Biocosméticos

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Os biocosméticos, conhecidos como cosméticos ecológicos, são produtos feitos sem o uso de conservantes em sua composição, e que utilizam primordialmente substâncias naturais, como extratos de plantas, e/ou orgânicas [1]. Sendo assim, os biocosméticos não possuem em sua composição recursos provenientes de petróleo e de parabenos, por exemplo [2].

Importância ecológica[editar | editar código-fonte]

Além de terem uma menor pegada ecológica e contribuírem menos com resíduos tóxicos e aumento de poluições em sua fabricação, como a do ar, os biocosméticos são fundamentais para ressaltarem a necessidade de conservação de recursos da região [3].

Além de não causarem danos ao meio ambiente e à saúde dos seres, os biocosméticos promovem a biodiversidade e proteje as futuras gerações de problemas como a irritação dérmica, por possuírem a capacidade natural de estimular a recuperação da pele [1].

Importância cultural[editar | editar código-fonte]

A produção de biocosméticos ressalta a valorização dos frutos, sementes e minerais produzidos em determinada região. Também, não ressaltam apenas os materiais produzidos: eles são fundamentais por serem produtos de uma mão de obra especializada [4]. Com isso, tanto os produtos como a forma de trabalho são mais valorizadas e reconhecidas, como o trabalho de artesãs, muitas vezes inferiorizadas como apenas uma mão de obra que lida com produtos de baixo preço de venda para o mercado [2].

No Pará[editar | editar código-fonte]

Com o objetivo de atrair para o estado investimentos focados na exploração da biodiversidade local, com aplicação de conhecimento e sustentabilidade, o governo do Pará foi responsável por gerar investimentos com indústrias para desenvolver novas ações da produção de biocosméticoos. Como exemplo dessas reuniões teóricas e práticas desenvolvidas, foram discutidos aspectos técnicos voltados à construção de um Ecoparque, sendo um complexo industrial ecológico, situado em Benevides, na grande Belém que oferece local e estimula a produção de biocosméticos [5]. Existem iniciativas que prevêm, também, a criação de um centro de pesquisa e inovação dentro do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, em consonância com o Programa Paraense de Incentivo ao Uso Sustentável da Biodiversidade (Biopará). Desta forma, aliando a oferta do poder público em mostrar propostas para estimmular a produção, as empresas também irão contribuir com o desenvolvimento social e científico da região [3].

A empresa Natura, por exemplo, é idealizadora de um projeto, em Benevides, mas sua produção se restringe à fabricação de uma massa vegetal chamada noodle, que responde por 90% da composição do sabonete. Com isso, a produção de sabonete ganha espaço na região [4].

Selo Amazônico[editar | editar código-fonte]

Como forma de valorizar os produtos da região, visando maiores olhares e posteriores investimentos, o Instituto de Metrologia do Estado do Pará (Imetropará) criou o selo amazônico para a produção de biocosméticos produzidos na região [5]. O processo de certificação pode ser voluntária de produtos manufaturados com matéria prima-oriunda da biodiversidade da região paraense. Além de monitorar a qualidade, segurança, requisitos ambientais, econômicos, sociais e procedência da matéria-prima, a ação valoriza os produtos da Amazônia, visando atrair mais investimentos para o Estado e aumentar a competitividade no mercado [6].

Para possuir a certificação os insumos não podem conter pesticidas, antibióticos, fertilizantes sintéticos, hormônios de crescimento e não pode ter engenharia genética, como requisitos. O processo de produção deve ser ecológico e sustentável que promova a biodiversidade, mantenha a qualidade do solo, evite a erosão, proteja os lençóis freáticos, conserve a energia e proteja as futuras gerações [5].

Referências

  1. a b LYRIO, Eyna S. et al. Recursos vegetais em biocosméticos: conceito inovador de beleza, saúde e sustentabilidade. Natureza on line, v. 9, n. 1, p. 47-51, 2011.
  2. a b Homma AKO (2008) Extrativismo, biodiversidade e biopirataria na Amazônia. Embrapa informações técnicas. Brasília: EMBRAPA.
  3. a b GOMES, Sara Sofia Ferreira. Os determinantes da procura de (bio) cosméticos e produtos biológicos de cuidados pessoais. 2017.
  4. a b DOS SANTOS, Alessandro Carvalho et al. A IMPORTÂNCIA DA INDÚSTRIA DE BIOCOSMÉTICOS PARA O DESEMPENHO ECONÔMICO DO ESTADO DO AMAZONAS. Terceira Margem Amazônia, v. 6, n. 16, p. 105-125, 2021.
  5. a b c Di Bitetti M.S; Placci G e Dietz LA (2003) Uma visão de Biodiversidade para a Ecorregião Florestas do Alto Paraná – Bioma Mata Atlântica: planejando a paisagem de conservação da biodiversidade e estabelecendo prioridades para ações de conservação. Washington, D.C.: World Wildlife Fund.
  6. SANTOS, Andreia Brasil et al. A RELEVÂNCIA DA BIOECONOMIA PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE BIOCOSMÉTICOS DO ESTADO DO AMAZONAS The relevance of bioeconomy to regional development: a case study in a biocosmetics company in Amazonas. Informe Gepec, v. 25, p. 91-108, 2021.

Veja também[editar | editar código-fonte]