Surena (marzobã)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Surena (marzobam))
 Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Surena.
Surena
Nacionalidade
Império Sassânida
Ocupação General
Título

Surena (Suren;[1] m. 23 de fevereiro de 572[2]), ainda conhecido como Chir Gusnaspes ou Chir Gusnas (Tchihr-Gouschnasp)[3] e Jir-Vesnasbes (Jihr-Vešnasb),[4] foi um nobre sassânida da casa de Surena que tornou-se marzobã da Armênia entre 564 e 572.[1] Talvez possa ser associado ao Surena, pai de Mebodes.[5]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Surena era membro da Casa de Surena, um dos grandes clãs partas, e parente do Cosroes I (r. 531–579). Surena gozou de alto estatuto e serviu como azarapates (hazarapet em armênio) ou primeiro-ministro da Armênia. Em 561, participou das discussões com o emissário bizantino Pedro, o Patrício sobre a Suânia e foi um dos persas que pouco tempo depois concluíram a Paz de 50 anos com os bizantinos que terminou a Guerra Lázica.[5] Em 564, foi nomeado o marzobã armênio em sucessão de Varasdates.[6]

À época, a nobreza armênia estava dividida em dois grupos, a nacional chefiada pela família Mamicônio e a pró-persa dirigida pela família Siuni.[7] Foi então que Baanes, príncipe de Siunique, decidiu se dissociar da Armênia para não sofrer a influência moral que Vardanes III Mamicônio exercia sobre a Armênia por intermédio do católico residente em Dúbio, João II de Gabélia (r. 557–574). Ele pediu a Cosroes I para erigir sua capital, e o rei concordou.[8]

Ignorando as instruções do xá, Surena decidiu impor o mazdeísmo na Armênia.[9] Construiu um templo de fogo em Dúbio e adotou uma política de coerção contra os cristãos. Para minar a resistência do partido nacional, atormentou a aristocracia local e capturou as mulheres nobres.[4] Também assassinou, em 571[10] ou 572,[11] Manuel II, irmão de Vardanes. Exasperado, o clero cristão e a nobreza feudal insurgiram-se em uma revolta liderada por Vardanes e pelo católico João, durante o qual Surena foi morto por Vardanes.[12] Esse ato foi o estopim de uma nova guerra entre bizantinos e sassânidas.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Varasdates
Marzobã da Armênia
564-572
Sucedido por
Vardanes Usnas

Referências

  1. a b Grousset 1947, p. 242.
  2. Dédéyan 2007, p. 203.
  3. Toumanoff 1990, p. 506-507.
  4. a b Estêvão de Taraunitis século XI, II.2.
  5. a b c Martindale 1992, p. 1208.
  6. Greatrex 2002, p. 138.
  7. Grousset 1947, p. 242-243.
  8. Grousset 1947, p. 243.
  9. Grousset 1947, p. 244.
  10. Hovannisian 1997, p. 108.
  11. Hewsen 2001, p. 82.
  12. Grousset 1947, p. 242-244.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Greatrex, Geoffrey; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part II, 363–630 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-14687-9 
  • Grousset, René (1947). História da Armênia desde suas origens até 1071. Paris: Payot 
  • Hewsen, Robert H. (2001). Armenia: A historical Atlas. Chicago e Londres: The University of Chicago Press. ISBN 0-226-33228-4 
  • Hovannisian, Richard G. (1997). Armenian People from Ancient to Modern Times, vol. I : The Dynastic Periods: From Antiquity to the Fourteenth Century. Nova Iorque: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-4039-6421-2 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8 
  • Toumanoff, Cyril (1990). Les dynasties de la Caucasie chrétienne de l'Antiquité jusqu'au xixe siècle : Tables généalogiques et chronologiques. Roma: Edizioni Aquila