Mostrar código-fonte de Vale S.A.

{{ver desambiguação|Vale}}
{{Info/Empresa
|nome_empresa       = Vale
|imagem             = Logotipo Vale.svg
|imagem_tamanho     = 250px
|imagem_legenda     = 
|razao_social       = Vale S.A.
|nome_anterior      = Companhia Vale do Rio Doce (1942-2007)
|slogan             = ''Transformar o amanhã hoje. Tem a ver com a Vale.''
|cotação            = {{B3 (bolsa de valores)|4170|VALE3}}{{Nowrap end}}<br />{{NYSE|VALE}}<br />[[Latibex]]: [http://www.bolsamadrid.es/ing/aspx/Empresas/FichaValor.aspx?ISIN=BRVALEACNOR0&id=ing XVALO], [http://www.bolsamadrid.es/ing/aspx/Empresas/FichaValor.aspx?BRVALEACNPA3&id=ing XVALP]
|tipo empresa       = [[Empresa de capital aberto]]
|genero             = [[Sociedade Anônima]]
|indústria          = [[Mineração]], [[Logística]], [[Energia (sociedade)|Energia]], [[Siderurgia]]
|fundação           = {{Dtlink|||1942|idade}} em [[Itabira]], [[Minas Gerais|MG]]
|fundador           = [[Governo Federal (Brasil)|Governo do Brasil]] sob a presidência de [[Getúlio Vargas]]<ref name="Nossa História-2012-Completa_Vale"/><ref name="HIST"/><ref>{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fol/eco/vale/historia.htm|titulo=Especial Vale do Rio Doce - O surgimento da companhia|data=1996-05-22|acessodata=2024-09-03|website=Folha de S.Paulo}}</ref>
|sede               = [[Rio de Janeiro]], [[Brasil]]<ref>{{citar web |url=http://www.vale.com/brasil/pt/aboutvale/news/paginas/sede-global-vale-tera-novo-endereco.aspx |titulo=Sede global da Vale terá novo endereço|editor=Vale S.A.|data=15 de janeiro de 2016|acessodata=16 de junho de 2022}}</ref>
|área servida       = {{Mundo}}
|principais pessoas = {{ubl|[[Gustavo Pimenta]]<ref>{{Citar web|ultimo=Jr|primeiro=Geraldo Campos|url=https://www.poder360.com.br/poder-infra/gustavo-pimenta-assume-comando-da-vale-e-lula-espera-melhor-relacao/|titulo=Pimenta assume comando da Vale e Lula espera melhor relação|data=2024-10-01|acessodata=2024-10-03|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref> {{pequeno|([[CEO]])}}}}
|num empregados     = {{collapsible list |title={{fmtn|213413}} <small>([[2021]])</small><ref name="RI21">{{Citar web |url=http://www.vale.com/PT/sustainability/relato-integrado-2021/SiteAssets/assets/Vale_Relato_Integrado_2021_PT.pdf |titulo=Relato Integrado 2021 |data=maio de 2022 |acessodata=11 de julho de 2022  |publicado= |website=Vale RI |pagina= |paginas=21, 58, 59, 60, 90}}</ref><ref name="RA21"/>|[[Empregado|Próprios]]: {{fmtn|72266}} (sendo {{fmtn|55067}} no Brasil)<br>|[[Terceirização|Terceiros]]: {{fmtn|141147}} (sendo {{fmtn|114757}} no Brasil)}}
|produtos           = Pesquisa, extração, produção e comércio de minérios, geração de energia, transporte ferroviário, operação portuária
|subsidiárias       = [[Vale Base Metals]]<br />[[Minerações Brasileiras Reunidas]] (98,3%)<br />[[Samarco]] (50%)<br />[[VLI Multimodal S.A.|VLI Multimodal]] (29,6%)<br />[[MRS Logística]] (10,9%)<br />[[Ferrous Resources do Brasil|Ferrous Resources]]
|valor de mercado   = {{decrease}} R$ 400,1 bilhões <small>(2021)</small><ref name="RA21">{{Citar web |url=http://www.vale.com/PT/investors/information-market/quarterly-results/ResultadosTrimestrais/RELATORIO%20DA%20ADMINISTRACAO%202021_p.pdf |titulo=Relato da Administração 2021 |data=maio de 2022 |acessodata=11 de julho de 2022  |publicado= |website=Vale RI |pagina= |paginas=7, 14, 21, 26, 30}}</ref>
|ativos             = {{increase}} US$ 499,1 bilhões <small>(2021)</small><ref name="RA21"/>
|receita            = {{increase}} R$ 293,5 bilhões <small>(2021)</small><ref name="RA21"/>
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|LAJIR              = {{increase}} R$ 151,6 bilhões <small>(2021)</small><ref name="RA21"/>
|faturamento        = 
|página             = [http://www.vale.com www.vale.com]
|rodapé             = 
}}
'''Vale''' é uma [[mineradora]] [[multinacional]] [[Brasil|brasileira]] e uma das maiores operadoras de [[logística]] do país.<ref>{{Citar web|url=http://exame.abril.com.br/negocios/vale-cresce-e-impulsiona-setor-de-transportes-e-logistica-m0076333/|titulo=Vale cresce e impulsiona setor de transportes e logística {{!}} EXAME.com - Negócios, economia, tecnologia e carreira|acessodata=2017-03-30|obra=exame.abril.com.br}}</ref> É uma das maiores empresas de mineração do mundo<ref>{{Citar web|url=http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/Paginas/default.aspx|titulo=Sobre a Vale|acessodata=2017-03-30|obra=www.vale.com}}</ref> e também a maior produtora de [[minério de ferro]],<ref>{{Citar web|url=http://br.reuters.com/article/topNews/idBRKBN15V1C3|titulo=Vale produz recorde de minério de ferro em 2016 com maior operação no Norte |acessodata=2017-03-30|obra=br.reuters.com}}</ref> de [[Pelotização|pelotas]]<ref>[http://www.prnewswire.co.uk/cgi/news/release?id=156708 CVRD Approves Increase in Pellet Production Capacity]</ref> e de [[níquel]].<ref>{{Citar web|url=http://www.vale.com/brasil/PT/business/mining/nickel/Paginas/default.aspx|titulo=Níquel|acessodata=2017-03-29|obra=www.vale.com}}</ref> Também produz [[cobre]], [[cobalto]] e outros metais preciosos.<ref name=":7" /> No setor de [[energia elétrica]], participa em [[Consórcio|consórcios]] e atualmente opera nove usinas [[hidrelétrica]]s,<ref>{{Citar web |url=http://www.secinfo.com/dsvr4.u7b2.htm#1d75i |titulo=SEC Info - Vale S.A. - ‘20-F’ for 12/31/06 Annual Report by a Foreign Non-Canadian Issuer - Seq. 1 - Accession Number 0000950123-07-007533 |acessodata=2021-01-25 |website=www.secinfo.com}}</ref> no Brasil, no Canadá e na Indonésia.<ref>{{Citar web|url=http://www.vale.com/brasil/PT/business/energy/Paginas/default.aspx|titulo=Energia|acessodata=2017-03-28|obra=www.vale.com}}</ref> Fundada em 1942 como '''Companhia Vale do Rio Doce''' ('''CVRD'''), foi criada durante o governo [[Getúlio Vargas]] para a exploração das minas de ferro na região de [[Itabira]], no estado de [[Minas Gerais]]. Em 2009, sua marca e nome passaram a ser apenas Vale, nome pelo qual sempre foi conhecida nas bolsas de valores.<ref>{{citar web |url=https://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1164549-9356,00-CONSELHO+APROVA+VALE+SA+COMO+NOVO+NOME+OFICIAL+PARA+MINERADORA.html|titulo=Conselho aprova Vale S.A. como novo 'nome oficial' para mineradora|data=22 de maio de 2009|acessodata=16 de junho de 2022|editor=[[G1]]}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://ibram.org.br/noticia/vale-encabeca-lista-das-mineradoras/|titulo=Vale encabeça lista das mineradoras|acessodata=2024-01-07|website=IBRAM|lingua=pt-BR}}</ref>

A Vale é hoje uma [[empresa privada]], de [[Empresa de capital aberto|capital aberto]], com sede no [[Rio de Janeiro]],<ref>[https://www.infoplex.com.br/perfil/33592510000154 Infoplex: Dados cadastrais da matriz]. Acessado em 26 de janeiro de 2019.</ref> e com [[Ação (finanças)|ações]] negociadas na [[B3 (bolsa de valores)|Bolsa de Valores de São Paulo]] (B3), na [[Latibex|Bolsa de Valores de Madrid]] (LATIBEX) e na [[Bolsa de Valores de Nova Iorque|Bolsa de Valores de Nova York]] (NYSE), integrando o [[Dow Jones Industrial Average|Dow Jones Sector Titans Composite Index]].<ref>{{citar web |url=https://web.archive.org/web/20100804015358/http://www.vale.com/pt-br/investidores/acoes-e-titulos-da-divida/listagem-em-bolsa-de-valores/paginas/default.aspx |titulo=Listagem em Bolsa de Valores|editor=Vale SA |data=2010|acessodata=26 de janeiro de 2019}}</ref> A companhia esteve listada na [[Bolsa de Valores de Hong Kong]] de 2010 até julho de 2016.<ref>{{Citar periódico|data=2016-05-24|titulo=Bolsa de Hong Kong aprova fim da listagem de ações da Vale|jornal=O Globo|url=http://oglobo.globo.com/economia/bolsa-de-hong-kong-aprova-fim-da-listagem-de-acoes-da-vale-1-19370812}}</ref>

Opera em 14 estados brasileiros e nos cinco continentes e possui cerca de dois mil quilômetros de [[Transporte ferroviário|malha ferroviária]]<ref>{{Citar web|url=http://www.vale.com/brasil/PT/business/logistics/railways/Paginas/default.aspx|titulo=Ferrovias|acessodata=2017-03-29|obra=www.vale.com}}</ref> e nove terminais portuários próprios.<ref>{{citar web |url=https://web.archive.org/web/20121016135415/http://www.vale.com/pt-br/o-que-fazemos/logistica/paginas/default.aspx |titulo=Logística |editor=Vale |acessodata=26 de janeiro de 2019}}</ref> É a maior empresa no mercado de minério de ferro e pelotas (posição que atingiu em 1974 e ainda mantém),<ref>{{Citar web|url=http://www.vale.com/brasil/PT/business/mining/manganese/Paginas/default.aspx|titulo=Manganês e ferroligas|acessodata=2017-03-29|obra=www.vale.com}}</ref> além de operar serviços de logística, atividade em que é a maior do país.<ref>{{Citar web|url=http://exame.abril.com.br/negocios/vale-inaugura-o-maior-projeto-de-minerio-de-ferro-de-sua-historia/|titulo=Vale inaugura o maior projeto de minério de ferro de sua história {{!}} EXAME.com - Negócios, economia, tecnologia e carreira|acessodata=2017-03-28|obra=exame.abril.com.br}}</ref> A Vale consome cerca de 5% de toda a [[Política energética do Brasil|energia produzida no Brasil]].<ref>{{citar web |url=http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2007-09-05/subsidio-indireto-em-energia-garante-competitividade-da-vale-diz-campanha |titulo=Subsídio indireto em energia garante competitividade da Vale, diz campanha |editor=[[Agência Brasil]] |data=5 de setembro de 2007 |acessodata=26 de janeiro de 2019}}</ref> 

Em 24 de outubro de 2006, a Vale anunciou a incorporação da [[canadense]] [[Vale Inco|Inco]],<ref>{{citar web |url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u111871.shtml |titulo=Vale compra Inco e vira segunda maior mineradora do mundo |editor=[[Folha de S. Paulo]] |data=24 de outubro de 2006 |acessodata=26 de janeiro de 2019}}</ref> a maior mineradora de níquel do mundo, que foi efetivada no decorrer de 2007.<ref>''Compra da Inco pela Vale é formalizada''. Negócios.[[O Estado de S. Paulo]]. p. B13, 4 de janeiro de 2007</ref> Após essa incorporação, o novo conglomerado tornou-se a 31ª maior empresa do mundo, atingindo um [[valor de mercado]] de 298 bilhões de [[Real (moeda brasileira)|reais]], à frente da [[IBM]]. Em 2008 seu valor de mercado foi estimado em 196 bilhões de [[Dólar dos Estados Unidos|dólares]] pela consultoria Economática, perdendo no Brasil apenas para a [[Petrobras]] (287 bilhões de dólares), estando entre as dez maiores empresas da [[América Latina]]. Em 2008, a empresa chegou a ser a 33° maior do mundo (de acordo com o ''[[Financial Times]]'' de 2008) e a maior do Brasil em volume de [[exportação|exportações]].<ref>{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20070104183210/https://www.aeb.org.br/Exportacao_Brasileira_principais_empresas_e_concentracao.pdf|titulo=Exportações Brasileiras|data=2006|acessodata=16 de junho de 2022|editor=Associação de Comércio Exterior do Brasil}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2005200814.htm|título=Petrobras é a 6ª maior em Bolsas|acessodata=10 de dezembro de 2016|obra=Folha de S.Paulo|publicado=Uol}}</ref>

Em janeiro de 2012, no entanto, a empresa foi eleita como a pior do mundo em [[direitos humanos]] e [[meio ambiente]], pelo ''Public Eye People's'', premiação realizada desde o ano 2000 pelas [[Organização não governamental|ONG's]] [[Greenpeace]] e Declaração de Berna.<ref name=":0" /> Na sequência, a empresa ficou marcada negativamente no [[Brasil]] e no mundo pelos desastres ambientais de [[Mariana]] em 2015<ref>{{citar livro|url=https://www.ufjf.br/poemas/files/2016/11/Livro-Completo-com-capa.pdf|título=Antes fosse mais leve a carga: reflexões sobre o desastre da Samarco / Vale / BHP Billiton|ultimo=1. Zonta; 2. Trocate|primeiro=1. Marcio; 2. Charles|editora=Editorial iGuana|ano=2016|local=Marabá|páginas=17-50|isbn=9788568819098}}</ref> e [[Brumadinho]] em 2019<ref>{{citar livro|url=https://www.researchgate.net/publication/357392324_Minas_esgotada_antecedentes_e_impactos_do_desastre_da_Vale_na_Bacia_do_Paraopeba|título=Minas esgotada: antecedentes e impactos do desastre da Vale na Bacia do Paraopeba|ultimo=1. Milanez; 2. Felippe|primeiro=1. Bruno; 2. Miguel|editora=EdUFJF|ano=2021|local=Juiz de Fora|páginas=136|isbn=9786589512066}}</ref>, ambas no estado de [[Minas Gerais]]. Nos dois casos, houve o rompimento de barragens pertencentes à mineradora, deixando centenas de vítimas e desaparecidos em meio aos rejeitos de mineração.<ref name=":1" /><ref name=":2" />

== História ==

=== Fundação ===
[[Imagem:Getulio_Vargas_(1930).jpg|thumb|upright|esquerda|[[Getúlio Vargas]] em 1930.]]

Vários grupos de investidores internacionais adquiriram extensas glebas de terra próximas a [[Itabira]]-[[MG]], e em 1909 se reuniram fundando o ''Brazilian Hematite Syndicate'' ("Sindicato Brasileiro da [[Hematita]]"), um sindicato que visava a explorá-las. Em 1911 o empresário estadunidense Percival Farquhar adquiriu todas as ações do ''Brazilian Hematite Syndicate'' e mudou seu nome para ''Itabira Iron Ore Company'' ("Companhia de Minério de Ferro de Itabira"). [[Percival Farquhar]] fez planos para que a ''Itabira Iron Ore Co.'' exportasse 10 milhões de toneladas/ano de minério de ferro para os [[Estados Unidos]], usando navios pertencentes a seu sindicato, que trariam carvão dos EUA ao Brasil, tornando assim o frete mais econômico. Esse plano antecipava em mais de 40 anos um conceito que, modificado e atualizado, viria a se tornar realidade, sob a direção de [[Eliezer Batista]], na década de 1960, quando da inauguração do [[Porto de Tubarão]].

Percival Farquhar não logrou sucesso. Embora pudesse contar com a simpatia do presidente [[Epitácio Pessoa]], que lhe deu uma concessão conhecida como ''Contrato de Itabira de 1920'', Farquhar encontrou ferozes opositores a seu projeto, dentre eles o governador do estado de [[Minas Gerais]] (então quase autônomo), [[Artur Bernardes]], que depois se elegeria presidente da República.<ref>{{Citar web|título = Itabira Iron Ore Company|URL = http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/itabira-iron-ore-company|obra = [[CPDOC]]|acessadoem = 21 de novembro de 2015}}</ref>

Décadas de debates acalorados se seguiram, com o país praticamente dividido entre os adeptos das duas posições, sem que o projeto de Farquhar saísse da prancheta. Este plano foi inviabilizado quando [[Getúlio Vargas]] assumiu o poder, à frente da [[Revolução de 1930]], e encampou as reservas de ferro que pertenciam a Farquhar, criando com elas, em 1942, a Companhia Vale do Rio Doce, como uma [[empresa estatal]], para o que obteve o beneplácito dos Estados Unidos e da Inglaterra nos ''[[Acordos de Washington]]''.<ref name="HIST">{{Citar web |url=http://www.cvrd.com.br/cvrd/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=10 |titulo=CVRD - ''História da Vale'' |acessodata=2006-12-08 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20050313075728/http://www.cvrd.com.br/cvrd/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=10 |arquivodata=2005-03-13 |urlmorta=yes }}</ref>

=== Consolidação ===
[[Imagem:Eliezer_Batista_da_Silva,_ministro_de_Minas_e_Energia..tif|thumb|upright|[[Eliezer Batista]], que presidiu a empresa de 1961 a 1964 e de 1979 a 1986.]]

Após sua fundação, a Vale conseguiu ir, pouco a pouco, expandindo sua produção de minério de ferro, mas de forma ainda muito lenta. O Brasil tinha grandes reservas do mineral, mas a demanda era reduzida. A Vale vivia praticamente só para fornecer matéria prima para as siderúrgicas nacionais, sendo a maior delas, então, a [[Companhia Siderúrgica Nacional]] (CSN). Em dezembro de 1952, Francisco de Sá Lessa, engenheiro civil de formação, assumiu a presidência da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), permanecendo no cargo até 1960. Neste período a Companhia modernizou seus postos e conquistou novos mercados. Sá Lessa inaugurou os primeiros escritórios da empresa no exterior.

Em 1961, nomeado por [[Jânio Quadros]] – em seu último ato político antes da renúncia – entra em cena seu novo presidente, [[Eliezer Batista]], "o engenheiro ferroviário que ligou a Vale ao resto do mundo". Percebendo a necessidade dos japoneses de expandir seu parque siderúrgico, grandemente danificado na segunda guerra, criou o conceito de ''distância econômica'', o que permitiu à Vale entregar [[minério de ferro]] ao [[Japão]] – [[antípoda]] do Brasil – a preços competitivos com o das minas da [[Austrália]], através do [[Porto de Tubarão]], depois de sua inauguração, em 1966.<ref name=Eliezer/>

{{quote|Abrimos o mercado para um produto que podia valer pouco, mas a ideia era ganhar dinheiro com a "logística", transformando uma distância física (a rota Brasil-Japão-Brasil) numa "distância econômica" '', (o valor para colocar o minério nas usinas japonesas), explica Eliezer.<ref name=Eliezer>[http://www.celuloseonline.com.br/noticia/noticia.asp?pagina=2&idnoticia=6363FARO, FARO,Luiz Cesar, POUSA, Carlos  e FERNANDEZ, Claudio. ''Apanhado de entrevistas com Eliezer Batista''. Patrocínio Cia. Vale do Rio Doce e Sepetiba Tecon - Tiragem dirigida, 2005]{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref>}}

Foram assinados, em 1962, contratos de exportação, válidos por 15 anos, com 11 siderúrgicas japonesas, num total de 5 milhões de toneladas/ano – quase que dobrando a produção da Vale. Ainda em 1962 a Vale produziu cerca de 8 milhões de toneladas de minério de ferro.<ref>{{en}}[http://www.cvrd.com.br/cvrd/templates/htm/vale/hot%5Fsites/booklet/revistas/booklet2004.pdf ''CVRD: 62 Years of successful presence in he iron ore market.Iron ore products''. Cia Vale do Rio Doce: 2004]</ref>

Com a criação da [[Docenave]], em 1962, e a inauguração do [[Porto de Tubarão]], em 1966, a Vale entrou numa fase de crescimento vertiginoso, em que sua produção passou de 10 milhões de toneladas/ano, em 1966, para 18 milhões, em 1970, e atingiu a incrível marca de 56 milhões de toneladas/ano, em 1974, ano em que a então estatal assumiu a liderança mundial na exportação de minério de ferro, a qual nunca mais perdeu. Nos anos 1980, a empresa chegou a ser a maior do setor de navegação de longo curso no Brasil, mas foi vendida pela Vale em 2010.<ref>{{citar web |url=https://exame.com/negocios/vale-vai-encerrar-operacoes-da-docenave-m0076758/|titulo=Vale vai encerrar operações da Docenave|editor=[[Revista Exame]]|data=14 de outubro de 2010|acessodata=16 de junho de 2022|autor=Consuelo Dieguez}}</ref>
[[Imagem:CVRD.svg|thumb|esquerda|upright=1.3|Logo da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).]]

As primeiras iniciativas da Companhia Vale do Rio Doce no setor aurífero foram nos anos 1970, época em que foram empreendidos estudos para o aproveitamento do ouro encontrado em conjunto com o minério de ferro de suas reservas em Itabira. Na década de 1980, com os primeiros resultados das pesquisas feitas pela Docegeo em depósitos descobertos em 1978 no interior da Bahia (na chamada faixa Weber, entre os municípios de [[Araci]] e [[Teofilândia]]).<ref>Vale S.A. [http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/news/Documents/historia70anos/Vale_Livro_Nossa_Historia_cap6.pdf As primeiras iniciativas da Companhia Vale do Rio Doce no setor aurífero]</ref>

Em 1979, quando tomou posse como presidente da República, o [[general]] [[João Batista Figueiredo]] reconduziu [[Eliezer Batista]] à presidência da Vale. Ex-ministro do presidente deposto [[João Goulart]], Eliezer foi, durante o regime militar, diretor-presidente da [[Minerações Brasileiras Reunidas]] S/A (MBR), vice-presidente da Itabira lnternational Company, diretor da Itabira Eisenerz GMPH, com sede em Dusseldorf, na Alemanha Ocidental, presidente da Rio Doce Internacional S/A, subsidiária da Vale com sede em Bruxelas, consultor e promotor de negócios para o governo mineiro e presidente da Paranapanema, uma das maiores mineradoras do país. Em 2016, Eliezer foi homenageado pela empresa através do lançamento do Complexo S11D Eliezer Batista, o maior projeto de mineração do mundo que substitui o uso de caminhões fora de estrada por correias transportadoras e é capaz de reduzir até 70% o consumo de diesel na mineração do local.<ref>{{citar web|url=http://www.vale.com/hotsite/PT/Paginas/Home.aspx|titulo=S11D - Complexo Eliezer Batista|editor=Vale S.A.|acessodata=16 de junho de 2022}}</ref>

As jazidas de [[Carajás (proposta de unidade federativa)|Carajás]], descobertas pela Cia Meridional de Mineração, subsidiaria da [[United States Steel]] (USSteel), em fins da década de 60, revelaram um extraordinário volume de minério de ferro de alto teor (cerca de 36 bilhões de toneladas numa primeira avaliação). Diante deste volume, o Governo Brasileiro (por sugestão do General [[Afonso Augusto de Albuquerque Lima|Albuquerque Lima]], Ministro do Interior do [[Costa e Silva|Governo Costa e Silva]]) aconselhou a USSteel a negociar com a Companhia Vale do Rio Doce uma associação, que resultou na criação da Amazônia Mineração, com participação meio a meio de ambas as empresas (a qual passou a deter os direitos de pesquisa e posteriormente de lavra). Paralelamente foi criada, com igual participação, uma empresa de consultoria, a VALUEC (Vale and USSteel Engineering and Consultants), que realizou os estudos de engenharia e iniciou a construção dos projeto. Nesta fase a CRVD era presidida pelo Eng Raimundo Mascarenhas, antigo e respeitado funcionário de carreira da empresa, que conduziu as negociações pelo lado Brasileiro. Mascarenhas foi sucedido por Fernando Roquete Reis, que finalmente comprou a parte da USSteel na Amazônia Mineração, quando esta desistiu de participar da construção da ferrovia de Carajás.<ref>{{citar web |url=https://jus.com.br/artigos/72084/ingerenciamentos-das-privatizacoes|titulo=Ingerenciamentos das privatizações: Companhia Vale do Rio Doce S/A|editor=JUS.com.br|autor=Jacinto Sousa Neto|data=13 de fevereiro de 2019|acessodata=16 de junho de 2022}}</ref>

Situado na [[Serra dos Carajás]], o Projeto Grande Carajás é uma imensa província mineralógica que contém a maior reserva mundial de minério de ferro de alto teor, além de grandes reservas de [[manganês]], [[cobre]], [[ouro]] e minérios raros. Para a realização desse projeto, foi criada uma grande infraestrutura, que inclui a [[Usina Hidrelétrica de Tucuruí]], uma das maiores do mundo, a Estrada de Ferro Carajás e o porto de [[Ponta da Madeira]], localizado em [[São Luís (Maranhão)|São Luís]], ([[Maranhão|MA]]). A [[Estrada de Ferro Carajás]] foi criada em 1978 e atualmente possui 892 quilômetros onde são transportados 120 milhões de toneladas de carga e 350 mil passageiros por ano.<ref>{{citar web|url=http://www.vale.com/brasil/PT/initiatives/innovation/carajas-railway/Paginas/default.aspx|titulo=Estrada de Ferro Carajás: o caminho por onde passa a nossa riqueza|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>O [[Projeto Grande Carajás]] entrou em operação em 1985, o que permitiu à Vale bater novo recorde na extração de [[minério de ferro]], em 1989, com 108 milhões de toneladas métricas.<ref>Coelho, Tádzio Peters. [https://www.ufjf.br/poemas/files/2014/07/Coelho-2014-Projeto-Grande-Caraj%c3%a1s.pdf Programa Grande Carajás: Trinta anos de desenvolvimento frustrado]. Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas/Ford Foundation. 2014.</ref>

=== Privatização ===
A Vale foi [[privatização|privatizada]] no dia 6 de maio de 1997 – durante o governo de [[Fernando Henrique Cardoso]] – com financiamento subsidiado, disponibilizado aos compradores pelo [[Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social|BNDES]]. A venda do [[controle acionário]] de 41,73% das ações ordinárias da Vale foi concretizada em 6 de maio de 1997 em leilão realizado na [[Bolsa de Valores do Rio de Janeiro]]. O novo controlador da companhia foi o Consórcio Brasil, liderado pela [[Companhia Siderúrgica Nacional]], de [[Benjamin Steinbruch]], com 16,30% (1,3 bilhão de reais); 10,43% (834,5 milhões de reais) com a Litel Participações ([[Fundo de pensão|fundos de pensão]]); 10% (800 milhões de reais) com a Eletron S/A (liderada pelo [[banco Opportunity]]); e 5% (400 milhões de reais) com a Sweet River ([[NationsBank|Nations Bank]]). O controle acionário da Vale foi adquirido por 3 338 178 240 de dólares ou cerca de 3,3 bilhões de dólares, na ocasião,<ref name=LEILAO>[http://jornal.valeparaibano.com.br/1997/05/07/neco/vale.html  ''Consórcio da CSN compra a Vale em leilão.'' O ValeParaibano, Vale do Paraíba, quarta-feira, 7 de maio de 1997]</ref> representando menos de um quarto do capital total da empresa,<ref name="Não-nomeado-xXKx-1">{{Citar web|ultimo=Brasil|primeiro=CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do|url=http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/companhia-vale-do-rio-doce-cvrd|titulo=COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD)|acessodata=2021-11-18|website=CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil|lingua=pt-br}}</ref> antes pertencente à União, que representava 41,73% das ações ordinárias (com direito a voto) da empresa.<ref name="HIST"/> As ações preferenciais (sem direito a voto) continuaram em mãos de acionistas privados. No dia da privatização ocorreu uma manifestação em frente e [[Bolsa de Valores do Rio de Janeiro]] que contou com cerca de 300 pessoas, segundo consta no livro que descreve a história da empresa.<ref name="História-Capt8_Vale">{{citar web|url=http://www.vale.com/pt/aboutvale/book-our-history/documents/livro/vale_livro_nossa_historia_cap8.pdf|titulo=Vale {{!}} Nossa História (capítulo 8)|data=2012|editor=Vale S.A.|acessodata=2022-06-16|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161020074442/http://www.vale.com/pt/aboutvale/book-our-history/documents/livro/vale_livro_nossa_historia_cap8.pdf|arquivodata=2016-10-20|urlmorta=y}}</ref><ref name=":3">{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc070513.htm|titulo=Vale é vendida por R$ 3,3 bi e ágio de 20%|data=1997-05-07|acessodata=2021-11-18|website=Folha de S.Paulo}}</ref>

O Consórcio Brasil criou a Valepar, que foi constituída em 9 de abril de 1997, com o objetivo, exclusivamente, de participar como acionista da Vale, da qual era controladora.<ref name=":3" /><ref name=":4">{{Citar web|url=https://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,AA1322602-9356,00.html|titulo=Saiba mais sobre a Vale do Rio Doce e a Inco|data=2006-10-24|acessodata=2023-06-12|website=G1}}</ref>

Quando foi privatizada, a Vale produzia 114 milhões de toneladas/ano, nível que se manteve praticamente estável nos dois anos subsequentes à [[privatização]], para subir acentuadamente em 2000 – quando da incorporação à Vale da Samitri, Socoimex e da participação na GICC.<ref name=":9">{{citar web|url=https://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,AA1323417-9356,00-SAIBA+MAISNOVE+ANOS+APOS+PRIVATIZACAO+VALE+VIRA+A+GLOBAL.html|titulo=Nove anos após privatização, Vale vira 2ª global|data=24-10-2006|acessodata=11-04-2024|website=G1}}</ref> Devido a essas aquisições, torna-se mais difícil a comparação direta dos números de produção, de 2000 em diante, com os anteriores.<ref name="Eliezer" /> Logo após a privatização, entretanto, os lucros da empresa aumentaram consideravelmente.<ref name="HIST" />

Em 2001, a CSN deixou a Vale, após uma operação de descruzamento de ações entre as duas companhias. Previ e [[Bradespar]] venderam ao Grupo Vicunha suas participações na CSN, enquanto a CSN vendeu sua participação na Vale ao [[Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil|Previ]] e à [[Bradespar]].<ref name=":4" /><ref name=":9" />

Em 2002, a Vale adquiriu a [[Ferteco Mineração|Ferteco]] e, em 2003, a [[Caemi]]. No mesmo ano, a Vale fez parceria com Sebrae para qualificar cerca de 300 micros e pequenas empresas nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Pará, Maranhão e Mato Grosso do Sul. O investimento em programas especiais chegou a 4,9 milhões de reais.<ref>{{citar web|url=http://www.prefeitoempreendedor.sebrae.com.br/noticias/noticia.php?id=1935|titulo=Convênio Vale-Sebrae vai qualificar cerca de 300 micro e pequenas empresas no país|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Em 2005, sua produção de [[minério de ferro]] – que engloba a produção da Samitri e de todas as suas incorporadas a partir de 2000 – se elevou a 255 milhões de toneladas, sendo 58 milhões destinadas às siderúrgicas brasileiras e 197 milhões destinadas à exportação.<ref>[http://www.cvrd.com.br/cvrd/templates/htm/vale/hot%5Fsites/booklet/revistas/booklet2006.pdf Booklet da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) ''Iron Ore Products 2006''.]</ref>

Esse enorme ganho de lucratividade se deveu, sobretudo, ao grande aumento havido no preço do minério de ferro, que subiu 123,5% entre 2005 e 2006<ref name=DW>[http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2229953,00.html HOFFMANN, Geraldo. ''Vale do Rio Doce, uma empresa com pulmão de ferro''. [[Deutsche Welle]]: Brasil, 26.11.2006]</ref> – graças ao aumento da procura mundial, sobretudo pela [[China]] –, o que permitiu à Vale, a maior detentora de reservas de minério de ferro do mundo, fazer pesados investimentos e implementar controles de gestão, tornando-se ainda mais competitiva para atender, assim, às novas necessidades chinesas e, consequentemente, manter sua posição de maior exportadora de minério de ferro do mundo. Este ganho refletiu-se em elevação da competitividade da empresa no cenário internacional.<ref name=NUNES>{{Citar web |url=http://www.tesouro.fazenda.gov.br/Premio_TN/IIpremio/ajuste_fiscal/1tefpIIPTN/NUNES_Ricardo_da_Costa.pdf |titulo=NUNES, Ricardo da Costa - Privatização e Ajuste Fiscal no Brasil |acessodata=2006-12-25 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110706155638/http://www.tesouro.fazenda.gov.br/Premio_TN/IIpremio/ajuste_fiscal/1tefpIIPTN/NUNES_Ricardo_da_Costa.pdf |arquivodata=2011-07-06 |urlmorta=yes }}</ref>

No carnaval de 2003, a [[Acadêmicos do Grande Rio|Grande Rio]] homenageou a Vale com o samba "O Brasil que Vale", o enredo celebrava a mineração como uma aliada da preservação ambiental e a chave para o desenvolvimento.<ref>{{citar web|url=http://www.vale.com/brasil/pt/aboutvale/news/paginas/ha-13-anos-vale-homenageada-marques-sapucai.aspx|titulo=Há 13 anos, a Vale era homenageada na Marquês de Sapucaí|editor=Vale S.A.|data=5 de fevereiro de 2016|acessodata=16 de junho de 2022}}</ref> Também neste ano foi fundada a A Valer, universidade corporativa da Companhia, tendo como objetivo promover treinamento para líderes,<ref>{{citar web|url=http://www.revistamelhor.com.br/sede-da-vale-inaugura-espaco-da-universidade-corporativa/|titulo=Sede da Vale inaugura espaço da universidade corporativa|editor=Revista Melhor RH|data=29 de janeiro de 2014|acessodata=16 de junho de 2022}}</ref> e que em 2017 recebeu, através do Conselho Global de Universidades Corporativas (Global CCU), um prêmio em Paris.<ref>{{citar web|url=http://www.vale.com/brasil/pt/aboutvale/news/paginas/universidade-vale-entre-melhores-universidades-corporativas-mundo.aspx|titulo=Universidade corporativa da Vale é premiada em Paris|editor=Vale S.A.|data=13 de abril de 2017 |acessodata=16 de junho de 2022}}</ref>

Por outro lado, o valor das ações da [[Petrobras]], não privatizada, subiu 1200% no período entre maio de 1997 e junho de 2007 (50% a mais que as ações da Vale, privatizada), seu valor de mercado superou a marca dos cem bilhões de dólares.<ref>{{Citar web |url=http://www2.petrobras.com.br/portal/frame.asp?pagina=%2Fri%2Fport%2FNoticias%2FNoticias%2FIndex.asp&lang=pt&area=ri |titulo=''Petrobras é a oitava empresa mais respeitada do mundo.'' |acessodata=2019-05-28 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090402150647/http://www2.petrobras.com.br/portal/frame.asp?pagina=%2Fri%2Fport%2FNoticias%2FNoticias%2FIndex.asp&lang=pt&area=ri |arquivodata=2009-04-02 |urlmorta=yes }}</ref> A Vale incorporou a [[CVRD Inco|INCO canadense]], em 2006.<ref name=":9" /> Após essa incorporação, o novo conglomerado empresarial CVRD Inco tornou-se a 31ª maior empresa do mundo, atingindo um valor de mercado de 298 bilhões de reais, ultrapassando assim a [[IBM]] e – por algumas semanas – até 8 de novembro de 2007, superando a [[Petrobras]] em cerca de 8 bilhões de reais.<ref>[http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2007/10/01/vale_do_rio_doce_supera_petrobras_em_valor_de_mercado_1028055.html Vale do Rio Doce supera Petrobras em valor de mercado]</ref><ref name=TUPI>{{Citar web |url=http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2007/11/09/valor_da_estatal_sobe_r_48_bi_1075920.html |titulo=''Valor da estatal sobe R$ 48 bi.'' Agência Estado, 9 de novembro de 2007 |acessodata=2007-11-09 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20071111175513/http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2007/11/09/valor_da_estatal_sobe_r_48_bi_1075920.html |arquivodata=2007-11-11 |urlmorta=yes }}</ref><ref>{{Citar web |url=https://oglobo.globo.com/economia/governo-retira-de-leilao-blocos-vizinhos-nova-descoberta-gigante-da-petrobras-diz-que-pais-4141796 |titulo=Governo retira de leilão blocos vizinhos à nova descoberta gigante da Petrobras e diz que país ... |data=2007-11-08 |acessodata=2021-01-25 |website=O Globo |lingua=pt-BR}}</ref>

Em 2006, a Vale adquiriu 100% das ações da [[Caemi]], a qual detinha 85% das ações da [[Minerações Brasileiras Reunidas]] (MBR), empresa sediada em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, segunda maior produtora e exportadora de minério de ferro do Brasil. Com essa aquisição, a Vale que já detinha diretamente 5% da MBR, passa a ser detentora de 90% das ações da MBR. Em outubro do mesmo ano, a Vale comprou a canadense [[Vale Inco|Inco]], tornando-se a segunda maior empresa de mineração do mundo, atrás da anglo-australiana BHP Billiton.<ref>[http://g1.globo.com/Noticias/Economia/0,,AA1322545-5599,00.html Portal G1 -  VALE COMPRA EMPRESA CANADENSE E SE TORNA 2ª MAIOR DO MUNDO]</ref> A empresa brasileira comprou 75,66% das ações ordinárias da Inco por cerca de 18 bilhões de dólares.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,AA1322545-9356,00.html|titulo=G1 > Economia e Negócios - NOTÍCIAS - Vale compra empresa canadense e se torna 2ª maior do mundo|acessodata=2024-01-25|website=g1.globo.com}}</ref>

A Vale associou-se à ''Henan Longyu Energy Resources Ltda. (Longyu)'', empresa localizada na [[China]] e da qual a companhia possui 25% do capital, em associação com empresas chinesas.<ref>[http://br.biz.yahoo.com/financas/reuters/reuters/article.html?s=brfin/financas/060126/reuters/reuters/VALE_estuda_projeto_para_pelotas_de_minerio_de_ferro_na_China.html Yahoo! Finanças]</ref> Em 2006, chegou ao terminal de Praia Mole, em [[Vitória (Espírito Santo)|Vitória]], o primeiro carregamento de carvão [[antracito]], de 40 mil toneladas produzido pela Longyu. A Vale adquiriu 25% do capital da ''Shandong Yankuang International Coking Co.'', associação com o ''Yankuang Group Co''. e ''Itochu Corporation'', para a produção de coque metalúrgico.{{carece de fontes}}

Desde 2009, a Vale adquiriu a produção de carvão térmico e passou a exportar ativos da Colômbia de [[Cementos Argos]] com um acordo de 305 milhões de dólares.<ref>{{citar web|url=http://paguntaka.org/2008/12/29/brazilian-mining-company-vale-to-buy-coal-mine-asset-from-cementos-argos/|titulo=Brazilian Mining Company, Vale To Buy Coal Mine Asset from Cementos Argos|data=29 de dezembro de 2008|acessodata=26 de janeiro de 2019|editor=Mining Exploration News|lang=en}}</ref> Em 2011 a Vale passou a administrar o depósito de carvão de [[Moatize]], em [[Moçambique]], onde estima ser possível produzir 14 milhões de toneladas de produtos de carvão metalúrgico, e pesquisa ainda o depósito de carvão subterrâneo Belvedere, em [[Queensland]], [[Austrália]], com reservas estimadas em 2,7 bilhões de toneladas. Em 2021, a Vale concluiu a venda de seus ativos de carvão.<ref>{{Citar web|url=https://vale.com/pt/w/vale-conclui-a-venda-de-seus-ativos-de-carvao|titulo=Vale conclui a venda de seus ativos de carvão|acessodata=2024-01-27|website=Vale|lingua=pt-BR}}</ref>

Em 2010, fez uma grande aquisição no segmento de fertilizantes por meio da sua subsidiária Mineração Naque Adquiriu as ações de propriedade da Mosaic ([[The Mosaic Company]]), da Fertifos (Fertifos Administração e Participações) e da Fosfertil (Fertilizantes Fosfatados), além de 100% do capital da Bunge Participações e Investimentos (BPI). Nessa mesma operação a Vale também adquiriu uma planta de processamento localizada em [[Cubatão]], no estado de [[São Paulo (estado)|São Paulo]], com capacidade para produzir 300 000 toneladas métricas por ano de superfosfato simples.<ref>{{citar web |url=http://exame.abril.com.br/negocios/empresas/noticias/vale-compra-fosfertil-minas-bunge-us-3-8-bi-528992 |titulo=Vale compra Fosfertil e minas da Bunge por US$ 3,8 bi |editor=Revista Exame |data=10 de outubro de 2010 |acessodata=26 de janeiro de 2019}}</ref> Em dezembro de 2016, a Vale vendeu os seus negócios de fertilizantes em Sergipe e no exterior, mantendo apenas ativos de fosfatados em Cubatão.<ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/12/1842706-vale-vende-ativos-de-fertilizantes-para-mosaic-por-us-25-bilhoes.shtml|titulo=Vale vende ativo de fertilizantes para Mosaic por US$ 2,5 bilhões|data=Dezembro de 2016|acessodata=26 de janeiro de 2019|publicado=Folha de S. Paulo|ultimo=|primeiro=}}</ref> Em 28 de julho de 2011 a ''Vale'' divulga lucro líquido de pouco menos de 6 e meio bilhões de dólares no segundo trimestre de 2011.<ref>{{citar web |url=https://web.archive.org/web/20140301233543/http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idnoticia=201107282113_RTR_1311887193nE5E7HG00L |titulo=Vale tem lucro líquido recorde de US$ 6,45 bi no 2° trimestre |editor=[[Portal Terra]] |data=28 de julho de 2011 |acessodata=26 de janeiro de 2019}}</ref>
[[Imagem:Roger_agnelli.JPG|thumb|upright|esquerda|[[Roger Agnelli]], ex-presidente da Vale.]]

Em março de 2011, foi iniciada uma campanha do governo brasileiro para demitir o então presidente da Vale, [[Roger Agnelli]].<ref name="epoca">{{citar web|url=http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI231505-15223,00-DE+ROGER+PARA+DILMA.html|titulo=De: Roger para: Dilma|ultimo1=Corrêa|primeiro1=Hudson|ultimo2=Souza|primeiro2=Leonardo|data=7 de maio de 2011|formato=|obra=|publicado=Revista Época|acessodata=21 de março de 2016|citacao=}}</ref> [[Dilma Roussef]] teria enviado [[Guido Mantega]] para convencer o [[Bradesco]], principal sócio da Vale a aceitar sua substituição.<ref name="epoca" /> Em outra frente, o ministro [[Edson Lobão]] pressionava publicamente a empresa a pagar cinco bilhões de reais de [[Royalty|royalties]] pela exploração do solo do país.<ref name="epoca" /> Em 14 de março Agnelli havia enviado a Dilma uma carta onde expressava sua preocupação de que a disputa dos royalties estava envolvida num contexto político e que haveria desvio de verbas na prefeitura de [[Parauapebas]].<ref name="epoca" /> A Vale já havia pago 700 milhões ao município que continuava com péssimos indicadores, o entorno da cidade cercado de favelas, bairros próximos ao centro têm esgoto a céu aberto e ruas sem asfalto.<ref name="epoca" /> Com apoio do [[Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]] (BNDES) e da [[Previ]] que juntos detinham 60,5% da Vale, Agnelli foi substituído, deixando a presidência em maio de 2011.<ref name="epoca" /> Seu sucessor foi Murilo Ferreira que nos seus 6 anos de comando da companhia a tornou mais enxuta, aumentando sua capacidade operacional e mantendo um nível de endividamento saudável para a empresa.<ref>{{citar web|url=http://revistapegn.globo.com/Negocios/noticia/2017/02/murilo-ferreira-deixara-presidencia-da-vale-em-maio.html|titulo=Murilo Ferreira deixará a presidência da Vale em maio|editor=[[Pequenas Empresas Grandes Negócios]]/[[O Globo]]|data=24 de fevereiro de 2017|acessodata=16 de junho de 2022}}</ref> No seu período de gestão, por volta de 20 projetos foram entregues no prazo estipulado, incluindo o S11D.<ref>{{citar web|url=https://valor.globo.com/empresas/noticia/2016/12/17/vale-projeto-s11d-foi-implantado-apesar-das-incertezas-diz-ferreira.ghtml|titulo=Vale: Projeto S11D foi implantado apesar das incertezas, diz Ferreira|autor=Francisco Góes|data=17 de dezembro de 2016|acessodata=16 de junho de 2022|editor=[[Valor Econômico]]}}</ref> Em 2017, quem tomou posse da presidência foi [[Fabio Schvartsman]].<ref>{{citar web|url=http://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2017/05/epoca-negocios-fabio-schvartsman-toma-posse-como-presidente-da-vale.html|titulo=Fabio Schvartsman toma posse como presidente da Vale|data=22 de maio de 2017|acessodata=16 de junho de 2022|editor=[[Revista Época]]/[[Reuters]]}}</ref>

Em 2012, a [[Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social|Fundação Vale]], criada em 1968 com objetivo de atender à demanda de habitação dos funcionários da Vale, passou por uma diversificação e ampliação de seu escopo de trabalho. A Fundação passou a focar no desenvolvimento dos territórios onde a Vale atua, buscando melhorar a qualidade de vida das comunidades com investimentos sociais efetivados, preferencialmente, por meio de parcerias.<ref>{{citar web|URL = https://www.fundacaovale.org/institucional/quem-somos/|editor = Fundação Vale|titulo = Quem somos |acessadoem = 11 de fevereiro de 2015}}</ref> Um dos principais projetos é o Programa AGIR – Apoio a Geração e Incremento de Renda – que surgiu em 2013 e tem ações no Pará, Minas Gerais, Espírito Santo e Maranhão. O programa tem como objetivo alavancar pequenos negócios sociais localizados em áreas onde a Vale atua, para isso oferece consultorias, mentorias e acompanhamento dos empreendimentos, por meio de incubadoras e aceleradoras.<ref>{{citar web|url=http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/news/Paginas/programa-agir-um-ano-apostando-iniciativas-empreendedoras.aspx|titulo=Programa AGIR: um ano apostando em iniciativas empreendedoras|editor=Vale S.A.|acessodata=16 de junho de 2022|data=21 de novembro de 2014}}</ref> A Fundação Vale também expandiu seus projetos para Moçambique, [[Nova Caledónia|Nova Caledônia]] e Omã.<ref>{{citar web|url=http://www.vale.com/brasil/pt/initiatives/environmental-social/fundacao-vale/paginas/default.aspx|titulo=Uma referência na agenda social brasileira|editor=Fundação Vale|acessodata=26 de janeiro de 2019}}</ref>

Atualmente a Vale realiza investimentos importantes para a produção de [[cobre]], devendo tornar-se, em poucos anos, um dos maiores ''players'' mundiais desta ''[[commodity]]''. Dentre outros investimentos importantes que a Vale realiza, pode-se citar o incentivo à implantação de novas [[siderúrgica]]s no [[Brasil]] através de participação minoritária e o controle de uma das maiores estruturas de logística do país, incluindo [[ferrovia]]s e [[navio]]s. Além disso, a Vale possui vários programas de proteção ambiental como a Reserva Natural Vale, no Espírito Santo, que tem ao todo 23 mil [[Hectare|hectares]] e protege a Floresta de Tabuleiro, uma das formações florestais mais ameaçadas do [[Biomas do Brasil|Bioma]] [[Mata Atlântica]].<ref>{{citar web|url=http://www.vale.com/brasil/pt/initiatives/environmental-social/natural-reserve/paginas/default.aspx|titulo=A Reserva Natural Vale|editor=Vale S.A.|acessodata=16 de junho de 2022}}</ref>

O [[Instituto Tecnológico Vale]] (ITV), instituição de ensino e pesquisa da empresa, foi criado em 2009 com o objetivo de criar opções de futuro por meio da pesquisa científica e do desenvolvimento de tecnologias. Atualmente possui duas unidades: em [[Belém (Pará)|Belém]], com foco em [[desenvolvimento sustentável]] e em [[Ouro Preto]], com foco em mineração.<ref>{{citar web|URL = http://www.vale.com/pt/aboutvale/initiatives/itv/paginas/default.aspx|título = ITV|editor =Vale S.A. |acessadoem = 7 de outubro de 2014}}</ref>

Em 2014, o BNDES aprovou financiamento de 6,2 bilhões de reais para projeto de expansão da Vale. O projeto visa a construção de uma unidade mineradora e de beneficiamento de minério de ferro, com capacidade para 90 milhões de toneladas por ano, e de um ramal ferroviário entre as cidades de [[Canaã dos Carajás]] e Parauapebas (PA), além da expansão da capacidade de transporte da Estrada de Ferro Carajás para 230 milhões de toneladas por ano.<ref>{{Citar web|titulo=BNDES aprova financiamento de R$ 6,2 bilhões para expansão da Vale|url=http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2014/04/bndes-aprova-financiamento-de-r-62-bilhoes-para-expansao-da-vale.html|obra=Negócios|data=15 de abril de 2014|acessodata=4 de julho de 2019|lingua=pt-br|primeiro=Do Valor|ultimo=OnLine}}</ref>

Em agosto de 2017, a Vale celebrou um novo acordo de acionistas, consolidando um conjunto de transformações em sua estrutura de propriedade e controle. Quanto à propriedade, a empresa extinguiu sua estrutura acionária dual, encerrando a negociação de ações preferenciais. Essa mudança equalizou os direitos políticos e econômicos dos acionistas. Da perspectiva do controle, a Vale realizou modificações substanciais na composição da Diretoria Executiva, assim como alterou seu Estatuto Social e elegeu dois membros independentes para o Conselho de Administração, refletindo o processo de extinção progressiva do antigo grupo controlador, a Valepar.<ref>{{Citar periódico |url=https://periodicos.unb.br/index.php/repam/article/view/23696 |titulo=A Construção Social de uma Corporação Transnacional: notas sobre a "nova ‘privatização’" da Vale |data=2019-07-03 |acessodata=2022-10-13 |jornal=Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas |número=2 |ultimo=Santos |primeiro=Rodrigo Salles Pereira dos |paginas=230–270 |lingua=pt |doi=10.21057/10.21057/repamv13n2.2019.23696 |issn=1984-1639}}</ref>

Em 2018, a Vale adquiriu a [[Ferrous Resources do Brasil]], empresa especializada na produção de minério de ferro por 550 milhões de dólares.<ref>{{Citar web|titulo=Vale compra controle da Ferrous por US$ 550 milhões|url=https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/12/05/vale-compra-controle-da-ferrous-por-us-550-milhoes.ghtml|obra=G1|data=5 de dezembro de 2018|acessodata=|lingua=pt-br|primeiro=|ultimo=}}</ref>

Em agosto de 2020, o [[Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social|BNDES]] realizou a venda de 8,1 bilhões de reais em ações da mineradora Vale, sendo a maior venda em bloco já realizada na América Latina. A operação reduziu a fatia do BNDES na Vale de 6,12% para cerca de 3,7%. Entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021, o BNDES vendeu todo o restante das ações, deixando de ser sócio da Vale. No total, o banco arrecadou 24 bilhões de reais com a venda de papéis da mineradora e a União deixou de ter participação acionária indireta, mantendo as ''[[Golden share|golden shares]]''.<ref>{{Citar web|url=https://br.financas.yahoo.com/noticias/bndes-vende-%C3%BAltimas-a%C3%A7%C3%B5es-e-173300408.html|titulo=BNDES vende últimas ações e deixa de ser sócio da Vale|acessodata=2022-11-18|website=br.financas.yahoo.com|lingua=pt-BR}}</ref>

== Segmentos de atuação ==

=== Logística ===
[[Imagem:Vale Brasil 04.JPG|thumb|''[[MS Ore Brasil]]'', navio para transporte de minério da Vale]]
[[Imagem:Estrada de Ferro Carajas 4.jpg|thumb|Trem da Vale transportando minério de ferro pela [[Estrada de Ferro Vitória a Minas]] (EFVM).]]A empresa mantém uma rede de logística que integra minas, ferrovias, navios e portos no [[Brasil]], [[Indonésia]], [[Canadá]], [[Omã]], [[Malásia]] e [[China]]. A Vale opera cerca de 2 mil quilômetros de malha ferroviária no Brasil e tem acordos para utilizar linhas na África. A Vale também conta com uma rede de portos e terminais conectados às minas por meio das ferrovias no Brasil, na Indonésia, na Malásia e em Omã, além de operar navios de grande porte.<ref>{{citar web |url=http://www.vale.com/brasil/pt/business/logistics/paginas/default.aspx|editor=Vale S.A.|titulo=Logística|acessodata=16 de junho de 2022}}</ref>

A Vale adquiriu vagões e locomotivas para utilização no transporte de seus produtos e de carga geral para clientes na [[Estrada de Ferro Carajás]] (EFC) e [[Estrada de Ferro Vitória a Minas]] (EFVM). No Brasil, a Vale opera nos [[Porto de Tubarão|Portos de Tubarão]] e Praia Mole (ES), o [[Ponta da Madeira|Terminal Marítimo de Ponta da Madeira]] (MA), o [[Porto de Itaguaí|Terminal Marítimo de Itaguaí]] (RJ) por meio de sua subsidiária CPBS, o Terminal Marítimo da Ilha do Guaíba (RJ). Também opera terminais no Canadá, na Indonésia, em Omã e na Malásia. <ref>[https://www.cnnbrasil.com.br/economia/governo-cobra-mais-r-20-bilhoes-da-vale-por-concessao-de-ferrovia-em-carajas/ Governo cobra mais R$ 20 bilhões da Vale por concessão de ferrovia em Carajás | CNN Brasil]</ref><ref name=":5">{{Citar web|url=https://vale.com/pt/logistica|titulo=Logística|acessodata=2024-01-26|website=Vale|lingua=pt-BR}}</ref>

A Vale atua no transporte marítimo de minério de ferro e pelotas, por meio de afretamento de navios, como [[Valemax]] e Guaibamax.<ref name=":5" />

A Vale detém uma participação de 29,6% na [[VLI Multimodal S.A.|VLI]], a qual opera a [[Ferrovia Centro-Atlântica S.A.|Ferrovia Centro-Atlântica]] (FCA) e o tramo norte da [[Ferrovia Norte-Sul]] (FNS), com acordos operacionais para uso das ferrovias da Vale; e, direta e indiretamente, 48,16% do capital social da [[MRS Logística S.A.|MRS Logística]], cuja malha transporta o minério de ferro das minas do Sistema Sul para os terminais marítimos da Vale.<ref name=":5" />

=== Energia ===
[[Imagem:Visita à vale do rio doce - panoramio.jpg|thumb|Terminal da [[Vale SA]] no [[Porto de Vitória]], [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]].]]A Vale atua na geração própria de energia, com capacidade instalada de 2,7 GW (2022), em ativos de geração hidrelétrica e eólica, com usinas próprias e participações em consórcios e empresas. A companhia utiliza a eletricidade produzida nessas usinas para consumo próprio.<ref name=":6">{{Citar web|url=https://vale.com/pt/energia|titulo=Energia|acessodata=2024-01-26|website=Vale|lingua=pt-BR}}</ref>

No Brasil, a Vale é proprietária de três centrais hidrelétricas (PCHs), uma usina solar ([[Usina Solar Sol do Cerrado|Sol do Cerrado]]) e possui participações em consórcios de usinas hidrelétricas (Candonga, [[Usina Hidrelétrica Estreito (Maranhão)|Estreito]] e [[Usina Hidrelétrica Machadinho|Machadinho]]).<ref name=":6" /><ref>{{Citar web|url=https://vale.com/pt/w/vale-atinge-capacidade-maxima-no-complexo-de-energia-solar-sol-do-cerrado|titulo=Vale atinge capacidade máxima no complexo de energia solar Sol do Cerrado|acessodata=2024-01-27|website=Vale|lingua=pt-BR}}</ref>

A Vale é sócia junto à [[Companhia Energética de Minas Gerais|Cemig]] de duas empresas de geração de energia: [[Aliança Geração]] e [[Aliança Norte Energia]], a qual possui 9% da [[Usina Hidrelétrica de Belo Monte]].<ref name=":6" />

A Vale também conta com cinco PCHs no Canadá e três hidrelétricas na Indonésia (Larona, Balambano e Karebbe).<ref name=":6" />

=== Minerais ferrosos ===
[[Imagem:Carajas Mine.jpg|thumb|Mina de [[ferro]] na [[Serra dos Carajás]], [[Pará]].]]
Em 2005 a produção de minério de ferro da Vale atingiu um novo recorde de 240,4 milhões de toneladas, 10,3% acima do volume produzido em 2004. Entre 2001 e 2005, a produção da companhia cresceu à taxa média anual de 15%. Contribuíram para esse resultado a entrada em operação da mina de Fábrica Nova no Sistema Sul, ''ramp-up'' de Capão Xavier, expansão de capacidade de Carajás e ganhos de produtividade em quase todas as demais minas. Em 2005 a produção de pelotas foi de 36,376 milhões de toneladas, 2,2% acima do volume de 2004. Foram produzidas 22,8 milhões de toneladas de pelotas de alto-forno e 13,6 milhões de toneladas de pelotas de redução direta. Em 2005, fechou o preço ''benchmark'' com a [[Nippon Steel & Sumitomo Metal|Nippon Steel]], uma das maiores siderúrgicas da Ásia, com aumento de 71,5% para o ''sinter feed'' Carajás em relação ao preço de 2004, o que corresponde ao maior reajuste da história. Já o preço FOB-Tubarão de pelotas subiu 86,67%, e para o minério de ferro granulado o aumento foi de 79%. As vendas de minério de ferro e pelotas bateram recorde em 2005, com 252,189 milhões de toneladas.{{carece de fontes}}

A produção da ''cadeia do'' alumínio em 2005 foi de 6,9 milhões de toneladas de bauxita, 2,6 milhões de toneladas de alumina e 496 mil toneladas de alumínio primário, níveis recordes. Após a entrada em operação de seus módulos 4 e 5, inaugurados no primeiro trimestre de 2006, a [[Alunorte]] se tornou na maior refinaria de alumina do mundo. Foi desenvolvida a mina de bauxita de [[Paragominas]], no [[Pará|Estado do Pará]], cujo início de produção ocorreu no primeiro trimestre de 2007. Em 2011, a Vale anunciou a conclusão da transação com a Norsk Hydro ASA (Hydro) para transferir todas as suas participações na [[Albras]] - Alumínio Brasileiro, [[Alumina do Norte do Brasil S.A.|Alunorte - Alumina do Norte do Brasil]] e Companhia de Alumina do Pará (CAP). A Vale também criou a empresa Mineração Paragominas (Paragominas) e transferiu a mina de bauxita de Paragominas e todos os seus demais direitos minerários de bauxita do Brasil. A Vale vendeu 60% da Paragominas à Hydro e os outros 40% foram vendidos até 2016. Em 2023, a Vale vendeu 40% da participação que detinha na Mineração Rio do Norte (MRN), produtora de bauxita, para a Ananke Alumina, uma empresa afiliada à Norsk Hydro ASA (Hydro).<ref>{{citar web |url=https://economia.estadao.com.br/noticias/negocios,vale-vende-participacoes-em-aluminio-e-bauxita-para-a-norsk-hydro,16217e |titulo=Vale vende participações em alumínio e bauxita para a Norsk Hydro|editor=[[O Estado de S. Paulo]] |acessodata=26 de janeiro de 2019 |data=2 de maio de 2010}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/vale-conclui-venda-de-fatia-em-mineradora-no-para-por-us-113-milhoes.ghtml|titulo=Vale conclui venda de fatia em mineradora no Pará por US$ 113 milhões|data=2016-12-15|acessodata=2024-01-27|website=G1|lingua=pt-br}}</ref><ref name=":7">{{citar web|ultimo=Vale S.A.|url=https://api.mziq.com/mzfilemanager/v2/d/53207d1c-63b4-48f1-96b7-19869fae19fe/573e99f4-40f9-0fe8-249b-10ae33e528e2?origin=1|titulo=Formulário de Referência 2023|data=2023|acessodata=27-01-2024|website=Vale}}</ref>[[Imagem:08_09_2021_Visita_à_Vale_(51436978257).jpg|thumb|Operações da companhia na Serra dos Carajás.]]O ''ICEE-98 - International Conference on Engeneering Education'', realizado no Rio de Janeiro em 1998, calculou que suas reservas de [[minério de ferro]], só em Carajás, sem contar com outros [[minério]]s, podiam durar 400 anos, com extração contínua aos níveis de então.<ref name="ICEE">{{en}} [http://www.ctc.puc-rio.br/icee-98/carajas.htm ''Carajás Mining in the Amazon Region - Iron Ore''. Rio de Janeiro: International Conference on Engeneering Education, 1998]</ref> Com a extração mantida aos níveis de 2005, o diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli, estima que as reservas de [[minério de ferro]] totais da companhia perdurem por 200 anos. As reservas de ferro de [[Corumbá]] durarão 30 anos, e as de [[manganês]], 80 anos.<ref>[http://www.riosvivos.org.br/canal.php?canal=220&mat_id=4099 ''Vale do Rio Docê prevê US$ 1 bilhão para pólo siderúrgico em Corumbá, MS''. Fonte: Correio do Estado, 09/09/04]</ref>

Em 2022, a Vale vendeu dos ativos de minério de ferro, manganês e logística do Sistema Centro-Oeste para a [[J&F Investimentos|J&F]] por 1,2 bilhão de dólares.<ref>{{Citar web|ultimo=bbento|primeiro=Mahmod A. Issa/|url=https://www.semadesc.ms.gov.br/vale-vende-mineradora-de-corumba-para-a-jf-por-r-12-bilhao/|titulo=Vale vende mineradora de Corumbá para a J&F por 1,2 bilhão de dólares|acessodata=2024-01-27|website=www.semadesc.ms.gov.br}}</ref>

Em 2022, a Vale produziu 307,79 milhões de toneladas de minério de ferro, sendo esta a principal fonte de receita da empresa (64%). Naquele ano, a companhia conduzia suas operações de minério de ferro no Brasil em três sistemas, cada um com capacidade de transporte e logística própria:<ref name=":7" />

* '''Sistema Sudeste'''ː localizado no [[Quadrilátero Ferrífero]] (MG), com três complexos de mineração (Itabira, Minas Centrais e Mariana). O minério é transportado pela [[Estrada de Ferro Vitória a Minas|Estrada de Ferro Vitória Minas]] (EFVM) ao [[porto de Tubarão]], no Espírito Santo.<ref name=":7" />
* '''Sistema Sul'''ː localizado no [[Quadrilátero Ferrífero]] (MG), com dois complexos de mineração (Vargem Grande e Paraopeba). A [[MRS Logística S.A.|MRS]] realiza o transporte do minério de ferro para os terminais marítimos da Ilha Guaíba e Itaguaí, no Rio de Janeiro. A ferrovia EFVM também conecta algumas minas ao porto de Tubarão (ES).<ref name=":7" />
* '''Sistema Norte'''ː localizado na [[Serra dos Carajás]] (PA), composto por três complexos de mineração (Serra Norte, Serra Sul e Serra Leste). A operação é realizada desde 1984, com a implantação do [[Projeto Grande Carajás]] e sua ampliação no [[Projeto Ferro Carajás S11D]]. O minério é transportado pela [[Estrada de Ferro Carajás|Ferrovia Carajás]] até o [[Ponta da Madeira|Terminal Marítimo de Ponta da Madeira]], no Maranhão.<ref name=":7" />

A Vale produz pelotas de minério de ferro no Brasil ([[Porto de Tubarão|Tubarão]], [[São Luís (Maranhão)|São Luís]], [[Nova Lima]] e [[Congonhas]]) e em Omã ([[Soar|Sohar]]), diretamente e por meio de ''joint ventures.'' A produção de pelotas foi de 32 milhões de toneladas em 2022.<ref name=":7" />

A companhia detém a concessão de lavra de minas de [[manganês]], na Serra dos Carajás (PA), na mina do Azul. No entanto as atividades estão suspensas desde 2020.<ref name=":7" />

=== Metais básicos ===
Em 2005, a Vale inaugurou sua atuação na indústria de concentrado de cobre (o primeiro ano completo de operação da Mina do Sossego) e já conta com 13 clientes, situados em 11 diferentes países. Foram iniciadas as obras da usina [[Hidrometalurgia|hidrometalúrgica]] de [[Serra dos Carajás|Carajás]], com capacidade de 10 mil toneladas anuais de cobre catodo. Construída junto à [[Mina do Sossego]], objetiva testar a tecnologia da rota hidrometalúrgica para o processamento do minério de cobre, com vistas a processar, no futuro, o minério a ser produzido pelos depósitos do Salobo e Alemão. A Vale também atuou na recuperação de cobre no [[Canadá]] em [[Sudbury (Ontário)|Sudbury]] e Voisey's Bay e no [[Chile]] por meio da planta Três Valles.

No ano de 2022, a companhia conduzia as operações integradas de [[níquel]] em três sistemas regionais de produção: [[Canadá]] ([[Sudbury (Ontário)|Sudbury]], [[Thompson (Manitoba)|Thompson]], Voisey’s Bay e [[Long Harbour-Mount Arlington Heights|Long Harbour]]), [[Indonésia]] e [[Brasil]] (mina Onça Puma, no Pará). A Vale tem as refinarias de níquelː Long Harbour, Port Colborne e Copper Cliff (Canadá), Clydach (Reino Unido) e [[Matsusaka]] (Japão). A exportação de níquel no Brasil se dá pelo porto de [[Porto de Vila do Conde|Vila do Conde]] (PA). A produção de níquel da empesa foi de 179 mil toneladas em 2022.<ref name=":8">{{Citar web|url=https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2023/01/31/producao-de-minerio-de-ferro-da-vale-soma-30779-mi-t-em-2022.htm|titulo=Produção de minério de ferro da Vale cai 1,6% em 2022 e fica abaixo da meta|acessodata=2024-01-27|website=economia.uol.com.br|lingua=pt-br}}</ref><ref name=":7" />

Em 2022, a Vale atuava na mineração de cobre na [[Serra dos Carajás]] (minas Salobo e Sossego), no Brasil, e no Canadá ([[Ontário]], [[Terra Nova e Labrador]]). A empresa produziu 253 mil toneladas de cobre em 2022.<ref name=":8" /><ref name=":7" />

A Vale produz cobalto como subproduto das operações de níquel nas refinarias de [[Port Colborne]] e [[Long Harbour-Mount Arlington Heights|Long Harbour]], no Canadá. As operações de metais básicos fora do Brasil são conduzidas pela subsidiária [[Vale Canada Limited]].<ref name=":7" />

Com o aumento da demanda por metais como níquel e o cobre para a produção de baterias no desenvolvimento de produtos para a [[transição energética]], a Vale reorganizou os ativos neste segmento e transferiu para uma nova subsidiária, a [[Vale Base Metals|Vale Base Metals Limited]], criada em 2023. A nova empresa busca fornecer minerais críticos essenciais para [[descarbonização]] e [[eletrificação]].<ref name=":02">{{citar web|ultimo=VALE|url=https://api.mziq.com/mzfilemanager/v2/d/53207d1c-63b4-48f1-96b7-19869fae19fe/6e23d3aa-4f9b-a737-c247-a1ab7228faa3?origin=1|titulo=Relatório Integrado 2023|data=2023}}</ref>

{{panorama|11-Predio da Vale e Nova Lima.jpg|800px|Vista panorâmica incluindo o prédio da Vale e a cidade de [[Nova Lima]], [[Minas Gerais]].}}

== Controvérsias ==
[[Imagem:Global Climate March Berlin -56 (22799527953).jpg|thumb|Protesto contra a Vale SA em [[Berlim]], [[Alemanha]].]]
[[Imagem:CPI do Pó Preto - Representantes da Vale - 23.04.15 (17040881707).jpg|thumb|Representantes da Vale na [[CPI do Pó Preto]].]]

Em janeiro de 2012 foi eleita como a pior empresa do mundo, no que refere-se a direitos humanos e meio ambiente, pelo "''Public Eye People's''", premiação realizada desde o ano 2000 pelas ONG's [[Greenpeace]] e Declaração de Berna. Dessa forma a ''Vale'' tornou-se a primeira empresa brasileira a "vencer" tal eleição, também conhecida como "Oscar da Vergonha". A escolha foi realizada por meio de votação pública, tendo a Vale recebido 25 mil votos. Em segundo lugar na eleição ficou a japonesa [[Tepco]], responsável pela operação das usinas nucleares de [[Fukushima]], atingidas por um tsunami em março de 2011.<ref name=":0">{{citar web |url=http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2012/01/vale-recebe-premio-de-empresa-com-pior-atuacao-social-e-ambiental.html |titulo=Vale recebe 'prêmio' de empresa com pior atuação social e ambiental |editor=G1 |data=27 de janeiro de 2012 |acessodata=26 de janeiro de 2019}}</ref>

A empresa ficou marcada negativamente no [[Brasil]] pelos desastres ambientais de [[Mariana]] e [[Brumadinho]], ambas no estado de [[Minas Gerais]]. Nos dois casos, houve o rompimento de barragens pertencentes à mineradora, deixando centenas de vítimas e desaparecidos em meio aos rejeitos de mineração.<ref name=":1">{{citar web |url=https://www.gazetaonline.com.br/amp/noticias/brasil/2019/01/familias-buscam-noticias-de-desaparecidos-da-barragem-da-vale-1014165084.html |titulo=Famílias buscam notícias de desaparecidos da barragem da Vale |editor=Gazeta Online |data=25 de janeiro de 2019 |acessodata=26 de janeiro de 2019}}</ref><ref name=":2">{{citar web |titulo=Três anos depois, Vale se envolve novamente em tragédia ambiental |url=https://epocanegocios.globo.com/amp/Brasil/noticia/2019/01/tres-anos-depois-vale-se-envolve-novamente-em-tragedia-ambiental.html |editor=[[Revista Época]] |data=25 de janeiro de 2019 |acessodata=26 de janeiro de 2019}}</ref>

=== Privatização ===
A privatização da Vale foi controversa por não ter levado em conta o valor potencial das reservas de ferro em possessão da companhia na época, apenas seu valor patrimonial. Porém deve se levar em conta que o primeiro leilão de 1997 vendia menos de um quarto do capital total, sendo vendido com um ágio de 19,9%,<ref name="Nossa História-2012-Completa_Vale">{{citar livro|url=https://vale.com/documents/d/guest/espaco-memoria-Livro_Nossa_Hist_ria_portugu_s_2012_completo|título=Vale {{!}} Nossa História|editora=Verso Brasil Editora|ano=2012|local=Rio de Janeiro|página=250|total-páginas=420|isbn=978-85-62767-07-4}}</ref> a ponto da Votorantim, que concorria a oferta, ter então desistido pelo alto preço.<ref name=":3"/> Além disso, os compradores (o Consórcio Brasil — futura Valepar) foram subsidiados pelo BNDES (que através da BNDESpar deteria também participação direta na empresa até anos recentes).<ref>{{citar web|url=http://www.vale.com/pt/aboutvale/book-our-history/documents/livro/vale_livro_nossa_historia_cap8.pdf|titulo=Privatizações}}</ref> É importante lembrar que o Estado continua como detentor das riquezas no subsolo, o que significa lucrar com os ''royalties'' através do ganho de escala da empresa por sua restruturação, aquisições e investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento após a privatização. Deve ser dito que o governo, por um certo tempo, manteve ações ''[[golden share]]'', com direito a voto e poder permanente de veto sobre uma série de assuntos importantes para a Vale. Apesar da privatização, o governo continuou como participante, quase "sócio", através de debêntures, títulos de dívida da empresa oferecidos como captação de recursos em troca do principal em conjunto com algum índice ou taxa de juros ao adquirente da debênture.<ref>{{citar web|url=https://public.tableau.com/shared/W8Q2HG98M?:display_count=y&:origin=viz_share_link&:embed=y|titulo=Debêntures da Vale de posse pelo BNDES|data=1997}}</ref> De certo modo, a privatização foi relativa, já que o governo continuou como um participante indireto no capital da empresa. Isso sem a referência aos fundos que detém capital da empresa, como a Previ, do BB, banco em parte estatal e maior acionista atual, detentor de 8,09% da composição acionária.<ref>{{Citar web|url=http://www.vale.com/brasil/PT/investors/company/shareholding-structure/Paginas/default.aspx|titulo=Composição Acionária|acessodata=2021-11-18|website=www.vale.com|lingua=pt-br}}</ref> Em 2021, 51,79% das ações encontram-se disponíveis para qualquer pessoa comprar através de uma corretora, num preço relativamente acessível nos períodos de baixa na bolsa (B3), como em 2020, em que uma ação chegara a valer 27 reais. O preço da ação obviamente aumenta ou diminui a depender do desempenho da empresa a cada trimestre e das notícias de política e economia no país, ou fora dele, quando o possam impactar. Nenhum dos demais acionistas com direito a voto detém mais de 10% da empresa.<ref>{{citar web|url=http://www.vale.com/PT/investors/company/shareholding-structure/Documents/Out_Shareholder%20Structure_PT.pdf|titulo=Composição acionária da Vale}}</ref>

Quanto a reestatização da Vale: pode ser dito que o governo posterior a administração de FHC não se interessou em retomar o controle dela, pois a empresa se tornou mais eficiente, extraindo mais minérios, melhorando a logística e pagando mais tributos. O que o Estado ganhou como comprador das dívidas da Vale através de debêntures superou o que ela gerava de lucro enquanto estatal. Seria possível reestatizar a empresa durante os 12 anos em que o Partido dos Trabalhadores esteve no executivo. Mas isso nunca foi uma questão prática para o então governo,<ref>{{Citar web|url=https://oglobo.globo.com/politica/eleicoes-2006/dilma-critica-venda-da-vale-mas-diz-que-assunto-esta-encerrado-5008329|titulo=Dilma critica venda da Vale mas diz que assunto está encerrado|data=2006-10-27|acessodata=2021-11-18|website=O Globo|lingua=pt-BR}}</ref> que defendeu os trabalhadores permitindo a empresa crescer, gerar mais empregos e recolher mais tributos. A título de exemplo atual, os royalties e tributos em 2020 foram de 5,7 bilhões de dólares, valor muito significativo se considerada a alta do dólar acima de 5 reais.<ref>{{Citar web|url=https://www.istoedinheiro.com.br/vale-pagou-em-2020-us-57-bi-em-tributos-e-royalties-maior-parte-no-brasil/|titulo=Vale pagou em 2020 US$ 5,7 bi em tributos e royalties, maior parte no Brasil|data=2021-05-31|acessodata=2021-11-18|website=ISTOÉ DINHEIRO|lingua=pt-BR}}</ref>

A época da privatização da Vale, o BNDES publicou um material explicativo (''Privatização da Vale do Rio Doce – o estado no lugar certo'') por meio do COPED, detalhando, por exemplo, dados financeiros da empresa, razões para a venda das ações e método de avaliação adotado. Dentre os problemas da administração estatal estavam "entraves burocráticos para adquirir equipamentos e contratar pessoal, até a perda de autonomia para decidir sobre investimentos estratégicos"; "uma rigorosa legislação aplicável às estatais, que obriga a realização de licitações, o que por vezes inviabiliza a simples padronização de equipamentos"; "o acionista controlador atual, a União, [...] [ser] praticamente impedido de fazer novos aportes de capital, o que, às vezes, é requerido em qualquer empresa que pretenda aproveitar oportunidades lucrativas de investimento e melhorar sua posição relativa nos mercados em que atua".<ref name="Não-nomeado-xXKx-2">{{citar web|url=https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/14057/2/Privatizacao%20da%20Vale%20do%20Rio%20Doce_o%20estado%20no%20lugar%20certo_P_BD.PDF|titulo=PRIVATIZAÇÃO DA VALE DO RIO DOCE|data=1997}}</ref>

Houve um contexto político, histórico e econômico para que a decisão de privatização fosse tomada, pois desde os fins da década de 1970, o mundo passou a seguir a corrente de pensamento econômica monetarista, e consequentemente o [[FMI]] criou um conjunto de normas, conhecido como o [[Consenso de Washington]], que defendia a [[privatização]] de todas as [[Empresa estatal|empresas estatais]], como uma fórmula que deveria acelerar o [[desenvolvimento econômico]] mundial. Enquanto, para os economistas ortodoxos tradicionais, a privatização representa um processo de reestruturação e ganho de eficiência gerencial, outras disciplinas veem esse fenômeno sob outros ângulos. Assim, Feigenbaum e Henig (1994)<ref name="POLITICAL">[http://www.politicos.co.uk/books/71222/Harvey-B.-Feigenbaum-and---Jeffrey-Henig-and---Chris-Hamnett/Shrinking-the-State:-The-Political-Underpinnings-of-Privatization/?ginPtrCode=10410&identifier= FEIGENBAUM, Harvey B., HENIG, Jeffrey, e HAMNETT, Chris. ''Shrinking the State: The Political Underpinnings of Privatization.'' Cambridge: Cambridge University Press,1998]</ref><ref name="CHAMJAC">[CHAMBERLIN, J.R. e JACKSON,J.E. ''Privatization as Institutional Choice.'' Journal of Policy Analysis and Management. 6(4, 1987):586-604.]</ref> encaram a privatização como sendo um fenômeno fundamentalmente político – e não econômico, administrativo ou fiscal – que deve ser analisado como tal; não seria uma reação natural em oposição ao aumento do tamanho do Estado, ou aos custos relacionados à sua manutenção. A privatização frequentemente pode ter objetivos políticos explícitos, e tem consequências, que redistribuem os custos e benefícios dentre diferentes grupos numa sociedade.<ref name="CHAMJAC" /> Em 2016 o [[FMI]] admitiu em relatório o fracasso das políticas neoliberais incentivadas anteriormente.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.bbc.com/portuguese/geral-36668582 |título=O estranho dia em que o FMI criticou o neoliberalismo |acessodata=2022-11-24 |periódico=BBC News Brasil |lingua=pt-BR}}</ref> Tão polêmica tornou-se sua privatização que o jornalista [[Elio Gaspari]] apelidou essa operação de ''[[privataria]]'', criando um neologismo. Supostos desvios de finalidades nas privatizações não teriam ocorrido só no Brasil, mas no mundo: algo que evidencia o perigo da união entre interesses políticos escusos/pessoais e a ação das instituições estatais. [[Joseph E. Stiglitz]], ex-Vice-Presidente Sênior para políticas de desenvolvimento do [[Banco Mundial]], apelidou esse processo, ocorrido sobretudo nas privatizações dos anos 1990, de ''briberization'' ("propinização").<ref>{{en}} STIGLITZ, Joseph E. ''Making Globalization Work''.W. W. Norton & Co.: New York, London, 2006. p. 142</ref>

Porém devem ser analisados dados de forma objetiva e conferido o histórico da empresa antes e depois do processo de privatização. Expõem-se algumas comparações: analisando a empregabilidade da Vale no Brasil, em dezembro de 1995,<ref name="Não-nomeado-xXKx-2"/> a empresa detinha 15 573 funcionários; em 2021, esse número está em torno de 149 000, incluindo próprios e terceirizados, sem a referência aos funcionários fora do país, que passam de 36 mil, segundo os dados fornecidos pelo site da empresa.<ref>{{citar web|url=http://www.vale.com/esg/pt/Paginas/NossasPessoas.aspx|titulo=Números de funcionários}}</ref> Quanto ao lucro líquido, em 1995, ele foi de 338 milhões de dólares, um pouco acima da média dos 4 anos e abaixo do recorde do ano anterior. Porém, em 2020, ele foi de 26,7 bilhões de dólares, segundo o Relatório de Administração.<ref>{{citar web|url=http://www.vale.com/PT/investors/information-market/quarterly-results/ResultadosTrimestrais/RELATORIO%20DA%20ADMINISTRACAO%202020_p_vf.pdf|titulo=Relatório de Administração 2020}}</ref> A privatização modificou completamente a gerência da empresa aumentando sua competividade e expandindo sua atuação para além do Brasil, estando hoje em diversos países, além de ter modificado a capacidade de investimento em [[Pesquisa e desenvolvimento|P&D]] (pesquisa e desenvolvimento), aumentada diversas vezes. Por conta do investimento em pesquisa e das aquisições feitas pela empresa, seu potencial de produção foi multiplicado em mais de três vezes. Segundo o estudo descritivo do [[Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil|CPDOC]]/[[Fundação Getulio Vargas|FGV]], no ano seguinte a privatização da Vale, "em 1998, o lucro chegou a 1,029 bilhão de reais, o maior resultado obtido por uma empresa privada brasileira".<ref name="Não-nomeado-xXKx-1"/> Essa intensificação em investimentos, entre 2001 e 2008, chegou ao patamar de 55 bilhões de dólares, maior que o recebido em todos os anos enquanto estatal.<ref name="Não-nomeado-xXKx-1"/>

Setores descontentes da sociedade impetraram mais de cem [[ação popular|ações populares]] para tentar anular a venda da Vale — dentre elas a proposta por um grupo de juristas de [[São Paulo (estado)|São Paulo]], liderados pelo professor [[Fábio Konder Comparato]] a quem se juntaram [[Celso Antônio Bandeira de Mello]], [[Dalmo de Abreu Dallari]], [[Goffredo da Silva Telles Jr.]] e [[Eros Roberto Grau|Eros Grau]]. Estas ações se arrastam na justiça até hoje, com remotas possibilidades de sucesso, segundo alguns especialistas.<ref name="cvrd.com.br">[http://www.cvrd.com.br/cvrd/media/itr_brgaap_4t05p.pdf Cia. VALE do Rio Doce. ''Demonstrações Contábeis de 2005 - BRGAAP'']</ref><ref>[http://www.al.es.gov.br/trabalho.cfm?ParId_noticia=7245 VIANNA, Andrea. ''Privatização sub judice - O futuro da '''Vale''" nos tribunais''. Vitória: Reportagens Especiais - Assembleia Legislativa do E. do Espírito Santo. 13/03/2006]</ref>

Dois bancos internacionais foram chamados pelo governo FHC para fazer a avaliação da companhia que seria leiloada, sendo um deles a [[Merrill Lynch]]. Por uma razão que até hoje muitos economistas não conseguem entender, os bancos escolhidos por [[FHC]] concordaram em avaliar a Vale apenas pelo critério ''de fluxo de caixa existente à época, descontado'',<ref>[http://www.metodista.br/ppc/revista-ecco/revista-ecco-01/apresentacao/fluxo-de-caixa/SILVA, SILVA, Armando Francisco da. ''Fluxo de Caixa''. São Bernardo do Campo: in Revista da Faculdade de Economia e Ciências Contábeis, Ecco 1, UMESP]</ref> não levando em conta o ''valor potencial'' de suas reservas de minério de ferro (que entraram no negócio por valor zero)<ref name="DW"/> – e que eram capazes de abastecer o mundo pelos próximos 400 anos.<ref name="ICEE"/><ref>[http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/11/17/materia.2006-11-17.8630120556/view FIORI, Mylena. ''CNBB defende plebiscito sobre privatização da Vale''. [[Agência Brasil]], 17/11/2006]</ref> Estes critérios continuam sendo fortemente questionados e há certos setores da sociedade tentando organizar um [[plebiscito]] para reverter a privatização da Vale, que julgam ter sido feita de uma forma lesiva ao patrimônio do Brasil.<ref>[http://www.estadao.com.br/ultimas/nacional/noticias/2006/nov/26/139.htm ''Consulta sobre reversão da venda da Vale tem data fixada''. São Paulo: [[O Estado de S. Paulo]] - Nacional, 26/11/2006]</ref><ref name=mortes_oficiais1>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2022/05/03/brumadinho-policia-civil-identifica-ossada-encontrada-por-bombeiros-agora-sao-5-desaparecidos.ghtml|titulo= Brumadinho: Polícia Civil identifica ossada encontrada por bombeiros; agora são 5 desaparecidos|publicado= ''g1''|data= 3 de maio de 2022|acessodata= 3 de maio de 2022}}</ref>

=== Desastre de Mariana (2015) ===
{{AP|Rompimento de barragem em Mariana}}
[[Imagem:(2015-11-10)_Visita_à_Bento_Rodrigues-MG_113_Romerito_Pontes_(23407404309).jpg|thumb|Ruínas de [[Bento Rodrigues]] após o [[desastre de Mariana]].]]
O [[rompimento de barragem em Mariana]] ocorreu na tarde de 5 de novembro de 2015 no subdistrito de [[Bento Rodrigues]], a 35 km do centro do [[Município (Brasil)|município brasileiro]] de [[Mariana]], [[Minas Gerais]].<ref>[http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/11/06/o-que-se-sabe-sobre-o-rompimento-das-barragens-em-mariana-mg.htm UOL Notícias: O que se sabe sobre o rompimento das barragens em Mariana]</ref> Rompeu-se uma [[barragem de rejeitos]] de [[mineração]] denominada "Fundão", controlada pela [[Samarco Mineração]], um [[empreendimento conjunto]] das maiores empresas de mineração do mundo, a [[brasil]]eira Vale e a [[Grã-Bretanha|anglo]]-[[Austrália|australiana]] [[BHP Billiton]].<ref>{{Citar periódico|ultimo=Safari|primeiro=Maryam|ultimo2=Bicudo|primeiro2=de Castro Vincent|ultimo3=Steccolini|primeiro3=Ileana|data=2020-01-01|titulo=The interplay between home and host logics of accountability in multinational corporations (MNCs): the case of the Fundão dam disaster|url=https://doi.org/10.1108/AAAJ-03-2019-3912|jornal=Accounting, Auditing & Accountability Journal|volume=ahead-of-print|numero=ahead-of-print|doi=10.1108/AAAJ-03-2019-3912|issn=0951-3574}}</ref>

Inicialmente a mineradora Samarco informara que duas barragens haviam se rompido - a de Fundão e a de Santarém. Porém, no dia 16 de novembro, a Samarco retificou a informação, afirmando que apenas a barragem de Fundão havia se rompido. O rompimento de Fundão provocou o vazamento dos rejeitos que passaram por cima de Santarém, que, entretanto, não se rompeu.<ref>[http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/11/rompimento-de-barragens-em-mariana-perguntas-e-respostas.html  Rompimento de barragem em Mariana: perguntas e respostas]. G1, 13 de novembro de 2015.</ref> O rompimento da barragem de Fundão é considerado o [[desastre industrial]] que causou o maior [[impacto ambiental]] da história brasileira e o maior do mundo envolvendo barragens de rejeitos, com um volume total despejado de 62 milhões de metros cúbicos.<ref>{{Citar web|título = Acidente em Mariana é o maior da História com barragens de rejeitos|URL = http://oglobo.globo.com/brasil/acidente-em-mariana-o-maior-da-historia-com-barragens-de-rejeitos-18067899|obra = O Globo|acessadoem = 2015-11-24}}</ref><ref>{{Citar web|título = “Mariana é o maior desastre ambiental do Brasil”|URL = http://brasileiros.com.br/2015/11/mariana-e-o-maior-desastre-ambiental-ocorrido-no-pais/|acessodata = 2015-12-07|arquivourl = https://web.archive.org/web/20151222115111/http://brasileiros.com.br/2015/11/mariana-e-o-maior-desastre-ambiental-ocorrido-no-pais/|arquivodata = 2015-12-22|urlmorta = yes}}</ref><ref>{{citar web|URL=http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151110_ministro_mariana_ms|título=Desastre em Mariana foi acidente ou crime? 'É precipitado avaliar', diz ministro|autor=Mariana Schreiber|data=11 de novembro de 2015|publicado=BBC Brasil|acessodata=15 de novembro de 2015}}</ref> A lama chegou ao [[rio Doce]], cuja [[bacia hidrográfica]] abrange 230 municípios dos estados de Minas Gerais e [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]], muitos dos quais abastecem sua população com a água do rio.<ref name="BAETA">{{citar web |url=http://www.otempo.com.br/cmlink/hotsites/mar-de-lama/contamina%C3%A7%C3%A3o-do-rio-doce-amea%C3%A7a-vida-marinha-no-esp%C3%ADrito-santo-1.1161772 |título=Contaminação do rio Doce ameaça vida marinha no Espírito Santo |autor=BAETA, Juliana |publicado=O Tempo |acessadoem =10 de novembro de 2015}}</ref>

As ações de reparação e compensação nas áreas atingidas somavam 37 bilhões de reais, quando a Vale apresentou ao Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6), em 12 de junho de 2024, uma nova proposta de acordo, em conjunto com a BHP e a Samarco. Ela prevê outros 82 bilhões de reais em dinheiro, a serem pagos à União, aos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e aos municípios, ao longo de 20 anos, além de 21 bilhões de reais em obrigações a fazer. Com isso, o valor total chegaria aos 140 bilhões de reais.<ref>{{Citar web|url=https://cbn.globo.com/belo-horizonte/noticia/2024/06/12/vale-apresenta-nova-proposta-de-acordo-de-rompimento-da-barragem-de-fundao-em-mariana-mg.ghtml|titulo=Vale apresenta nova proposta de acordo de rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG)|data=2024-06-12|acessodata=2024-07-05|website=cbn|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2024/06/12/vale-bhp-e-samarco-apresentam-nova-proposta-de-r-140-bilhoes-para-buscar-acordo-sobre-mariana.htm|titulo=Vale, BHP e Samarco apresentam nova proposta de R$ 140 bilhões para buscar acordo sobre Mariana|data=2024-06-12|acessodata=2024-07-05|website=UOL|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2024/06/12/mariana-proposta-mineradoras-novo-acordo-reparacao.ghtml|titulo=Mariana: mineradoras propõem R$ 103 bi para novo acordo de reparação pela tragédia|data=2024-06-12|acessodata=2024-07-05|website=G1|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Jr|primeiro=Geraldo Campos|url=https://www.poder360.com.br/economia/mineradoras-fazem-nova-proposta-de-r-82-bi-para-acordo-de-mariana/|titulo=Mineradoras fazem nova proposta de R$ 82 bi para acordo de Mariana|data=2024-06-12|acessodata=2024-07-05|website=Poder360|lingua=pt-br}}</ref>

Em 12 de julho de 2024, as mineradoras Vale e BHP Billiton, acionistas da Samarco, informaram ter feito um acordo que afeta o andamento do processo que tramita no Reino Unido sobre as responsabilidades pela tragédia ocorrida em novembro de 2015. O principal desdobramento é que a Vale não responderá mais perante o tribunal estrangeiro, cabendo apenas à BHP Billiton realizar a defesa. As duas mineradoras pactuaram que, em caso de condenação, cada uma arcará com 50% das indenizações fixadas.<ref>{{Citar web|url=https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-07/vale-faz-acordo-e-deixa-processo-sobre-caso-samarco-no-reino-unido|titulo=Vale faz acordo e deixa processo sobre caso Samarco no Reino Unido|data=2024-07-13|acessodata=2024-07-16|website=Agência Brasil|lingua=pt-br}}</ref>

=== Desastre de Brumadinho (2019) ===
{{AP|Rompimento de barragem em Brumadinho}}
[[Imagem:Brumadinho,_Minas_Gerais_(47021723582).jpg|thumb|Área atingida pelo [[rompimento de barragem em Brumadinho]].]]
O [[rompimento de barragem em Brumadinho]] em 25 de janeiro de 2019 foi o maior [[acidente de trabalho]] no Brasil em perda de vidas humanas e o segundo maior desastre industrial do século.<ref>{{Citar web|url=https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2019/01/brumadinho-pode-ser-2-maior-desastre-industrial-do-seculo-e-maior-acidente-de-trabalho-do-brasil.html|título=Brumadinho pode ser 2.º maior desastre industrial do século e maior acidente de trabalho do Brasil|autor=Felipe Souza, João Fellet|publicado=Época|acessodata=30 de janeiro de 2019|data=28 de janeiro de 2019}}</ref> Foi um dos maiores [[desastre ambiental|desastres ambientais]] da [[Mineração no Brasil|mineração do país]], depois do [[rompimento de barragem em Mariana]].<ref>{{Citar web|título = Moradores lutam por nova vida após tragédias em Mariana e Brumadinho|URL = https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2019/11/moradores-lutam-por-nova-vida-apos-tragedias-em-mariana-e-brumadinho.shtml|obra = ''Folha de S.Paulo''|data= 3/11/2019|acessodata = 17/4/2020}}</ref> Controlada pela Vale, a [[barragem de rejeitos]] denominada barragem da Mina Córrego do Feijão,<ref name= CPI_ALMG>{{Citar web|titulo=CPI conclui que Vale sabia dos riscos e aponta responsáveis|url=https://www.almg.gov.br/acompanhe/noticias/arquivos/2019/09/12_cpi_barragem_relatorio_final_principal.html|obra=Assembleia de Minas|acessodata=2020-02-21|data=12/9/2019}}</ref> era classificada como de "baixo risco" e "alto potencial de danos"<ref name=bbc_pior_no_mundo>{{Citar web|url=https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47034499|título=Tragédia com barragem da Vale em Brumadinho pode ser a pior no mundo em 3 décadas|autor=Nathalia Passarinho|publicado=BBC News|acessodata=30 de janeiro de 2019|data=29 de janeiro de 2019}}</ref> pela empresa. Acumulando os rejeitos de uma [[Mineração a céu aberto|mina de ferro]], ficava no ribeirão Ferro-Carvão, na região de [[Córrego do Feijão]], no município de [[Brumadinho]], estado de [[Minas Gerais]].

O desastre industrial, humanitário<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/01/31/vice-de-mg-diz-que-brumadinho-depende-crucialmente-da-vale-e-precisara-repensar-economia.ghtml|título=Vice de MG diz que Brumadinho depende 'crucialmente' da Vale e precisará repensar economia|autor=Luiz Felipe Barbiéri; Guilherme Mazui|publicado=G1|acessodata=1º de fevereiro de 2019|data=31 de janeiro de 2019}}</ref> e [[desastre ambiental|ambiental]], causou a morte de 270 pessoas, incluindo três desaparecidas, em números oficiais divulgados em 20 de dezembro de 2022, com a identificação da 267.ª vítima, quase quatro anos depois do rompimento da barragem.<ref name=mortes_oficiais>{{Citar web|url= https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2022/12/20/brumadinho-quase-4-anos-apos-tragedia-policia-civil-identifica-mais-uma-vitima-do-rompimento-de-barragem-da-vale.ghtml?utm_source=share-universal&utm_medium=share-bar-app&utm_campaign=materias|titulo= Brumadinho: quase 4 anos após tragédia, Polícia Civil identifica mais uma vítima do rompimento de barragem da Vale|publicado= ''g1''|data= 20 de dezembro de 2022|acessodata= 20 de dezembro de 2022}}</ref>

=== Evacuação em Barão de Cocais (2019) ===
Aproximadamente 500 pessoas pertencentes às comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, no município de [[Barão de Cocais]], na região central de [[Minas Gerais]], foram evacuadas devido ao alerta de possível rompimento da barragem sul superior da [[Mina Gongo Soco]], da Vale. A evacuação dos moradores foi determinada pela [[Agência Nacional de Mineração|Agência Nacional de Mineração (AMM)]], na madrugada do dia 8 de fevereiro de 2019.<ref name=evacuacao_cocais>{{citar web|url=https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/02/08/cerca-de-500-pessoas-foram-retiradas-de-suas-casas-por-causa-de-barragem-da-vale-em-barao-de-cocais-em-mg.ghtml|título=Cerca de 500 pessoas foram retiradas de suas casas por causa de barragem da Vale em Barão de Cocais, em MG|publicado=G1|data=8 de fevereiro de 2019|acessodata=8 de fevereiro de 2019|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref name=sirenes_cocais>{{citar web|url=https://www.defatoonline.com.br/sirenes-tocam-em-barao-de-cocais-e-comunidades-proximas-a-barragem-sao-evacuadas/|título=Sirenes tocam em Barão de Cocais e comunidades próximas a barragem são evacuadas|publicado=De Fato Online|data=8 de fevereiro de 2019|acessodata=8 de fevereiro de 2019|ultimo=|primeiro=}}</ref>

=== Tentativa de despejo em Parauapebas (2021) ===
Um grupo de 50 seguranças da Vale atiraram com balas de borracha em um grupo de agricultores que viviam em sua terra, deixando 20 feridos. As instalações elétricas da comunidade também foram destruídas. O ataque não atingiu apenas os trabalhadores, mas crianças, mulheres e idosos. Quando procurada pela mídia, a Vale afirmou que o grupo morava lá irregularmente e invadiu outro terreno para instalar postes de energia elétrica clandestina, por isso contratou uma empresa de segurança para lidar com a situação. A Vale também afirmou que os seguranças atiraram pois estavam se defendendo de tiros disparados pelos agricultores.<ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2020/06/22/agricultores-denunciam-ataques-de-segurancas-da-vale-em-assentamento-rural-em-parauapebas-no-para.ghtml |titulo=Agricultores denunciam ataques de seguranças da Vale em fazenda invadida em Parauapebas, no Pará |acessodata=2021-08-27 |website=G1 |lingua=pt-br}}</ref>

== Ver também ==
* [[Companhia Siderúrgica Nacional]]
* [[Problemas ambientais no Brasil]]
* [[Elena Landau]]

{{Referências}}

=== Bibliografia ===
{{refbegin|2}}
* ANDERSON, Benedict R.O’G. ''Nação e consciência nacional''. São Paulo: Ática, 1989.
* [http://books.google.de/books?id=hAG8AAAAIAAJ&q=inauthor:%22Aloysio+Biondi%22&dq=inauthor:%22Aloysio+Biondi%22&hl=en&sa=X&ei=O6ZYT-2jO8jIswbVs-D0Cw&ved=0CC8Q6AEwAA BIONDI, Aloysio. ''O Brasil Privatizado: um balanco do desmonte do estado. Editora Fundação Perseu Abramo, 1999]
* Companhia Vale do Rio Doce. ''Companhia Vale do Rio Doce: 50 anos de história''. Rio de Janeiro: 1992. 297 páginas.
* HOBSBAWM, E.J. ''Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade''. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.
* MANTEGA, Guido. ''A economia política brasileira''. 7. Ed. – Rio de Janeiro: Vozes, 1992.
* GELLNER, Ernest. ''Nacionalismo e democracia''. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1981.
* RIBEIRO JR, Amaury. ''A privataria tucana''. São Paulo, 2011.
* SILVA, Marta Zorzal e; SOLA, Lourdes.. UNIVERSIDADE SÃO PAULO. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. ''A Companhia Vale do Rio Doce no contexto do estado desenvolvimentista''. 2001. 379 f. Tese (Doutorado) - Universidade São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
* Vale. ''Nossa História 2012''. Rio de Janeiro: 2012. 420 páginas. Disponível em: http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/news/Paginas/Vale-conta-sua-historia-em-livro.aspx
{{refend}}

== Ligações externas ==
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