Allobates goianus

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Allobates goianus
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Aromobatidae
Gênero: Allobates
Espécies:
A. goianus
Nome binomial
Allobates goianus
(Bokermann, 1975)
Sinónimos
  • Colostethus goianus Bokermann, 1975

Allobates goianus[2] é uma espécie de anfíbio que possui nome comum de: Goias Rocket Frog (Frost 2012). É uma espécie pertencente a ordem Anura e família Aromobatidae. É uma espécie endêmica do Brasil e do Cerrado, conhecida apenas de três localidades no estado de Goiás, Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros , Floresta Nacional de Silvânia e Serra da Mesa (essa última, suprimida pelo enchimento de reservatório da Usina Hidrelétrica).

Calcula-se que sua extensão de ocorrência seja de 1.888,18 km². Outros esforços de amostragem entre as localidades conhecidas têm sido realizados (municípios de Niquelândia, Barro Alto e Pirenópolis e no Distrito Federal), porém não houve registro da espécie.

Além disso, a espécie ocorre em matas, que vem sendo fragmentadas ao longo do trecho entre a Chapada dos Veadeiros e Silvânia, indicando que a população também esteja fragmentada, sofrendo isolamento geográfico e genético. A localidade de Serra da Mesa foi alagada pelo empreendimento hidrelétrico, e mesmo com trabalhos contínuos a espécie não foi reencontrada, na subpopulação de Silvânia cada vez menos indivíduos têm sido encontrados e há declínio continuado da qualidade do habitat, como consequência do desmatamento, extração de madeira para carvoarias e mineração. Por isso, Allobates goianus é avaliada como Dados Insuficientes (DD) sob o critério B1ab (iii,iv).

Distribuição Geográfica[editar | editar código-fonte]

Allobates goianus é uma espécie eu só possui ocorrência no Brasil, ocorre no bioma Cerrado, no estado do Goiás, nas localidades do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Bokermann 1975), Floresta Nacional de Silvânia (Bastos et al. 2003)[3] e Serra da Mesa (Pacífico 2011),[4] no entanto, essa última localidade foi alagada com o enchimento do reservatório da Usina Hidrelétrica Serra da Mesa. Outros esforços contínuos de amostragem entre as localidades conhecidas têm sido realizados (municípios de Niquelândia, Barro Alto e Pirenópolis e no Distrito Federal), porém não houve registro da espécie. Sua extensão de ocorrência calculada é de 1.888,18 km2, tomado por base o mínimo polígono convexo a partir dos pontos de registros.

População[editar | editar código-fonte]

A tendência populacional é desconhecida por não existir estudos suficientes para evidenciar uma variação no tamanho da população desta espécie, entretanto, há indícios de que a subpopulação de Silvânia esteja declinando e a subpopulação de Serra da Mesa foi suprimida pelo empreendimento hidrelétrico (Usina Hidrelétrica Serra da Mesa), pois mesmo com trabalhos contínuos na região a espécie não foi reencontrada.

Habitat e Ecologia[editar | editar código-fonte]

É uma espécie diurna de pequeno porte e ocupa a riachos temporários de encostas pedregosas e floresta de galeria (Bastos et al. 2003),(Bokermann 1975).[5] Sua reprodução possivelmente ocorre na mata, com a deposição de seus ovos sobre o chão da floresta, posteriormente, os ovos são carregados para a água sobre o dorso do adulto (Colli et al. 2004).[6]

Ameaças e Uso (legal e ilegal)[editar | editar código-fonte]

As maiores ameaças para o habitat desta espécie são as atividades agropastoris, juntamente com o desmatamento (pastagem, extração de madeira para carvoaria), mineração, poluição advinda de atividade agrícola e a construção de represas (Colli et al. 2004) Devido a essas ameaças seu habitat encontra-se bastante fragmentado, assim podemos considerar que a a população também esteja fragmentada, sofrendo isolamento geográfico e genético. E assim, a dificuldade para encontrar indivíduos da espécie está cada vez mais difícil.

Presença em Unidades de Conservação e/ou Áreas Protegidas[editar | editar código-fonte]

Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Floresta Nacional de Silvânia e Área de Proteção Ambiental Pouso Alto.

Referências

  1. Guarino Colli, Rogério Bastos, Débora Silvano (2004). «Allobates goianus». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2004: e.T55090A11239898. doi:10.2305/IUCN.UK.2004.RLTS.T55090A11239898.enAcessível livremente. Consultado em 17 de novembro de 2021 
  2. Frost, D.R. (2014). «Allobates goianus». Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 6.0. American Museum of Natural History, New York, USA. Consultado em 23 de outubro de 2014 
  3. Bastos, R.P.; Motta, J.A. de O.; Lima, L.P. & Guimarães, L.D. 2003. Anfíbios da floresta nacional de Silvânia, Estado de Goiás. Goiânia: Semarh. 83p
  4. Pacífico, E.S. 2011. Anuros do Cerrado em um mundo em mudança: fatores de vulnerabilidade. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Evolução). Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás. 109 p.
  5. Bokermann, W.C.A. (1975): Uma nova espécie de Colostethus do Brasil central (Anura, Dendrobatidae). Iheringia, Sér. Zool. 46: 13-16.
  6. Colli, G.; Bastos, R.; Silvano, D. (2004). Allobates goianus (em Inglês). IUCN 2014. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN de 2014. Página visitada em 04 de dezembro de 2018.