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Fachada do Museu Forte Defensor Perpétuo, em Paraty, estado do Rio de Janeiro.
Fachada do Museu Forte Defensor Perpétuo, em Paraty, estado do Rio de Janeiro.

O Museu do Forte Defensor Perpétuo, na cidade de Paraty, é um dos 27 museus administrados pelo Ibram.


O Forte Defensor Perpétuo foi construído em 1822, projetado para encabeçar o complexo defensivo de Paraty sobre pelo menos outras seis posições estratégicas. A designação presta homenagem a D. Pedro I, agraciado com o título de Defensor Perpétuo do Brasil. Apesar da nomenclatura oficial, a construção não se configura tecnicamente como um forte, e sim como uma bateria – posição de canhões aberta na sua gola.

O chamado Morro da Vila Velha foi o local escolhido para o estabelecimento da fortificação. Como o nome sugere, a elevação abrigou o primeiro núcleo de povoamento da região de Paraty, ainda no início do século XVII. Seu fundador, João Pimenta de Carvalho, atribuiu a São Roque o patronato da povoação, construindo uma capela em sua homenagem. Após 1636, o povoado foi transferido para a planície entre os rios Perequê-Açú e Matheus Nunes, e uma nova igreja foi edificada tomando por padroeira Nossa Senhora dos Remédios.

O contexto do estabelecimento do Forte Defensor Perpétuo em 1822 remonta ao reforço da defesa da região em meio às tensões que culminaram com a Independência do Brasil. Após o Sete de Setembro, a ameaça de um contra-ataque português por parte das tropas leais à coroa lusitana – que ainda dominavam praças importantes, como Salvador – levou o novo governo independente a projetar um amplo incremento defensivo ao longo da costa brasileira, especialmente na província do Rio de Janeiro.

Mesmo após o reconhecimento da Independência, a fortificação continuou a ser guarnecida devido à Guerra da Cisplatina contra as Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina) que durou de 1825 até 1828. A partir deste ponto houve um corte de gastos com o complexo defensivo brasileiro. O Forte Defensor Perpétuo alternou momentos de abandono com eventuais rompantes de preocupação em abastecer a posição de soldados e munições – como ocorreu no caso da crise diplomática com a Inglaterra em 1850.

Não são conhecidos registros históricos da ocorrência de conflitos marítimos ou tentativas de invasão por parte de piratas ou corsários, ainda que narrativas sobre naufrágios, piratas e aparições sempre tenham feito parte do imaginário de Paraty.

Em 1856, a fortificação foi desarmada pelo Ministério da Guerra e transferida para o governo provincial.

Segundo relatos de visitantes, um regimento de pracinhas foi enviado para guarnecer o Forte durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1957, o Forte Defensor Perpétuo foi tombado pela Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN, atual IPHAN), e restaurado pela mesma instituição na década seguinte. Em 1989, o edifício passou a abrigar o Centro de Artes e Tradições Populares, que abriu ao público exposições sobre a cultura caiçara e suas tradições.

O museu passou à responsabilidade do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) desde a criação da autarquia em 2009."