Wikipédia:Artigos destacados/arquivo/Censura em Portugal

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Queima de livros, por Hartmann Schedel, no seu Liber chronicarum

A Censura em Portugal foi, ao longo da sua história, uma das principais condicionantes da cultura nacional. O país foi, desde cedo, submetido a leis que limitavam a liberdade de expressão, primeiro, através da influência da Igreja Católica, desde o tempo de Dom Fernando, que terá contactado o Papa Gregório XI para que instituísse a Censura episcopal (ou censura do Ordinário da Diocese). O poder civil passou, mais tarde, a regular também a publicação de textos escritos. Na memória dos portugueses está ainda o regime do Estado Novo que seguiu também uma política de forte regulação dos meios de comunicação por parte do Estado, recorrendo, para este efeito, à censura prévia dos periódicos e à apreensão de determinados livros. De facto, cada regime político teve sempre o cuidado de legislar em relação à liberdade de imprensa - na maior parte dos casos, restringindo-a. Em cinco séculos de história da imprensa portuguesa, quatro foram dominados pela censura. No entanto, a censura entrou também em outros domínios, como no teatro (desde Gil Vicente), no rádio, na televisão e no cinema.

Ao longo da história portuguesa foram muitas as formas de perseguição a intelectuais, que traçaram um panorama negro na história da sua cultura: a prisão e a morte foram também frequentemente o castigo de quem ousava expressar aquilo que pensava, contrariando o discurso oficial do Estado.