Batalha de Bossangoa

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Batalha de Bossangoa
Guerra Civil Centro-Africana
Data 5-7 de dezembro de 2013
Local Bossangoa, República Centro-Africana
Desfecho Incerto
Beligerantes
República Centro-Africana Seleka Anti-Balaka
38 mortos[1]
FOMAC: um soldado congolês morto

A Batalha de Bossangoa ocorreu durante a Guerra Civil Centro-Africana, em Bossangoa. Durante a batalha observa-se nomeadamente a intervenção das forças africanas da FOMAC para proteger os civis.

Contexto[editar | editar código-fonte]

A cidade de Bossangoa acolhe vários milhares de refugiados cristãos e muçulmanos. Cerca de 40.000 cristãos se refugiaram nas dependências da Arquidiocese de Bossangoa. Igualmente , na mesma cidade, cerca de 2.000 muçulmanos se refugiaram em uma escola.[2] A presença das forças da Seleka e das milícias anti-balaka ao redor da cidade gera temores de abusos em larga escala caso a situação se deteriorar.

Desenrolar[editar | editar código-fonte]

Jovem anti-balaka
(outubro de 2013).

Os confrontos começaram por volta das 14h, quando Bossangoa foi atacada pelas forças anti-balaka. Os membros do Seleka retaliaram e os combates levaram à fuga em massa de civis que se refugiaram em igrejas, mesquitas ou na base da Força Multinacional da África Central (FOMAC). O comandante da FOMAC, capitão Wilson, congolês, traz seus homens para proteger os civis deslocados dos combates. Ele evacua os trabalhadores humanitários da linha de frente.

Os combates oferecem vantagem das milícias anti-balaka. O capitão Wilson ordena que as forças da FOMAC protejam o bairro muçulmano, a fim de evitar possíveis abusos.[3] Durante esta intervenção, um soldado congolês foi baleado no peito e morreu posteriormente. Trinta pessoas teriam sido mortas nos combates.[4]

Pouco depois das 14h do dia 6 de dezembro, as forças anti-balaka atacaram o bairro muçulmano de Boro, em Bossangoa. Muitos muçulmanos fugiram e se refugiaram na casa do imã. Onze pessoas, incluindo cinco mulheres, que não puderam se abrigar, são mortas com machetes do lado de fora da casa do imã.[5]

Em 7 de dezembro, a insegurança ainda era significativa, com milicianos anti-balaka e Seleka ainda presentes em torno da cidade.[6] Peter Bouckaert, da Human Rights Watch, relata uma mulher morta e várias casas incendiadas pela Seleka no mesmo dia.[7] Uma centena de soldados franceses chegaram à cidade na noite do dia 7 para 8 de dezembro.[8]

Referências

  1. Reuters, 9 de dezembro de 2013: Accrochages entre soldats français et miliciens à Bangui
  2. «En images : situation dramatique dans les camps de réfugiés de Centrafrique». France 24 (em francês). 17 de outubro de 2013 
  3. Peter Bouckaert (5 de dezembro de 2013). «RCA - Les soldats africains chargés du maintien de la paix sauvent la vie de civils à Bossangoa» (em francês). Human Rights Watch 
  4. Emmanuel Braun, Paul-Marin Ngoupana (6 de dezembro de 2013). «French launch Central African Republic mission but deaths mount» (em inglês). Reuters 
  5. Peter Bouckaert (7 de dezembro de 2013). «Dispatches: CAR - Tragedy at the Imam's House» (em inglês). Human Rights Watch 
  6. «Living in fear in Bossangoa, CAR» (em inglês). BBC News. 7 de dezembro de 2013 
  7. Emmanuel Braun (8 de dezembro de 2013). «Les Français se déploient en Centrafrique après les tueries» (em francês). Reuters 
  8. «VIDEOS. Centrafrique : l'armée française commence le désarmement ce lundi». leparisien.fr (em francês). 8 de dezembro de 2013