87548-449-5}}</ref> Em 1888, os [[Marxismo|marxistas]] empregaram o termo ''socialismo'' no lugar do ''comunismo,'' já que este passou a ser considerado um sinônimo antiquado de ''socialismo''. Foi só depois da [[Revolução de Outubro|Revolução Bolchevique]] que o ''socialismo'' foi apropriado por [[Lenin|Vladimir Lenin]] para significar um estágio entre o [[capitalismo]] e o comunismo. Ele o usou para defender o programa bolchevique da crítica marxista de que as [[forças produtivas]] do [[Império Russo]] não eram suficientemente desenvolvidas para o comunismo.<ref name="Steele 1992 44-45">{{Citar livro|título=From Marx to Mises: Post-Capitalist Society and the Challenge of Economic Calculation|ultimo=Steele|primeiro=David|editora=Open Court Publishing Company|ano=1992|páginas=44–45|isbn=978-0-87548-449-5}}</ref> A distinção entre ''comunismo'' e ''socialismo'' tornou-se saliente em 1918 depois que o [[Partido Operário Social-Democrata Russo]] renomeou-se para [[Partido Comunista da União Soviética|Partido Comunista de Toda a Rússia]], interpretando ''comunismo'' especificamente como socialistas que apoiavam a política e as teorias do [[bolchevismo]], do [[leninismo]] e mais tarde do [[Marxismo-Leninismo|marxismo-leninismo]],<ref>{{Citar livro|título=Democratic Socialism: A Global Survey|ultimo=Busky|primeiro=Donald F.|data=2000|editora=Praeger|isbn=978-0-275-96886-1}}</ref> embora os [[Partido comunista|partidos comunistas]] continuassem a se descrever como socialistas dedicados ao socialismo.<ref>{{Citar livro|título=Keywords: A Vocabulary of Culture and Society|ultimo=Williams|primeiro=Raymond|editora=Oxford University Press|ano=1983|capitulo=Socialism|isbn=978-0-19-520469-8|edição=revisada}}</ref> De acordo com o ''The Oxford Handbook of Karl Marx'', "Marx usou muitos termos para se referir a uma sociedade pós-capitalista — humanismo positivo, socialismo, comunismo, reino da individualidade livre, associação livre de produtores, etc. Ele usou esses termos de forma totalmente intercambiável. A noção de que 'socialismo' e 'comunismo' são etapas históricas distintas é alheia à sua obra e só entrou no léxico do marxismo após sua morte".<ref>Hudis, Peter; Vidal, Matt, Smith, Tony; Rotta, Tomás; Prew, Paul, eds. (setembro de 2018 – junho de 2019). [https://www.oxfordhandbooks.com/view/10.1093/oxfordhb/9780190695545.001.0001/oxfordhb-9780190695545 ''The Oxford Handbook of Karl Marx'']. [https://www.oxfordhandbooks.com/view/10.1093/oxfordhb/9780190695545.001.0001/oxfordhb-9780190695545-e-50 "Marx's Concept of Socialism"]. Oxford University Press. {{ISBN|978-0-19-069554-5}}. {{DOI|10.1093/oxfordhb/9780190695545.001.0001}}.</ref>

Na Europa cristã, acreditava-se que os comunistas adotavam o [[ateísmo]]. Na [[Inglaterra]] [[protestante]], o ''comunismo'' estava muito próximo do [[Missa|rito de comunhão]] [[Igreja Católica|católico romano]], portanto ''socialista'' era o termo preferido.<ref>{{Citar livro|título=Keywords: A Vocabulary of Culture and Society|ultimo=Williams|primeiro=Raymond|editora=Fontana|ano=1976|isbn=978-0-00-633479-8|autorlink=Raymond Williams}}</ref> Engels argumentou que em 1848, quando o ''[[Manifesto Comunista]]'' foi publicado, o socialismo era respeitável na Europa, enquanto o comunismo não. Os [[Owenites|owenistas]] na Inglaterra e os [[Fourierismo|fourieristas]] na França eram considerados socialistas respeitáveis, enquanto os movimentos da [[classe trabalhadora]] que "proclamavam a necessidade de uma mudança social total" se autodenominavam ''comunistas.'' Este ramo do socialismo produziu a obra comunista de [[Étienne Cabet]] na França e de [[Wilhelm Weitling]] na Alemanha.<ref>Engels, Frederick, ''Preface to the 1888 English Edition of the Communist Manifesto'', p. 202. Penguin (2002).</ref> O filósofo moral britânico [[John Stuart Mill]] discutiu uma forma de socialismo econômico dentro de um contexto liberal que mais tarde seria conhecido como [[socialismo liberal]]. Em edições posteriores de seus ''[[Princípios de Economia Política]]'' (1848), Mill argumentou ainda que "no que diz respeito à teoria econômica, não há nada em princípio na teoria econômica que impeça uma ordem econômica baseada em políticas socialistas"<ref>Wilson, Fred. [http://plato.stanford.edu/entries/mill/ "John Stuart Mill"]. ''Stanford Encyclopedia of Philosophy'', 10 July 2007. Acessado em 2 de agosto de 2016.</ref><ref>Bruce Baum, "[J. S. Mill and Liberal Socialism]", Nadia Urbanati and Alex Zacharas, eds., ''J.S. Mill's Political Thought: A Bicentennial Reassessment'' (Cambridge: Cambridge University Press, 2007).</ref> e promoveu a substituição de [[negócio]]s capitalistas por cooperativas de trabalhadores.<ref>''Principles of Political Economy with Some of Their Applications to Social Philosophy'', IV.7.21. ''John Stuart Mill: Political Economy'', IV.7.21.</ref> Enquanto os democratas viam as [[Revoluções de 1848]] como uma revolução democrática que, a longo prazo, garantia [[Liberté, égalité, fraternité|liberdade, igualdade e fraternidade]], os marxistas denunciavam-nas como uma traição aos ideais da [[classe trabalhadora]] por uma [[burguesia]] indiferente ao [[proletariado]].<ref>Robert Gildea, "1848 in European Collective Memory", in Evans and Strandmann, eds. ''The Revolutions in Europe, 1848–1849'' pp. 207–235.</ref>

== História ==
{{AP|História do socialismo}}
{{VT|História do anarquismo|História do comunismo}}

=== Socialismo primitivo ===
{{AP|Revoluções de 1848}}
{{VT|Economia clássica|Economia política|Socialismo ricardiano}}
[[Ficheiro:Hw-fourier.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|upright|[[Charles Fourier]], influente pensador socialista francês]]
Modelos e ideias socialistas que defendem a propriedade comum ou pública existem desde a [[Antiguidade]]. A economia do [[Império Máuria]] da [[Índia]] do [[século III a.C.]], uma [[monarquia absoluta]], foi descrita por alguns estudiosos como "uma monarquia socializada" e "uma espécie de socialismo estatal" devido à "nacionalização das indústrias".<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=K85NA7Rg67wC&pg=PA67|título=The First Great Political Realist: Kautilya and His Arthashastra|ultimo=Roger Boesche|editora=Lexington Books|ano=2003|isbn=978-0-7391-0607-5}}</ref><ref>{{Citar livro|título=Chandragupta Maurya and His Times|ultimo=Radhakumud Mookerji|editora=[[Motilal Banarsidass]]}}</ref> Outros estudiosos sugeriram que elementos do pensamento socialista estavam presentes na política dos [[Filosofia da Grécia Antiga|filósofos gregos]] clássicos [[Platão]]<ref>pp. 276–77, [[Alfred Edward Taylor|A.E. Taylor]], ''Plato: The Man and His Work'', Dover 2001.</ref> e [[Aristóteles]].<ref>p. 257, [[W. D. Ross]], ''Aristotle'', 6th ed.</ref> [[Mazaces|Mazaces, o Jovem]] (morreu por volta de 524 ou 528 d.C.), um proto-socialista comunal persa,<ref>''A Short History of the World''. Progress Publishers. Moscow, 1974</ref> instituiu as posses comunais e defendeu o bem público. [[Abu Dharr al-Ghifari]], um [[Sahaba|companheiro]] de [[Maomé]], é creditado por vários autores como o principal antecedente do [[socialismo islâmico]].<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/oxfordencycloped01espo/page/19|título=Oxford Encyclopedia of the Modern Islamic World|editora=Oxford University Press|ano=1995|localização=New York|isbn=978-0-19-506613-5|oclc=94030758}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.oxfordislamicstudies.com/article/opr/t125/e30?_hi=0&_pos=5 |titulo=Abu Dharr al-Ghifari |acessodata=23 de janeiro de 2010 |website=Oxford Islamic Studies Online}}</ref><ref>{{Citar livro|url=http://www.iranchamber.com/personalities/ashariati/works/once_again_abu_dhar1.php|título=And Once Again Abu Dharr|acessodata=15 de agosto de 2011}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=zsoUAAAAIAAJ&pg=PA273|título=Arab Socialism: A Documentary Survey|ultimo=Hanna|primeiro=Sami A.|ultimo2=George H. Gardner|editora=E.J. Brill|ano=1969|localização=Leiden|páginas=273–74}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.financeinislam.com/article/1_37/1/309 |titulo=al-Takaful al-Ijtimai and Islamic Socialism |ultimo=Hanna |primeiro=Sami A. |ano=1969 |paginas=275–86 |doi=10.1111/j.1478-1913.1969.tb02639.x |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100913151901/http://www.financeinislam.com/article/1_37/1/309 |arquivodata=13 de setembro de 2010 |volume=59 |periódico=The Muslim World}}</ref> Os ensinamentos de [[Jesus]] são frequentemente descritos como socialistas, especialmente por socialistas cristãos.<ref>The Gospels, by Terry Eagleton, 2007</ref> {{Citar bíblia|Atos|4:35|livro=|capítulo=|verso=}} registra que na [[História do cristianismo|igreja primitiva]] em [[Jerusalém]] "ninguém alegava que qualquer uma de suas posses era sua", embora o padrão logo desapareça da [[A História da Igreja|história da igreja,]] exceto dentro do [[Monasticismo|monaquismo]]. O [[socialismo cristão]] foi um dos fios fundadores do [[Partido Trabalhista (Reino Unido)|Partido Trabalhista]] britânico e afirma-se que começou com a [[Revolta dos camponeses na Inglaterra em 1381|revolta]] de [[Wat Tyler]] e [[John Ball (padre)|John Ball]] no século XIV.<ref>{{Citar jornal |url=https://www.independent.co.uk/news/uk/home-news/labour-revives-faith-in-christian-socialism-1437750.html |titulo=Labour revives faith in Christian Socialism |data=21 de maio de 1994}}</ref> Após a [[Revolução Francesa]], ativistas e teóricos como [[François Noël Babeuf|François-Noël Babeuf]], [[Etienne-Gabriel Morelly|Étienne-Gabriel Morelly]], [[Philippe Buonarroti]] e [[Louis Auguste Blanqui|Auguste Blanqui]] influenciaram os primeiros movimentos trabalhistas e socialistas franceses.<ref name="George Thomas Kurian 2011">Thomas Kurian (ed). ''The Encyclopedia of Political Science'' CQ Press. Washington D.c. 2011. p. 1555</ref> No Reino Unido, [[Thomas Paine]] propôs um plano detalhado para tributar proprietários de propriedades para pagar pelas necessidades dos pobres na obra ''[[Justiça agrária|Justiça Agrária]]''<ref>Paine, Thomas (2004). Common sense [with] Agrarian justice. Penguin. {{ISBN|0-14-101890-9}}. pp. 92–93.</ref> enquanto [[Charles Hall]] escreveu ''Os efeitos da civilização sobre as pessoas nos Estados europeus'', denunciando os efeitos do capitalismo sobre os pobres de seu tempo.<ref name="Blaug 1986 358">{{Citar livro|título=Who's Who in Economics: A Biographical Dictionary of Major Economists 1700–1986|ultimo=Blaug|primeiro=Mark|editora=The MIT Press|ano=1986|isbn=978-0-262-02256-9}}</ref> Este trabalho influenciou os esquemas utópicos de [[Thomas Spence]].<ref>{{Citar periódico |titulo=The Other Rights of Man: The Revolutionary Plan of Thomas Spence |ultimo=Bonnett |primeiro=Alastair |ano=2007 |paginas=42–48 |volume=57 |periódico=History Today}}</ref>

Os primeiros movimentos socialistas autoconscientes desenvolveram-se nas décadas de 1820 e 1830. [[Fourierismo|Fourieristas]], [[Owenismo|owenistas]] e [[Sansimonismo|sansimonianos]] forneceram uma série de análises e interpretações da sociedade. Os owenistas, especialmente, se sobrepuseram a outros movimentos da classe trabalhadora, como os [[Cartismo|cartistas]] no Reino Unido.<ref>Andrew Vincent. Modern political ideologies. Wiley-Blackwell publishing. 2010. p. 88.</ref> Os cartistas reuniram um número significativo em torno da [[Cartismo|Carta do Povo de 1838,]] que buscava reformas democráticas voltadas para a extensão do sufrágio a todos os homens adultos. Os líderes do movimento pediram uma distribuição de renda mais equitativa e melhores condições de vida para as classes trabalhadoras. Os primeiros sindicatos e sociedades [[Cooperativa de consumidores|cooperativas de consumo]] seguiram o movimento cartista.<ref>Nik Brandal, Øivind Bratberg and Dag Einar Thorsen. ''The Nordic Model of Social Democracy''. Pallgrave-Macmillan. 2013. p. 20.</ref> [[Pierre-Joseph Proudhon]] propôs sua filosofia de [[Mutualismo (economia)|mutualismo]] em que "todos tinham igual direito, sozinhos ou como parte de uma pequena cooperativa, de possuir e usar a terra e outros recursos necessários para ganhar a vida".<ref name="britannica.com1">{{Citar web |url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/551569/socialism |titulo=socialism |website=Encyclopædia Britannica}}</ref> Outras correntes inspiraram o [[socialismo cristão]] "muitas vezes na Grã-Bretanha e depois geralmente vindo de uma política liberal de esquerda e de um antiindustrialismo romântico"<ref name="George Thomas Kurian 2011"/> que produziu teóricos como [[Edward Bellamy]], [[Charles Kingsley]] e [[Frederick Denison Maurice]].<ref name="ReferenceC">[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/551569/socialism "Socialism"]. ''[[Encyclopædia Britannica]] Online''. "The origins of socialism as a political movement lie in the Industrial Revolution."</ref>

Os primeiros defensores do socialismo favoreciam o nivelamento social para criar uma [[Meritocracia|sociedade meritocrática]] ou [[Tecnocracia|tecnocrática]] baseada no talento individual.<ref name="fsmitha.com">{{Citar web |url=http://www.fsmitha.com/h3/h44-ph.html |titulo=Adam Smith |acessodata=2 de junho de 2010 |publicado=Fsmitha.com}}</ref> [[Conde de Saint-Simon|Henri de Saint-Simon]] ficou fascinado com o potencial da ciência e da tecnologia e defendeu uma sociedade socialista que eliminaria os aspectos desordenados do capitalismo com base na igualdade de oportunidades.<ref>{{Citar web |url=http://www.anu.edu.au/polsci/marx/contemp/pamsetc/socfrombel/sfb_2.htm |titulo=2: Birth of the Socialist Idea |acessodata=2 de junho de 2010 |publicado=Anu.edu.au |arquivourl=https://web.archive.org/web/20060807055202/http://www.anu.edu.au/polsci/marx/contemp/pamsetc/socfrombel/sfb_2.htm |arquivodata=7 de agosto de 2006}}</ref> Ele buscava uma sociedade em que cada pessoa fosse classificada de acordo com as suas capacidades e recompensadas de acordo com o seu trabalho. Seu foco principal era a eficiência administrativa, [[industrialismo]] e a crença de que a [[ciência]] era essencial para o progresso.<ref name="SocialismAVeryShortIntroduction">''Newman, Michael''. (2005) ''Socialism: A Very Short Introduction'', Oxford University Press, {{ISBN|0-19-280431-6}}</ref> Isso foi acompanhado pelo desejo de uma economia racionalmente organizada, baseada no planejamento e voltada para o progresso científico e material em larga escala. Outros primeiros pensadores socialistas, como [[Charles Hall]] e [[Thomas Hodgkin]], basearam suas ideias nas teorias econômicas de [[David Ricardo]]. Eles raciocinaram que o valor de equilíbrio das mercadorias se aproximava dos preços cobrados pelo produtor quando essas mercadorias estavam em [[Elasticidade de preço da oferta|oferta elástica]] e que esses preços do produtor correspondiam ao trabalho incorporado — o custo do trabalho (essencialmente os salários pagos) que era necessário para produzir as mercadorias. Os socialistas ricardianos viam o lucro, os juros e o aluguel como deduções desse valor de troca.

Os críticos sociais da Europa Ocidental, incluindo [[Louis Blanc]], [[Charles Fourier]], [[Charles Hall]], [[Robert Owen]], [[Pierre-Joseph Proudhon]] e [[Conde de Saint-Simon|Saint-Simon]] foram os primeiros socialistas modernos que criticaram a pobreza e a desigualdade da [[Revolução Industrial]]. Eles defenderam a reforma, Owen defendendo a transformação da sociedade em pequenas comunidades sem [[propriedade privada]]. A contribuição de Owen para o socialismo moderno foi sua afirmação de que as ações e características individuais eram amplamente determinadas por seu ambiente social.<ref name="SocialismAVeryShortIntroduction"/> Por outro lado, Fourier defendia os [[falanstérios]] (comunidades que respeitam os desejos individuais, incluindo [[Orientação sexual|preferências sexuais]]), afinidades e criatividade e entendia que o trabalho deveria ser agradável para as pessoas.<ref>"In Fourier's system of Harmony all creative activity including industry, craft, agriculture, etc. will arise from liberated passion—this is the famous theory of "attractive labour." Fourier sexualises work itself—the life of the Phalanstery is a continual orgy of intense feeling, intellection, & activity, a society of lovers & wild enthusiasts....The Harmonian does not live with some 1600 people under one roof because of compulsion or altruism, but because of the sheer pleasure of all the social, sexual, economic, "gastrosophic," cultural, & creative relations this association allows & encourages".[http://hermetic.com/bey/lemonade.html "The Lemonade Ocean & Modern Times A Position Paper] by [[Hakim Bey]]</ref> As ideias de Owen e Fourier foram praticadas em [[Comunidade intencional|comunidades intencionais]] por toda a Europa e América do Norte em meados do século XIX.

==== Comuna de Paris ====
{{AP|Comuna de Paris}}
[[Ficheiro:Commune_28_mars.jpeg|miniaturadaimagem|A celebração da eleição da Comuna em 28 de março de 1871 — a [[Comuna de Paris]] foi uma importante implementação inicial das ideias socialistas]]

A [[Comuna de Paris]] foi um governo que administrou a cidade de [[Paris]] de 18 de março (formalmente, de 28 de março) a 28 de maio de 1871. A Comuna foi o resultado de um levante na capital francesa depois que o país foi derrotado na [[Guerra Franco-Prussiana]]. As eleições da Comuna foram realizadas em 26 de março. Eles elegeram um conselho de 92 membros, um membro para cada 20 mil residentes da cidade.<ref>Rougerie, Jacques, ''La Commune de Paris''. Paris: Presses Universitaires de France. {{ISBN|978-2-13-062078-5}}.</ref> Apesar das diferenças internas, o conselho começou a organizar os serviços públicos e chegou a um [[consenso]] sobre certas políticas tendentes a uma [[social-democracia]] [[progressista]], [[laica]] e altamente [[democrática]].

Como a Comuna conseguiu se reunir em menos de 60 dias no total, apenas alguns decretos foram realmente implementados, o que incluía a [[Separação Igreja-Estado|separação de igreja e Estado]]; a remissão das rendas devidas pelo período de cerco (período durante o qual o pagamento foi suspenso); a abolição do [[Trabalho por turnos|trabalho noturno]] nas centenas de [[padaria]]s parisienses; a concessão de pensões a companheiros solteiros e filhos de [[Guarda Nacional Francesa|Guardas Nacionais]] mortos durante o serviço ativo; e a devolução gratuita de todas as ferramentas e utensílios domésticos dos trabalhadores no valor de até 20 [[Franco (moeda)|francos]] que haviam sido prometidos durante o cerco.<ref name="Milza, Pierre, La Commune">Milza, Pierre, ''La Commune''.</ref> A Comuna estava preocupada com o fato de trabalhadores qualificados terem sido forçados a penhorar suas ferramentas durante a guerra; o adiamento das [[Débito|obrigações da dívida]] comercial e a abolição dos juros das dívidas; e o [[Autogestão|direito dos empregados de assumir e administrar uma empresa]] se ela fosse abandonada por seu proprietário. A Comuna, no entanto, reconheceu o direito do proprietário anterior à indenização.

=== Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) ===
{{AP|Associação Internacional dos Trabalhadores}}
[[Ficheiro:Bakunin_speaking.png|esquerda|miniaturadaimagem|upright|[[Mikhail Bakunin]] falando aos membros da [[Associação Internacional dos Trabalhadores|Associação Internacional de Trabalhadores]] no Congresso da Basileia em 1869]]
Em 1864, a [[Associação Internacional dos Trabalhadores]] foi fundada em [[Londres]]. Ele uniu diversas correntes revolucionárias, incluindo socialistas como os seguidores franceses de Proudhon,<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/historyofterrori00grar/page/116|título=The History of Terrorism|ultimo=Blin|primeiro=Arnaud|editora=University of California Press|ano=2007|localização=Berkeley|isbn=978-0-520-24709-3}}</ref> [[Blanquismo|blanquistas]], [[philadelphes]], [[Sindicato|sindicalistas]] ingleses e [[Social-democracia|social-democratas]]. Em 1865 e 1866, realizou uma conferência preliminar e teve seu primeiro congresso em [[Genebra]], respectivamente. Devido à sua grande variedade de filosofias, conflitos eclodiram imediatamente. As primeiras objeções a Marx vieram dos mutualistas que se opunham ao [[socialismo estatal]]. Pouco depois de [[Mikhail Bakunin]] e seus seguidores se unirem em 1868, a AIT polarizou-se em campos chefiados por Marx e Bakunin.<ref>[[George Woodcock]]. ''Anarchism: A History of Libertarian Ideas and Movements'' (1962). p. 243.</ref> As diferenças mais claras entre os grupos emergiram sobre suas estratégias propostas para alcançar suas visões. A AIT se tornou o primeiro grande fórum internacional para a promulgação das ideias socialistas.

Os seguidores de Bakunin eram chamados de [[Anarquismo coletivista|coletivistas]] e buscavam [[Coletivização|coletivizar]] a propriedade dos meios de produção enquanto retinham o pagamento proporcional à quantidade e tipo de trabalho de cada indivíduo. Como os proudhonianos, eles afirmavam o direito de cada indivíduo ao produto de seu trabalho e a ser remunerado por sua contribuição específica para a produção. Em contraste, os [[Anarcocomunismo|anarcocomunistas]] buscavam a propriedade coletiva tanto dos meios quanto dos produtos do trabalho. Como disse [[Errico Malatesta]], “em vez de correr o risco de nos confundir ao tentar distinguir o que cada um de nós fazemos, trabalhemos todos e coloquemos tudo em comum. Desta forma, cada um dará à sociedade tudo o que sua força permite até que o suficiente seja produzido para cada um; e cada um levará tudo o que precisa, limitando suas necessidades apenas naquilo que ainda não é suficiente para cada um”.<ref name="dwardmac.pitzer.edu">{{Citar web |ultimo=Errico Malatesta |url=http://dwardmac.pitzer.edu/anarchist_Archives/malatesta/MalatestaATAC.html |titulo=A Talk About Anarchist Communism Between Two Workers |acessodata=14 de abril de 2016 |website=Anarchy Archives |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100110015525/http://dwardmac.pitzer.edu/anarchist_archives/malatesta/MalatestaATAC.html |arquivodata=10 de janeiro de 2010}}</ref> O anarcocomunismo, enquanto uma filosofia político-econômica coerente, foi formulado pela primeira vez na seção italiana da AIT por [[Malatesta]], [[Carlo Cafiero]], [[Emilio Covelli]], [[Andrea Costa]] e outros ex-republicanos [[Giuseppe Mazzini|mazzinianos]].<ref name="Nunzio Pernicious pp. 111-113">Nunzio Pernicone, "Italian Anarchism 1864–1892", pp. 111–13, AK Press 2009.</ref> Por respeito a Bakunin, eles não explicitaram suas diferenças com o anarquismo coletivista até depois de sua morte.<ref name="marxists.org">James Guillaume, [http://www.marxists.org/reference/archive/guillaume/works/bakunin.htm "Michael Bakunin – A Biographical Sketch"]</ref>

O [[sindicalismo]] surgiu na França inspirado em parte por Proudhon e mais tarde por Pelloutier e [[Georges Sorel]].<ref name="ReferenceB">[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/551569/socialism "Socialism"] at ''[[Encyclopædia Britannica]]''.</ref> Ele se desenvolveu no final do século XIX a partir do movimento ''sindical'' francês (sindicato é a palavra francesa para sindicato). Foi uma força significativa na [[Itália]] e na [[Espanha]] no início do século XX, até ser esmagada pelos [[Fascismo|regimes fascistas]] desses países. Nos [[Estados Unidos]], o sindicalismo apareceu sob a forma de [[Industrial Workers of the World]], ou "Wobblies", fundado em 1905. O sindicalismo é um [[Sistema económico|sistema econômico]] que organiza as indústrias em [[Confederação|confederações]] (sindicatos)<ref>{{Citar web |url=http://www.merriam-webster.com/dictionary/syndicalism |titulo=Syndicalism – Definition and More from the Free Merriam-Webster Dictionary |website=merriam-webster.com}}</ref> e a economia é administrada por negociação entre especialistas e representantes dos trabalhadores de cada área, compreendendo múltiplas unidades categorizadas não competitivas.<ref>Wiarda, Howard J. ''Corporatism and comparative politics''. M.E. Sharpe, 1996. pp. 65–66, 156.</ref> O sindicalismo é uma forma de comunismo e [[corporativismo]] econômico, mas também se refere ao movimento político e às táticas usadas para criar esse tipo de sistema. Um movimento anarquista influente baseado em ideias sindicalistas é o [[anarcossindicalismo]].<ref>Rocker, Rudolf. ''Anarcho-Syndicalism: Theory and Practice''. AK Press (2004) p. 73</ref> A [[Associação Internacional de Trabalhadores]] é uma federação anarcossindicalista internacional de vários sindicatos trabalhistas.

A [[Sociedade Fabiana]] é uma organização socialista britânica estabelecida para promover o socialismo por meios [[Gradualismo|gradualistas]] e [[Reformismo (marxismo)|reformistas]].<ref name="gt76">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/storyoffabiansoc0000cole|título=The Story of Fabian Socialism|ultimo=Cole|primeiro=Margaret|editora=Stanford University Press|ano=1961|isbn=978-0-8047-0091-7}}</ref> A sociedade lançou muitas bases do [[Partido Trabalhista (Reino Unido)|Partido Trabalhista]] e, subsequentemente, afetou as políticas dos estados emergentes da [[descolonização]] do [[Império Britânico]], mais notavelmente [[Índia]] e [[Singapura]]. Originalmente, a Sociedade Fabiana estava comprometida com o estabelecimento de uma [[economia socialista]], ao lado de um compromisso com o [[Império Britânico|imperialismo britânico]] como uma força progressista e modernizadora.<ref name="Discovering Imperialism: Social Democracy to World War I, p. 249">''Discovering Imperialism: Social Democracy to World War I'', 25 de novembro de 2011. (p. 249): "the pro-imperialist majority, led by Sidney Webb and George Bernard Shaw, advanced an intellectual justification for central control by the British Empire, arguing that existing institutions should simply work more 'efficiently'."</ref> Mais tarde, a sociedade funcionou principalmente como um [[Laboratório de ideias|''think tank'']] e é uma das quinze sociedades socialistas filiadas ao Partido Trabalhista britânico. Sociedades semelhantes existem na [[Austrália]], no [[Canadá]] e na [[Nova Zelândia]].

O [[socialismo corporativo]] é um movimento político que defende o [[Controle de trabalhadores|controle operário]] da indústria por meio de corporações relacionadas ao comércio "em uma relação contratual implícita com o público".<ref>{{Citar web |url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/248652/Guild-Socialism |titulo=Guild Socialism |website=Encyclopædia Britannica}}</ref> Originou-se no Reino Unido e teve sua maior influência no primeiro quarto do século XX. Inspirados por [[guildas]] medievais, teóricos como [[Samuel George Hobson]] e [[G. D. H. Cole]] defenderam a propriedade pública das indústrias e a organização de suas forças de trabalho em corporações, cada uma delas sob o controle democrático de seu sindicato. Os socialistas corporativos eram menos inclinados do que os fabianos a investir o poder em um Estado.<ref name="ReferenceB"/> Em algum momento, como no caso dos [[Cavaleiros do Trabalho]] estadunidenses, o socialismo corporativo quis abolir o sistema salarial.<ref>{{Citar periódico |titulo=Guild Socialism: A Two Years' Test |data=1922 |ultimo=Hewes |primeiro=Amy |paginas=209–237 |issn=0002-8282 |jstor=1802623 |volume=12 |periódico=The American Economic Review}}</ref>

=== Segunda Internacional ===
{{AP|Segunda Internacional}}
{{VT|Internacionalismo proletário|Social-democracia|Derrotismo revolucionário}}
À medida que as ideias de Marx e Engels foram ganhando aceitação, particularmente na Europa central, os socialistas buscaram se unir em uma organização internacional. Em 1889 (centenário da Revolução Francesa), foi fundada a [[Segunda Internacional]], com 384 delegados de vinte países, representando cerca de 300 organizações sindicais e socialistas.<ref>[http://www.marxisthistory.org/subject/usa/eam/secondinternational.html ''The Second (Socialist) International 1889–1923'']. Retrieved 12 July 2007.</ref> Foi denominada Internacional Socialista e Engels foi eleito presidente honorário no terceiro congresso em 1893. Os [[anarquistas]] foram banidos, principalmente devido à pressão dos marxistas.<ref name="Anarchism 1962 pp. 263">[[George Woodcock]]. ''Anarchism: A History of Libertarian Ideas and Movements'' (1962). pp. 263–64</ref> Tem-se argumentado que em algum ponto a Segunda Internacional se transformou "em um campo de batalha sobre a questão do [[Socialismo autoritário|socialismo]] [[Socialismo libertário|libertário]] versus o autoritário. Eles não apenas se apresentaram efetivamente como defensores dos direitos das minorias; eles também provocaram os marxistas alemães a demonstrarem uma intolerância ditatorial que foi um fator que impediu o movimento trabalhista britânico de seguir a direção marxista indicada por líderes como [[HM Hyndman|H. M. Hyndman]]".

O [[reformismo]] surgiu como uma alternativa à revolução. [[Eduard Bernstein]] foi um importante [[Social-democracia|social-democrata]] na [[Alemanha]] que propôs o conceito de [[Eduard Bernstein|socialismo evolucionário]]. Os socialistas revolucionários rapidamente se voltaram para o reformismo: [[Rosa Luxemburgo]] condenou o s''ocialismo evolucionário'' de Bernstein em seu ensaio de 1900 ''[[Reforma ou Revolução Social|Reforma social ou revolução?]] O'' [[socialismo revolucionário]] abrange vários movimentos sociais e políticos que podem definir "revolução" de maneiras diferentes. O [[Partido Social-Democrata da Alemanha|Partido Social Democrata da Alemanha]] (SPD) se tornou o maior e mais poderoso partido socialista da Europa, apesar de trabalhar ilegalmente até que as leis antissocialistas foram derrubadas em 1890. Nas eleições de 1893, ganhou 1.787.000 votos, um quarto do total de votos expressos, de acordo com Engels. Em 1895, ano de sua morte, Engels enfatizou a ênfase do ''[[Manifesto Comunista]]'' em vencer, como primeiro passo, a "batalha da democracia".<ref>Marx, Engels, ''Communist Manifesto'', Selected Works, p. 52</ref>

=== Início do século XX ===
{{AP|Biennio Rosso|Revolução Alemã de 1918-1919|Revolução Russa de 1917|Revolução Espanhola}}
[[Ficheiro:Gramsci.png|miniaturadaimagem|upright|[[Antonio Gramsci]], membro do [[Partido Socialista Italiano]] e posteriormente líder e teórico do [[Partido Comunista da Itália]]]]
Na [[Argentina]], o [[Partido Socialista (Argentina)|Partido Socialista da Argentina]] foi estabelecido na década de 1890, liderado por [[Juan B. Justo]] e [[Nicolás Repetto]], entre outros. Foi o primeiro [[partido político]] no país e na América Latina. O partido se filiou à Segunda Internacional.<ref>Rubio, José Luis. ''Las internacionales obreras en América''. [[Madrid]]: 1971. p. 49</ref> Entre 1924 e 1940, foi membro do [[Internacional Operária e Socialista]].<ref>Kowalski, Werner. ''[https://books.google.com/books?id=83QdPwAACAAJ Geschichte der sozialistischen arbeiter-internationale: 1923 – 19]''. Berlin: Dt. Verl. d. Wissenschaften, 1985. p. 286</ref>

Em 1904, os australianos elegeram [[John Christian Watson|Chris Watson]] como o primeiro primeiro-ministro australiano do [[Partido Trabalhista Australiano|Partido Trabalhista]], tornando-se o primeiro socialista eleito democraticamente.<ref>{{Citar web |ultimo=Rhodes |primeiro=Campbell |url=https://moadoph.gov.au/blog/a-perfect-picture-of-the-statesman-john-christian-watson/ |titulo=A perfect picture of the statesman: John Christian Watson |data=30 de abril de 2013 |acessodata=1 de março de 2020 |publicado=Museum of Australian Democracy}}</ref> Em 1909, o primeiro ''[[kibutz]]'' foi estabelecido na [[Palestina (região)|Palestina]]<ref>{{Citar web |url=http://www.jpost.com/Jerusalem-Report/Adult-Children-of-the-Dream |titulo=Adult Children of the Dream |website=The Jerusalem Post – JPost.com}}</ref> por imigrantes [[judeus]] [[russos]]. O [[Movimento Kibutz]] se expandiu ao longo do século XX seguindo uma doutrina do socialismo [[Sionismo|sionista.]]<ref>James C. Docherty. ''Historical dictionary of socialism. The Scarecrow Press Inc.'' London 1997. p. 144</ref> O Partido Trabalhista britânico conquistou pela primeira vez cadeiras na [[Câmara dos Comuns]] em 1902. A [[Comissão Socialista Internacional]] foi formada em fevereiro de 1919 em uma reunião em [[Berna]] por partidos que desejavam ressuscitar a Segunda Internacional.<ref>{{Harvnb|Lamb|Docherty|2006|p=52}}</ref>

Em 1917, o patriotismo da [[Primeira Guerra Mundial]] transformou-se em [[Radicalismo|radicalismo político]] na Austrália, na maior parte da Europa e nos Estados Unidos. Outros partidos socialistas de todo o mundo que estavam começando a ganhar importância em suas políticas nacionais no início do século XX incluíam o [[Partido Socialista Italiano]], a [[Secção Francesa da Internacional Operária|Seção Francesa da Internacional Operária]], o [[Partido Socialista Operário Espanhol|Partido Socialista dos Trabalhadores Espanhóis]], o [[Partido Operário Social-Democrata da Suécia|Partido Social-Democrata Sueco]], o [[Partido Operário Social-Democrata Russo|Partido Trabalhista Social-Democrata Russo]] e o [[Partido Socialista (Argentina)|Partido Socialista]] na Argentina, o [[Partido Comunista do Chile|Partido Socialista dos Trabalhadores]] no Chile e o [[Partido Socialista da América]] nos Estados Unidos.

==== Revolução Russa ====
{{AP|Revolução de Fevereiro|Revolução de Outubro}}
[[Ficheiro:Revolución-marzo-rusia--russianbolshevik00rossuoft.png|thumb|esquerda|Forças revolucionárias russas durante a [[Revolução de Fevereiro]] de 1917]]
[[FIcheiro:1917petrogradsoviet assembly.jpg|thumb|esquerda|Reunião do [[Soviete de Petrogrado]] durante a [[Revolução de Outubro]]]]

Em fevereiro de 1917, a revolução explodiu no [[Império Russo]]. Trabalhadores, soldados e camponeses estabeleceram [[Soviete (conselho)|sovietes]] (conselhos), a monarquia caiu e um [[Governo Provisório Russo|governo provisório]] se convocou até a eleição de uma [[assembleia constituinte]]. Em abril daquele ano, [[Lenin|Vladimir Lenin]], líder da facção [[bolchevique]] dos [[Partido Operário Social-Democrata Russo|socialistas russos]] e conhecido por suas [[Leninismo|profundas e controversas expansões]] do [[marxismo]], foi autorizado a cruzar a Alemanha para retornar do exílio na Suíça.

Lenin publicou [[Imperialismo: Fase Superior do Capitalismo|ensaios]] sobre sua análise do [[Leninismo|imperialismo]], a [[Globalização|fase de monopólio e globalização]] do capitalismo, bem como análises sobre as condições sociais. Ele observou que, à medida que o capitalismo se desenvolveu ainda mais na Europa e na América, os trabalhadores permaneceram incapazes de ganhar [[consciência de classe]] já que estavam ocupados demais trabalhando para pagar suas despesas. Ele, portanto, propôs que a revolução social exigiria a liderança de um [[Vanguardismo (Leninismo)|partido de vanguarda]] de revolucionários com consciência de classe da parte educada e politicamente ativa da população.<ref>{{Citar web |url=https://www.pbs.org/wgbh/commandingheights/shared/minitextlo/ess_leninscritique.html |titulo=Commanding Heights: Lenin's Critique of Global Capitalism |acessodata=30 de novembro de 2010 |publicado=Pbs.org}}</ref>

Ao chegar a [[São Petersburgo|Petrogrado]], Lenin declarou que a revolução na Rússia apenas havia começado e que o próximo passo seria os [[Soviete (conselho)|sovietes]] operários assumirem plena autoridade. Ele emitiu uma [[Teses de Abril|tese]] delineando o programa bolchevique, incluindo a rejeição de qualquer legitimidade no governo provisório e a defesa do poder do Estado a ser administrado por meio dos sovietes. Os bolcheviques se tornaram a força mais influente. Em 7 de novembro, a [[Palácio de Inverno|capital do governo provisório]] foi invadida pelos [[Guardas Vermelhos]] bolcheviques no que mais tarde ficou conhecido como a Grande Revolução Socialista de Outubro. O governo provisório terminou e a [[República Socialista Federativa Soviética da Rússia]] — o primeiro Estado constitucionalmente socialista do mundo — foi estabelecida. Em 25 de janeiro de 1918, Lenin declarou "Viva a revolução socialista mundial!" no [[Soviete de Petrogrado]]<ref>Lenin, Vladimir. ''Meeting of the Petrograd Soviet of workers and soldiers' deputies 25 January 1918'', Collected works, Vol 26, p. 239. Lawrence and Wishart, (1964)</ref> e propôs um armistício imediato em todas as frentes e transferiu as terras dos proprietários de terras, a coroa e os mosteiros para os comitês de camponeses sem compensação.<ref>Lenin, Vladimir. ''To workers Soldiers and Peasants'', Collected works, Vol 26, p. 247. Lawrence and Wishart, (1964)</ref>

No dia seguinte a assumir o poder executivo em 25 de janeiro, Lenin escreveu um ''Projeto de Regulamento sobre o Controle dos Trabalhadores'', que concedia aos trabalhadores o controle de empresas com mais de cinco trabalhadores e funcionários de escritório e acesso a todos os livros, documentos e estoques e cujas decisões deveriam ser "vinculativas sobre os proprietários das empresas ".<ref>Lenin, Vladimir. ''Collected Works'', Vol 26, pp. 264–65. Lawrence and Wishart (1964)</ref> Governando através dos sovietes eleitos e em aliança com os [[Socialistas Revolucionários de Esquerda|socialistas-revolucionários de esquerda]] de base camponesa, o governo bolchevique começou a nacionalizar os bancos e a indústria; e repudiou as dívidas nacionais do regime da [[Dinastia Romanov]]. Ele pediu a paz, retirando-se da [[Primeira Guerra Mundial]] e convocou uma [[Assembleia constituinte|Assembleia Constituinte]] na qual o [[Partido Socialista Revolucionário (Rússia)|Partido Socialista Revolucionário]] (SR) camponês obteve a maioria.<ref>{{Citar web |ultimo=Caplan |primeiro=Brian |url=http://www.gmu.edu/departments/economics/bcaplan/museum/his1d.htm |titulo=Lenin and the First Communist Revolutions, IV |acessodata=14 de fevereiro de 2008 |publicado=George Mason University}}</ref>

A Assembleia Constituinte elegeu o líder [[Victor Chernov]] como presidente de uma república russa, mas rejeitou a proposta bolchevique de endossar os decretos soviéticos sobre terra, paz e controle dos trabalhadores e reconhecer o poder dos sovietes de deputados operários, soldados e camponeses. No dia seguinte, os bolcheviques declararam que a assembleia foi eleita em listas partidárias desatualizadas<ref>''Declaration of the RSDLP (Bolsheviks) group at the Constituent Assembly meeting 5 January 1918'' Lenin, ''Collected Works'', Vol 26, p. 429. Lawrence and Wishart (1964)</ref> e o [[Comité Executivo Central de Toda a Rússia|Comitê Executivo Central de Toda a Rússia]] dos soviéticos a dissolveu.<ref>''Draft Decree on the Dissolution of the Constituent Assembly'' Lenin, ''Collected Works'', Vol 26, p. 434. Lawrence and Wishart (1964)</ref><ref>Payne, Robert; "The Life and Death of Lenin", Grafton: paperback, pp. 425–40</ref> Em março de 1919, os partidos comunistas mundiais formaram o [[Internacional Comunista|Comintern]] (também conhecido como Terceira Internacional) em uma reunião em Moscou.<ref>{{Harvnb|Lamb|Docherty|2006|p=77}}</ref>

==== União de Partidos Socialistas para a Ação Internacional ====
{{AP|União de Partidos Socialistas para a Ação Internacional}}
Os partidos que não queriam fazer parte da ressuscitada Segunda Internacional (SI) ou do Comintern formaram a [[União de Partidos Socialistas para a Ação Internacional]] (UITPS, também conhecida como Internacional de Viena, União de Viena e Internacional Dois e Meio) em 27 de fevereiro de 1921 em uma conferência em Viena.<ref>{{Harvnb|Lamb|Docherty|2006|p=177}}</ref> O SI e a UITPS se juntaram para formar a [[Internacional Operária e Socialista]] (IOS) em maio de 1923 em uma reunião em [[Hamburgo]].<ref>{{Harvnb|Lamb|Docherty|2006|p=197}}</ref> Grupos de esquerda que não concordaram com a centralização e o abandono dos sovietes pelo Partido Bolchevique levou da ala esquerdista contra os bolcheviques — tais grupos incluíam [[Partido Socialista Revolucionário (Rússia)|socialistas revolucionários]],<ref name="carr1985">Carr, E.H. – The Bolshevik Revolution 1917–1923. W.W. Norton & Company 1985.</ref> [[Socialistas Revolucionários de Esquerda|revolucionários socialistas de esquerda]], [[menchevique]]s e [[Anarquismo na Rússia|anarquistas]].<ref name="avrich1968">[[Paul Avrich|Avrich, Paul]]. "Russian Anarchists and the Civil War", ''Russian Review'', Vol. 27, No. 3 (Jul. 1968), pp. 296–306. [[Blackwell Publishing]]</ref>

Dentro desse descontentamento de esquerda, os eventos de maior escala foram a [[Revolta de Kronstadt|rebelião]]<ref name="Guttridge2006">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Hk9-IMRGtbcC&pg=PA174|título=Mutiny: A History of Naval Insurrection|ultimo=Guttridge|primeiro=Leonard F.|data=2006|editora=Naval Institute Press|isbn=978-1-59114-348-2}}</ref><ref name="Smele2006">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=XN1k1M2I060C&pg=PA628|título=The Russian Revolution and Civil War 1917–1921: An Annotated Bibliography|ultimo=Smele|primeiro=Jonathan|data=2006|editora=Continuum|isbn=978-1-59114-348-2}}</ref><ref name="Avrich1970">{{Citar livro|título=Kronstadt 1921|ultimo=Avrich|primeiro=Paul|editora=Princeton University Press|ano=1970|isbn=978-0-691-08721-4}}</ref> e o levante anarquista liderado pelo [[Exército Insurgente Makhnovista|Exército Insurrecional Revolucionário da Ucrânia]] que controlava uma área conhecida como [[Território Livre (Ucrânia)|Território Livre]].<ref name="web.archive.org">Noel-Schwartz, Heather. [https://web.archive.org/web/20080118074241/http://members.aol.com/ThryWoman/MRR.html The Makhnovists & The Russian Revolution – Organization, Peasantry and Anarchism]. Archived on [[Internet Archive]]. Acessado em outubro de 2010.</ref><ref>Peter Marshall, ''[[Demanding the Impossible]]'', PM Press (2010), p. 473.</ref><ref>Skirda, Alexandre, ''Nestor Makhno: Anarchy's Cossack''. AK Press, 2004, p. 34</ref>

==== Terceira Internacional ====
{{AP|Terceira Internacional}}
[[Ficheiro:Rosa_Luxemburg.jpg|esquerda|upright|miniaturadaimagem|[[Rosa Luxemburgo]], proeminente revolucionária marxista, líder do [[Partido Social-Democrata da Alemanha|Partido Social Democrata da Alemanha]] e mártir e líder do [[Levante Espartaquista|levante espartaquista]] alemão de 1919]]
A Revolução Russa Bolchevique de janeiro de 1918 lançou partidos comunistas em muitos países e [[Revoluções de 1917–1923|revoluções de 1917-1923]]. Poucos comunistas duvidaram que a experiência russa dependesse de revoluções socialistas da classe trabalhadora bem-sucedidas nos países capitalistas [[País desenvolvido|desenvolvidos]].<ref>Bertil, Hessel, Introduction, ''Theses, Resolutions and Manifestos of the first four congresses of the Third International'', pxiii, Ink Links (1980)</ref><ref>Lenin, ''Sochineniya'' (Works), 5th ed. Vol. XLIV, p. 418, fevereiro de 1922. (Quoted by Mosche Lewin in ''Lenin's Last Struggle'', p. 4. Pluto (1975))</ref> Em 1919, Lenin e Trotsky organizaram os partidos comunistas mundiais em uma associação internacional de trabalhadores — a Internacional Comunista ([[Comintern]]), também chamada de Terceira Internacional.

A [[Revolução Russa]] influenciou levantes em outros países. A [[Revolução Alemã de 1918-1919]] substituiu o [[Império Alemão|governo imperial]] da Alemanha por uma [[república]]. A revolução durou de novembro de 1918 até o estabelecimento da [[República de Weimar]] em agosto de 1919. Incluiu um episódio conhecido como [[República Soviética da Baviera]]<ref>[[Hakim Bey]]. [http://www.theanarchistlibrary.org/HTML/Hakim_Bey__T.A.Z.__The_Temporary_Autonomous_Zone__Ontological_Anarchy__Poetic_Terrorism.html "T.A.Z.: The Temporary Autonomous Zone, Ontological Anarchy, Poetic Terrorism"]</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=-X4jgPG0360C&pg=PA58|título=Munich: Hofbräuhaus & History : Beer, Culture, & Politics|ultimo=Gaab|primeiro=Jeffrey S.|data=2006|editora=Peter Lang|isbn=978-0-8204-8606-2}}</ref><ref>p. 365 Taylor, Edumund ''The Fall of the Dynasties: The Collapse of Old Order'' 1963 Weidenfeld & Nicolson</ref><ref>Paul Werner (Paul Frölich), ''Die Bayerische Räterepublik. Tatsachen und Kritik'', p. 144</ref> e a [[Levante espartaquista|revolta espartaquista]]. Na [[Itália]], os eventos conhecidos como ''[[Biênio Vermelho|Biennio Rosso]]''<ref name="Dallacasa">Brunella Dalla Casa, ''Composizione di classe, rivendicazioni e professionalità nelle lotte del "biennio rosso" a Bologna'', in: AA. VV, ''Bologna 1920; le origini del fascismo'', a cura di Luciano Casali, Cappelli, Bologna 1982, p. 179.</ref><ref>{{Citar web |url=http://libcom.org/history/articles/italy-factory-occupations-1920 |titulo=1918–1921: The Italian factory occupations and Biennio Rosso |website=libcom.org |arquivourl=https://web.archive.org/web/20111105224302/http://libcom.org/history/articles/italy-factory-occupations-1920 |arquivodata=5 de novembro de 2011}}</ref> foram caracterizados por greves em massa, manifestações de trabalhadores e experimentos de autogestão por meio de ocupações de terras e fábricas. Em [[Turim]] e [[Milão]], [[Conselhos operários|conselhos de trabalhadores]] foram formados e muitas ocupações de fábricas aconteceram lideradas por [[Anarcossindicalismo|anarcossindicalistas]] organizados em torno da [[Unione Sindacale Italiana]].

Em 1920, o [[Exército Vermelho]] comandado por Trotsky havia derrotado em grande parte os [[Movimento Branco|Exércitos Brancos]] monarquistas. Em 1921, o [[comunismo de guerra]] foi encerrado e, sob a [[Nova Política Econômica]] (NPE), a propriedade privada foi permitida para pequenas e médias empresas camponesas. Embora a indústria permanecesse amplamente controlada pelo Estado, Lenin reconheceu que a NPE era uma medida capitalista necessária para um país despreparado para o socialismo. A lucratividade voltou na forma de "homens da NPE" e os camponeses ricos ([[Cúlaque|kulaks]]) ganharam o poder.<ref>{{Citar web |url=http://www.soviethistory.org/index.php?action=L2&SubjectID=1924nepmen&Year=1924 |titulo=Soviet history: NEPmen |acessodata=2 de junho de 2010 |publicado=Soviethistory.org |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110722164645/http://www.soviethistory.org/index.php?action=L2&SubjectID=1924nepmen&Year=1924 |arquivodata=22 de julho de 2011}}</ref> O papel de Trotsky foi questionado por outros socialistas, incluindo ex-trotskistas. Nos Estados Unidos, [[Dwight Macdonald]] rompeu com Trotsky e deixou o [[Partido Socialista dos Trabalhadores (Estados Unidos)|Partido Socialista dos Trabalhadores]] ao notar a [[Revolta de Kronstadt]], que Trotsky e outros bolcheviques reprimiram brutalmente. Ele então se mudou para o [[socialismo democrático]]<ref>Mattson, Kevin. 2002. ''Intellectuals in Action: The Origins of the New Left and Radical Liberalism, 1945–1970''. University Park, PA: The Pennsylvania State University Press, 2002. p. 34</ref> e o [[anarquismo]].<ref name="Politic">''Memoirs of a Revolutionist: Essays in Political Criticism'' (1960). This was later republished with the title ''Politics Past''.</ref>

Uma crítica semelhante ao papel de Trotsky na Revolta de Kronstadt foi levantada pela anarquista estadunidense [[Emma Goldman]]. Em seu ensaio "Trotsky Protesta Demais", ela afirma: "Eu admito, a ditadura sob o governo de Stalin se tornou monstruosa. Isso, entretanto, não diminui a culpa de Leon Trotsky como um dos atores do drama revolucionário do qual Kronstadt foi uma das cenas mais sangrentas".<ref>{{Citar web |ultimo=Goldman |primeiro=Emma |url=https://en.wikisource.org/wiki/Trotsky_Protests_Too_Much |titulo=Trotsky Protests Too Much |via=Wikisource}}</ref>

==== 4º Congresso Mundial da Internacional Comunista ====
Em 1922, o quarto congresso da [[Internacional Comunista]] assumiu a política da [[frente única]] e exortou os comunistas a trabalharem com os social-democratas comuns, embora permanecessem críticos de seus líderes por trair a classe trabalhadora ao apoiar os esforços de guerra dos capitalistas. Os social-democratas apontaram para o deslocamento causado pela revolução e, posteriormente, para o crescente autoritarismo dos partidos comunistas. O Partido Trabalhista rejeitou o pedido do [[Partido Comunista da Grã-Bretanha]] de se afiliar a eles em 1920.

Ao ver o crescente poder coercitivo do Estado soviético em 1923, um moribundo [[Lenin]] disse que a Rússia havia se revertido para "uma máquina burguesa czarista [...] mal envernizada com o socialismo".<ref>[[Victor Serge|Serge, Victor]], ''From Lenin to Stalin'', p. 55.</ref> Após a morte de Lenin em janeiro de 1924, o [[Partido Comunista da União Soviética]] — então cada vez mais sob o controle de [[Josef Stalin]] — rejeitou a teoria de que o socialismo não poderia ser construído apenas na União Soviética em favor do conceito de [[Socialismo em um Único País|socialismo em um país]]. Apesar da demanda marginalizada da [[Oposição de Esquerda]] pela restauração da democracia soviética, Stalin desenvolveu um [[Autoritarismo|governo burocrático e autoritário]] que foi condenado por socialistas democráticos, anarquistas e trotskistas por minar os ideais revolucionários.<ref>Serge, Victor, ''From Lenin to Stalin'', p. 52.</ref>

Em 1924, a [[República Popular da Mongólia]] foi estabelecida e era governada pelo [[Partido Popular da Mongólia]]. A Revolução Russa e suas consequências motivaram partidos comunistas nacionais em outros lugares que ganharam influência política e social, na [[Partido Comunista Francês|França]], [[Partido Comunista dos Estados Unidos|Estados Unidos]], [[Partido Comunista Italiano|Itália]], [[Partido Comunista da China|China]], [[Partido Comunista Mexicano|México]], [[Partido Comunista Brasileiro|Brasil]], [[Partido Comunista do Chile|Chile]] e [[Partido Comunista da Indonésia|Indonésia]] .

==== Guerra Civil Espanhola ====
{{AP|Guerra Civil Espanhola}}
[[Ficheiro:Milicianas_CNT-FAI.png|miniaturadaimagem|Milícia [[Federação Anarquista Ibérica|FAI]] durante a [[Revolução Espanhola]] em 1936]]
Na [[Espanha]], em 1936, o sindicato nacional [[anarcossindicalista]] [[Confederação Nacional do Trabalho|Confederación Nacional del Trabajo]] (CNT) inicialmente recusou-se a aderir a uma aliança eleitoral de frente popular. Sua abstenção levou à vitória eleitoral da direita. Em 1936, a CNT mudou sua política e os votos anarquistas ajudaram a devolver a frente popular ao poder. Meses depois, a antiga classe dominante tentou um golpe, desencadeando a [[Guerra Civil Espanhola]] (1936-1939).<ref>{{Citar livro|título=The Battle for Spain: The Spanish Civil War 1936–1939|ultimo=Beevor|primeiro=Antony|editora=Weidenfeld & Nicolson|ano=2006|localização=London|isbn=978-0-297-84832-5|autorlink=Antony Beevor}}</ref>

Em resposta à rebelião do exército, um movimento de camponeses e trabalhadores de [[Anarquismo na Espanha|inspiração anarquista]], apoiado por milícias armadas, assumiu o controle de [[Barcelona]] e de grandes áreas da Espanha rural onde [[Coletivização agrícola|coletivizaram]] a terra.<ref name="Bolloten 1984, p. 54">{{Citar livro|título=The Spanish Civil War: Revolution and Counterrevolution|ultimo=Bolloten|primeiro=Burnett|data=1984|editora=University of North Carolina Press|isbn=978-0-8078-1906-7|autorlink=Burnett Bolloten}}</ref> A [[Revolução Espanhola]] foi uma [[revolução social]] dos trabalhadores que começou com a [[Guerra Civil Espanhola]] em 1936 e resultou na implementação generalizada de princípios organizacionais anarquistas e [[Socialismo libertário|socialistas]] mais amplamente libertários em algumas áreas por dois a três anos, principalmente [[Catalunha]], [[Aragão]], [[Andaluzia]] e partes do [[Levante peninsular|Levante]]

Grande parte da [[economia espanhola]] ficou sob controle dos trabalhadores. Em fortalezas anarquistas como a [[Catalunha]], o número chegava a 75%, mas era menor em áreas com forte influência do [[Partido Comunista de Espanha|Partido Comunista]], que resistia ativamente às tentativas de [[Coletivização agrícola|coletivização]]. As fábricas eram administradas por comitês de trabalhadores, as áreas [[Agricultura|agrárias]] eram coletivizadas e administradas como [[Commune|comunas]] [[Socialismo libertário|libertárias]]. O historiador anarquista [[Sam Dolgoff]] estimou que cerca de oito milhões de pessoas participaram direta ou indiretamente da Revolução Espanhola.<ref name="auto1">[[Sam Dolgoff]]. ''The Anarchist Collectives Workers' Self-management in the Spanish Revolution 1936–1939''. Free Life Editions; 1ª edição (1974), p. 6–7</ref>

=== Meados do século XX ===

==== Pós-Segunda Guerra Mundial ====
{{AP|Guerra Fria}}
{{VT|Expansão econômica do pós-Segunda Guerra Mundial}}
[[Ficheiro:Red rose 02.svg|miniaturadaimagem|Desde o final do século XIX, a rosa vermelha tornou-se símbolo do socialismo e associado à social-democracia e partidos trabalhistas<ref>{{Citar periódico |url=https://www.researchgate.net/profile/Marian-Sawer-2/publication/251329319_Wearing_your_Politics_on_your_Sleeve_The_Role_of_Political_Colours_in_Social_Movements/links/53feb5db0cf23bb019be58f0/Wearing-your-Politics-on-your-Sleeve-The-Role-of-Political-Colours-in-Social-Movements.pdf |titulo=Wearing your Politics on your Sleeve: The Role of Political Colours in Social Movements |data=2007-05-01 |acessodata=2021-07-04 |jornal=Social Movement Studies |número=1 |ultimo=Sawer |primeiro=Marian |paginas=39–56 |doi=10.1080/14742830701251294 |issn=1474-2837}}</ref> (ver [[Rosa (símbolo)#Socialismo e social-democracia|Rosa (símbolo)]])]]
A [[Quarta Internacional]] de Trotsky foi estabelecida na [[França]] em 1938 quando os [[Trotskismo|trotskistas]] argumentaram que o [[Internacional Comunista|Comintern]] ou Terceira Internacional havia se tornado irremediavelmente "perdido para o [[stalinismo]]" e, portanto, incapaz de conduzir a classe trabalhadora ao poder.<ref name="transitional">[http://www.marxists.org/archive/trotsky/1938/tp/index.htm ''The Transitional Program'']. Acessado em 5 de novembro de 2008.</ref> A ascensão do [[nazismo]] e o início da [[Segunda Guerra Mundial]] levaram à dissolução do [[Internacional Operária e Socialista]] em 1940. Após a guerra, a [[Internacional Socialista]] foi formada em [[Frankfurt]] em julho de 1951 como sua sucessora.<ref>{{Harvnb|Lamb|Docherty|2006|p=320}}</ref>

Após a Segunda Guerra Mundial, os governos social-democratas introduziram reformas sociais e [[Redistribuição de riqueza e renda|redistribuição de riqueza]] por meio da [[Seguridade social|previdência]] e da [[tributação]]. Os partidos social-democratas dominaram a política do pós-guerra em países como [[França]], [[Itália]], [[Tchecoslováquia]], [[Bélgica]] e [[Noruega]]. A certa altura, a França afirmou ser o país capitalista mais controlado pelo Estado do mundo. Ela nacionalizou vários serviços públicos, incluindo [[Charbonnages de France]] (CDF), [[Électricité de France]] (EDF), [[Gaz de France]] (GDF), [[Air France]], [[Banco da França|Banque de France]] e [[Renault|Régie Nationale des Usines Renault]].<ref>{{Citar web |url=http://www.sund.ac.uk/~os0tmc/contem/trente1.htm |titulo=Les trente glorieuses: 1945–1975 |acessodata=30 de outubro de 2011 |publicado=Sund.ac.uk |arquivourl=https://web.archive.org/web/20070928010635/http://www.sund.ac.uk/~os0tmc/contem/trente1.htm |arquivodata=28 de setembro de 2007}}</ref>

Em 1945, o [[Partido Trabalhista (Reino Unido)|Partido Trabalhista]] britânico liderado por [[Clement Attlee]] foi eleito com base em um programa socialista radical. O governo trabalhista nacionalizou as indústrias, como minas, gás, carvão, eletricidade, ferrovia, ferro, aço e o [[Banco da Inglaterra]]. A [[British Petroleum]] foi oficialmente nacionalizada em 1951.<ref>{{Citar web |url=http://yourarchives.nationalarchives.gov.uk/index.php?title=Nationalisation_of_Anglo-Iranian_Oil_Company%2C_1951 |titulo=Nationalisation of Anglo-Iranian Oil Company, 1951 |data=11 de junho de 2007 |acessodata=30 de outubro de 2011 |publicado=Yourarchives.nationalarchives.gov.uk}}</ref> [[Anthony Crosland]] disse que, em 1956, 25% da indústria britânica foi nacionalizada e que os funcionários públicos, incluindo aqueles em indústrias nacionalizadas, constituíam uma proporção semelhante dos trabalhadores do país.<ref>Crosland, Anthony, ''The Future of Socialism'', pp. 9, 89. (Constable, 2006)</ref> Os governos trabalhistas de 1964-1970 e 1974-1979 intervieram ainda mais.<ref>"The New Commanding Height: Labour Party Policy on North Sea Oil and Gas, 1964–74" in ''Contemporary British History'', vol., Issue 1, 2002, pp. 89–118.</ref> Eles renacionalizaram a British Steel (1967) depois que os conservadores a desnacionalizaram e nacionalizaram a [[British Leyland]] (1976).<ref>{{Citar web |url=http://www.uksteel.org.uk/history.htm |titulo=UK steel : EEF |data=12 de setembro de 2013 |acessodata=11 de outubro de 2013 |publicado=UK steel |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080123091612/http://www.uksteel.org.uk/history.htm |arquivodata=23 de janeiro de 2008}}</ref> O [[Serviço Nacional de Saúde (Reino Unido)|Serviço Nacional de Saúde]] prestava assistência médica financiada pelo contribuinte a todos, gratuitamente.<ref>Bevan, Aneurin, ''In Place of Fear'', 2nd ed. (MacGibbon and Kee, 1961), p. 104</ref> Habitações para a [[classe trabalhadora]] foram fornecidas em [[conjuntos habitacionais]] municipais e o ensino universitário tornou-se disponível através de um sistema de subsídio escolar.<ref>Beckett, Francis, ''Clem Attlee'' (Politico's, 2007) p. 247.</ref>

==== Países nórdicos ====
{{AP|Modelo nórdico}}
[[Ficheiro:Einar_Gerhardsen_1945.jpeg|esquerda|miniaturadaimagem|upright|[[Einar Gerhardsen]], [[primeiro-ministro da Noruega]] pelo [[Partido Trabalhista (Noruega)|Partido Trabalhista]]]]
Durante a maior parte da era pós-guerra, a [[Suécia]] foi governada pelo [[Partido Operário Social-Democrata da Suécia|Partido Operário Social-Democrata Sueco,]] em grande parte em cooperação com [[Confederação Nacional de Sindicatos (Suécia)|sindicatos]] e indústria.<ref name="svensteinmo">''Globalization and Taxation: Challenges to the Swedish Welfare State''. By Sven Steinmo.</ref> No país, os sociais-democratas ocuparam o poder de 1936 a 1976, de 1982 a 1991, de 1994 a 2006 e de 2014 a 2023, mais recentemente em uma coalizão minoritária. [[Tage Erlander]] foi o primeiro líder do partido. Ele liderou o governo de 1946 a 1969, o mais longo governo parlamentar ininterrupto. Esses governos expandiram substancialmente o [[estado de bem-estar social]].<ref>{{Citation|último=Giverholt|primeiro1=Helge|título=Tage Erlander|data=19 de novembro de 2018|url=http://snl.no/Tage_Erlander|periódico=Store norske leksikon|língua=no|acessodata=30 de novembro de 2019}}</ref> O primeiro-ministro sueco, [[Olof Palme]], foi identificado como um "socialista democrático"<ref>Palme, Olof (1982). "Därför är jag demokratisk socialist". Speech at the 1982 congress of the Swedish Social Democratic Party.</ref> e foi descrito como um "reformista revolucionário".

O [[Partido Trabalhista (Noruega)|Partido Trabalhista]] norueguês foi estabelecido em 1887 e era basicamente uma federação sindical. O partido não proclamou uma agenda socialista, elevando o [[sufrágio universal]] e a dissolução da [[Reinos Unidos da Suécia e Noruega|união com a Suécia]] como suas principais prioridades. Em 1899, a [[Confederação Norueguesa de Sindicatos]] se separou do Partido Trabalhista. Na época da [[Revolução Russa de 1917|Revolução Russa]], o Partido Trabalhista moveu-se para a esquerda e juntou-se à [[Internacional Comunista]] de 1919 a 1923. Depois disso, o partido ainda se considerava revolucionário, mas a esquerda do partido rompeu e estabeleceu o [[Partido Comunista da Noruega]], enquanto o Partido Trabalhista gradualmente adotava uma linha reformista por volta de 1930. Em 1935, [[Johan Nygaardsvold]] estabeleceu uma coalizão que durou até 1945.<ref name="SNL">{{Citation|último=Tvedt|primeiro1=Knut Are|título=Arbeiderpartiet|data=14 de setembro de 2019|url=http://snl.no/Arbeiderpartiet|periódico=Store norske leksikon|língua=no|acessodata=30 de novembro de 2019|último2=Bull|primeiro2=Edvard|último3=Garvik|primeiro3=Olav}}</ref>

De 1946 a 1962, o Partido Trabalhista norueguês teve maioria absoluta no parlamento liderado por [[Einar Gerhardsen]], que permaneceu como primeiro-ministro por dezessete anos. Embora o partido tenha abandonado a maioria de suas ideias socialistas anteriores à guerra, o [[estado de bem-estar social]] foi expandido sob Gerhardsen para garantir a provisão universal dos [[direitos humanos]] básicos e estabilizar a economia.<ref name="Esping-Andersen">Esping-Andersen, G. (1991). ''The Three Worlds of Welfare Capitalism''. Princeton, NJ: Princeton University Press.</ref> Na eleição parlamentar norueguesa de 1945, o Partido Comunista obteve 12% dos votos, mas ele praticamente desapareceu durante a [[Guerra Fria]].<ref>[https://snl.no/Norges_Kommunistiske_Parti "Norges Kommunistiske Parti"].</ref> Na década de 1950, o [[socialismo popular]] emergiu nos [[países nórdicos]] e colocou-se entre o [[comunismo]] e a [[social-democracia]].<ref>Fog, Mogens; Kragh, Jens, Larsen, Aksel, Moltke, Kai; Petersen, Gert (1977). [https://books.google.com/books/about/Folkesocialisme.html?id=MfqkmgEACAAJ&redir_esc=y ''Folkesocialisme'']. SP Forl.</ref> No início dos anos 1960, o [[Partido da Esquerda Socialista]] desafiou o Partido Trabalhista de esquerda.<ref name="SNL"/> Também na década de 1960, Gerhardsen estabeleceu uma agência de planejamento e tentou estabelecer uma [[economia planejada]]. Na década de 1970, um partido socialista mais radical, o [[Partido Comunista dos Trabalhadores (Noruega)|Partido Comunista dos Trabalhadores]] (AKP), rompeu com o Partido de Esquerda Socialista e teve notável influência em associações estudantis e alguns sindicatos. O AKP se identificava com a [[História da República Popular da China|China comunista]] e a [[República Popular Socialista da Albânia|Albânia]], mas não com a [[União Soviética]].<ref>[https://snl.no/Arbeidernes_Kommunistparti "Arbeidernes Kommunistparti"] ["Workers' Communist Party"]. ''Store norske leksikon'' (in Norwegian). Acessado em 5 de agosto de 2020.</ref>
[[Ficheiro:Minister_Van_der_Stoel_(PvdA,_rechts,_Buitenlandse_Zaken)_met_Olof_Palme_(links),_Bestanddeelnr_931-8203_(cropped)_(2).jpg|miniaturadaimagem|upright|[[Olof Palme]], [[Primeiro-ministro da Suécia|primeiro-ministro sueco]] pelo [[Partido Operário Social-Democrata da Suécia|Partido Operário Social-Democrata Sueco]]]]

Em países como a Suécia, o [[modelo Rehn-Meidner]]<ref>Schmitt, John; Zipperer, Ben (2006). [http://www.paecon.net/PAEReview/issue40/SchmittZipper40.htm "Is the U.S. a Good Model for Reducing Social Exclusion in Europe?"]. ''The Post-autistic Economics Review''. '''40''' (1).</ref> permitiu aos [[capitalistas]] donos de empresas produtivas e eficientes reter lucros às custas dos [[trabalhadores]] das empresas, exacerbando a desigualdade e fazendo com que os trabalhadores agitassem por uma parte dos lucros na década de 1970. Naquela época, as mulheres que trabalhavam no setor estatal passaram a exigir melhores salários. [[Rudolf Meidner]] estabeleceu um comitê de estudo que apresentou uma proposta em 1976 para transferir os lucros excedentes para fundos de investimento controlados pelos trabalhadores, com a intenção de que as empresas criassem empregos e pagassem salários mais altos, em vez de recompensar os proprietários e gerentes das empresas.<ref>{{Citar livro|título=Socialism: A Very Short Introduction|ultimo=Newman|primeiro=Michael|data=25 de julho de 2005|editora=[[Oxford University Press]]}}</ref> Os capitalistas imediatamente rotularam essa proposta de socialismo e lançaram uma oposição sem precedentes — incluindo a revogação do compromisso de classe estabelecido no [[Acordo de Saltsjöbaden]] de 1938.<ref>{{Citar livro|título=The Primacy of Politics: Social Democracy and the Making of Europe's Twentieth Century|ultimo=Berman|primeiro=Sheri|editora=Cambridge University Press|ano=2006|localização=Cambridge|autorlink=Sheri Berman}}</ref> Os partidos social-democratas são alguns dos mais antigos desse tipo e operam em todos os países nórdicos. Países ou sistemas políticos que há muito são dominados por partidos social-democratas são frequentemente rotulados de social-democratas.<ref>{{Citation|título=Sosialdemokratiske partier|data=26 de novembro de 2018|url=http://snl.no/sosialdemokratiske_partier|periódico=Store norske leksikon|língua=no|acessodata=30 de novembro de 2019}}</ref><ref>{{Citation|último=Thorsen|primeiro1=Dag Einar|título=sosialdemokrati|data=29 de junho de 2019|url=http://snl.no/sosialdemokrati|periódico=Store norske leksikon|língua=no|acessodata=30 de novembro de 2019|citação=Det forekommer også at land eller politiske systemer omtales som sosialdemokratiske, dersom slike partier har vært toneangivende i politikkutformingen over lengre tid.}}</ref> Esses países se enquadram no tipo social-democrata de "alto socialismo", que é descrito como favorável a "um alto nível de descomodificação e um baixo grau de estratificação".<ref>Ferragina, Emanuele; Seeleib-Kaiser, Martin (outubro de 2011). [http://www.louischauvel.org/Welfare_regime_debate.pdf "Welfare Regime Debate: Past, Present, Futures?"] ''Policy and Politics''. Policy Press. '''39''' (4): 583–611. {{DOI|10.1332/030557311X603592}}. Acessado em 5 de agosto de 2020.</ref>

O [[modelo nórdico]] é uma forma de sistema político-econômico comum aos [[países nórdicos]] ([[Dinamarca]], [[Finlândia]], [[Islândia]], [[Noruega]] e [[Suécia]]). Tem três ingredientes principais, a negociação pacífica e institucionalizada entre empregadores e sindicatos; a política [[Macroeconomia|macroeconômica]] ativa, previsível e comedida; e o bem-estar universal e educação gratuita. O sistema de bem-estar social é governamental na Noruega e na Suécia, enquanto os sindicatos desempenham um papel mais importante na Dinamarca, Finlândia e Islândia.<ref name="Fafo">{{Citar web |ultimo=Dølvik, Jon Erik |ultimo2=Tone Fløtten |url=https://www.fafo.no/index.php/zoo-publikasjoner/fafo-rapporter/item/den-nordiske-modellen-mot-2030-et-nytt-kapittel |titulo=Den nordiske modellen mot 2030. Et nytt kapittel?Fafo-rapport 2014:46 |data=2014 |acessodata=30 de novembro de 2019 |publicado=Fafo |lingua=nb-no |ultimo3=Jon M. Hippe |ultimo4=Bård Jordfald}}</ref><ref name="Brandal">{{Citar livro|título=The Nordic model of social democracy.|ultimo=Brandal|primeiro=Nik|ultimo2=Bratberg|primeiro2=Øivind|ultimo3=Thorsen|primeiro3=Dag|editora=Springer|ano=2013}}</ref><ref name="Moene">{{Citar livro|título=Globalization and egalitarian redistribution|ultimo=Moene|primeiro=Karl Ove|ultimo2=Wallerstein|primeiro2=Michael|ano=2006|editor-sobrenome=Pranab K. Bardhan|páginas=148–168|capitulo=Social democracy as a development strategy|editor-sobrenome2=Samuel Bowles|editor-sobrenome3=Michael Wallerstein}}</ref><ref name="Byrkjeflot">{{Citar livro|título="The Nordic model of democracy and management." The democratic challenge to capitalism: Management and democracy in the Nordic countries|ultimo=Byrkjeflot|primeiro=Haldor|ano=2001|páginas=19–45}}</ref><ref>{{Citar livro|título=What's Left of the Left: Democrats and Social Democrats in Challenging Times|ultimo=Pontusson|primeiro=Jonas|data=24 de agosto de 2011|editora=[[Duke University Press]]|editor-sobrenome=Shoch|páginas=89–115|capitulo=Once Again A Model: Nordic Social Democracy in a Globalized World|isbn=978-0-19-932251-0|editor-sobrenome2=Ross|editor-sobrenome3=Cronin}}</ref> O modelo nórdico é frequentemente rotulado de social-democrata e contrastado com o modelo continental conservador e o modelo liberal anglo-americano. As principais reformas nos países nórdicos são o resultado de consenso e compromisso em todo o espectro político. As principais reformas foram implementadas em gabinetes social-democratas na Dinamarca, Noruega e Suécia, enquanto os partidos de [[centro-direita]] dominaram durante a implementação do modelo na Finlândia e na Islândia. Desde a Segunda Guerra Mundial, os países nórdicos têm mantido em grande parte uma [[Economia mista|economia mista social-democrata]], caracterizada pela participação da força de trabalho, [[igualdade de gênero]], benefícios igualitários e universais, redistribuição da riqueza e política fiscal expansionista.<ref name="Esping-Andersen"/><ref>Hernes, Gudmund (1978): "Makt, blandingsøkonomi og blandingsadministrasjon". In Gudmund Hernes, ed., ''Forhandlingsøkonomi og blandingsadministrasjon''. Oslo: Universitetsforlaget.</ref>

Na Noruega, os primeiros seguros sociais obrigatórios foram introduzidos por gabinetes conservadores em 1895 e 1911. Durante a década de 1930, o Partido Trabalhista adotou o projeto de estado de bem-estar dos conservadores. Após a Segunda Guerra Mundial, todos os partidos políticos concordaram que o estado de bem-estar social deveria ser expandido. A segurança social universal (''Folketrygden'') foi introduzida pelo gabinete conservador de Borten.<ref>{{Citation|último=Mæland|primeiro1=John Gunnar|título=folketrygden|data=14 de outubro de 2019|url=http://snl.no/folketrygden|periódico=Store norske leksikon|língua=nb|acessodata=19 de agosto de 2020|último2=Hatland|primeiro2=Aksel|último3=Pedersen|primeiro3=Axel West}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.idunn.no/nnt/2005/04/boker |titulo=Fra union til sosialdemokrati |data=2005 |ultimo=Jenssen |primeiro=Dag |paginas=459–463 |lingua=no |doi=10.18261/ISSN1504-3053-2005-04-11 |issn=1504-3053 |volume=22 |periódico=Nytt Norsk Tidsskrift}}</ref> A [[economia da Noruega]] está aberta ao mercado internacional ou europeu para a maioria dos produtos e serviços, ingressando no mercado interno da [[União Europeia]] em 1994 por meio do [[Espaço Económico Europeu|Espaço Econômico Europeu]]. Algumas das instituições de [[economia mista]] do período pós-guerra foram relaxadas pelo gabinete conservador da década de 1980 e o [[mercado financeiro]] foi desregulamentado.<ref>{{Citar livro|título=The Nordic Varieties of Capitalism|ultimo=Mjøset|primeiro=Lars|ultimo2=Cappelen|primeiro2=Ådne|ano=2011|series=Comparative Social Research|volume=28|páginas=167–263|capitulo=The Integration of the Norwegian Oil Economy into the World Economy|doi=10.1108/S0195-6310(2011)0000028008|isbn=978-0-85724-777-3}}</ref> Dentro da estrutura das ''[[Variedades do capitalismo|Variedades do Capitalismo]]'', a Finlândia, a Noruega e a Suécia são identificadas como economias de mercado coordenadas.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.jstor.org/stable/27742754 |titulo=Varieties of Capitalism and Institutional Complementarities in the Political Economy: An Empirical Analysis |data=2009 |ultimo=Hall |primeiro=Peter A. |ultimo2=Gingerich |primeiro2=Daniel W. |paginas=449–482 |doi=10.1017/S0007123409000672 |issn=0007-1234 |jstor=27742754 |volume=39 |periódico=British Journal of Political Science}}</ref>

==== União Soviética e Europa Oriental ====
{{AP|Bloco de Leste|História da União Soviética}}
[[Ficheiro:Hole in flag - Budapest 1956.jpg|upright|thumb|esquerda|O símbolo da [[Revolução Húngara de 1956]]: a [[Bandeira da Hungria]] com o emblema comunista cortado]]

A era soviética viu algumas das conquistas tecnológicas mais significativas do século XX, incluindo a [[Sputnik-1|primeira espaçonave]] do mundo e o [[Iuri Gagarin|primeiro astronauta]]. A economia soviética foi a primeira [[Economia planificada|economia planejada centralmente]] do mundo moderno. Adotou a propriedade estatal da indústria administrada por meio da [[Gosplan]] (Comissão de Planejamento do Estado), [[Gosbank]] (Banco do Estado) e da [[Gossnab]] (Comissão Estadual de Fornecimento de Materiais e Equipamentos).

O [[planejamento econômico]] foi conduzido por meio de [[Plano Quinquenal (URSS)|Planos Quinquenais]] em série. A ênfase estava no desenvolvimento da indústria pesada. O país tornou-se um dos principais fabricantes mundiais de produtos industriais básicos e pesados, ao mesmo tempo que não enfatizou a produção industrial leve e os bens de consumo duráveis. A modernização trouxe um aumento geral no padrão de vida.<ref>{{Citar livro|url=https://press.princeton.edu/titles/10812.html|título=Europe since 1989: A History|ultimo=Ther|primeiro=Philipp|data=2016|editora=[[Princeton University Press]]|isbn=978-0-691-16737-4}}</ref>

O [[Bloco Oriental]] era o grupo de [[Estado comunista|Estados comunistas]] da Europa Central e Oriental, incluindo a [[União Soviética]] e os países do [[Pacto de Varsóvia]],<ref name="houghlin">{{Citation|último=Hirsch|primeiro1=Donald|primeiro2=Joseph F.|último2=Kett|primeiro3=James S.|último3=Trefil|título=The New Dictionary of Cultural Literacy|publicado=Houghton Mifflin Harcourt|ano=2002|isbn=978-0-618-22647-4|página=[https://archive.org/details/newdictionaryofc00hirs/page/316 316]|citação=Eastern Bloc. The name applied to the former communist states of eastern Europe, including Yugoslavia and Albania, as well as the countries of the Warsaw Pact|url=https://archive.org/details/newdictionaryofc00hirs/page/316}}</ref><ref>{{Citation|último=Satyendra|primeiro1=Kush|título=Encyclopaedic dictionary of political science|publicado=Sarup & Sons|ano=2003|isbn=978-81-7890-071-1|página=65|citação=the countries of Eastern Europe under communism}}</ref><ref>Compare: {{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=0T7DAJqAN7wC|título=Cities of Pilgrimage|ultimo=Janzen|primeiro=Jörg|ultimo2=Taraschewski|primeiro2=Thomas|editora=LIT Verlag|ano=2009|editor-sobrenome=Shahshahānī|series=Iuaes-series|volume=4|localização=Münster|isbn=978-3-8258-1618-6|acessodata=21 de dezembro de 2012}}</ref> como a [[República Popular da Polónia|Polônia]], a [[Alemanha Oriental|República Democrática Alemã]], a [[República Popular da Hungria|Hungria]], a [[República Popular da Bulgária|Bulgária]], a [[República Socialista da Tchecoslováquia|Tchecoslováquia]], a [[República Socialista da Romênia|Romênia]], a [[República Popular Socialista da Albânia|Albânia]] e a [[República Socialista Federativa da Iugoslávia|Iugoslávia]] (até [[Período Informbiro|Informbiro]] em 1948). A [[Revolução Húngara de 1956]] foi uma [[Rebelião|revolta]] nacional espontânea contra o governo comunista, que durou de 23 de outubro a 10 de novembro de 1956. A denúncia do líder soviético [[Discurso Secreto|Nikita Khrushchev dos excessos do regime de Stalin]] durante o [[XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética|XX Congresso do Partido Comunista]] em 1956,<ref>John Rettie, [http://news.bbc.co.uk/2/hi/programmes/from_our_own_correspondent/4723942.stm "The day Khrushchev denounced Stalin"], BBC, 18 de fevereiro de 2006.</ref> bem como a revolta húngara,<ref>Within the [[Italian Communist Party]] (PCI) a split ensued: most ordinary members and the Party leadership, including [[Palmiro Togliatti]] and [[Giorgio Napolitano]], regarded the Hungarian insurgents as counter-revolutionaries, as reported in ''[[l'Unità]]'', the official PCI newspaper. The following are references in English on the conflicting positions of [http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,808752,00.html ''l'Unità''], [http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,808824,00.html Antonio Giolitti and party boss Palmiro Togliatti], [http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,868066,00.html Giuseppe Di Vittorio] and [https://www.britannica.com/biography/Pietro-Nenni Pietro Nenni].</ref><ref>
In France, moderate Communists, such as historian [[Emmanuel Le Roy Ladurie]], resigned, questioning the policy of supporting Soviet actions by the [[Partido Comunista Francês|French Communist Party]]. The French anarchist philosopher and writer [[Albert Camus]] wrote an [[Carta aberta|open letter]], ''[[Albert Camus|The Blood of the Hungarians]]'', criticising the West's lack of action. Even [[Jean-Paul Sartre]], still a determined Communist Party member, criticised the Soviets in his article ''Le Fantôme de Staline'', in ''Situations VII''. Sartre, Jean-Paul (1956), [http://www.humanite.presse.fr/journal/2005-06-21/2005-06-21-809020 L’intellectuel et les communistes français {{in lang|fr}}]{{ligação inativa|data=julho de 2022|bot=InternetArchiveBot}} Le Web de l'Humanite, 21 de junho de 2005. Acessado em 24 de outubro de 2006.</ref> produziu desunião dentro dos partidos comunistas e socialistas da Europa Ocidental.

==== Ásia, África e América Latina ====
{{AP|Revolução comunista chinesa|Revolução Cubana|Descolonização}}


Nos anos do pós-guerra, o socialismo tornou-se cada vez mais influente em muitos [[países em desenvolvimento]]. Abraçando o socialismo do [[Terceiro Mundo]], os países da [[África]], [[Ásia]] e [[América Latina]] frequentemente nacionalizaram as indústrias. A [[Revolução comunista chinesa|Revolução Comunista Chinesa]] foi a segunda etapa da [[Guerra Civil Chinesa]], que terminou com o estabelecimento da [[China|República Popular da China]] liderada pelo [[Partido Comunista da China|Partido Comunista Chinês]]. O então [[Kuomintang|Partido Kuomintang]] chinês na década de 1920 incorporou o socialismo chinês como parte de sua ideologia.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=S-aGLEtx7AYC&pg=PA20|título=The Marxism in the Chinese revolution|ultimo=Dirlik|primeiro=Arif|editora=Rowman & Littlefield|ano=2005|isbn=978-0-7425-3069-0}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=VHnmAAAAMAAJ|título=Studies in Comparative Communism|ultimo=School of Politics and International Relations, University of Southern California, Von KleinSmid Institute of International Affairs|editora=Butterworth-Heinemann|ano=1988|volume=21}}</ref>

O surgimento dessa nova entidade política no contexto da [[Guerra Fria]] foi complexo e doloroso. Vários esforços experimentais foram feitos para organizar novos Estados independentes, a fim de estabelecer uma frente comum para limitar a influência dos [[Estados Unidos]] e da [[União Soviética]] sobre eles. Isso levou à [[ruptura sino-soviética]].
[[Imagem:CheyFidel.jpg|thumb|esquerda|upright|Líderes da [[Revolução Cubana]]: [[Che Guevara]] (à esquerda) e [[Fidel Castro]] (à direita) em 1961]]

O [[Movimento Não Alinhado]] se reuniu em torno das figuras de [[Jawaharlal Nehru]] da [[Índia]], [[Sukarno]] da [[Indonésia]], [[Josip Broz Tito]] da [[República Socialista Federativa da Iugoslávia|Iugoslávia]] e [[Gamal Abdel Nasser]] do [[Egito]].

Após a [[Conferência de Genebra (1954)|Conferência de Genebra]] de 1954, que encerrou a [[Primeira Guerra da Indochina]], a [[Conferência de Bandungue]] de 1955 reuniu Nasser, Nehru, Tito, Sukarno e o primeiro-ministro chinês [[Zhou Enlai]]. Como muitos países africanos ganharam independência durante a década de 1960, alguns deles rejeitaram o capitalismo em favor do [[socialismo africano]] como definido por [[Julius Nyerere]] da [[Tanzânia]], [[Léopold Sédar Senghor|Léopold Senghor]] do [[Senegal]], [[Kwame Nkrumah]] de [[Gana]] e [[Ahmed Sékou Touré|Sékou Touré]] da [[Guiné]].<ref>{{Citar livro|título=African Socialism|ultimo=Friedland|primeiro=William|ultimo2=Rosberg Jr.|primeiro2=Carl|editora=Stanford University Press|ano=1964|localização=California}}</ref>

A [[Revolução Cubana]] (1953-1959) foi uma revolta armada conduzida pelo [[Movimento 26 de Julho]] de [[Fidel Castro]] e seus aliados contra o governo de [[Fulgencio Batista]]. O governo de Castro acabou adotando o [[comunismo]], tornando-se o [[Partido Comunista de Cuba]] em outubro de 1965.<ref>[https://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=98937598 "Cuba Marks 50 Years Since 'Triumphant Revolution'"]. Jason Beaubien. NPR. 1 de janeiro de 2009. Acessado em 9 de julho de 2013.</ref>

Na Indonésia, um regime militar de direita liderado por Suharto [[Massacre na Indonésia de 1965–1966|matou entre 500 mil e um milhão de pessoas]] em 1965 e 1966, principalmente para esmagar a crescente influência do [[Partido Comunista da Indonésia|Partido Comunista]] e de outros grupos de esquerda, com o apoio dos [[Estados Unidos]] que forneciam listas de mortes contendo milhares de nomes de supostos comunistas de alto escalão.<ref>{{Citar livro|url=https://press.princeton.edu/titles/11135.html|título=The Killing Season: A History of the Indonesian Massacres, 1965–66|ultimo=Robinson|primeiro=Geoffrey B.|data=2018|editora=Princeton University Press|isbn=978-1-4008-8886-3}}</ref><ref>{{Citar livro|título=The Jakarta Method|ultimo=Bevins|primeiro=Vincent|data=2020|editora=[[PublicAffairs]]|isbn=978-1541742406|autorlink=Vincent Bevins}}</ref><ref>Roosa, John (2006). ''Pretext for Mass Murder: 30 September Movement and Suharto's Coup d'État in Indonesia''. Madison, Wisconsin: The University of Wisconsin Press. {{ISBN|978-0-299-22034-1}}</ref><ref>{{Citar livro|título=Economists with Guns: Authoritarian Development and U.S.–Indonesian Relations, 1960–1968|ultimo=Simpson|primeiro=Bradley|data=2010|editora=Stanford University Press|isbn=978-0-8047-7182-5}}</ref><ref>Mark Aarons (2007). [https://books.google.com/books?id=dg0hWswKgTIC&pg=PA69 "Justice Betrayed: Post-1945 Responses to Genocide"]. In David A. Blumenthal and Timothy L. H. McCormack (eds). [http://www.brill.com/legacy-nuremberg-civilising-influence-or-institutionalised-vengeance ''The Legacy of Nuremberg: Civilising Influence or Institutionalised Vengeance? (International Humanitarian Law)'']. Martinus Nijhoff Publishers. [https://books.google.com/books?id=dg0hWswKgTIC&pg=PA81 pp. 80–81]. {{ISBN|90-04-15691-7}}</ref>

==== Nova Esquerda ====
{{AP|Nova Esquerda}}
[[Imagem:Vietnamdem.jpg|thumb|upright|Manifestação contra a [[Guerra do Vietnã]] em [[Condado de Arlington|Arlington]], [[Estados Unidos]], em 21 de outubro de 1967]]
A [[Nova Esquerda]] foi um termo usado principalmente no Reino Unido e nos Estados Unidos em referência a [[Ativismo|ativistas]], educadores, agitadores e outros que, nas décadas de 1960 e 1970, buscaram implementar uma ampla gama de reformas em questões como [[direitos dos homossexuais]], [[aborto]], [[papéis de gênero]] e as drogas<ref name="Carmines and Layman">Carmines, Edward G., and Geoffrey C. Layman. 1997. "Issue Evolution in Postwar American Politics." In Byron Shafer, ed., ''Present Discontents''. NJ:Chatham House Publishers.</ref> em contraste com os movimentos de esquerda ou marxistas anteriores, que adotaram uma [[Vanguardismo (Leninismo)|abordagem mais vanguardista]] da [[justiça social]] e se concentraram principalmente na [[Sindicato|sindicalização dos trabalhadores]] e nas questões de classe social.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=3nJUwFqRLTwC&pg=PA275|título=Ideas for Action: Relevant Theory for Radical Change|ultimo=Cynthia Kaufman|editora=South End Press|ano=2003|isbn=978-0-89608-693-7}}</ref><ref>[[Todd Gitlin]], "The Left's Lost Universalism". In Arthur M. Melzer, Jerry Weinberger and M. Richard Zinman, eds., ''Politics at the Turn of the Century'', pp.&nbsp;3–26 (Lanham, MD: [[Rowman & Littlefield]], 2001).</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Endgame Identity? Mapping the New Left Roots of Identity Politics |ultimo=Farred |primeiro=Grant |autorlink=Grant Farred |ano=2000 |paginas=627–48 |doi=10.1353/nlh.2000.0045 |jstor=20057628 |volume=31 |periódico=[[New Literary History]]}}</ref> A Nova Esquerda rejeitou o envolvimento com o [[movimento operário]] e com a teoria histórica da [[Luta de classes|luta]] [[Marxismo|de classes do marxismo]].<ref>Jeffrey W. Coker. ''Confronting American Labor: The New Left Dilemma''. Univ of Missouri Press, 2002.</ref>

Nos Estados Unidos, a Nova Esquerda foi associada ao [[Hippie|movimento hippie]] e aos movimentos de protesto contra a [[Guerra do Vietnã]] nos campi universitários, bem como aos movimentos de libertação negra, como o [[Partido dos Panteras Negras]].<ref name="Pearson">{{Citar livro|título=In the Shadow of the Panther: Huey Newton and the Price of Black Power in America|ultimo=Pearson|primeiro=Hugh|editora=Perseus Books|ano=1994|isbn=978-0-201-48341-3}}</ref> Embora inicialmente formados em oposição ao Partido Democrata da "Velha Esquerda", os grupos que compõem a Nova Esquerda gradualmente se tornaram atores centrais na coalizão democrata.<ref name="Carmines and Layman"/>

==== Protestos de 1968 ====
{{AP|Protestos de 1968}}
[[Ficheiro:Ludwig Binder Haus der Geschichte Studentenrevolte 1968 2001 03 0275.0011 (16910985309).jpg|thumb|upright|Protesto contra a [[Guerra do Vietnã]] em [[Berlim Ocidental]] em 1968]]

Os [[protestos de 1968]] representaram uma escalada mundial de conflitos sociais, caracterizados predominantemente por rebeliões populares contra as elites militares, capitalistas e burocráticas que responderam com uma escalada de [[repressão política]]. Esses protestos marcaram uma virada para o [[Movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos|movimento pelos direitos civis]] nos Estados Unidos, que produziu movimentos revolucionários, como os Panteras Negras. O proeminente líder dos direitos civis [[Martin Luther King Jr.]] organizou a "[[Campanha dos Pobres]]" para tratar de questões de justiça econômica,<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/otheramericanlif0000isse/page/281|título=The Other American: The Life of Michael Harrington|ultimo=Isserman|primeiro=Maurice|editora=Public Affairs|ano=2001|isbn=978-1-58648-036-3}}</ref> enquanto pessoalmente demonstrava simpatia pelo [[socialismo democrático]].<ref>"There must be a better distribution of wealth, and maybe America must move toward a democratic socialism."{{Citar livro|título=Liberating Visions: Human Fulfillment and Social Justice in African-American Thought|ultimo=Franklin|primeiro=Robert Michael|editora=Fortress Press|ano=1990|isbn=978-0-8006-2392-0}}</ref> Em reação à [[ofensiva do Tet]], os protestos também desencadearam um amplo movimento de oposição à Guerra do Vietnã em todos os Estados Unidos e até mesmo em [[Londres]], [[Paris]], [[Berlim]] e [[Roma]]. Em 1968, a [[Internacional das Federações Anarquistas]] foi fundada durante uma conferência anarquista internacional realizada em [[Carrara]] pelas três federações europeias existentes: [[Federação Anarquista (França)|Francesa]], a [[Federação Anarquista Ibérica|Ibérica]] e [[Federazione Anarchica Italiana|Italiana]], bem como a federação búlgara no exílio francês.

Os movimentos socialistas ou comunistas de massa cresceram não apenas nos Estados Unidos, mas também na maioria dos países europeus. A manifestação mais espetacular disso foram os [[Maio de 1968|protestos de maio de 1968 na França]], nos quais os estudantes se uniram a greves de até dez milhões de trabalhadores e por alguns dias o movimento parecia capaz de derrubar o governo.

Em muitos outros países capitalistas, as lutas contra as ditaduras, a repressão estatal e a colonização também foram marcadas por protestos em 1968, como o início dos [[Conflitos na Irlanda do Norte|Troubles]] na [[Irlanda do Norte]], o [[massacre de Tlatelolco]] na [[Cidade do México]] e a escalada da guerra de guerrilha contra a [[Ditadura militar brasileira|ditadura militar em Brasil]]. Países governados por partidos comunistas protestaram contra as elites burocráticas e militares. Na [[Europa Oriental]], houve protestos generalizados que aumentaram principalmente na [[Primavera de Praga]] na [[Tchecoslováquia]]. Em resposta, a União Soviética ocupou o território tchecoslovaco, mas a ocupação foi denunciada pelos partidos comunistas [[Partido Comunista Italiano|italiano]] e [[Partido Comunista Francês|francês]]<ref name="OSA">{{Citar web |ultimo=Devlin |primeiro=Kevin |url=http://files.osa.ceu.hu/holdings/300/8/3/text/135-2-510.shtml |titulo=Western CPs Condemn Invasion, Hail Prague Spring |acessodata=20 de fevereiro de 2008 |publicado=Open Society Archives|datali=julho de 2022}}</ref> e pelo Partido Comunista da Finlândia. Poucos líderes políticos da [[Europa Ocidental]] defenderam a ocupação, entre eles o secretário-geral [[Partido Comunista Português|comunista português]] [[Álvaro Cunhal]],<ref>Andrew, Mitrokhin (2005), p. 444</ref> junto com o [[Partido Comunista do Luxemburgo|Partido Comunista de Luxemburgo]] e facções conservadoras do [[Partido Comunista da Grécia]].

Na [[Revolução Cultural Chinesa]], um movimento social-político da juventude se mobilizou contra os elementos "[[burgueses]]" que aparentavam estar se infiltrando no governo e na sociedade em geral, com o objetivo de restaurar o capitalismo. Este movimento motivou movimentos inspirados pelo [[maoismo]] em todo o mundo no contexto da ruptura sino-soviética.

=== Final do século XX ===
{{AP|Abertura econômica da China|Dissolução da União Soviética|Eurocomunismo|Revolução Sandinista|Terceira via}}
[[Ficheiro:Salvador_Allende_2.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|upright|[[Salvador Allende]], [[presidente do Chile]] e membro do [[Partido Socialista do Chile|Partido Socialista]], cuja presidência e vida foram encerradas por um [[Golpe de Estado no Chile em 1973|golpe militar]] apoiado [[Central Intelligence Agency|pela CIA]]<ref>{{Citar livro|url=https://global.oup.com/academic/product/a-brief-history-of-neoliberalism-9780199283279?cc=us&lang=en&|título=A Brief History of Neoliberalism|ultimo=Harvey|primeiro=David|editora=[[Oxford University Press]]|ano=2005|isbn=978-0-19-928327-9|autorlink=David Harvey (geographer)}}</ref>]]
Na década de 1960, uma tendência socialista dentro da [[Igreja Católica]] latino-americana apareceu e ficou conhecida como [[teologia da libertação]]<ref>Richard P. McBrien, ''Catholicism'' (Harper Collins, 1994), chapter IV.</ref><ref>[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/551569/socialism/276340/Socialism-after-Marx "Socialism"] at ''[[Encyclopædia Britannica]] Online''. "One manifestation of this connection was liberation theology—sometimes characterised as an attempt to marry Marx and Jesus—which emerged among Roman Catholic theologians in Latin America in the 1960s."</ref> Isso motivou o padre colombiano [[Camilo Torres|Camilo Torres Restrepo]] a entrar na guerrilha do[[Exército de Libertação Nacional (Colômbia)|ELN]]. No Chile, [[Salvador Allende]], médico e candidato pelo [[Partido Socialista do Chile|Partido Socialista]], foi [[Eleições presidenciais no Chile em 1970|eleito presidente]] em 1970. Em 1973, seu governo foi derrubado pela ditadura militar de [[Augusto Pinochet]], apoiada pelos Estados Unidos, que durou até o final dos anos 1980.<ref>{{Citar jornal |url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/3089846.stm |titulo=Profile of Salvador Allende |data=8 de setembro de 2003 |publicado=BBC}}</ref> O regime de Pinochet era o líder da [[Operação Condor]], uma campanha de repressão e de [[terrorismo de Estado]] apoiada pelos Estados Unidos, realizada pelos serviços de inteligência dos países do [[Cone Sul]] da América Latina para eliminar a suposta subversão comunista."<ref>{{Citar livro|url=http://www.routledge.com/books/details/9780415462402/|título=State Terrorism and Neoliberalism: The North in the South|ultimo=Blakeley|primeiro=Ruth|data=2009|editora=[[Routledge]]|isbn=978-0-415-68617-4}}</ref><ref>{{Citar livro|título=State Violence and Genocide in Latin America: The Cold War Years (Critical Terrorism Studies)|ultimo=McSherry|primeiro=J. Patrice|editora=[[Routledge]]|ano=2011|editor-sobrenome=Esparza, Marcia|capitulo=Chapter 5: "Industrial repression" and Operation Condor in Latin America|isbn=978-0-415-66457-8|autorlink1=J. Patrice McSherry|editor-sobrenome2=Henry R. Huttenbach|editor-sobrenome3=Daniel Feierstein}}</ref> Na [[Jamaica]], o [[Socialismo democrático|socialista democrático]]<ref>{{Citar web |ultimo=Robert Buddan |url=http://www.jamaica-gleaner.com/gleaner/20090308/focus/focus4.html |titulo=Michael Manley: nation-builder |data=8 de março de 2009 |acessodata=11 de janeiro de 2012 |publicado=[[Jamaica Gleaner]] |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120125061311/http://jamaica-gleaner.com/gleaner/20090308/focus/focus4.html |arquivodata=25 de janeiro de 2012}}</ref> [[Michael Manley]] serviu como quarto primeiro-ministro jamaicano de 1972 a 1980 e de 1989 a 1992. De acordo com pesquisas de opinião, ele continua sendo um dos primeiros-ministros mais populares da Jamaica desde a independência.<ref>{{Citar web |url=http://jamaica-gleaner.com/gleaner/20120812/focus/focus6.html |titulo=Where Would Jamaica Be Without Michael Manley? |data=12 de agosto de 2012 |acessodata=11 de março de 2013 |website=Jamaica Gleaner}}</ref> A Revolução da Nicarágua englobou a crescente oposição à [[Família Somoza|ditadura de Somoza]] nas décadas de 1960 e 1970, a campanha liderada pela [[Frente Sandinista de Libertação Nacional]] (FSLN) para derrubar violentamente a ditadura em 1978-1979, os esforços subsequentes da FSLN para governar a Nicarágua a partir de 1979 até 1990<ref>Louis Proyect, ''Nicaragua'', discusses, among other things, the reforms and the degree to which socialism was intended or achieved.</ref> e as medidas socialistas que incluíram [[reforma agrária]]<ref>"Agrarian Productive Structure in Nicaragua", ''SOLÁ MONSERRAT, Roser. 1989. p. 69 and ss''.</ref><ref>Louis Proyect, ''Nicaragua'', about 4/5 of the way down.</ref> e programas educacionais.<ref>{{Citar jornal |ultimo=B. Arrien |primeiro=Juan |url=http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001459/145937e.pdf |titulo=Literacy in Nicaragua |acessodata=1 de agosto de 2007 |publicado=UNESCO}}</ref> O [[Governo Revolucionário Popular de Granada|Governo Revolucionário do Povo]] foi proclamado em 13 de março de 1979 em [[Granada (país)|Granada,]] mas foi derrubado pelas [[Forças Armadas dos Estados Unidos]] em 1983. A [[Guerra Civil de El Salvador|Guerra Civil Salvadorenha]] (1979-1992) foi um conflito entre o governo militar de [[El Salvador]] e a [[Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional]] (FMLN), uma coalizão ou [[organização guarda-chuva]] de cinco grupos guerrilheiros socialistas. Um golpe em 15 de outubro de 1979 levou à matança de manifestantes anti-golpe pelo governo, bem como manifestantes anti-desordem pela guerrilha, e é amplamente visto como o ponto de inflexão para a guerra civil.<ref>{{Citar livro|título=Insurgent Collective Action and Civil War in El Salvador|ultimo=Wood|primeiro=Elizabeth|editora=Cambridge University Press|ano=2003|localização=Cambridge}}</ref>

Na Itália, a [[Autonomia Operaia]] foi um movimento de esquerda particularmente ativo de 1976 a 1978. Teve um papel importante no [[Autonomismo|movimento autonomista]] na década de 1970, ao lado de organizações anteriores como [[Potere Operaio]] (criada após maio de 1968) e [[Lotta Continua]].<ref>Paolo Virno, Michael Hardt, ''[https://books.google.com/books?id=AQumJdO6AgIC&pg=PT254 Radical Thought in Italy: A Potential Politics]'', Minnesota Press, 2006. {{ISBN|978-0-8166-4924-2}}</ref> Essa experiência estimulou o [[autonomismo]] do movimento radical socialista contemporâneo.<ref>Sylvere Lotringer & Christian Marazzi ed. ''Autonomia: Post-Political Politics''], New York: Semiotext(e), 1980, 2007</ref> Em 1982, o recém-eleito governo socialista francês de [[François Mitterrand]] fez nacionalizações em alguns setores importantes, incluindo bancos e seguradoras.<ref>James C. Docherty. Historical dictionary of socialism. The Scarecrow Press Inc. London 1997. pp. 181–82</ref> O [[eurocomunismo]] foi uma tendência nas décadas de 1970 e 1980 em vários partidos comunistas da Europa Ocidental para desenvolver uma teoria e prática de transformação social que fosse mais relevante para um país da Europa Ocidental e menos alinhada à influência ou controle do [[Partido Comunista da União Soviética]]. Fora da Europa Ocidental, às vezes é chamado de [[neocomunismo]].<ref name="Definition of Eurocommunism">{{Citar web |ultimo=Webster |primeiro=Dictionary |url=http://www.merriam-webster.com/dictionary/eurocommunism |titulo=Definition of Eurocommunism |acessodata=9 de abril de 2013 |website=Dictionary Entry |publicado=Webster's Dictionary}}</ref> Alguns partidos comunistas com forte apoio popular, notadamente o [[Partido Comunista Italiano]] (PCI) e o [[Partido Comunista de Espanha|Partido Comunista da Espanha]] (PCE) adotaram o eurocomunismo com mais entusiasmo e o Partido Comunista da Finlândia também foi dominado por eurocomunistas. O [[Partido Comunista Francês]] (PCF) e muitos partidos menores se opuseram fortemente ao eurocomunismo e permaneceram alinhados com o Partido Comunista soviético até o colapso da União Soviética.

No final da década de 1970 e na década de 1980, a Internacional Socialista (IS) teve extensos contatos e discussões com as duas potências da [[Guerra Fria]], os Estados Unidos e a União Soviética, sobre as relações ocidente-oriente e o controle de armas. Desde então, a IS admitiu como partidos membros o [[Frente Sandinista de Libertação Nacional|FSLN]] da Nicarágua, o [[Partido Independentista Portorriquenho|Partido da Independência de Porto Rico]], bem como antigos partidos comunistas, como o [[Partido Democrático da Esquerda|Partido Democrático de Esquerda]] da Itália e a [[Frente de Libertação de Moçambique]] (FRELIMO). A IS ajudou os partidos social-democratas a se restabelecerem quando a ditadura deu lugar à democracia em [[Revolução de 25 de Abril de 1974|Portugal (1974)]] e na [[Transição Espanhola|Espanha (1975)]]. Até o Congresso de Genebra de 1976, a IS tinha poucos membros fora da Europa e nenhum envolvimento formal com a América Latina.<ref>The Dictionary of Contemporary Politics of South America, Routledge, 1989</ref>
[[Ficheiro:RIAN_archive_850809_General_Secretary_of_the_CPSU_CC_M._Gorbachev_(crop).jpg|upright|miniaturadaimagem| [[Mikhail Gorbatchov|Mikhail Gorbachev]], [[Secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da URSS|Secretário Geral do Partido Comunista da União Soviética]] (1985–1991)]]
Após a morte de [[Mao Zedong]] em 1976 e a prisão da facção conhecida como [[Camarilha dos Quatro|Gangue dos Quatro]], culpada pelos excessos da Revolução Cultural, [[Deng Xiaoping]] assumiu o poder e conduziu a República Popular da China a reformas econômicas significativas. O [[Partido Comunista da China|Partido Comunista Chinês]] (PCC) afrouxou o controle governamental sobre a vida pessoal dos cidadãos e as [[Comuna popular (China)|comunas]] foram dissolvidas em favor de arrendamentos de terras privadas, assim, a transição da China de uma economia planejada para uma economia mista denominada "[[socialismo com características chinesas]]"<ref name="Ref_e">Hart-Landsberg, Martin; and Burkett, Paul. [http://www.monthlyreview.org/chinaandsocialism.htm "China and Socialism: Market Reforms and Class Struggle"]. Monthly Review. Acessado em 30 de outubro de 2008.</ref> manteve os direitos de propriedade estatal sobre a terra, a propriedade estatal ou cooperativa de grande parte dos setores industriais e de manufatura pesados e a influência estatal nos setores bancário e financeiro. A China adotou sua [[Constituição da República Popular da China|constituição]] atual em 4 de dezembro de 1982. O [[Secretário-Geral do Partido Comunista da China|secretário-geral]] do [[Partido Comunista da China|Partido Comunista Chinês]], [[Jiang Zemin]], os [[Primeiro-ministro da China|primeiros-ministros]] [[Li Peng]] e [[Zhu Rongji]] lideraram o país na década de 1990. Sob sua administração, o desempenho econômico da China levou cerca de 150 milhões de camponeses saíram da pobreza e sustentaram uma taxa média de crescimento do [[produto interno bruto]] (PIB) de 11,2%.ao ano<ref name="Ref_h">[http://www.chinadaily.com.cn/en/doc/2003-07/11/content_244499.htm ''Nation bucks trend of global poverty''] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20110814035102/http://www.chinadaily.com.cn/en/doc/2003-07/11/content_244499.htm|data=14 de agosto de 2011}}. ''China Daily''. 11 July 2003. Retrieved 10 July 2013.</ref><ref name="Ref_i">[http://english.people.com.cn/english/200003/01/eng20000301X115.html ''China's Average Economic Growth in 90s Ranked 1st in World'']. ''People's Daily''. 1 de março de 2000. Acessado em 10 de julho de 2013.</ref> No [[6.º Congresso Nacional do Partido Comunista do Vietname|Sexto Congresso Nacional]] do [[Partido Comunista do Vietnã]] em dezembro de 1986, políticos reformistas substituíram o governo da "velha guarda" por uma nova liderança.<ref name="Stowe">Stowe, Judy (28 de abril de 1998). "Obituary: Nguyen Van Linh". ''The Independent'' (London). p. 20.</ref><ref name="Ackland">Ackland, Len (20 de março de 1988). "Long after U.S. war, Vietnam is still a mess". ''St. Petersburg Times'' (Florida). p. 2-D.</ref> Os reformadores eram liderados por [[Nguyễn Văn Linh|Nguyen Van Linh]], de 71 anos, que se tornou o novo secretário-geral do partido. Linh e os reformadores implementaram uma série de reformas de [[mercado livre]] chamada ''{{Lang|vi|[[Doi Moi|Đổi Mới]]}}'' ("Renovação"), que administrou cuidadosamente a transição de uma [[Economia planificada|economia planejada]] para uma "economia de mercado de orientação socialista".<ref>Murray, Geoffrey (1997). ''Vietnam: Dawn of a New Market''. New York: St. Martin's Press. pp. 24–25. {{ISBN|0-312-17392-X}}.</ref><ref name="Loan">{{Citar jornal |ultimo=Loan |primeiro=Hoang Thi Bich |url=http://www.tapchicongsan.org.vn/details_e.asp?Object=29152838&News_ID=18459436 |titulo=Consistently pursuing the socialist orientation in developing the market economy in Vietnam |data=18 de abril de 2007 |website=Communist Review |publicado=TạpchíCộngsản.org.vn |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110510005305/http://www.tapchicongsan.org.vn/details_e.asp?Object=29152838&News_ID=18459436 |arquivodata=10 de maio de 2011}}</ref> [[Mikhail Gorbatchov|Mikhail Gorbachev]] desejava levar a União Soviética em direção a uma social-democracia de estilo nórdico, chamando-a de "um farol socialista para toda a humanidade".<ref>Philip Whyman, Mark Baimbridge and Andrew Mullen (2012). ''The Political Economy of the European Social Model (Routledge Studies in the European Economy).'' [[Routledge]]. {{ISBN|0-415-47629-1}} [https://books.google.com/books?id=e-M_cdwdgoMC&pg=PA108 p. 108]. "In short, Gorbachev aimed to lead the Soviet Union towards the Scandinavian social democratic model."</ref> Antes de sua dissolução em 1991, a [[economia da União Soviética]] era a segunda maior do mundo, depois dos Estados Unidos.<ref name="cia1990">{{Citar web |url=http://www.umsl.edu/services/govdocs/wofact90/world12.txt |titulo=1990 CIA World Factbook |acessodata=9 de março de 2008 |publicado=[[Central Intelligence Agency]]}}</ref> Com o [[colapso da URSS]], a integração econômica das repúblicas soviéticas foi dissolvida e a atividade industrial geral declinou substancialmente.<ref>Oldfield, J.D. (2000) Structural economic change and the natural environment in the Russian Federation. Post-Communist Economies, 12(1): 77–90</ref> Um legado duradouro permanece na infraestrutura física criada durante décadas de práticas combinadas de produção industrial e destruição ambiental generalizada.<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/troubledlandsleg00pete|título=Troubled Lands: The Legacy of Soviet Environmental Destruction (A Rand Research Study)|ultimo=D.J. Peterson|data=1993|editora=Westview Press|isbn=978-0-8133-1674-1|acessodata=3 de abril de 2016}}</ref> A transição para o capitalismo na ex-União Soviética e no [[Bloco de Leste|Bloco do Leste]], que foi acompanhada pela "[[Terapia de choque (economia)|terapia de choque]]" inspirada no [[Consenso de Washington]],<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PHhTDwAAQBAJ&pg=PA3|título=From Triumph to Crisis: Neoliberal Economic Reform in Postcommunist Countries|ultimo=Appel|primeiro=Hilary|ultimo2=Orenstein|primeiro2=Mitchell A.|data=2018|editora=[[Cambridge University Press]]|isbn=978-1-108-43505-5}}</ref> resultou em uma queda acentuada no [[padrão de vida]]. A região experimentou o aumento da desigualdade econômica e da pobreza<ref name="Scheidel2017">{{Citar livro|título=The Great Leveler: Violence and the History of Inequality from the Stone Age to the Twenty-First Century|ultimo=Scheidel|primeiro=Walter|editora=[[Princeton University Press]]|ano=2017|páginas=51, 222–23|isbn=978-0-691-16502-8|autorlink=Walter Scheidel}}</ref> um aumento no excesso de mortalidade<ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/7828901.stm Privatisation 'raised death rate']. ''[[BBC]],'' 15 de janeiro de 2009. Acessado em 24 de novembro de 2018.</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Premature Deaths: Russia's Radical Economic Transition in Soviet Perspective |data=2001 |ultimo=Rosefielde |primeiro=Steven |autorlink=Steven Rosefielde |paginas=1159–1176 |doi=10.1080/09668130120093174 |volume=53 |periódico=[[Europe-Asia Studies]]}}</ref> e um declínio na [[expectativa de vida]],<ref>{{Citar livro|url=https://www.dukeupress.edu/red-hangover|título=Red Hangover: Legacies of Twentieth-Century Communism|ultimo=Ghodsee|primeiro=Kristen|data=2017|editora=[[Duke University Press]]|páginas=63–64|isbn=978-0-8223-6949-3|autorlink=Kristen R. Ghodsee}}</ref> que foi acompanhado pelo fortalecimento de uma [[Oligarcas russos|oligarquia empresarial recém-estabelecida]] na primeira. O país pós-soviético médio havia retornado aos níveis de 1989 de PIB ''per capita'' em 2005,<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PHhTDwAAQBAJ&pg=PA36|título=From Triumph to Crisis: Neoliberal Economic Reform in Postcommunist Countries|ultimo=Appel|primeiro=Hilary|ultimo2=Orenstein|primeiro2=Mitchell A.|data=2018|editora=[[Cambridge University Press]]|isbn=978-1-108-43505-5}}</ref> embora alguns ainda estejam muito atrás disso,<ref>{{Citar periódico |titulo=After the Wall Fell: The Poor Balance Sheet of the Transition to Capitalism |ultimo=Milanović |primeiro=Branko |autorlink=Branko Milanović |ano=2015 |paginas=135–138 |doi=10.1080/05775132.2015.1012402 |volume=58 |periódico=Challenge}}</ref> o que levou a um aumento do sentimento nacionalista e da [[Nostalgia pela União Soviética|nostalgia da era comunista]].<ref>{{Citar livro|url=https://www.dukeupress.edu/red-hangover|título=Red Hangover: Legacies of Twentieth-Century Communism|ultimo=Ghodsee|primeiro=Kristen|data=2017|editora=[[Duke University Press]]|páginas=xix–xx, 134, 197–200|isbn=978-0-8223-6949-3|autorlink=Kristen Ghodsee}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Ghodsee |primeiro=Kristen R. |autorlink=Kristen Ghodsee |ultimo2=Sehon |primeiro2=Scott |autorlink2=Scott Sehon |url=https://aeon.co/essays/the-merits-of-taking-an-anti-anti-communism-stance |titulo=Anti-anti-communism |data=22 de março de 2018 |acessodata=26 de setembro de 2018 |website=Aeon}}</ref><ref>{{Citar jornal |url=http://www.pewglobal.org/2011/12/05/confidence-in-democracy-and-capitalism-wanes-in-former-soviet-union/ |titulo=Confidence in Democracy and Capitalism Wanes in Former Soviet Union |data=5 de dezembro de 2011 |acessodata=24 de novembro de 2018 |website=Pew Research Center's Global Attitudes Project}}</ref>

Muitos partidos social-democratas, especialmente após a [[Guerra Fria]], adotaram políticas de mercado [[neoliberais]], incluindo [[privatização]], [[desregulamentação]] e [[financeirização]]. Eles abandonaram sua busca pelo socialismo moderado em favor do [[Liberalismo económico|liberalismo econômico]]. Na década de 1980, com a ascensão de políticos neoliberais conservadores, como [[Ronald Reagan]] nos Estados Unidos, [[Margaret Thatcher]] no Reino Unido, [[Brian Mulroney]] no Canadá e [[Augusto Pinochet]] no Chile, o [[estado de bem-estar social]] ocidental foi atacado de dentro, mas o apoio estatal ao corporativo setor foi mantido.<ref>Gary Teeple (2000). [http://www.utppublishing.com/Globalization-and-the-Decline-of-Social-Reform-Into-the-Twenty-First-Century.html ''Globalization and the Decline of Social Reform: Into the Twenty-first Century'']. {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20150904015242/http://www.utppublishing.com/Globalization-and-the-Decline-of-Social-Reform-Into-the-Twenty-First-Century.html|data=4 de setembro de 2015}}. [[University of Toronto Press]]. [https://books.google.com/books?id=hf6yur35y3QC&pg=PA47 p. 47]. {{ISBN|978-1-55193-026-8}}</ref> [[Monetarismo|Monetaristas]] e neoliberais atacaram os sistemas de bem-estar social como impedimentos ao [[empreendedorismo]] privado. No Reino Unido, o então líder do [[Partido Trabalhista (Reino Unido)|Partido Trabalhista]], [[Neil Kinnock]], fez um ataque público contra o grupo [[Entrismo sui generis|entrista]] [[militante]] na conferência do Partido Trabalhista de 1985. O Trabalhismo decidiu que o Militant não era elegível para afiliação ao partido e gradualmente expulsou seus apoiadores. A liderança de Kinnock se recusou a apoiar a [[Greve dos mineiros do Reino Unido (1984-1985)|greve dos mineiros de 1984–1985]] sobre o fechamento de minas, uma decisão que a ala esquerda do partido e o [[União Nacional de Mineiros (Grã-Bretanha)|Sindicato Nacional dos Mineiros]] culparam pela derrota final da greve. Em 1989, o 18º Congresso da Internacional Socialista adotou uma nova Declaração de Princípios, afirmando:<blockquote>O socialismo democrático é um movimento internacional pela liberdade, justiça social e solidariedade. Seu objetivo é alcançar um mundo pacífico onde esses valores básicos possam ser valorizados e onde cada indivíduo possa viver uma vida significativa com o pleno desenvolvimento de sua personalidade e talentos, e com a garantia dos direitos humanos e civis em um contexto democrático de sociedade.<ref>{{Citar web |url=http://www.socialistinternational.org/4Principles/dofpeng2.html |titulo=Socialist International – Progressive Politics for a Fairer World |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080222070726/http://www.socialistinternational.org/4Principles/dofpeng2.html |arquivodata=22 de fevereiro de 2008}}</ref></blockquote>Na década de 1990, o Partido Trabalhista britânico sob o comando de [[Tony Blair]] promulgou políticas baseadas na economia de [[mercado livre]] para fornecer serviços públicos por meio da iniciativa de finanças privadas. Influente nessas políticas foi a ideia de uma [[Terceira Via]], que exigia uma reavaliação das políticas do estado de bem-estar social.<ref>Jane Lewis, Rebecca Surender. ''Welfare State Change: Towards a Third Way?''. Oxford University Press, 2004. pp. 3–4, 16.</ref> Em 1995, o Partido Trabalhista redefiniu sua postura sobre o socialismo reformulando a Cláusula IV de sua constituição, definindo o socialismo em termos éticos e removendo todas as referências à propriedade pública, trabalhista direta ou municipal dos meios de produção. O Partido Trabalhista afirmou: "O Partido Trabalhista é um partido socialista democrático. Acredita que, pela força do nosso esforço comum, alcançamos mais do que alcançamos sozinhos, de modo a criar, para cada um de nós, os meios para realizar nosso verdadeiro potencial e, para todos nós, uma comunidade em que o poder, riqueza e oportunidade estão nas mãos de muitos, não de poucos".<ref>{{Citar web |url=http://www.labour.org.uk/labour_policies |titulo=Labour Party Clause Four |data=30 de outubro de 2008 |acessodata=2 de junho de 2010 |publicado=Labour.org.uk |arquivourl=https://web.archive.org/web/20070711081023/http://www.labour.org.uk/labour_policies |arquivodata=11 de julho de 2007}}</ref>

== Política socialista contemporânea ==

=== África ===
{{AP|Socialismo africano}}
[[Ficheiro:1989_CPA_6101.jpg|miniaturadaimagem|upright|[[Kwame Nkrumah]], o primeiro [[Presidente do Gana|presidente de Gana]] e teórico do [[socialismo africano]], em um selo postal comemorativo da [[União Soviética]]]]

O [[socialismo africano]] foi e continua a ser uma ideologia importante em todo o continente. [[Julius Nyerere]] foi inspirado pelos ideais [[Sociedade Fabiana|socialistas fabianos]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=rUdmyzkw9q4C&pg=PA880+|título=Encyclopedia of the Cold War|ultimo=Ruud van Dijk|ultimo2=William Glenn Gray|ultimo3=Svetlana Savranskaya|ultimo4=Jeremi Suri|ultimo5=Qiang Zhai|editora=Taylor & Francis|ano=2008|isbn=978-0-203-88021-0}}</ref> Ele acreditava firmemente nos africanos rurais e em suas tradições e no [[ujamaa]], um sistema de coletivização que, segundo Nyerere, estava presente antes do [[imperialismo europeu]]. Essencialmente, ele acreditava que os africanos já eram socialistas. Outros socialistas africanos incluem [[Jomo Kenyatta]], [[Kenneth Kaunda]], [[Nelson Mandela]] e [[Kwame Nkrumah]]. [[Fela Kuti]] foi inspirado pelo socialismo e clamou por uma república africana democrática. Na [[África do Sul]], o [[Congresso Nacional Africano]] (ANC) abandonou suas alianças socialistas parciais após assumir o poder e seguiu uma rota neoliberal padrão. De 2005 a 2007, o país foi devastado por milhares de protestos de comunidades pobres. Um deles deu origem a um movimento em massa de moradores de barracos, o [[Abahlali baseMjondolo]], que, apesar da grande repressão policial, continua trabalhando para o planejamento popular e contra a criação de uma economia de mercado em terras e moradias.

=== Ásia ===
{{AP|Socialismo árabe|História da República Popular da China|Economia de mercado socialista}}
Na Ásia, os Estados com economias socialistas — como a [[República Popular da China]], [[Coreia do Norte]], [[Laos]] e [[Vietnã]] — se afastaram amplamente do planejamento econômico centralizado no século XXI, colocando uma ênfase maior nos mercados, como a [[economia de mercado socialista]] chinesa e a economia de mercado orientada para o socialismo vietnamita. Eles usam [[Empresa estatal|modelos de gestão corporativa de propriedade estatal]] em oposição à modelagem de empresa socialista em estilos de gestão tradicionais empregados por agências governamentais. Na China, os padrões de vida continuaram a melhorar rapidamente, apesar da [[Grande Recessão|recessão do final dos anos 2000]], mas o controle político centralizado permaneceu rígido.<ref>{{Citar web |url=https://www.pbs.org/wgbh/pages/frontline/tankman/etc/transcript.html |titulo=''Frontline'': ''The Tank Man'' transcript |data=11 de abril de 2006 |acessodata=12 de julho de 2008 |website=Frontline |publicado=PBS}}</ref> [[Brian Reynolds Myers]] em seu livro ''[[A raça mais limpa|The Cleanest Race]]'', posteriormente apoiado por outros acadêmicos,<ref>[[Andrei Lankov]]. Review of ''The Cleanest Race''. ''Far Eastern Economic Review''. 4 de dezembro de 2010.</ref> rejeita a ideia de que ''[[Juche]]'' é a ideologia líder da Coreia do Norte, considerando sua exaltação pública como destinada a enganar os estrangeiros,<ref name="Rank">{{Citar jornal |ultimo=Rank |primeiro=Michael |url=http://www.atimes.com/atimes/Korea/LD10Dg02.html |titulo=Lifting the cloak on North Korean secrecy: ''The Cleanest Race, How North Koreans See Themselves'' by B R Myers |data=10 de abril de 2012 |acessodata=13 de dezembro de 2012 |website=Asia Times |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100412124915/http://www.atimes.com/atimes/Korea/LD10Dg02.html |arquivodata=12 de abril de 2010}}</ref> apontando que [[Constituição da Coreia do Norte|constituição norte-coreana]] de 2009 omite qualquer menção ao comunismo.<ref name="Hitchens">{{Citar jornal |ultimo=Hitchens |primeiro=Christopher |autorlink=Christopher Hitchens |url=http://www.slate.com/id/2243112/ |titulo=A Nation of Racist Dwarfs |data=1 de fevereiro de 2010 |acessodata=23 de dezembro de 2012 |website=Fighting Words |publicado=[[Slate (magazine)|Slate]]}}</ref>

Embora a autoridade do estado permanecesse incontestada sob a ''[[Doi Moi|Đổi Mới]]'', o governo do [[Vietnã]] incentiva a propriedade privada de fazendas e fábricas, a desregulamentação econômica e o investimento estrangeiro, enquanto mantém o controle sobre as indústrias estratégicas.<ref name="Loan"/> A economia vietnamita posteriormente alcançou forte crescimento na produção agrícola e industrial, construção, exportações e investimento estrangeiro. No entanto, essas reformas também causaram um aumento na desigualdade de renda e disparidades de gênero.<ref name="jstor.org">{{Citar periódico |titulo=Sociological Theory and Social Control |data=julho de 1975 |número=1 |ultimo=Janowitz |primeiro=Morris |paginas=82–108 |doi=10.1086/226035 |jstor=2777055 |volume=81 |periódico=American Journal of Sociology}}</ref><ref name="ideas.repec.org">{{Citar periódico |url=https://ideas.repec.org/p/wbk/wbrwps/2896.html |titulo=The wage labor market and inequality in Viet Nam in the 1990s |acessodata=7 de novembro de 2010 |publicado=Ideas.repec.org |ultimo=Gallup |primeiro=John Luke |ano=2002}}</ref>

Em outras partes da Ásia, alguns partidos socialistas e partidos comunistas eleitos permanecem proeminentes, particularmente na [[Índia]] e no [[Nepal]]. O [[Partido Comunista do Nepal (Marxista-Leninista Unificado)]], em particular, clama por democracia multipartidária, igualdade social e prosperidade econômica.<ref>{{Citar web |url=http://cpnuml.org/ |titulo=Communist Party of Nepal |acessodata=30 de outubro de 2020 |publicado=Cpnuml.org |arquivourl=https://web.archive.org/web/20201028145643/http://cpnuml.org/ |arquivodata=28 de outubro de 2020}}</ref> Em [[Singapura]], a maior parte do PIB ainda é gerada pelo setor estatal, composto por empresas vinculadas ao governo.<ref>{{Citar web |ultimo=Wilkin |primeiro=Sam |url=http://www.countryrisk.com/editorials/archives/cat_singapore.html |titulo=CountryRisk Maintaining Singapore's Miracle |data=17 de agosto de 2004 |acessodata=2 de junho de 2010 |publicado=Countryrisk.com}}</ref> No [[Japão]], tem havido um ressurgimento do interesse pelo [[Partido Comunista Japonês]] entre os trabalhadores e a juventude.<ref>{{Citar jornal |ultimo=Demetriou |primeiro=Danielle |url=https://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/asia/japan/3218944/Japans-young-turn-to-Communist-Party-as-they-decide-capitalism-has-let-them-down.html |titulo=Japan's young turn to Communist Party as they decide capitalism has let them down |data=17 de outubro de 2008 |acessodata=30 de outubro de 2011 |website=Telegraph |local=London}}</ref><ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/asia-pacific/8027397.stm "Communism on rise in recession-hit Japan"], BBC, 4 de maio de 2009</ref> Na [[Malásia]], o [[Partido Socialista da Malásia]] teve seu primeiro membro do Parlamento, [[Michael Jeyakumar Devaraj]], após as eleições gerais de 2008. Em 2010, havia 270 [[kibutz]] em Israel. Suas fábricas e [[Coletivização agrícola|fazendas]] respondem por 9% da produção industrial de Israel, no valor de 8 bilhões de dólares e 40% de sua produção agrícola, que vale mais de 1,7 bilhão de dólares.<ref>{{Citar web |url=http://www.taipeitimes.com/News/editorials/archives/2010/11/16/2003488628/2 |titulo=Kibbutz reinvents itself after 100 years of history |data=16 de novembro de 2010 |website=taipeitimes.com}}</ref> Alguns kibutz também desenvolveram substanciais indústrias militares e de [[alta tecnologia]]. Também em 2010, o kibutz Sasa, contendo cerca de 200 membros, gerou 850 milhões de dólares em receita anual de sua indústria de plásticos militares.<ref>[http://www.fastcompany.com/3007444/tech-forecast/bulletproof-innovation-kibbutz-owned-plasan-sasas-ikea-style-flat-pack-armor-k Bulletproof Innovation: Kibbutz-Owned Plasan Sasa's Ikea-Style, Flat-Pack Armor Kits], Nadav Shemer, ''[[Fast Company (magazine)|Fast Company]]''.</ref>

=== Europa ===
O ''[[Relatório Mundial de Felicidade]]'' de 2013 das [[Nações Unidas]] mostra que as nações mais felizes estão concentradas no norte da Europa, onde o [[modelo nórdico]] é empregado, com a Dinamarca no topo da lista. Isso às vezes é atribuído ao sucesso do modelo nórdico na região que foi rotulada de social-democrata em contraste com o modelo continental conservador e o modelo liberal anglo-americano. Os países nórdicos se classificaram em primeiro lugar nas métricas de PIB real ''per capita'', expectativa de vida, liberdade para fazer escolhas, generosidade e baixa corrupção.<ref>Carolyn Gregoire (10 de setembro de 2013). [https://www.huffingtonpost.com/2013/09/10/happiest-countries_n_3894274.html The Happiest Countries In The World (Infographic)]. ''[[The Huffington Post]].'' Acessado em 1 de outubro de 2013.</ref>

Os objetivos do [[Partido Socialista Europeu]] (PSE), bloco socialista e social-democrata do [[Parlamento Europeu]], passam agora a «prosseguir objetivos internacionais no respeito dos princípios em que se baseia a [[União Europeia]], nomeadamente os princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, respeito dos [[Direitos do Homem]] e das Liberdades Fundamentais e do respeito pelo [[Estado de Direito]]”. Como resultado, hoje o grito de guerra da [[Revolução Francesa]] — ''[[Liberté, égalité, fraternité]]'' — é promovido como valores socialistas essenciais.<ref>R Goodin and P Pettit (eds), ''A Companion to Contemporary political philosophy''</ref> À esquerda do PSE a nível europeu está o [[Partido da Esquerda Europeia]] (PEL), também comumente abreviado como "Esquerda Europeia"), que é um [[Partido político europeu|partido político a nível europeu]] e uma associação de [[Socialismo democrático|socialistas democratas]], socialistas<ref name="Nordsieck">{{Citar web |ultimo=Nordsieck |primeiro=Wolfram |url=http://www.parties-and-elections.eu/eu.html |titulo=Parties and Elections in Europe |website=parties-and-elections.eu}}</ref> e partidos políticos na União Europeia e em outros países europeus. Foi formada em Janeiro de 2004 com o objetivo de concorrer nas [[eleições parlamentares europeias de 2004]]. A PEL foi fundada de 8 a 9 de maio de 2004 em [[Roma]].<ref name="Hudson2012">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=LHv_ACE0EekC&pg=PA46|título=The New European Left: A Socialism for the Twenty-First Century?|ultimo=Hudson|primeiro=Kate|data=2012|editora=Palgrave Macmillan|isbn=978-1-137-26511-1}}</ref> Os [[eurodeputado]]s eleitos de partidos membros da Esquerda Europeia fazem parte do grupo [[Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde]] no [[Parlamento Europeu]].
[[Ficheiro:Alexis_Tsipras_die_16_Ianuarii_2012.jpg|esquerda|upright|miniaturadaimagem| [[Aléxis Tsípras|Alexis Tsipras]], [[Primeiro-ministro da Grécia|primeiro-ministro]] socialista da Grécia que liderou a [[SYRIZA|Coalizão da Esquerda Radical]] (SYRIZA) por meio de uma vitória nas [[Eleições legislativas na Grécia em janeiro de 2015|eleições legislativas gregas de janeiro de 2015]]]]

O partido socialista alemão [[A Esquerda]] cresceu em popularidade<ref>{{Citar web |url=http://www.wsws.org/articles/2008/feb2008/hess-f15.shtml |titulo=Germany's Left Party woos the SPD |data=15 de fevereiro de 2008 |acessodata=2 de junho de 2010 |publicado=Wsws.org}}</ref> devido à insatisfação com as políticas cada vez mais neoliberais do [[SPD]], tornando-se o quarto maior partido no parlamento nas eleições gerais de 27 de setembro de 2009.<ref>{{Citar web |url=http://www.greenleft.org.au/2009/813/41841 |titulo=Germany: Left makes big gains in poll &#124; Green Left Weekly |data=10 de outubro de 2009 |acessodata=30 de outubro de 2011 |publicado=Greenleft.org.au |arquivourl=https://web.archive.org/web/20091217044632/http://www.greenleft.org.au/2009/813/41841 |arquivodata=17 de dezembro de 2009}}</ref> O candidato comunista [[Dimítris Christófias|Dimitris Christofias]] venceu um segundo turno presidencial crucial em [[Chipre]], derrotando seu rival conservador com uma maioria de 53%.<ref>{{Citar web |url=http://www.elpasotimes.com/nationworld/ci_835244 |titulo=Nation and World News – El Paso Times |data=30 de maio de 2012 |arquivourl=https://archive.today/20120530044205/http://www.elpasotimes.com/nationworld/ci_835244 |arquivodata=30 de maio de 2012}}</ref> Na [[Irlanda]], nas [[Eleições parlamentares europeias de 2009 (Irlanda)|eleições europeias de 2009]], [[Joe Higgins]], do [[Partido Socialista (Irlanda)|Partido Socialista,]] obteve um dos três assentos no círculo eleitoral europeu da capital Dublin.

Na Dinamarca, o [[Partido Popular Socialista (Dinamarca)|Partido Popular Socialista]] (SF) mais que dobrou sua representação parlamentar, de 11 para 23 cadeiras, tornando-se o quarto maior partido.<ref>{{Citar jornal |url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/europe/7091941.stm |titulo=Danish centre-right wins election |data=14 de novembro de 2007 |acessodata=30 de outubro de 2011 |website=BBC News}}</ref> Em 2011, os [[Partido Social-Democrata (Dinamarca)|social-democratas]], o [[Partido Popular Socialista (Dinamarca)|Partido Popular Socialista]] e o [[Partido Social-Liberal (Dinamarca)|Partido Social Liberal Dinamarquês]] formaram governo, após uma ligeira vitória sobre a principal coligação política rival. Eles eram liderados por [[Helle Thorning-Schmidt]] e tinham a [[Aliança Vermelha e Verde]] como partido de apoio.

Na Noruega, a [[Coalizão Vermelho-Verde|Coalizão Vermelha e Verde]] consiste no [[Partido Trabalhista (Noruega)|Partido Trabalhista]] (Ap), no [[Partido da Esquerda Socialista|Partido Socialista de Esquerda]] (SV) e no [[Partido do Centro (Noruega)|Partido de Centro]] (SP) e governou o país como um governo majoritário desde as eleições gerais de 2005 até [[Eleições parlamentares na Noruega em 2013|2013]].

Na [[Eleições legislativas na Grécia em janeiro de 2015|eleição legislativa grega de janeiro de 2015]], a [[SYRIZA|Coalizão da Esquerda Radical]] (SYRIZA) liderada por [[Aléxis Tsípras|Alexis Tsipras]] venceu uma eleição legislativa pela primeira vez, enquanto o [[Partido Comunista da Grécia]] conquistou 15 assentos no parlamento. A SYRIZA foi caracterizado como um partido [[antissistema]]<ref>{{Citar web |url=https://insights.abnamro.nl/en/global-daily-europes-political-risks/ |titulo=Global Daily – Europe's political risks |data=11 de novembro de 2014 |website=ABN AMRO Insights}}</ref> cujo sucesso enviou "ondas de choque por toda a UE".<ref>{{Citar jornal |ultimo=Jackson |primeiro=Patrick |url=https://www.bbc.co.uk/news/world-europe-22396875 |titulo=Anti-establishment parties defy EU |data=4 de maio de 2013 |website=BBC News}}</ref>

No Reino Unido, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores Ferroviários, Marítimos e de Transportes apresentou uma lista de candidatos nas eleições para o Parlamento Europeu de 2009 sob a bandeira de "Não à UE — Sim à Democracia", uma ampla coalizão [[Altermundialismo|altermundialista]] de esquerda envolvendo socialistas grupos como o Partido Socialista, com o objetivo de oferecer uma alternativa às políticas "anti-estrangeiro" e pró-negócios do [[Partido de Independência do Reino Unido|Partido da Independência]] do Reino Unido.<ref>{{Citar jornal |ultimo=Wheeler |primeiro=Brian |url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/uk_politics/8059281.stm |titulo=Crow launches NO2EU euro campaign |data=22 de maio de 2009 |acessodata=30 de outubro de 2011 |website=BBC News}}</ref><ref>{{Citar jornal |url=http://www.dailyrecord.co.uk/news/scottish-news/2009/03/10/exclusive-tommy-sheridan-to-stand-for-euro-elections-86908-21185994/ |titulo=Exclusive: Tommy Sheridan to stand for Euro elections |data=10 de março de 2009 |acessodata=30 de outubro de 2011 |website=The Daily Record |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120111160344/http://www.dailyrecord.co.uk/news/scottish-news/2009/03/10/exclusive-tommy-sheridan-to-stand-for-euro-elections-86908-21185994/ |arquivodata=11 de janeiro de 2012}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.rmt.org.uk/Templates/Internal.asp?NodeID=127346&int1stParentNodeID=89731&int2ndParentNodeID=89763 |titulo=Conference: Crisis in Working Class Representation |acessodata=30 de outubro de 2011 |publicado=RMT |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110927012049/http://www.rmt.org.uk/Templates/Internal.asp?NodeID=127346&int1stParentNodeID=89731&int2ndParentNodeID=89763 |arquivodata=27 de setembro de 2011}}</ref> Nas eleições gerais seguintes de maio de 2010 no Reino Unido, a [[Coalizão Sindicalista e Socialista|Coalizão Sindical e Socialista]], lançada em janeiro de 2010<ref>{{Citar web |url=http://www.socialistparty.org.uk/issue/607/8673/12-01-2010/launch-of-trade-unionist-and-socialist-coalition |titulo=Launch of Trade Unionist and Socialist Coalition |data=12 de janeiro de 2010 |acessodata=30 de outubro de 2011 |publicado=Socialistparty.org.uk}}</ref> e apoiada por Bob Crow, o líder do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Transporte Ferroviário, Marítimo e Transporte (RMT), outros sindicatos e o Partido Socialista, entre outros grupos socialistas, se posicionaram contra o Trabalhismo em 40 círculos eleitorais.<ref>{{Citar jornal |ultimo=Mulholland |primeiro=Hélène |url=https://www.theguardian.com/politics/blog/2010/mar/26/hard-left-tusc-unions-labour-general-election |titulo=Hard left Tusc coalition to stand against Labour in 40 constituencies |data=27 de março de 2010 |acessodata=30 de outubro de 2011 |website=Guardian |local=London}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.tusc.org.uk/ |titulo=Trade Unionist and Socialist Coalition |acessodata=30 de outubro de 2011 |publicado=TUSC}}</ref> A Coalizão Sindical e Socialista contestou as eleições locais de 2011, tendo obtido o endosso da conferência do RMT de junho de 2010, mas não obteve assentos.<ref>{{Citar web |url=http://www.socialistparty.org.uk/articles/10228/15-09-2010/how-do-we-vote-to-stop-the-cuts |titulo=How do we vote to stop the cuts? |acessodata=30 de outubro de 2011 |publicado=Socialist Party}}</ref> O partido [[Left Unity (Reino Unido)|Unidade de Esquerda]] também foi fundado em 2013, depois que o cineasta [[Ken Loach]] apelou a um novo partido de esquerda para substituir o [[Partido Trabalhista (Reino Unido)|Partido Trabalhista]], que ele alegou não ter se oposto à austeridade e se encaminhado para o [[neoliberalismo]].<ref name="LoachGuardian">{{Citar jornal |ultimo=Loach |primeiro=Ken |ultimo2=Hudson |primeiro2=Kate |url=https://www.theguardian.com/commentisfree/2013/mar/25/labour-party-left |titulo=The Labour party has failed us. We need a new party of the left |data=25 de maio de 2013 |acessodata=4 de dezembro de 2013 |website=The Guardian |ultimo3=Achcar |primeiro3=Gilbert}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Seymour |primeiro=Richard |url=http://www.newleftproject.org/index.php/site/article_comments/left_unity_a_report_from_the_founding_conference |titulo=Left Unity: A Report From The Founding Conference |acessodata=3 de março de 2015 |website=newleftproject.org |publicado=New Left Project |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150402122037/http://www.newleftproject.org/index.php/site/article_comments/left_unity_a_report_from_the_founding_conference |arquivodata=2 de abril de 2015}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://leftunity.org/left-unity-a-new-radical-politcal-party-of-the-left/ |titulo='Left Unity' a New Radical Political Party of the Left |acessodata=4 de dezembro de 2013}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.youtube.com/watch?v=rpmSDc1nBvE |titulo=RT News reports on Left Unity's founding conference |acessodata=4 de dezembro de 2013}}</ref> Em 2015, após uma derrota nas [[Eleições gerais no Reino Unido em 2015|eleições gerais britânicas de 2015]], o autodenominado socialista [[Jeremy Corbyn]] substituiu [[Ed Miliband]] como líder do Partido Trabalhista.<ref>{{Citar jornal |url=http://www.theweek.co.uk/labour-leader/64564/jeremy-corbyn-what-will-be-his-policies |titulo=Jeremy Corbyn's policies: how will he lead Labour? |data=12 de setembro de 2015 |website=The Week |local=UK}}</ref>

Na França, [[Olivier Besancenot]], o candidato da [[Liga Comunista Revolucionária (França)|Liga Comunista Revolucionária]] (LCR) nas eleições presidenciais de 2007, recebeu 1.498.581 votos, ou 4,08% do eleitorado, o dobro do candidato comunista.<ref>{{Citar web |url=http://www.socialismtoday.org/110/france.html |titulo=Has France moved to the right? |acessodata=30 de outubro de 2011 |publicado=Socialism Today}}</ref> A LCR se aboliu em 2009 para iniciar um amplo partido anticapitalista, o [[Novo Partido Anticapitalista]], cujo objetivo declarado é "construir uma nova perspectiva socialista e democrática para o século XXI".<ref>{{Citar jornal |url=http://www.lepoint.fr/actualites-politique/le-nouveau-parti-anticapitaliste-d-olivier-besancenot-est-lance/917/0/256540 |titulo=Le Nouveau parti anticapitaliste d'Olivier Besancenot est lancé |data=29 de junho de 2008 |acessodata=27 de novembro de 2018 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120213185025/http://www.lepoint.fr/actualites-politique/le-nouveau-parti-anticapitaliste-d-olivier-besancenot-est-lance/917/0/256540 |arquivodata=13 de fevereiro de 2012 |agência=Agence France-Presse}}</ref>

Em 25 de maio de 2014, o partido de esquerda espanhol [[Podemos (Espanha)|Podemos]] inscreveu candidatos para as [[Eleições parlamentares europeias de 2014 (Espanha)|eleições parlamentares europeias de 2014]], alguns dos quais estavam desempregados. Em um resultado surpreendente, obteve 7,98% dos votos e, portanto, recebeu cinco cadeiras em 54<ref name="skynews.com.au">[http://www.skynews.com.au/news/politics/world/2014/05/26/spanish-voters-punish-mainstream-parties.html Sky news:Spanish voters punish mainstream parties] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20141209174120/http://www.skynews.com.au/news/politics/world/2014/05/26/spanish-voters-punish-mainstream-parties.html|data=9 de dezembro de 2014}}</ref><ref name="BBC News Vote 2014">{{Citar web |url=https://www.bbc.co.uk/news/events/vote2014 |titulo=Vote 2014 |website=BBC}}</ref> enquanto a mais velha [[Esquerda Unida]] foi a terceira maior força geral, obtendo 10,03% e 5 cadeiras, 4 a mais que a anterior eleições.<ref name="Resultados">{{Citar web |ultimo=Estado |primeiro=Boletín Oficial del |autorlink=Boletín Oficial del Estado |url=http://www.boe.es/diario_boe/txt.php?id=BOE-A-2014-6233 |titulo=Acuerdo de la Junta Electoral Central, por el que se procede a la publicación de los resultados de las elecciones de Diputados al Parlamento Europeo |data=12 de junho de 2014}}</ref>

O governo de Portugal instituído a 26 de novembro de 2015 foi um [[governo minoritário]] do [[Partido Socialista (Portugal)|Partido Socialista]] (PS) liderado pelo primeiro-ministro [[António Costa]], que conseguiu garantir o apoio a um governo minoritário socialista pelo [[Bloco de Esquerda]] (BE), o [[Partido Comunista Português]] (PCP) e o [[Partido Ecologista "Os Verdes"]] (PEV).<ref>{{Citar web |url=http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=98209 |titulo=Presidente da República indicou Secretário-Geral do PS para Primeiro-Ministro |data=24 de novembro de 2015 |acessodata=4 de dezembro de 2015 |publicado=Presidência da República |lingua=pt}}</ref>

Por toda a Europa e em alguns lugares da América Latina existe um centro social e um [[Ocupação de bens imóveis|movimento de ocupação]] inspirado principalmente nas [[Autonomismo|ideias autonomistas]] e anarquistas.<ref>[https://www.academia.edu/1342334/AUTONOMISM_AS_A_GLOBAL_SOCIAL_MOVEMENT "Autonomism as a global social movement" by Patrick Cuninghame] ''The Journal of Labor and Society'' · 1089–7011 · Volume 13 · dezebro de 2010 · pp. 451–64</ref><ref>The Subversion of Politics: European Autonomous Social Movements and the Decolonization of Everyday Life Georgy Katsiaficas, AK Press 2006</ref>

=== América do Norte ===
{{AP|Socialismo nos Estados Unidos|Socialismo no Canadá}}
[[Ficheiro:Noam_chomsky_cropped.jpg|miniaturadaimagem|upright|[[Noam Chomsky]], um [[Socialismo libertário|socialista libertário]] estadunidense]]
De acordo com um artigo de 2013 no ''[[The Guardian]]'', "contrariamente à crença popular, os estadunidenses não têm uma alergia inata ao socialismo. [[Milwaukee]] teve vários prefeitos socialistas ([[Frank Zeidler]], [[Emil Seidel]] e [[Daniel Hoan]]) e atualmente há um socialista independente no Senado dos Estados Unidos, [[Bernie Sanders]] de Vermont".<ref name="Ari Paul">Paul, Ari (19 de novembro de 2013). [https://www.theguardian.com/commentisfree/2013/nov/19/seattle-socialist-city-council-kshama-sawant Seattle's election of Kshama Sawant shows socialism can play in America]. ''[[The Guardian]]''. Acessado em 9 de fevereiro de 2014.</ref> Sanders, que já foi prefeito da maior cidade de Vermont, [[Burlington (Vermont)|Burlington]], se descreveu como um [[Socialismo democrático|socialista democrático]]<ref name="politicosocialist">{{Citar web |ultimo=Lerer |primeiro=Lisa |url=http://www.politico.com/news/stories/0709/25000.html |titulo=Where's the outrage over AIG bonuses? |data=16 de julho de 2009 |acessodata=19 de abril de 2010 |publicado=[[The Politico]]}}</ref><ref name="postsocialist">{{Citar jornal |ultimo=Powell |primeiro=Michael |url=https://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/11/04/AR2006110401124.html |titulo=Exceedingly Social But Doesn't Like Parties |data=6 de novembro de 2006 |acessodata=26 de novembro de 2012}}</ref> e elogiou a [[Modelo nórdico|social-democracia de estilo escandinavo]].<ref>Sanders, Bernie (26 de maio de 2013). [https://www.huffingtonpost.com/rep-bernie-sanders/what-can-we-learn-from-de_b_3339736.html What Can We Learn From Denmark?] ''[[The Huffington Post]].'' Acessado em 19 de agosto de 2013.</ref><ref>Sasha Issenberg (9 de janeiro de 2010). [https://www.boston.com/news/nation/washington/articles/2010/01/09/sanders_a_growing_force_on_the_far_far_left/?page=1 "Sanders a growing force on the far, far left"]. ''[[Boston Globe]].'' "You go to Scandinavia, and you will find that people have a much higher standard of living, in terms of education, health care, and decent paying jobs." Acessado em 24 de agosto de 2013.</ref> Em 2016, Sanders concorreu à presidência como candidato do [[Partido Democrata (Estados Unidos)|Partido Democrata]], ganhando assim considerável apoio popular, principalmente entre a geração mais jovem, mas perdeu a indicação para [[Hillary Clinton]]. Em 2019, os [[Socialistas Democráticos da América|Socialistas Democratas da América]] tinham dois membros no Congresso e vários membros em legislaturas estaduais e conselhos municipais.<ref name="Democratic Socialists Rack Up Wins in States">{{Citar web |ultimo=Vyse |primeiro=Graham |url=http://www.governing.com/topics/politics/gov-ocasio-cortez-tlaib-Democratic-Socialists-state-level.html |titulo=Democratic Socialists Rack Up Wins in States: Alexandria Ocasio-Cortez and Rashida Tlaib made headlines for their congressional wins. But a number of Democratic Socialists also won state-level races this election. |data=9 de novembro de 2018 |acessodata=19 de janeiro de 2019 |website=Governing: The States and Localities}}</ref> De acordo com uma pesquisa da [[Gallup (empresa)|Gallup]] feita em 2018, 37% dos estadunidenses adultos têm uma visão positiva do socialismo, incluindo 57% dos eleitores com tendência democrata e 16% dos eleitores com tendência republicana.<ref>{{Citar web |ultimo=Inc |primeiro=Gallup |url=https://news.gallup.com/poll/240725/democrats-positive-socialism-capitalism.aspx |titulo=Democrats More Positive About Socialism Than Capitalism |data=13 de agosto de 2018 |website=Gallup.com}}</ref> Uma pesquisa [[YouGov]] de 2019 descobriu que 7 em cada 10 [[millennials]] votariam em um candidato presidencial socialista e 36% tinham uma visão favorável do comunismo.<ref>{{Citar jornal |ultimo=Gregory |primeiro=Andy |url=https://www.independent.co.uk/news/world/americas/us-politics/communism-millennials-capitalism-socialism-bernie-sanders-cold-war-yougov-a9188116.html |titulo=More than a third of millennials approve of communism, YouGov poll indicates |data=7 de novembro de 2019 |acessodata=31 de dezembro de 2019 |website=[[The Independent]]}}</ref> Uma pesquisa anterior da [[Harris Insights e análises|Harris]] feita em 2019 descobriu que o socialismo é mais popular entre as mulheres do que os homens, com 55% das mulheres entre 18 e 54 anos preferindo viver em uma sociedade socialista, enquanto a maioria dos homens pesquisados escolheu o capitalismo ao invés do socialismo.<ref>{{Citar jornal |ultimo=Klar |primeiro=Rebecca |url=https://thehill.com/homenews/campaign-polls/447671-poll-socialism-gaining-in-popularity |titulo=Poll: Socialism gaining in popularity |data=10 de junho de 2019 |acessodata=17 de janeiro de 2020 |website=[[The Hill (newspaper)|The Hill]]}}</ref>

O [[anticapitalismo]], o [[Anarquismo nos Estados Unidos|anarquismo]] e o [[Antiglobalização|movimento antiglobalização]] ganharam destaque por meio de eventos como os protestos contra a Conferência Ministerial da [[Organização Mundial do Comércio]] de 1999 em [[Seattle]]. Grupos de inspiração socialista desempenharam um papel importante nesses movimentos, que, no entanto, abrangiam camadas muito mais amplas da população e eram defendidos por figuras como [[Noam Chomsky]]. No Canadá, a [[Co-operative Commonwealth Federation]] (CCF), a precursora do social-democrata [[Novo Partido Democrático]] (NDP), teve um sucesso significativo na política provincial. Em 1944, a CCF de Saskatchewan formou o primeiro governo socialista na América do Norte. No nível federal, o NDP foi a [[Oposição Oficial (Canadá)|oposição oficial]], de 2011 a 2015.<ref>{{Citar web |url=https://www.ourcommons.ca/parliamentarians/en/partystandings |titulo=Current Party Standings |acessodata=29 de janeiro de 2020 |website=www.ourcommons.ca |arquivourl=https://web.archive.org/web/20191217035159/https://www.ourcommons.ca/Parliamentarians/en/partystandings |arquivodata=17 de dezembro de 2019}}</ref>

Em sua [[Coluna (jornal)|coluna]] linguística ''Johnson'', a ''[[The Economist]]'' opina que nos [[Estados Unidos]] do século XXI, o termo ''socialismo'', sem definição clara, tornou-se [[pejorativo]] e usado pelos [[Conservadorismo nos Estados Unidos|conservadores]] para atacar políticas, propostas e figuras públicas [[Liberalismo|liberais]] e [[Progressismo|progressistas.]]<ref>{{Citar jornal |url=https://www.economist.com/johnson/2012/01/06/the-failure-of-american-political-speech |titulo=The failure of American political speech |data=6 de janeiro de 2012 |acessodata=2 de março de 2019 |website=The Economist |issn=0013-0613}}</ref>

=== América Latina e Caribe ===
{{AP|Guinada à esquerda|Socialismo do século XXI}}
Para a ''[[Encyclopædia Britannica|Enciclopédia Britânica]]'', “a tentativa de [[Salvador Allende]] de unir marxistas e outros reformadores em uma reconstrução socialista do Chile é mais representativa da direção que os socialistas latino-americanos tomaram desde o final do século XX. [...] Vários líderes socialistas (ou de tendência socialista) seguiram o exemplo de Allende ao ganhar a eleição para cargos públicos em países latino-americanos".<ref name="britannica.com1"/> O sucesso do [[Partido dos Trabalhadores]] no [[Brasil]], formado em 1980 e que governou o país de 2003 a 2016, foi o primeiro grande avanço para essa tendência.
[[Ficheiro:Fórum_Social_Mundial_2008_-_AL.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|uprght=1.3|Presidentes [[Fernando Lugo]] do Paraguai, [[Evo Morales]] da Bolívia, [[Luiz Inácio Lula da Silva]] do Brasil, [[Rafael Correa]] do Equador e [[Hugo Chávez]] da Venezuela no [[Fórum Social Mundial]] para a América Latina]]

O [[Foro de São Paulo]] é uma conferência de partidos políticos de esquerda e outras organizações da América Latina e do Caribe. Foi lançado pelo Partido dos Trabalhadores em 1990 na cidade de [[São Paulo]], após o PT se aproximar de outros partidos e movimentos sociais da [[América Latina]] e do [[Caribe]] com o objetivo de debater o novo cenário internacional após a [[queda do Muro de Berlim]] e das consequências da implementação do que foram tidas como políticas neoliberais adotadas na época por governos contemporâneos de direita na região, sendo o objetivo principal declarado da conferência argumentar por alternativas ao [[neoliberalismo]].<ref>Cf. Carlos Baraibar & José Bayardi: "Foro de San Pablo ¿qué es y cuál es su historia?", 23 de agosto de 2000, {{Citar web |url=http://www.analitica.com/va/internacionales/noticias/7026753.asp |titulo=Archived copy |acessodata=13 de fevereiro de 2014 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160309183357/http://www.analitica.com/va/internacionales/noticias/7026753.asp |arquivodata=9 de março de 2016}}</ref> Entre seus membros estavam partidos socialistas e social-democratas no governo da região, como o [[Movimento ao Socialismo]] da [[Bolívia]], o [[Partido Comunista de Cuba]], a [[Alianza País|Aliança PAIS]] do Equador, o [[Partido Socialista Unido da Venezuela]], o [[Partido Socialista do Chile]], a [[Frente Ampla (Uruguai)|Frente Ampla]] do Uruguai, a [[Frente Sandinista de Libertação Nacional]] da Nicarágua, a [[Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional]] em El Salvador e membros da [[Frente de Todos]] da Argentina.

Na primeira década do século XXI, o presidente venezuelano [[Hugo Chávez]], o presidente nicaraguense [[Daniel Ortega]], o presidente boliviano [[Evo Morales]] e o presidente equatoriano [[Rafael Correa]] se referiram a seus programas políticos como socialistas, e Chávez adotou o termo "[[socialismo do século XXI]]". Depois de vencer a reeleição em dezembro de 2006, Chávez disse: "Agora, mais do que nunca, sou obrigado a mudar o caminho da Venezuela para o socialismo".<ref>{{Citar web |url=http://www.voanews.com/english/2007-07-09-voa37.cfm |titulo=''Many Venezuelans Uncertain About Chávez' '21st century Socialism' '' |arquivourl=https://web.archive.org/web/20070712222539/http://www.voanews.com/english/2007-07-09-voa37.cfm |arquivodata=12 de julho de 2007}}</ref> Chávez também foi reeleito em outubro de 2012 para seu terceiro mandato de seis anos como presidente, mas morreu em março de 2013 de [[câncer]]. Após a morte de Chávez em 5 de março de 2013, o vice-presidente do partido de Chávez, [[Nicolás Maduro]], assumiu os poderes e responsabilidades do presidente. Uma [[Eleição presidencial na Venezuela em 2013|eleição especial]] foi realizada em 14 de abril do mesmo ano para eleger um novo presidente, que Maduro venceu por uma margem apertada como o candidato do [[Partido Socialista Unido da Venezuela]] e foi formalmente empossado em 19 de abril.<ref name="sworn">[https://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-22220526 "Nicolas Maduro sworn in as new Venezuelan president"]. BBC News. 19 de abril de 2013. Acessado em 19 de abril de 2013.</ref> ''Maré rosa'' é um termo usado em [[Ciência política|análise política]], na mídia e em outros lugares para descrever a percepção de que a [[Esquerda (política)|ideologia de esquerda]] em geral e [[Esquerda (política)|a política de esquerda]] em particular foram cada vez mais influentes na América Latina nos anos 2000.<ref name="boston">{{Citar jornal |ultimo=Gross |primeiro=Neil |url=https://www.boston.com/news/globe/ideas/articles/2007/01/14/the_many_stripes_of_anti_americanism/ |titulo=The many stripes of anti-Americanism – The Boston Globe |data=14 de janeiro de 2007 |acessodata=30 de outubro de 2011 |publicado=Boston.com}}</ref><ref name="bbc">{{Citar jornal |url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/4311957.stm |titulo=South America's leftward sweep |data=2 de março de 2005 |acessodata=30 de outubro de 2011 |website=BBC News}}</ref><ref name="pitts">{{Citar web |ultimo=McNickle |primeiro=Colin |url=http://www.pittsburghlive.com/x/pittsburghtrib/s_310062.html |titulo=Latin America's 'pragmatic' pink tide – Pittsburgh Tribune-Review |data=6 de março de 2005 |acessodata=30 de outubro de 2011 |publicado=Pittsburghlive.com |arquivourl=http://arquivo.pt/wayback/20160516065906/http://www.pittsburghlive.com/x/pittsburghtrib/s_310062.html |arquivodata=16 de maio de 2016}}</ref> Alguns dos governos da maré rosa foram criticados por passar do socialismo ao populismo e ao autoritarismo.<ref name=":4">{{Citar periódico |titulo=¿Viva la Contrarrevolución? South America's Left Begins to Wave Goodbye |data=2016 |ultimo=Lopes |primeiro=Arthur |paginas=12–14 |volume=37 |periódico=[[Harvard International Review]]}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=When Foreign Policy Meets Social Demands in Latin America |data=Janeiro de 2016 |publicado=[[Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro]] |ultimo=Lopes |primeiro=Dawisson Belém |ultimo2=de Faria |primeiro2=Carlos Aurélio Pimenta |paginas=11–53 |tipo=[[Literature review]] |doi=10.1590/S0102-8529.2016380100001 |volume=38 |periódico=Contexto Internacional}}</ref> A maré rosa foi seguida na década de 2010 por uma "[[onda conservadora]]" quando governos de direita chegaram ao poder na Argentina, Brasil e Chile, enquanto [[Crise na Venezuela|Venezuela]] e [[Protestos na Nicarágua em 2018|Nicarágua]] passaram por crises políticas. No entanto, o socialismo viu um ressurgimento em 2018-19, após sucessivas vitórias eleitorais de candidatos de esquerda e centro-esquerda no [[México]], [[Panamá]] e [[Argentina]].<ref name="bello">{{Citar jornal |ultimo=Bello |url=https://www.economist.com/the-americas/2019/09/05/will-south-americas-pink-tide-return |titulo=Will South America's "pink tide" return? |data=5 de setembro de 2019 |acessodata=28 de outubro de 2019 |website=The Economist}}</ref><ref name="jacobin">{{Citar jornal |ultimo=García Linera |primeiro=Álvaro |url=https://jacobinmag.com/2019/10/bolivia-election-alvaro-garcia-linera-evo-morales |titulo=Latin America's Pink Tide Isn't Over |data=20 de outubro de 2019 |acessodata=2 de dezembro de 2019 |website=Jacobin}}</ref><ref name="ISBESTER2">{{Citar livro|título=The Paradox of Democracy in Latin America: Ten Country Studies of Division and Resilience|ultimo=Isbester|primeiro=Katherine|data=2011|editora=University of Toronto Press|localização=Toronto|isbn=978-1-4426-0180-2}}</ref>

=== Oceania ===
A [[Austrália]] viu um aumento no interesse pelo socialismo no início do século XXI, especialmente entre os jovens.<ref>{{Citar web |ultimo=Boyle |primeiro=Peter |url=https://www.greenleft.org.au/content/poll-shows-58-%E2%80%98millennials%E2%80%99-australia-favourable-socialism |titulo=Poll shows 58% of 'Millennials' in Australia favourable to socialism |data=22 de junho de 2018 |acessodata=22 de agosto de 2018 |website=Green Left Wiki}}</ref> É mais forte em [[Victoria (Australia)|Victoria]], onde três partidos socialistas se fundiram nos [[Socialistas vitorianos|Socialistas Vitorianos]], que visam resolver os problemas de habitação e transporte público.

Na [[Nova Zelândia]], o socialismo emergiu dentro do movimento sindical emergente durante o final do século XIX e início do século XX. Em julho de 1916, várias organizações políticas de esquerda e sindicatos se fundiram para formar o [[Partido Trabalhista (Nova Zelândia)|Partido Trabalhista]] da Nova Zelândia.{{Sfn|Franks and McAloon|2016|pp=24–74}}<ref>{{Citar web |ultimo=Aimer |primeiro=Peter |url=https://teara.govt.nz/en/labour-party/page-1 |titulo=Labour Party – Origins of the Labour Party |data=1 de junho de 2015 |acessodata=16 de setembro de 2019 |website=Te Ara – The Encyclopedia of New Zealand |publicado=[[Ministry for Culture and Heritage]]}}</ref> Enquanto o Trabalhismo tinha tradicionalmente uma orientação socialista, o partido mudou para uma orientação mais social-democrata durante as décadas de 1920 e 1930. Após as eleições gerais de 1935, o Primeiro Governo Trabalhista perseguiu políticas socialistas como a [[nacionalização]] da indústria, radiodifusão, transporte e implementação de um [[estado de bem-estar social]] [[Escola keynesiana|keynesiano.]] No entanto, o partido não buscou a abolição do capitalismo, ao invés disso, optou por uma [[economia mista]]. O estado de bem-estar e a economia mista do trabalhismo não foram desafiados até a década de 1980.{{Sfn|Franks and McAloon|2016|pp=87–105}}<ref>{{Citar web |ultimo=Aimer |primeiro=Peter |url=https://teara.govt.nz/en/labour-party/page-2 |titulo=Page 2. First Labour government, 1935 to 1949 |data=1 de junho de 2015 |acessodata=16 de setembro de 2019 |website=Te Ara – The Encyclopedia of New Zealand |publicado=[[Ministry for Culture and Heritage]]}}</ref> Durante a década de 1980, o Quarto Governo Trabalhista implementou uma série de reformas econômicas [[Neoliberalismo|neoliberais]] conhecidas como Rogernomics, que viram a sociedade da Nova Zelândia e a economia mudarem para um modelo de mercado mais livre. O abandono do Partido Trabalhista de seus valores tradicionais fragmentou o partido. Sucessivos governos trabalhistas desde então perseguiram políticas sociais e econômicas de [[centro-esquerda]], enquanto mantinham uma economia de mercado livre.<ref>{{Citar web |ultimo=Aimer |primeiro=Peter |url=https://teara.govt.nz/en/labour-party/page-4 |titulo=Page 4. Fourth, fifth and sixth Labour governments |data=1 de junho de 2015 |acessodata=16 de setembro de 2019 |website=Te Ara – The Encyclopedia of New Zealand |publicado=[[Ministry for Culture and Heritage]]}}</ref> A atual [[Primeiro-ministro da Nova Zelândia|primeira-ministra da Nova Zelândia,]] [[Jacinda Ardern]], atuou anteriormente como presidente da [[União Internacional da Juventude Socialista]].<ref name="auto4">{{Citar jornal |ultimo=Kirk |primeiro=Stacey |url=http://www.stuff.co.nz/dominion-post/news/politics/95327574/Jacinda-Ardern-says-shes-can-handle-it-and-her-path-to-the-top-would-suggest-shes-right |titulo=Jacinda Ardern says she can handle it and her path to the top would suggest she's right |data=1 de agosto de 2017 |acessodata=15 de agosto de 2017 |website=[[The Dominion Post (Wellington)|The Dominion Post]] |publicado=[[Stuff.co.nz]]}}</ref> Ardern é um [[Social-democracia|social-democrata]]<ref>{{Citar jornal |ultimo=Murphy |primeiro=Tim |url=https://www.newsroom.co.nz/2017/07/31/40717/what-jacinda-wants |titulo=What Jacinda Ardern wants |data=30 de agosto de 2020 |acessodata=15 de agosto de 2017 |website=Newsroom |arquivourl=https://web.archive.org/web/20170816062218/https://www.newsroom.co.nz/2017/07/31/40717/what-jacinda-wants |arquivodata=16 de agosto de 2017}}</ref> que criticou o capitalismo como um "fracasso flagrante" devido aos altos níveis de falta de moradia e baixos salários.<ref>{{Citar jornal |ultimo=Baynes |primeiro=Chris |url=https://www.independent.co.uk/news/world/australasia/new-zealand-new-prime-minister-jacinda-ardern-capitalism-blatant-failure-a8012656.html |titulo=New Zealand's new prime minister calls capitalism a 'blatant failure' |data=21 de outubro de 2017 |acessodata=16 de setembro de 2019 |website=[[The Independent]]}}</ref> A Nova Zelândia ainda tem uma pequena cena socialista, dominada principalmente por grupos [[trotskistas]].

O socialismo melanésio se desenvolveu na década de 1980, inspirado no socialismo africano. Seu objetivo é alcançar a independência total do Reino Unido e da França nos territórios da [[Melanésia]] e a criação de uma união federal na região. É muito popular com o movimento de independência da [[Nova Caledônia]].

=== Organizações internacionais ===
A [[Aliança Progressista|Aliança Progressiva]] é uma [[internacional política]] fundada em 22 de maio de 2013 por partidos políticos, a maioria dos quais são atuais ou ex-membros da [[Internacional Socialista]]. A organização afirma o objetivo de se tornar a rede global do "movimento [[Progressismo|progressista]], [[Socialismo democrático|democrático]], [[Social-democracia|social-democrata]], socialista e [[Movimento operário|operário]]".<ref>{{Citar web |url=http://progressive-alliance.info/basic-document/ |titulo=Basic document &#124; Progressive Alliance |acessodata=23 de maio de 2013 |publicado=Progressive-alliance.info}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.spd.de/scalableImageBlob/84620/data/20121217_progressive_alliance_abschlussstatement-data.pdf |titulo=Archived copy |acessodata=23 de maio de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140304064047/http://www.spd.de/scalableImageBlob/84620/data/20121217_progressive_alliance_abschlussstatement-data.pdf |arquivodata=4 de março de 2014}}</ref>

== Teoria social e política ==
O pensamento socialista inicial teve influências de uma ampla gama de filosofias, como [[republicanismo]] cívico, [[racionalismo]] [[Iluminismo|iluminista]], [[romantismo]], formas de [[materialismo]], [[cristianismo]] (católico e protestante), [[Direito natural|lei]] natural e teoria dos [[direitos naturais]], [[utilitarismo]] e economia política [[Liberalismo|liberal.]]<ref>Andrew Vincent. Modern political ideologies. Wiley-Blackwell publishing. 2010. pp. 87–88</ref> Outra base filosófica para muito do socialismo inicial foi o surgimento do [[positivismo]] durante o [[Iluminismo]] europeu. O positivismo afirmava que tanto o mundo natural quanto o social podiam ser compreendidos por meio do [[conhecimento científico]] e analisados por meio de métodos científicos. Essa perspectiva central influenciou os primeiros cientistas sociais e diferentes tipos de socialistas, desde anarquistas como [[Piotr Kropotkin|Peter Kropotkin]] a tecnocratas como [[Conde de Saint-Simon|Saint Simon]].<ref>{{Citar web |url=http://science.jrank.org/pages/11291/Socialism-Socialism-during-its-Mature-Phase.html |titulo=Socialism during its "mature phase" |publicado=Science Encyclopedia |ano=2013}}</ref>
[[Ficheiro:Claude_Henri_de_Saint-Simon.jpg|upright|miniaturadaimagem|[[Conde de Saint-Simon|Claude Henri de Rouvroy, conde de Saint-Simon]], antigo socialista francês]]

O objetivo fundamental do socialismo é atingir um nível avançado de produção material e, portanto, maior [[produtividade]], [[eficiência]] e [[racionalidade]] em comparação com o [[capitalismo]] e todos os sistemas anteriores, sob a perspectiva de que uma expansão da capacidade produtiva humana é a base para a extensão da liberdade e igualdade na sociedade.<ref>''Socialism and the Market: The Socialist Calculation Debate Revisited''. Routledge Library of 20th Century Economics, 2000. p. 12. {{ISBN|978-0-415-19586-7}}.</ref> Muitas formas de teoria socialista sustentam que o comportamento humano é amplamente moldado pelo [[ambiente social]]. Em particular, o socialismo afirma que costumes sociais, valores, traços culturais e práticas econômicas são criações sociais e não o resultado de uma lei natural imutável.<ref>{{Citar livro|título=The logic of socialism|ultimo=Claessens|primeiro=August|data=2009|editora=Kessinger Publishing, LLC|isbn=978-1-104-23840-7}}</ref><ref>Ferri, Enrico, "Socialism and Modern Science", in ''Evolution and Socialism'' (1912), p. 79.</ref> O objeto de sua crítica não é, portanto, a avareza humana ou a consciência humana, mas as condições materiais e os sistemas sociais feitos pelo homem (isto é, a estrutura econômica da sociedade) que dá origem aos problemas sociais observados e às ineficiências. [[Bertrand Russell]], frequentemente considerado o pai da filosofia analítica, é identificado como socialista. Russell se opôs aos aspectos da [[luta de classes]] do [[marxismo]], vendo o socialismo apenas como um ajuste das relações econômicas para acomodar a produção da máquina moderna para beneficiar toda a humanidade por meio da redução progressiva do tempo de trabalho necessário.<ref>{{Citar web |ultimo=Russell |primeiro=Bertrand |url=http://www.zpub.com/notes/idle.html |titulo=In Praise of Idleness |ano=1932}}</ref>

Os socialistas veem a [[criatividade]] como um aspecto essencial da natureza humana e definem a [[liberdade]] como um estado de ser onde os indivíduos são capazes de expressar sua criatividade sem ser impedidos por restrições de escassez material e instituições sociais coercitivas.<ref>Bhargava. ''Political Theory: An Introduction''. Pearson Education India, 2008. p. 249.</ref> O conceito socialista de i[[Individualidade|ndividualidade]] está entrelaçado com o conceito de expressão criativa individual. [[Karl Marx]] acreditava que a expansão das forças produtivas e da tecnologia era a base para a expansão da liberdade humana e que o socialismo, sendo um sistema consistente com os desenvolvimentos modernos da tecnologia, permitiria o florescimento de "individualidades livres" por meio da redução progressiva de tempo de trabalho necessário. A redução ao mínimo do tempo de trabalho necessário proporcionaria aos indivíduos a oportunidade de buscar o desenvolvimento de sua verdadeira individualidade e criatividade.<ref>{{Citar web |ultimo=Marx |primeiro=Karl |url=http://www.marxists.org/archive/marx/works/1857/grundrisse/ch14.htm |titulo=The Grundrisse |ano=1857–1861}}</ref>

=== Crítica ao capitalismo ===
{{AP|Anticapitalismo|Críticas ao capitalismo}}
Os socialistas argumentam que a acumulação de capital gera desperdício por meio de externalidades que exigem medidas regulatórias corretivas caras. Eles também apontam que esse processo gera indústrias e práticas desperdiçadoras que existem apenas para gerar demanda suficiente para que produtos, como propaganda de alta pressão, sejam vendidos com lucro, criando assim, em vez de satisfação, demanda econômica.<ref>[http://www.worldsocialism.org/spgb/may10/page23.html "Let's produce for use, not profit"]. {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20100716140329/http://www.worldsocialism.org/spgb/may10/page23.html|data=16 de julho de 2010}}</ref><ref>{{Citar revista |título=What Needs To Be Done: A Socialist View |url=http://www.monthlyreview.org/091109magdoff-yates.php |revista=Monthly Review}}</ref>

Os socialistas argumentam que o capitalismo consiste em atividade irracional, como a compra de mercadorias apenas para vender mais tarde, quando seu preço se valorizar, ao invés de para o consumo, mesmo que a mercadoria não possa ser vendida com lucro para indivíduos em necessidade e, portanto, um fator crucial da crítica frequentemente feita pelos socialistas é que "ganhar dinheiro", ou acumular de capital, não corresponde à satisfação da demanda (a produção de [[Valor de uso|valores]] de uso).<ref>{{Citar web |url=http://www.worldsocialism.org/spgb/may10/page23.html |titulo=Let's produce for use, not profit |acessodata=18 de agosto de 2015 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100716140329/http://www.worldsocialism.org/spgb/may10/page23.html |arquivodata=16 de julho de 2010}}</ref> O critério fundamental para a atividade econômica no capitalismo é a acumulação de capital para reinvestimento na produção, mas isso estimula o desenvolvimento de novas indústrias não produtivas que não produzem valor de uso e existem apenas para manter o processo de acumulação à tona (caso contrário, o sistema entra em crise), como a disseminação do [[Financeirização|setor financeiro]], contribuindo para a formação de [[Bolha econômica|bolhas econômicas]].<ref>{{Citar web |url=http://www.rdwolff.com/content/economic-crisis-socialist-perspective |titulo=Economic Crisis from a Socialist Perspective &#124; Professor Richard D. Wolff |data=29 de junho de 2009 |acessodata=23 de fevereiro de 2014 |publicado=Rdwolff.com |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140228090631/http://www.rdwolff.com/content/economic-crisis-socialist-perspective |arquivodata=28 de fevereiro de 2014}}</ref>
[[Imagem:Anti-capitalism color— Restored.png|thumb|esquerda|upright|"Pirâmide do Sistema Capitalista", cartaz publicado pela [[IWW]] em 1911]]

Os socialistas veem as relações de [[propriedade privada]] como limitantes do potencial das [[forças produtivas]] na economia. De acordo com os socialistas, a propriedade privada se torna obsoleta quando se concentra em instituições centralizadas e socializadas baseadas na apropriação privada da receita ''-'' mas baseadas no trabalho cooperativo e no planejamento interno na alocação de insumos — até que o papel do capitalista se torne redundante.<ref>Engels, Fredrich. [http://www.marxists.org/archive/marx/works/1880/soc-utop/ch03.htm ''Socialism: Utopian and Scientific'']. Acessado em 30 de outubro de 2010, from Marxists.org.</ref> Sem a necessidade de [[acumulação de capital]] e de uma classe de proprietários, a propriedade privada dos meios de produção é percebida como uma forma ultrapassada de organização econômica que deve ser substituída por uma [[Livre associação (comunismo e anarquismo)|associação livre]] de indivíduos baseada na [[propriedade comum]] desses bens socializados.<ref>''The Political Economy of Socialism'', by Horvat, Branko. 1982. Chapter 1: Capitalism, The General Pattern of Capitalist Development. pp. 15–20</ref><ref name="Engels Selected Works 1968, p. 40">Marx and Engels Selected Works, Lawrence and Wishart, 1968, p. 40. Capitalist property relations put a "fetter" on the productive forces.</ref> A propriedade privada impõe restrições ao planejamento, levando a decisões econômicas descoordenadas que resultam em flutuações de negócios, desemprego e um enorme desperdício de recursos materiais durante a crise de superprodução.<ref name="The Political Economy of Socialism 1982. p. 197">''The Political Economy of Socialism'', by Horvat, Branko. 1982. p. 197</ref>

As disparidades excessivas na [[distribuição de renda]] levam à instabilidade social e exigem medidas corretivas onerosas na forma de tributação redistributiva, que incorre em pesados custos administrativos, ao mesmo tempo que enfraquece o incentivo ao trabalho, convida à [[desonestidade]] e aumenta a probabilidade de [[evasão fiscal]], enquanto (as medidas corretivas) reduzem o eficiência global da economia de mercado.<ref name="The Political Economy of Socialism 1982. pp. 197–198">''The Political Economy of Socialism'', by Horvat, Branko. 1982. (pp. 197–98)</ref> Essas políticas corretivas limitam o sistema de incentivos do mercado, fornecendo coisas como [[Salário mínimo|salários mínimos]], [[Proteção no desemprego|seguro-desemprego]], tributação dos lucros e redução do [[Exército industrial de reserva|exército de reserva de trabalho]], resultando em incentivos reduzidos para os capitalistas investirem em mais produção. Em essência, as políticas de bem-estar social paralisam o capitalismo e seu sistema de incentivos e, portanto, são insustentáveis no longo prazo.<ref name="Market Socialism: The Debate Among Socialists, 1998. pp. 60–61">''Market Socialism: The Debate Among Socialists'', 1998. pp. 60–61"</ref> Os marxistas argumentam que o estabelecimento de um [[modo de produção socialista]] é a única maneira de superar essas deficiências. Os socialistas, e especificamente os [[Modo de produção socialista|socialistas marxistas,]] argumentam que o conflito de interesses inerente entre a classe trabalhadora e o capital impede o uso ideal dos recursos humanos disponíveis e leva a grupos de interesse contraditórios (trabalho e negócios) que se esforçam para influenciar o Estado a intervir na economia em seu favor em à custa da eficiência econômica geral.

Os primeiros socialistas ([[Socialismo utópico|socialistas utópicos]] e [[Socialismo ricardiano|ricardianos]]) criticaram o capitalismo por concentrar [[poder]] e [[riqueza]] em um pequeno segmento da sociedade.<ref>[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/551569/socialism 'socialism' in Encyclopædia Britannica (2009)] Acessado em 14 de outubro de 2009, from ''www.britannica.com'', Encyclopædia Britannica Online</ref> Além disso, reclamaram que o capitalismo não usa a [[tecnologia]] e os recursos disponíveis em seu potencial máximo no interesse do público.<ref name="Engels Selected Works 1968, p. 40"/>

=== Marxismo ===
{{AP|Marxismo}}
{{Caixa de citação
| citação = Em certo estágio de desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em conflito com as relações de produção existentes ou — isso apenas expressa a mesma coisa em termos jurídicos — com as relações de propriedade no âmbito das quais operaram até agora. Então começa uma era de revolução social. As mudanças na base econômica levam, mais cedo ou mais tarde, à transformação de toda a imensa superestrutura.<ref name="ReferenceA"/>
| autor = —Karl Marx, ''[[Crítica ao Programa de Gotha]]''
| posição = right
| largura = 246px
| fundo = #c6dbf7
}}

[[Karl Marx]] e [[Friedrich Engels]] argumentaram que o socialismo emergiria da necessidade histórica à medida que o capitalismo se tornasse obsoleto e insustentável por causa das crescentes contradições internas decorrentes do desenvolvimento das [[forças produtivas]] e da tecnologia. Foram esses avanços nas forças produtivas combinados com as velhas [[Relações de produção|relações sociais de produção]] do capitalismo que geraram contradições, levando à consciência da classe trabalhadora.<ref name="ComparingEconomic">''Comparing Economic Systems in the Twenty-First Century'', 2003, by Gregory and Stuart. p. 62, ''Marx's Theory of Change''. {{ISBN|0-618-26181-8}}.</ref>

Marx e Engels defendiam que a consciência daqueles que ganham um salário (a [[classe trabalhadora]] no sentido marxista mais amplo) seria moldada por suas condições de [[Escravidão do salário|escravidão assalariada]], levando a uma tendência de buscar sua liberdade ou [[Livre associação (comunismo e anarquismo)|emancipação]] pela derrubada da propriedade dos meios de produção pelos capitalistas e, consequentemente, derrubando o Estado que sustentava essa ordem econômica. Para Marx e Engels, as condições determinam a consciência e o fim do papel da classe capitalista leva eventualmente a uma [[sociedade sem classes]] na qual o [[Definhamento do estado|Estado definharia]]. A concepção marxista do socialismo é a de uma fase histórica específica que deslocaria o capitalismo e precederia o [[comunismo]].
[[Ficheiro:Karl_Marx_001.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|upright|A obra [[Karl Marx]] é a base da teoria política [[Marxismo|marxista]] e da [[Economia marxiana|economia marxista]]]]

As principais características do socialismo (particularmente conforme concebido por Marx e Engels após a [[Comuna de Paris]] de 1871) são que o [[proletariado]] controlaria os meios de produção por meio de um [[Estado socialista|Estado operário]] erigido pelos trabalhadores em seus interesses. A atividade econômica ainda seria organizada por meio do uso de sistemas de incentivos e as classes sociais ainda existiriam, mas em um grau menor e decrescente do que sob o capitalismo.

Para os marxistas ortodoxos, o socialismo é o estágio inferior do comunismo baseado no princípio "de cada um de acordo com sua capacidade, [[a cada um segundo sua contribuição]]", enquanto o comunismo de estágio superior é baseado no princípio "[[de cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades]]", o estágio superior se tornaria possível somente após o estágio socialista desenvolver ainda mais a eficiência econômica e a automação da produção levar a uma superabundância de bens e serviços.<ref name="KS">{{Citar livro|título=Philosophy and the Problems of Work: A Reader|ultimo=Schaff|primeiro=Kory|editora=Rowman & Littlefield|ano=2001|localização=Lanham, Md|isbn=978-0-7425-0795-1}}</ref><ref name="WA">{{Citar livro|título=Marxism and the leap to the kingdom of freedom: the rise and fall of the Communist utopia|ultimo=Walicki|primeiro=Andrzej|editora=Stanford University Press|ano=1995|localização=Stanford, Calif|isbn=978-0-8047-2384-8}}</ref>

Marx argumentou que as forças produtivas materiais (na indústria e no comércio) trazidas à existência pelo capitalismo predicavam uma sociedade cooperativa, uma vez que a produção havia se tornado uma atividade social coletiva de massa da classe trabalhadora para criar mercadorias, mas com propriedade privada (as relações de produção ou propriedade relações). Este conflito entre o esforço coletivo em grandes fábricas e a propriedade privada traria um desejo consciente na classe trabalhadora de estabelecer uma propriedade coletiva proporcional aos esforços coletivos de sua experiência diária.<ref name="ReferenceA">Karl Marx, Preface to A Contribution to the Critique of Political Economy, 1859</ref>

=== Papel do Estado ===
{{AP|Antiestadismo|Socialismo estatal}}
Os socialistas assumiram diferentes perspectivas sobre o [[Estado]] e o papel que ele deve desempenhar nas lutas revolucionárias, na construção do socialismo e dentro de uma economia socialista estabelecida.

No século XIX, a filosofia do [[socialismo estatal]] foi explicitamente exposta pela primeira vez pelo filósofo político alemão [[Ferdinand Lassalle]]. Em contraste com a perspectiva de Estado de Karl Marx, Lassalle rejeitou o conceito de Estado como uma estrutura de poder baseada em classes, cuja principal função era preservar as estruturas de classes existente. Lassalle também rejeitou a visão marxista de que o Estado estava destinado a "definhar". Lassalle considerava o Estado uma entidade independente das lealdades de classe e um instrumento de justiça que seria, portanto, essencial para alcançar o socialismo.{{Sfn|Berlau|1949|p=21}}

Antes da revolução liderada pelos bolcheviques na Rússia, muitos socialistas, incluindo [[Reformismo (marxismo)|reformistas]], correntes marxistas ortodoxas, como [[comunismo de conselhos]], anarquistas e [[Socialismo libertário|socialistas libertários,]] criticaram a ideia de usar o Estado para conduzir o planejamento central e possuir os meios de produção como forma de estabelecer o socialismo. Após a vitória do [[leninismo]] na Rússia, a ideia de "socialismo estatal" espalhou-se rapidamente por todo o movimento socialista e, eventualmente, o socialismo estatal passou a ser identificado com o modelo econômico soviético.<ref>{{Citar livro|título=An Outline on the History of Economic Thought|ultimo=Screpanti and Zamagni|editora=Oxford|ano=2005|ref=p. 295|edição=2nd}}</ref>

[[Joseph Schumpeter]] rejeitou a associação do socialismo e da propriedade social com a propriedade estatal dos meios de produção porque o Estado, tal como existe em sua forma atual, é um produto da sociedade capitalista e não pode ser transplantado para uma estrutura institucional diferente. Schumpeter argumentou que haveria instituições diferentes dentro do socialismo do que aquelas que existem dentro do capitalismo moderno, assim como o [[feudalismo]] tinha suas próprias formas institucionais distintas e únicas. O Estado, junto com conceitos como [[Propriedade privada|propriedade]] e [[Imposto|tributação]], eram conceitos exclusivos da sociedade comercial (capitalismo) e tentar colocá-los no contexto de uma futura sociedade socialista equivaleria a uma distorção desses conceitos, usando-os fora do contexto.<ref>{{Citar livro|título=Capitalism, Socialism and Democracy|ultimo=Schumpeter|primeiro=Joseph|data=2008|editora=Harper Perennial|isbn=978-0-06-156161-0}}</ref>

=== Utópico ''versus'' científico ===
{{AP|Socialismo científico|Socialismo utópico}}
[[Socialismo utópico]] é um termo usado para definir as primeiras correntes do pensamento socialista moderno, exemplificado pela obra de [[Conde de Saint-Simon|Henri de Saint-Simon]], [[Charles Fourier]] e [[Robert Owen]], que inspirou [[Karl Marx]] e outros socialistas antigos.<ref>{{Citar web |url=https://www.pbs.org/heavenonearth/synopsis.html |titulo=Heaven on Earth: The Rise and Fall of Socialism |acessodata=15 de dezembro de 2011 |publicado=Public Broadcasting System}}</ref> No entanto, as visões de sociedades ideais imaginárias, que competiam com os movimentos social-democratas revolucionários, eram vistas como não sendo baseadas nas condições materiais da sociedade e como reacionárias.<ref name="Draper">{{Citar livro|título=Karl Marx's Theory of Revolution, Volume IV: Critique of Other Socialisms|ultimo=Draper|primeiro=Hal|editora=Monthly Review Press|ano=1990|localização=New York|páginas=1–21|isbn=978-0-85345-798-5}}</ref> Embora seja tecnicamente possível que qualquer conjunto de ideias ou qualquer pessoa que viva em qualquer momento da história seja um socialista utópico, o termo é mais frequentemente aplicado aos socialistas que viveram no primeiro quarto do século XIX aos quais foi atribuído o rótulo "utópico" pelos socialistas posteriores como um termo negativo, a fim de implicar ingenuidade e descartar suas ideias como fantasiosas ou irrealistas.<ref name="SocialismAVeryShortIntroduction"/>

Seitas religiosas cujos membros vivem em comunidade, como os [[anabatistas]], não são geralmente chamadas de "socialistas utópicos", embora seu modo de vida seja um excelente exemplo. Eles foram classificados como [[Socialismo religioso|socialistas religiosos]] por alguns. Da mesma forma, as [[Comunidade intencional|comunidades intencionais]] modernas baseadas em ideias socialistas também podem ser categorizadas como "socialistas utópicos". Para os marxistas, o desenvolvimento do capitalismo na Europa Ocidental forneceu uma base material para a possibilidade de concretizar o socialismo porque, de acordo com o ''[[Manifesto Comunista]],'' "o que a burguesia produz, acima de tudo, são os seus próprios coveiros",<ref>Marx e Engels, ''[[Manifesto Comunista]]''.</ref> a saber, a classe trabalhadora, que deve tomar consciência dos objetivos históricos que a sociedade lhe fixou.

=== Reforma ''versus'' revolução ===
{{AP|Reformismo (marxismo)|Socialismo revolucionário}}
Os socialistas revolucionários acreditam que uma revolução social é necessária para efetuar mudanças estruturais na estrutura socioeconômica da sociedade. Entre os socialistas revolucionários, existem diferenças de estratégia, teoria e definição de ''revolução.'' Os marxistas ortodoxos e os comunistas de esquerda assumem uma postura impossibilista, acreditando que a revolução deve ser espontânea como resultado das contradições da sociedade devido às mudanças tecnológicas nas forças produtivas. Lenin teorizou que sob o capitalismo os trabalhadores não podem alcançar a consciência de classe além de se organizar em [[sindicato]]s e fazer demandas aos capitalistas. Portanto, os [[Leninismo|leninistas]] defendem que é historicamente necessário para uma [[Vanguardismo (Leninismo)|vanguarda]] de revolucionários com consciência de classe assumir um papel central na coordenação da revolução social para derrubar o estado capitalista e, eventualmente, a instituição do estado por completo.<ref>{{Citar web |url=http://www.marxists.org/history/etol/newspape/socialistvoice/partyPR46.html |titulo=The Leninist Concept of the Revolutionary Vanguard Party |acessodata=9 de dezembro de 2013 |website=WRG}}</ref> A ''revolução'' não é necessariamente definida pelos socialistas revolucionários como uma insurreição violenta,<ref>Schaff, Adam, 'Marxist Theory on Revolution and Violence', p. 263. in Journal of the history of ideas, Vol 34, no. 2 (abril-junho de 1973)</ref> mas como um desmantelamento completo e uma transformação rápida de todas as áreas da sociedade de classes lideradas pela maioria das massas: a classe trabalhadora.

O reformismo é geralmente associado à [[social-democracia]] e ao [[socialismo democrático]] [[Gradualismo|gradual]]. O reformismo é a crença de que os socialistas devem concorrer às eleições parlamentares dentro da sociedade capitalista e, se eleitos, usar a [[máquina do governo]] para aprovar reformas políticas e sociais com o objetivo de amenizar as instabilidades e desigualdades do capitalismo. Dentro do socialismo, o ''reformismo'' é usado de duas maneiras diferentes. Ele não tem a intenção de trazer o socialismo ou mudanças econômicas fundamentais para a sociedade e é usado para se opor a tais mudanças estruturais. A outra é baseada na suposição de que, embora as reformas não sejam socialistas em si mesmas, elas podem ajudar a reunir apoiadores para a causa da revolução, popularizando a causa do socialismo para a classe trabalhadora.<ref name="Parker">{{Citar jornal |ultimo=Parker |primeiro=Stan |url=http://www.worldsocialism.org/spgb/socialist-standard/2000s/2002/no-1171-march-2002/reformism-or-socialism |titulo=Reformism – or socialism? |data=Março de 2002 |acessodata=26 de dezembro de 2019 |website=Socialist Standard}}</ref>

O debate sobre a capacidade do reformismo social-democrata de levar a uma transformação socialista da sociedade tem mais de um século. O reformismo é criticado por ser paradoxal, pois busca superar o sistema econômico existente do capitalismo enquanto tenta melhorar as condições do capitalismo, fazendo-o parecer mais tolerável para a sociedade. Segundo [[Rosa Luxemburgo]], o capitalismo não é derrubado, “pelo contrário, fortalece-se com o desenvolvimento das reformas sociais”.<ref>{{Citar web |ultimo=Hallas |primeiro=Duncan |url=http://www.marxists.org/archive/hallas/works/1973/01/reform.htm |titulo=Do We Support Reformist Demands? |data=Janeiro de 1973 |acessodata=26 de dezembro de 2019 |website=Controversy: Do We Support Reformist Demands? |publicado=International Socialism}}</ref> Na mesma linha, Stan Parker, do [[Partido Socialista da Grã-Bretanha]], argumenta que as reformas são um desvio de energia para os socialistas e são limitadas porque devem aderir à lógica do capitalismo.<ref name="Parker"/> O teórico social francês [[André Gorz|Andre Gorz]] criticou o reformismo ao defender uma terceira alternativa ao reformismo e à revolução social que ele chamou de "[[reformas não reformistas]]", especificamente focadas em mudanças estruturais no capitalismo em oposição a reformas para melhorar as condições de vida dentro do capitalismo ou para sustentá-lo através intervenções econômicas.<ref>{{Citar jornal |ultimo=Clifton |primeiro=Lois |url=http://socialistreview.org.uk/363/do-we-need-reform-or-revolution |titulo=Do we need reform of revolution? |data=Novembro de 2011 |acessodata=26 de dezembro de 2019 |website=Socialist Review}}</ref>

== Economia ==
{{AP|Economia socialista}}
{{Caixa de citação
| citação = A anarquia econômica da sociedade capitalista como existe hoje é, em minha opinião, a verdadeira fonte do mal. [...] Estou convencido de que só há uma maneira de eliminar esses graves males, a saber, através do estabelecimento de uma economia socialista, acompanhada por um sistema educacional que seria orientado para fins sociais. Em tal economia, os meios de produção são propriedade da própria sociedade e são utilizados de forma planejada. Uma economia planejada, que ajusta a produção às necessidades da comunidade, distribuiria o trabalho a ser feito entre todos os que podem trabalhar e garantiria o sustento de cada homem, mulher e criança. A educação do indivíduo, além de promover suas próprias habilidades inatas, tentaria desenvolver nele um senso de responsabilidade por seus semelhantes, em lugar da glorificação do poder e do sucesso em nossa sociedade atual.<ref>[http://www.monthlyreview.org/598einstein.php ''Why Socialism?''] por [[Albert Einstein]], ''[[Monthly Review]]'', Maio de 1949</ref>
| autor = —[[Albert Einstein]], "[[Why Socialism?]]", 1949
| posição = right
| largura = 246px
| fundo = #c6dbf7
}}

A economia socialista parte da premissa de que "os indivíduos não vivem ou trabalham isolados, mas vivem em cooperação uns com os outros. Além disso, tudo o que as pessoas produzem é, em certo sentido, um produto social e todos os que contribuem para a produção de um bem têm direito a uma parte dele. A sociedade como um todo, portanto, deve possuir ou pelo menos controlar a propriedade para o benefício de todos os seus membros”.<ref name="ReferenceB"/>

A concepção original do socialismo era a de um sistema econômico pelo qual a produção era organizada de forma a produzir diretamente bens e serviços para sua utilidade (ou [[valor de uso]] na [[Economia marxiana|economia]] [[Economia clássica|clássica]] e marxista), com a alocação direta de recursos em termos de unidades físicas em oposição ao cálculo financeiro e às leis econômicas do capitalismo (ver [[lei do valor]]), muitas vezes acarretando o fim das categorias econômicas capitalistas, como [[Locação|aluguel]], [[juro]]s, [[lucro]] e [[dinheiro]].<ref name="ReferenceD"/> Em uma economia socialista totalmente desenvolvida, a produção e o equilíbrio entre as entradas e as saídas dos fatores torna-se um processo técnico a ser realizado por engenheiros.<ref>{{Citar livro|título=Comparing Economic Systems in the Twenty-First Century, Seventh Edition: "Socialist Economy"|ultimo=Gregory and Stuart|primeiro=Paul and Robert|editora=George Hoffman|ano=2004|isbn=978-0-618-26181-9}}</ref>

O [[socialismo de mercado]] se refere a uma série de diferentes teorias e sistemas econômicos que usam o mecanismo de mercado para organizar a produção e alocar insumos de fatores entre empresas de propriedade social, com o excedente econômico (lucros) acumulando para a sociedade em um [[dividendo social]] em oposição aos proprietários de capital privado.<ref>{{Citar livro|título=Encyclopedia of Political Economy, Volume 2|ultimo=O'Hara|primeiro=Phillip|data=2003|editora=[[Routledge]]|isbn=978-0-415-24187-8}}</ref> Variações do socialismo de mercado incluem [[Libertarismo|propostas libertárias]], como o [[Mutualismo (economia)|mutualismo]], baseado na economia clássica, e [[Economia neoclássica|modelos econômicos neoclássicos]], como o [[Lange Model|Modelo Lange]]. No entanto, alguns economistas como [[Joseph Stiglitz]], [[Mancur Olson]] e outros que não defendem posições [[antissocialista]]s especificamente mostraram que os modelos econômicos predominantes nos quais tais modelos democráticos ou de socialismo de mercado podem se basear têm falhas lógicas ou pressuposições impraticáveis.<ref>{{Citar livro|título=Whither Socialism?|ultimo=Stiglitz|primeiro=Joseph|data=1996|editora=The MIT Press|isbn=978-0-262-69182-6}}</ref><ref>Mancur Olson, Jr., 1965, 2nd ed., 1971. ''The Logic of Collective Action: Public Goods and the Theory of Groups'', Harvard University Press, [http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674537514 Description], [http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?recid=24500&content=toc Table of Contents], and [[iarchive:logicofcollectiv00olso 0/page/5|preview]].</ref>

A propriedade dos [[meios de produção]] pode ser baseada na propriedade direta pelos usuários da propriedade produtiva por meio de [[cooperativas]] de trabalhadores; ou de [[propriedade comum]] de toda a sociedade, com gestão e controle delegados àqueles que operam/utilizam os meios de produção; ou [[propriedade pública]] por um aparato estatal, o que pode referir-se à criação de [[Empresa estatal|empresas estatais]], [[nacionalização]], [[municipalização]] ou instituições coletivas autônomas. Alguns socialistas acham que, em uma economia socialista, pelo menos os "altos comandos" da economia devem ser propriedade pública.<ref>{{Citar web |url=https://www.amazon.com/dp/product-description/068483569X |titulo=Excerpt from Commanding Heights |acessodata=30 de novembro de 2010}}</ref> No entanto, os [[Liberalismo económico|liberais econômicos]] e os [[libertarismo da direita|libertários de direita]] veem a propriedade privada dos [[meios de produção]] e a troca de mercado como entidades naturais ou direitos morais que são centrais para suas concepções de liberdade e veem a dinâmica econômica do capitalismo como imutável e absoluta, portanto percebem a propriedade pública dos meios de produção, as [[Cooperativismo|cooperativas]] e o [[planejamento econômico]] como infrações à liberdade.<ref name="milton">{{Citar web |url=http://www.sangam.org/taraki/articles/2006/11-25_Friedman_MGR.php?uid=2075 |titulo=On Milton Friedman, MGR & Annaism |acessodata=30 de outubro de 2011 |publicado=Sangam.org}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/cambridgehistory00ball|título=The Cambridge History of Twentieth-Century Political Thought|ultimo=Bellamy|primeiro=Richard|editora=Cambridge University Press|ano=2003|isbn=978-0-521-56354-3}}</ref>

A gestão e o controle das atividades das empresas baseiam-se na [[autogestão]] e na autogovernança, com igualdade de relações de poder no local de trabalho para maximizar a autonomia ocupacional. Uma forma socialista de organização eliminaria as hierarquias de controle, de forma que apenas uma hierarquia baseada no conhecimento técnico no local de trabalho permanecesse. Cada membro teria poder de tomada de decisão na empresa e seria capaz de participar do estabelecimento de seus objetivos gerais de política. As políticas/metas seriam executadas pelos especialistas técnicos que compõem a hierarquia coordenadora da empresa, que estabeleceriam planos ou diretrizes para que a comunidade de trabalho cumprisse essas metas.<ref name="The Political Economy of Socialism, 1982. p. 197">''The Political Economy of Socialism'', by Horvat, Branko. 1982. (p. 197)</ref>

O papel e o uso do dinheiro em uma hipotética economia socialista é uma questão contestada. De acordo com o economista da [[Escola Austríaca|escola austríaca]] [[Ludwig von Mises]], um sistema econômico que não usa [[dinheiro]], cálculo financeiro e [[Preço|preços de mercado]] seria incapaz de valorizar [[Bens de produção|bens de capital]] e coordenar a produção de forma eficaz e, portanto, esses tipos de socialismo são impossíveis porque carecem das informações necessárias para realizar cálculos econômicos em primeiro lugar.<ref>Ludwig Von Mises, ''Socialism'', p. 119</ref> Socialistas, incluindo [[Karl Marx]], [[Robert Owen]], [[Pierre-Joseph Proudhon]] e [[John Stuart Mill]] defenderam várias formas de [[vale-trabalho]] que, como o dinheiro, seriam usados para adquirir artigos de consumo, mas ao contrário do dinheiro, seriam incapazes de se tornarem [[Capital financeiro|capital]] e não seriam usados para alocar recursos dentro do processo de produção. O revolucionário bolchevique [[Leon Trótski|Leon Trotsky]] argumentou que o dinheiro não poderia ser abolido arbitrariamente após uma revolução socialista. Segundo ele, o dinheiro teria que esgotar sua “missão histórica”, ou seja, teria que ser usado até que sua função se tornasse redundante, eventualmente sendo transformado em recibos de contabilidade para estatísticos e, somente em um futuro mais distante, o dinheiro não seria necessário nem mesmo para essa função.<ref>[http://www.marxists.org/archive/trotsky/1936/revbet/ch04.htm ''Leon Trotsky: The Revolution Betrayed''] (1936). Full Text. Chapter 4: "Having lost its ability to bring happiness or trample men in the dust, money will turn into mere bookkeeping receipts for the convenience of statisticians and for planning purposes. In the still more distant future, probably these receipts will not be needed."</ref>

=== Economia planejada ===
{{AP|Economia planejada}}
Uma [[economia planejada]] é um tipo de economia que consiste em uma mistura de propriedade pública dos meios de produção e a coordenação da produção e distribuição por meio do [[planejamento econômico]]. Uma economia planejada pode ser descentralizada ou centralizada. [[Enrico Barone]] forneceu uma estrutura teórica abrangente para uma economia socialista planejada. Em seu modelo, assumindo técnicas de computação perfeitas, equações simultâneas relacionando entradas e saídas a razões de equivalência forneceriam avaliações apropriadas para equilibrar oferta e demanda.<ref>{{Citar livro|título=Comparing Economic Systems in the Twenty-First Century, Seventh Edition|ultimo=Gregory and Stuart|primeiro=Paul and Robert|editora=George Hoffman|ano=2004|páginas=120–21|isbn=978-0-618-26181-9}}</ref>

O exemplo mais proeminente de uma economia planejada foi o [[Economia da União Soviética|sistema econômico soviético]] e, como tal, o modelo econômico de planejamento centralizado é geralmente associado aos [[Estado comunista|Estados comunistas]] do século XX, onde foi combinado com um sistema político de [[partido único]]. Em uma economia planejada centralmente, as decisões relativas à quantidade de bens e serviços a serem produzidos são planejadas com antecedência por uma agência de planejamento. Os sistemas econômicos da [[União Soviética]] e do [[Bloco de Leste]] são ainda classificados como "economias de comando", que são definidas como sistemas onde a coordenação econômica é realizada por comandos, diretivas e metas de produção.<ref>{{Citar web |ultimo=Ericson |primeiro=Richard E. |url=http://econ.la.psu.edu/~bickes/rickcommand.pdf |titulo=Command Economy |acessodata=9 de março de 2012 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20111125010605/http://econ.la.psu.edu/~bickes/rickcommand.pdf |arquivodata=25 de novembro de 2011}}</ref> Estudos feitos por economistas de várias convicções políticas sobre o funcionamento real da economia soviética indicam que ela não era realmente uma economia planejada. Em vez de um planejamento consciente, a economia soviética baseou-se em um processo pelo qual o plano foi modificado por agentes localizados e os planos originais não eram cumpridos. Agências de planejamento, ministérios e empresas se adaptavam e negociavam uns com os outros durante a formulação do plano, em oposição a seguir um plano transmitido por uma autoridade superior, levando alguns economistas a sugerir que o planejamento não ocorreu realmente dentro da economia soviética e que uma descrição melhor seria uma economia "administrada" ou "gerenciada".<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/economicsoffeasi00nove/page/78|título=The Economics of Feasible Socialism, Revisited|ultimo=Nove|primeiro=Alec|editora=Routledge|ano=1991|isbn=978-0-04-335049-2}}</ref>

Embora o planejamento central fosse amplamente apoiado por [[Marxismo-Leninismo|marxistas-leninistas]], algumas facções dentro da União Soviética antes da ascensão do [[stalinismo]] mantinham posições contrárias ao planejamento central. [[Leon Trotsky]] rejeitou o planejamento central em favor do planejamento descentralizado. Ele argumentou que os planejadores centrais, independentemente de sua capacidade intelectual, seriam incapazes de coordenar efetivamente todas as atividades econômicas dentro de uma economia porque operavam sem a contribuição e o conhecimento tácito incorporado pela participação de milhões de pessoas na economia. Como resultado, os planejadores centrais seriam incapazes de responder às condições econômicas locais.<ref>''Writings 1932–33, p. 96'', Leon Trotsky.</ref> O [[socialismo estatal]] é inviável nessa visão porque as informações não podem ser agregadas por um órgão central e efetivamente usadas para formular um plano para toda a economia, porque isso resultaria em [[Problema do cálculo econômico|sinais de preços distorcidos ou ausentes]].<ref name="hayek">F. A. Hayek, (1935), "The Nature and History of the Problem" and "The Present State of the Debate," om in F. A. Hayek, ed. ''Collectivist Economic Planning'', pp. 1–40, 201–43.</ref>

=== Economia autogerida ===
{{AP|Autogestão|Democracia económica}}
{{Caixa de citação
| citação = O socialismo, você vê, é um pássaro com duas asas. A definição é 'propriedade social e controle democrático dos instrumentos e meios de produção'.<ref>{{citar livro|título=Upton Sinclair's: A Monthly Magazine: for Social Justice, by Peaceful Means If Possible|url=https://books.google.com/books?id=i0w9AQAAMAAJ|data=1 de janeiro de 1918|último=Sinclair|primeiro=Upton|autorlink=Upton Sinclair}}</ref>
| autor = —[[Upton Sinclair]]
| posição = right
| largura = 246px
| fundo = #c6dbf7
}}
Uma economia autogerida e descentralizada é baseada em unidades econômicas autônomas e autorreguladas e em um mecanismo descentralizado de alocação de recursos e tomada de decisões. Este modelo encontrou apoio em notáveis economistas clássicos e neoclássicos, incluindo [[Alfred Marshall]], [[John Stuart Mill]] e [[Jaroslav Vanek]]. Existem inúmeras variações de [[autogestão]], incluindo firmas gerenciadas por mão de obra e firmas gerenciadas por trabalhadores. Os objetivos da autogestão são eliminar a exploração e reduzir a [[alienação]].<ref>{{Citar livro|título=Encyclopedia of Political Economy, Volume 2|ultimo=O'Hara|primeiro=Phillip|data=2003|editora=Routledge|páginas=8–9|isbn=978-0-415-24187-8}}</ref> O [[socialismo de guildas]] é um movimento político que defende o controle operário da indústria por meio de [[guildas]] relacionadas ao comércio "em uma relação contratual implícita com o público".<ref name="britannica.com">{{Citar enciclopédia |url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/248652/Guild-Socialism |titulo=Guild Socialism |acessodata=11 de outubro de 2013 |enciclopédia=Britannica.com}}</ref> Originou-se no Reino Unido e teve sua maior influência no primeiro quarto do século XX. Foi fortemente associado a [[G. D. H. Cole]] e influenciado pelas ideias de [[William Morris]].

Um desses sistemas é a economia cooperativa, uma [[economia de mercado]] amplamente livre na qual os trabalhadores administram as empresas e determinam democraticamente os níveis de remuneração e as divisões de trabalho. Os recursos produtivos seriam legalmente propriedade da [[Cooperativismo|cooperativa]] e alugados aos trabalhadores, que teriam direito de [[usufruto]].<ref>Vanek, Jaroslav, ''The Participatory Economy'' (Ithaca, NY.: Cornell University Press, 1971).</ref> Outra forma de planejamento descentralizado é o uso da [[cibernética]], ou o uso de computadores para gerenciar a alocação de insumos econômicos. O governo socialista de [[Salvador Allende]], no Chile, experimentou o [[Synco|Projeto Cybersyn]], uma ponte de informações em tempo real entre o governo, empresas estatais e consumidores.<ref>{{Citar web |url=http://www.cybersyn.cl/ingles/cybersyn/cybernet.html |titulo=CYBERSYN/Cybernetic Synergy |acessodata=30 de outubro de 2011 |publicado=Cybersyn.cl}}</ref> Outra variante mais recente é a [[economia participativa]], em que a economia é planejada por conselhos descentralizados de trabalhadores e consumidores. Os trabalhadores seriam remunerados exclusivamente de acordo com o esforço e o sacrifício, de modo que aqueles que se ocupam de trabalhos perigosos, incômodos e extenuantes recebessem os rendimentos mais elevados e, assim, pudessem trabalhar menos.<ref>[[Michael Albert]] and [[Robin Hahnel]], ''The Political Economy of Participatory Economics'' (Princeton, NJ.: Princeton University Press, 1991).</ref> Um modelo contemporâneo para um socialismo autogerido e sem mercado é o modelo de coordenação negociada de [[Pat Devine]]. A coordenação negociada é baseada na propriedade social daqueles afetados pelo uso dos ativos envolvidos, com decisões tomadas por aqueles no nível de produção mais localizado.<ref>{{Citar web |url=http://gesd.free.fr/devine.pdf |titulo=Participatory Planning Through Negotiated Coordination |acessodata=30 de outubro de 2011}}</ref>

[[Michel Bauwens]] identifica o surgimento do movimento do [[software aberto]] e da produção [[Processos colaborativos peer-to-peer|''peer-to-peer'']] como um novo [[Modo de produção|modo alternativo de produção]] para a economia capitalista e planejada centralmente que se baseia na autogestão colaborativa, propriedade comum de recursos e produção de [[valor de uso]] através da livre cooperação dos produtores que têm acesso ao capital distribuído.<ref name="Ctheory">{{Citar jornal |url=http://www.ctheory.net/articles.aspx?id=499 |titulo=The Political Economy of Peer Production |data=12 de janeiro de 2005 |acessodata=8 de junho de 2011 |publicado=CTheory |arquivourl=https://web.archive.org/web/20190414192527/http://www.ctheory.net/articles.aspx?id=499 |arquivodata=14 de abril de 2019}}</ref>

O [[anarcocomunismo]] é uma teoria do [[anarquismo]] que defende a abolição do [[Estado]], da [[propriedade privada]] e do [[capitalismo]] em favor da [[propriedade comum]] dos [[meios de produção]].<ref name="Mayne">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=6MkTz6Rq7wUC&pg=PA131|título=From Politics Past to Politics Future: An Integrated Analysis of Current and Emergent Paradigms|ultimo=Alan James Mayne|editora=Greenwood Publishing Group|ano=1999|isbn=978-0-275-96151-0}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=jeiudz5sBV4C&pg=PA14|título=Anarchism for Know-It-Alls|editora=Filiquarian Publishing|ano=2008|isbn=978-1-59986-218-7}}</ref> O [[anarcossindicalismo]] foi praticado na [[Catalunha]] e em outros lugares da [[Revolução Espanhola]] durante a [[Guerra Civil Espanhola]]. [[Sam Dolgoff]] estimou que cerca de oito milhões de pessoas participaram direta ou pelo menos indiretamente da Revolução Espanhola.<ref name="Dolgoff1974">{{Citation|último=Dolgoff|primeiro1=S.|título=The Anarchist Collectives: Workers' Self-Management in the Spanish Revolution|ano=1974|isbn=978-0-914156-03-1}}</ref>

A economia da antiga [[República Socialista Federativa da Iugoslávia|República Federal Socialista da Iugoslávia]] estabeleceu um sistema baseado na alocação baseada no mercado, na propriedade social dos meios de produção e na autogestão dentro das empresas. Este sistema substituiu o planejamento central de tipo soviético por um sistema descentralizado e autogerenciado após as reformas de 1953.<ref>Estrin, Saul. 1991. "Yugoslavia: The Case of Self-Managing Market Socialism." Journal of Economic Perspectives, 5(4): 187–94.</ref>

O [[Economia marxiana|economista marxista]] [[Richard D. Wolff]] argumenta que "reorganizar a produção para que os trabalhadores se tornem coletivamente autodirigidos em seus locais de trabalho" não apenas move a sociedade para além do capitalismo e do [[socialismo estatal]] do século passado, mas também marcaria outro marco na história humana, semelhante a transições anteriores da [[escravidão]] e do [[feudalismo]]. Como exemplo, Wolff afirma que a [[Corporação Mondragon|Mondragon]] é "uma alternativa de sucesso impressionante à organização capitalista da produção".<ref>[[Richard D. Wolff|Wolff, Richard]] (24 de junho de 2012). [https://www.theguardian.com/commentisfree/2012/jun/24/alternative-capitalism-mondragon Yes, there is an alternative to capitalism: Mondragon shows the way]. ''[[The Guardian]].'' Acessado em 12 de agosto de 2013.</ref>

=== Economia dirigida pelo Estado ===
{{AP|Socialismo estatal}}
{{VT|Dirigismo|Nacionalização|Empresa estatal|Capitalismo de Estado|Estado estacionário (economia)}}
O [[socialismo estatal]] pode ser usado para classificar qualquer variedade de filosofias socialistas que defendem a propriedade dos [[meios de produção]] pelo [[Estado|aparelho de estatal]], seja como um estágio de transição entre o capitalismo e o socialismo, ou como um objetivo final em si mesmo. Normalmente, refere-se a uma forma de gestão tecnocrática, em que especialistas técnicos administram ou gerenciam empresas econômicas em nome da sociedade e do interesse público, em vez de conselhos de trabalhadores ou da democracia no local de trabalho.

Uma economia dirigida pelo Estado pode se referir a um tipo de economia mista que consiste na propriedade pública sobre grandes indústrias, conforme promovido por vários partidos políticos [[social-democratas]] durante o século XX. Essa ideologia influenciou as políticas do Partido Trabalhista britânico durante a administração de [[Clement Attlee]]. Na biografia do primeiro-ministro do Partido Trabalhista do Reino Unido de 1945, [[Clement Attlee]], [[Francis Beckett]] afirma: "O governo [...] queria o que se tornaria conhecido como economia mista".<ref>Beckett, Francis, ''Clem Attlee'', (2007) Politico's.</ref>

A nacionalização no Reino Unido foi alcançada por meio da compra compulsória da indústria (ou seja, com compensação). A [[British Aerospace]] foi uma combinação das principais empresas aeronáuticas [[British Aircraft Corporation]], [[Hawker-Siddeley|Hawker Siddeley]] e outras. A [[British Shipbuilders]] foi uma combinação das principais empresas de construção naval, incluindo [[Cammell Laird]], [[Construtores navais Govan|Govan Shipbuilders]], [[Swan Hunter]] e [[Yarrow Shipbuilders]], enquanto a nacionalização das minas de carvão em 1947 criou uma comissão de carvão encarregada de gerir comercialmente a indústria do carvão para poder atender os juros a pagar sobre os títulos em que as ações dos ex-proprietários de minas haviam sido convertidas.<ref>{{Citar livro|url=http://www.worldsocialism.org/spgb/pdf/ms.pdf|título=The Strike Weapon: Lessons of the Miners' Strike|ultimo=Socialist Party of Great Britain|editora=Socialist Party of Great Britain|ano=1985|localização=London|autorlink=Socialist Party of Great Britain|acessodata=28 de abril de 2007|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070614065637/http://www.worldsocialism.org/spgb/pdf/ms.pdf|arquivodata=14 de junho de 2007}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.marxists.org/archive/hardcastle/1947/02/railways.htm |titulo=The Nationalisation of the Railways |acessodata=28 de abril de 2007 |ultimo=Hardcastle |primeiro=Edgar |autorlink=Edgar Hardcastle |ano=1947 |volume=43 |periódico=[[Socialist Standard]]}}</ref>

=== Socialismo de mercado ===
{{AP|Socialismo de mercado}}
O [[socialismo de mercado]] consiste em empresas de propriedade pública ou cooperativa operando em uma [[economia de mercado]]. É um sistema que utiliza os [[Sistema de preços|preços de mercado]] e monetários para a alocação e contabilização dos [[meios de produção]], retendo assim o processo de [[Acumulação de capital|acumulação]] de capital. O lucro gerado seria usado para remunerar diretamente os funcionários, sustentar coletivamente a empresa ou financiar instituições públicas.<ref>''Comparing Economic Systems in the Twenty-First Century'', 2003, by Gregory and Stuart. {{ISBN|0-618-26181-8}}. p. 142: "It is an economic system that combines social ownership of capital with market allocation of capital...The state owns the means of production, and returns accrue to society at large."</ref> Nas formas de socialismo de mercado orientadas pelo Estado, em que as empresas estatais tentam maximizar o lucro, os lucros podem ser usados para financiar programas e serviços do governo por meio de um [[dividendo social]], eliminando ou diminuindo muito a necessidade de várias formas de tributação que existem nos sistemas capitalistas. O [[Economia neoclássica|economista neoclássico]] [[Léon Walras]] acreditava que uma economia socialista baseada na propriedade estatal da terra e dos recursos naturais proporcionaria um meio de financiamento público para tornar os impostos de renda desnecessários.<ref name="ReferenceD"/> A [[Iugoslávia]] implementou uma economia socialista de mercado baseada em cooperativas e na autogestão dos trabalhadores.
[[Ficheiro:Proudhon-children.jpg|esquerda|miniaturadaimagem| [[Pierre-Joseph Proudhon]], principal teórico do [[Mutualismo (economia)|mutualismo]] e influente pensador socialista francês]]

O [[Mutualismo (economia)|mutualismo]] é uma [[Economia|teoria econômica]] e [[Correntes do anarquismo|escola de pensamento anarquista]] que defende uma sociedade onde cada pessoa possa possuir um [[Meios de produção|meio de produção]], seja individual ou coletivamente, com o comércio representando quantidades equivalentes de trabalho no [[mercado livre]].<ref>{{Citar web |url=http://www.mutualist.org/ |titulo=Introduction |acessodata=29 de abril de 2010 |publicado=Mutualist.org}}</ref> Parte integrante do esquema era o estabelecimento de um banco de crédito mútuo que emprestaria aos produtores a uma taxa de juros mínima, mas alta o suficiente para cobrir a administração.<ref>Miller, David. 1987. "Mutualism." The Blackwell Encyclopedia of Political Thought. Blackwell Publishing. p. 11</ref> O mutualismo é baseado na [[teoria do valor-trabalho]] que sustenta que quando o trabalho ou seu produto é vendido, em troca ele deve receber bens ou serviços que incorporam "a quantidade de trabalho necessária para produzir um artigo de utilidade exatamente semelhante e igual".<ref>Tandy, Francis D., 1896, ''[[Voluntary Socialism]]'', chapter 6, paragraph 15.</ref>

O atual sistema econômico da [[China]] é formalmente denominado "[[Socialismo com características chinesas|economia de mercado socialista com características chinesas]]". Ele combina um grande setor estatal que compreende os altos comandos da economia, que têm seus estatutos de propriedade pública garantidos por lei,<ref>{{Citar web |url=http://www.chinadaily.com.cn/china/2006-12/19/content_762056.htm |titulo=China names key industries for absolute state control |data=19 de dezembro de 2006 |acessodata=2 de junho de 2010 |website=China Daily}}</ref> com um setor privado principalmente envolvido na produção de [[commodities]] e indústria leve responsável de algo entre 33%<ref>{{Citar web |ultimo=English@peopledaily.com.cn |url=http://english.people.com.cn/200507/13/eng20050713_195876.html |titulo=People's Daily Online – China has socialist market economy in place |data=13 de julho de 2005 |acessodata=2 de junho de 2010 |publicado=English.people.com.cn}}</ref> a mais de 70% do [[PIB]] gerado em 2005.<ref>{{Citar web |url=http://www.oecd.org/dataoecd/16/3/36174313.pdf |titulo=China and the OECD |data=Maio de 2006 |acessodata=2 de junho de 2010 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20081010154017/http://www.oecd.org/dataoecd/16/3/36174313.pdf |arquivodata=10 de outubro de 2008}}</ref> Embora tenha ocorrido uma rápida expansão da atividade do setor privado desde a década de 1980, a privatização de ativos estatais foi virtualmente interrompida e parcialmente revertida em 2005.<ref>{{Citar web |ultimo=Talent |primeiro=Jim |url=http://www.heritage.org/Research/Reports/2010/01/10-China-Myths-for-the-New-Decade#_ftn23 |titulo=10 China Myths for the New Decade &#124; The Heritage Foundation |acessodata=2 de junho de 2010 |publicado=Heritage.org |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100910011308/http://www.heritage.org/research/reports/2010/01/10-china-myths-for-the-new-decade#_ftn23 |arquivodata=10 de setembro de 2010}}</ref> A economia chinesa atual consiste em 150 empresas estatais corporatizadas que se reportam diretamente ao governo central chinês.<ref>{{Citar jornal |url=https://www.forbes.com/2008/07/08/china-enterprises-state-lead-cx_jrw_0708mckinsey.html |titulo=Reassessing China's State-Owned Enterprises |data=8 de julho de 2008 |acessodata=2 de junho de 2010 |website=Forbes}}</ref> Em 2008, essas corporações estatais tornaram-se cada vez mais dinâmicas e geraram grandes aumentos nas receitas para o Estado,<ref>{{Citar web |url=http://us.ft.com/ftgateway/superpage.ft?news_id=fto031620081407384075 |titulo=InfoViewer: China's champions: Why state ownership is no longer proving a dead hand |data=28 de agosto de 2003 |acessodata=2 de junho de 2010 |publicado=Us.ft.com |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110711045431/https://us.ft.com/ftgateway/superpage.ft?news_id=fto031620081407384075 |arquivodata=11 de julho de 2011}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://ufirc.ou.edu/publications/Enterprises%20of%20China.pdf |titulo=Archived copy |acessodata=18 de novembro de 2009 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110720024533/http://ufirc.ou.edu/publications/Enterprises%20of%20China.pdf |arquivodata=20 de julho de 2011}}</ref> resultando em uma recuperação liderada pelo setor estatal durante a [[Crise financeira de 2007–2008|crise financeira de 2009]], ao mesmo tempo que respondia pela maior parte do crescimento econômico da China.<ref>{{Citar jornal |url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/business/8153138.stm |titulo=China grows faster amid worries |data=16 de julho de 2009 |acessodata=7 de abril de 2010 |website=BBC News}}</ref> No entanto, o modelo econômico chinês é amplamente citado como uma forma contemporânea de capitalismo estatal, sendo que a principal diferença entre o capitalismo ocidental e o modelo chinês é o grau de propriedade estatal de ações em empresas listadas publicamente.

A [[República Socialista do Vietnã]] adotou um modelo semelhante após a renovação econômica [[Doi Moi]], mas difere ligeiramente do modelo chinês no sentido de que o governo vietnamita mantém um controle firme sobre o setor estatal e as indústrias estratégicas, mas permite a atividade do setor privado na produção de commodities.<ref>{{Citar web |url=http://www.vietnamembassy-usa.org/news/story.php?d=20031117235404 |titulo=VN Embassy : Socialist-oriented market economy: concept and development soluti |data=17 de novembro de 2003 |acessodata=2 de junho de 2010 |publicado=Vietnamembassy-usa.org}}</ref>

== Política ==
{{AP|Movimento operário|Sindicato}}
[[Ficheiro:Socialists in Union Square, N.Y.C. (cropped).jpg|miniaturadaimagem| Socialistas na [[Union Square]], na cidade de [[Nova York]], no [[Dia do Trabalhador|1º de Maio]] de 1912]]
Embora os principais movimentos políticos socialistas incluam anarquismo, comunismo, movimento trabalhista, marxismo, social-democracia e sindicalismo, teóricos socialistas independentes, autores [[Socialismo utópico|socialistas utópicos]] e defensores acadêmicos do socialismo podem não estar representados nesses movimentos. Alguns grupos políticos se autodenominam ''socialistas,'' embora sustentem pontos de vista que alguns consideram antitéticos ao socialismo. O termo ''socialista'' também foi usado por alguns políticos da [[Direita (política)|direita política]] como um epíteto contra certos indivíduos que não se consideram socialistas e contra políticas que não são consideradas socialistas por seus proponentes. Existem muitas variações de "socialismo" e, como tal, não existe uma definição única que englobe todo o socialismo. No entanto, houve elementos comuns identificados por estudiosos.<ref>{{Harvnb|Lamb|Docherty|2006|pp=1–3}}</ref>

Em ''Dictionary of Socialism'' (1924), Angelo S. Rappoport analisou quarenta definições de socialismo para concluir que os elementos comuns do socialismo incluem a crítica geral dos efeitos sociais da [[propriedade privada]] e do controle do capital — como sendo a causa da [[pobreza]], dos baixos salários, do [[desemprego]], da [[desigualdade econômica]] e social e falta de segurança econômica; uma visão geral de que a solução para esses problemas é uma forma de controle coletivo sobre os [[meios de produção]], [[Distribuição (economia)|distribuição]] e troca (o grau e os meios de controle variam entre os movimentos socialistas); um acordo de que o resultado desse controle coletivo deve ser uma sociedade baseada na [[justiça social]], incluindo [[igualdade social]] e proteção econômica das pessoas, sendo que deve proporcionar uma vida mais satisfatória para a grande maioria da população.<ref>{{Harvnb|Lamb|Docherty|2006|pp=1–2}}</ref>

Em ''The Concepts of Socialism'' (1975), [[Bhikhu Parekh]] identifica quatro princípios fundamentais do socialismo e, em particular, da sociedade socialista, a saber, socialidade, responsabilidade social, cooperação e planejamento.<ref name="Peter Lamb 2006. p. 2">{{Harvnb|Lamb|Docherty|2006|p=2}}</ref> Em seu estudo ''Ideologias e Teoria Política'' (1996), [[Michael Freeden]] afirma que todos os socialistas compartilham cinco temas: o primeiro é que o socialismo postula que a sociedade é mais do que uma mera coleção de indivíduos; segundo, que considera o bem-estar humano um objetivo desejável; terceiro, que considera os humanos por natureza ativos e produtivos; quarto, ele mantém a crença na igualdade humana; e quinto, que a história é progressiva e criará mudanças positivas com a condição de que os humanos trabalhem para conseguir tal mudança.

=== Anarquismo ===
{{AP|Anarquismo}}
O [[anarquismo]] defende [[Sociedade apátrida|sociedades apátridas]] geralmente definidas como instituições voluntárias [[Autogoverno|autogovernadas]]<ref>"ANARCHISM, a social philosophy that rejects authoritarian government and maintains that voluntary institutions are best suited to express man's natural social tendencies." George Woodcock. "Anarchism" at The Encyclopedia of Philosophy</ref><ref>[http://dwardmac.pitzer.edu/anarchist_archives/kropotkin/britanniaanarchy.html Peter Kropotkin. "Anarchism" from the Encyclopædia Britannica] Peter Kropotkin. "Anarchism" from the Encyclopædia Britannica]</ref><ref>"Anarchism." The Shorter Routledge Encyclopedia of Philosophy. 2005. p. 14 "Anarchism is the view that a society without the state, or government, is both possible and desirable."</ref><ref>Sheehan, Sean. Anarchism, London: Reaktion Books Ltd., 2004. p. 85</ref> mas que vários autores definiram como instituições mais específicas baseadas em [[Livre associação (comunismo e anarquismo)|associações livres]] [[Hierarquia|não hierárquicas]].<ref>Judith Suissa. ''Anarchism and Education: a Philosophical Perspective''. Routledge. New York. 2006. p. 7</ref><ref>[[Piotr Kropotkin|Peter Kropotkin]]. [http://www.theanarchistlibrary.org/HTML/Petr_Kropotkin__Anarchism__its_philosophy_and_ideal.html "Anarchism: its philosophy and ideal"]. {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20120318013807/http://www.theanarchistlibrary.org/HTML/Petr_Kropotkin__Anarchism__its_philosophy_and_ideal.html|data=18 de março de 2012}}</ref><ref>"anarchists are opposed to irrational (e.g., illegitimate) authority, in other words, hierarchy—hierarchy being the institutionalisation of authority within a society." [http://www.theanarchistlibrary.org/HTML/The_Anarchist_FAQ_Editorial_Collective__An_Anarchist_FAQ__03_17_.html#toc2 "B.1 Why are anarchists against authority and hierarchy?"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20120615071249/http://theanarchistlibrary.org/HTML/The_Anarchist_FAQ_Editorial_Collective__An_Anarchist_FAQ__03_17_.html#toc2|data=15 de junho de 2012}}. In ''An Anarchist FAQ''.</ref> Enquanto o anarquismo considera o [[Estado]] indesejável, desnecessário ou prejudicial,<ref name="definition">{{Citar periódico |url=http://www.marxists.org/archive/malatesta/1930s/xx/toanarchy.htm |titulo=Towards Anarchism |ultimo=Malatesta |primeiro=Errico |autorlink=Errico Malatesta |oclc=3930443 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20121107221404/http://marxists.org/archive/malatesta/1930s/xx/toanarchy.htm |arquivodata=7 de novembro de 2012 |periódico=MAN!}} {{Citar periódico |url=https://www.theglobeandmail.com/servlet/story/RTGAM.20070514.wxlanarchist14/BNStory/lifeWork/home/ |titulo=Working for The Man |data=14 de maio de 2007 |acessodata=14 de abril de 2008 |ultimo=Agrell |primeiro=Siri |arquivourl=https://web.archive.org/web/20070516094548/http://www.theglobeandmail.com/servlet/story/RTGAM.20070514.wxlanarchist14/BNStory/lifeWork/home |arquivodata=16 de maio de 2007 |periódico=[[The Globe and Mail]]}} {{Citar web |url=http://www.britannica.com/eb/article-9117285 |titulo=Anarchism |acessodata=29 de agosto de 2006 |website=Encyclopædia Britannica |publicado=Encyclopædia Britannica Premium Service |ano=2006 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20061214085638/http://www.britannica.com/eb/article-9117285 |arquivodata=14 de dezembro de 2006}} {{Citar periódico |titulo=Anarchism |ano=2005 |pagina=14 |periódico=The Shorter Routledge Encyclopedia of Philosophy}} The following sources cite anarchism as a political philosophy:
{{Citar livro|título=Anarchism and Authority|ultimo=Mclaughlin|primeiro=Paul|editora=Ashgate|ano=2007|localização=Aldershot|isbn=978-0-7546-6196-2}} {{Citar livro|título=The Dictionary of Human Geography|ultimo=Johnston|primeiro=R.|editora=Blackwell Publishers|ano=2000|localização=Cambridge|isbn=978-0-631-20561-6}}</ref><ref name="slevin">Slevin, Carl. "Anarchism." ''The Concise Oxford Dictionary of Politics''. Ed. Iain McLean and Alistair McMillan. Oxford University Press, 2003.</ref> este não é o aspecto central.<ref>"Anarchists do reject the state, as we will see. But to claim that this central aspect of anarchism is definitive is to sell anarchism short."[https://books.google.com/books?id=kkj5i3CeGbQC ''Anarchism and Authority: A Philosophical Introduction to Classical Anarchism'' by Paul McLaughlin. AshGate. 2007. p. 28]</ref> O anarquismo envolve [[autoridade]] oposta ou [[organização hierárquica]] na conduta das relações humanas, incluindo o sistema de Estado.<ref name="iaf-ifa.org">{{Citar web |url=http://www.iaf-ifa.org/principles/english.html |titulo=IAF principles |publicado=[[International of Anarchist Federations]] |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120105095946/http://www.iaf-ifa.org/principles/english.html |arquivodata=5 de janeiro de 2012}}</ref><ref name="auto">[[Emma Goldman]]. "What it Really Stands for Anarchy" in ''[[Anarchism and Other Essays]]''.</ref><ref name="Ward 1966">{{Citar web |ultimo=Ward |primeiro=Colin |url=http://www.panarchy.org/ward/organization.1966.html |titulo=Anarchism as a Theory of Organization |acessodata=1 de março de 2010 |ano=1966 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100325081119/http://www.panarchy.org/ward/organization.1966.html |arquivodata=25 de março de 2010}}</ref><ref name="Brown 2002 106">{{Citar livro|título=The Politics of Individualism: Liberalism, Liberal Feminism and Anarchism|ultimo=Brown|primeiro=L. Susan|editora=Black Rose Books Ltd. Publishing|ano=2002|capitulo=Anarchism as a Political Philosophy of Existential Individualism: Implications for Feminism}}</ref><ref>[https://books.google.com/books?id=kkj5i3CeGbQC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false ''Anarchism and Authority: A Philosophical Introduction to Classical Anarchism'' by Paul McLaughlin. AshGate. 2007. p. 1]</ref><ref>[[Benjamin Tucker]]. [http://www.theanarchistlibrary.org/HTML/Benjamin_Tucker__Individual_Liberty.html ''Individual Liberty.'']</ref> Os [[Mutualismo (economia)|mutualistas]] apoiam o socialismo de mercado, [[Anarquismo coletivista|anarquistas coletivistas]] favorecem [[cooperativas]] de trabalhadores e salários com base na quantidade de tempo contribuído para a produção, [[Anarcocomunismo|anarcocomunistas]] defendem uma transição direta do capitalismo para o [[Anarcocomunismo|comunismo libertário]] e uma [[economia de oferta]], enquanto os [[Anarcossindicalismo|anarcossindicalistas]] preferem a [[ação direta]] dos trabalhadores e a [[greve geral]].<ref name="McKay 2008">{{Citar livro|título=An Anarchist FAQ|editora=AK Press|ano=2008|editor-sobrenome=McKay|volume=I|localização=Stirling|capitulo=Isn't libertarian socialism an oxymoron?|isbn=978-1-902593-90-6|oclc=182529204}}</ref>

As lutas e disputas [[Autoritarismo|autoritárias]]-[[Libertário|libertárias]] dentro do movimento socialista remontam à [[Associação Internacional dos Trabalhadores]] e à expulsão em 1872 dos anarquistas, que passaram a liderar a [[Internacional anti-autoritário|Internacional Antiautoritária]] e então fundaram sua própria internacional libertária, a [[Internacional de Saint-Imier|Internacional Anarquista de St. Imier]].<ref name="Reff0">{{Citar livro|autor= Musto, Marcello|título= Trabalhadores, uni-vos!|subtítulo= Antologia Política da Primeira Internacional|língua= |editora= Boitempo|ano= 2014|páginas= 21-22}}</ref>
<ref>Hahnel, Robin (2005). ''Economic Justice and Democracy''. Routledge Press. p. 138. {{ISBN|0-415-93344-7}}.</ref> Em 1888, o [[Anarquismo individualista|anarquista individualista]] [[Benjamin Tucker]], que se proclamou um socialista anarquista e [[Socialismo libertário|libertário]] em oposição ao [[socialismo estatal]] autoritário e ao comunismo obrigatório, incluiu o texto completo de uma "Carta Socialista" de [[Ernest Lesigne]]<ref>Lesigne (1887). [http://fair-use.org/liberty/1887/12/17/socialistic-letters "Socialistic Letters"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20200807090418/http://fair-use.org/liberty/1887/12/17/socialistic-letters|data=7 de agosto de 2020}}. ''Le Radical''. Acessado em 20 de junho de 2020.</ref> em seu ensaio "Socialismo de Estado e Anarquismo". Segundo Lesigne, existem dois tipos de socialismo: “Um é ditatorial, o outro libertário”.<ref>Tucker, Benjamin (1911) [1888]. ''State Socialism and Anarchism: How Far They Agree and Wherein They Differ''. Fifield.</ref> Os dois socialismos de Tucker eram o socialismo estatal autoritário que ele associava à escola marxista e o socialismo anarquista libertário, ou simplesmente anarquismo, que ele defendia. Tucker observou que o fato de que o "socialismo estatal ofuscou outras formas de socialismo não lhe dá direito ao monopólio da ideia socialista".<ref>Tucker, Benjamin (1893). ''Instead of a Book by a Man Too Busy to Write One''. pp. 363–364.</ref> De acordo com Tucker, o que essas duas escolas de socialismo tinham em comum era a [[teoria do valor-trabalho]] e dos fins, pela qual o anarquismo buscava meios diferentes.<ref>Brown, Susan Love (1997). "The Free Market as Salvation from Government". In Carrier, James G., ed. ''Meanings of the Market: The Free Market in Western Culture''. Berg Publishers. p. 107. {{ISBN|978-1-85973-149-9}}.</ref>

De acordo com anarquistas como os autores de ''[[Um anarquista FAQ|An Anarchist FAQ]]'', o anarquismo é uma das muitas tradições do socialismo. Para anarquistas e outros socialistas antiautoritários, o socialismo “só pode significar uma sociedade sem classes e antiautoritária (isto é, libertária) na qual as pessoas administram seus próprios assuntos, seja como indivíduos ou como parte de um grupo (dependendo da situação). Ou seja, implica na autogestão de todos os aspectos da vida”, inclusive no ambiente de trabalho.<ref name="McKay 2008"/> [[Peter Marshall]] argumenta que "o anarquismo em geral está mais próximo do socialismo do que do liberalismo. [...] O anarquismo encontra-se amplamente no campo socialista, mas também tem batedores no liberalismo. Não pode ser reduzido ao socialismo e é melhor visto como uma doutrina separada e distinta".<ref>Marshall, Peter (1992). ''Demanding the Impossible: A History of Anarchism''. London: Harper Collins. p. 641. {{ISBN|978-0-00-217855-6}}.</ref>

=== Socialismo democrático e social-democracia ===
{{AP|Socialismo democrático|Social-democracia}}
{{Caixa de citação
| citação = Você não pode falar sobre acabar com as favelas sem primeiro dizer que o lucro deve ser retirado das favelas. Você está realmente mexendo e entrando em terreno perigoso porque está mexendo com pessoas. Você está mexendo com capitães da indústria. Agora, isso significa que estamos pisando em águas difíceis, porque realmente significa que estamos dizendo que algo está errado com o capitalismo. Deve haver uma melhor distribuição da riqueza e talvez a América deva caminhar em direção a um socialismo democrático.<ref>{{citar livro|título=Liberating Visions: Human Fulfillment and Social Justice in African-American Thought |último=Franklin |primeiro=Robert Michael |página=125 |publicado=Fortress Press |ano=1990 |isbn=978-0-8006-2392-0}}</ref><ref>Peter Dreier (20 de janeiro de 2014). [http://truth-out.org/news/item/21281-martin-luther-king-was-a-radical-not-a-saint Martin Luther King Was a Radical, Not a Saint]. ''[[Truthout]].'' Acessado em 20 de janeiro de 2014.</ref><ref>Osagyefo Uhuru Sekou (20 de janeiro de 2014). [http://america.aljazeera.com/opinions/2014/1/martin-luther-kingsocialismantiimperialism.html The radical gospel of Martin Luther King]. ''[[Al Jazeera America]].'' Acessado em 20 de janeiro de 2014.</ref>
| autor = —[[Martin Luther King Jr.]], 1966
| posição = right
| largura = 246px
| fundo = #c6dbf7
}}
O [[socialismo democrático]] representa qualquer movimento socialista que busca estabelecer uma economia baseada na [[Democracia económica|democracia econômica]] pela e para a [[classe trabalhadora]]. O socialismo democrático é difícil de definir e grupos de acadêmicos têm definições radicalmente diferentes para o termo. Algumas definições simplesmente se referem a todas as formas de socialismo que seguem um caminho eleitoral, reformista ou evolucionário para o socialismo, em vez de um caminho revolucionário. De acordo com Christopher Pierson, "o contraste que 1989 destaca não é aquele entre o socialismo no Oriente e a democracia liberal no Ocidente, esta última deve ser reconhecida como tendo sido moldada, reformada e comprometida por um século de pressão social-democrata". Pierson afirma ainda que "os partidos social-democratas e socialistas dentro da arena constitucional no Ocidente quase sempre estiveram envolvidos em uma política de compromisso com as instituições capitalistas existentes (para qualquer prêmio distante que seus olhos pudessem de vez em quando ser levantados)". Para Pierson, “se os defensores da morte do socialismo aceitam que os social-democratas pertencem ao campo socialista, como penso que devem pertencer, então o contraste entre o socialismo (em todas as suas variantes) e a democracia liberal deve entrar em colapso. Pois a democracia liberal ''realmente existente'' é, em parte substancial, um produto das forças socialistas (social-democratas)”.<ref>Pierson, Christopher (1995). ''Socialism After Communism: The New Market Socialism''. University Park, Pennsylvania: Penn State Press. p. 71. {{ISBN|978-0-271-01479-1}}.</ref>

A [[social-democracia]] é uma tradição socialista de pensamento político.<ref>Eatwell, Roger; Wright, Anthony (1999). ''Contemporary Political Ideologies'' (2nd ed.). London: Continuum. pp. 80–103. {{ISBN|978-1-85567-605-3}}.</ref><ref>Newman, Michael (2005). ''Socialism: A Very Short Introduction''. Oxford University Press. p. 5. {{ISBN|978-0-19-280431-0}}.</ref> Muitos social-democratas referem-se a si próprios como socialistas ou socialistas democratas e alguns, como [[Tony Blair]], empregam esses termos alternadamente.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=q07jeo_wrk4C&pg=PA86|título=Social Democratic System|ultimo=Raza|primeiro=Syed Ali|editora=Global Peace Trust|isbn=978-969-9757-00-6}}</ref><ref>{{Citar livro|url={{google books|plainurl=y|id=Ai2BDAAAQBAJ|page=91}}|título=The New Progressive Dilemma: Australia and Tony Blair's Legacy|ultimo=O'Reilly|primeiro=David|data=12 de abril de 2007|editora=Springer|isbn=978-0-230-62547-1}}</ref><ref>{{Citar jornal |ultimo=Gage |primeiro=Beverly |url=https://www.nytimes.com/2018/07/17/magazine/america-can-never-sort-out-whether-socialism-is-marginal-or-rising.html |titulo=America Can Never Sort Out Whether 'Socialism' Is Marginal or Rising |data=17 de julho de 2018 |acessodata=17 de setembro de 2018 |website=The New York Times}}</ref> Outros encontraram "diferenças claras" entre os três termos e preferem descrever suas próprias crenças políticas usando o termo ''social-democracia''.<ref>{{Citar livro|título=The Nordic model of social democracy|ultimo=Brandal, Nik.|data=2013|editora=Palgrave Macmillan|isbn=978-1-137-01327-9|oclc=964790706}}</ref> As duas direções principais eram estabelecer o socialismo democrático ou construir primeiro um [[estado de bem-estar social]] dentro do sistema capitalista. A primeira variante promove o socialismo democrático por meio de métodos [[Reformismo (marxismo)|reformistas]] e [[Gradualismo|gradualistas]].<ref name="Busky8">{{Citar livro|título=Democratic Socialism: A Global Survey|ultimo=Busky|primeiro=Donald F.|editora=Greenwood Publishing Group|ano=2000|localização=Westport, Connecticut}}</ref> Na segunda variante, a social-democracia é um regime político que envolve um estado de bem-estar, [[Acordo coletivo de trabalho|esquemas de negociação coletiva]], apoio a serviços públicos com financiamento público e uma [[economia mista]]. É frequentemente usado dessa maneira para se referir à Europa Ocidental e do Norte durante a segunda metade do século XX.<ref>{{Citar livro|título=The age of social democracy : Norway and Sweden in the twentieth century|ultimo=Sejersted, Francis, 1936–|data=2011|editora=Princeton University Press|isbn=978-0-691-14774-1|oclc=762965992}}</ref><ref name="Foundations of social democracy, 2009">''Foundations of social democracy'', 2004. Friedrich-Ebert-Stiftung, p. 8, novembro de 2009.</ref> Foi descrito por [[Jerry Mander]] como "economia híbrida", uma colaboração ativa das visões capitalista e socialista.<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/capitalismpapers0000mand/page/213|título=The Capitalism Papers: Fatal Flaws of an Obsolete System|ultimo=Mander|primeiro=Jerry|data=2012|editora=[[Counterpoint (publisher)|Counterpoint]]|páginas=[https://archive.org/details/capitalismpapers0000mand/page/213 213–217]|isbn=978-1-58243-717-0|autorlink=Jerry Mander}}</ref> Vários estudos e pesquisas indicam que as pessoas tendem a viver vidas mais felizes em sociedades social-democratas do que em sociedades [[Neoliberalismo|neoliberais]].<ref>{{Citar jornal |ultimo=Brown |primeiro=Andrew |url=https://www.theguardian.com/commentisfree/2014/sep/12/europe-happiest-progressives-conservatives-social-democracies-wellbeing-poll |titulo=Who are Europe's happiest people – progressives or conservatives? |data=12 de setembro de 2014 |acessodata=20 de abril de 2020 |website=The Guardian |issn=0261-3077}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Eskow |primeiro=Richard |url=https://ourfuture.org/20141015/new-study-finds-big-government-makes-people-happy-free-markets-dont |titulo=New Study Finds Big Government Makes People Happy, "Free Markets" Don't |data=15 de outubro de 2014 |acessodata=20 de abril de 2020 |website=OurFuture.org by People's Action}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Radcliff |primeiro=Benjamin |autorlink=Benjamin Radcliff |url=https://www.cnn.com/2013/09/25/opinion/radcliff-politics-of-happiness/index.html |titulo=Opinion: Social safety net makes people happier |data=25 de setembro de 2013 |acessodata=20 de abril de 2020 |website=CNN}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.commondreams.org/further/2009/05/11/worlds-happiest-countries-social-democracies |titulo=World's Happiest Countries? Social Democracies |acessodata=20 de abril de 2020 |website=Common Dreams |arquivourl=https://web.archive.org/web/20200807053534/https://www.commondreams.org/further/2009/05/11/worlds-happiest-countries-social-democracies |arquivodata=7 de agosto de 2020}}</ref>
[[Ficheiro:Bernstein_Eduard_1895.jpg|upright|esquerda|miniaturadaimagem| [[Eduard Bernstein]]]]

Os social-democratas defendem uma transição pacífica e evolutiva da economia para o socialismo por meio de reformas sociais [[Progressismo|progressivas]].<ref name="EB">{{Citar enciclopédia |url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/551073/social-democracy |titulo=Social democracy |acessodata=12 de outubro de 2013 |enciclopédia=Britannica.com}}</ref><ref>{{Citar livro|url={{google books|plainurl=y|id=kN8llUabGh8C|page=74}}|título=Socialism: A Very Short Introduction|ultimo=Michael Newman|editora=OUP Oxford|ano=2005|isbn=978-0-19-157789-5}}</ref> Afirma que a única forma constitucional de governo aceitável é a [[democracia representativa]] de acordo com o [[Estado de direito]].{{Sfn|Meyer}} Promove a extensão da tomada de decisão democrática para além da democracia política para incluir a [[Democracia económica|democracia econômica]] para garantir aos empregados e outras partes interessadas direitos suficientes de [[Codeterminação|co-determinação]].{{Sfn|Meyer}} Ele apoia uma [[economia mista]] que se opõe à desigualdade, pobreza e opressão, ao mesmo tempo que rejeita uma [[economia de mercado]] totalmente desregulada ou uma [[Economia planificada|economia totalmente planejada]].<ref>{{Citar livro|título=Connecting social welfare policy to fields of practice|ultimo=Colby, Ira C. (Colby, Ira Christopher), (ed.) Dulmus, Catherine N., (ed.) Sowers, Karen M. (Sowers, Karen Marlaine), (ed.)|data=2013|editora=John Wiley & Sons|isbn=978-1-118-17700-6|oclc=827894277}}</ref> Políticas sociais democráticas comuns incluem direitos sociais universais e serviços públicos universalmente acessíveis, como educação, saúde, compensação de trabalhadores e outros serviços, incluindo creche e cuidados com os idosos.{{Sfn|Meyer}} A social-democracia apoia o movimento sindical e os direitos de negociação coletiva dos trabalhadores.<ref>{{Citar livro|título=The crisis of social democratic trade unionism in Western Europe : the search for alternatives|ultimo=Upchurch, Martin, 1951–|data=2016|editora=Routledge|isbn=978-1-315-61514-1|oclc=948604973}}</ref> A maioria dos partidos social-democratas são filiados à [[Internacional Socialista]].<ref name="Busky8"/>

O socialismo democrático moderno é um amplo movimento político que busca promover os ideais do socialismo no contexto de um sistema democrático. Alguns socialistas democráticos apoiam a social-democracia como uma medida temporária para reformar o sistema atual, enquanto outros rejeitam o reformismo em favor de métodos mais revolucionários. A social-democracia moderna enfatiza um programa de modificação legislativa gradual do capitalismo a fim de torná-lo mais equitativo e humano, enquanto o objetivo final teórico de construir uma sociedade socialista, o que é relegado a um futuro indefinido. De acordo com [[Sheri Berman]], o [[marxismo]] é vagamente considerado valioso por sua ênfase em mudar o mundo para um futuro mais justo e melhor.<ref>Berman, Sheri (2006). ''The Primacy of Politics: Social Democracy and the Making of Europe's Twentieth Century''. Cambridge University Press. p. 153. {{ISBN|978-0-521-81799-8}}.</ref>

Os dois movimentos são muito semelhantes tanto em terminologia quanto em ideologia, embora existam algumas diferenças fundamentais. A principal diferença entre a social-democracia e o socialismo democrático é o objetivo de suas políticas, pois os social-democratas contemporâneos apoiam o estado de bem-estar e o seguro-desemprego, bem como outras reformas práticas e progressivas do capitalismo, e estão mais preocupados em administrá-lo e humanizá-lo. Por outro lado, os socialistas democráticos buscam substituir o capitalismo por um sistema econômico socialista, argumentando que qualquer tentativa de humanizar o capitalismo por meio de regulamentações e políticas de bem-estar distorceria o mercado e criaria contradições econômicas.<ref>{{Citar web |ultimo=Schweickart |primeiro=David |url=http://orion.it.luc.edu/~dschwei/demsoc.htm |titulo=Democratic Socialism |website=Encyclopedia of Activism and Social Justice |ano=2006 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120617235335/http://orion.it.luc.edu/~dschwei/demsoc.htm |arquivodata=17 de junho de 2012}}</ref>

=== Socialismo ético e liberal ===
{{AP|Socialismo ético|Socialismo liberal}}
O [[socialismo ético]] apela ao socialismo em bases éticas e morais, em oposição a bases econômicas, egoístas e [[Consumismo|consumistas]]. Ele enfatiza a necessidade de uma economia moralmente consciente baseada nos princípios do [[altruísmo]], [[cooperação]] e [[justiça social]], enquanto se opõe ao individualismo possessivo.{{Sfn|Thompson|2006|pp=52, 58–59}} O socialismo ético tem sido a filosofia oficial dos principais partidos socialistas.[485]

O [[socialismo liberal]] incorpora princípios liberais ao socialismo.{{Sfn|Gaus|Kukathas|2004|p=420}} Ele foi comparado à [[Economia mista|social-democracia do pós-guerra]]<ref name="Adams1998">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=_7t714alm68C&pg=PA127|título=Ideology and Politics in Britain Today|ultimo=Adams|primeiro=Ian|editora=Manchester University Press|ano=1998|isbn=978-0-7190-5056-5}}</ref> por seu apoio a uma [[economia mista]] que inclui bens de capital públicos e privados.<ref>{{Citar livro|título=Carlo Rosselli : socialist heretic and antifascist exile|ultimo=Pugliese, Stanislao G., 1965-|data=1999|editora=Harvard University Press|oclc=1029276342}}</ref><ref>{{Citar livro|título=Political economy and the Labour Party : the economics of democratic socialism 1884–2005|ultimo=Thompson|primeiro=Noel W.|data=2006|editora=Routledge|páginas=60–61|oclc=300363066}}</ref> Enquanto o socialismo democrático e a social-democracia são [[Anticapitalismo|posições anticapitalistas]] na medida em que a [[Críticas ao capitalismo|crítica ao capitalismo]] está ligada à [[propriedade privada]] dos [[meios de produção]],{{Sfn|Lamb|Docherty|2006|pp=1–2}} o socialismo liberal identifica os [[monopólio]]s artificiais e legalistas como sendo culpa do [[capitalismo]]<ref>{{Citar livro|título=The success of modern private enterprise|ultimo=Bartlett, Roland W.|data=1970|editora=The Interstate Printers and Publishers|oclc=878037469}}</ref> e se opõe a um [[economia de mercado]] totalmente não regulamentada.<ref name="ref72">{{Citar livro|título=Third way discourse : European ideologies in the twentieth century|ultimo=Bastow, Steve.|data=2003|editora=Edinburgh University Press|isbn=0-7486-1560-1|oclc=899035345}}</ref> Considera a [[liberdade]] e a [[Igualdade|igualdade social]] compatíveis e mutuamente dependentes.{{Sfn|Gaus|Kukathas|2004|p=420}}

Princípios que podem ser descritos como socialistas éticos ou liberais foram baseados ou desenvolvidos por filósofos como [[John Stuart Mill]], [[Eduard Bernstein]], [[John Dewey]], [[Carlo Rosselli]], [[Norberto Bobbio]] e [[Chantal Mouffe]] .<ref>{{Citar livro|título=J.S. Mill's political thought : a bicentennial reassessment|ultimo=Urbinati, Nadia, 1955– Zakaras, Alex, 1976–|data=2007|editora=Cambridge University Press|isbn=978-0-511-27472-5|oclc=252535635}}</ref> Outras importantes figuras do socialismo liberal incluem Guido Calogero, [[Piero Gobetti]], [[Leonard Trelawny Hobhouse]], [[John Maynard Keynes]] e [[R. H. Tawney]].<ref name="ref72"/> O socialismo liberal tem sido particularmente proeminente na política britânica e italiana.

=== Leninismo e precedentes ===
{{AP|Socialismo autoritário|Blanquismo|Leninismo|Marxismo-Leninismo}}
O [[blanquismo]] é uma concepção de revolução que leva o nome de [[Louis Auguste Blanqui]]. Afirma que a revolução socialista deve ser realizada por um grupo relativamente pequeno de conspiradores altamente organizados e secretos.<ref>[http://www.wisdomsupreme.com/dictionary/blanquism.php WisdomSupreme.com definition of Blanquism] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20170629144204/http://www.wisdomsupreme.com/dictionary/blanquism.php|data=29 de junho de 2017}}, acessado em 25 de abril de 2007</ref> Ao tomar o poder, os revolucionários introduzem o socialismo.<ref>[http://www.newyouth.com/archives/theory/glossary/b.html#Blanquism NewYouth.com entry for Blanquism] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20080821163359/http://www.newyouth.com/archives/theory/glossary/b.html#Blanquism|data=21 de agosto de 2008}}, acessado em 25 de abril de 2007</ref> [[Rosa Luxemburgo]] e [[Eduard Bernstein]]<ref name="bern">{{Citar web |ultimo=Lenin |url=http://www.marxists.org/archive/lenin/works/1917/staterev/ch06.htm#s2 |titulo=The State and Revolution |ano=1917}}</ref> criticaram Lenin, afirmando que sua concepção de revolução era elitista e blanquista.<ref>Rosa Luxemburg, [http://www.marx.org/archive/luxemburg/1904/questions-rsd/ch01.htm ''Leninism or Marxism?''] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20110927072108/http://www.marx.org/archive/luxemburg/1904/questions-rsd/ch01.htm|data=27 de setembro de 2011}}, [http://www.marx.org Marx.org] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20110928115854/http://marx.org/|data=28 de setembro de 2011}}, acessado em 25 de abril de 2007</ref> O marxismo-leninismo combina os conceitos [[Socialismo científico|socialistas científicos]] de Marx e o [[anti-imperialismo]], [[centralismo democrático]] e [[Vanguardismo (Leninismo)|vanguardismo]] de Lenin.<ref>''Marxism–Leninism''. The American Heritage Dictionary of the English Language, Fourth Edition. Houghton Mifflin Company.</ref>

[[Hal Draper]] definiu o [[Socialismo autoritário|socialismo de cima]] como a filosofia que emprega uma administração de [[elite]] para dirigir o [[Estado socialista]]. O outro lado do socialismo é um [[Socialismo de baixo para cima|socialismo mais democrático visto de baixo]].<ref name="Two Souls">{{Citar livro|url=http://www.anu.edu.au/polsci/marx/contemp/pamsetc/twosouls/twosouls.htm|título=Two Souls of Socialism|ultimo=Draper|primeiro=Hal|editora=International Socialists|ano=1970|localização=Highland Park, Michigan|acessodata=20 de janeiro de 2016|anooriginal=1963|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160120133501/http://www.anu.edu.au/polsci/marx/contemp/pamsetc/twosouls/twosouls.htm|arquivodata=20 de janeiro de 2016|edição=revisada}}</ref> A ideia do socialismo de cima é discutida com muito mais frequência nos círculos da elite do que o socialismo de baixo — mesmo que esse seja o ideal marxista — porque é mais prático.<ref>Young, James D. (1988). ''Socialism Since 1889: A Biographical History''. Totowa: Barnes & Noble Books. {{ISBN|978-0-389-20813-6}}.</ref> Draper via o socialismo de baixo como sendo a [[Marxismo|versão mais pura e marxista]] do socialismo.<ref>{{Citar livro|título=Socialism Since 1889: A Biographical History|ultimo=Young|primeiro=James D.|data=1988|editora=Barnes & Noble Books|localização=Totowa|isbn=978-0-389-20813-6}}</ref> De acordo com Draper, [[Karl Marx]] e [[Friedrich Engels]] eram devotamente opostos a qualquer instituição socialista que fosse "conducente ao autoritarismo supersticioso". Draper argumenta que essa divisão ecoa a divisão entre "reformista ou revolucionário, pacífico ou violento, democrático ou autoritário, etc" e ainda identifica seis variedades principais de socialismo de cima, entre eles "Filantropismo", "Elitismo", "Pannismo", "Comunismo", "Permeacionismo" e "Socialismo de fora".<ref name="Two Souls"/>

Segundo Arthur Lipow, Marx e Engels foram "os fundadores do socialismo democrático revolucionário moderno", descrito como uma forma de "socialismo de baixo" que é "baseado em um movimento de massas da classe trabalhadora, lutando de baixo para cima pela extensão da democracia e liberdade humana ". Este tipo de socialismo é contrastado com o do "credo autoritário e antidemocrático" e com "as várias ideologias coletivistas [[Totalitarismo|totalitárias]] que reivindicam o título de socialismo", bem como com "as muitas variedades de 'socialismo de cima' que conduziram no século XX aos movimentos e formas de estado em que uma despótica '[[nova classe]]' governa uma economia estatizada em nome do socialismo, uma divisão que "permeia a história do movimento socialista". Lipow identifica o [[Edward Bellamy|belamismo]] e o [[stalinismo]] como duas correntes socialistas autoritárias proeminentes na história do movimento socialista.<ref>Lipow, Arthur (1991). ''Authoritarian Socialism in America: Edward Bellamy and the Nationalist Movement''. University of California Press. p. 1. {{ISBN|978-0-520-07543-6}}.</ref>

=== Socialismo libertário ===
{{AP|Socialismo libertário}}
[[Ficheiro:Le_libertaire_25.png|miniaturadaimagem|upright|O primeiro [[Anarquismo|jornal anarquista]] a usar o termo ''[[Libertarismo|libertário]]'' foi ''[[Le Libertaire]], Journal du Mouvement Social'', publicado na cidade de Nova York entre 1858 e 1861 pelo [[Anarcocomunismo|comunista libertário]] francês [[Joseph Déjacque]],<ref name="theanarchistlibrary">{{Citar web |url=http://www.theanarchistlibrary.org/HTML/The_Anarchist_FAQ_Editorial_Collective__150_years_of_Libertarian.html |titulo=150 years of Libertarian |website=theanarchistlibrary.org}}</ref> a primeira pessoa registrada a se descrever como ''libertário''<ref name="Dejacque">Joseph Déjacque, [http://joseph.dejacque.free.fr/ecrits/lettreapjp.htm De l'être-humain mâle et femelle – Lettre à P.J. Proudhon par Joseph Déjacque] (in French)</ref>]]
O [[socialismo libertário]], às vezes chamado de libertarianismo de esquerda,<ref>Bookchin, Murray and Janet Biehl. ''The Murray Bookchin Reader''. Cassell, 1997. p. 170 {{ISBN|0-304-33873-7}}</ref><ref>Hicks, Steven V. and Daniel E. Shannon. ''The American journal of economics and sociology''. Blackwell Pub, 2003. p. 612</ref> [[anarquismo social]]<ref name="Ostergaard 1991. p. 21">[[Geoffrey Ostergaard|Ostergaard, Geoffrey]]. "Anarchism". ''A Dictionary of Marxist Thought''. Blackwell Publishing, 1991. p. 21.</ref><ref name="Noam Chomsky 2004, p. 739">Chomsky, Noam (2004). ''Language and Politics''. In Otero, Carlos Peregrín. AK Press. p. 739</ref> e [[Socialismo libertário|libertarianismo socialista]],<ref>Miller, Wilbur R. (2012). ''The social history of crime and punishment in America. An encyclopedia.'' 5 vols. London: Sage Publications. p. 1007. {{ISBN|1-4129-8876-4}}.</ref> é uma [[Antiautoritarismo|tradição antiautoritária]], [[Antiestadismo|antiestatista]] e [[libertário|libertária]] dentro do socialismo que rejeita a centralização da propriedade e do controle do Estado<ref>Steven V Hicks, Daniel E Shannon. The American journal of economics and sociolology. Blackwell Pub, 2003. p. 612</ref><ref>''Social Philosophy and Policy''. Volume 15. Issue 02. Summer 1998. Pg. 305</ref> incluindo críticas às relações de [[Escravidão do salário|trabalho assalariado (escravidão assalariada)]],<ref>[http://www.infoshop.org/AnarchistFAQSectionI1 "I1. Isn´t libertarian socialism an oxymoron"]. {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20171116212712/http://www.infoshop.org/AnarchistFAQSectionI1|data=16 de novembro de 2017}}. In ''[[Um anarquista FAQ|An Anarchist FAQ]]''.</ref> bem como ao próprio Estado. Enfatiza a [[autogestão]] dos trabalhadores e as estruturas [[Descentralização|descentralizadas]] de organização política.<ref>[[Roderick T. Long]]. "Toward a libertarian theory of class." ''Social Philosophy and Policy''. Volume 15. Issue 02. Summer 1998. Pg. 305</ref> O socialismo libertário afirma que uma sociedade baseada na liberdade e igualdade pode ser alcançada através da abolição das [[Autoritarismo|instituições autoritárias]] que controlam a produção.<ref>Mendes, Silva. ''Socialismo Libertário ou Anarchismo'' Vol. 1 (1896)</ref> Socialistas libertários geralmente preferem [[democracia direta]] e [[Federalismo|associações federais]] ou [[Confederação|confederais]], como [[Comunalismo|municipalismo libertário]], [[assembleias de cidadãos]], [[sindicato]]s e [[Conselhos operários|conselhos de trabalhadores]].<ref>{{Citar livro|título=Anarcho-Syndicalism: Theory and Practice|ultimo=Rocker|primeiro=Rudolf|editora=[[AK Press]]|ano=2004|isbn=978-1-902593-92-0}}</ref>

O anarcossindicalista [[Gaston Leval]] explicou: “Prevemos, portanto, uma Sociedade na qual todas as atividades serão coordenadas, uma estrutura que tenha, ao mesmo tempo, flexibilidade suficiente para permitir a maior autonomia possível para a vida social, ou para a vida de cada empresa, e coesão suficiente para prevenir todos os distúrbios. [...] Em uma sociedade bem organizada, todas essas coisas devem ser sistematicamente realizadas por meio de federações paralelas, verticalmente unidas nos níveis mais altos, constituindo um vasto organismo no qual todas as funções econômicas serão desempenhadas em solidariedade com todas as outras e que serão permanentemente preservar a coesão necessária”.<ref>Leval, Gaston (1959). [https://libcom.org/library/libertarian-socialism-practical-outline-gaston-leval "Libertarian Socialism: A Practical Outline"]. Libcom.org. Acessado em 22 de agosto de 2020.</ref> Tudo isso é geralmente feito dentro de um apelo geral por [[Livre associação (comunismo e anarquismo)|associações]] [[Liberdade|libertárias]]<ref>"LibSoc share with LibCap an aversion to any interference to freedom of thought, expression or choice of lifestyle." [[Roderick T. Long]]. "Toward a libertarian theory of class." ''Social Philosophy and Policy''. Volume 15. Issue 02. Summer 1998. p 305</ref> e [[Voluntarismo|voluntárias]]<ref>Ulli Diemer. Volume 2, Number 1 (Summer 1997 issue) of ''The Red Menace''.</ref> por meio da identificação, crítica e desmantelamento prático da autoridade ilegítima em todos os aspectos da vida humana.<ref name="auto"/><ref>{{Citar web |url=http://chomsky.info/1986____/ |titulo=The Soviet Union Versus Socialism |acessodata=22 de novembro de 2015 |website=chomsky.info }}</ref><ref>[https://books.google.com/books?id=kkj5i3CeGbQC ''Anarchism and Authority: A Philosophical Introduction to Classical Anarchism'' by Paul McLaughlin. AshGate. 2007. p. 1]</ref>

Como parte do movimento socialista mais amplo, busca distinguir-se do bolchevismo, do leninismo e do marxismo-leninismo, bem como da social-democracia.<ref>John O´Neil. ''The Market: Ethics, knowledge and politics''. Routledge. 1998. p. 3</ref> Filosofias e movimentos políticos passados e presentes comumente descritos como socialistas libertários incluem [[anarquismo]] ([[Anarcocomunismo|anarco-comunismo]], [[Anarcossindicalismo|anarco-sindicalismo]]<ref>{{Citar livro|título=The Anacostia Diaries As It Is|ultimo=Sims|primeiro=Franwa|editora=Lulu Press|ano=2006}}</ref> [[anarquismo coletivista]], [[anarquismo individualista]]<ref>"[[Benjamin Tucker|(Benjamin) Tucker]] referred to himself many times as a socialist and considered his philosophy to be "Anarchistic socialism." ''[[An Anarchist FAQ]]'' by Various Authors</ref><ref>[http://www.spaz.org/~dan/individualist-anarchist/library/emile-armand/life-activity.html "Anarchist Individualism as a Life and Activity" by Emile Armand]</ref><ref>[http://www.theanarchistlibrary.org/HTML/Peter_Sabatini__Libertarianism__Bogus_Anarchy.html Peter Sabatini. "Libertarianism: Bogus Anarchy"]. Acessado em 4 de julho de 2021.</ref> e [[Mutualismo (economia)|mutualismo]]),<ref>{{Citar web |url=http://www.mutualist.org/id32.html |titulo=A.4. Are Mutalists Socialists? |website=mutualist.org |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090609075437/http://www.mutualist.org/id32.html |arquivodata=9 de junho de 2009}}</ref> [[autonomismo]], [[comunalismo]], [[participismo]], [[marxismo libertário]] ([[comunismo de conselhos]] e [[Rosa Luxemburgo|luxemburguês]]),<ref name="Graham-2005">Murray Bookchin, ''Ghost of Anarcho-Syndicalism''; [[Robert Graham (historian)|Robert Graham]], ''The General Idea of Proudhon's Revolution''</ref> [[Sindicalismo|sindicalismo revolucionário]] e [[socialismo utópico]] ([[fourierismo]]).<ref>''The Conquest of Bread'', prefácio de Kent Bromley, Nova York e Londres, G.P. Putnam's Sons, 1906.</ref>

=== Socialismo religioso ===
{{AP|Socialismo religioso}}
O [[socialismo cristão]] é um conceito amplo que envolve um entrelaçamento da religião cristã com o socialismo.
[[Ficheiro:23a-Lam-Alif.png|miniaturadaimagem|upright|As letras árabes "Lam" e "Alif" e "Lā" (em árabe para "Não!") São um símbolo do socialismo islâmico na [[Turquia]]]]
O [[socialismo islâmico]] é uma [[Espiritualidade|forma mais espiritual]] de socialismo. Os socialistas muçulmanos acreditam que os ensinamentos do [[Alcorão]] e de [[Maomé]] não são apenas compatíveis, mas promovem ativamente os princípios de [[igualdade]] e [[propriedade estatal|propriedade pública]], inspirando-se no antigo estado de bem-estar de [[Medina]] que ele estabeleceu. Os socialistas muçulmanos são mais conservadores do que seus contemporâneos ocidentais e encontram suas raízes no [[anti-imperialismo]], no anticolonialismo e, às vezes, se em um país de língua árabe, no [[nacionalismo árabe]]. Os socialistas islâmicos acreditam em derivar legitimidade do [[Mandato (política)|mandato]] político em oposição aos textos religiosos.

=== Movimentos sociais ===
{{AP|Ecossocialismo|Socialismo e direitos LGBT|Feminismo socialista}}
{{VT|Anarcafeminismo|Ecologismo|Política verde|Progressismo|Anarquismo queer}}
[[Ficheiro:Zetkin_luxemburg1910.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|upright|Feminista socialista [[Clara Zetkin]] e [[Rosa Luxemburgo]] em 1910]]
O [[feminismo socialista]] é um ramo do [[feminismo]] que argumenta que a [[Movimento de libertação das mulheres|libertação]] só pode ser alcançada trabalhando para acabar com as [[Cultura|fontes econômicas e culturais]] da [[opressão]] das mulheres.<ref>{{Citar web |url=http://www.feministezine.com/feminist/modern/Socialist-Feminism.html |titulo=What is Socialist Feminism? – The Feminist eZine |acessodata=20 de abril de 2020 |website=www.feministezine.com}}</ref> O fundamento do [[feminismo marxista]] foi lançado por Engels em ''[[A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado|A origem da família, propriedade privada e Estado]]'' (1884). ''Mulher sob o socialismo'', de [[August Bebel]] (1879), é a "obra individual que trata da sexualidade mais lida por membros comuns do [[Partido Social-Democrata da Alemanha]] (SPD)".<ref>{{Citar periódico |titulo=Acknowledgments |data=23 de setembro de 2003 |paginas=xxvii–xxviii |doi=10.1300/j082v45n02_a |issn=0091-8369 |volume=45 |periódico=Journal of Homosexuality}}</ref> No final do século XIX e no início do século XX, [[Clara Zetkin]] e [[Eleanor Marx]] foram contra a [[demonização]] dos homens e apoiaram uma [[Proletariado|revolução do proletariado]] que superaria tantas desigualdades entre homens e mulheres quanto possível.<ref name="Stokes">{{Citar livro|título=Eleanor Marx (1855–1898): Life, Work, Contacts|ultimo=Stokes|primeiro=John|editora=Ashgate|ano=2000|localização=Aldershot|isbn=978-0-7546-0113-5}}</ref> Como seu movimento já tinha as demandas mais radicais pela igualdade das mulheres, a maioria dos líderes marxistas, incluindo Clara Zetkin<ref>{{Citar web |url=https://www.marxists.org/archive/draper/1976/women/3-zetkin.html |titulo=Clara Zetkin: On a Bourgeois Feminist Petition |acessodata=20 de abril de 2020 |website=www.marxists.org}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.marxists.org/archive/zetkin/1920/lenin/zetkin1.htm |titulo=Clara Zetkin: Lenin on the Women's Question – 1 |acessodata=20 de abril de 2020 |website=www.marxists.org}}</ref> e [[Alexandra Kollontai]],<ref>{{Citar web |url=https://www.marxists.org/archive/kollonta/1909/social-basis.htm |titulo=The Social Basis of the Woman Question by Alexandra Kollontai 1909 |acessodata=20 de abril de 2020 |website=www.marxists.org}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.marxists.org/archive/kollonta/1919/women-workers/ch01.htm |titulo=Women Workers Struggle For Their Rights by Alexandra Kollontai 1919 |acessodata=20 de abril de 2020 |website=www.marxists.org}}</ref> contrapôs o marxismo ao [[feminismo liberal]] ao invés de tentar combiná-los. O [[anarco-feminismo]] começou com autores e teóricos do final do século XIX e início do século XX, como as feministas anarquistas Goldman e [[Voltairine de Cleyre]]<ref>{{Citar livro|título=Quiet rumours: an anarcha-feminist reader|ultimo=Dark Star Collective.|data=2012|editora=AK Press/Dark Star|editor-sobrenome=Dunbar-Ortiz|isbn=978-1-84935-103-4|oclc=835894204}}</ref> Na [[Guerra Civil Espanhola]], um grupo anarco-feminista, {{Lang|es|[[Mujeres Libres]]}} ("Mulheres Livres") vinculada à {{Lang|es|[[Federación Anarquista Ibérica]]}}, organizado para defender as ideias anarquistas e feministas.<ref>{{Citar livro|título=Free Women of Spain : anarchism and the struggle for the emancipation of women|ultimo=Ackelsberg, Martha A.|data=2005|editora=AK Press|isbn=1-902593-96-0|oclc=884001264}}</ref> Em 1972, a [[União de Liberação Feminina de Chicago|Chicago Women's Liberation Union]] publicou "Feminismo Socialista: Uma Estratégia para o Movimento das Mulheres", que se acredita ser o primeiro uso publicado do termo "feminismo socialista".<ref name="CWLUOver">{{Citar web |ultimo=Davenport |primeiro=Sue |ultimo2=Strobel |primeiro2=Margaret |url=http://www.uic.edu/orgs/cwluherstory/CWLUAbout/abdoc1.html |titulo=The Chicago Women's Liberation Union: An Introduction |acessodata=25 de novembro de 2011 |website=The CWLU Herstory Website |publicado=University of Illinois |ano=1999 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20111104090301/http://www.uic.edu/orgs/cwluherstory/CWLUAbout/abdoc1.html |arquivodata=4 de novembro de 2011}}</ref>
[[Ficheiro:Day, Fred Holland (1864–1933) - Edward Carpenter.jpg|esquerda|upright|miniaturadaimagem| [[Edward Carpenter]], filósofo e ativista que foi fundamental na fundação da [[Sociedade Fabiana]] e do [[Partido Trabalhista (Reino Unido)|Partido Trabalhista]] britânico, bem como nos primeiros movimentos ocidentais [[LGBT]]]]

Muitos socialistas foram os primeiros defensores dos [[Legislação sobre pessoas LGBT no mundo|direitos LGBT]]. Para os primeiros socialistas [[Charles Fourier]], a verdadeira liberdade só poderia ocorrer sem suprimir as paixões, já que a supressão das paixões não é apenas destrutiva para o indivíduo, mas para a sociedade como um todo. Escrevendo antes do advento do termo "[[homossexualidade]]", Fourier reconheceu que tanto homens quanto mulheres têm uma ampla gama de necessidades e preferências sexuais que podem mudar ao longo de suas vidas, incluindo a sexualidade do mesmo sexo e a ''androgénité''. Ele argumentou que todas as expressões sexuais devem ser apreciadas, desde que as pessoas não sejam abusadas e que "afirmar a diferença" pode realmente aumentar a integração social.<ref>{{Citar periódico |titulo=Le Nouveau Monde amoureux de Charles Fourier : une écriture passionnée de la rencontre |data=1990 |ultimo=Desbazeille |primeiro=Michèle Madonna |paginas=97–110 |doi=10.3406/roman.1990.6129 |issn=0048-8593 |volume=20 |periódico=Romantisme}}</ref><ref>[[Charles Fourier]], ''Le Nouveau Monde amoureux'' (written 1816–18, not published widely until 1967: Paris: Éditions Anthropos). pp. 389, 391, 429, 458, 459, 462, and 463.</ref> Em ''[[A Alma do Homem sob o Socialismo|The Soul of Man Under Socialism]]'', de [[Oscar Wilde]], ele defende uma [[Igualitarismo|sociedade igualitária]] onde a riqueza é compartilhada por todos, enquanto alerta para os perigos dos sistemas sociais que esmagam a [[individualidade]].<ref>{{Citar livro|url={{google books|plainurl=y|id=giD2qu4C-sUC}}|título=The Secret Life of Oscar Wilde|ultimo=McKenna|primeiro=Neil|data=5 de março de 2009|editora=Basic Books|isbn=978-0-7867-3492-4}} According to McKenna, Wilde was part of a secret organisation that aimed to legalise homosexuality, and was known among the group as a leader of "the Cause".</ref> [[Edward Carpenter]] fez campanha ativamente pelos direitos dos homossexuais. Sua obra ''[[O Sexo Intermediário|O sexo intermediário]]: um estudo de alguns tipos transitórios de homens e mulheres'' foi um livro de 1908 defendendo a [[libertação gay]].<ref>{{Citar livro|título=International encyclopedia of men and masculinities|ultimo=Flood, Michael, 19..- ...|data=2013|editora=Routledge|isbn=978-0-415-86454-1|oclc=897581763}}</ref> Ele foi uma personalidade influente na fundação da [[Sociedade Fabiana]] e do [[Partido Trabalhista (Reino Unido)|Partido Trabalhista]]. Após a [[Revolução Russa de 1917|Revolução Russa]] sob a liderança de Lenin e Trotsky, a União Soviética aboliu as leis anteriores contra a homossexualidade.<ref>{{Citar livro|url={{google books|plainurl=y|id=jACXalmJ3nEC|page=124}}|título=The Gay 100: A Ranking of the Most Influential Gay Men and Lesbians, Past and Present|ultimo=Russell|primeiro=Paul|editora=Kensington Publishing Corporation|ano=2002|isbn=978-0-7582-0100-3}}</ref> [[Harry Hay]] foi um dos primeiros líderes do movimento americano pelos direitos LGBT, bem como membro do [[Partido Comunista dos Estados Unidos]]. Ele é conhecido por seus papéis em ajudar a fundar organizações gays, incluindo a [[Sociedade Mattachine]], o primeiro grupo sustentado pelos direitos dos homossexuais nos [[Estados Unidos]] que, em seus primeiros dias, refletia uma forte influência marxista. A ''Encyclopedia of Homosexuality'' relata que "os marxistas, os fundadores do grupo, acreditavam que a injustiça e a opressão que sofreram derivavam de relacionamentos profundamente enraizados na estrutura da sociedade americana".<ref>{{Citar web |url=http://williamapercy.com/wiki/images/Mattachine.pdf |titulo=Mattachine Society at Dynes, Wayne R. (ed.) |acessodata=10 de março de 2014 |website=Encyclopedia of Homosexuality |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120419214800/http://www.williamapercy.com/wiki/images/Mattachine.pdf |arquivodata=19 de abril de 2012}}</ref> Emergindo de eventos como a insurreição de [[maio de 1968]] na França, o movimento contra a [[Guerra do Vietnã]] nos Estados Unidos e os [[Rebelião de Stonewall|distúrbios de Stonewall]] em 1969, organizações militantes de libertação gay começaram a surgir em todo o mundo. Muitos surgiram do radicalismo de esquerda mais do que grupos homófilos estabelecidos,<ref>[http://www.washblade.com/2004/11-5/news/national/movement.cfm Gay movement boosted by ’79 march on Washington], Lou Chabarro 2004 for the [[Washington Blade]].</ref> embora a [[Frente de Libertação Gay]] assumisse uma [[Anticapitalismo|postura anticapitalista]] e atacasse a [[família nuclear]] e os [[Papel social de gênero|papeis tradicionais de gênero]].<ref>{{Citar web |url=http://www.fordham.edu/halsall/pwh/glf-london.html |titulo=Gay Liberation Front: Manifesto. London |ano=1978}}</ref>

O [[ecossocialismo]] é uma tendência política que funde aspectos do socialismo, marxismo ou socialismo libertário com [[política verde]], [[ecologia]] e [[Altermundialismo|alter-globalização]]. Os ecossocialistas geralmente afirmam que a expansão do sistema capitalista é a causa da exclusão social, pobreza, guerra e [[degradação ambiental]] através da [[globalização]] e do [[imperialismo]] sob a supervisão de [[Estado]]s repressivos e estruturas transnacionais.<ref name="Manifesto">{{Citar livro|título=An ecosocialist manifesto|ultimo=Kovel|primeiro=J.|ultimo2=Löwy, M.|ano=2001}}</ref> Ao contrário da descrição de [[Karl Marx]] por alguns [[ambientalistas]],<ref name="Eckersley">{{Citar livro|url={{google books|plainurl=y|id=KLr7Y-mQiRQC}}|título=Environmentalism and Political Theory: Toward an Ecocentric Approach|ultimo=Eckersley|primeiro=Robyn|data=1 de janeiro de 1992|editora=SUNY Press|isbn=978-0-7914-1013-4}}</ref> [[Ecologia social (teoria filosófica)|ecologistas sociais]]<ref>{{Citar livro|url={{google books|plainurl=y|id=hcIgAQAAIAAJ}}|título=The Anarchist Moment: Reflections on Culture, Nature, and Power|ultimo=Clark|primeiro=John P.|data=1984|editora=Black Rose Books|isbn=978-0-920057-08-7}}</ref> e companheiros socialistas<ref name="Benton">{{Citar livro|título=The greening of marxism|ultimo=Benton|primeiro=Ted|editora=The Guilford Press|ano=1996|isbn=1-57230-119-8|oclc=468837567}}</ref> como um [[Produtivismo|produtivista]] que favorecia a dominação da natureza, os ecossocialistas revisitaram os escritos de Marx e acreditam que ele "foi o principal criador da visão de mundo ecológica".<ref name="Kovel">{{Citar livro|título=The Enemy of Nature : the End of Capitalism or the End of the World?.|ultimo=Kovel, Joel.|data=2013|editora=Zed Books|isbn=978-1-84813-659-5|oclc=960164995}}</ref> Marx discutiu uma "fenda metabólica" entre o homem e a natureza, afirmando que "a propriedade privada do globo por indivíduos individuais parecerá bastante absurda como propriedade privada de um homem por outro" e sua observação de que uma sociedade deve "entregá-lo [ao planeta] para as gerações seguintes em uma condição melhorada".<ref name="Capital3">{{Citar livro|título=Capital: a critique of political economy. Vol. 3.|ultimo=Marx, Karl, 1818–1883.|data=1981|editora=Penguin in association with New Left Review|isbn=0-14-022116-6|oclc=24235898}}</ref> O socialista inglês [[William Morris]] é responsável pelo desenvolvimento dos princípios do que mais tarde foi chamado de ecossocialismo.<ref name="Babylon">{{Citar livro|título=The no-nonsense guide to green politics|ultimo=Wall, Derek.|data=2010|editora=New Internationalist|isbn=978-1-906523-58-9|oclc=776590485}}</ref> Durante as décadas de 1880 e 1890, Morris promoveu suas ideias na [[Federação Social Democrata|Federação Social-Democrata]] e na [[Liga Socialista (Reino Unido, 1885)|Liga Socialista]].<ref name="GLSite">{{Citar web |url=http://www.greenleft.org.uk |titulo=Green Left |acessodata=3 de abril de 2016 |website=greenleft.org.uk |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160405022509/http://www.greenleft.org.uk/ |arquivodata=5 de abril de 2016}}</ref> O anarquismo verde combina anarquismo com questões ambientais. Uma importante influência inicial foi [[Henry David Thoreau]] e seu livro ''[[Walden]]'',<ref>{{Citar web |ultimo=Diez |primeiro=Xavier |url=http://www.acracia.org/xdiez.html |titulo=La Insumisión voluntaria. El Anarquismo individualista Español durante la Dictadura i la Segunda República (1923–1938) |data=26 de maio de 2006 |acessodata=20 de abril de 2020 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20060526224800/http://www.acracia.org/xdiez.html |arquivodata=26 de maio de 2006 }}</ref> bem como [[Élisée Reclus]].<ref name="Reclus1">{{Citar web |url=http://www.natustar.com/uk/naturism-begin.html |titulo=Archived copy |acessodata=11 de outubro de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20121025125935/http://www.natustar.com/uk/naturism-begin.html |arquivodata=25 de outubro de 2012}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://anarchism.pageabode.com/afaq/secA3.html#seca33 |titulo=A.3 What types of anarchism are there? |website=Anarchist Writers}}</ref>

No final do século XIX, o anarco-naturismo fundiu o anarquismo e as filosofias [[Naturismo|naturistas]] dentro dos c´riculos [[Anarquismo individualista|anarquistas individualistas]] na França, Espanha, Cuba<ref name="raforum.info">{{Citar web |ultimo=RA forum |url=http://raforum.info/spip.php?article3061&lang=fr |titulo=R.A. Forum > SHAFFER, Kirwin R. Anarchism and countercultural politics in early twentieth-century Cuba |website=raforum.info |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131012003926/http://raforum.info/spip.php?article3061&lang=fr |arquivodata=12 de outubro de 2013}}</ref> e Portugal.<ref name="spanishind">{{Citar web |url=http://www.acracia.org/xdiez.html |titulo=La Insumisión voluntaria. El Anarquismo individualista Español durante la Dictadura i la Segunda República (1923–1938) by Xavier Diez |arquivourl=https://web.archive.org/web/20060526224800/http://www.acracia.org/xdiez.html |arquivodata=26 de maio de 2006}}</ref> O primeiro livro de [[Murray Bookchin]], ''[[Nosso ambiente sintético]]''<ref>{{Citar web |url=http://dwardmac.pitzer.edu/Anarchist_Archives/bookchin/bio1.html |titulo=A Short Biography of Murray Bookchin by Janet Biehl |acessodata=11 de maio de 2012 |publicado=Dwardmac.pitzer.edu}}</ref> foi seguido por seu ensaio "Ecologia e pensamento revolucionário", que introduziu a ecologia como um conceito na política radical.<ref>{{Citar web |url=http://dwardmac.pitzer.edu/Anarchist_Archives/bookchin/ecologyandrev.html |titulo=Ecology and Revolution |data=16 de junho de 2004 |acessodata=11 de maio de 2012 |publicado=Dwardmac.pitzer.edu}}</ref> Na década de 1970, [[Barry Commoner]] afirmou que as tecnologias capitalistas eram as principais responsáveis pela degradação ambiental, em oposição às [[Superpopulação humana|pressões populacionais]].<ref name="Commoner">{{Citar livro|título=The closing circle : nature, man, and technology|ultimo=Commoner|primeiro=Barry|data=12 de fevereiro de 2020|isbn=978-0-486-84624-8|oclc=1141422712}}</ref> Na década de 1990, as socialistas/feministas Mary Mellor<ref name="Mellor">{{Citar livro|título=Breaking the boundaries : towards a feminist green socialism|ultimo=Mellor, Mary.|data=1992|editora=Virago Press|isbn=1-85381-200-5|oclc=728578769}}</ref> e [[Ariel Salleh]]<ref name="Salleh">{{Citar livro|título=Ecofeminism as politics : nature, Marx and the postmodern|ultimo=Salleh, Ariel, 1944- author.|ano=2017|isbn=978-1-78699-097-6|oclc=951936453}}</ref> adotaram um paradigma ecossocialista. Um "ambientalismo dos pobres" combinando consciência ecológica e [[justiça social]] também se tornou proeminente.<ref name="Guha">{{Citar livro|título=Varieties of Environmentalism Essays North and South|ultimo=Guha|primeiro=Ramachandra|data=2013|editora=Taylor and Francis|isbn=978-1-134-17334-1|oclc=964049036}}</ref> Pepper criticou a abordagem atual de muitos dentro da [[política verde]], especialmente [[Ecologia profunda|ecologistas profundos]].<ref>{{Citar livro|título=Eco-Socialism|ultimo=Pepper|primeiro=David|data=26 de setembro de 2002|doi=10.4324/9780203423363|isbn=978-0-203-42336-3}}</ref>

Muitos [[partidos verdes]] em todo o mundo, como o [[Esquerda Verde|Partido Esquerdo Verde Holandês]] (GroenLinks), empregam elementos eco-socialistas. Alianças radicais [[Aliança vermelho-verde|vermelho-verdes]] foram formadas em muitos países por ecossocialistas, verdes radicais e outros grupos de esquerda radical. Na [[Dinamarca]], a [[Aliança Vermelha e Verde|Aliança Vermelha-Verde]] foi formada como uma coalizão de vários partidos radicais. Dentro do [[Parlamento Europeu]], vários partidos de esquerda do norte da Europa se organizaram na [[Esquerda Nórdica Verde|Aliança Nórdica de Esquerda Verde]].

=== Sindicalismo ===
{{AP|Sindicalismo}}
{{VT|Anarcossindicalismo}}
O sindicalismo opera por meio de sindicatos industriais. Ele rejeita o [[socialismo estatal]] e o uso de políticas estabelecidas. Os sindicalistas rejeitam o poder do Estado em favor de estratégias como a [[greve geral]]. Os sindicalistas defendem uma economia socialista baseada em sindicatos federados ou de trabalhadores que possuem e administram os meios de produção. Algumas correntes marxistas defendem o sindicalismo, como o [[De-leonismo|De Leonismo]]. O [[anarcossindicalismo]] vê o sindicalismo como um método para os trabalhadores da [[Capitalismo|sociedade capitalista]] obterem o controle de uma economia. A [[Revolução Espanhola]] foi amplamente orquestrada pelo sindicato anarco-sindicalista [[Confederação Nacional do Trabalho|CNT]].<ref name="auto1"/> A [[Associação Internacional dos Trabalhadores]] é uma federação internacional de [[sindicato]]s e iniciativas anarco-sindicalistas.<ref>{{Citar periódico |titulo=No Human Being is Illegal: International Workers' Association Conference on Immigration |data=2002 |ultimo=Hargis |primeiro=Mike |pagina=10 |periódico=Anarcho-Syndicalist Review}}</ref>

== Críticas ==
{{AP|Críticas ao socialismo}}
{{multiple image
| perrow      = 3
| total_width = 350
| image1      = Portrait of Milton Friedman.jpg
| image2      = Ludwig von Mises.jpg
| image3      = Friedrich Hayek portrait.jpg
| footer      = [[Milton Friedman]], [[Ludwig von Mises]] e [[Friedrich Hayek]], economistas pertencentes à [[Escola Austríaca]] de economia e críticos do socialismo no [[século XX]]
}}
De acordo com o sociólogo marxista analítico [[Erik Olin Wright]], "a direita condenou o socialismo por violar os direitos individuais à propriedade privada e desencadear formas monstruosas de opressão estatal", enquanto "a esquerda o via como abrindo novas perspectivas de igualdade social, liberdade genuína e desenvolvimento dos potenciais humanos".<ref>{{citar web|último =Wright |primeiro =Erik Olin |data=15 de janeiro de 2012 |título=Toward a Social Socialism |url=https://thepointmag.com/politics/toward-a-social-socialism/ |acessodata=27 de setembro de 2022 |website=The Point Magazine |língua=en-US}}</ref>

Por causa das muitas variedades do socialismo, a maioria das críticas se concentrou em uma abordagem específica. Os defensores de uma abordagem normalmente criticam outras. O socialismo tem sido criticado em termos de seus modelos de organização econômica, bem como de suas implicações políticas e sociais. Outras críticas são dirigidas ao movimento socialista, partidos ou estados existentes. Algumas formas de crítica ocupam terrenos teóricos, como no [[problema do cálculo econômico]] apresentado pelos proponentes da [[Escola Austríaca]] como parte do debate sobre o cálculo socialista, enquanto outras sustentam suas críticas examinando tentativas históricas de estabelecer sociedades socialistas. O problema de cálculo econômico diz respeito à viabilidade e aos métodos de alocação de recursos para um [[Economia planejada|sistema socialista planejado]].<ref>{{citar livro|editor-sobrenome1 =Durlauf |editor-nome1 =Steven N. |editor-sobrenome2 =Blume |editor-nome2 =Lawrence E. |data=1987 |título=The New Palgrave Dictionary of Economics Online |capítulo=Socialist Calculation Debate |páginas=685–692 |url=https://link.springer.com/referenceworkentry/10.1057/978-1-349-95121-5_2070-1 |publicado=Palgrave Macmillan |acessodata=2 de fevereiro de 2013 |doi=10.1057/9780230226203.1570 |isbn=9781349951215}}.</ref><ref>{{citar livro|último1 =Biddle |primeiro1 =Jeff |último2 =Samuels |primeiro2 =Warren |autorlink2 =Warren Samuels |último3 =Davis |primeiro3 =John |data=2006 |título=A Companion to the History of Economic Thought |publicado=[[Wiley-Blackwell]] |página=319 |citação=What became known as the socialist calculation debate started when von Mises (1935 [1920]) launched a critique of socialism.}}</ref><ref>{{citar livro|último1 =Levy |primeiro1 =David M. |último2 =Peart |primeiro2 =Sandra J. |data=2008 |capítulo=Socialist calculation debate |título=The New Palgrave Dictionary of Economics |edição=Second |publicado=Palgrave Macmillan}}</ref> O planejamento central também é criticado por elementos da [[Extrema-esquerda|esquerda radical]]. O economista [[Socialismo libertário|socialista libertário]] [[Robin Hahnel]] observa que, mesmo que o planejamento central superasse suas inibições inerentes de incentivos e inovação, seria, no entanto, incapaz de maximizar a democracia econômica e a autogestão, que ele acredita serem conceitos intelectualmente mais coerentes, consistentes e justos do que o ''[[mainstream]]'' de noções de liberdade econômica.<ref name="Hahnel, Robin 2002">{{citar livro|último =Hahnel |primeiro =Robin |título=The ABC's of Political Economy |publicado=Pluto Press |data=2002 |página=262}}</ref>

Os [[Liberalismo econômico|liberais econômicos]] e os [[Libertarismo de direita|libertários de direita]] argumentam que a propriedade privada dos meios de produção e as trocas de mercado são entidades naturais ou direitos morais que são centrais para a liberdade e argumentam que a dinâmica econômica do [[capitalismo]] é imutável e absoluta. Como tal, eles também argumentam que a propriedade pública dos meios de produção e o planejamento econômico são violações da liberdade.<ref name="milton2">{{citar web|título=On Milton Friedman, MGR & Annaism |url=http://www.sangam.org/taraki/articles/2006/11-25_Friedman_MGR.php?uid=2075 |acessodata=30 de outubro de 2011 |publicado=Sangam.org}}</ref><ref name="Bellamy, Richard 2003 60">{{citar livro|último =Bellamy |primeiro =Richard |título=The Cambridge History of Twentieth-Century Political Thought |publicado=[[Cambridge University Press]] |ano=2003 |isbn=978-0521563543 |página=60}}</ref>

Os [[Críticas ao socialismo|críticos do socialismo]] argumentam que em qualquer sociedade em que todos tenham riqueza igual, não pode haver incentivo material para trabalhar porque não se recebe recompensas por um trabalho bem feito. Eles ainda argumentam que os incentivos aumentam a produtividade para todas as pessoas e que a perda desses efeitos levaria à estagnação. Alguns críticos do socialismo argumentam que o compartilhamento de renda reduz os incentivos individuais ao trabalho e, portanto, a renda deve ser individualizada tanto quanto possível.<ref>{{citar livro|primeiro1 =Zoltan J. |último1 =Acs |primeiro2 =Bernard |último2 =Young |título=Small and Medium-Sized Enterprises in the Global Economy |publicado=University of Michigan Press |página=47 |data=1999}}</ref>

Alguns filósofos também criticaram os objetivos do socialismo, argumentando que a igualdade corrói as diversidades individuais e que o estabelecimento de uma sociedade igualitária teria que implicar forte [[coerção]].<ref name="Self">{{citar livro|primeiro =Self |último =Peter |autorlink =Peter Self |capítulo=Socialism |título=A Companion to Contemporary Political Philosophy |editor-sobrenome1 =Goodin |editor-nome1 =Robert E. |editor1-link=Robert E. Goodin |editor-sobrenome2 =Pettit |editor-nome2 =Philip |editor2-link=Philip Pettit |publicado=Blackwell Publishing |data=1995 |página=339}}</ref> Muitos comentaristas da [[direita política]] apontam para os assassinatos em massa sob os regimes socialistas, alegando-os como uma acusação ao socialismo.<ref>{{citar web|último =Piereson |primeiro =James |título=Socialism as a hate crime |url=https://newcriterion.com/blogs/dispatch/socialism-as-a-hate-crime-9746 |acessodata=22 de outubro de 2021 |website=newcriterion.com |língua=en}}</ref><ref name=saed>{{citar periódico|último =Engel-DiMauro |primeiro =Salvatore |data=2 de janeiro de 2021 |título=Anti-Communism and the Hundreds of Millions of Victims of Capitalism |periódico=Capitalism Nature Socialism |volume=32 |número=1 |páginas=1–17 |doi=10.1080/10455752.2021.1875603 |s2cid=233745505 |issn=1045-5752}}</ref><ref>{{citar jornal|último =Satter |primeiro =David |data=6 de novembro de 2017 |título=100 Years of Communism—and 100 Million Dead |língua=en-US |obra=[[The Wall Street Journal]]|url=https://www.wsj.com/articles/100-years-of-communismand-100-million-dead-1510011810 |acessodata=22 de outubro de 2021 |issn=0099-9660}}</ref> Os oponentes dessa visão, incluindo os defensores do socialismo, afirmam que essas mortes foram aberrações causadas por regimes autoritários específicos, e não causadas pelo próprio socialismo, e apontam para mortes em massa em fomes, guerras e massacres que eles afirmam terem sido causados pelo [[colonialismo]], [[capitalismo]] e [[anticomunismo]] como contraponto a esses assassinatos.<ref name="Bevins2020">{{citar livro|último1 =Bevins |primeiro1 =Vincent |autorlink =Vincent Bevins |título=[[The Jakarta Method|The Jakarta Method: Washington's Anticommunist Crusade and the Mass Murder Program that Shaped Our World]]|data=2020 |publicado=[[PublicAffairs]] |páginas=238–240 |isbn=978-1541742406}}</ref><ref name="Ghodsee2018">{{citar web|url=https://aeon.co/essays/the-merits-of-taking-an-anti-anti-communism-stance |título=Anti-anti-communism |último1 =Ghodsee |primeiro1 =Kristen R. |último2 =Sehon |primeiro2 =Scott |data=22 de março de 2018 |website=[[Aeon (digital magazine)|Aeon]] |acessodata=26 de setembro de 2018 |autorlink =Kristen Ghodsee |autorlink2=Scott Sehon}}</ref><ref name="saed" /><ref>{{citar jornal|último1 =Sullivan |primeiro1 =Dylan |último2 =Hickel|primeiro2 =Jason|autorlink2=Jason Hickel|data=2 de dezembro de 2022 |título=How British colonialism killed 100 million Indians in 40 years|url=https://www.aljazeera.com/opinions/2022/12/2/how-british-colonial-policy-killed-100-million-indians|obra=[[Al Jazeera]]|local= |acessodata=8 de fevereiro de 2023}}</ref>

== Ver também ==
* [[Lista de partidos anti-capitalistas e comunistas com representação parlamentar nacional]]
* [[Lista de canções socialistas]]
* [[Lista de países socialistas|Lista de estados socialistas]]
* [[:Categoria:Socialismo por país|Socialismo por país]]

{{referências}}

== Bibliografia ==
{{refbegin}}
* {{citation|primeiro=A Joseph|último=Berlau|título=The German Social Democratic Party, 1914–1921|local=New York|publicado=Columbia University Press|ano=1949}}.
* {{citar livro|último1=Lamb|primeiro1=Peter|último2=Docherty|primeiro2=J. C.|título=Historical Dictionary of Socialism|edição=2nd|ano=2006|publicado=The Scarecrow Press|local=Lanham|isbn=978-0-8108-5560-1}}
* {{citar livro|último=Meyer |primeiro=Thomas|título=The Theory of Social Democracy.|data=2013|publicado=Wiley|isbn=978-0-7456-7352-3|oclc=843638352}}
* {{citar livro|último1=Gaus|primeiro1=Gerald F.|título=Handbook of Political Theory|primeiro2=Chandran|último2=Kukathas|data=21 de agosto de 2004|publicado=SAGE|isbn=978-0-7619-6787-3}}
* {{citar livro|último1=Pilbeam|primeiro1= Pamela|título=French Socialists before Marx: Workers, Women and the Social Question in France|data=17 de novembro de 2000|publicado= ‎ McGill-Queen's University Press|isbn=0773521992}}
{{refend}}

=== Leitura adicional ===
{{refbegin|30em}}
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* Michael Ellman (2014). ''[http://www.cambridge.org/US/academic/subjects/economics/economics-general-interest/socialist-planning-3rd-edition Socialist Planning].'' [[Cambridge University Press]]; 3 edition. {{ISBN|1-107-42732-0}}.
* {{citar livro|último1=Frank|primeiro1=Peter|último2=McAloon|primeiro2=Jim|título=Labour: The New Zealand Labour Party, 1916–2016|ano=2016|publicado=Victoria University Press|local=[[Wellington, Nova Zelândia]]|isbn=978-1-77656-074-5|url=https://vup.victoria.ac.nz/brands/Peter-Franks-%26-Jim-McAloon.html|acessodata=16 de setembro de 2019}}
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* [[Oskar Lange]], ''On the Economic Theory of Socialism'', Minneapolis, MN: University of Minnesota Press, 1938. {{LCCN|38012882}}.
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* [[Richard Pipes]], ''Property and Freedom'', Vintage, 2000. {{ISBN|0-375-70447-7}}.
* [[Maximilien Rubel]] and John Crump, ''Non-Market Socialism in the Nineteenth and Twentieth Centuries''. {{ISBN|0-312-00524-5}}.
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* {{citar web|último=Webb|primeiro=Sidney|url=https://sourcebooks.fordham.edu/mod/1889webb.asp|título=The Basis of Socialism – Historic|ano=1889|publicado=Library of Economics and Liberty|autorlink=Sidney Webb, 1st Baron Passfield}}
* James Weinstein, ''Long Detour: The History and Future of the American Left'', [https://web.archive.org/web/20040803131902/http://www.westviewpress.com/about.html Westview Press], 2003, hardcover, 272 pages. {{ISBN|0-8133-4104-3}}.
* Peter Wilberg, [http://www.newgnosis.co.uk/deep.html ''Deep Socialism: A New Manifesto of Marxist Ethics and Economics''], 2003. {{ISBN|1-904519-02-4}}.
*{{Citar livro|sobrenome=Bancal|nome=Jean|título=Proudhon: pluralismo e autogestão|local=Brasília|editora=Novos Tempos|ano=1984|ref=harv}}
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== Ligações externas ==
{{Correlatos
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* {{Link|pt|2=http://marxists.org/portugues/index.htm|3=Arquivo marxista na internet}}
* [http://www.marxist.com/rircontents-5.htm Reason in Revolt: Marxism and Modern Science By Alan Woods and Ted Grant] {{en}}
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* [http://www.fordham.edu/halsall/mod/modsbook33.html Modern History Sourcebook on socialism] {{en}}
* [http://www.pbs.org/heavenonearth/ PBS' "Heaven on Earth: the Rise and Fall of Socialism"] {{en}}
* {{Link||2=http://www.ecn.wfu.edu/~cottrell/socialism_book/new_socialism.pdf |3=''Towards a New Socialism'' |4=by [[Paul Cockshott|W. Paul Cockshott]] and Allin Cottrell}} {{en}}
* [https://web.archive.org/web/20090701164100/http://www.dsausa.org/pdf/widemsoc.pdf What is Democratic Socialism?] {{en}}
* [http://pendientedemigracion.ucm.es/info/bas/es/marx-eng/index.htm Karl Marx y Friedrich Engels — Biblioteca de Autores Socialistas] {{es}}

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