Batalha de Adramício (1334)

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Batalha de Adramício
Cruzadas
Data Outono de 1334
Local Golfo de Adramício
Desfecho Vitória cristã
Beligerantes
Liga naval cristã:
República de Veneza República de Veneza
Cavaleiros Hospitalários Cavaleiros Hospitalários
Reino do Chipre Reino do Chipre
Estados Papais Estados Pontifícios
Reino da França Reino da França
Beilhique de Casari
Comandantes
Desconhecido Iacchi
Baixas
Desconhecidas 150 navios destruídos
5 000 turcos mortos

A Batalha de Adramício ocorreu no outono de 1334 entre as frotas de uma liga naval cristã, formada em 1312 e chefiada pela República de Veneza e os Cavaleiros Hospitalários, e o Beilhique de Carasi dos turcos. A batalha foi uma vitória cristã.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Os participantes da liga concordaram em reunir uma frota de 40 galés, das quais 10 navios foram contribuídos por Veneza e 10 pelos Hospitalários, seis pelos bizantinos e Chipre, e outros oito conjuntamente pelo papa e o rei da França. A frota se reuniria na fortaleza veneziana de Negroponte e operaria por um período de cinco meses.[1] Na ocasião, os bizantinos não enviaram quaisquer navios e a frota da liga, quando zarpou em 1334, compreendia 34 galés.[2] A frota veneziana começou operações no inverno de 1333/1334, lutando com forças combinadas dos beis turcos Umur Begue de Aidim e Solimão de Sarucã fora da Moreia, bem como forças do pirata eslavo Zassis.[1]

Batalha[editar | editar código-fonte]

O esquadrão franco-papal juntou-se aos outros esquadrões no verão de 1334, e a frota conjunta prosseguiu para atacar a costa ocidental da Ásia Menor, pertencente aos beilhiques de Aidim, Casari e Sarucã. No outono, a liga foi confrontada pela frota do bei carasida Iacchi. Numa série de confrontos, os cruzados infligiram uma grande derrota aos carasidas. Os detalhes e cronologia exata são disputados — segundo uma carta muito danificada de Marino Sanudo, o Velho, lutas ocorreram em 8, 11, 14 e 17 de setembro, quando o genro de Iacchi foi morto[2] — mas segundo os relatos ocidentais, 150-200 foram destruídos e 5 000 turcos foram mortos.[3][4]

Rescaldo[editar | editar código-fonte]

A frota cristã deu continuidade ao raide na costa da Ásia Menor e lançou um ataque a Esmirna, a principal base naval do beilhique aidinida. No evento, a vitória cristã em Adramício não foi seguida e provou-se infrutífera; logo a frota aliada partiu do egeu, os raides turcos recomeçaram.[5] O rei Hugo IV do Chipre conseguiu mais duas vitórias, sobre as quais não há detalhes, em 1336-1337,[6] mas planos para o desembarque na Ásia Menor em preparação para uma cruzada completa tiveram de ser descartados devido a renovação do conflito entre Inglaterra e França e o deslocamento, sob ordens do rei Filipe VI de França, da frota cruzada para o canal da Mancha.[3] Não foi até 1342 que uma nova liga foi formada, e a Cruzada Esmirniota foi lançada.[7]

Referências

  1. a b Carr 2015, p. 72.
  2. a b Carr 2015, p. 73.
  3. a b Carr 2013, p. 172.
  4. Carr 2015, p. 86–87.
  5. Chrissis 2014, p. 40–41.
  6. Carr 2015, p. 88, 91.
  7. Chrissis 2014, p. 41.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Carr, Mike (2013). «The Hospitallers of Rhodes and their Alliances against the Turks». In: Buttigieg, Emanuel; Phillips, Simon. Islands and Military Orders, c.1291–c.1798. Farnham: Ashgate. pp. 167–176. ISBN 978-1-472-40990-4 
  • Carr, Mike (2015). Merchant Crusaders in the Aegean, 1291–1352. Boydell & Brewer: Boydell & Brewer. ISBN 978-1-843839903 
  • Chrissis, Nikolaos G. (2014). «Crusades and Crusaders in Medieval Greece». A Companion to Latin Greece. Leida: Brill. pp. 23–72. ISBN 978-90-0-4284104