Usuário(a):Isabelle da Costa Libaldi

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Origem das palavras

Analisando a linha do tempo da história da humanidade, podemos notar varias invenções de grande importância que melhoraram e facilitaram de diversas maneiras a vida e a maneira que enfrentamos as dificuldades. Porém, com o passar do tempo, a maioria destas criações são substituídas por outras mais modernas e acabam sendo abandonadas. Isso não aconteceu com o que talvez seja a mais importante criação do homem, as palavras e consequentemente as línguas. Tudo indica que aproximadamente em 3500AC a primeira forma de escrita surgiu, sendo elaborada pelo povo sumério que inventaram um alfabeto simbólico gravado em forma de escrita cuneiforme em placas de argila, esse alfabeto possuía mais de 2000 sinais diferentes e era extremamente difícil de ser utilizado, por outro lado facilitava cálculos, transações, textos sobre matemática, astronomia, medicina e outros. Como um vírus, essa indispensável ferramenta “contaminou” rapidamente outras civilizações como os assírios, acadianos, elamitas e hititas, cada um destes povos moldaram a escrita a sua melhor maneira. O tempo vai passando outros povos começam a aderir a escrita, que agora já não é mais a mesma que a do ano 3500AC, passou a ser fonética e silábica não mais simbólica, passou a ser escrita na horizontal da esquerda para direita e também abandonou as placas de argila para preencher os papiros e mais tarde o papel. Mais próximo a nossa realidade surgem as línguas maternas, anglo-saxão que dá origem às línguas: inglês, alemão, neerlandês, sueco, dinamarquês e norueguês. Latim que dá origem às línguas neolatinas: português, espanhol, francês, italiano entre muitas outras. Palavras-chave: Palavras; Línguas; Escrita cuneiforme; Línguas maternas

Desde os primórdios da civilização, o ser humano sempre teve a necessidade de se comunicar de uma maneira uniforme e organizada, fazer registros, escrever histórias, divulgar mensagens, se expressar de uma maneira nova e principalmente facilitar a vida. Mesmo que com o tempo, os meios de comunicação foram evoluindo junto com os costumes, os jogos de poder e as mudanças históricas o centro de tudo ainda são as línguas. No entanto, antes de nossa escrita atual, os primeiros passos das palavras foram dados em 3500AC com o povo sumério e sua escrita cuneiforme, mais a frente em nossa linha do tempo, nós temos as línguas maternas exemplificando como o ser humano aperfeiçoou o seu modo de entender o mundo e classifica-lo em palavras como as que possuímos e utilizamos nos dias de hoje.

1. PRIMEIRAS FORMAS DE ESCRITA

As primeiras formas de escritas foram idealizadas séculos antes de Cristo e contavam com a utilização de símbolos na maioria das vezes para serem utilizados de formas comerciais ou políticas.

1.1 ESCRITA CUNEIFORME

Os Sumérios foram a primeira civilização a habitar a região da Mesopotâmia, estes conviviam em cidades-estados, no território da Suméria, extremo sul da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, atual Iraque. Os sumérios eram politeístas e foram os povos responsáveis pela criação dos primeiros templos, palácios e monumentos. Os sumérios também eram extremamente talentosos nos quesitos científicos e acredita-se que foram a civilização pioneira na criação da escrita, tendo sido os desenvolvedores da escrita cuneiforme. Sendo este um alfabeto simbólico, porém, não fonético e o mais antigo já encontrado e datado – gravados em placas de argila com o uso de cunhas ou pregos, que eram colocadas em fornos para se tornarem permanentes ou reaproveitadas quando seu conteúdo se tornasse desimportante. A civilização suméria se destacou na arquitetura e comércio (contabilidade e administração), todas essas atividades fazendo grande uso da escrita cuneiforme, que possuía mais de 2000 sinais, um alto grau de dificuldade para utilização, porém de grande facilitação em cálculos, transações comerciais, encantamentos de magia, textos sobre matemática, astronomia, medicina e outros. Dado ao fato de que o uso da escrita cuneiforme era de uma dificuldade enorme, ao passar do tempo, ela foi adotada por outras civilizações como a da Mesopotâmia e, consequentemente, sofreu diversas importantes e grandes alterações para que houvesse uma melhor capacidade de compreensão. A escrita assíria, por exemplo, se tornou diferente das que os babilônicos possuíam. Também sendo adaptada pelos acadianos, elamitas e hititas. Dentre as mudanças mais notáveis, podemos citar que aos poucos, o cuneiforme também se tornou conjuntos de sinais fonéticos e silábicos e passou a ser escrito na horizontal – da esquerda para a direita. Por meio desses símbolos, os habitantes da mesopotâmia, que mais tarde utilizaram desta forma de escrita por em média 3 mil anos, obtiveram a oportunidade de deixar grandiosas quantidades de registros e documentos – o registro arquivado mais antigo até então é datado como XIV a. C. e escrito de acordo com a língua acadiana, porém a tradução das tabuletas não é simples e a dominância sobre os idiomas hebraico e arábico são essenciais, assim como um vasto conhecimento sobre a história e cultura das civilizações responsáveis pelos registros encontrados. Vale acrescentar que parte das tabuletas, que foram achadas por arqueólogos, tiveram suas gravuras incendiadas e tornadas permanentes acidentalmente, por culpa de ataques incendiários inimigos da época. Uma das primeiras tentativas de tradução teve seu inicio quando descobriram símbolos em ruinas do Irã, que até então pareciam indecifráveis. Em 1621, um viajante italiano, encontrou em média de 400 sinais listados em uma rocha, em uma de suas expedições. Em 1674, um comerciante francês, observou em inscrições cuneiformes o conjunto de três formas paralelas. No ano de 1761, um membro alemão de uma expedição cientifica, fez o primeiro avanço significativo com a ideia de que todos os três registros faziam parte de um mesmo texto em três tipos de escrita desconhecidos, os publicando em cópias precisas durante 1777. O primeiro cuneiforme descriptografado foi o persa, onde pesquisadores alemães e um dinamarquês decifraram vários sinais, sendo seguidos por um orientalista francês que decifrou a maior parte dos sinais. Logo, se fez presente um assiriologista britânico com suas próprias anotações e própria pesquisa, esta que foi publicada em 1846. Para decifrar os cuneiformes persas, foi necessário o conhecimento sobre pahlavi – língua descendente de persa antigo. O cuneiforme persa é, de longe, o mais fácil de ser traduzido, tendo apenas trinta e seis caracteres, na sua grande maioria alfabética e um sinal como separador entre algumas palavras. A segunda escrita cuneiforme decifrada foi a elamita, esta sendo completa logo em 1844.

1.2 ESCRITA HIEROGLÍFICA

Os Egípcios passam a desenvolver, em 3.000 a.C., uma forma de pictografia assente em pictogramas, fonogramas e outros signos determinantes em escrita ideográfica e sem vogais. Ou seja, símbolos e imagens figurativas representando sons ou coisas. Gravados de maneira meticulosa, os hieróglifos faziam a associação de um símbolo fonético e objetos reais. Hieroglífica é a maneira que o sistema de escrita egípcio passou a ser chamado, este foi criado para servir rituais religiosos de túmulos e templos, monumentos estatais e comemorações militares. Sendo assim, a designação é composta por duas palavras gregas, cujos significados são “sagrado” e “gravar”. Em geral, a escrita hieroglífica tinha seu uso estabelecido apenas documentos da vida pública e inscrições de importância. Algum tempo depois, os egípcios desenvolvem a escrita hierática, que é uma forma simplificada dos hieróglifos, e ela passa a ser usada por sacerdotes em textos sagrados. Porém, a mesma deixa de cumprir as necessidades e exigências do quotidiano. É então idealizada em 500 a.C., a demótica, também intitulada como “escrita do povo” e sendo está uma redução da hierática (escrita por si só já reduzida). Durante mais de três milênios, utilizando-se da escrita hieroglífica e suas derivações, os egípcios inventaram cerca de 6900 sinais. A grande quantidade de símbolos que constitui a escrita fundada pelos egípcios, torna a pratica desta impossível e influencia fortemente no seu desaparecimento. As formas de registro das inscrições foram várias e tiveram uma evolução continua, sendo feitas em barro cozido, pinturas de paredes, em madeira, pedra e papiro (invenção do povo egípcio). Até o século VIII d.C., o papiro foi o papel utilizado em toda a Europa por quem tinha algo para ser registrado, sendo substituído apenas quando os pergaminhos passaram a ser fabricados pelos fenícios.

2. FAMÍLIA LINGUÍSTICA

Segundo o linguista francês, Jean Dubois, “uma família linguística é um grupo de línguas e dialetos podendo também ser qualificados como uma unidade filogenética”, ou seja, todos os seus membros (no caso, idiomas) derivam de um ancestral comum. Este ancestral geralmente não é muito conhecido, pois a maior parte das línguas possui uma história registrada muito reduzida.

2.1 FAMÍLIA INDO-EUROPEIA

O indo-europeu é um termo criado por Thomas Young para se referir a uma família composta por diversas centenas de línguas e dialetos, que inclui as principais línguas da Europa, Irã e do norte da Índia, além dos idiomas predominantes historicamente na Anatólia e na Ásia Central. Atestado desde a Era do Bronze, as sugestões de semelhanças entre os idiomas que mais tarde fariam parte do grupo indo-europeu, tiveram seu inicio a partir de visitantes europeus à Índia, no século XVI.

2.1.1 ANGLO-SAXÃO

O anglo-saxão, também intitulado por línguas germânicas ou dialetos germânicos, começa a nascer 1.000 a.C. e mais tarde da origem a línguas como o inglês, o alemão, o neerlandês, o sueco, o dinamarquês e o norueguês. No total, existem cerca de 15 línguas germânicas, sendo está a língua materna de, em média, 500 milhões de pessoas no mundo inteiro. Depois de muitas imigrações, diversos dialetos das línguas indo-europeias tornamse distintos uns dos outros, originando diversos outros grupos como as línguas anatólicas, línguas helênicas, indo-arianas, línguas balto-eslavas e muitas outras. Um desses grupos são os celtas, com as línguas celtas descendentes do protocelta, que chegaram a ser o principal grupo de línguas na Europa e habitaram regiões que hoje em dia conhecemos como Espanha, França, Alemanha e Inglaterra. Durante 55 e 54 a.C. ocorreram as primeiras invasões romanas, na terceira invasão a principal ilha britânica é anexada ao império romano e o latim começa a exercer influência na cultura celta-bretã. O império romano influenciou a Grã Bretanha econômica, social e politicamente, naturalmente palavras latinas foram inclusas no vocabulário da região. Em 410 a.D., os romanos se retiram da Britannia e deixam os celtas vulneráveis à tribos inimigas. Sem forças militares, os celtas recorrem às tribos germânicas, que acabam tomando isso como uma oportunidade e se tornam invasores e massacram vilas celtas brutalmente. A cultura celta é escassa graças ao descaso das tribos na época. Assim, surgiram e permaneceram os dialetos germânicos falados pelos anglos e pelos saxões, que mais pra frente na linha do tempo histórica, origina em várias outras línguas e dialetos utilizados nos dias de hoje. 2.1.2 LATIM

É das origens da cultura ocidental, o Latim, idioma original da província do Lácio, no século I a.C., que também torna-se língua oficial do Império Romano, porém este apenas passa a ter consolidação de sua condição como idioma universal a partir do século II, quando os romanos fazem da Grécia uma província romana e o uso do Latim passa a ser mais enfático. Nesse período ainda não existiam dados escritos do idioma. Mesmo após a queda do Império Romano, o Latim permanece em uso na Europa Ocidental como língua culta. O Latim é presente e atuante no vocabulário de Direito, Literatura, Ciências, Filosofia, Artes e estudos etimológicos. Sendo assim, as primeiras universidades, criadas dentre os séculos XII e XII, fundaram e basearam todo seu conhecimento no Latim. A proporção alcançada pelo idioma é tão exuberante, que é utilizada como matéria-prima por figuras marcantes como Cícero, Virgílio, Agostinho, Dante, Descartes, Grocius e Newton. Originam-se do Latim, as línguas neolatinas e/ou românicas: o português, o espanhol/castelhano, o francês, o valão, o picardo, o valenciano, o aragonês, o galego, o asturiano, o lígure, o siciliano, o piemontês, o napolitano, o sardo, o leonês, o italiano, o romeno, o galego, o occitano, o catalão, o rético e o dalmático (estes dois últimos, já extintos), além do Esperanto, idioma universal e neutro, com 60% de origem latina. Mesmo o inglês, língua nascida nos reinos anglo-saxônicos da Inglaterra, possui significativa quantidade de elementos descendentes do Lácio. O Latim, mesmo reconhecido como língua morta por não ser idioma ensinado diretamente do berço em nenhum país, é muito presente nos idiomas que se originam dele, desde prefixos, sufixos, radicais e até gírias, expressões populares, sincopes e aféreses, ou seja, da forma mais culta até a mais informal e da escrita até a oralidade desta.

3. LÍNGUAS ROMÂNICAS

As línguas românicas, também conhecidas como línguas neolatinas ou línguas latinas são idiomas que integram o vasto conjunto das línguas indo-europeias que se originaram da evolução do latim, principalmente do latim vulgar, falado pelas classes mais populares.

3.1 LÍNGUA PORTUGUESA

A evolução da língua portuguesa é dividida, segundo Coutinho (1976), em três fases: pré-histórica, proto-histórica e histórica. A fase pré-histórica baseia-se no romance lusitânico, língua falada da Lusitânia do século VI ao IX, como origem do português, sendo esta uma língua intermediaria entre o latim vulgar e as línguas latinas que se derivaram. A fase proto-histórica, do século IX ao XII, consiste-se na existência do dialeto galaico-português (também conhecido como galego-português ou português antigo), mesmo que as escritas se resumissem ao Latim bárbaro, uma derivação usada apenas em documentos, ou seja, o português era falado, porém não escrito. A fase histórica é dividida em dois tempos: arcaico e moderno. O arcaico tem seu início no século XII, quando o português passa a ser escrito em textos. A partir deste ponto, Portugal começa a expandir seu território com o patrocínio da Igreja Católica e, na medida em que a expansão acontece seguindo na direção sul, colonos nortistas cujo faziam o uso do galego-português – este já estando consolidado como língua falada e escrita da Lusitânia, passam a ocupar Portugal. Do século XIV ao XVI, o galego e o português separam-se por causa de uma série de acontecimentos em sequência: a independência de Portugal, a expulsão dos mouros e a derrota dos castelhanos. Considera-se do tempo moderno mudanças ao português datadas a partir do século XVI, estas que se consistem na inicialização de padronização da língua, cujo começa a tomar propriedades que fazemos uso e conhecemos atualmente. Embora existam diversos manuscritos, de datação imprecisa e possivelmente mais antigos, do que viria ser considerada a língua românica portuguesa, o documento intitulado por “O testamento de Afonso II” é frequentemente apontado como o registro mais antigo escrito em português.

Em conclusão, analisando todas as informações expostas aqui, a língua, por escrita ou língua falada, sempre foram e para sempre serão, na história da humanidade, o pivô de grandes acontecimentos – sejam estes conflitos, formação de uma cultura ou avanços nas ciências. Partindo desta confirmação, podemos alegar que é de extrema importância a pesquisa, valorização e preservação das línguas maternas e mesmo de suas ancestrais, pois a língua é quem compõe grandessíssima parte da identidade de um povo, de uma cultura e de um país, sendo esta essencial e eternamente interligada a continuidade da nossa evolução como indivíduos e sociedade, evolução de nossa comunicação e a nossa união e compreensão aos nossos antepassados.