Artefatos arqueológicos no metrô de São Paulo

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Artefatos arqueológicos no metrô de São Paulo são objetos que foram encontrados durante as escavações das obras do metrô da Linha 4-Amarela,[1] Linha 5-Lilás e Linha 2 - Verde.[2] Tais artefatos carregam informações históricas quanto aos modos de vida e atividades cotidianas de uma determinada época, assim como informações sobre a ocupação da cidade.[2]

Linha 4 - Amarela[editar | editar código-fonte]

Em 1997, durante o plano de obras para a Linha 4-Amarela do Metrô, que ligará Luz à Vila Sônia, já se levantava a hipótese de existir um sítio arqueológico na região de Pinheiros, uma vez que este bairro foi formado por índios e jesuítas.[1]

Em 2004, enquanto trabalhavam nas obras da futura estação Higienópolis, na esquina da Consolação com a rua Piauí, foi encontrado um verdadeiro tesouro arqueológico. Foram descobertos tijolos, pregos e pedaços de vidro do final do século XIX e que podem ter pertencido ao reverendo americano George Chamberlain e outros missionários que residiram no local. Este terreno foram posteriormente doados à Fundação Mackenzie.[3]

As obras estavam sendo acompanhadas pela arqueóloga, Érika Robrahn, que imediatamente solicitou o isolamento do local e os materiais foram encaminhados para análise para comprovar seu valor histórico. A presença de Érica deve-se a uma lei federal, onde todas as grandes obras precisam de análise ambiental e arqueológica.[3]

Já na região de Pinheiros, foram encontradas louças holandesas, francesas e inglesas, bem como garrafas do século XIX, mostrando que a vocação comercial da área é antiga. A região teve seu aldeamento feito pelos jesuítas com os índios guaianás até 1640. Entre as porcelanas encontradas, estão as de Maastrich ou Sarreguemines usadas pelos habitantes do passado.[4]

Linha 5 - Lilás[editar | editar código-fonte]

Na Linha 5-Lilás, Durante as escavações do metrô foi encontrado um vasto acervo arqueológico. Mais de nove mil peças foram retiradas próximo à passagem da linha em Santo Amaro, zona sul da capital paulista. Entre elas estão trilhos e dormentes por onde passaram os bondes no século passado. Foram também encontrados objetos de uso doméstico cuja datas reportam o início da Vila de Santo Amaro, entre os séculos XVI e XIX,[5] uma mistura de elementos indígenas e europeus, da época da criação dos primeiros núcleos colonização no Planalto Paulista.[6] Entre os fragmentos estão uma vasilha em cerâmica reconstituída a partir de 127 fragmentos arqueológicos.[5]

Estes vestígios são importantes para resgatar informações sobre diversos aspectos da ocupação da cidade, como os tipos de moradia, hábitos alimentares e utensílios domésticos, consumo, costumes, atividades profissionais, industrialização, transportes, entre outros.[5]

Linha 2 - Verde[editar | editar código-fonte]

Ao efetuarem análise arqueológica para a estação Vila Prudente, foram resgatados fragmentos de faiança e de vidro soprado em molde duplo de uma garrafa de óleo de rícino , que remetem ao fim do século XIX e início do XX, até aproximadamente a década de 1920. A variedade do material resgatado é grande: louça, grés, moedas, botões, cerâmica, material construtivo, provavelmente associados ao cotidiano dos funcionários da antiga fábrica CIPA (Companhia Industrial Paulista de Papéis de Papelão) do início do século XX.[7]

Linha 1 - Azul e Linha 3 - Vermelha[editar | editar código-fonte]

Estas malhas do metrô foram construídas na década de 1970 e ainda não existia a lei federal para acompanhamento arqueológico. Em virtude disso, muitos vestígios podem ter sido perdidos, principalmente por estas linhas terem sido feitas no centro de São Paulo.[8]

Referências

  1. a b «Folha de S.Paulo - Sítio arqueológico pode atrasar metrô (com foto) - 19/06/97». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 28 de março de 2021 
  2. a b «Descobertas de obras do Metrô estão expostas na Estação São Bento». Governo do Estado de São Paulo. 19 de junho de 2017. Consultado em 28 de março de 2021 
  3. a b «No caminho do Metrô, um achado arqueológico». Governo do Estado de São Paulo. 13 de agosto de 2004. Consultado em 28 de março de 2021 
  4. «Irritada com atraso em obra, prefeitura de SP tenta abafar descobertas arqueológicas - 18/01/2010 - UOL Notícias - Cotidiano». noticias.uol.com.br. Consultado em 28 de março de 2021 
  5. a b c «19/06/2017 - Peças arqueológicas estão em exposição na estação São Bento do Metrô». www.metro.sp.gov.br. Consultado em 28 de março de 2021 
  6. Paulo, Neide DuarteSão; SP (12 de março de 2014). «Acervo arqueológico é encontrado durante escavações do metrô em SP». Jornal Hoje. Consultado em 28 de março de 2021 
  7. Luz, Rodolfo Alves da (Dezembro 2011). «Prospecção arqueológica e sistemas geomorfológicos em áreas urbanas: o caso da estação Vila Prudente do metrô, São Paulo, SP». Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia. Consultado em 28 de março de 2021 
  8. Pernambuco, Diario de; Pernambuco, Diario de (21 de abril de 2019). «Preservação de descobertas arqueológicas em SP ainda é falha». Diario de Pernambuco. Consultado em 28 de março de 2021