Mostrar código-fonte de Tartaruga-verde

{{Info/Taxonomia
 | nome                = Tartaruga-verde
 | estado              = EN
 |estado_ref           = <ref name="iucn status 4 de maio de 2022" />
 | sistema_estado      = iucn3.1
 | imagem              = Chelonia mydas (Hawaiian variety).jpg
 | imagem_legenda      = Espécime avistado no [[Havaí]] em 2005
 | imagem2             = Green Sea Turtle, Curaçao.jpg
 | imagem2_legenda     = Espécime nadando sobre o planalto de areia em Praia Grande (''Playa Grandi''), [[Curaçau]]
 | reino               = [[Animalia]]
 | sub-reino           = [[Bilateria]]
 | infrarreino         = [[Deuterostomia]]
 | filo                = [[Chordata]]
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 | infrafilo           = [[Gnathostomata]]
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 | ordem               = [[Testudinata]]
 | subordem            = [[Cryptodira]]
 | superfamília        = [[Chelonioidea]]
 | família             = [[Cheloniidae]]
 | subfamília          = [[Cheloniinae]]
 | género              = '''''Chelonia'''''
 | espécie             = '''''C. mydas'''''
 | binomial            = ''Chelonia mydas''
 | binomial_autoridade = ([[Carlos Lineu|Lineu]], 1758)
 | mapa                = Lieux pontes tortue verte.png
 | mapa_legenda        = Mapa de distribuição. Os pontos vermelhos representam os locais com grande depósito de ovos. Os amarelos, para depósitos menores.
 | sinônimos_ref       = <ref name="ITIS" />
 | sinónimos           =
{{Collapsible list|* ''Chelonia mydas mydas'' {{pequeno|(Lineu, 1758)}}
* ''Chelonia agassizii'' {{pequeno|(Bocourt, 1868)}}
* ''Testudo myda'' {{pequeno|(Lineu, 1758)}}
* ''Chelonia mydas agassizii'' {{pequeno|(Bocourt, 1868)}}
* ''Chelonia agassizi'' {{pequeno|(Bocourt, 1868)}}
* ''Testudo macropus'' {{pequeno|(Walbaum, 1782)}}
* ''Testudo viridis'' {{pequeno|(Schneider, 1783)}}
* ''Testudo japonica'' {{pequeno|(Thunberg, 1787)}}
* ''Testudo macropus'' {{pequeno|(Gmelin, 1789)}}
* ''Testudo chloronotus'' {{pequeno|(Bechstein, 1800)}}
* ''Testudo rugosa'' {{pequeno|(Daudin, 1801)}}
* ''Testudo cepediana'' {{pequeno|(Daudin, 1801)}}
* ''Chelonia virgata'' {{pequeno|(Schweigger, 1812)}}
* ''Caretta cepedii'' {{pequeno|(Merrem, 1820)}}
* ''Caretta esculenta'' {{pequeno|(Merrem, 1820)}}
* ''Caretta thunbergii'' {{pequeno|(Merrem, 1820)}}
* ''Chelonia lachrymata'' {{pequeno|(Cuvier, 1829)}}
* ''Chelonia maculos'' {{pequeno|(Cuvier, 1829)}}
* ''Chelonia bicarinata'' {{pequeno|(Lesson, 1831)}}
* ''Chelonia marmorata'' {{pequeno|(Duméril e Bibron, 1835)}}
* ''Chelonia formosa'' {{pequeno|(Girard, 1858)}}
* ''Chelonia tenuis'' {{pequeno|(Girard, 1858)}}
* ''Chelonia albiventer'' {{pequeno|(Nardo, 1864)}}
* ''Chelonia lata'' {{pequeno|(Philippi, 1887)}}
* ''Testudo marina vulgaris'' {{pequeno|(Lacépède, 1788)}}
* ''Chelonia mydas carrinegra'' {{pequeno|(Caldwell, 1962)}}}}
}}
A '''tartaruga-verde''', '''tartaruga-aruanã''' ou só '''aruanã'''<ref name=Houaiss1 /> ([[nomenclatura binomial|nome científico]]: ''Chelonia mydas'') é uma [[tartaruga marinha]] da [[família (biologia)|família]] dos [[queloniídeos]] (''Cheloniidae''). É o único membro do género ''Chelonia''.<ref name="ITIS" /> A espécie está distribuída por todos os oceanos, nas zonas de águas tropicais e subtropicais e de qualquer altitude do mundo, sendo habitualmente encontradas em águas costeiras, ilhas ou baías, e raramente encontradas em alto-mar,<ref>{{Citar web|url=https://www.tamar.org.br/tartaruga.php?cod=20|titulo=Tartaruga-verde ou Tartaruga-aruanã|acessodata=2024-11-04|website=www.tamar.org.br}}</ref> com duas populações distintas no [[Oceano Atlântico]] e no [[Oceano Pacífico]].<ref name="NGeo" /> O nome ''tartaruga-verde'' deve-se à coloração esverdeada da sua [[gordura]] corporal.

A tartaruga-verde é uma tartaruga marinha com um corpo achatado coberto por uma grande [[carapaça]] que possui quatro pares de placas laterais de queratina de coloração verde ou verde-acinzentadas; marrom com manchas negras e amareladas quando juvenis, bem como dois grandes pares de [[nadadeiras]]. Além disso, sua carapaça pode variar os tons em oliva-marrom e preto, no Pacífico Oriental. Ao contrário de outros membros de sua família, como a [[tartaruga-de-pente]] (''Eretmochelys imbricata'') e a [[tartaruga-comum]] (''Caretta caretta''), a tartaruga-verde é principalmente [[herbívoro|herbívora]] após adentrar sua fase adulta, enquanto filhote é predominantemente onívora com tendências carnívoras. Os adultos geralmente habitam lagoas rasas, alimentando-se principalmente de diversas espécies de [[ervas marinhas]].<ref name="WildlifeofPakistan" />

Como outras tartarugas marinhas, migram longas distâncias entre as áreas de alimentação e as suas praias de incubação. Muitas ilhas em todo o mundo são conhecidas como ilhas das Tartarugas por causa da nidificação das tartarugas-verdes em suas praias. As tartarugas fêmeas saem às praias e põem ovos em ninhos que escavam durante a noite. Mais tarde, filhotes emergem em direção à água. Aqueles que sobrevivem alcançam a [[maturidade sexual]] ao fim de vinte a cinquenta anos e vivem até 80 anos em liberdade.<ref name="NGeo"/>

Como uma espécie classificada como [[espécie ameaçada]] pela [[União Internacional para a Conservação da Natureza]] (UICN / IUCN) e [[Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção]] (CITES), a tartaruga-verde é protegida contra a exploração, na maioria dos países. É ilegal a coleta, dano ou matá-las. Além disso, muitos países têm leis e decretos para proteger suas áreas de nidificação. No entanto, as populações de tartarugas ainda estão em perigo por causa de diversas práticas humanas. Em alguns países, as tartarugas e seus ovos são [[caça]]dos para alimento. [[Poluição]] indireta prejudica as tartarugas, tanto na população quanto à dimensão individual. Muitas tartarugas morrem em consequência de terminarem nas redes de pescadores. Finalmente, a [[destruição de habitat]] é uma grande fonte de perda de praias de nidificação.

== Taxonomia ==
A tartaruga-verde é um membro da [[Tribo (biologia)|tribo]] dos queloníneos (''[[Chelonini]]''). Um estudo de 1993 esclareceu a situação do [[Género (biologia)|gênero]] ''Chelonia'' em relação às outras tartarugas marinhas. Os grupos [[carnívoro]]s [[tartaruga-de-pente]] (''Eretmochelys''), [[tartaruga-comum]] (''Caretta'') e ''[[Lepidochelys]]'' foram atribuídos à tribo dos caretinos (''[[Carettini]]''). O [[herbívoro]] ''Chelonia'' garantiu sua posição como gênero, enquanto ''[[Natator depressus|Natator]]'' foi removido de outros gêneros do que se acreditava anteriormente.<ref name="MolecularPhylogeny" />

A espécie foi originalmente descrita por [[Carlos Lineu]] em 1758 na [[10ª edição de Systema Naturae|10.ª edição do ''Systema Naturae'']] como ''Testudo mydas''.<ref name="ITISTM" /> Em 1868, [[Marie Firmin Bocourt]] nomeou uma espécie particular de tartaruga marinha como ''Chelonia agassizii'' em homenagem ao [[zoologia|zoólogo]] [[suíços|suíço]]-[[Estatunidenses|americano]] [[Louis Agassiz]].<ref name=Beolens /> Esta "espécie" foi referida como "tartaruga-do-mar-negro".<ref name="ITISCA2" /> Pesquisas posteriores determinaram que a "tartaruga-do-mar-megro-negra" de Bocourt não era geneticamente distinta da tartaruga-verde e, [[Taxonomia|taxonomicamente]] não configurada uma espécie separada.<ref name="BlackTurtleTaxonomy" /> Essas duas "espécies" foram então unidas como ''Chelonia mydas'' e as populações receberam o estatuto de [[subespécie]]: ''C. mydas mydas'' se referia à população originalmente descrita, enquanto ''C. mydas agassizi'' se referia apenas à população do [[Pacífico]], conhecida como tartaruga-verde-de-galápagos.<ref name="ITISCMM" /><ref name="ITISCMA" /> Esta subdivisão foi posteriormente determinada como inválida e todos os membros da espécie foram então designados ''Chelonia mydas''.<ref name="ITIS"/>

O [[Nomenclatura vernácula|nome comum]] da espécie não deriva de nenhuma coloração externa [[verde]] específica. Seu nome vem da cor esverdeada da [[gordura]] encontrada em uma camada entre seus órgãos internos e sua carapaça.<ref name="MCSgreen" /> Como é uma espécie encontrada em todo o mundo, a tartaruga-verde tem muitos nomes locais. Na [[língua havaiana]] é chamada de ''honu'',<ref name="Glick2005Smithsonian" /> e é conhecido localmente como símbolo de boa sorte e longevidade.<ref name=Synopsis /> No [[Brasil]], seu outro nome vernacular, ''aruanã'', originou-se no [[língua tupi|tupi]] ''*arua'na'', que designa um tipo de peixe. Foi registrado a primeira vez em 1887 e tem como parônimo ''aruaná'', já registrado em 1631 como ''aruana'' e então 1886 como ''aruaná''.<ref name=Houaiss2 />

== Descrição ==
[[Imagem:Chelonia.svg|miniaturadaimagem|280px|Padrão de placas da [[carapaça]] e do [[plastrão]]]]

Sua aparência é a de uma típica [[Tartaruga-marinha]]. Tem um corpo achatado dorsoventralmente, uma cabeça pequena, com um único par de escamas pré-frontais e uma mandíbula serrilhada que facilita a alimentação de gramíneas na extremidade de um pescoço curto e braços em forma de remos bem adaptados à natação.<ref name="FWS" /> Adultos crescem até 1,5 metro de comprimento.<ref name="Animal" /> O peso médio de indivíduos maduros é de 68 a 190 quilos e o comprimento médio da carapaça é de 78 a 112 centímetros.<ref name=Seaworld /> Espécimes excepcionais podem pesar 315 quilos ou até mais, com o maior conhecido pesando 395 quilos e medido 153 centímetros de comprimento de carapaça.<ref name="CCC" />

Ao contrário de seu parente próximo, a [[tartaruga-de-pente]], o focinho da tartaruga-verde é curto, com um [[bico]] sem gancho. O pescoço não pode ser puxado para dentro da carapaça.<ref name=National-Geographic /> A mandíbula superior da tartaruga possui uma borda denticulada, enquanto a mandíbula inferior possui uma denticulação mais forte, serrilhada e mais definida. A superfície dorsal da cabeça da tartaruga tem um único par de escamas pré-frontais. Sua carapaça é composta por cinco [[Escudo (biologia)|escudos]] centrais, com quatro pares de escudos laterais. Por baixo, a tartaruga-verde tem quatro pares de escudos inframarginais cobrindo a área entre o plastrão e o casco. Os apêndices frontais maduros têm apenas uma única garra (em oposição às duas da tartaruga-de-pente), embora uma segunda garra às vezes seja proeminente em espécimes jovens.<ref name="MarBioCmydas" />

A [[carapaça]] da tartaruga tem vários padrões de cores que mudam com o tempo. Filhotes, como os de outras tartarugas marinhas, têm principalmente carapaças pretas e plastrões de cor clara. As carapaças dos juvenis se tornam marrom-escuras a [[verde-oliva]], enquanto as dos adultos maduros são inteiramente marrons com raios [[Variegação|variegados]]. Por baixo, o plastrão é amarelo. As patas são de cor escura com linhas amarelas, e geralmente são marcadas com uma grande mancha marrom escura no centro de cada apêndice.<ref name="NGeo"/><ref name="FaunaBritIndia" />

== Distribuição ==

[[Imagem:Taxidermy_of_turtle_shell_(Chelonia_mydas).jpg|esquerda|miniaturadaimagem| Carapaça taxidermizada]]

A [[distribuição natural]] da tartaruga-verde se estende por todos os oceanos [[Trópico|tropicais]] e [[Clima subtropical|subtropicais]] do planeta. As duas principais [[População (estatística)|subpopulações]] são as subpopulações do Atlântico e do Pacífico oriental. Cada população é geneticamente distinta, com seu próprio conjunto de áreas de nidificação e alimentação dentro do alcance conhecido da população.<ref name="NGeo"/> Uma das diferenças genéticas entre as duas subpopulações é o [[DNA mitocondrial]] encontrado nas células. Indivíduos de colônias no Oceano Atlântico e no [[Mar Mediterrâneo]] têm semelhanças no DNA mitocondrial, enquanto indivíduos dos oceanos Pacífico e Índico têm outro tipo de DNA mitocondrial.<ref name=Bowen/> Sua faixa nativa inclui águas tropicais a subtropicais ao longo das costas continentais e ilhas entre 30°N e 30°S. Como as tartarugas-verdes são uma espécie [[Migração de animais|migratória]], sua distribuição se estende ao oceano aberto. As diferenças no DNA mitocondrial provavelmente decorrem das populações isoladas umas das outras pelas pontas sul da América do Sul e da [[África]], sem águas quentes às tartarugas-verdes migrarem. Estima-se que a tartaruga-verde habite áreas costeiras de mais de 140 países, com locais de nidificação em mais de 80 países em todo o mundo ao longo do ano. Na costa atlântica dos [[Estados Unidos]], podem ser encontradas do [[Texas]] e do norte até [[Massachussetes]]. Na costa do Pacífico dos Estados Unidos, foram encontradas do sul da [[Califórnia]] ao norte até a ponta mais ao sul do [[Alasca]]. As maiores populações de tartarugas-verdes no litoral dos Estados Unidos estão nas ilhas havaianas e na Flórida. Globalmente, as maiores populações estão na [[Grande Barreira de Coral]] na Austrália e no [[Mar do Caribe]].<ref name=":2" />

=== Subpopulação atlântica ===

[[Imagem:Female Green Sea Turtle.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Fêmea retornando ao mar após nidificação na {{ilc|ilha Redangue|ilha Redão|ilha Redang}}, [[Malaysia|Malásia]]]]

A tartaruga-verde pode ser encontrada geralmente em todo o [[Oceano Atlântico]]. Embora a espécie seja mais abundante em climas tropicais, também pode ser encontrada em [[clima temperado]], e indivíduos foram observados até o norte do [[Canadá]] no Atlântico Ocidental.<ref name=Canadian /> e nas [[Ilhas Britânicas]] no leste.<ref name=Marlin /> No Caribe, os principais locais de nidificação identificados são na [[ilha das Aves]], nas [[Ilhas Virgens Americanas]], em [[Porto Rico]], na [[República Dominicana]] e na [[Costa Rica]]. Nos últimos anos, há sinais de aumento de nidificação nas [[Ilhas Caimã]].<ref name=Connolly /> Um dos locais de nidificação mais importantes da região está em [[Tortuguero]], na Costa Rica.<ref name="Bjorndal1999CostaRica" /> A maioria da população de da região do Caribe vem de algumas praias em Tortuguero.<ref name="Lahanas1998" /> Nas águas dos Estados Unidos, pequenos locais de nidificação foram observados nos estados da [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]], [[Carolina do Norte]], [[Carolina do Sul]] e ao longo da costa leste da [[Flórida]]. Locais notáveis na América do Sul incluem praias isoladas no [[Suriname]] e na [[Guiana Francesa]].<ref name="Girondot1996" /> No Oceano [[Atlântico Sul]], um dos locais de nidificação mais notáveis é a ilha de [[Ilha de Ascensão|Ascensão]],<ref name="FWS"/> que hospeda de seis a 13 mil ninhos.<ref name="Seminoff2002IUCN" /><ref name="Godley2001" /><ref name="Broderick2001" /> Em contraste com a distribuição esparsa dos locais de nidificação, as áreas de alimentação são muito mais amplamente distribuídas por toda a região. Importantes áreas de alimentação na Flórida incluem a [[laguna de Indian River]], [[Florida Keys]], a [[baía da Flórida]], [[Homosassa]], [[rio Cristal (Flórida|rio Crystal]] e [[Cedar Key]].<ref name="FWS"/><ref name="Audubon1897" />

=== Subpopulação do Indo-Pacífico ===
[[Imagem:Chelonia_mydas_is_going_for_the_air_edit.jpg|miniaturadaimagem| Prestes a ir a superfície para respirar em Cona, [[Havaí]]]]
[[Imagem:Young Honu-Kahala.png|miniaturadaimagem|Imaturo [[Havaí|havaiano]]]]

No [[Oceano Pacífico|Pacífico]], sua distribuição chega ao norte até a costa sul do [[Alasca]] e ao sul até o [[Chile]] no leste. A distribuição no Pacífico ocidental atinge o norte do [[Japão]] e partes do sul da costa do Pacífico da [[Rússia]], e até o extremo sul da [[Nova Zelândia]] e algumas ilhas ao sul da [[Tasmânia]]. As áreas de nidificação significativas estão espalhadas por toda a região do Pacífico, incluindo o [[México]], as [[Arquipélago do Havaí|ilhas havaianas]], o [[Oceania|Pacífico Sul]], a costa norte da [[Austrália]] e o [[Sudeste Asiático]]. As principais colônias de nidificação do Oceano Índico incluem [[Índia]], [[Paquistão]], [[Seri Lanca]] e outros países costeiros. As tartarugas também podem ser encontradas em todo o [[Oceano Índico]]; a costa leste do [[África|continente africano]] abriga alguns locais de nidificação, incluindo ilhas nas águas ao redor de [[Madagáscar|Madagascar]].<ref name="CCCDistMap"/>

==== Áreas de nidificação específicas ====

Áreas de nidificação são encontradas ao longo da costa mexicana. Essas tartarugas se alimentam em campos de algas marinhas no [[Golfo da Califórnia]].<ref name="Seminoff2002" /> Tartarugas-verdes pertencentes à distinta subpopulação havaiana nidificam no atol de [[French Frigate Shoals|French Fragate Shoals]] a cerca de 800 quilômetros a oeste das ilhas havaianas.<ref name="Glick2005Smithsonian"/> Nas [[Filipinas]], nidificam nas [[Ilhas Tartarugas]] junto com as tartarugas-de-pente.<ref name="OneOcean" /> Em dezembro de 2007, época que os espécimes nidificam localmente, pescadores usando um ''hulbot-hulbot'' (um tipo de [[rede de pesca]]) acidentalmente pegaram um indivíduo em Barangai Bolom, [[Zamboanga]], Filipinas.<ref name=ABS /> A [[Indonésia]] tem algumas praias de nidificação, sendo uma na [[Reserva Nacional Meru Betiri]] em [[Java Oriental]].<ref name="WWFIndonesianCon" /> Ao largo das costas nordeste e norte da Austrália, a Grande Barreira de Coral tem duas [[Genética populacional|populações geneticamente distintas]]; uma norte e uma sul. Dentro do recife, 20 locais separados consistindo de pequenas ilhas e [[Cayo|ilhotas]] foram identificados como locais de nidificação. Destes, o mais importante está na [[ilha Raine]].<ref name="Dobbs2007" /><ref name="Tucker2001" /> No [[Estreito de Torres]] existe um grande viveiro em Bramble Cay.<ref name="dawe" /><ref name="Ellison" /> Locais de nidificação são comuns em ambos os lados do [[Mar Arábico]], tanto na [[Oriental (Omã)|Província Oriental]] do [[Omã]], quanto ao longo da costa de [[Carachi]], [[Paquistão]]. Algumas praias específicas ali, como [[Hawke's Bay]] e [[Sandspit]], são comuns à subpopulação de tartaruga-verde e [[tartaruga-oliva]]. As praias de areia ao longo de [[Sinde]] e [[Baluchistão (Paquistão)|Baluchistão]] são locais de nidificação. Cerca 25 quilômetros largo da [[Geografia do Paquistão|costa paquistanesa]], a ilha de [[Astola]] é outra praia de nidificação.<ref name="WildlifeofPakistan"/><ref name="Butler1977" /><ref name="MTNGroombridge" />

==== tartaruga-verde de Galápagos ====
[[Imagem:Green_Sea_Turtle_Swimming_in_the_Galápagos.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Tartaruga-verde nadando em Galápagos]]

A população conhecida como tartaruga-verde-de-galápagos foi registrada e observada nas [[ilhas Galápagos|Galápagos]] já no {{séc|XVII}} por [[William Dampier]],<ref name="green_1993" /> mas não recebeu a devida atenção, pois o foco de estudo eram as [[tartaruga-gigante-de-galápagos|tartarugas-gigantes-de-galápagos]] (''Chelonoidis nigra'').<ref name="pritchard_1971" /> Somente nos últimos 30 anos foram realizados extensos estudos sobre seu comportamento. Grande parte do debate se centrou na classificação binomial.<ref name="parham_1996" /> O nome ''Chelonia agassizii'' já foi aplicado a esta população como uma espécie separada.<ref name="BlackTurtleTaxonomy"/> Uma análise de [[ADN mitocondrial|DNA mitocondrial]] e [[ADN nuclear|nuclear]] proveniente de quinze praias de nidificação demonstrou que não só não há distinção significativa dessa população, mas que seria parafilético reconhecê-la. Como tal, o nome ''Chelonia agassizzii'' é considerado sinônimo júnior de ''Chelonia mydas'' e os indivíduos que eram rotulados assim são considerados uma variante local das populações das águas do Pacífico Oriental e de outras áreas de nidificação.<ref name="parham_1996" /> Uma distinção morfológica da tartaruga-verde de Galápagos deu origem ao debate, mas a evidência de distinção taxonômica é melhor servida usando a combinação de vários conjuntos de dados. As duas distinções morfológicas mais notáveis são o tamanho adulto, consideravelmente menor, e a pigmentação muito mais escura da carapaça, plastrão e extremidades.<ref name="BlackTurtleTaxonomy" /> Outras distinções são a curvatura da carapaça acima de cada nadadeira traseira, a carapaça mais em forma de domo e a cauda mais longa dos machos adultos. Três possibilidades surgiram de suas características únicas: ''agassizii'' poderia ser uma espécie separada, uma subespécie, ou é simplesmente a mesma espécie com mutação de cor.<ref name="pritchard_1999" /> Esses fatos levaram ao debate sobre a separação binomial, mas devido à importância dos resultados dos testes de DNA, não houve distinções feitas neste momento.<ref name="parham_1996" /> Em uma reunião de herpetólogos e seus colaboradores em 2000, a evidência à posição taxonômica da tartaruga-verde-de-galápagos foi revisada e a maioria entre os participantes apoiou tratá-la como população ou subespécie da tartaruga-verde (em vez de espécie separada).<ref name=SeaTurtle /> No entanto, este é possivelmente um caso de taxonomia política. Como tal, as três principais listas de verificação internacionais que cobrem tartarugas do banco de [[The Reptile Database|dados mundial de répteis]]<ref name=BioRef /> a lista de verificação de Fritz e Havas (2007)<ref name="Fritz 2007" /> e a lista de verificação da [[União Internacional para a Conservação da Natureza]] (TTWG 2017)<ref name="Rhodin2017" /> consideram um sinônimo júnior.

[[Imagem:Green Turtle taking a breath.jpg|miniaturadaimagem|Espécime chegando para respirar]]
[[Imagem:Green_turtle_in_Kona_2008.jpg|miniaturadaimagem|Uma tartaruga nadando no Havaí]]

== Habitat ==

As tartarugas-verdes se movem em três tipos de [[habitat]], dependendo de seu [[Ciclo de vida|estágio de vida]]. Põem seus ovos nas [[praias]] e os adultos passam a maior parte do tempo em baías costeiras, lagoas e atóis com prados de algas marinhas. Os recifes de coral, onde geralmente ficam fornecem algas vermelhas, marrons e verdes para sua dieta e protegem contra predadores e tempestades violentas dentro do oceano.<ref name=":2"/> Gerações inteiras geralmente migram entre um par de áreas de alimentação e nidificação.<ref name="FWS"/> As tartarugas-verdes são classificadas como uma espécie aquática e estão distribuídas ao redor do globo em águas quentes tropicais a subtropicais. O parâmetro ambiental que limita sua distribuição é a temperatura do oceano abaixo de 7 a 10&nbsp;°C.<ref name=":3" /> As tartarugas passam a maior parte de seus primeiros cinco anos em [[zonas de convergência]] dentro do oceano aberto.<ref name="WildlifeofPakistan"/><ref name="NOAAGT" /> Essas tartarugas jovens raramente são vistas enquanto nadam em águas [[Zona pelágica|pelágicas]] profundas.<ref name="Reich2007" /><ref name="LS20070918" /> As tartarugas-verdes normalmente nadam a 2,5 a 3 quilômetros por hora.<ref name=Luschi />

== Ecologia e comportamento ==

=== Dieta ===

A dieta das tartarugas-verdes varia consideravelmente durante o ciclo de vida.<ref name=":1" /> enquanto filhote é uma espécie [[onívora]] que possui tendências [[Carnívoro|carnívoras]], tornando-se herbívora a partir dos 25/35cm de casco<ref>{{Citar web|url=https://www.tamar.org.br/tartaruga.php?cod=20|titulo=Tartaruga-verde ou Tartaruga-aruanã|acessodata=2024-11-03|website=www.tamar.org.br}}</ref>. Tartarugas jovens comem [[ova]]s de [[peixes]], [[moluscos]], [[Medusa (animal)|águas-vivas]], pequenos [[invertebrados]], [[verme]]s, [[Porifera|esponjas]], [[alga]]s e [[crustáceo]]s<ref name=":2"/>. Entretanto, em várias regiões do Mediterrâneo, do Oceano Índico e do Oceano Pacífico, as tartarugas-verdes adultas se alimentam principalmente de ervas marinhas. Ademais, em áreas de forrageamento onde essas plantas são escassas ou inexistentes, as macroalgas passam a compor grande parte, ou até mesmo a maior parte, da dieta dessas tartarugas, como acontece em locais como Japão, Queensland na Austrália, Ilhas Cocos-Keeling, México, Turquia e Uruguai. Além disso, em alguns desses habitats, materiais vegetais terrestres, especialmente folhas e partes de manguezais, também podem aparecer com destaque na dieta das tartarugas-verdes. Essa espécie têm uma taxa de crescimento relativamente lenta devido ao baixo valor nutricional de sua dieta. A [[Tecido adiposo|gordura corporal]] fica verde por causa da [[vegetação]] consumida. Essa mudança na dieta tem efeito na morfologia do crânio, pois sua mandíbula serrilhada os ajuda a mastigar algas e gramas marinhas.<ref name=NationalWildlifeFederation />

=== Predadores e parasitas ===

[[Imagem:Green_Sea_Turtle_grazing_seagrass.jpg|esquerda|miniaturadaimagem| tartaruga-verde pastando grama marinha]]

Tubarões maiores e seres humanos se alimentam de adultos de tartaruga-verde. No entanto, também há registros de orcas (''Orcinus orca'') e até mesmo onças-pintadas predando essas tartarugas. Especificamente, os [[Tubarão-tigre|tubarões-tigre]] (''Galeocerdo cuvier'') costumam caçar adultos nas águas havaianas.<ref name="MWANWR" /> Juvenis e filhotes têm diversos outros predadores, incluindo [[caranguejo]]s, pequenos [[Mamífero marinho|mamíferos marinhos]] e [[Ave limícola|aves limícolas]].<ref name="NGeo"/> Além disso, seus ovos são vulneráveis à predação por animais terrestres, como [[Raposa-vermelha|raposas-vermelhas]] (''Vulpes vulpes'') e [[Chacal-dourado|chacais-dourados]] (''Canis aureus'').<ref name=Brown /> As tartarugas-verdes têm uma variedade de parasitas, incluindo [[Cirripedia|cracas]], [[sanguessuga]]s, [[protozoário]]s, [[Cestoda|cestoides]] e [[Nematoda|nematoides]]. As cracas prendem-se à carapaça e as sanguessugas às nadadeiras e à pele, causando danos nos tecidos moles e levando à perda de sangue. Protozoários, cestoides e nematoides levam a morte de muitas tartarugas devido ao dano ao [[fígado]] e ao intestino. A maior ameaça de doença à população de tartarugas é o [[fibropapiloma]], que produz o crescimento letal de um tumor em escamas, pulmões, estômago e rins. O fibropapiloma é causado por um [[herpesvírus]] que é transmitido por sanguessugas como a ''[[Ozobranchus branchiatus]]'', uma espécie de sanguessuga que se alimenta quase inteiramente de tartarugas-verdes.<ref name=":3"/><ref name="McGowin" />

=== Ciclo da vida ===
[[Imagem:Baby_Chelonia_mydas_20060319.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Filhote]]
[[Imagem:Green Sea Turtle, Maui.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Espécime em [[Maui]], Havaí]]

As tartarugas-verdes migram longas distâncias entre os locais de alimentação e os locais de nidificação; alguns indivíduos nadam mais de {{fmtn|2600}} quilômetros para alcançar seus locais de desova. As tartarugas-verdes se reproduzem em praias no sudeste da Ásia, Índia, ilhas no Pacífico ocidental e América Central.<ref name=":4" /> Tartarugas adultas geralmente retornam à praia exata de onde nasceram. As fêmeas geralmente acasalam a cada dois a quatro anos. Os machos, por outro lado, visitam as áreas de reprodução todos os anos, tentando acasalar.<ref name="AuThreatenedSpecies" /> A época de acasalamento varia entre as populações. À maioria dos indivíduos no [[Caribe]], a época de acasalamento é de junho a setembro.<ref name="FWS"/> A subpopulação nidificante da [[Guiana Francesa]] nidifica de março a junho.<ref name="Girondot1996"/> Nos trópicos, as tartarugas-verdes nidificam durante todo o ano, embora algumas subpopulações prefiram épocas específicas do ano. No [[Paquistão]], as tartarugas do [[Oceano Índico]] nidificam o ano todo, mas preferem os meses de julho a dezembro.<ref name="Butler1977"/>

As tartarugas marinhas voltam às praias onde nasceram para desovar. O motivo do retorno às praias nativas pode ser o de garantir às tartarugas um ambiente com os componentes necessários para que sua nidificação seja bem-sucedida. Estes incluem uma praia de areia, fácil acesso para os filhotes chegarem ao oceano, temperaturas de incubação corretas e baixa probabilidade de predadores que podem se alimentar de seus ovos. Com o tempo, essas tartarugas desenvolveram essas tendências para retornar a uma área que proporcionou sucesso reprodutivo por muitas gerações. Sua capacidade de retornar ao seu local de nascimento é conhecida como [[filopatria]].<ref name="Wynekey, J. 2013. Pp 59-70" />

O comportamento de acasalamento é semelhante a outras tartarugas marinhas. As fêmeas controlam o processo. Embora algumas populações pratiquem a [[poliandria]], isso não parece beneficiar os filhotes.<ref name="Lee2004" /> Após o acasalamento na água, a fêmea se move acima da linha da maré alta da praia, onde cava um buraco com as nadadeiras traseiras que atinge de onzze a 22 polegadas de profundidade, onde deposita seus ovos. O buraco é então coberto novamente.<ref name=":6" /> O tamanho da ninhada varia entre 85 e 200 ovos, dependendo da idade da fêmea. Esse processo leva cerca de uma hora a uma hora e meia. Depois que o ninho está completamente coberto, ela retorna ao mar. A fêmea fará isso de três a cinco vezes em uma temporada.<ref name=":4"/> A cada ano na [[Ilha de Ascensão]], as fêmeas fazem de seis a 25 mil ninhos. Essas fêmeas estão entre as maiores tartarugas-verdes do mundo; muitos têm mais de um metro de comprimento e pesam até 300 quilos.<ref name="AscensionGT" /> No [[Brasil]], são feitos aproximatamente quatro mil ninhos por temporada, sobretudo nas ilhas oceânicas do arquipélago de [[Trindade e Martim Vaz]], na costa do [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]], na [[Reserva Biológica do Atol das Rocas]] e no [[Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha]]. Há ainda registros de desovas em praias continentais (cerca de 200 ninhos a cada temporada), principalmente no litoral norte da [[Bahia]].<ref>{{Citar web|url=https://www.tamar.org.br/tartaruga.php?cod=20|título=Tartaruga-verde ou Tartaruga-aruanã|publicado=Projeto Tamar|acessodata=5 de maio de 2022|arquivodata=19 de abril de 2022|arquivourl=http://web.archive.org/web/20220419141856/https://www.tamar.org.br/tartaruga.php?cod=20}}</ref>

Os ovos são redondos e brancos, com cerca de 45 milímetros de diâmetro. Os filhotes permanecem enterrados por dias até que todos emergem juntos à noite.<ref name=":6"/> A temperatura do ninho por volta dos 20-40 dias determina o sexo das tartarugas.<ref name=":2" /> Por volta de 50 a 70 dias,<ref name=WWF /> os ovos eclodem durante a noite, e os filhotes [[Instinto|instintivamente]] vão direto à água. Este é o momento mais perigoso na vida de uma tartaruga. Enquanto caminham, predadores, como [[gaivota]]s e [[caranguejo]]s, se alimentam deles. Uma porcentagem significativa nunca chega ao oceano. Pouco se sabe sobre a história de vida inicial de tartarugas marinhas recém-nascidas.<ref name="FWS"/> Os juvenis passam de três a cinco anos em mar aberto antes de se estabelecerem como juvenis ainda imaturos em seu estilo de vida permanente em águas rasas.<ref name="Reich2007"/><ref name="LS20070918"/> Especula-se que levam de vinte a cinquenta anos para atingir a [[maturidade sexual]]. Os indivíduos vivem até oitenta anos na natureza.<ref name="NGeo"/>

=== Respiração e sono ===

As tartarugas marinhas, sendo grandes [[répteis]], realizam atividades intensas tanto no ambiente aquático quanto em terra, especialmente durante a época de nidificação. Elas também conseguem realizar mergulhos prolongados e em profundidades significativas. Para suportar essas demandas, seu sistema respiratório precisa ser adaptado a essas variações de esforço. O [[pulmão]] das tartarugas marinhas possui uma estrutura complexa que lembra a dos [[mamíferos]], com compartimentos menores que facilitam as [[trocas gasosas]]. Nas tartarugas, o [[brônquio]] principal percorre o pulmão como um tubo central, do qual partem canais laterais que alimentam espaços aéreos individualizados e subdivididos.

Quando uma tartaruga respira, é comum ouvir o som do movimento do ar. O processo geralmente envolve um arqueamento do pescoço para elevar a cabeça, seguido de uma rápida [[expiração]] audível, logo acompanhada por uma inspiração veloz e, finalmente, uma pausa respiratória variável mantida ao fim da inspiração. Esse mecanismo permite à tartaruga respirar rapidamente quando emerge à superfície, minimizando o tempo fora de seu ambiente aquático. Com um sistema respiratório de baixa resistência, as tartarugas-verdes possuem pouca limitação de fluxo durante a expiração, o que facilita a troca de grandes volumes de ar em pouco tempo.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/1444760?origin=crossref |título=Respiration and Respiratory Control in the Green Turtle, Chelonia mydas |data=1985 |acessodata=2024-11-04 |periódico=Copeia |número=3 |ultimo=Jackson |primeiro=Donald C. |paginas=664–671 |doi=10.2307/1444760 |issn=0045-8511}}</ref>

Além disso, as tartarugas podem descansar ou dormir debaixo d'água por várias horas de cada vez, mas o tempo de submersão é muito menor durante mergulhos em busca de comida ou para escapar de predadores. A capacidade de prender a respiração é afetada pela atividade e pelo estresse, e é por isso que as tartarugas se afogam em redes de arrasto para [[camarão]] e outros materiais de pesca.<ref name="MarBioCmydas" /> Durante a noite, enquanto dormem e para se protegerem de potenciais predadores, os adultos se entrincheiram sob rochas abaixo da superfície e sob saliências em [[recifes]] e rochas costeiras. Muitas tartarugas-verdes foram observadas retornando ao mesmo local de dormir noite após noite.<ref name=":2" />

== Fisiologia e modalidades sensoriais ==

[[Imagem:Karettschildkroete 01.jpg|miniaturadaimagem|Nadando em um recife de coral [[Mexico|mexicano]]]]

[[Imagem:Green Sea Turtles, Chelonia mydas is getting back to the ocean leaving a track.jpg|miniaturadaimagem|Indo para o oceano em uma praia no [[Parque Histórico Nacional Pu'uhonua o Honaunau]]]]

As tartarugas-verdes tendem a ter boa visão, sendo bem adaptadas à vida no mar. Podem ver muitas cores, mas são mais sensíveis à luz entre as cores violeta e amarelo ou a comprimentos de onda de 400 a 600 nanômetros. Não veem muitas cores na porção laranja a vermelha do espectro de luz. Em terra, as são [[míope]]s, pois as lentes dos olhos são esféricas e ajustadas à refração debaixo d'água.<ref name=":2"/> Não têm orelha externa e apenas um osso da orelha, chamado [[columela]]. Com só um osso da orelha, podem ouvir apenas sons de baixa frequência, de 200 a 700 [[Hertz|Hz]]. Os sons também podem ser detectados através de vibrações da cabeça, espinha dorsal e concha. O nariz tem duas aberturas externas e se conecta ao céu da boca através de aberturas internas. A superfície inferior da passagem nasal tem dois conjuntos de células sensoriais chamadas [[órgão de Jacobson]]. A tartaruga pode usar esse órgão para cheirar a água, bombeando água para dentro e para fora do nariz.<ref name=":3"/>

Como as tartarugas-verdes migram longas distâncias durante as épocas de reprodução, têm sistemas adaptativos especiais para [[navegar]]. Em mar aberto, navegam usando as direções das ondas, luz do sol e temperaturas do oceano. Também contêm uma [[Bússola|bússola magnética]] interna. Podem detectar informações magnéticas e são capazes de voltar para seus locais de nidificação ou locais de alimentação preferidos.<ref name=":3"/> A [[filopatria]] é a capacidade de um animal retornar ao seu local de nascimento para se reproduzir. O comportamento é encontrado em todas as espécies de tartarugas marinhas e em alguns outros animais, como o [[salmão]]. Muitos pesquisadores acreditam que as tartarugas marinhas usam um processo chamado ''imprinting'' (impressão), que é um tipo especial de aprendizado que ocorre quando nascem, permitindo que reconheçam sua [[praia]] nativa. Existem dois tipos de impressão hipotetizadas para esse comportamento. A primeira é a hipótese do imprinting químico: assim como o salmão, as tartarugas marinhas podem ser capazes de usar pistas [[Olfato|olfativas]] para cheirar o caminho. Um problema com essa hipótese é que tartarugas viajam milhares de quilômetros, e os cheiros dessa área não são distinguíveis dessa distância. A segunda hipótese é a [[Campo magnético terrestre|geomagnética]]: essa hipótese afirma que, à medida que eclode, uma jovem tartaruga grava uma impressão do campo magnético da praia em que nasce. Esta hipótese está fortemente correlacionada com o método que as tartarugas marinhas usam para navegar na terra.<ref name="Wynekey, J. 2013. Pp 59-70"/>

Para tolerar a constante perda de calor na água, as tartarugas marinhas podem desviar o sangue de tecidos periféricos em direção ao [[coração]], [[cérebro]] e [[sistema nervoso central]]. Outros mecanismos incluem tomar sol em praias quentes e produzir calor por meio do movimentos de seus [[músculo]]s. Nos meses de [[inverno]], as tartarugas que vivem em latitudes mais altas podem hibernar por um curto período na [[lama]].<ref name=Lutz />

== Características e recursos exclusivos ==

[[Imagem:Green sea turtle near Marsa Alam.JPG|esquerda|miniaturadaimagem|Espécime perto de {{ilc|Marsa Alã||Marsa Alam}}, [[Egito]]]]

As tartarugas-verdes apresentam [[dimorfismo sexual]] no desenvolvimento e aparência. Quando adultos, os machos são facilmente distinguíveis das fêmeas por sua cauda mais longa (que se estende visivelmente além do casco) e garras mais longas nas nadadeiras dianteiras. O tempo de [[eclosão]] e o sexo das tartarugas são determinados pela temperatura de incubação do ninho. A eclosão é mais rápida em ninhos mais quentes. Locais quentes (acima de 30&nbsp;°C) favorecem o desenvolvimento de fêmeas, enquanto locais mais frios tendem a produzir machos. A posição do ovo no ninho também afeta a determinação do sexo. Os ovos no centro tendem a eclodir como fêmeas devido ao maior [[calor]] no interior do ninho.<ref name=":2"/>

As tartarugas-verdes desempenham papel essencial no ecossistema em que vivem. Nos leitos de gramas marinhas, se alimentam aparando apenas a parte superior e deixando as raízes. Através da sua técnica de alimentação, ajudam a melhorar a saúde e o crescimento dos leitos de gramas marinhas. Os leitos fornecem habitat e áreas de alimentação para muitas espécies de peixes e crustáceos. Nas praias de nidificação, as tartarugas-verdes fornecem nutrientes essenciais para o ecossistema através das cascas dos ovos eclodidos. Em seu habitat de recife de coral, têm uma [[Simbiose|interação simbiótica]] com peixes de recife, incluindo o [[cirurgião-amarelo]] (''Zebrasoma flavescens''). O cirurgião-amarelo nada junto com a tartaruga e se alimenta de algas, cracas e parasitas em sua concha e nadadeiras. Essa interação de espécies fornece alimento para o cirurgião-amarelo e proporciona uma limpeza e alisamento necessários do casco da tartaruga. Essa limpeza ajuda as tartarugas a nadar, reduzindo a quantidade de arrasto e melhorando sua saúde.<ref name=":3"/>

== Importância para o ser humano ==
[[Imagem:NSRW_Turtles.png|esquerda|miniaturadaimagem| tartarugas-verdes colhidas em um cais em [[Key West (Flórida)|Key West]], Flórida]]

Historicamente, o couro das tartarugas era [[Curtume|curtido]] e usado para fazer [[Bolsa (acessório)|bolsas]], principalmente no [[Havaí]].<ref name="Glick2005Smithsonian"/> Os [[História da China|chineses antigos]] consideravam sua carne [[iguaria]].<ref name="EatingTurtlesChina" /> A [[Tecido adiposo|gordura]], a [[Tecido cartilaginoso|cartilagem]] e a carne da tartaruga, conhecida como ''calipee'', são procuradas como ingredientes para fazer a sopa de tartaruga, um prato popular americano do {{séc|XIX}}.<ref name="MCSgreen"/> Em [[Java]], na [[Indonésia]], os ovos eram uma iguaria popular. No entanto, a carne da tartaruga é considerada ''[[Haraam|ḥarām]]'' ou "impura" sob [[Xaria|a lei islâmica]] (o [[Islão]] é a religião principal de Java). Em [[Bali]], a carne de tartaruga era muito presente em festas cerimoniais e religiosas. As tartarugas eram caçadas nas partes mais remotas do [[Lista de ilhas da Indonésia|arquipélago indonésio]].<ref name="EcoJavaBali" /> Bali importa tartarugas marinhas desde a década de 1950, quando seus próprios suprimentos de tartarugas se esgotaram.<ref name="Sumertha1974" />

Fazendas comerciais, como a Fazenda de Tartarugas Caimã nas [[Índias Ocidentais]], criavam tartarugas para venda comercial de carne, óleo (extraído da gordura), casco e couro feito da pele. O estoque inicial da fazenda era em grande parte de ovos "condenados" retirados de ninhos ameaçados por erosão, inundações ou em solo quimicamente hostil.<ref name=Fosdick /> As fazendas abrigavam até 100 mil tartarugas ao mesmo tempo. Quando os mercados internacionais foram fechados por regulamentação, a fazenda foi convertida em uma atração turística, suportando 11 mil tartarugas.<ref name="Morriss" /> A fazenda começou como Maricultura Ltd., depois Cayman Turtle Farm Ltd e, posteriormente, com a marca Boatswain's Beach, em 2010 a marca da fazenda foi alterada para ''Cayman Turtle Farm: Island Wildlife Encounter''.<ref name=Turtle />

As tartarugas marinhas são parte integrante da história e cultura das [[Ilhas Caimã]]. Quando as ilhas foram descobertas por [[Cristóvão Colombo]] em 1503, as chamou de "As Tartarugas" (''Las Tortugas'') por causa da abundância de tartarugas marinhas nas águas ao redor das ilhas.<ref name="Turtle release set" /> Muitos dos primeiros visitantes chegaram às ilhas Caimã para capturar as tartarugas como fonte de carne fresca durante longas viagens. A tartaruga-verde é um símbolo nacional exibido como parte do [[Brasão de armas das Ilhas Caimão|brasão das ilhas]], que também faz parte da [[Bandeira das Ilhas Caimão|bandeira nacional]]. O padrão monetário do país usa uma tartaruga como marca d'água em suas notas.<ref name=Compasscayman /> Uma tartaruga marinha estilizada apelidada de "Sir Turtle" é a mascote da companhia aérea nacional [[Cayman Airways]] e faz parte da pintura de sua aeronave.<ref name=McGowan />

Um ''ki'i pōhaku'' ([[petróglifo]]) de uma tartaruga (ou honu) pode ser encontrado na Grande Ilha do Havaí nos campos de lava de Pu'u Loa. A tartaruga-verde sempre teve significado especial aos havaianos e este petróglifo mostra sua importância datando possivelmente de quando as ilhas se tornaram povoadas. A tartaruga simboliza um navegador que pode sempre encontrar o caminho de casa vez após vez. Este símbolo reflete a vida real da tartaruga-verde havaiana, pois nada centenas de quilômetros para colocar seus ovos no mesmo local de nascimento. Embora existam outros mitos também, algumas lendas havaianas dizem que os honu foram os primeiros a guiar os polinésios às ilhas havaianas. Os havaianos reverenciam a tartaruga e a lenda de Kailua, uma tartaruga que podia assumir a forma de uma menina à vontade. Em forma humana, cuidava das crianças que brincavam na praia de Punalu'u.<ref name=Hawaii />

== Conservação ==
[[Imagem:Suppenschildkröte.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Em um [[aquário público]]]]

Nas últimas [[década]]s, as tartarugas marinhas passaram da exploração irrestrita para um status de proteção global, com países individuais fornecendo proteção adicional, embora ameaças sérias ainda existam. Todas as populações são consideradas na categoria de risco de [[extinção]] como "ameaçadas".<ref name=":0" /><ref name="UKBAP" /> No Brasil, a espécie consta em várias listas de conservação do país: em 2005, foi classificada como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]];<ref name=ListaEspíritoSanto /> em 2010, sob a rubrica de "dados insuficientes" no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do [[Paraná]];<ref name=ListaParaná /> em 2011, como vulnerável na Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em [[Santa Catarina]];<ref name=ListaSantaCatarina /> em 2014, como em perigo no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de [[São Paulo (estado)|São Paulo]]<ref name=ListaSãoPaulo /> e sob a rubrica de "dados insuficientes" na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no [[Rio Grande do Sul]];<ref name=ListaRioGrandedoSul1 /><ref name=ListaRioGrandedoSul2 /> em 2017, como vulnerável na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da [[Bahia]];<ref name=ListaBahia /> em 2014, como vulnerável na Portaria MMA N.º 444 de 17 de dezembro de 2014;<ref name=PortariaMMA444 /> e em 2018, como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do [[Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade]] (ICMbio)<ref name=LivroVermelho /><ref name=SiBBr /> e na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]].<ref name=ListaRiodeJaneiro />

=== Ameaças ===

A ação humana apresenta ameaças tanto intencionais e não intencionais à sobrevivência da espécie. Ameaças intencionais incluem a [[caça furtiva]] e a colheita de ovos. Também perigosas são as ameaças não intencionais, incluindo colisões com barcos, redes de pescadores sem dispositivos de exclusão de tartarugas, a [[poluição]] e a [[destruição de habitat]]s. A poluição química pode causar [[Neoplasia|tumores]];<ref name=Kessler /> [[efluente]]s de [[Abra|portos]] próximos a locais de nidificação podem criar distúrbios; e a [[poluição luminosa]] pode desorientar os filhotes. Com a poluição química presente, há o desenvolvimento de bolas de [[alcatrão]] que muitas vezes são comidas pelas tartarugas-verdes, confundindo-as com seus alimentos. As bolas de alcatrão fazem com que ingira toxinas que podem bloquear seus intestinos, deslocar o fígado e os intestinos, causando inchaço do tecido.<ref name=Shigenaka /> A perda de habitat geralmente ocorre devido ao desenvolvimento humano das áreas de nidificação. A construção à beira-mar, a "recuperação" de terrenos e o aumento do turismo são exemplos desse desenvolvimento.<ref name="NGeo"/><ref name="WildlifeofPakistan"/> Uma doença infecciosa causadora de tumor, a fibropapilomatose, também causa problemas em algumas populações. A doença mata uma fração considerável dos indivíduos que infecta, embora alguns indivíduos pareçam resistir à doença.<ref name="Glick2005Smithsonian"/><ref name="Herbst2000" /><ref name="Moncade2000" /> Além disso, pelo menos no Atlântico Sudoeste ([[rio da Prata]], no [[Uruguai]]), espécies exóticas invasoras, como ''[[Rapana venosa]]'', foram relatadas bioincrustando massivamente tartarugas-verdes imaturas, reduzindo a flutuabilidade, aumentando o arrasto e causando ferimentos graves na carapaça.<ref name=Lezama />

[[Imagem:Chelonia_mydas_(poached).jpg|miniaturadaimagem| Uma tartaruga-verde caçada na [[Costa Rica]]]]
[[Imagem:Confiscated_musical_instrument_made_from_green_turtle.jpg|miniaturadaimagem| Um instrumento musical confiscado feito da carapaça de uma tartaruga-verde, em exposição no [[Aeroporto Internacional de Narita]]]]

Os habitats de [[forrageamento]] das tartarugas-verdes do Pacífico são principalmente desconhecidos.<ref name="Seminoff et al, 2002" /> As áreas de forrageamento provavelmente ocorrem ao longo da costa da [[Baixa Califórnia]], no México e sul da Califórnia, onde essas tartarugas têm um alto risco de captura acidental pela pesca costeira. O principal fator de mortalidade para essas tartarugas são os arrastões de camarão no México, nos quais muitas dessas tartarugas não são documentadas. A única área de forrageamento identificada é a [[baía de São Diego]], mas está fortemente poluída com metais. Esses contaminantes têm um efeito negativo no ambiente oceânico e podem causar lesões e morte. As tartarugas-verdes também são ameaçadas pelo emaranhamento e ingestão de plástico. Na baía de São Diego, uma tartaruga-verde adulta foi encontrada morta com uma rede de monofilamento apertada em seu esôfago.<ref name="National Marine Fisheries Service and U.S. Fish and Wildlife Service (Greens), 1998" /> Além disso, há indicações de que a mudança climática global está afetando a capacidade das populações na Austrália de produzir machos devido à determinação do sexo dependente da temperatura e ao aumento das temperaturas na região norte da Grande Barreira de Coral.<ref name=Arstechnica /> A construção de novas [[Usina termoelétrica|usinas termelétricas]] pode aumentar a temperatura da água local, o que também é considerado uma ameaça.<ref name=Bianet /> As tartarugas-verdes são a espécie mais comercializada ao longo da costa sul de Java e são vendidas na forma de animais inteiros, empalhados ou óleo de tartaruga, conhecido localmente como ''minyak bulus''.<ref name=Nijman />

O livro do geógrafo James J. Parsons intitulado ''The Green Turtle and Man'' desempenhou papel especial no movimento de conservação para salvar a espécie da extinção.<ref name=Denevan /> A [[União Internacional para a Conservação da Natureza]] (IUCN) listou repetidamente as tartarugas-verdes em sua [[Lista Vermelha da IUCN|Lista Vermelha]] sob diferentes critérios. Em 1982, a classificou oficialmente como [[Espécie em perigo|espécie em extinção]].<ref name="IUCNGroombridge1982" /> As edições de 1986,<ref name="IUCN1986" /> 1988,<ref name="IUCN1988" /> 1990,<ref name="IUCN1990" /> 1994,<ref name="IUCN1994" /> e a edição histórica de 1996 da Lista Vermelha retiveram a listagem.<ref name="IUCN1996" /> Em 2001, Nicholas Mrosovsky apresentou uma petição de deslistagem, alegando que algumas populações de tartarugas-verdes eram grandes, estáveis e, em alguns casos, crescentes. Na época, a espécie eras listada sob os rigorosos critérios EN A1abd. O Subcomitê de Padrões e Petições da IUCN decidiu que a contagem visual de fêmeas nidificantes não poderia ser considerada "observação direta" e, portanto, rebaixou o status da espécie para EN A1bd - mantendo o status de ameaçada.<ref name="IUCNPetition" /> Em 2004, a IUCN reclassificou a tartaruga-verde como ameaçada de extinção sob os critérios EN A2bd, que essencialmente afirma que as populações selvagens enfrentam um alto risco de [[extinção]] devido a vários fatores. Esses fatores incluem uma provável redução populacional de mais de 50% na última década, conforme estimado a partir de índices de abundância e pela projeção dos níveis de exploração.<ref name="iucn status 4 de maio de 2022" />

Em 3 de maio de 2007, foi listado no Apêndice I da [[Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção|Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas]] (CITES) como membro da [[família (biologia)|família]] dos [[queloniídeos]].<ref name="CITESAPP" /> A espécie foi originalmente listada no Apêndice II em 1975. Toda a família de tartarugas foi transferida ao Apêndice I em 1977, com exceção da população [[Austrália|australiana]] de tartaruga-verde. Em 1981, a população australiana se juntou ao resto. A lista do Apêndice I proíbe o comércio internacional comercial da espécie (incluindo partes e derivados).<ref name="CITES" /> A [[Sociedade Zoológica de Londres]] listou o réptil como uma [[EDGE Species|espécie EDGE]].<ref name=Edge/> A população do [[Mar Mediterrâneo|Mediterrâneo]] está listada como criticamente ameaçada.<ref name="NGeo"/><ref name="MCSgreen"/> As subpopulações do leste do Pacífico, do Havaí e do sul da Califórnia são consideradas ameaçadas. Subpopulações mexicanas específicas estão listadas como ameaçadas de extinção. A população da Flórida está listada como ameaçada de extinção. O [[World Wide Fund for Nature|Fundo Mundial para a Natureza]] (WWF) classificou as populações no [[Paquistão]] como "raras e em declínio".<ref name="MTNGroombridge"/> No [[Havaí]], especificamente na ilha do Havaí (condado do Havaí), o representante do estado Faye Hanohano, um ativista dos direitos [[nativos havaianos]], pressionou por uma medida para que os nativos pudessem capturar legalmente o tartarugas e possivelmente seus ovos também. O projeto de lei, HCR14, foi amplamente ignorado pela mídia, pois naquele momento era apenas uma questão local. Quando o projeto foi aprovado na [[Câmara dos Representantes dos Estados Unidos|Câmara dos Representantes]] dos [[Estados Unidos]], o Comitê de Energia e Meio Ambiente do Senado dos Estados Unidos se recusou a ouvi-lo, o que significava que o projeto não foi ouvido pelo Senado.<ref name="bill" />

=== Iniciativas por país ===
[[Imagem:OsakaAquarium_SeaTurtle.jpg|esquerda|miniaturadaimagem| No [[Aquário de Osaca]], uma tartaruga descansando no fundo]]

Além da gestão por entidades globais como a IUCN e a CITES, países específicos ao redor do mundo empreenderam esforços de conservação. A ilha [[indonésia]] de Bali tem usos tradicionais que foram considerados sustentáveis, mas questionáveis perante o aumento de demanda da população. A captura lá foi a mais intensa do mundo.<ref name="EcoJavaBali"/> Em 1999, a Indonésia restringiu o comércio e o consumo de tartarugas devido à diminuição da população e à ameaça de boicote turístico. A Indonésia rejeitou um pedido feito pelo governador de Bali [[I Made Mangku Pastika]] em novembro de 2009 para estabelecer uma cota de mil tartarugas a serem mortas em cerimônias religiosas hindus. Embora os conservacionistas respeitem a necessidade de tartarugas nos rituais, queriam uma cota menor.<ref name=Karmini /> Várias [[áreas protegidas das Filipinas]] têm locais de nidificação e alimentação de tartarugas-verdes. O mais notável são as [[ilhas Tartarugas]], um local que abrange um município inteiro e um dos mais importantes locais de nidificação de tartarugas-verdes do Sudeste Asiático.<ref name=UNESCO /> Outros locais notáveis incluem o a Área Protegida de Recursos de Gestão El Nido-Taytay]] e o [[Parque Natural de Recifes de Tubbataha]], [[Patrimônio Mundial]] da [[Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura]] (UNESCO). A espécie é protegida pela Lei da República 9147 ou pela Lei de Conservação e Proteção de Recursos da Vida Selvagem, enquanto os locais onde vivem e nidificam são protegidos pela Lei do Sistema Nacional de Áreas Protegidas Integradas.<ref name=Businessmirror />

O [[ecoturismo]] com tartarugas é uma iniciativa presente em [[Sabá (Malásia)|Sabá]], [[Malásia]]. A ilha de Pulau Selingã abriga uma incubadora, onde os funcionários colocam alguns dos ovos para protegê-los de predadores. A incubação leva cerca de sessenta dias. Quando os ovos eclodem, os [[Turismo|turistas]] auxiliam na liberação das tartarugas bebês no mar.<ref name="SelinganIsland" /> A subpopulação [[Havaí|havaiana]] fez um retorno notável e agora é foco do ecoturismo e se tornou uma espécie de [[mascote]] do estado. Estudantes da Academia Preparatória do Havaí na [[Ilha Havaí]] marcaram milhares de espécimes desde o início dos anos 1990.<ref name="Glick2005Smithsonian"/> No [[Reino Unido]], a espécie é protegida por um Plano de Ação de Biodiversidade, devido ao excesso de caça e [[poluição marinha]].<ref name="UKBAP2" /> A filial paquistanesa do [[World Wide Fund for Nature]] (WWF) vem iniciando projetos à eclosão segura de tartarugas desde a década de 1980. No entanto, a população continuou a diminuir.<ref name="WildlifeofPakistan"/> No Atlântico, as iniciativas de conservação se concentraram nos locais de nidificação do Caribe. As praias de nidificação de ''Tortuguero'' na [[Costa Rica]] têm limites de coleta de ovos desde a década de 1950. O [[Parque Nacional Tortuguero]] foi formalmente estabelecido em 1976, em parte, para proteger as áreas de nidificação daquela região.<ref name="Bjorndal1999CostaRica"/> Na [[ilha de Ascensão]], que contém algumas das praias de nidificação mais importantes, foi implementado um programa de conservação ativo.<ref name="AscensionConservation" />

A Cayman Turtle Farm, localizada em Grande Caimã, foi a primeira fazenda a alcançar duas gerações de tartarugas-verdes em cativeiro.<ref>{{Citar web|url=http://www.turtle.ky/history-history|titulo=History: 1989|acessodata=5 de maio de 2022|publicado=Cayman Turtle Farm}}</ref> Desde 1968, a fazenda liberou mais de 31 mil tartarugas na natureza,<ref name="Turtle release set"/> e a cada ano mais tartarugas criadas em cativeiro são lançadas no [[Mar do Caribe]] de praias ao redor da ilha de [[Grande Caimão|Grande Caimã]].<ref name=Fuller /> Tartarugas criadas em cativeiro liberadas da fazenda como filhotes ou filhotes de um ano com "marcas vivas", agora começaram a retornar ao ninho em Grande Caimã como adultos.<ref name=Bell /> Em 19 de fevereiro de 2012, a fazenda lançou a primeira tartaruga-verde de 2ª geração com um Transponder de Rastreamento de Posição, ou PTT<ref name=Tracking /><ref name=CaymanTurtleFarm /> Além disso, a fazenda fornece produtos à base de carne de tartaruga à população local, que faz parte da culinária tradicional há séculos, reduzindo o incentivo para tirar tartarugas da natureza,<ref name=Brammer /> o que ao longo dos anos permitiu um aumento no número de tartarugas avistadas nas águas ao redor a ilha de Grande Caimã e nidificação em suas praias.<ref name=Connolly2 />

No Pacífico, as tartarugas-verdes nidificam nos ''motu'' ([[Ilhéu|ilhotas]]) na Área de Conservação de Funafuti, uma área de conservação marinha que cobre 33 quilômetros quadrados (12,74 milhas quadradas) de recife, lagoa e ''motu'' no lado oeste do atol de [[Funafuti]] em [[Tuvalu]].<ref name="TTO" /> Na Ilha Raine, até 100 mil fêmeas nidificantes foram observadas em uma temporada. A taxa de eclosão diminuiu na década de 1990, e um declínio ainda maior na população foi ameaçado pela morte de milhares de fêmeas enquanto lutavam para escalar os pequenos penhascos arenosos. Entre 2011 e 2020, um projeto colaborativo do Governo de Queensland, [[BHP]], a autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Corais, Fundação da Grande Barreira de Corais e proprietários tradicionais de Wuthathi e Meriam, remodelou a ilha usando máquinas pesadas de uma forma que deu às tartarugas fêmeas uma passagem mais suave e reduziu o risco de inundação do ninho. Foi empregado um sofisticado sistema de monitoramento e pesquisa, usando [[Modelagem tridimensional|modelagem 3D]], [[Satélite artificial|satélite]] e [[Veículo aéreo não tripulado|drones]].<ref name=Kim />

== Genética ==
O [[genoma]] da tartaruga-verde foi [[Sequenciamento de DNA|sequenciado]] em 2013 para examinar o desenvolvimento e evolução do [[plano corporal]] da tartaruga.<ref name="Wang2013" />

== Ver também ==
*[[Lista de répteis do Brasil]]
*[[Lista de répteis de Portugal]]

{{Referências|refs=

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<ref name=Houaiss1>[[Grande Dicionário Houaiss]], verbete ''aruanã''</ref>

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<ref name=SeaTurtle>{{Citar periódico |url=http://www.seaturtle.org/mtn/archives/mtn89/mtn89p20.shtml |titulo=Status of the East Pacific Green Turtle (''Chelonia agassizii'') |ultimo=Bowen, B. W. |ultimo2=Karl, S. A. |paginas=20–22 |volume=89 |periódico=Marine Turtle Newsletter}}</ref>

<ref name=BioRef>{{BioRef|reptileDB |genus=Chelonia|species=mydas|access-date=5 de maio de 2022}}</ref>

<ref name="Fritz 2007">{{citar periódico|periódico=Vertebrate Zoology |título=Checklist of Chelonians of the World |ano=2007 |autor=Fritz, Uwe |autor2=Peter Havaš |volume=57 |número=2 |páginas=165–167 |url=http://iucn-tftsg.org/wp-content/uploads/file/Articles/Fritz_and_Havas_2007.pdf |arquivourl=https://www.webcitation.org/5v20ztMND?url=http://www.cnah.org/pdf_files/851.pdf |arquivodata=17 de dezembro de 2010 |acessodata=5 de maio de 2022|urlmorta= sim}}</ref>

<ref name="Rhodin2017">{{Citar livro|título=Turtles of the World: Annotated Checklist and Atlas of Taxonomy, Synonymy, Distribution, and Conservation Status|sobrenome=Rhodin|nome=A. G. J.|sobrenome2=Iverson|nome2=J. B.|sobrenome3=Bour|nome3=R. Fritz|sobrenome4=Georges|nome4=U.|sobrenome5=Shaffer|nome5= H. B.|sobrenome6=van Dijk|nome6=P. P.|ano=2017| série=Conservation biology of freshwater turtles and tortoises : a compilation project of the IUCN/SSC Tortoise and Freshwater Turtle Specialist Group|volume=7|páginas=1–292|doi=10.3854/crm.7.checklist.atlas.v8.2017|isbn=9781532350269|editor-sobrenome=Rhodin, A. G. J.|editor-sobrenome2=Iverson, J.B.|editor-sobrenome3=van Dijk, P. P.|editor-sobrenome4=Saumure, R. A.|editor-sobrenome5=Buhlmann, K. A.|url=https://www.researchgate.net/publication/318901686_TURTLES_OF_THE_WORLD_Annotated_Checklist_and_Atlas_of_Taxonomy_Synonymy_Distribution_and_Conservation_Status_8th_Ed|editor-sobrenome6=Pritchard, P. C. H.|editor-sobrenome7=Mittermeier, R. A.|edição=8.ª|local=Lunenburgo|editora=Chelonian Research Foundatio}}</ref>

<ref name=Bowen>{{Citar periódico|sobrenome=Bowen|nome=Brian W.|sobrenome2=Nelson|nome2=William S.|sobrenome3=Avise|nome3=John C.|data=15 de junho de 1993 |título=A Molecular Phylogeny for Marine Turtles: Trait Mapping, Rate Assessment, and Conservation Relevance|jornal=Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America|volume=90|número=12|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC46763/|páginas=5574–5577}}</ref>

<ref name=":3">{{Citar livro|sobrenome=Ruckdeschel|nome=C.|sobrenome2=Shoop|nome2=C. R.|ano=2006|título=Sea Turtles of the Atlantic and Gulf Coasts of the United States|local=Atenas|url=https://www.google.com.br/books/edition/Sea_Turtles_of_the_Atlantic_and_Gulf_Coa/NfoMAQAAQBAJ?hl|editora=Imprensa da Universidade da Geórgia}}</ref>

<ref name="NOAAGT">{{Citar web|url=http://www.nmfs.noaa.gov/pr/species/turtles/green.htm|titulo=Green Turtle, ''Chelonia mydas''|acessodata=5 de maio de 2022|website=Fisheries: Office of Protected Resources|publicado=U. S. National Oceanographic Atmospheric Administration|ano=2007}}</ref>

<ref name="Reich2007">{{Citar periódico |titulo=The 'lost years' of green turtles: using stable isotopes to study cryptic lifestages |data=18 de setembro de 2007 |número=6 |ultimo=Reich |primeiro=Kimberly J. |ultimo2=Karen A. Bjorndal |paginas=712–4 |doi=10.1098/rsbl.2007.0394 |pmc=2391226 |pmid=17878144 |ultimo3=Alan B. Bolten |volume=3 |periódico=Biology Letters}}</ref>

<ref name="LS20070918">{{Citar jornal|ultimo=Brynner|primeiro=Jeanna|url=http://www.livescience.com/animals/070919_sea_turtle.html|titulo=Sea Turtles' Mystery Hideout Revealed|data=19 de setembro de 2007|acessodata=5 de maio de 2022|website=LiveScience|publicado=Imaginova Corp.|arquivodata=8 de maio de 2021|arquivourl=http://web.archive.org/web/20210508034147/https://www.livescience.com/4609-sea-turtles-mystery-hideout-revealed.html}}</ref>

<ref name=Luschi>{{Citar periódico|sobrenome=Luschi|nome=P.|sobrenome2=Hays|nome2=Graeme|sobrenome3=Seppia|nome3=C. Del|sobrenome4=Mash|nome4=R.| sobrenome5=Papi|nome5 =F.|ano=1998|título=The navigational feats of green sea turtles migrating from Ascension Island investigated by satellite telemetry|periódico=Proc Biol Sci|mês=dezembro|volume=265|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1689527/|número=1412|páginas=2279–2284}}</ref>

<ref name=":1">{{Citar periódico |url=http://researchonline.jcu.edu.au/19395/1/19395_Arthur_et_al_2008.pdf |titulo=Ontogenetic Changes in Diet and Habitat Use in Green Sea Turtle (''Chelonia mydas'') Life History |data=30 de junho de 2008 |acessodata=5 de maio de 2022|ultimo=Arthur |primeiro=Karen |ultimo2=Boyle |primeiro2=Michelle |paginas=303–311 |bibcode=2008MEPS..362..303A |doi=10.3354/meps07440 |ultimo3=Limpus |primeiro3=Colin |volume=362 |doi-access=free |periódico=Mar Ecol Prog Ser|arquivodata=5 de maio de 2022|arquivourl= http://web.archive.org/web/20210418221209/http://researchonline.jcu.edu.au/19395/1/19395_Arthur_et_al_2008.pdf}}</ref>

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<ref name=Brown>{{Citar periódico|sobrenome=Brown|nome=L.|sobrenome2=MacDonald|nome2=D. W.|título=Predation on green turtle ''Chelonia mydas'' nests by wild canids at Akyatan beach, Turkey|jornal=Biological Conservation|url=https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/000632079400020Q|volume= 71|número=1|ano=1995|páginas=55–60}}</ref>

<ref name="McGowin">{{Citar periódico |titulo=Genetic barcoding of marine leeches (''Ozobranchus'' spp.) from Florida sea turtles and their divergence in host specificity |número=2 |ultimo=McGowin, A.E. |ultimo2=Truong, T.M. |ano=2011 |paginas=271–278 |doi=10.1111/j.1755-0998.2010.02946.x |pmid=21429133 |ultimo3=Corbett, A.M. |ultimo4=Clark, Dave |volume=11|url=https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21429133/|periódico=Molecular Ecology Resources}}</ref>

<ref name=":4">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/tortoisesturtles0000ferr|título=Turtles & Tortoises|ultimo=Ferri|primeiro=Vincenzo|editora=Firefly Books|ano=2002|localização=Buffalo, Nova Iorque|isbn=978-1-55209-631-4}}</ref>

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<ref name="Lee2004">{{Citar periódico |titulo=Polyandry in a marine turtle: Females make the best of a bad job |data=27 de abril de 2004 |número=17 |ultimo=Lee |primeiro=Patricia L. M. |autorlink=Patricia Lee |ultimo2=[[Graeme Hays|Graeme C. Hays]] |paginas=6530–6535 |bibcode=2004PNAS..101.6530L |doi=10.1073/pnas.0307982101 |pmc=404079 |pmid=15096623 |volume=101 |doi-access=free |periódico=Proceedings of the National Academy of Sciences}}</ref>

<ref name=":6">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/turtlesofworld0000boni|título=Turtles of the World|ultimo=Bonin|primeiro=Franck|editora= Imprensa da Universidade Johns Hopkins|ano=2006|localização=Baltimore, Marilândia|isbn=978-0-8018-8496-2}}</ref>

<ref name="AscensionGT">{{Citar web|ultimo=Fowler|primeiro=Stephen|url=http://www.heritage.org.ac/HS2right.htm|titulo=About The Green Turtle on Ascension|data=21 de abril de 2002|acessodata=5 de maio de 2022|website=Turtles|publicado=Ascension Island Heritage Society|arquivodata=7 de agosto de 2022|arquivourl=http://web.archive.org/web/20200807205506/http://heritage.org.ac/HS2right.htm}}</ref>

<ref name=WWF>{{Citar web|url=http://wwf.panda.org/what_we_do/endangered_species/marine_turtles/green_turtle/|titulo=Green turtle|acessodata=5 de maio de 2022|website=wwf.panda.org|arquivourl=http://web.archive.org/web/20180124181839/http://wwf.panda.org/what_we_do/endangered_species/marine_turtles/green_turtle/|arquivodata=24 de janeiro de 2018}}</ref>

<ref name=Lutz>{{Citar livro|sobrenome=Lutz|nome=P. L.|sobrenome2=Musick|nome2=J. A.|sobrenome3=Wyneken|nome3=J|ano=1997|título=The Biology of Sea Turtles|url=https://www.google.com.br/books/edition/The_Biology_of_Sea_Turtles/G4uKswEACAAJ?hl=pt-BR| série=Marine Science series|local=Boca Ratón, Flórida|editora=CRC Press}}</ref>

<ref name="EatingTurtlesChina">{{Citar periódico |titulo=Eating Turtles in Ancient China |número=1 |ultimo=Schafer |primeiro=Edward H. |autorlink=Edward H. Schafer|url=https://georgehbalazs.com/wp-content/uploads/2019/06/Eating-Turtles-in-Ancient-China.pdf|ano=1962 |paginas=73–74 |doi=10.2307/595986 |jstor=595986 |volume=82 |periódico=Journal of the American Oriental Society}}</ref>

<ref name="EcoJavaBali">{{Citar livro|título=The Ecology of Java and Bali|ultimo=Whitten|primeiro=T|ultimo2=Soeriaatmadja, R. E.|ultimo3=Suraya A. A.| url=https://www.google.com.br/books/edition/Ecology_of_Java_Bali/aP_PAgAAQBAJ?hl=|editora=Periplus Editions Ltd|ano=1996|localização=Hong Kong|páginas=756–760|isbn=978-962-593-072-5}}</ref>

<ref name="Sumertha1974">{{Citar periódico|sobrenome=Sumertha|nome=I. N.|ano=1974|título=Perikanan penyu dan cara pengelolaan di Indonesia|jornal=Dokumen. Kom. IPB|volume=8|páginas=1–18}} citado em {{Citar livro|sobrenome=Whitten|nome=T.|sobrenome2=Soeriaatmadja| nome2=R. E.|sobrenome3=Suraya|nome3=A. A.| ano=1996|url=https://www.google.com.br/books/edition/Ecology_of_Java_Bali/aP_PAgAAQBAJ?hl=|título=The Ecology of Java and Bali|local=Honguecongue|editora= Periplus Editions Ltd.|página=757|isbn= 978-962-593-072-5}}</ref>

<ref name=Fosdick>{{Citar livro|título=Last chance lost?: can and should farming save the green sea turtle?|ultimo=Fosdick|primeiro=Peggy & Sam|editora= Irvin S. Naylor|url=https://www.google.com.br/books/edition/Last_Chance_Lost/7CMYAQAAIAAJ?hl|ano=1994|localização=Iorque, PA, USA|páginas=73, 90}}</ref>

<ref name="Morriss">{{Citar web|ultimo=Morriss|primeiro=Andrew|url=http://www.perc.org/articles/article825.php|titulo=Survival of the Sea Turtle: Cayman Turtle Farm Starts Over|acessodata=5 de maio de 2022|website=PERC Reports|publicado=Property and Environment Research Center|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120723061637/http://www.perc.org/articles/article825.php|arquivodata=2012-07-23|urlmorta=dead}}</ref>

<ref name=Turtle>{{Citar web|url=http://www.turtle.ky/about-us|titulo=About Us: 2010|acessodata=5 de maio de 2022|publicado=Cayman Turtle Farm|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120507094037/http://www.turtle.ky/about-us|arquivodata=7 de maio de 2012|urlmorta=dead}}</ref>

<ref name="Turtle release set">{{Citar jornal|url=http://www.compasscayman.com/caycompass/2007/10/24/Turtle-release-set/|titulo=Turtle release set|data=23 de outubro de 2007|acessodata=5 de maio de 2022|website=Caymanian Compass|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150923205736/http://www.compasscayman.com/caycompass/2007/10/24/Turtle-release-set/|arquivodata=23 de setembro de 2015|urlmorta=dead}}</ref>

<ref name=Compasscayman>{{Citar jornal|url=http://www.compasscayman.com/caycompass/2011/04/06/Fresh,-new-banknotes-ready/|titulo=Fresh, new banknotes ready|data=6 de abril de 2011|acessodata=5 de maio de 2022|website=Caymanian Compass|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150923205747/http://www.compasscayman.com/caycompass/2011/04/06/Fresh,-new-banknotes-ready/|arquivodata=23 de setembro de 2015|urlmorta=dead}}</ref>

<ref name=McGowan>{{Citar jornal|ultimo=McGowan|primeiro=Cliodhna|url=http://www.compasscayman.com/caycompass/2007/05/14/Sir-Turtle-to-keep-flying/|titulo=Sir Turtle to keep flying|data=13 de maio de 2007|website=Caymanian Compass}}</ref>

<ref name=Hawaii>{{Citar web|url=http://www.hawaiianlife.com/content/hawaiian-honu-and-its-meaning|título=The Hawaiian Honu and its Meaning|acessodata=5 de maio de 2022|arquivodata=5 de maio de 2022|arquivourl=http://web.archive.org/web/20141229230203/http://www.hawaiianlife.com/content/hawaiian-honu-and-its-meaning}}</ref>

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<ref name=Kessler>{{Citar web|ultimo=Kessler|primeiro=Rebecca|url=http://news.nationalgeographic.com/news/2010/11/101108-green-sea-turtles-tumors-pollution-science-environment/|titulo=Sea Turtle Herpes Tumors Linked to Sewage?|data=9 de novembro de 2010|acessodata=5 de maio de 2022|publicado=National Geographic News}}</ref>

<ref name=Shigenaka>{{Citar livro|url=https://www.reefrelief.org/wp-content/uploads/oil-turtle1.pdf|título=Oil and Sea Turtles: Biology, Planning, and Response|ultimo=Shigenaka|primeiro=Gary|ultimo2=Milton|primeiro2=Sarah|ultimo3=Lutz|primeiro3=Peter|ultimo4=Shigenaka|primeiro4=Gary|ultimo5=Hoff|primeiro5=Rebecca Z.|ultimo6=Yender|data=1 de agosto de 2003|editora=U.S. Department Of Commerce: National Oceanic and Atmospheric Administration|localização=Florida|páginas=35–46|doi=10.13140/2.1.1774.0486|acessodata=5 de maio de 2022|edição=1}}</ref>

<ref name="Herbst2000">{{Citar periódico |titulo=Marine Turtle Fibropapillomatosis: Hope Floats in a Sea of Ignorance |data=setembro de 2000 |ultimo=Herbst |primeiro=Lawrence H. |paginas=39–40 |id=NOAA Technical Memorandum NMFS-SEFSC-443 |volume=19 |periódico=Proceedings of the 19th Annual Symposium on Sea Turtle Conservation and Biology|url=https://georgehbalazs.com/wp-content/uploads/2019/08/Herbst_1999_HopeFloats-in-a-Sea-of-Ignorance.pdf}}</ref>

<ref name="Moncade2000">{{Citar periódico |titulo=Incidence of Fibropapillomas in the Green Turtle (''Chelonia mydas'') in Cuban Waters |data=setembro de 2000 |ultimo=Moncada |primeiro=Felix |ultimo2=Adela Prieto |paginas=40–41 |id=NOAA Technical Memorandum NMFS-SEFSC-443 |volume=19 |periódico=Proceedings of the 19th Annual Symposium on Sea Turtle Conservation and Biology}}</ref>

<ref name=Lezama>{{Citar periódico|sobrenome=Lezama|nome=C.|sobrenome2=Carranza|nome2=A.|sobrenome3=Fallabrino|nome3=A.|sobrenome4=Estrades|nome4=A.|sobrenome5=Scarabino| nome5=F.|sobrenome6=López-Mendilaharsu|nome6=M.|ano=2013|título=Unintended backpackers: bio-fouling of the invasive gastropod Rapana venosa on the green turtle Chelonia mydas in the Río de la Plata Estuary, Uruguay|jornal=Biological invasions|volume=15|número=3|páginas=483–487|url=https://www.researchgate.net/publication/257537818_Unintended_backpackers_Bio-fouling_of_the_invasive_gastropod_Rapana_venosa_on_the_green_turtle_Chelonia_mydas_in_the_Rio_de_la_Plata_Estuary_Uruguay}}</ref>

<ref name="Seminoff et al, 2002">{{Citar periódico |titulo=Home range of green turtles ''Chelonia mydas'' at a coastal foraging area in the Gulf of California, Mexico |ultimo=Seminoff |ano=2002 |paginas=253–265 |bibcode=2002MEPS..242..253S |doi=10.3354/meps242253 |volume=242 |doi-access=free |periódico=Mar Ecol Prog Ser|url=https://www.researchgate.net/publication/250217681_Home_range_of_green_turtles_Chelonia_mydas_at_a_coastal_foraging_area_in_the_Gulf_of_California_Mexico }}</ref>

<ref name="National Marine Fisheries Service and U.S. Fish and Wildlife Service (Greens), 1998">{{Citar livro|sobrenome1=National Marine Fisheries Service|sobrenome2=U.S. Fish and Wildlife Service|ano=1998|título=Recovery Plan for U.S. Pacific Populations of the East Pacific Green Turtle (''Chelonia mydas'')|editora=National Marine Fisheries Service|local=Silver Spring, MD}}</ref>

<ref name=Arstechnica>{{Citar web|url=https://arstechnica.com/science/2018/01/some-great-barrier-reef-turtle-populations-produce-nothing-but-females/|titulo=Some Great Barrier Reef turtle populations produce nothing but females|ano=2018}}</ref>

<ref name=Bianet>{{Citar jornal|url=http://bianet.org/english/environment/225733-coal-fired-plant-project-threatens-endangered-sea-turtles-on-turkey-s-mediterranean-shores|titulo=Coal-fired plant project threatens endangered sea turtles on Turkey's Mediterranean shores|data=15 de junho de 2020|website=bianet}}</ref>

<ref name=Nijman>{{Citar periódico |url=https://www.researchgate.net/publication/273321727 |titulo=Decades long open trade in protected marine turtles along java's south coast |ultimo=Nijman |primeiro=Vincent |ano=2015 |via=ResearchGate |periódico=Marine Turtle Newsletter}}</ref>

<ref name=Denevan>{{Citar livro|sobrenome=Denevan|nome=William M.|capítulo=James J. Parsons, 1915-1997|editor=Artmstrong, Patrick H.|editor2=Martin, Geoffrey J.|ano=2000|título=Geographers: biobibliographical studies, v. 19|editora=Strand e Mansell Pubishing Limited|local=Londres e Nova Iorque|página= 90|isbn=0720123771}}</ref>

<ref name="IUCNGroombridge1982">{{Citar livro|título=The IUCN Amphibia-Reptilia Red Data Book, Part 1: Testudines, Crocodylia, Rhynocehapalia|ultimo= Groombridge|primeiro=B.|url=https://portals.iucn.org/library/sites/library/files/documents/RD-1982-002.pdf|editora=IUCN|ano=1982|localização=Glande, Suíça}}</ref>

<ref name="IUCN1986">{{Citar livro|título=1986 IUCN Red List of Threatened Animals|ultimo=IUCN Conservation Monitoring Centre|editora=IUCN|ano=1986|localização=Glande, Suíça; Cambrígia, Reino Unido|isbn=978-2-88032-605-0|autorlink=IUCN}}</ref>

<ref name="IUCN1988">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/1988iucnredlisto88wilc|título=1988 IUCN Red List of Threatened Animals|ultimo=IUCN Conservation Monitoring Centre|editora=IUCN|ano=1988|localização=Glande, Suíça; Cambrígia, Reino Unido|isbn=9782880329358|autorlink=IUCN}}</ref>

<ref name="IUCN1990">{{Citar livro|título=1990 IUCN Red List of Threatened Animals|ultimo=IUCN|editora=IUCN|ano=1990|localização=Glande, Suíça; Cambrígia, Reino Unido.|autorlink=IUCN}}</ref>

<ref name="IUCN1994">{{Citar livro|título=1994 IUCN Red List of Threatened Animals|ultimo=Groombridge|primeiro=B.|editora=IUCN|ano=1994|localização=Glande, Suíça|isbn=978-2-8317-0194-3}}</ref>

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<ref name=Bell>{{Citar periódico |titulo=Some of them came home: the Cayman Turtle Farm headstarting project for the green turtle ''Chelonia mydas'' |data=25 de abril de 2005 |número=2 |ultimo=Bell |primeiro=Catherine |ultimo2=Parsons|primeiro2=J.|paginas=137–148 |doi=10.1017/S0030605305000372 |ultimo3=Austin|nome3=T. J.|ultimo4=Broderick|primeiro4=A. C. |ultimo5=Ebanks-Petrie|primeiro5=G. |ultimo6=Godley |primeiro6=G. J.|volume=39 |doi-access=free |periódico=Oryx|url=https://www.cambridge.org/core/journals/oryx/article/some-of-them-came-home-the-cayman-turtle-farm-headstarting-project-for-the-green-turtle-chelonia-mydas/F46F0779412A47448594E5CB7AD404C7}}</ref>

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<ref name=Kim>{{Citar jornal|ultimo=Kim|primeiro=Sharnie|ultimo2=Rigby|primeiro2=Mark|url=https://www.abc.net.au/news/2020-06-13/saving-raine-island-worlds-largest-green-sea-turtle-rookery/12344046|titulo=Green turtle rookery on Raine Island brought back from brink, but scientists' fight not over yet|data=12 de junho de 2020|acessodata=5 de maio de 2022|website=ABC News|publicado=Australian Broadcasting Corporation}}</ref>

<ref name="Wang2013">{{Citar periódico |titulo=The draft genomes of the soft-shell turtle and green sea turtle yield insights into the development and evolution of the turtle-specific body plan |número=6 |ultimo=Wang Z. |ultimo2=Pascual-Anaya, J. |ano=2013 |paginas=701–706 |doi=10.1038/ng.2615 |pmc=4000948 |pmid=23624526 |ultimo3=Zadissa A. |volume=45 |periódico=Nature Genetics}}</ref>

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== Ligações externas ==

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* [http://fohn.net/green-turtles-facts-pictures/ Papel de parede e curiosidades sobre tartarugas-verdes]
* [http://macaulaylibrary.org/video/59485 Vídeo da tartaruga-verde] – Biblioteca Macaulay
* [https://www.youtube.com/watch?v=pWZ0KKofPmw tartarugas-verdes bebés] – Open Water 859

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{{taxonbar|from=Q199458}}

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