Symplocaceae
Symplocaceae | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Symplocaceae é uma família de plantas da ordem Ericales, que compõem mais de 300 espécies distribuídas entre as regiões tropicais e subtropicais da América, Sul e Leste Asiático e parte da Oceania.[1][2][3][4] Até o momento, carecem representantes viventes nos continentes Africano e Europeu, apenas com registros fósseis (endocarpo lignificado e pólen) na Europa que datam do Paleogeno e Neogeno.[5] As angiospermas presentes nesta família são comumente utilizadas como fitoterápicos na medicina tradicional indiana, usadas para o tratamento de diversas doenças, como problemas renais, urinários e uterinos.[6]
Morfologia
[editar | editar código-fonte]Hábitos e folhas
[editar | editar código-fonte]Composta principalmente por árvores de pequeno porte ou arbustivas.[7] Apresentam folhas simples, alternas espiraladas a dísticas e sem estípulas, os tricomas podem ser simples ou ausentes.
Flores
[editar | editar código-fonte]Flores gamossépalas, gamopétalas e actinomorfas com estames epipétalos e geralmente numerosos, anteras globosas ou elipsoides, notavelmente menores que os filetes, ovário pode ser ínfero ou raramente semi-ínfero, bi a heptacarpelar, com estilete único, simples e ereto.[2] Podem ser bissexuadas ou unissexuadas (em plantas dioicas). O cálice (3-)5-mero com sépalas unidas na base. A corola é (3-)4-6(-11)-mera com pétalas unidas na base.[1]
Frutos e sementes
[editar | editar código-fonte]Óvulos unitegmentados, fruto drupáceo e coroado pelo cálice persistente.[2] Sementes de 1 a 5, marrons, ovóides, reniformes, elipsoides, ampuliformes, em forma de U ou em forma de S.[1]
Diversidade taxonômica
[editar | editar código-fonte]A família é composta por 2 gêneros, Cordyloblaste Hensch. e Symplocos Jacq., apresentam respectivamente 2 e aproximadamente 318 espécies cada.
Symplocos são geralmente arbustos, subarbustos ou árvores. Ocorrem em regiões de alta altitude e representam a grande maioria dos representantes da família. No Brasil, todos são deste gênero, se diversificando em todas as fitofisionomias.
Cordyloblaste é um grupo-irmão de todas as espécies de Symplocos, restrita a duas espécies, C. henschelii Moritzi (fl: Maxwell 91-530; fr: Maxwell 93-39), C. pendula (Wight) Alston (fl: Norton 1574; fr: Beaman 10358), localizadas no leste da Ásia.[1]
Relações filogenéticas
[editar | editar código-fonte]A família Symplocaceae está filogeneticamente associada a 22 outras famílias dentro da ordem Ericales, formando um clado irmão com as famílias Diapensiaceae e Styracaceae. A classificação revisada, fundamentada em dados moleculares e morfológicos, apoia a família como monofilética, composta por dois gêneros, Symplocos e Cordyblaste.[1] A elevação de Cordyblaste como gênero se dá por ser grupo-irmão de todas as outras espécies de Symplocos e pelas diferenças morfológicas significativas. Dentro do gênero Symplocos, apresenta-se dois sub-gêneros Symplocos e Palura, três seções, Symplocos, Barberina e Lodhra, e duas séries, Urbaniocharis e Symplocos.
Lista de espécies brasileiras
[editar | editar código-fonte]- Symplocos altissima Brand
- Symplocos angulata Brand
- Symplocos arbutifolia Casar.
- Symplocos atlantica Aranha
- Symplocos bidana Aranha
- Symplocos bogotensis Brand
- Symplocos celastrinea Mart.
- Symplocos corymboclados Brand
- Symplocos dasyphylla Brand
- Symplocos estrellensis Casar.
- Symplocos falcata Brand
- Symplocos glaberrima Gontsch.
- Symplocos glandulosomarginata Hoehne
- Symplocos glaziovii Brand
- Symplocos guianensis (Aubl.) Gürke
- Symplocos incrassata Aranha
- Symplocos inopinata Aranha
- Symplocos insignis Brand
- Symplocos insolita Aranha et al.
- Symplocos itatiaiae Wawra
- Symplocos kleinii Bidá ex Aranha
- Symplocos laxiflora Benth.
- Symplocos martinicensis Jacq.
- Symplocos microstyla Aranha et al.
- Symplocos minima Aranha
- Symplocos neblinae Maguire & Steyerm.
- Symplocos neglecta Brand
- Symplocos nitens (Pohl) Benth.
- Symplocos nitidiflora Brand
- Symplocos oblongifolia Casar.
- Symplocos occulta Aranha
- Symplocos organensis Brand
- Symplocos pentandra (Mattos) Occhioni ex Aranha
- Symplocos platyphylla (Pohl) Benth.
- Symplocos pubescens Klotzsch ex Benth.
- Symplocos pustulosa Aranha
- Symplocos pycnobotrya Mart. ex Miq.
- Symplocos revoluta Casar.
- Symplocos rhamnifolia A.DC.
- Symplocos rizzinii Occhioni
- Symplocos saxatilis Aranha et al.
- Symplocos tenuifolia Brand
- Symplocos tetrandra Mart.
- Symplocos trachycarpos Brand
- Symplocos uniflora (Pohl) Benth.
Domínios e estados de ocorrência no Brasil
[editar | editar código-fonte]Os representantes frequentemente ocorrem em ambientes montanos e de perturbação humana.[8] No Brasil, os domínios fitogeográficos que foram registrados são: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa. Das 45 que são reconhecidas, 34 são endêmicas, todas do gênero Symplocos. As regiões confirmadas são[9]: Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí), Centro-oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina).
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d e Fritsch, Peter W.; Kelly, Lawrence M.; Wang, Yuguo; Almeda, Frank; Kriebel, Ricardo (agosto de 2008). «Revised infrafamilial classification of Symplocaceae based on phylogenetic data from DNA sequences and morphology». TAXON (3): 823–852. ISSN 0040-0262. doi:10.1002/tax.573013. Consultado em 12 de fevereiro de 2025
- ↑ a b c Luiz Mazza Aranha Filho, João. «Revisão taxonômica das espécies sul-americanas Symplocos Jacq. seção Hopea (L.) A. DC. (Symplocaceae)». Consultado em 12 de fevereiro de 2025
- ↑ «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV». Botanical Journal of the Linnean Society (1): 1–20. 24 de março de 2016. ISSN 0024-4074. doi:10.1111/boj.12385. Consultado em 12 de fevereiro de 2025
- ↑ KELLY, LAWRENCE M.; ALMEDA, FRANK; FRITSCH, PETER W. (8 de junho de 2016). «A taxonomic revision of Mexican and Central American Symplocos (Symplocaceae)». Phytotaxa (1). 1 páginas. ISSN 1179-3163. doi:10.11646/phytotaxa.264.1.1. Consultado em 12 de fevereiro de 2025
- ↑ Mai, D.H.; Martinetto, E. (junho de 2006). «A reconsideration of the diversity of Symplocos in the European Neogene on the basis of fruit morphology». Review of Palaeobotany and Palynology (1-2): 1–26. ISSN 0034-6667. doi:10.1016/j.revpalbo.2006.02.001. Consultado em 12 de fevereiro de 2025
- ↑ Acharya, Niyati; Acharya, Sanjeev; Shah, Unnati; Shah, Ripal; Hingorani, Lal (abril de 2016). «A comprehensive analysis on Symplocos racemosa Roxb.: Traditional uses, botany, phytochemistry and pharmacological activities». Journal of Ethnopharmacology: 236–251. ISSN 0378-8741. doi:10.1016/j.jep.2016.01.043. Consultado em 12 de fevereiro de 2025
- ↑ Nooteboom, H. P. (2004). «Symplocaceae». Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg: 443–449. ISBN 978-3-642-05714-4. Consultado em 12 de fevereiro de 2025
- ↑ Kriebel, Ricardo; Zamora, Nelson (22 de setembro de 2015). «Symplocos striata (Symplocaceae), una especie nueva de la vertiente caribe de Costa Rica». Lankesteriana (3). ISSN 2215-2067. doi:10.15517/lank.v4i3.21235. Consultado em 12 de fevereiro de 2025
- ↑ «Detalha Taxon Publico». floradobrasil2015.jbrj.gov.br. Consultado em 12 de fevereiro de 2025