Énia Lipanga

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Énia Lipanga
Nascimento Énia Stela Lipanga
4 de abril de 1977
Maputo
Cidadania Moçambique
Ocupação poetisa, ativista

Énia Stela Lipanga (Maputo, 1977), conhecida como Énia Wa Ka Lipanga, é uma poetisa, activista, rapper, repórter e agitadora cultural moçambicana.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Maputo, filha de Cacilda Guibunda e Armindo Maurício, a mais nova de de oito irmãos. Frequentou a Escola Primária Luís Cabral e, posteriormente, a Escola Primária do Jardim. Fez o ensino secundário na Escola Secundária Josina Machel. Estudou depois na Universidade de São Tomás, onde frequentou o curso de Direito e depois Jornalismo na Universidade Pedagógica.[2] O irmão mais velho, Cremildo Lipanga, é jornalista parlamentar.[3]

Iniciou o percurso profissional aos 16 anos, tendo trabalhado em organizações como a rádio Super FM, o portal Folha de Maputo, Irex e o programa de formação de jornalistas Mídia Lab. Colaborou ainda com a Televisão Gungu.[3]

Em 2015 foi uma das organizadoras do Festival Internacional da Cultura 6 Continentes para a promoção da língua portuguesa através da arte e união de laços culturais de países lusófonos.[4]

Em 2018 participou no Festival Mundial de Slam Poetry em Maputo, sendo a fundadora da batalha de slam poetry Moz Slam; nesse mesmo ano foi a representante de Moçambique na V Edição do Encontro de Poetas de Língua Portuguesa.[5][6]

Em 2019 participou em Burgos na 6ª edição do Festival Internacional “Memória Viva”, considerado um dos principais festivais artístico-culturais de Espanha.[2][7]

Em Maio de 2022, foi convidada a participar no evento Vozes Africanas na Poesia, na Universidade Federal de Santa Catarina, no Brasil.

Projectos[editar | editar código-fonte]

É membro do grupo musical feminino de hip hop Revolução Feminina que promove mensagens de respeito e reconhecimento das mulheres e contra o assédio.[6]

Fundou o projecto cultural Palavras são palavras, que promove a literatura através da poesia, do canto e do teatro.[5][8] Também colabora com a associação moçambicana H2N que se dedica a dar informação sobre saúde e nutrição à população de Moçambique e participa em actividades de promoção dos direitos da mulher organizadas pelo Fórum Mulher.[2][6]

Lidera o projecto "Turbante-se", que promove o uso do lenço de cabeça, para preservar o seu legado cultural. No âmbito deste projecto faz oficinas de ensino da colocação do turbante, incluindo em departamentos de oncología, a mulheres em tratamento de quimioterapia.[2]

É Também mentora do projecto cultural IncluArte, uma iniciativa que procura a participação e inclusão das pessoas cegas e surdas na vida cultural.[9][10]

Activismo[editar | editar código-fonte]

Em 2019, foi seleccionada para incorporar o primeiro fórum do colectivo de activistas socialis Uqhagamishelwano, que luta contra práticas sociais nocivas. Lipanga é a representante africana neste grupo.

Publicações[editar | editar código-fonte]

Em 2020, no o Dia Mundial do Braille (4 de janeiro), Lipanga apresentou seu primeiro livro Sonolência e alguns rabiscos, que versa sobre o amor, o género e a inclusão, e que foi o primeiro livro de poesia publicado em braille em Moçambique.[9][11][12]

Em 2021 publicou Para Enxugar as Nódoas dos Meus Olhos. [13]

Referências

  1. Santiago, Ana Rita (2019). «Énia Lipanga: uma artista ativista das artes e da vida». CARTOGRAFIAS EM CONSTRUÇÃO Algumas escritoras de Moçambique. Bahia: Editora UFRB. pp. 63–68. ISBN 978-85-5971-107-3. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  2. a b c d Adamuji, Belmiro (6 de julho de 2019). «ÉNIA WA KA LIPANGA: Uma feminista de sete costados». www.jornaldomingo.co.mz. Jornal Domingo. Consultado em 18 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 24 de dezembro de 2019 
  3. a b Mbendane, Cláudia. «Énia Wa Ka Lipanga». Revista Biografia. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  4. Costa, Xoan (20 de janeiro de 2016). «África … de olhos brancos». Nòs Diario. "Nòs Diario". Consultado em 18 de fevereiro de 2021 
  5. a b Murias, Celia; Caeiro, Sara (10 de outubro de 2018). «De Josina Machel a Enia Lipanga: del Mozambique revolucinario a la agitación cultural -». pikara magazine (em espanhol). Consultado em 18 de fevereiro de 2021 
  6. a b c Raimundo, Sérgio (1 de outubro de 2018). «Rap against repression» (em inglês). The Africa Report. Consultado em 18 de fevereiro de 2021 
  7. «Poetisa moçambicana num festival na Espanha». www.jornaldomingo.co.mz. Jornal Domingo. 20 de julho de 2019. Consultado em 18 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 24 de dezembro de 2019 
  8. Matope, José (6 de fevereiro de 2015). «Poesia e música acústica andam de mãos dadas no "Palavras são Palavras"». Moçambique Media Online. MMO. Consultado em 18 de fevereiro de 2021 
  9. a b Pila, Elton (3 de Janeiro de 2020). «Énia Lipanga estreia em "Sonolência e Alguns Rabiscos"». www.magazineindependente.com. Consultado em 18 de fevereiro de 2021 
  10. «IncluArte / Agenda / Home - Fundação Fernando Leite Couto». Fundação Fernando Leite Couto. Consultado em 18 de fevereiro de 2021 
  11. «Énia Lipanga estreia-se com Sonolência em braile – O País – A verdade como notícia». opais.co.mz. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  12. Welle (www.dw.com), Deutsche, Moçambique: Lançado primeiro livro de poesia em braille | DW | 05.01.2020, consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  13. «[Da irreverência do amor] para enxugar as nódoas dos olhos de Énia Lipanga - O País - A verdade como notícia». 4 de janeiro de 2022. Consultado em 11 de abril de 2023