Saltar para o conteúdo

Aborígenes australianos: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
bot: revertidas edições de 194.65.226.110 ( modificação suspeita : -265), para a edição 26612529 de Salebot
Linha 4: Linha 4:
Os '''aborígenes australianos''' são a população [[nativo|nativa]] [[Austrália|australiana]]. Têm a pele negra, como os negros africanos, embora se diferenciem destes por diversos outros traços físicos. Actualmente, representam apenas duzentos mil dos vinte milhões de habitantes da Austrália. Praticam uma religião [[animista]]. Sofreram um grande decréscimo populacional com o início da invasão europeia em 1770.
Os '''aborígenes australianos''' são a população [[nativo|nativa]] [[Austrália|australiana]]. Têm a pele negra, como os negros africanos, embora se diferenciem destes por diversos outros traços físicos. Actualmente, representam apenas duzentos mil dos vinte milhões de habitantes da Austrália. Praticam uma religião [[animista]]. Sofreram um grande decréscimo populacional com o início da invasão europeia em 1770.


== História ==
== História == (Grande seccaaaa --')
Os aborígenes australianos descendem, provavelmente, de emigrantes africanos que, há cerca de cinquenta mil anos, cruzaram o mar, usando canoas e toscas embarcações. Nessa época, a Austrália era ligada à [[Nova Guiné]] e era muito mais verde e menos desértica do que hoje, possuindo vários rios caudalosos que se transformaram posteriormente em córregos ou desapareceram.
Os aborígenes australianos descendem, provavelmente, de emigrantes africanos que, há cerca de cinquenta mil anos, cruzaram o mar, usando canoas e toscas embarcações. Nessa época, a Austrália era ligada à [[Nova Guiné]] e era muito mais verde e menos desértica do que hoje, possuindo vários rios caudalosos que se transformaram posteriormente em córregos ou desapareceram.



Revisão das 13h55min de 11 de outubro de 2011

 Nota: Para outro significado de aborígene, veja Aborígene (desambiguação).
Aborígenes australianos em foto de 1939

Os aborígenes australianos são a população nativa australiana. Têm a pele negra, como os negros africanos, embora se diferenciem destes por diversos outros traços físicos. Actualmente, representam apenas duzentos mil dos vinte milhões de habitantes da Austrália. Praticam uma religião animista. Sofreram um grande decréscimo populacional com o início da invasão europeia em 1770.

== História == (Grande seccaaaa --') Os aborígenes australianos descendem, provavelmente, de emigrantes africanos que, há cerca de cinquenta mil anos, cruzaram o mar, usando canoas e toscas embarcações. Nessa época, a Austrália era ligada à Nova Guiné e era muito mais verde e menos desértica do que hoje, possuindo vários rios caudalosos que se transformaram posteriormente em córregos ou desapareceram.

Os ingleses colonizaram a ilha no século dezoito. Encontraram trezentos mil aborígenes, divididos em mais de quinhentos grupos. Uns com apenas cem membros, outros com mil e quinhentos, conforme a diversidade e abundância de recursos alimentares. Falavam duzentas línguas - hoje apenas vinte se mantêm fortes.

Os ingleses trataram os aborígenes como pessoas de segunda categoria e foram bastante violentos com eles. Houve massacres enormes, leis discriminatórias e a religião quis apagar os traços dos cultos animistas.

Em 1806, o racismo dos colonizadores e soldados os levou a violar locais sagrados aborígenes e a caçar aborígenes por prazer[carece de fontes?].

Em meados dos anos 1900, com a Austrália já independente da Inglaterra, a discriminação racial contra qualquer indivíduo que não fosse de ascendência inglesa continuava. Entre 1910 e 1970, o governo da Austrália retirou cem mil crianças aborígenas - a maioria de pele clara - aos pais e internou-as em centros educativos para incutir nelas a cultura ocidental. Os australianos chamam de "geração roubada" a essas crianças. Recentemente, John Howard, primeiro-ministro da Austrália, lamentou publicamente esse fato, mas não quis pedir desculpas oficiais, pois isto iria acarretar em milhões de dólares de indenizações para as famílias ou seus descendentes.

Até 1962, os aborígenes não votavam. Puderem recensear-se pela primeira vez cinco anos depois.

Por volta de 1965, a população de aborígenes puros chegava a pouco mais de quarenta mil, pois foram massacrados pelos colonizadores e expulsos das terras produtivas, migrando para regiões desérticas ou para o norte da Austrália. Os soldados ingleses visitavam localidades aborígenes oferecendo presentes, artefatos e outras coisas de interesse da aldeia. E a festa acontecia, enquanto outros soldados envenenavam com arsênico a comida e toda a água potável que eles tinham. Vilas inteiras aborígenes foram dizimadas pelo uso de arsênico[carece de fontes?]. O rum, primeiramente importado da Inglaterra, era oferecido gratuitamente para aldeias aborígenes, pois os ingleses sabiam que eles tinham o hábito de beber sem parar por uma semana consecutiva, até que o coma alcoólico ocorresse. Os ingleses se aproveitavam também do estado de embriaguês dos aborígenes para incitar guerras entre aldeias e deixar que eles mesmo se aniquilassem[carece de fontes?].

Mais tarde, os aborígenes foram recrutados para trabalhar em fazendas de gado. O pagamento era muito inferior ao dos trabalhadores brancos[carece de fontes?]. As justificativas para tal procedimento eram a de que os aborígenes não tinham intimidade com os cavalos (o que era verdade, pois eles eram nómadas e andavam sempre a pé) e a de que os aborígenes eram vagarosos e insolentes. Porém os aborígenes suportavam tranquilamente o calor, por ter pele bastante negra, ou cor de chocolate, enquanto os trabalhadores brancos ficavam com bolhas e queimaduras de sol.

Actualmente, várias leis antidiscriminação foram introduzidas pelo governo para toda a Austrália. A discriminação racial passou a ser um crime grave. Contudo, os aborígenes ainda sofrem muitas discriminações: em comparação com a população branca, os salários são três vezes inferiores, a taxa de desemprego é cinco vezes superior, a taxa de mortalidade infantil é o dobro e, em média, vivem dezoito anos menos. São a maioria dos reclusos nas prisões. Apenas trinta e três por cento dos aborígenes completam o ensino superior.

Apesar de muitos estarem bastante integrados na sociedade actual, o que inclui uma forte actuação na política, nas artes e em todas as áreas de trabalho[carece de fontes?] e direito ao voto, a maioria ainda continua vivendo isoladamente em terras e regiões longe das grandes cidades.

Protesto em Brisbane pelos direitos dos aborígenes no dia nacional da Austrália em 2007

Modo de vida

Os aborígenes australianos são nômades, caçadores e colectores de vegetais e praticam a religião animista. No deserto, as populações concentram-se onde há água em acampamentos temporários. As habitações são simples refúgios. Erguem proteções contra o vento com ramos e moitas e, se o solo for arenoso, escavam covas para ficarem mais protegidos do mesmo. Quando as noites são frias, dormem ao redor do fogo. O cão é o único animal doméstico.

Os homens caçam animais de grande porte como os cangurus e pescam. As mulheres recolhem os vegetais e o mel, caçam animais pequenos e apanham crustáceos.

Os aborígenes não o usam o arco e a flecha para caçar, mas servem-se de lanças, bastões e bumerangues. Para a coleta, utilizam o machado de pedra e o pau de escavar. Fabricam estes utensílios como madeira, ossos e pedra.

Preparam a comida directamente sobre as brasas, pois não têm recipientes de cozinha resistentes ao fogo.

Etnias

Os aljauara são cerca de quinhentos. São os únicos aborígenes que enterram os mortos. A cremação dos cadáveres é mais comum. As pessoas mais importantes podem ser conservadas em troncos de árvore ocos.

Os aranda também são poucas centenas; deixaram a caça e dedicam-se à pecuária.

No deserto de Gibson, vive um povo com o mesmo nome, de apenas trezentos membros. Outro povo pequeno é o gurindji, com duzentos e cinquenta indivíduos. Alguns são cristãos e há textos da Bíblia na sua língua.

De população igualmente escassa , os mudbara trabalham nas reservas do governo na região ocidental do deserto; são cristãos. Já os pitjantjara trabalham nas reservas governamentais na região central. São vários milhares de indivíduos, sendo que alguns são cristãos.

Os pintubi também são trabalhadores assalariados; vivem em reservas e trabalham para proprietários brancos na criação de gado. Os ualpari totalizam trezentos membros; vivem no centro do país; trabalham para o governo ou para criadores de gado.

Os uarramunga também abandonaram o nomadismo para fazerem trabalhos remunerados; são várias centenas. No centro do país, vivem cerca de mil e quinhentos ualpiri; uns mantêm tradições milenares, outros trabalham em granjas. Como os mardu, que, todavia, são menos numerosos.

Clãs

Os clãs identificam-se com um totem, que é a representação da divindade de que se dizem descendentes. O totem costuma ter a figura de um animal, uma planta ou um objecto, que não podem ser mortos, comidos ou destruídos, porque são sagrados.

Cada clã tem um território próprio, mas não possui direitos exclusivos sobre ele, já que outro clã pode obter autorização ou ser convidado a caçar lá.

Os casamentos fazem-se entre segundos primos. Em condições extremas, são possíveis as uniões entre clãs.

Não existe um governo tribal. Quando necessário, os chefes familiares desempenham transitoriamente o papel de chefes locais.

Os aborígenes não são guerreiros. Só recorrem à guerra em ocasiões raras, sobretudo para aplicar a justiça.

Religião e arte

A cultura aborígene caracteriza-se pela forte união de todos os seres da natureza com o ser superior que integra tudo. Nesta concepção, o ser humano não é superior, mas partilha a natureza com os demais seres, sendo todos indispensáveis. Por este motivo, os humanos devem honrar a natureza em tudo o que fazem.

Os aborígenes usam a arte como meio de comunicação. Os instrumentos de trabalho são feitos com mestria e destreza e levam pinturas e inscrições, onde contam as histórias do povo, do clã ou da pessoa e se evoca a relação com as divindades. As pinturas do corpo ou em casas de eucalipto usam como tema a mitologia ou retratam cenas do cotidiano.

A música é, sobretudo, vocal. O instrumento musical é o didgeridu, que é a representação da mãe serpente, a criadora da terra e que consiste em um tronco oco que amplia sons vocais. Para marcar o ritmo das mímicas e das danças, usam bastões.

Há, no deserto, lugares de grande valor histórico, cultural e sagrado para os aborígenes, como monólitos gigantes e crateras de meteoritos. Dentre eles, destacam-se três formações rochosas: o Chambers Pillars, o Kata Tjuta e a Ayers Rock. Durante o pôr do sol, as rochas reflectem a luz solar e parecem estar em brasa. À medida que o sol se põe, a pedra torna-se acinzentada, até acabar totalmente negra.

Ayers Rock, também chamada The Rock ou Uluru

Ver também

Bibliografia

  • Revista Audácia - Maio de 2006

Ligações externas

Predefinição:Bom interwiki Predefinição:Bom interwiki