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Vertigem posicional paroxística benigna: diferenças entre revisões

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'''Vertigem posicional paroxística benigna''' ('''VPPB''') ou '''vertigem paroxística benigna''' é uma condição causada por problemas na [[orelha interna]].
'''Vertigem posicional paroxística benigna''' ('''VPPB''') ou '''vertigem paroxística benigna''' é uma condição causada por problemas na [[orelha interna]].


A vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) é um distúrbio biomecânico do labirinto vestibular, na qual um ou mais canais semicirculares são estimulados de forma inadequada, em determinadas movimentações e/ou posições da cabeça, resultando em breves episódios de vertigem de posicionamento1. A queixa característica é uma tontura intensa de caráter giratório à mudança de posição da cabeça, ao deitar-se, ao levantar-se ou ao olhar para cima inclinando a cabeça para trás, que pode se acompanhar de náuseas, vômitos e nistagmo de posicionamento2.
==Sinais e sintomas==


Apesar de sua alta prevalência, a VPPB é pouco diagnosticada. É a causa mais comum de vertigem devido a uma disfunção vestibular periférica, representando cerca de 19% das causas de vertigem2. Froehling et al.3 estimam que a sua prevalência seja de 107 casos por 100.000 habitantes/ano.
Os [[sintoma]]s primários são [[vertigem]] e [[nistagmo]] de origem súbita que ocorrem exclusivamente com o movimento da cabeça na direção da orelha afetada.


Esta disfunção ocorre de forma idiopática em muitos pacientes, mas pode ser secundária ao traumatismo da orelha interna, à labirintite, à neurite vestibular, à insuficiência circulatória na distribuição da artéria vestibular anterior, ao uso de medicamentos ototóxicos e à hidropisia endolinfática, entre outras causas2.
Os pacientes geralmente descrevem sua primeira experiência ocorrendo enquanto giram a cabeça na cama.


A vertigem e demais características clinicas da VPPB são provocadas por debris de estatocônios provenientes da mácula utricular, que anormalmente se deslocam e excitam os receptores dos ductos semicirculares. Há duas teorias sobre o provável substrato fisiopatológico da VPPB: ductolitíase, que corresponde ao acúmulo de frações de estatocônios oriundas do utrículo e que se encontram livres na corrente endolinfática de um dos ductos semicirculares e cupulolitíase, relacionada ao acúmulo de frações de estatocônios provenientes do utrículo aderidos à cúpula da crista ampolar de um dos ductos semicirculares4, 5.
A duração da vertigem é geralmente de 5 a 30 segundos, podendo estar frequentemente associada com [[náusea]].


A pesquisa do nistagmo de posicionamento, por meio da observação da direção e duração deste movimento ocular, possibilita a identificação do canal afetado, do labirinto lesado e a distinção entre cupulolitíase ou ductolitíase, orientando o seu tratamento. A diferenciação entre ductolitíase e cupulolitíase é realizada pela duração do nistagmo de posicionamento para canais semicirculares verticais (anterior e posterior) e pela direção do nistagmo para o canal semicircular lateral6.
{{esboço-medicina}}


Nos últimos anos, a aplicação de manobras específicas de reposicionamento de estatocônios para o tratamento da VPPB tem despertado interesse especial, devido à sua fácil aplicabilidade e bons resultados. Tais manobras objetivam a remoção dos debris de estatocônios localizados nos ductos ou cúpulas dos canais semicirculares em direção ao vestíbulo, seguindo um movimento ampulífugo. Como os debris flutuantes na endolinfa possuem uma densidade maior que a da endolinfa circundante, podem ser movidos de modo não-invasivo por meio de uma seqüência de orientações da cabeça em relação à gravidade6.
{{Doenças do ouvido e da apófise mastóide}}


As estratégias de tratamento, baseadas no reposicionamento de estatocônios, devem ser específicas para o canal semicircular afetado e seu substrato fisiopatológico7,8.
[[Categoria:Otologia]]



[[de:Benigner paroxysmaler Lagerungsschwindel]]
FONTE: Dorigueto RS, Ganança MM, Ganança FF. Quantas manobras são necessárias para abolir o nistagmo na vertigem posicional paroxística benigna? Rev. Bras. Otorrinolaringol. vol.71 no.6 São Paulo Nov./Dec. 2005.
[[en:Benign paroxysmal positional vertigo]]
[[fr:Vertige paroxystique positionnel bénin]]
[[it:Cupololitiasi]]
[[ja:良性発作性頭位めまい症]]
[[nl:Benigne paroxysmale positie duizeligheid]]
[[no:Benign paroksysmal posisjonsvertigo]]

Revisão das 18h59min de 28 de setembro de 2008

Benign paroxysmal positional vertigo
Vertigem posicional paroxística benigna
Labirinto externo
Especialidade otorrinolaringologia
Frequência 2.4%
Classificação e recursos externos
CID-10 H81.1
CID-9 386.11
CID-11 1300772836
OMIM 193007
DiseasesDB 1344
MedlinePlus 001420
eMedicine ent/761 emerg/57 neuro/411
MeSH D014717
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Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) ou vertigem paroxística benigna é uma condição causada por problemas na orelha interna.

A vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) é um distúrbio biomecânico do labirinto vestibular, na qual um ou mais canais semicirculares são estimulados de forma inadequada, em determinadas movimentações e/ou posições da cabeça, resultando em breves episódios de vertigem de posicionamento1. A queixa característica é uma tontura intensa de caráter giratório à mudança de posição da cabeça, ao deitar-se, ao levantar-se ou ao olhar para cima inclinando a cabeça para trás, que pode se acompanhar de náuseas, vômitos e nistagmo de posicionamento2.

Apesar de sua alta prevalência, a VPPB é pouco diagnosticada. É a causa mais comum de vertigem devido a uma disfunção vestibular periférica, representando cerca de 19% das causas de vertigem2. Froehling et al.3 estimam que a sua prevalência seja de 107 casos por 100.000 habitantes/ano.

Esta disfunção ocorre de forma idiopática em muitos pacientes, mas pode ser secundária ao traumatismo da orelha interna, à labirintite, à neurite vestibular, à insuficiência circulatória na distribuição da artéria vestibular anterior, ao uso de medicamentos ototóxicos e à hidropisia endolinfática, entre outras causas2.

A vertigem e demais características clinicas da VPPB são provocadas por debris de estatocônios provenientes da mácula utricular, que anormalmente se deslocam e excitam os receptores dos ductos semicirculares. Há duas teorias sobre o provável substrato fisiopatológico da VPPB: ductolitíase, que corresponde ao acúmulo de frações de estatocônios oriundas do utrículo e que se encontram livres na corrente endolinfática de um dos ductos semicirculares e cupulolitíase, relacionada ao acúmulo de frações de estatocônios provenientes do utrículo aderidos à cúpula da crista ampolar de um dos ductos semicirculares4, 5.

A pesquisa do nistagmo de posicionamento, por meio da observação da direção e duração deste movimento ocular, possibilita a identificação do canal afetado, do labirinto lesado e a distinção entre cupulolitíase ou ductolitíase, orientando o seu tratamento. A diferenciação entre ductolitíase e cupulolitíase é realizada pela duração do nistagmo de posicionamento para canais semicirculares verticais (anterior e posterior) e pela direção do nistagmo para o canal semicircular lateral6.

Nos últimos anos, a aplicação de manobras específicas de reposicionamento de estatocônios para o tratamento da VPPB tem despertado interesse especial, devido à sua fácil aplicabilidade e bons resultados. Tais manobras objetivam a remoção dos debris de estatocônios localizados nos ductos ou cúpulas dos canais semicirculares em direção ao vestíbulo, seguindo um movimento ampulífugo. Como os debris flutuantes na endolinfa possuem uma densidade maior que a da endolinfa circundante, podem ser movidos de modo não-invasivo por meio de uma seqüência de orientações da cabeça em relação à gravidade6.

As estratégias de tratamento, baseadas no reposicionamento de estatocônios, devem ser específicas para o canal semicircular afetado e seu substrato fisiopatológico7,8.


FONTE: Dorigueto RS, Ganança MM, Ganança FF. Quantas manobras são necessárias para abolir o nistagmo na vertigem posicional paroxística benigna? Rev. Bras. Otorrinolaringol. vol.71 no.6 São Paulo Nov./Dec. 2005.