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Argamassa polimérica: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Alvenaria com argamassa polimérica.jpg|thumb|Parede construída com argamassa polimérica em frente à parede construída com argamassa convencional]]
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[[Ficheiro:Argamassa polimérica vs convencional.jpg|thumb|Parede construída com argamassa polimérica (acima) vs. parede construída com argamassa cimentícia (abaixo)]]
[[Ficheiro:Argamassa polimérica vs convencional.jpg|thumb|Parede construída com argamassa polimérica (acima) vs. parede construída com argamassa cimentícia (abaixo)]]
[[Ficheiro:Argamassa polimérica.JPG|thumb|Argamassa polimérica sendo aplicada direto de sua embalagem]]
[[Ficheiro:Assentamento com argamassa polimérica.JPG|thumb|Assentamento de tijolo com argamassa polimérica em uma obra]]
[[Ficheiro:Assentamento com argamassa polimérica.JPG|thumb|Assentamento de tijolo com argamassa polimérica em uma obra]]
'''Argamassa polimérica''' refere-se a uma classe de produto substituto à [[argamassa|argamassa convencional]] ou argamassa [[cimento|cimentícia]] normalmente constituída por [[cimento Portland]], [[areia]] e [[água]], podendo também conter vários outros aditivos. O termo também é coloquialmente utilizado para descrever [[argamassa|argamassas cimentícias]] que contenham algum aditivo [[polímero|polimérico]] para melhorar seu desempenho ou alterar suas propriedades. A principal utilização da argamassa polimérica se dá no assentamento de [[tijolo]]s ou blocos na construção de [[alvenaria]]s ([[parede]]s). Por necessitar de uma quantidade relativamente pequena de argamassa para unir os blocos ou tijolos, uma parede construída com argamassa polimérica apresenta juntas mais finas do que uma parede construída com argamassa convencional. Embora menos tradicional do que a argamassa cimentícia, a argamassa polimérica apresenta certas vantagens e já é utilizada em grande escala em todo o território do [[Brasil]].
'''Argamassa polimérica''' refere-se a uma classe de produto substituto à [[argamassa|argamassa convencional]] ou argamassa [[cimento|cimentícia]] normalmente constituída por [[cimento Portland]], [[areia]] e [[água]], podendo também conter vários outros aditivos. O termo também é coloquialmente utilizado para descrever [[argamassa|argamassas cimentícias]] que contenham algum aditivo [[polímero|polimérico]] para melhorar seu desempenho ou alterar suas propriedades. A principal utilização da argamassa polimérica se dá no assentamento de [[tijolo]]s ou blocos na construção de [[alvenaria]]s ([[parede]]s). Por necessitar de uma quantidade relativamente pequena de argamassa para unir os blocos ou tijolos, uma parede construída com argamassa polimérica apresenta juntas mais finas do que uma parede construída com argamassa convencional. Embora menos tradicional do que a argamassa cimentícia, a argamassa polimérica apresenta certas vantagens e já é utilizada em grande escala em todo o território do [[Brasil]].


== História ==
== História ==
Em 1996 no litoral paranaense, mais precisamente na cidade de Guaratuba, o Srº José Lins juntamente com seu neto Erikson Leif necessitavam levantar uma parede em sua pizzaria. Pelo fato de ser final de semana não encontraram nenhuma loja de material de construção aberta para compra dos materiais necessários para realizar o assentamento dos blocos na parede. Diante desta situação, tiveram uma grande idéia que veio a revolucionar a construção civil proporcionando, agilidade, economia e qualidade. No ano de 2007 resolveram dividir esta formulação e dar oportunidade a novas empresas em regiões pré-determinadas para usufruirem desta descoberta revolucionária. Em 2010 a argamassa polimérica chamada BANFIX foi lançada em uma das principais feiras do mercado de construção civil do Brasil (FEICON), gerando forte repercussão da mídia nacional. Atualmente existem outras marcas de argamassa polimérica como ARGAPRONTA, CONSTRUFIX e OBRAFIX.
A primeira formulação de uma argamassa polimérica de que se tem notícia foi publicada em uma [[revista]] [[Estados Unidos|norte americana]] em [[1981]]<ref>Adhesives Age Magazine, pg 22 (Outubro de 1981)</ref> e a tecnologia básica empregada na formulação química já existia na [[década de 1970]].<ref name="Construção civil inova para crescer">{{Citar web|autor=Jornal do Comércio|url=http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=82273|título=Construção civil inova para crescer}} (Visitada em 6 de janeiro de 2012)</ref> No entanto, esta categoria de produto foi pouco difundida no Brasil até março de 2011, quando uma argamassa polimérica chamada Massa DunDun foi lançada em uma das principais feiras do mercado de construção civil do Brasil ([http://www.feicon.com.br/ FEICON BATIMAT]), gerando forte repercussão da [[mídia]] nacional.<ref>{{Citar web|autor=Portal Fator Brasil|url=http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=151357|título=Novo conceito de levantamento de paredes alivia falta da mão-de-obra na construção civil e reduz custos|data=24 de março de 2011}} (Visitada em 28 de julho de 2011)</ref><ref>{{Citar web|autor=Jornal do Comércio|url=http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=56854rcio|título=FCC lança produto que substitui argamassa}} (Visitada em 28 de julho de 2011)</ref>


== Características ==
== Características ==
Uma das principais características da argamassa polimérica é que, ao contrário das argamassas convencionais, que são comercializadas em [[poeira|]], a argamassa polimérica é comercializada em estado pastoso e pronto para a utilização, sem nem mesmo necessitar a adição de água. Outra importante característica é que a união entre os tijolos ou blocos se dá com uma quantidade de material muito menor do que a quantidade necessária com argamassas convencionais. Enquanto o assentamento de 1 [[metro quadrado|m<sup>2</sup>]] de parede exige entre 17 [[kg]] e 25 kg de argamassa cimentícia seca (antes de misturar a água) para blocos de concreto<ref>{{Citar web|autor=Votorantim (fabricante de argamassa convencional)|título=Dados técnicos Votomassa|url=http://www.vcimentos.com.br/hotsites/argamassa/base.htm}} (Visitada em 30 de julho de 2011)</ref> e entre 30 e 50 kgs para tijolos de 6 furos<ref>{{Citar web|autor=ABCP|título="Folheto Mãos à Obra"|url=http://www.abcp.org.br/biblioteca/promocao.shtml}} pg 12. (Visitada em 6 de janeiro de 2012)</ref>, a utilização de argamassa polimérica requer apenas 1,5 kg de produto<ref>{{Citar web|título=Dados técnicos Massa DunDun|autor=[[Grupo FCC]] (fabricante de argamassa polimérica)|url=http://www.massadundun.com.br}} (Visitada em 30 de julho de 2011)</ref> (já no estado úmido).<br />
Uma das principais características da argamassa polimérica é que, ao contrário das argamassas convencionais, que são comercializadas em pó, a argamassa polimérica é comercializada em estado pastoso e pronto para a utilização, sem nem mesmo necessitar a adição de água. Outra importante característica é que a união entre os tijolos ou blocos se dá com uma quantidade de material muito menor do que a quantidade necessária com argamassas convencionais. Enquanto o assentamento de 1 metro quadrado parede exige entre 25 kg e 35 kg de argamassa cimentícia seca antes de misturar a água, a utilização de argamassa polimérica requer apenas 1,5 kg a 4 kg de produto<ref>(fabricante de argamassa polimérica). [http:/http://www.argapronta.com.br/site/PRODUTO Dados técnicos ARGAPRONTA]. (Visitada em 30 de julho de 2011)</ref> (já no estado úmido).
Por se tratar de um produto [[elastômero|elastomérico]], a argamassa polimérica também apresenta elevada flexibilidade, o que pode proporcionar vantagens estruturais ao sistema [[construção civil|construtivo]].
Por se tratar de um produto elastomérico, a argamassa polimérica também apresenta elevada flexibilidade, o que pode proporcionar vantagens estruturais ao sistema construtivo.


== Sustentabilidade ==
== Sustentabilidade ==
Argamassas poliméricas têm um forte apelo [[ecologia|ecológico]] por não conter em sua formulação os dois principais ingredientes da argamassa cimentícia, ambos prejudiciais ao [[meio ambiente]]:
Argamassas poliméricas têm um forte apelo ecológico por não conter em sua formulação os dois principais ingredientes da argamassa cimentícia, ambos prejudiciais ao meio ambiente:
1. Cimento:
# '''Cimento Portland:'''<br />De acordo com o [http://www.snic.org.br SNIC] (Sindicato Nacional da Indústria de Cimento), a fabricação de 1 kg de cimento emite mais de 600 [[grama]]s de [[Dióxido de carbono|CO<sub>2</sub>]] na [[atmosfera]].<ref>{{Citar web|autor=SNIC|título=A Indústria do Cimento no Cenário das Mudanças Climáticas|url=http://www.snic.org.br/pdf/Industria%20do%20Cimento%20no%20Cenario%20das%20Mudancas%20Climaticas.pdf}} Página 8. (Visitada em 29 de julho de 2011)</ref> Estas emissões se dão devido ao processo de decarbonificação das [[Matéria-prima|matérias primas]] e devido ao consumo de [[energia]] necessário para chegar a temperaturas de até 1450 [[Grau Celsius|ºC]] no seu processo de [[fabricação]]. Estima-se que a [[indústria]] do cimento responde por aproximadamente 5% do total de [[Dióxido de carbono|CO<sub>2</sub>]] emitido pelo homem.<ref>{{Citar web|autor=SNIC|título=Press Release 2010|url=http://www.snic.org.br/pdf/presskit_SNIC_2010.pdf}} Página 24. (Visitada em 30 de julho de 2011)</ref>
De acordo com o SNIC (Sindicato Nacional da Indústria de Cimento), a fabricação de 1 kg de cimento emite mais de 600 gramas de Dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.<ref>SNIC. A Indústria do Cimento no Cenário das Mudanças Climáticas. Página 8. (Visitada em 29 de julho de 2011)</ref> Estas emissões se dão devido ao processo de decarbonificação das matérias primas e devido ao consumo de energia necessário para chegar a temperaturas de até 1450ºC no seu processo de fabricação. Estima-se que a indústria do cimento responde por entre 5%<ref>SNIC. Press Release 2010. Página 24. (Visitada em 30 de julho]] de 2011)</ref> e 7%<ref>SNIC. Press Release 2010. Página 24. (Visitada em 30 de julho]] de 2011)</ref> do total de Dióxido de carbono (CO2) emitido pelo homem.
# '''Areia de rios:'''<br />Por eliminar a necessidade do uso de areia na mistura da argamassa convencional, a argamassa polimérica contribui para diminuir a retirada deste material dos [[Leito aquático|leitos de rios]], evitando os problemas ambientais associados com esta prática.<ref name="Construção civil inova para crescer" />
2. Areia de rios:
Por eliminar a necessidade do uso de areia na mistura da argamassa convencional, a argamassa polimérica contribui para diminuir a retirada deste material dos leitos de rios, evitando os problemas ambientais associados com esta prática.



== Composição química ==
== Composição química ==
A composição [[química]] de argamassas poliméricas pode variar significantemente, mas normalmente contém [[resina|resinas sintéticas]], cargas [[mineral|minerais]] e diversos aditivos como [[espessante|espessantes]] e [[Estabilizante|estabilizantes]]. Diferenças de formulações, tipos, quantidades e qualidade de [[matéria-prima|matérias primas]] utilizadas na formulação resultam em significantes diferenças de características [[mecânica|mecânicas]], desempenho estrutural e [[durabilidade]] entre as argamassas poliméricas atualmente existentes no mercado.
A composição química de argamassas poliméricas pode variar significantemente, mas normalmente contém resinas sintéticas, cargas minerais e diversos aditivos. Diferenças de formulações, tipos, quantidades e qualidade de matérias primas utilizadas na formulação resultam em significantes diferenças de características mecânicas, desempenho estrutural e durabilidade entre as argamassas poliméricas atualmente existentes no mercado.


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Revisão das 19h39min de 27 de janeiro de 2012

Parede construída com argamassa polimérica em frente à parede construída com argamassa convencional
Parede construída com argamassa polimérica (acima) vs. parede construída com argamassa cimentícia (abaixo)
Assentamento de tijolo com argamassa polimérica em uma obra

Argamassa polimérica refere-se a uma classe de produto substituto à argamassa convencional ou argamassa cimentícia normalmente constituída por cimento Portland, areia e água, podendo também conter vários outros aditivos. O termo também é coloquialmente utilizado para descrever argamassas cimentícias que contenham algum aditivo polimérico para melhorar seu desempenho ou alterar suas propriedades. A principal utilização da argamassa polimérica se dá no assentamento de tijolos ou blocos na construção de alvenarias (paredes). Por necessitar de uma quantidade relativamente pequena de argamassa para unir os blocos ou tijolos, uma parede construída com argamassa polimérica apresenta juntas mais finas do que uma parede construída com argamassa convencional. Embora menos tradicional do que a argamassa cimentícia, a argamassa polimérica apresenta certas vantagens e já é utilizada em grande escala em todo o território do Brasil.

História

Em 1996 no litoral paranaense, mais precisamente na cidade de Guaratuba, o Srº José Lins juntamente com seu neto Erikson Leif necessitavam levantar uma parede em sua pizzaria. Pelo fato de ser final de semana não encontraram nenhuma loja de material de construção aberta para compra dos materiais necessários para realizar o assentamento dos blocos na parede. Diante desta situação, tiveram uma grande idéia que veio a revolucionar a construção civil proporcionando, agilidade, economia e qualidade. No ano de 2007 resolveram dividir esta formulação e dar oportunidade a novas empresas em regiões pré-determinadas para usufruirem desta descoberta revolucionária. Em 2010 a argamassa polimérica chamada BANFIX foi lançada em uma das principais feiras do mercado de construção civil do Brasil (FEICON), gerando forte repercussão da mídia nacional. Atualmente existem outras marcas de argamassa polimérica como ARGAPRONTA, CONSTRUFIX e OBRAFIX.

Características

Uma das principais características da argamassa polimérica é que, ao contrário das argamassas convencionais, que são comercializadas em pó, a argamassa polimérica é comercializada em estado pastoso e pronto para a utilização, sem nem mesmo necessitar a adição de água. Outra importante característica é que a união entre os tijolos ou blocos se dá com uma quantidade de material muito menor do que a quantidade necessária com argamassas convencionais. Enquanto o assentamento de 1 metro quadrado parede exige entre 25 kg e 35 kg de argamassa cimentícia seca antes de misturar a água, a utilização de argamassa polimérica requer apenas 1,5 kg a 4 kg de produto[1] (já no estado úmido). Por se tratar de um produto elastomérico, a argamassa polimérica também apresenta elevada flexibilidade, o que pode proporcionar vantagens estruturais ao sistema construtivo.

Sustentabilidade

Argamassas poliméricas têm um forte apelo ecológico por não conter em sua formulação os dois principais ingredientes da argamassa cimentícia, ambos prejudiciais ao meio ambiente: 1. Cimento: De acordo com o SNIC (Sindicato Nacional da Indústria de Cimento), a fabricação de 1 kg de cimento emite mais de 600 gramas de Dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.[2] Estas emissões se dão devido ao processo de decarbonificação das matérias primas e devido ao consumo de energia necessário para chegar a temperaturas de até 1450ºC no seu processo de fabricação. Estima-se que a indústria do cimento responde por entre 5%[3] e 7%[4] do total de Dióxido de carbono (CO2) emitido pelo homem. 2. Areia de rios: Por eliminar a necessidade do uso de areia na mistura da argamassa convencional, a argamassa polimérica contribui para diminuir a retirada deste material dos leitos de rios, evitando os problemas ambientais associados com esta prática.


Composição química

A composição química de argamassas poliméricas pode variar significantemente, mas normalmente contém resinas sintéticas, cargas minerais e diversos aditivos. Diferenças de formulações, tipos, quantidades e qualidade de matérias primas utilizadas na formulação resultam em significantes diferenças de características mecânicas, desempenho estrutural e durabilidade entre as argamassas poliméricas atualmente existentes no mercado.

Referências

  1. (fabricante de argamassa polimérica). [http:/http://www.argapronta.com.br/site/PRODUTO Dados técnicos ARGAPRONTA]. (Visitada em 30 de julho de 2011)
  2. SNIC. A Indústria do Cimento no Cenário das Mudanças Climáticas. Página 8. (Visitada em 29 de julho de 2011)
  3. SNIC. Press Release 2010. Página 24. (Visitada em 30 de julho]] de 2011)
  4. SNIC. Press Release 2010. Página 24. (Visitada em 30 de julho]] de 2011)