Ala Kusreik Ya Universidad Misak

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Universidade Misak Ala Kusreik Ya
Ala Kusreik Ya Universidad Misak
Ala Kusreik Ya Universidad Misak
Fundação dezembro de 2010 (13 anos)
Tipo de instituição Universidade indígena autônoma
Localização Silvia, Cauca, Colombia
Total de estudantes 78 (2016)

Universidade Misak Ala Kusreik Ya é uma instituição educacional indígena de nível superior autônoma, criada pelos Misak, no ano de 2010. Está localizada em território Misak, na aldeia de Santiago, no município de Silvia, no departamento colombiano de Cauca.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

Nos anos de 1970, foi criado o Conselho Regional Indígena de Cauca (CRIC) que começou um processo de recuperação de terras indígenas em Cauca e, amparado por lei, dando autonomia para a educação básica, média e superior do reconhecimento da cultura indígena.[1]

Em dezembro de 2010, foi inaugurada a universidade, com a finalidade de garantir a sobrevivência da cultura Misak e sem se isolar dos problemas globais, ministrando conteúdos baseados nos 4 princípios sobre o conhecimento Misakː Mɵrɵp (ouvir), Aship (ver), Isup (pensar) e Marɵp (fazer).[1][2]

Ingresso[editar | editar código-fonte]

O ingresso é mediante a aprovação da comunidade em que vive o estudante, não é necessário ser indígena. É aceito a transferência de estudantes de outras universidades indígenas.[1]

Conteúdo curricular[editar | editar código-fonte]

São 5 anos de estudos, com um fundamento ministrado por ano.[1]

  • Primeiro anoː Dever e Direito Maior - conhecimentos sobre o dever de cuidar e proteger a natureza e seus espíritos; aos legados ancestrais; e direito ao território.[1]
  • Segundo anoː Administração própria - conhecimentos sobre como planejar, administrar e executar projetos conforme sua visão de mundo. Neste período, os estudantes ganharão experiência trabalhando com a comunidade, interagindo com o conselho, com os tatas e com o cultivo.[1]
  • Terceiro anoː Economia própria (Parөsөtө) - conhecimentos sobre o sistema econômico mundial e comparações com a forma como os anciões administravam a economia. Neste período os estudantes farão o trabalho de investigação e diagnóstico orientados por professores externos.[1][2]
  • Quanto anoː Organização sociopolítica - conhecimentos sobre como garantir os deveres e direitos a partir de sua visão de mundo; aprofundamento da ancestralidade, através da kampawam (escrita ancestral); e história política Misak. Neste período os estudantes irão estruturar e organizar o trabalho de licenciatura.[1][2]
  • Quinto anoː Período de aprofundamento do trabalho de licenciatura. O trabalho deverá ser apresentado na língua materna e em espanhol.[1]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

A arquitetura circular do edifício foi inspirada em um dos símbolos Misak, o chapéu Pandeiro, Kuarimpoto ou Tampal Kuari. Na parte interna do edifício, no centro, está o Nakchak (fogão), onde os alunos e visitantes sentam ao redor para dialogar, como é de costume Misak, as famílias se reúnem ao redor do fogão para conversar. Ainda no centro, foi pintado uma espiral, que na cultura Misak representa o eterno retorno. As salas de aulas estão localizadas ao entorno do centro.[1][3][4]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k Ávila, Samuel Asdrubal; Ayala, Yuli Andrea (1 de março de 2017). «Ala Kusreik Ya- Misak Universidad: construyendo educación propia». Jangwa Pana (em espanhol): 54–66. ISSN 2389-7872. doi:10.21676/16574923.1956. Consultado em 1 de agosto de 2023 
  2. a b c d Tombé, Lucy Elena Tunubalá; Morales, James Montano (25 de julho de 2022). Paja, Fabio Calambás, ed. «Presentation of the Ala kusreik ya- Misak University». Global Tapestry of Alternatives (GTA) (em inglês). Consultado em 1 de agosto de 2023 
  3. «El Pueblo Misak de Silvia (Cauca) sana su territorio con el monumento de Taita Shur Juan Tunubalá». Centro Nacional de Memoria Histórica (em espanhol). 5 de agosto de 2021. Consultado em 1 de agosto de 2023 
  4. Concha, Jennifer Paola Pisso. (2020). Capital Simbólico del indígena Misak contemporáneo en la cibercultura. Estudios sobre las Culturas Contemporáneas. Época III. Vol. XXVI. Número 51. pp. 83-113. (em espanhol).

Ligações externas[editar | editar código-fonte]