Bartolomeu Dias

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 Nota: Se procura a cidade moçambicana, veja Bartolomeu Dias (Moçambique).
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Estátua de Bartolomeu Dias na Cidade do Cabo.

Bartolomeu Dias (cerca de 145029 de Maio, 1500) foi um célebre navegador português. Dele não se conhecem os antepassados, mas mercês e armas a ele outorgadas passaram a seus descendentes. Seu irmão foi Diogo Dias.

Há quem o diga descendente de Dinis Dias escudeiro de D. João I e como navegador descobrira Cabo Verde em 1445. Ignora-se onde e quando nasceu. Sobre a sua família sabe-se apenas que um parente Dinis Dias e Fernandes, na década de 1440 terá comandado expedições maritimas ao longo da costa do Norte de África, tendo visitado as ilhas de Cabo Verde.

Na sua juventude terá frequentado as aulas de Matemática e Astronomia na Universidade de Lisboa e serviu na fortaleza de São Jorge da Mina. Estava habilitado quer a determinar as coordenadas de um local, quer a enfrentar tempestades e calmarias como as do Golfo da Guiné.

Em 1486, D. João II confiou-lhe o comando de duas caravelas e de uma Naveta de mantimentos com o intuito público de saber notícias do Preste João. O propósito não declarado da expedição seria investigar a verdadeira extensão para Sul das costas do continente africano, de forma a avaliar a possibilidade de um caminho marítimo para a Índia.

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Rota da viagem de Bartomoleu Dias (1487-88)

Marinheiro experiente, o primeiro a chegar ao Cabo das Tormentas, como o batizou em 1488, um dos mais importantes acontecimentos da história das navegações. A expedição partiu de Lisboa em Agosto de 1487 a bordo levavam dois negros e quatro negras, capturados por Diogo Cão na costa ocidental africana. Bem alimentados e vestidos, serão largados na costa oriental para que testemunhem junto daquelas populações daquelas regiões a bondade e grandeza dos portugueses, e ao mesmo tempo recolher informações sobre o reino do Preste João. Em Dezembro atingiu a costa da actual Namíbia, o ponto mais a sul cartografado pela expedição de Diogo Cão. Continuando para sul, descobriu primeiro a Angra dos Ilhéus, sendo assaltado, em seguida, por um violento temporal. Treze dias depois, procurou a costa, encontrando apenas o mar. Aproveitando os ventos vindos da Antártica que sopram vigorosamente no Atlântico Sul, navegou para nordeste, redescobrindo a costa, que aí já tinha a orientação este-oeste e norte (já para leste do Cabo da Boa Esperança). Continuou para leste, cartografando diversas baias da costa da actual África do Sul (úteis no futuro como portos naturais), e chegando até à baia de Algoa (800 km a leste do cabo da Boa Esperança).

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Bartolomeu Dias e os seus marinheiros mo meio de uma tempestade, antes de chegar ao cabo da Boa Esperança

No entanto, a tripulação revoltada obrigou o capitão a regressar a Portugal pela linha da costa para oeste. No regresso, com a costa sempre visível, descobriu o Cabo das Agulhas, o ponto mais a sul do continente, e o Cabo das Tormentas, actual Cabo da Boa Esperança, cuja longitude tinha contornado por alto mar na viagem de ida. Regressou a Lisboa em Dezembro de 1488. O sucesso da sua descoberta do caminho para a Índia é que levou D. João II a rebatizar o Cabo das Tormentas como Cabo da Boa Esperança.

Acompanhou a construção dos navios e integrou a esquadra de Vasco da Gama, em 1499 como capitão de um dos navios. A expedição partiu em 1497 e passou por São Jorge da Mina. Em 1500, acompanhou Pedro Álvares Cabral na famosa viagem em que este descobriu o Brasil. Quando a frota seguia para a Índia, o navio em que ia Bartolomeu Dias naufragou e o valente marinheiro achou a morte junto da sua descoberta mais famosa - o Cabo da Boa Esperança.

Bartolomeu Dias foi o primeiro navegador a navegar longe da costa no Atlântico Sul. A sua viagem, continuada por Vasco da Gama, abriu o caminho maritimo para a Índia.

Seria em 1500 foi o principal navegador da esquadra de Pedro Álvares Cabral. A carta de Pero Vaz de Caminha faz diversas referências a ele, apontando para a confiança que nele tinha o capitão-mor. Quando a armada de Cabral navegava em direção ao Cabo, após sua estada no Brasil, um forte temporal causou o naufrágio de quatro naus, entre elas a sua.

Ver também

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